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Índice
Principais aspectos do Código Geral Tributário 04
Imposto Industrial 14
Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT) 36
Imposto sobre a Aplicação de Capitais (IAC) 46
Imposto Predial Urbano (IPU) 54
Imposto do Selo 57
Imposto de Consumo 68
Imposto sobre as Sucessões e Doações
e Sisa sobre as Transmissões de Imobiliários por
Título Oneroso 76
Lei e Regulamento da Lei do Mecenato 80
Regime Fiscal dos Organismos de Investimento
Colectivo (OIC) 86
Contribuição Especial sobre as Operações
Cambiais de Invisíveis Correntes (Contribuição
Especial) 89
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Guia Fiscal 2018
Editorial
As matérias tributárias continuam a merecer, cada vez mais, um enorme destaque
na vida das empresas e a ter um papel central na evolução económica do País.
Depois de, em 2014, ter sido publicado um extenso pacote legislativo que visou
a actualização dos códigos tributários então em vigor, o País tem vivido um
desafiante ciclo económico, o qual tornou particularmente relevante uma rápida
adaptação dos agentes económicos a um normativo fiscal de maior complexidade
e exigência. Por sua vez, a Administração Geral Tributária tem demonstrado
uma crescente capacidade de cobertura em matéria de acompanhamento dos
contribuintes e o Governo aprovou novos diplomas com impacto em sede de
Imposto Industrial (o Regime das Reintegrações e Amortizações, o Regime das
Provisões e a Lei do Mecenato), um novo regime fiscal aplicável aos Organismos
de Investimento Colectivo e a Contribuição Especial sobre as Operações Cambiais
de Invisíveis Correntes.
Fevereiro de 2018
O Código Geral Tributário (CGT), aprovado pela Lei n.º 21/14, de 22 de Outubro,
concretiza, à luz da Constituição da República de Angola (CRA), os princípios
fundamentais e as bases do sistema fiscal angolano.
O presente Guia Fiscal não pretende fazer uma abordagem exaustiva do CGT,
mas fornecer, no essencial, os aspectos mais práticos que se consideram
relevantes, nomeadamente:
•• Isenções subjectivas;
•• Domicílio fiscal;
•• Juros de mora, juros compensatórios e juros indemnizatórios;
•• Extinção da obrigação tributária;
•• Informação vinculativa;
•• Meios de reacção e prazos de resposta;
•• Penas e mecanismos de redução.
Isenções subjectivas
Podem, ainda, ser concedidas isenções e outros benefícios fiscais a organizações sociais,
culturais, científicas, humanitárias e profissionais, públicas ou privadas de reconhecido interesse
público e sem finalidade lucrativa, desde que cumpridos os requisitos legais previstos na
atribuição desse reconhecimento.
1
As isenções abrangem apenas os rendimentos e o património relativos à realização dos fins estatutários dessas entidades,
às instalações de apoio directo e exclusivo a esses bens, bem como as aquisições gratuitas ou onerosas de quaisquer bens ou
valores, excluindo, portanto, a exploração de actividades económicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados.
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Guia Fiscal 2018
Domicílio fiscal
O CGT estabelece as regras para efeitos da determinação do domicílio fiscal das
pessoas singulares e colectivas, bem como a definição de estabelecimento estável.
Pessoas singulares:
Os contribuintes singulares não residentes que aufiram rendimentos pelo exercício regular ou
ocasional de uma actividade tributável, assalariada ou não, que possuam bens no território
nacional, são considerados domiciliados na residência ocasional que aqui tiveram, considerando-
-se residência ocasional o lugar de permanência em um ou mais períodos de 60 dias, excepto
se tiverem nomeado representante fiscal, caso em que se consideram domiciliados no lugar de
residência habitual do seu representante.
