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Capítulo 1

Medidas e Unidades

Medir um objeto é compará-lo com outro objeto, que é tomado como


padrão. O padrão usado define a unidade na qual o resultado da medida é
expresso.
Um padrão pode ser qualquer coisa escolhida por quem vai realizar a
medida. Por isso, ao longo da história, surgiram muitos padrões diferentes,
que até hoje são utilizados. Por exemplo, a unidade “pé”, que ainda é muito
empregada, tem sua origem em um pé real, escolhido como padrão.
Para fins de troca de informações, é sempre melhor usar padrões e uni-
dades conhecidos por todos os envolvidos. Uma forma de conseguir isso é a
adoção de um conjunto único de padrões de medida. Outra forma é conhecer
a relação entre as diferentes unidades de uma mesma grandeza.
O Sistema Internacional de Unidades (SI) é um conjunto de unidades
amplamente usado na ciência e em várias outras áreas da atividade humana.
Neste livro, procuramos utilizá-lo, sempre que possível. Por isso, veremos, a
seguir, algumas informações mais detalhadas sobre ele. Também estudaremos
uma forma de expressar uma mesma medida em unidades diferentes.

1.1 Sistema Internacional de Unidades - SI


O SI foi criado em 1961, com o objetivo de unificar a informação sobre
medidas. Atualmente, é o sistema de unidades mais utilizado no mundo, do
comércio à ciência.
O SI é construído sobre sete grandezas fundamentais . As unidades dessas
grandezas são as unidades fundamentais.

1
grandeza unidade símbolo

comprimento metro m

corrente elétrica ampère A

intensidade luminosa candela cd

massa kilograma kg

quantidade de matéria mol mol

temperatura kelvin K

tempo segundo s

Tabela 1.1: Grandezas e Unidades fundamentais do SI.

1.2 Notação Científica e Prefixos


A notação científica consiste em utilizar um número multiplicado por uma
potência de 10, como está exemplificado abaixo:
3, 4 m 3, 4 m
0, 0034 m = = 3
= 3, 4 × 10−3 m (1.1)
1000 10
3450000 m = 3, 45 × 1000000 m = 3, 45 × 106 m (1.2)
Nas operações acima, os números a serem multiplicados pelas potências
de 10 devem estar entre 1 e 10, para que realmente seja notação científica.
Entretanto, os números podem ser expressos de outras maneiras. Por exem-
plo:
3450000 m = 3450 × 1000 m = 3450 × 103 m (1.3)
As potências de 10, multiplicando unidades, podem ser transformadas em
prefixos. Nos exemplos acima, temos:
0, 0034 m = 3, 4 × 10−3 m = 3, 4 mm (1.4)
3450000 m = 3, 45 × 106 m = 3, 45 M m (1.5)
3450000 m = 3450 × 103 m = 3450 km (1.6)
Na tabela 1.2, resumimos os principais prefixos usados neste livro:

2
fator de multiplicação Prefixo símbolo

10−9 nano n

10−6 micro µ

10−3 mili m

10−2 centi c

103 quilo k

106 mega M

Tabela 1.2: Prefixos do SI.

1.3 Conversão de Unidades


Há várias formas pelas quais podemos tomar uma medida que está dada
em uma unidade e expressá-la em outra unidade. Desenvolveremos a conver-
são através de exemplos.

Exemplos
1. Exemplo resolvido. A velocidade de um automóvel é 60 km/h. Expresse
esse valor em m/s. Utilize as seguintes relações: 1 km= 103 m, 1 h=
60min, 1 min= 60s.
1km 103 m
Podemos reescrever as igualdades acima como: 103 m
= 1 ou 1km
= 1,
1h
60min
= 1 ou 60min
1h
= 1, 1min
60s
60s
= 1 ou 1min =1
Como a multiplicação por 1 não altera uma grandeza, podemos proce-
der da seguinte forma:
60km 60km
= ×1 (1.7)
h h
60km 60km 103 m 60 × 103 m
= × = (1.8)
h h 1km h

