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Bruxelas, 25.04.2006
COM(2006) 173 final
{SEC(2006) 511}
PT PT
ÍNDICE
PT 2 PT
COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO CONSELHO, AO PARLAMENTO
EUROPEU, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E
AO COMITÉ DAS REGIÕES
Os êxitos e as potencialidades da Administração em linha são já claramente visíveis, estando diversos países
da UE no grupo dos líderes mundiais. A facturação electrónica na Dinamarca faz poupar anualmente
150 000 000 € aos contribuintes e 50 000 000 € às empresas. Se for introduzida em toda a UE, pode originar
uma poupança anual de 50 000 000 000 €. Na Bélgica, as pessoas com deficiência podem agora obter apoios
através da Internet em poucos segundos, quando anteriormente eram necessárias três a quatro semanas. Esta
poupança de tempo e esta comodidade podem generalizar-se em muitos serviços públicos e beneficiar toda a
população europeia.
1
“Global Competitiveness Reports” do Fórum Económico Mundial, “Innovation Trendcharts and
Scoreboards” da Comissão Europeia, “Global eGovernment Readiness Reports” da ONU (2003, 2004,
2005).
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Com o presente plano de acção, a Comissão procura:
– Assegurar que os serviços de Administração em linha a nível nacional não criem novos
entraves ao mercado único, devido à fragmentação e à falta de interoperabilidade;
O plano de acção incide no contributo da Comissão Europeia para a realização das políticas
comunitárias e dos objectivos dos Estados-Membros, nomeadamente a estratégia de Lisboa, o
mercado interno, a iniciativa “Legislar Melhor” e a cidadania europeia.
O plano de acção centra-se em cinco grandes objectivos para a Administração em linha, com
metas concretas para 20104:
• Não deixar ninguém de fora: fazer avançar a inclusão através da Administração em linha,
para que, em 2010, todos os cidadãos beneficiem de serviços de confiança, inovadores e de
fácil acesso;
• Criar serviços essenciais de elevado impacto para cidadãos e empresas: em 2010, 100%
dos processos de contratação pública estarão disponíveis electronicamente, com uma taxa
de utilização efectiva de 50%5, e haverá um acordo de cooperação para serviços em linha
adicionais de elevado impacto para os cidadãos;
2
24 de Novembro de 2005, Manchester, Reino Unido.
http://www.egov2005conference.gov.uk/documents/proceedings/pdf/051124declaration.pdf
3
Declaração da EICTA (indústria) sobre Administração em linha, 25 de Novembro de 2005
4
Os primeiros quatro objectivos são resumos dos enunciados na Declaração Ministerial.
5
Para contratos públicos acima do limiar comunitário; ver a secção 4.
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• Reforçar a participação e a tomada de decisões democrática – fazer a demonstração,
em 2010, de ferramentas para uma efectiva participação no debate público e em processos
democráticos de tomada de decisões.
6
“eAccessibility of Public Sector Services in the EU”, Novembro de 2005, relatório da Presidência
Britânica.
7
Comunicação “Info-acessibilidade (eAccessibility)”, COM(2005) 425
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A Comissão Europeia, em parceria aberta com os Estados-Membros, o sector privado e a
sociedade civil e em coordenação com a rede das administrações públicas europeias
(EPAN), lançará as seguintes acções específicas:
Serviços eficientes poupam tempo e dinheiro e serviços eficazes são mais úteis para os
cidadãos, as empresas e as administrações, em consonância com os cinco objectivos do
presente plano de acção. Proporcionam benefícios a três níveis: a) aos cidadãos e empresas; b)
às administrações; c) à sociedade e à economia em geral.
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3.1. Medição e Aferição
Para que a Administração em linha passe a ser uma realidade quotidiana, é essencial fornecer
informação relevante8 e quantificar, aferir desempenhos9, medir e comparar impactos e
benefícios. Tem-se avançado na definição de um quadro comum de medição centrado nos
impactos e benefícios, que inclui a aferição de desempenhos com base em indicadores
comuns (medidos a nível nacional ou mediante uma acção à escala europeia) e um melhor
conhecimento da situação a partir de casos específicos, recorrendo a indicadores
quantificáveis10. Estão a surgir modelos económicos que devem ser desenvolvidos como
ferramentas complementares com vista a identificar modos de utilização dos dados,
nomeadamente identificando a relação entre investimento e produtividade num projecto de
Administração em linha ou a contribuição das políticas e programas de Administração em
linha para o crescimento do PIB, o emprego ou a coesão social.