Domicílio fiscal é o fixado nos respectivos estatutos ou, na ausência de designação estatutária, o
lugar da direcção efectiva, considerando-se como tal o lugar em que funciona normalmente a sua
administração principal;
Sempre que a direcção efectiva seja exercida no território nacional, mas a sede estatutária se
situe no exterior, considera-se como domicílio o local da direcção efectiva;
A pessoa colectiva ou entidade fiscalmente equiparada que não tenha sede ou direcção efectiva
em território nacional, mas que possua no País qualquer forma de representação permanente ou
instalações comercias ou industriais, considera-se domiciliada no local dessas instalações ou do
seu representante;
As pessoas colectivas não residentes, que tiverem nomeado representante fiscal, consideram-se
domiciliadas no lugar de residência habitual do seu representante;
Sempre que o domicílio fiscal não puder ser determinado por qualquer dos critérios referidos,
consideram-se domiciliadas no lugar que previamente declararam por escrito, e na falta desta
designação, na área da 1.ª Repartição Fiscal de Luanda.
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Guia Fiscal 2018
Estabelecimento estável:
Instalação fixa, através da qual a empresa exerça toda ou parte da sua actividade,
designadamente:
Local de direcção;
Sucursal;
Escritório;
Fábrica;
Oficina;
Pessoa singular ou colectiva que, não sendo um agente independente, actue no País para uma
empresa e disponha de poderes para concluir habitualmente contratos no País em nome da
empresa, ou, não dispondo de tais poderes, conserve habitualmente no País um “stock” de
mercadorias para entrega por conta da empresa.
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Guia Fiscal 2018
Juros compensatórios
São devidos, à taxa de 1% ao mês, sempre que, por facto imputável ao contribuinte, for retardada
a liquidação de parte ou da totalidade do tributo devido ou a entrega do tributo retido ou a reter
no âmbito da substituição tributária, sem prejuízo da multa cominada ao infractor;
Contam-se dia a dia desde o termo do prazo da entrega da da declaração ou prestação tributária
a pagar ou a reter, até ao suprimento, correcção ou detecção da falta que motivou
o retardamento da liquidação.
Juros de mora
São devidos, à taxa de 1% ao mês, sempre que não forem pagas no mês do seu vencimento
qualquer prestação ou a totalidade das dívidas tributárias ou constituídas no âmbito de relações
jurídicas de direito público, considerando-se mês do vencimento o mês do calendário em que
termine o prazo de pagamento voluntário estabelecido nas leis tributárias, noutras leis, no
contrato ou no acto administrativo de reconhecimento da dívida;
Vencem-se no primeiro dia de cada mês, contando-se por inteiro o mês em que se efectua
a cobrança e incidem sobre a dívida por pagar, líquida de quaisquer descontos em virtude
da antecipação do pagamento ou de reduções resultantes da sua anulação parcial;
Não são devidos juros de mora vencidos há mais de 5 anos anteriormente ao pagamento
da prestação tributária principal.
Juros indemnizatórios
São contados dia a dia desde a data do pagamento da prestação tributária até à data em que seja
restituída ou creditada ao contribuinte;
São também devidos juros indemnizatórios quando o imposto não tiver sido reembolsado
ou restituído ao contribuinte no prazo legal ou nos 60 dias posteriores ao acto administrativo
definitivo que procedeu ao reconhecimento do direito à anulação do imposto.
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Guia Fiscal 2018
A obrigação do imposto pode extinguir-se por compensação, total ou parcial, com crédito do
devedor ao reembolso ou restituição relativamente a qualquer imposto, desde que reconhecido
pela Administração Tributária;
Pode ainda ser requerida pelo contribuinte até ao termo do prazo de oposição em processo de
execução fiscal;
A compensação de créditos tributários por dívidas não tributárias pode efectuar-se no âmbito do
procedimento tributário, a título oficioso ou mediante solicitação do contribuinte;
A compensação de créditos tributários por dívidas não tributárias apenas tem lugar após o prévio
reconhecimento da dívida a favor do contribuinte pela Unidade de Gestão da Dívida Pública e
opera-se através da emissão dos documentos comprovativos de pagamento de impostos.
Confusão
A confusão na mesma entidade das qualidades de sujeito activo e passivo da obrigação tributária
extingue o respectivo crédito, nos termos previstos legalmente.