3
60 × 103 m 60 × 103 m
= ×1 (1.9)
h h
60 × 103 m 60 × 103 m 1h 103 m
= × = (1.10)
h h 60min min

103 m 103 m
= ×1 (1.11)
min min
103 m 103 m 1min 16, 67m
= × ' (1.12)
min min 60s s

Ou seja,
60km 16, 67m
= (1.13)
h s
Perceba que, nas passagens das equações (1.7) para (1.8), (1.9) para
(1.10) e (1.11) para (1.12), substituímos o número 1 por fatores que
nos permitiram simplificar as unidades que queríamos eliminar.

2. Nesta questão, utilize como ponto de partida os fatores de conversão


fornecidos abaixo, e os fatores usuais para conversão de unidades de
tempo.
a) O volume de água que caiu sobre um terreno retangular, de 950m2 ,
foi de 3019 pé3 . Qual foi a altura, em polegadas, que a água atingiu
em um pequeno recipiente colocado como medidor?
b) Um corpo tem velocidade de 10 mi/h. Qual é a distância, em metros,
percorrida por ele em 1min?
1pol = 2, 54cm, 1m = 102 cm, 1km = 103 m, 1pé= 12pol, 1mi = 1609m.

1.4 Arredondamento
Em geral, os resultados de um cálculo são expressos com o menor número
de algarismos significativos que apareceu entre os dados iniciais. Para reduzir
o número de algarismos, costumamos arredondar as quantidades.

4
Exemplos
1. Exemplo resolvido. No exemplo 1, a velocidade a ser convertida era
60km/h, que tem dois algarismos significativos. O resultado obtido foi
16, 67m/s que, expresso com dois algarismos, fica 17m/s.
O critério para arredondamento utilizado foi:

(a) Se o algarismo a ser eliminado for ≥ 5, o algarismo mais próximo,


à esquerda é acrescido de 1.
(b) Se o algarismo a ser eliminado for < 5 o algarismo mais próximo,
à esquerda fica inalterado.
(c) Este processo começa com a eliminação progressiva de algarismos,
a partir da extremidade direita.

Então, neste exemplo, primeiro analisamos o algarismo 7. Ao eliminá-


lo, acrescentamos 1 ao algarismo 6 mais próximo, que é mantido. Fica-
mos com 16, 7m/s. A seguir, analisamos o algarismo 7 que permaneceu.
Para eliminá-lo, acrescentamos 1 ao algarismo 6, obtendo então uma
velocidade expressa com dois algarismos, 17m/s.

1.5 Exercícios
1. Pesquise e escreva um resumo sobre os padrões de medida qua atual-
mente definem o metro, o quilograma e o segundo.

2. Em um site de compras de passagens de ônibus, informa-se que um


ônibus sai de Pato Branco (PR) às 21:30 h. A previsão de chegada
a Joinville (SC) é 7:50 h. Expresse o tempo total da viagem: (a) em
horas; (b) em minutos; (c) em fração de dia.

3. A probabilidade de erro de um relógio atômico de Césio 133 é de, apro-


ximadamente, dois bilionésimos de segundos por dia (www.brasilescola.
com/fisica/relogio-atomico.htm, acessado em 29/07/2015). O erro apro-
ximado de relógios convencionais (de pulso, cronômetros esportivos,
etc.) é de um segundo por dia (www.cepa.if.usp.br/e-fisica/mecanica/
pesquisahoje/cap3/defaultframebaixo.htm, acessado em 29/07/2015).
(a) Quanto tempo leva um relógio atômico para adiantar ou atrasar de
1 segundo? (b) Quanto tempo levam os relógios atômico e convencio-
nal, para atrasar ou adiantar de 1 hora ?

5
Capítulo 2

Movimentos Unidimensionais

2.1 Referencial e Grandezas do Movimento


Quando queremos descrever o movimento de um corpo, de forma geral
precisamos responder a questões como: Onde o corpo está, inicialmente?
Está em repouso ou está se deslocando? Se está se deslocando, para onde está
indo? Com que velocidade? Sua velocidade é constante ou está variando?
Se varia, de que forma varia?
O primeiro passo para localizar o corpo, é escolher um REFEREN-
CIAL.