No curto a médio prazo, propõe-se que os esforços incidam na sustentabilidade dos serviços
de infra-estrutura, através de programas comunitários e de financiamento nacional/regional.
Falta ainda assegurar uma sustentabilidade a longo prazo18.
8
Os inquéritos do Eurostat a agregados familiares e empresas nos Estados-Membros fornecem
importantes informações sobre a Administração em linha inclusiva e a contratação pública por via
electrónica.
9
MODINIS: aferição de desempenhos dos serviços básicos de Administração em linha – 6.º exercício de
medição (2006) – e novo projecto-piloto para melhorar o indicador utilizado na aferição de
desempenhos da Administração em linha.
10
Estudo MODINIS eGEP sobre o financiamento, os benefícios e os aspectos económicos da
Administração em linha, http://europa.eu.int/egovernment_research.
11
Declaração Ministerial, Segunda Conferência Ministerial, Como, Itália, 7 de Julho de 2003;
Comunicação de 2003 relativa à Administração em linha, COM(2003) 567; Conclusões do Conselho
sobre a Administração em linha, Dezembro de 2003.
12
http://egov-goodpractice.org
13
Observatório da Administração em linha: http://europa.eu.int/egovo
14
http://europa.eu.int/youreurope
15
http://europa.eu.int/idabc/en/document/2097/556
16
http://europa.eu.int/comm/taxation_customs/common/publications/com_reports/customs/index_en.htm
17
“E-Commission 2006-2010, Enabling Efficiency and Transparency”, 22 de Novembro de 2005.
18
Em relação ao programa IDABC, a Decisão 2004/387/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de
21 e Abril de 2004 (JO L 144 de 30.04.2004, ver rectificação no JO L 181 de 18.05.2004, p. 25)
especifica, no n.º 8 do artigo 10.° e na alínea d) do artigo 3.°, que devem ser definidos mecanismos que
garantam a sustentabilidade financeira e operacional dos serviços de infra-estruturas IDABC.
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A Comissão Europeia, em parceria com os Estados-Membros, o sector privado e a sociedade
civil, lançará as seguintes acções:
Um dos serviços de elevado impacto diz respeito aos processos de contratação pública por via
electrónica. Na Europa, a receita pública representa cerca de 45% do PIB e as aquisições
efectuadas pelas autoridades públicas representam 15 a 20% do PIB, ou seja, 1 500 000 a
2 000 000 milhões de euros anuais. A contratação e a facturação electrónicas podem
proporcionar uma poupança de cerca de 5% no custo total da contratação e uma redução de
10% ou mais no custo das transacções, originando assim uma poupança anual de dezenas de
milhares de milhões de euros. Concretamente, as PME podem beneficiar de um acesso mais
fácil aos mercados dos contratos públicos, reforçando a sua capacidade no domínio das TIC e,
consequentemente, a sua competitividade.
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assegurarem que, no mínimo, 50% dos contratos públicos que excedem o limiar
comunitário19 sejam realizados por via electrónica em 2010.
Entre 2006 e 2010, serão estabelecidos com os Estados-Membros acordos de cooperação para
outros serviços de Administração em linha de elevado impacto.
19
De cerca de 50 000 € para serviços públicos simples até 6 000 000 € para obras públicas.
20
COM(2004) 841; Quadro jurídico no domínio dos contratos de direito público por via electrónica no
âmbito do pacote legislativo das Directivas 2004/18/CE e 2004/17/CE
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interoperável da identificação electrónica (eIDM) para o acesso a serviços públicos, a
autenticação de documentos electrónicos e o arquivo electrónico são considerados críticos.
Alguns países da UE estão já a aplicar sistemas eIDM que respondem às necessidades dos
serviços nacionais e respeitam as tradições culturais e as preferências em matéria de protecção
dos dados pessoais. A harmonização dos bilhetes de identidade nacionais poderá ser um meio
específico de implementação de sistemas eIDM em serviços públicos, mas as decisões nesta
matéria são nacionais. Existe uma grande diferença entre bilhetes de identidade nacionais
biométricos e eIDM para serviços públicos: os bilhetes de identidade nacionais estão ao
serviço da segurança pública, nomeadamente facilitando uma gestão integrada das fronteiras e
apoiando o combate ao terrorismo, ao passo que a identificação electrónica para os serviços
públicos se destina a oferecer e facilitar o acesso a serviços personalizados e mais inteligentes.
