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Proteção da Floresta
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INTRODUÇÃO
Neste pequeno ensaio, vamos argumentar a favor do dever que o Ser Humano
tem de proteger a floresta e seus ecossistemas, como parte da obrigação ética que a
humanidade deve à Natureza e aos seres vivos, ou seja, a responsabilidade ecológica.
Inspirada pela problemática recorrente dos incêndios florestais em Portugal, eis a
questão que é objeto da nossa tese:
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RESPONSABILIDADE ECOLÓGICA
1. Ecologia
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e os efeitos da ação humana geradora de desequilíbrios, visando enfatizar a importância
da valorização do meio ambiente.
Os novos problemas resultantes do progresso tecnológico, como a poluição e as
suas consequências nefastas, só podem ser solucionados se existir uma maior
consciencialização de todos nós, sendo essa uma das finalidades da reflexão e do debate
filosófico. Na realidade, há aqui uma dualidade de valores e interesses em jogo,
aparentemente opostos mas talvez conciliáveis – os interesses económicos e os
interesses ambientais. Ambos devem ser considerados, sem esquecer que a maior parte
dos recursos energéticos e matérias-primas agrícolas e industriais, que fazem mover a
máquina económica, têm a sua origem na natureza e muitos deles são finitos.
Assumindo esta perspetiva, é importante promover um desenvolvimento sustentável que
satisfaça não só as necessidades humanas presentes e futuras, mas respeite igualmente o
equilíbrio natural dos ecossistemas.
A Natureza é o nosso património comum – herança do passado e recurso para o
futuro – que deve ser bem utilizada e preservada no presente.
2. A importância da Floresta
A floresta é uma área extensa com alta densidade de árvores. Cerca de 30% da
superfície terrestre está coberta por florestas, tanto de formação natural como plantadas
pelo Homem. As florestas naturais são o habitat de muitas espécies de animais e plantas,
possuindo uma grande biomassa por unidade de área.
A floresta é também uma fonte de riqueza económica, pois fornece várias
matérias-primas – madeira, resina, celulose, cortiça, frutos, plantas medicinais –,
favorece a piscicultura e a caça, protege o solo da erosão, acumula substâncias
orgânicas e ainda cria postos de trabalho.
Segundo dados do ICFN, Portugal tem uma área florestal com quase 3 500 000
hectares, que representam 35,4% do território continental ou um valor percentual na
média dos 27 países da UE. A grande maioria das florestas portuguesas é propriedade
privada, e apenas 3% pertence ao Estado. O pinheiro-bravo, o eucalipto e o sobreiro são
as espécies arbóreas predominantes.
O declínio das florestas portuguesas tem implicações económicas (indústria do
papel, menos exportações), sociais (desemprego) e ambientais (menos biodiversidade,
mais dióxido de carbono).
Eis os maiores problemas que ameaçam os ecossistemas florestais no mundo:
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a destruição das florestas tropicais húmidas, sobretudo na Amazónia, onde se
concentra a maior biodiversidade do planeta
as chuvas ácidas e os incêndios florestais
a desflorestação para uso da matéria-prima ou dar origem a solos agrícolas,
pastagens ou urbanização
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3. Teses em debate
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Deste modo, a ecologia profunda não compartimentaliza os desafios enfrentados
pela floresta, já que o objetivo não reside no aproveitamento de resursos e matérias-
primas, mas sim na valorização dos ecossistemas, compreendendo o conjunto de
interesses de todos os seres vivos que a integram, incluindo o Homem.
C) Na tese economicista (mercado livre), a floresta é encarada como um recurso
material (madeira, celulose, resina, cortiça, bagas, plantas medicinais…) e energético
(biomassa, lenha…), que pode ser livremente explorado ao serviço das necessidades
humanas, originando a criação de novas empresas e consequentes postos de trabalho,
com benefícios económicos evidentes.
Os defensores do mercado livre argumentam que os problemas ecológicos
encontrarão sempre respostas adequadas, através da criação de novas tecnologias menos
poluentes e com maior eficiência. O contínuo crescimento económico é a prioridade
máxima, sem atender à necessidade de implementar um desenvolvimento sustentável.
Isto exemplifica a ética do sistema capitalista, que incentiva o individualismo e a
competição, mais do que a solidariedade e a cooperação, dando pouca importância à
responsabilidade ecológica. Na realidade, quanto mais aumentarem os padrões de
consumo tanto melhor, já que tal se reflete na melhoria do nível de vida e, afinal, não é
isso que as pessoas desejam?
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3.2. Objeções e respostas
O Homem não tem o direito de destruir o habitat dos seres não-humanos, sendo
uma falácia afirmar que lhe foi concedido o domínio sobre a natureza. É nosso dever
“preservar a integridade da biosfera unicamente por si mesma, independentemente dos
possíveis benefícios para os seres humanos que poderiam daí advir” (Singer, 2000). O
mesmo autor refere ainda que “o valor de preservar áreas significativas que restem do
meio natural excede de longe os valores económicos que se obtêm da sua destruição”.
A visão holística e biocêntrica da ecologia profunda concebe o mundo como um
todo interligado – reciprocidade entre o ser humano e o mundo natural –, reconhecendo
o valor intrínseco de todos os seres e pondo em causa os pressupostos subjacentes à
sociedade ocidental e à economia capitalista de mercado, porque “mudar é preciso”!
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CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
Livros
Rodrigues, Luís. Filosofia 10.º ano: Caderno de Apoio, Lisboa: Plátano, 2015.
Sites na Internet
http://www.salamuni.com.br/site/biblioteca/temasglobais/cartas/carta_natureza.doc
http://www2.icnf.pt/portal/florestas/dfci/
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/etica-e-ecologia-a-etica-kantiana-e-
a-co-responsabilidade-de-hans-jonas.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia_profunda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Floresta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Floresta_portuguesa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Incêndios_florestais_em_Portugal
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