2.1.1 Referencial e Posição


Para nossos propósitos basta, por enquanto, escolher UM eixo graduado
em POSIÇŐES. A graduação do eixo já inclui uma origem e uma convenção
de sinais.
Inicialmente vamos usar o “eixo x”:
Na figura 2.1, observe que:

• O eixo representa uma sequência de posições onde o corpo pode ser


encontrado.

Figura 2.1: Referencial para o movimento unidimensional, eixo x.

6
• A posição de um ponto sobre o eixo coincide com a distância entre a
origem e o ponto, medida em linha reta, acrescida de um sinal + ou −.

• O sinal indica se o ponto está à esquerda (−) ou à direita (+) da origem.

• O símbolo usado para posição é “x ”. Por isso, o eixo também é identi-


ficado por “x ”.

• A unidade de posição no SI, que é o metro, também aparece na iden-


tificação do eixo.

2.1.2 Deslocamento (∆x)


O deslocamento é a variação de posição.

∆x = x2 − x1 (2.1)
O deslocamento pode ter sinal + ou −. Esse sinal informa o sentido
em que o corpo observado se movimentou, quando foi da posição x1 para a
posição x2 .
A unidade de deslocamento, no SI, também é metro.

2.1.3 Velocidade
Velocidade média (vm )
É definida como
∆x
vm = (2.2)
∆t
sendo que ∆t é um intervalo de tempo.
Observe que vm pode ter sinal + ou −. Assim como no deslocamento, o
sinal informa o sentido em que o corpo observado se movimentou, no intervalo
∆t. No exemplo 2, na seção 2.1.5, veremos que, quando calculamos vm , o
sentido do deslocamento pode variar durante o intervalo ∆t.

Velocidade escalar média (sm )


Muitas vezes, é mais importante saber qual foi a velocidade do corpo
quando ele percorreu uma determinada distância. Nesse caso, a grandeza
adequada é a velocidade escalar média, e não levamos em conta o(s) sentido(s)
de movimento.
d
sm = (2.3)
∆t

7
onde “d” é a distância total percorrida, durante o intervalo ∆t.
A velocidade sm é sempre positiva, uma vez que não leva em consideração
o sentido do movimento.

Velocidade instantânea (v)


É a velocidade calculada em um instante, ou seja, um intervalo de tempo
muito pequeno. Matematicamente, esse conceito é expresso pela equação:
∆x
v = lim (2.4)
∆t→0 ∆t

que significa “A velocidade instantânea é igual ao limite, quando ∆t tende


a zero, de ∆x
∆t
”.
“∆t tende a zero ” significa que ∆t se tornou muito pequeno.
A expressão 2.4 define a derivada da posição em relação ao tempo,
e também pode ser representada como
dx
v= (2.5)
dt

Velocidade escalar instantânea (|v|)


É o módulo da velocidade instantânea.
Utilizamos este conceito em situações em que o sentido do movimento é
irrelevante. Por exemplo, na notícia a seguir, o importante é a informação
sobre o desempenho da moto, independentemente do sentido em que ela se
desloca.
“Com um motor de 1.000 cc, cilindro duplo e com quatro válvulas para
cada um, ela representou uma grande revolução para a fabricante italiana. A
inovação permite que a máquina vá de 0 a 100 km/h em cerca de três segun-
dos. Atualmente, ela pode ser encontrada à venda por cerca de 50 mil reais
(usada).”(https://www.tecmundo.com.br/motocicleta/45098-14-das-motos -
mais-rapidas-do-mundo-video-.htm, acessado em 06/01/2018)

2.1.4 Aceleração
Aceleração média (am )
É definida como
∆v
am = (2.6)
∆t
onde ∆v = v2 − v1 e ∆t = t2 − t1 .
Observe que v2 e v1 são valores da velocidade instantânea.