Será estudada a hipótese de proceder a uma consulta pública mais ampla para se obter uma
perspectiva actualizada no que respeita à aceitação pública. As assinaturas electrónicas
proporcionam tecnologias que podem ser utilizadas no processo eIDM. A Comissão, no
seguimento da Directiva Assinaturas Electrónicas, promoverá activamente o reconhecimento
mútuo e a interoperabilidade das assinaturas electrónicas para superar os obstáculos ao
mercado único. A Comissão avaliará igualmente a necessidade de medidas regulamentares
para desenvolver a identificação e autenticação electrónicas destinadas aos serviços públicos.
Note-se ainda que os documentos electrónicos serão essenciais para muitos serviços,
nomeadamente contratos públicos, receitas médicas à distância ou certificados de
habilitações. Entre 2006 e 2010, a Comissão estabelecerá, com os Estados-Membros, um
quadro de referência para documentos electrónicos autenticados em toda a UE e elaborará e
aplicará um programa de trabalho para uma cooperação mais estreita na gestão e autenticação
de registos e arquivos electrónicos nas administrações públicas e na facilitação do acesso
transfronteiras aos mesmos.
21
Comunicação relativa à interoperabilidade, COM(2006) 45
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A Comissão, juntamente com os Estados-Membros, o sector privado e a sociedade civil,
lançará as seguintes acções:
A democracia em linha tem a ver com a interface entre democracia, novas tecnologias e novas
formas de organização social e de governação. 65% dos respondentes ao inquérito em linha à
política de Administração em linha esperam que a democracia em linha ajude a reduzir os
défices democráticos22, existindo já bons exemplos de democracia em linha. Não obstante,
falta ainda abordar muitas questões e preocupações, que vão da inclusão à qualidade do
processo de tomada de decisões.
22
Consulta em linha efectuada pela DG Sociedade da Informação e Media, Outubro-Dezembro de 2005.
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progressos com a partilha de soluções reutilizáveis originárias de todo o mundo e contribuir,
através das TIC, para a transparência das instituições europeias e a participação dos cidadãos.
A iniciativa “Comissão em linha” e a iniciativa europeia para a transparência contribuirão
igualmente para estes objectivos23. Por outro lado, recorrer-se-á às melhores práticas e a
especificações comuns de ferramentas para aproximar os cidadãos dos processos de tomada
de decisões parlamentares, em consulta com os parlamentos do espaço da UE e outras partes
interessadas.
2006 Lançar uma acção preparatória relativa a ferramentas baseadas nas TIC para
melhorar o processo de tomada de decisões parlamentar.
O grupo apresentará relatórios sobre a incorporação do plano de acção nos planos nacionais
de Administração em linha (os Estados-Membros comprometeram-se a apresentar relatórios
em 2006) e elaborará estratégias em domínios específicos, como a Administração em linha
inclusiva e os serviços de elevado impacto orientados para o cidadão.
23
Comunicação à Comissão do Presidente e dos Comissários Wallström, Kallas, Hübner e Fisher Boel:
“Lancement d’une initiative européenne en matière de transparence” (não existe versão portuguesa),
SEC(2005)1300
24
http://europa.eu.int/information_society/eeurope/2005/all_about/modinis/
25
http://europa.eu.int/information_society/activities/eten/
26
http://www.cordis.lu/ist/
27
http://europa.eu.int/idabc/
28
http://europa.eu.int/comm/enterprise/enterprise_policy/cip/
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Está previsto que, no relatório anual i2010 e, de dois em dois anos, nas Conferências
Ministeriais, se proceda a um exame global dos progressos realizados e à definição de novas
direcções para as prioridades políticas, com a subsequente actualização do presente plano de
acção, reconhecendo os resultados alcançados e promovendo soluções reutilizáveis.
8. CONCLUSÕES
É essencial que as administrações públicas sejam eficazes e inovadoras, para que a Europa
seja competitiva à escala mundial. A Administração em linha é a chave que desbloqueia as
potencialidades do sector público. O presente plano de acção, anunciado na iniciativa i2010,
traça o caminho a seguir para a Administração em linha na Europa e indica os pontos focais
para os programas, iniciativas e políticas comunitários a realizar entre 2006 e 2010, bem
como soluções práticas de avanço, através de roteiros e da monitorização estratégica em áreas
prioritárias. O êxito da execução do presente plano de acção exige a cooperação de todas as
partes interessadas.
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