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CC, Art. 927: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186-187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito
Aguiar Dias (Da responsabilidade, cit., 4. ed., n. 150-1, 398) entende que, não
havendo culpa de ninguém (caso do falsificador que obtém cheque avulso e
o preenche na hora, com assinatura idêntica à do correntista), o banco deve
responder civilmente e ressarcir o cliente, pois o dinheiro utilizado foi o seu.
O cliente é, no caso, apenas um terceiro. O crime de falsidade foi dirigido contra
o banco. (QUANDO NEM O BANCO NEM O CLIENTE TÊM CULPA, A
RESPONSABILIDADE É DO PRIMEIRO)
A responsabilidade do banco pode ser diminuída, em caso de culpa concorrente
do cliente, ou excluída, se a culpa for exclusivamente da vítima.
TEORIAS PARA SOLUCIONAR ESTE PROBLEMA:
o Teoria da culpa: deve-se comprovar a existência de conduta, dano e
nexo causal (MINORITÁRIA, POIS NEM SEMPRE SERÁ POSSÍVEL
PROVAR DE QUEM FOI A CULPA)
o Teoria do risco profissional: A teoria do risco profissional funda-se no
pressuposto de que o banco, ao exercer a sua atividade com fins de lucro,
assume o risco dos danos que vier a causar. A responsabilidade deve
recair sobre aquele que aufere os cômodos (lucros) da atividade, segundo
o basilar princípio da teoria objetiva;
o Teoria contratualista:
Arnoldo Wald: a doutrina estrangeira indica dois fundamentos
que estão levando os tribunais a reconhecer um regime próprio de
responsabilidade para o banqueiro
A assemelhação aos concessionários de serviços
públicos que exercem uma função delegada do Estado
A sofisticação crescente da ideia do risco profissional,
na qual se introduziram certos fatores agravantes,
decorrentes do conhecimento especializado do
banqueiro e da dimensão cada vez maior das
instituições financeiras, fazendo com que o cliente
desconheça os chamados “mecanismos bancários” e se
encontre numa incontestável situação de inferioridade
ao contratar com o banqueiro.
o Cláusulas de não indenizar nos contratos de
adesão
O banco participa de um verdadeiro serviço público
de distribuição de crédito se justifica no Brasil pelo
texto expresso da Lei da Reforma Bancária, que define
o Sistema Financeiro Nacional
ARNOLDO WALD: “pela própria natureza dos serviços
prestados pela instituição financeira, entendemos que se
impõe a sua responsabilidade objetiva pelos mesmos
motivos por que se estabeleceu a do Estado, que mereceu
até ser consagrada constitucionalmente. Na realidade,
sendo impossível ao cliente conhecer a vida interna da
instituição financeira, pelo grau de complexidade que
alcançou, justifica-se que esta responda objetivamente
pelos danos causados, com base na teoria da culpa do
serviço, consolidada e consagrada no campo do Direito
Público” (Responsabilidade civil do banqueiro por
atividade culposa, RT, 595/40, n. 51 e 52.)
DIRETRIZES QUE NORTEIAM A
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
o a) quando o correntista não concorreu para o evento
danoso, os prejuízos decorrentes do pagamento de
cheques fraudados devem ser suportados pelo banco:
o b) provada, pelo banco, a culpa do correntista na
guarda do talonário, fica aquele isento de culpa;
o c) em caso de culpa concorrente (negligência do
correntista, na guarda do talonário, e do banco, no
pagamento de cheque com assinatura grosseiramente
falsificada), os prejuízos se repartem;
o d) não provada a culpa do correntista, nem do banco,
sobre este é que deve recair o prejuízo.
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
o Art. 14, § 3º: a responsabilidade dos bancos
decorrente do pagamento de cheque falso somente
se exclui no caso de culpa exclusiva do
consumidor ou de terceiro
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