8
x-1.png

Figura 2.2: Trajetória de um carro em movimento retilíneo.

Aceleração instantânea, (a)


Analogamente ao que discutimos na seção 2.1.3, é a aceleração calculada
em um instante.
∆v dv
a = lim = (2.7)
∆t→0 ∆t dt
De forma análoga ao que havíamos visto anteriormente, podemos expres-
sar a aceleração instantânea como a derivada da velocidade em relação
ao tempo.

2.1.5 Exemplos
1. Exemplo resolvido. No eixo da figura (2.1), um objeto é visto, primeiro,
em x = −3m e, depois, em x = −1m. Quais são o valor e o sentido do
deslocamento do objeto?
Aplicamos a equação 2.1

∆x = x2 − x1 = −1 − (−3) = 2m (2.8)

e obtemos que o deslocamento do objeto foi de 2m, no sentido positivo.

2. A figura (2.2) representa as posições de um carro e os instantes em


que essas posições são alcançadas. As unidades são as do SI. O carro
está na posição 10 m, no instante 0 s. (a) Descreva o movimento do
carro. Calcule (b) o deslocamento e (c) a distância percorrida entre
os instantes inicial e final representados. Calcule, para esse intervalo
de tempo, (d) a velocidade escalar média e (e) a velocidade média do
carro.

9
2.2 Cálculos a partir de gráficos
O gráfico x(t) nos mostra, através de uma curva, a sequência de instantes
e posições de um movimento. Veremos que esse gráfico também tem as infor-
mações necessárias para a determinação das velocidades média e instantânea.
Vamos verificar isso através de um exemplo.
Considere um móvel cuja posição varia em função do tempo segundo a
expressão
x(t) = (t − 6)(t − 1)(t/2) (2.9)
A função x(t), como vemos, fornece a posição ocupada pelo móvel, para
qualquer instante t. Experimente substituir valores de t na função 2.9 e
calcular x. Podemos construir o gráfico x(t), marcando os valores de t no
eixo das abcissas e os valores de x no eixo das ordenadas. Os pontos que
formam a curva são os correspondentes aos pares ordenados (t,x).
O gráfico x(t) do movimento dado pela função 2.9 é mostrado na figura
2.3(a).
Vamos calcular a velocidade média do móvel entre os instantes 3 s e 9 s.
Esses instantes correspondem aos pontos mostrados na figura 2.3(b). Então,
a velocidade média que vamos calcular é a que o móvel desenvolveu enquanto
foi da posição −9 m à posição 108 m.
Utilizando os valores que vemos no gráfico, podemos calcular

∆x xf − xi 108 m − (−9 )m m
vm = = = = 19.5 (2.10)
∆t tf − ti 9s − 3s s

Entretanto, percebemos que a grandeza que calculamos, ∆x/∆t é o co-


eficiente angular de uma reta. Como usamos dois pontos específicos, estes
pontos devem estar sobre essa reta.
Na figura 2.4(a), vemos a reta que passa nos dois pontos escolhidos. A
velocidade média que calculamos coincide com o coeficiente angular dessa
reta, ou ainda com a inclinação dessa reta.
Agora, queremos calcular a velocidade instantânea do móvel, em um de-
terminado instante, digamos t = 6 s. Podemos fazer isto aproximando cada
vez mais os pontos utilizados para calcular a velocidade média, na figura
2.4(a), até eles quase formarem um só ponto, correspondente ao instante
t = 6 s. Nesse processo, a reta que unia os dois pontos e cortava o gráfico,
agora se torna uma reta tangente ao ponto que escolhemos, como mostra a
figura 2.4(b). A velocidade instantânea, no instante escolhido, coincide com
o coeficiente angular da reta que tangencia o gráfico nesse ponto, ou seja,
coincide com a inclinação dessa reta.

