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SENTENÇA

VISTO EM CORREIÇÃO (PROVIMENTO N.° 019/2011 - CGJ/AL) – 2016

Dispensado o relatório, conforme art. 38, in fine, da Lei n. 9.099/95.

Passo a fundamentar e decidir.

Perscrutando as peças inicial e contestatória aportadas neste feito, verifico que a


controvérsia em liça reporta-se à existência, ou não, de responsabilidade por suposto
vício de produto adquirido no bojo de uma relação consumerista. Nesta contextura
processual, a parte autora requer a condenação da parte ré ao pagamento de indenização
por danos materiais e morais.

De início, impende rechaçar a preliminar de ilegitimidade passiva aventada pela


promovida SUPRIGAMES COMERCIO LTDA - ME. Isso porque, em que pese ter
arguído que é parte estranha à relação de consumo, atribuindo a fabricação do objeto da
ação à POSITIVO INFORMÁTICA S/A, não trouxe aos autos qualquer prova que
substancie tal afirmação, é dizer, não se desincumbiu do seu ônus de colacionar aos
autos um documento capaz de comprovar que se tratam de empresas distintas, conforme
determina o artigo 373, do CPC.

Há uma cadeia de responsabilidade em que pese o dever por qualquer vício que
o consumidor possa suportar. Sendo assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva
da demandada.

Vislumbra-se que a SUPRIGAMES COMERCIO LTDA não se valeu do seu


direito a ter o prazo de 30 dias para reparar o vício do produto, nos termos do CDC:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não


duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou
quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a
que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente,
da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a
substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode
o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

Por isso, não adentraremos em nenhuma questão do que tange a capacidade de


reparo pela POSITIVO INFORMÁTICA S/A. Assim, rompendo a cadeia obrigacional
de reparo do vício, pois o produto foi substituído por um novo, e tal fato não foi
questionado pela demandada, fica estabelecido o dano material com base nas provas
anexadas aos autos, precisamente a nota fiscal da compra do aparelho e o termo de
recebimento da diferencia do valor de um novo notebook, afastando a assistência
técnica autorizada.

Bem como, diante da inversão do ônus da prova, deferida, caberia a parte


promovida a comprovação de inexistência, ou de ter havido o reparo dentro do prazo
legal dos defeitos alegados pela autora, o que não ocorreu.

Nesse sentido, importante frisar, que vige em nosso ordenamento jurídico o


princípio da boa-fé processual, razão pela qual não se pode presumir que alguém venha
a juízo e se utilize do processo para conseguir objetivo ilícito, máxime quando a
inverdade do fato narrado constitui fato típico de crime contra a Administração da
Justiça (art. 347 CPB).

Com efeito, do contexto probatório observado nos autos, só cabe a inferência de


que o aparelho c apresentou defeito com pouquíssimo tempo de utilização e, após
encaminhado à loja, foi realizada a tratativa de sanar o vício com a substituição do
produto motivo.

Nesse interim, observa-se que o presente feito foi apenas agravado. E não
colando provas que o produto que substituiu era novo, mas que o problema era de
manuseio técnico, conclui-se que realmente o notebook não era novo, pelas fotos
anexadas nos autos.

Sendo assim, preceitua o Código de Defesa do Consumidor, em seu rol de


Direitos Básicos, que ao consumidor é garantida a efetiva prevenção dos danos
decorrentes da relação de consumo (art. 6º, inciso VI), bem como, visando atender a
essa efetiva prevenção e reparação, garante o acesso aos órgãos judiciais e
administrativos (art. 6º, inciso VII), possibilitando, ainda, a inversão do ônus da prova
(art. 6º, VIII).
O CDC estabelece, ainda, a responsabilidade objetiva do fornecedor, para
reparar eventuais danos causados ao consumidor em decorrência de vícios existentes
nos produtos, que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam
ou lhes diminuam o valor, assegurando-lhes, ainda, a substituição do produto, a
restituição do valor pago, ou o abatimento proporcional do preço, à escolha do
consumidor, caso o defeito não seja sanado em trinta dias, ou , ainda, em razão da
extensão do vício quando se tratar de produto essencial. Vejamos:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não durá-


veis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade
que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam
ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da dispari-
dade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natu-
reza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condi-
ções de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.

§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1°


deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição
das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do
produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.

Assim, tenho que assiste razão à autora em pleitear, nos termos do art. 18, §1º,
II, do Código de Defesa do Consumidor, o ressarcimento por parte das rés da quantia
paga pelo produto, monetariamente atualizada, porquanto, além de se tratar de produto
essencial, o vício não foi sanado no prazo legal e não está caduco seu direito ao
ressarcimento.

