Sunteți pe pagina 1din 5

Supremo Tribunal Federal

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 736.114 ESPÍRITO SANTO

RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA


RECTE.(S) : MUNICÍPIO DE VITÓRIA
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA
RECDO.(A/S) : TELEMAR NORTE LESTE S/A
ADV.(A/S) : ADRIANO SEVERO DO VALLE E OUTRO(A/S)

DECISÃO

AGRAVO EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONSUMIDOR.
MULTA ADMINISTRATIVA APLICADA
PELO PROCON. IMPOSSIBILIDADE DE
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO E DA ANÁLISE DE
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL:
SÚMULA N. 279 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE
OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA.
AGRAVO AO QUAL SE NEGA
SEGUIMENTO.

Relatório

1. Agravo nos autos principais contra decisão que inadmitiu recurso


extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da
Constituição da República.

O recurso extraordinário foi interposto contra o seguinte julgado do


Tribunal de Justiça do Espírito Santo:

“AÇÃO ANULATÓRIA - MULTA ADMINISTRATIVA


APLICADA PELO PROCON - PARTE QUE NÃO PARTICIPOU
DO ACORDO - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO -

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 3571877.
Supremo Tribunal Federal

ARE 736114 / ES

VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA


AMPLA DEFESA - AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO -
ARBITRARIEDADE - RECURSO IMPROVIDO.
1. De acordo com o termo de audiência, a Siemens propôs a troca
do aparelho no prazo de 30 dias, troca esta que ocorreria na reclamada
Active Cell, tendo a OI apenas informado que a consumidora
continuaria utilizando o chip normalmente.
2 - Apenas restou acordado a troca do aparelho pela Siemens,
razão pela qual somente esta poderia receber a sanção administrativa,
não sendo legítima a aplicação de multa à OI.
3 - Com a celebração do acordo o processo administrativo foi
suspenso, motivo pelo qual deveria o órgão administrativo do Procon
abrir oportunidade para a reclamada se manifestar em respeito aos
princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, antes de
aplicar a multa.
4 - Considera-se arbitrária a aplicação de multa pelo Procon,
sem antes fazer a advertência acerca da possível sanção, revelando-se
tal atitude totalmente contrária a sua finalidade institucional, qual
seja, de proteger, orientar e fiscalizar toda e qualquer relação de
consumo de forma a garantir relações comerciais saudáveis e que não
gerem riscos aos consumidores.
5 - Recurso improvido” (fls. 2-3, doc. 3).

2. O Agravante alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 5º,


inc. LV, da Constituição da República.

Argumenta que “os elementos constantes nos autos demonstravam,


indubitavelmente, que as fornecedoras praticaram ato ilícito contra o
consumidor” (fl. 7, doc. 17).

Sustenta que “a parte foi intimada de antemão que teria um prazo de


trinta dias para cumprir o acordo e para comprovar tal mister junto à autoridade
administrativa e ficou previamente avisada que após tal prazo sem comprovação
do acordo cumprido o processo seria remetido para análise do Sr. Gerente” (fl. 7,
doc. 17).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 3571877.
Supremo Tribunal Federal

ARE 736114 / ES

3. O recurso extraordinário foi inadmitido pelo Tribunal de origem


sob o fundamento de ausência de ofensa constitucional direta (doc. 6).

Examinados os elementos havidos no processo, DECIDO.

4. O art. 544 do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei n.


12.322/2010, estabeleceu que o agravo contra decisão que inadmitiu
recurso extraordinário processa-se nos autos do processo, ou seja, sem a
necessidade de formação de instrumento, sendo este o caso.

Analisam-se, portanto, os argumentos postos no agravo, de cuja


decisão se terá, então, na sequência, se for o caso, exame do recurso
extraordinário.

5. Razão jurídica não assiste ao Agravante.

6. Concluir de forma diversa do que decidido pelas instâncias


originárias demandaria o reexame do conjunto fático-probatório e a
análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Código de
Defesa do Consumidor). A alegada ofensa constitucional, se tivesse
ocorrido, seria indireta, o que inviabiliza o processamento do recurso
extraordinário. Incide na espécie a Súmula n. 279 do Supremo Tribunal
Federal. Nesse sentido:

“Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Direito


Administrativo. 3. Alegação de negativa de prestação jurisdicional.
Decisão fundamentada, apesar de contrária aos interesses da parte.
AI-QO-RG 791.292. 4. Aplicação de multa. PROCON. Necessidade
de rever a interpretação conferida na origem à legislação
infraconstitucional e de proceder ao reexame do conjunto fático-
probatório. Impossibilidade. Incidência dos enunciados 279, 280 e 636
da Súmula desta Corte. Precedentes. 5. Ausência de argumentos
capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 3571877.
Supremo Tribunal Federal

ARE 736114 / ES

nega provimento” (AI 786.646-AgR, Rel. Min Gilmar Mendes,


Segunda Turma, DJe 17.9.2012, grifos nossos).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. DIREITO DO CONSUMIDOR. CONDUTA
ABUSIVA. IMPOSIÇÃO DE MULTA. IMPOSSIBILIDADE DE
ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DE
REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 279 DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI
756.730-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 14.8.2012,
grifos nossos).

7. O Supremo Tribunal assentou, ainda, que as alegações de


contrariedade aos princípios do contraditório e da ampla defesa, quando
dependentes de exame de legislação infraconstitucional (Código de
Defesa do Consumidor), podem configurar apenas ofensa constitucional
indireta. Nesse sentido:

“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no


sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido
processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos
limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de
reexame de normas infraconstitucionais, configurariam ofensa
constitucional indireta. 3. Imposição de multa de 5% do valor
corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e
III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 643.746-AgR, de
minha relatoria, Primeira Turma, DJe 8.5.2009).

Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Agravante.

8. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo (art. 544, § 4º, inc. II,
alínea a, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno
do Supremo Tribunal Federal).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 3571877.
Supremo Tribunal Federal

ARE 736114 / ES

Publique-se.

Brasília, 25 de março de 2013.

Ministra CÁRMEN LÚCIA


Relatora

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 3571877.

S-ar putea să vă placă și