10
180

160
(a)

140

120

100
x(m)

80

60

40

20

-20
0 2 4 6 8 10
t(s)

180

160 (b)

140

120 (9,108)

100
x(m)

80

60

40

20

0 (3,-9)

-20
0 2 4 t(s) 6 8 10

Figura 2.3: Gráfico x(t) e pontos escolhidos para o cálculo da velocidade


média, no gráfico x(t).

11
200

(a)
150

(9,108)

100
x(m)

50

0 (3,-9)

-50

-100
0 2 4 6 8 10
t(s)

200

(b)
150

(9,108)

100
x(m)

50

(6,0)

(3,-9)
0

-50

-100
0 2 4 6 8 10
t(s)

Figura 2.4: A velocidade média calculada entre os pontos mostrados em (a)


é igual à inclinação da reta que passa por esses pontos. A velocidade instan-
tânea calculada no instante e posição mostrados em (b) é igual à inclinação
da reta que tangencia o gráfico nesse ponto.

12
25
H

20

G
15

F
10

5 E
x(m)

0
D

-5
C

-10

B
-15

A
-20
0 1 2 3 t(s) 4 5 6 7

Figura 2.5: Gráfico x(t) para movimento com velocidade constante.

2.2.1 Exemplos
1. Na figura 2.4(b), o primeiro ponto do gráfico tem coordenadas (0,-90).
(a) Interprete esta informação. (b) Calcule a velocidade instantânea
do móvel, no instante t = 6 s, utilizando as informações do gráfico.

2.3 Movimento com Velocidade Constante


Na figura 2.5, vemos o gráfico x(t) de um movimento com velocidade
constante. Podemos verificar que a velocidade é constante, calculando a ve-
locidade média para intervalos cada vez menores. Por exemplo, vamos fazer
este cálculo para os intervalos AH e DE. As coordenadas dos pontos mos-
trados no gráficos são: A(0,-20), B(1,-14), C(2,-8), D(3,-2), E(4,4), F(5,10),
G(6,16), H(7,22). O valor calculado para vm , nos intervalos AH e DE é 6 m/s.
Podemos perceber que, se continuarmos diminuindo o intervalo de tempo,
o cálculo da velocidade média continuará levando ao mesmo resultado (veja o
exemplo 4, seção 2.3.1). Então, vemos que, quando a velocidade é constante,
os valores das velocidades média e instantânea são iguais. Vamos partir

13
deste raciocínio para chegar a uma função que descreva o comportamento
da posição (x) em função do tempo (t), para movimentos retilíneos com
velocidade constante.

∆x
v = vm = (2.11)
∆t
xf − xi
v= (2.12)
tf − ti
xf = v × tf − v × ti + xi (2.13)

Na equação (2.13), ti é o instante inicial tomado para observar o movi-


mento. Para escrever a função x(t), vamos considerar que este é o instante
em que o cronômetro foi ligado. Então, ti = 0. xi é a posição em que o móvel
está, no instante inicial. Vamos chamá-la x0 . tf é um instante qualquer,
em que observamos o movimento e xf é a posição em que o corpo observado
está, nesse instante. Não há mais necessidade do índice f , portanto, essas
grandezas se tornam t e x. Obtemos, então a função x(t)

x = x0 + v t (2.14)
Observe que esta função tem a forma da equação da reta, y = a + b x,
onde a e b são os coeficientes linear e angular, respectivamente.
A partir da função 2.14, obtemos a expressão para o deslocamento do
móvel no intervalo entre 0 s e o instante t.

x − x0 = v t (2.15)
∆x = v t (2.16)

Em um gráfico v(t), podemos observar que o valor da área calculada sob


o gráfico (ou seja, entre a curva e o eixo x) coincide com o valor de ∆x.
No gráfico da figura 2.6, o cálculo da área compreendida entre as linhas
tracejadas nos fornece o deslocamento do móvel no intervalo de 1 s a 4 s.