Neste diapasão, o valor pago pelo aparelho viciado, consoante cupom fiscal
anexo (fls. 14), foi de R$ 1599, 90 (mil quinhentos e noventa reais e noventa centavos)
com o acréscimo de R$ 400,00 (quatrocentos reais) para aquisição de outro, valor esses
que deve ser restituído à demandante, pela parte demandada, em razão do ato ilícito
praticado.
No que se refere, lado outro, à requestada indenização por danos morais, insta
tecer algumas considerações.

Com o advento da Constituição de 1988, o dano moral ganhou uma maior di-
mensão, não podendo mais se limitar apenas à comprovação do sofrimento ou humilha-
ção da parte. Assim, conforme o seu art. 5º, inciso X, qualquer ofensa que lesione a
honra, a intimidade, a imagem, o bom nome, dentre outros elementos que integram a
dignidade da pessoa humana e constituem o rol dos direitos personalíssimos, caracteriza
o dano moral, e por isso deve ser indenizável, aplicando-se também às pessoas jurídicas,
conforme enunciado da súmula 227 do STJ.

Dispõe o Código Civil de 2002, em seu artigo 927, caput, que todo aquele que,
por ato ilícito, causar dano a outrem, deverá repará-lo. Entretanto, o referido artigo não
menciona o que viria a ser ato ilícito, sendo tal indagação esclarecida no artigo 186 do
mesmo diploma legal ao normatizar que “aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusi-
vamente moral, fica obrigado a repará-lo”.

É notório, nesta contextura, o entendimento perfilhado pela doutrina e


jurisprudência acerca da dispensabilidade de comprovação do dano moral. Seria algo
excessivo e não razoável exigir que a parte lesada buscasse meios de provar questões de
ordem subjetiva, pelo que afasto a tese defensiva da necessidade de certificação causal
da ocorrência do dano moral.

Esse é o entendimento do jurista Rui Stoco:

A causação do dano moral independe de prova, ou melhor, comprovada a ofensa moral o


direito à indenização desta decorre, sendo ela presumido. Desse modo, a responsabilização
do ofensor origina do só fato da violação do neminem laedere. Significa, em resumo, que o
dever de reparar é corolário da verificação do evento danoso, dispensável, ou mesmo inco-
gitável, a prova do prejuízo. (STOCO, Rui. Responsabilidade Civil. 6ª ed. São Paulo: RT,
2004, pág. 1691.)

Não obstante, o prejuízo é evidente a partir da verificação de sua circunstância


geradora, ou seja, a angústia a que ficou submetida a autora após ter comprado um
aparelho - bem de consumo considerado essencial - porquanto útil às atividades
cotidianas e profissionais – que apresentou defeito com pouquíssimo tempo de uso e,
mesmo após a requisição do reparo, o pediram mais um acréscimo para substituição.
Onde tal produto foi posto ao consumidor diversamente do pedido, pois ele era usado.,
acabando não solucionando, mas agravando, e fazendo com que a mesma tivesse que
recorrer ao Poder Judiciário para ver resolvido o problema.

Ante o exposto, com fulcro no artigo 487, I, do CPC, JULGO


PROCEDENTES os pedidos da exordial para CONDENAR a parte demandada -
SUPRIGAMES COMERCIO LTDA - ME - ao pagamento, em favor de JOSIVAN
FAUSTINO DA SILVA FILHO, do valor R$ 1599, 90 (mil quinhentos e noventa reais e
noventa centavos) com o acréscimo de R$ 400,00 (quatrocentos reais), desembolsados para
a compra do produto defeituoso e substituição do produto, respectivamente, a título de
restituição, devendo o mesmo ser corrigido pelo INPC a partir da data em que foi
realizado o pagamento.

Por conseguinte, CONDENO, ainda, a parte Ré ao pagamento de indenização a


título de danos morais no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais) em favor do Autor,
valor que deverá ser atualizado e que sofrerá a incidência de juros de mora de 1% (um
por cento) ao mês, contados a partir da citação e correção monetária pelo INPC a partir
da sentença.

Custas e honorários advocatícios dispensados neste primeiro grau de jurisdição,


em virtude do disposto no art. 54, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95 (Juizados
Especiais). Em caso de interposição de apelação, atente o Setor para o que reza o
indigitado preceito legal:

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de


jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.

Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta Lei,


compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas
em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência
judiciária gratuita.

Publique-se a presente sentença em conformidade ao retrodeterminado, para


efeito intimatório, incluindo o nome dos advogados das partes. E, após o trânsito em
julgado, arquive-se o feito, com baixa na distribuição.

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