Caducidade
Só pode ser liquidado o tributo nos 5 anos seguintes àquele a que a matéria colectável respeite
(ampliado para 10 anos quando o retardamento da liquidação tiver resultado de infracção);
O prazo acima referido conta-se, nos impostos periódicos, a partir do termo do ano em que
se verificou o facto tributário e, nos impostos de obrigação única, a partir da data em que o facto
tributário ocorreu;
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Prescrição
Extinção do direito de cobrança da dívida tributária por parte da Administração Tributária pelo
decurso do período de tempo estabelecido pela Lei;
Informação vinculativa
A resposta ao pedido de informação vinculativa deve ser dada no prazo de 30 dias, o qual
é prorrogável por igual período pelo órgão da Administração Tributária competente quando
haja motivos que o justifiquem;
O despacho que recair sobre o pedido de informação vinculativa não é susceptível de reclamação
administrativa ou impugnação judicial, e, no caso de, o pedido recair sobre os pressupostos ainda
não concretizados dos benefícios fiscais não exime os interessados de requerer o respectivo
reconhecimento nos termos da Lei;
A informação vinculativa só pode ser revogada um ano após a sua notificação ao contribuinte,
tendo a revogação efeitos apenas para o futuro.
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Direito de audição
Acto pelo qual o contribuinte, representante legal ou voluntário deve ser ouvido, por parte
da Administração Tributária, em momento prévio à conclusão do procedimento que lhe seja
previsivelmente desfavorável, podendo ser exercido por escrito ou presencialmente na
Repartição Fiscal competente;
Reclamação administrativa
Acto pelo qual o contribuinte pode solicitar a revisão do acto tributário praticado pela Autoridade
Tributária, nomeadamente a emissão de liquidação adicional do imposto;
Quando o acto reclamado for prestação tributária retida na fonte, a legitimidade do substituto
depende da prestação tributária por este entregue nos cofres do Estado não ter sido retida ou
ter sido superior à efectivamente retida;
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Guia Fiscal 2018
Recurso hierárquico
Acto pelo qual o contribuinte pode solicitar a revisão da decisão da reclamação administrativa;
Tem natureza facultativa e efeito meramente devolutivo, salvo disposição legal em contrário.
Nota: Os contribuintes dispõem ainda de outros meios de reacção previstos na legislação fiscal,
designadamente: reclamação do apuramento da matéria colectável, impugnação judicial,
oposição à penhora, oposição à execução.
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Pagamento espontâneo
São reduzidas para 30% do montante mínimo aplicável as multas pagas espontaneamente pelo
infractor, desde que a infracção não constitua crime tributário;
Em acção de inspecção tributária realizada por funcionário que tiver lavrado auto de notícia, as
multas liquidadas são reduzidas para 20% do montante mínimo aplicável, desde que o imposto
em falta, a multa e outros acréscimos legais sejam pagos no prazo de 15 dias após a notificação
para o efeito;
Decorrido o prazo legal sem que a multa tenha sido paga é instaurado processo de transgressão,
não aproveitando o infractor do mecanismo de redução referido.
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Imposto Industrial
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Incidência objectiva
O Imposto Industrial incide sobre os lucros, ainda que acidentais, imputáveis ao
exercício de qualquer actividade de natureza comercial ou industrial.
Incidência subjectiva
1
Designadamente, as heranças jacentes, as pessoas colectivas em relação às quais seja declarada a invalidade, as associações e socie-
dades civis sem personalidade jurídica e as sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, até ao registo definitivo.
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Guia Fiscal 2018
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Grupos
O Código do Imposto Industrial contempla dois grupos:
Nota: Poderão optar pela inclusão no Grupo A, por um período obrigatório de três anos, quaisquer
contribuintes que mencionem a sua pretensão até ao final do mês de Fevereiro do ano a que o
Imposto Industrial respeita.
2
Quando os contribuintes não disponham de contabilidade organizada.
3
Considera-se acto isolado a prática de uma actividade que, de forma contínua ou interpolada, não tenha duração superior
a 180 dias durante um exercício fiscal.
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Créditos incobráveis6.