2.3.1 Exemplos
1. Em 2015, foi anunciado o recorde de velocidade para tartarugas. A
tartaruga britânica Bertie atingiu a velocidade máxima de 1 km/h.
Imagine que Bertie esteja se movendo com velocidade constante de 0,8
km/h, no sentido negativo de uma trajetória retilínea. Você liga o
cronômetro quando ela está passando na posição 5 m. (a) Escreva a

14
6

4
v(m/s)

0
0 1 2 3 4 5
t(s)

Figura 2.6: Gráfico v(t) para movimento com velocidade constante.

20

15

10
x(m)

-5

-10
0 1 2 3 4 5 6 7 8
t(s)

Figura 2.7: Gráfico de posições de um objeto com velocidade constante.

15
função x(t) do movimento de Bertie, em unidades do SI. (b) Calcule a
posição em que ela estará, no instante 30 min.

2. Gráficos do movimento. O gráfico da figura (2.7) representa as posições


de um objeto que se move com velocidade constante. São dados dois
pontos: (0,18) e (6,0). A seguir, o texto descreve, detalhadamente, o
movimento do objeto. Complete-o. Para isto, será necessário calcular
o valor da velocidade.
No instante em que iniciou a contagem do tempo, t = 0, o objeto
estava passando na posiçao ________, no sentido ________ do
eixo x, com velocidade de módulo ________. O objeto se movia
com velocidade constante, o que significa que ele manteve a mesma
velocidade, em módulo e sentido, enquanto durou a observação.

3. Gráficos do movimento. Escreva a função x(t) e desenhe o gráfico v(t)


para o movimento representado no gráfico da figura (2.7).

4. Utilizando a equação de uma reta, obtenha a função x(t) correspon-


dente ao gráfico da figura 2.5. Com esta função, calcule as posições
correspondentes aos instantes 3,04 s e 3,05 s. Calcule a velocidade mé-
dia para este intervalo, e escreva uma conclusão, com base na discussão
feita nesta seção.

5. Descreva as características do movimento do gráfico da figura 2.5.

2.4 Movimento com Aceleração Constante


O gráfico da figura 2.8(a) representa um movimento cuja velocidade varia.
Analogamente à análise que fizemos na seção 2.3, podemos verificar que a
aceleração, neste movimento, é constante (veja o exercício 1, da seção 2.4.2).
Também de forma análoga aos procedimentos da seção anterior, podemos
verificar que, quando a aceleração é constante, os valores da aceleração média
e da aceleração instantânea coincidem. A partir disto, podemos determinar
a função v(t), que descreve a variação da velocidade com o passar do tempo.

∆v
a = am = (2.17)
∆t
vf − vi
a= (2.18)
tf − ti
vf = a × tf − a × ti + vi (2.19)

16
15

A
(a)
10
B

D
v(m/s)

-5

-10
F

-15
0 1 2 3 4 5 6
t(s)

15

A
(b)
10
B
vi
C
vf
5

D
v(m/s)

0 ti tf

-5

-10
F

-15
0 1 2 3 4 5 6
t(s)

Figura 2.8: Gráfico v(t) de um movimento com aceleração constante.

17
Na equação 2.19, faremos ti = 0, vi = v0 , vf = v e tf = t, obtendo então
a forma mais conhecida da função v(t)

v = v0 + a t (2.20)
Como vimos na seção 2.3, podemos calcular o deslocamento, em um mo-
vimento, através do cálculo de área, no gráfico v(t) desse movimento. Vamos
usar isto para obter a função x(t) do movimento retilíneo com aceleração
constante.
Primeiro, vamos escolher um trecho do movimento, por exemplo, entre os
instantes 1 s e 1, 5 s. No gráfico da figura 2.8(b), a área entre a curva e o eixo
x, correspondente a esse intervalo, está destacada. Vemos que sua forma é a
de um trapézio. A seguir, calculamos esta área.

(B + b) × h
A= (2.21)
2
(vi + vf ) × ∆t
A= (2.22)
2
onde B, b e h são, respectivamente, a base maior, a base menor e a altura
do trapézio, e ∆t é tf − ti .
Agora, lembrando que ∆x = A, temos:

(vi + vf ) × ∆t
∆x = (2.23)
2
(vi + vf ) × ∆t
xf − x i = (2.24)
2
Até agora, consideramos um trecho qualquer do movimento. Entretanto,
de forma geral escrevemos a função x(t) para um intervalo de tempo iniciado
em t = 0. Então, vamos considerar: ∆t = t − 0 = t, vi = v0 , xi = x0 . Agora,
as grandezas com índice f são valores de posição e velocidade no instante
t, e são representadas simplesmente como x e v. Além disso, já conhecemos
a forma de calcular v, que é dada pela expressão (2.20). Incluindo tudo na
expressão (2.24), obtemos

18
Figura 2.9: Referencial para o movimento de queda livre. As posições estão
em metros.

(v0 + v) × t
x − x0 = (2.25)
2
[v0 + (v0 + a × t)] × t
x − x0 = (2.26)
2
[v0 + v0 + a × t] × t
x − x0 = (2.27)
2
2 v0 × t a × t2
x − x0 = + (2.28)
2 2
a t2
x = x0 + v 0 t + (2.29)
2
A expressão (2.29) é uma função de segundo grau em t, e então o gráfico
x(t) correspondente tem a forma de parábola.

2.4.1 Queda Livre


Chamamos queda livre, genericamente, um movimento vertical (em qual-
quer sentido), próximo à superfície da Terra, em que podemos desprezar a
resistência do ar.
As principais características da queda livre são:
1. A aceleração de queda é igual para todos os corpos, independentemente
de suas massas.
2. A aceleração de queda é constante, ao longo de todo o trajeto. Ela
é denominada “aceleração da gravidade”, e representada por “g”. Seu
módulo é aproximadamente 9, 8 m/s2 .

19
Assim, podemos usar as funções do movimento com aceleração constante
para descrever a queda livre, como é mostrado a seguir.
Como referencial, escolhemos um eixo vertical, que denominaremos “y”,
mostrado na figura 2.9. As posições também serão representadas por y.
No referencial adotado, as funções do movimento são:

v = v0 − (g)t (2.30)
(−g)t2
y = y0 + (v0 )t + (2.31)
2
onde somente o sinal da aceleração da gravidade, g, foi considerado. v0 e y0
podem ter sinal positivo ou negativo.

2.4.2 Exemplos
1. No gráfico da figura (2.8), as coordenadas dos pontos A, B, C, D E e
F são, respectivamente, (0;12), (1;8), (1,5;6), (3;0), (5;-8), (6;-12), em
unidades do SI. Faça o cálculo da aceleração média, usando intervalos de
tempo grandes e pequenos. A partir dos resultados, podemos conscluir
que a aceleração é constante, no movimento considerado?

2. A função (2.20) pode ser comparada à equação de uma reta? Justifique


detalhadamente sua resposta.

3. Gráficos do movimento. (a) Escreva a função v(t) do movimento repre-


sentado no gráfico da figura (2.8). (b) Sabendo que a posição do móvel
era 20 m, no início da observação, escreva a função x(t) desse movi-
mento. (c) Trace os gráficos x(t) e a(t) do movimento. (d) Descreva
detalhadamente o movimento.

4. O gráfico da figura 2.11 representa um movimento com aceleração cons-


tante.(a) Descreva, qualitativamente, o movimento. (b) Esboce o grá-
fico v(t). (c) Utilizando as formas gerais das funções do movimento,
2.13 e 2.20, escreva as funções x(t) e v(t) para este movimento. (d)
Complemente a descrição feita no item “a ”.

5. Uma equação importante e muito utilizada, no estudo do movimento,


é a Equação de Torricelli

v 2 = v02 + 2(a)∆x (2.32)

Deduza esta equação, a partir das expressões 2.20 e 2.13.

20
25

20

15

10
x(m)

-5

-10
0 1 2 3 4 5
t(s)

Figura 2.10: Posições de um objeto com aceleração constante.