O imposto que incida sobre transmissões de fonte sucessória, ou sobre transacções gratuitas,
que constituam obrigação tributária de terceiros a sociedades e o imposto que incida sobre as
remunerações dos trabalhadores ou sobre pagamentos de prestadores de serviços que tenham
sido suportados pela entidade sujeita a Imposto Industrial;
Os seguros dos ramos vida e saúde, cujo benefício não seja atribuído à generalidade do pessoal
da empresa;
Os custos não documentados nos termos do Regime Jurídico das Facturas e Documentos
Equivalentes (RJFDE).
4
Consideram-se mais-valias, para efeitos desta categoria, os proveitos ou ganhos realizados, mediante transmissão onerosa,
de quaisquer bens ou direitos, qualquer que seja o título por que se opere a sua transmissão.
5
Relativamente a custos ou perdas com assistência social (manutenção de infra-estruturas de assistência médica, creches, cantinas,
bibliotecas e escolas), os mesmos apenas serão considerados fiscalmente dedutíveis, na medida em que sejam atribuídos em benefício
da generalidade dos trabalhadores. A abertura destas instalações a utilizadores externos ao pessoal da empresa, gerando proveitos
ou ganhos, obriga à inclusão desses proveitos, devidamente discriminados, na matéria colectável de Imposto Industrial.
6
Na medida em que resultem de processos de execução, falência ou insolvência e os mesmos se encontrem devidamente
documentados por certidão pública.
7
A atribuição de qualquer donativo ou liberalidade em incumprimento com as regras da Lei do Mecenato não só implica a não-aceitação
desses custos, como determina que sejam tributados autonomamente à taxa de 15%.
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Documentação de custos
Os custos incorridos com qualquer despesa apenas serão aceites para efeitos
do apuramento da matéria colectável quando devidamente documentados nos
termos da legislação em vigor, designadamente, nos termos do RJFDE8.
Preço final, em moeda nacional, com todos os elementos que concorrem para a sua formação,
salvo as facturas que decorram de processo de importação e exportação, sujeitas às regras do
comércio internacional;
Data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os serviços foram
realizados ou em que foram efectuados pagamentos anteriores à realização das operações, se
essa data não coincidir com a da emissão da factura;
8
Este regime é apenas aplicável a prestadores de serviços residentes no País.
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Valorização de existências
Os valores das existências de materiais, produtos ou mercadorias a considerar
nos proveitos e custos, ou a ter em conta na determinação dos proveitos
ou gastos do exercício, são os que resultarem da aplicação de critérios
valorimétricos que, podendo ser objecto de controlo inequívoco, estejam na
tradição da indústria e sejam geralmente reconhecidos pela técnica contabilística
como válidos para exprimirem o resultado do exercício e, além disso:
9
A taxa de 50% é aplicada nas circunstâncias em que a despesa origine um custo ou um proveito na esfera de um sujeito passivo
isento ou não sujeito a tributação em sede de Imposto Industrial.
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Guia Fiscal 2018
Taxas
As taxas de amortização constantes da Tabela das Taxas de Reintegrações
e Amortizações (abreviadamente designado por “Tabela”) correspondem às
taxas anuais a aplicar pelo método das quotas constantes que se deduzem nos
períodos de vida útil correspondentes.
Aplicação da Tabela
A Tabela está ordenada por títulos que correspondem genericamente à
nomenclatura da classificação das actividades económicas.
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Método de cálculo
O cálculo das amortizações do exercício deve fazer-se pelo método das quotas
constantes, podendo o contribuinte optar pelo cálculo numa base anual ou por
referência a períodos mensais. Os contribuintes podem ainda optar por utilizar
qualquer outro método de cálculo, mediante aprovação prévia da AGT.