2.5 Dedução exata das funções do movimento


unidimensional
Partindo da equação (2.7), podemos obter a função v(t) para o movimento
com aceleração constante:
dv
a= (2.33)
dt
a dt = dv (2.34)
Z Z
dv = a dt (2.35)
v = at + c1 (2.36)

Fazendo t = 0, vemos que c1 = v(0) = v0 , e então obtemos a função (2.20)

v = v0 + a t (2.37)
Agora, partimos de (2.5), para obter a função x(t) do movimento com
aceleração constante.

21
dx
v= (2.38)
dt
v dt = dx (2.39)
Z Z
dx = (v0 + at) dt (2.40)
a t2
x = v0 t ++ c2 (2.41)
2
Fazendo t = 0, vemos que c2 = x(0) = x0 , e então obtemos a função
(2.29)

a t2
x = x0 + v0 t +
2
Na função (2.29), se a velocidade for constante, a = 0 e v0 é um valor de
velocidade constante, v. Fazendo essas modificaçoes, obtemos a função x(t)
para o movimento com velocidade constante, (2.14)

x = x0 + v t
Observação importante: ao escrever ou interpretar uma função do movi-
mento, lembre-se de que os sinais da posição, velocidade e aceleração devem
ser levados em conta.

2.6 Exercícios
1. Um estudante está à procura de um colega. Em certo momento, o
estudante está a 5m de uma esquina, afastando-se dela. Ele está inici-
almente se deslocando a 3 m/s e aumenta a velocidade com uma acelera-
ção constante de 2 m/s2 . O colega está a 80 m da esquina, aproximando-
se dela com velocidade constante de módulo 2 m/s. (a) Escolha um
referencial (eixo x e origem), para resolver o problema de encontro dos
dois, e desenhe-o sobre a figura 1. Marque e identifique, no referencial,
a posição da esquina, juntamente com as posições iniciais do estudante
e do colega. Identifique também os sentidos positivo e negativo de des-
locamento nesse referencial. (b) No referencial escolhido, escreva as
funções x(t) do estudante e do colega.
2. A posição de uma partícula é dada por x = 16 − (2)t + (2)t2 , em
unidades do SI. (a) Calcule o deslocamento e a velocidade média no
intervalo entre t = 1 s e t = 5 s; (b) verifique se há inversão do sentido de
movimento. Em caso positivo, calcule o instante em que isso acontece.

22
Figura 2.11: Exercício 1 .

3. Um corpo (A) se movimenta em linha reta, com posição x(t) dada pelo
gráfico da figura 3(a). Outro corpo (B), na mesma linha reta, passa pela
posição 5 m, no instante t = 0 s, com velocidade dada pelo gráfico v(t)
da figura 3(b). (a) Escreva as funções x(t) e v(t) para os dois corpos.
(b) Verifique se os dois corpos se encontram. Em caso positivo, calcule
o instante e a posição em que isso acontece. (c) Esboce os gráficos v(t)
do corpo A e x(t) do corpo B.

Figura 2.12: Exercício 3(a) Figura 2.13: Exercício 3(b)

4. A pedra 1 é solta de 50 m de altura. No mesmo instante, a pedra 2


é jogada para baixo, da altura de 100 m de altura. Qual deve ser o
módulo da velocidade inicial da pedra 2, para que ela chegue ao chão
junto com a pedra 1?

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Referências Bibliográficas

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos


de Física – Mecânica. v. 1. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
SEARS, Francis Weston; ZEMANSKY, Mark Waldo; YOUNG, Hugh
D.; FREEDMAN, Roger A. Física. v. 1. 12 ed. São Paulo: Pearson
Addison Wesley, 2008.
TIPLER, Paul A. Física. v. 1. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2009.
NUSSENZVEIG, H. Moysés. Curso de Física Básica. v. 1. 2 ed. São
Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1981.
ALVARENGA, Beatriz; MÁXIMO, Antonio. Curso de Física. v. 1. 4 ed.
São Paulo: Editora Scipione, 1997.

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