Activos revertíveis – desde que calculadas em As não contabilizadas como custos ou perdas
função do número de anos que restam do no exercício a que respeitam;
período de concessão (quando aquele for inferior
ao período de vida útil do bem amortizado);
Bens e elementos amortizáveis adquiridos As que sejam calculadas sobre bens e elementos
em estado de uso – desde que calculadas com do activo imobilizado corpóreo ou incorpóreo
base no período de utilidade esperado; não sujeitos a deperecimento;
Custos com obras efectuadas em propriedades As que excedam as taxas limite e períodos de
alheias, grandes reparações e benfeitorias em bens vida útil estabelecidos na legislação em vigor,
de propriedade própria – desde que calculadas salvo os casos excepcionais devidamente
com base no período de utilidade esperada; justificados e reconhecidos pela AGT;
Activos amortizáveis cujo custo individualizado As que sejam calculadas sobre o valor dos
não exceda AKZ 30.000 – podem ser terrenos10;
totalmente amortizados no exercício em que
entram em funcionamento;
Bens do imobilizado reavaliado – desde que As que sejam calculadas sobre viaturas ligeiras
calculadas nos termos da legislação aplicável; de passageiros ou mistas, cujo custo inicial/
revalorizado exceda AKZ 7.000.000, excepto as
viaturas que se encontrem afectas à exploração
de serviços públicos de transporte ou que
se destinem a ser alugadas no exercício da
actividade normal da empresa;
Bens que tenham sofrido desvalorizações Calculadas sobre barcos de recreio, aviões ou
excepcionais – desde que seja apresentado helicópteros, excepto se estiverem afectos à
requerimento ao Chefe da Repartição Fiscal exploração de serviços de transporte ou alugados
respectiva. no exercício da actividade normal da empresa.
10
Os terrenos não são amortizáveis, excepto se estiverem exclusivamente afectos à actividade de exploração e apenas na parte sujeita
a deperecimento. Caso os imóveis tenham sido adquiridos sem indicação expressa do valor do custo do terreno, atribui-se aos terrenos
um valor de 20% do valor global dos imóveis, a não ser que o contribuinte estime outro valor, com base em cálculos tecnicamente
elaborados e fundamentados por entidade independente e previamente aceites pela AGT.
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Guia Fiscal 2018
Activo Taxas
Nota: Quando os bens estiverem sujeitos a desgaste superior ao que resultaria da sua utilização normal, em consequência de laboração em mais
do que um turno, poderá ser aceite como custo fiscal do exercício a amortização calculada de acordo com o método que estiver a ser utilizado
acrescido de 25%, caso a laboração seja de dois turnos, ou 50%, caso se trate de uma laboração contínua.
Para fazer face aos créditos de cobrança duvidosa, calculadas em função da soma dos créditos
resultantes da actividade normal da empresa existentes no fim do exercício, bem como da sua
antiguidade;
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Com excepção dos contribuintes sujeitos aos Planos de Contas das Instituições Financeiras e Seguradoras, que aplicamas regras dos
respectivos normativos contabilísticos.
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Guia Fiscal 2018
As taxas e os limites das provisões aceites para efeitos fiscais acima referidos
encontram-se fixados na tabela anexa ao Decreto Presidencial n.º 204/15, de 28
de Outubro, a qual se encontra resumida no quadro que apresentamos infra:
1 – Pesca 1% 4% 1% 4%
2 – Indústrias extractivas 1% 4% 1% 4%
3 – Indústrias transformadoras
· Matérias-primas 1% 4% 3% 10%
· Produtos acabados
II – Comércio
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Guia Fiscal 2018
Para que possa ser dedutível para efeitos fiscais, a constituição desta provisão terá que cumprir
cumulativamente os seguintes requisitos:
· Ter como base elementos objectivos e informações idóneas, que justifiquem
a natureza das obrigações e encargos, o ano e o valor contabilizado;
· O valor das obrigações e dos encargos cobertos pela provisão devem ser dedutíveis para
efeitos fiscais, como custo do exercício.
Podem ser constituídas e aceites para efeitos fiscais sempre que o risco de cobrança ou
pagamento se considere devidamente justificado, o que se verifica nos seguintes casos:
· O devedor tenha pendente processos de execução, falência ou insolvência, ou situações
análogas;
· Os créditos tenham sido reclamados judicialmente;
· Os créditos estejam em mora há mais de 6 meses desde a data do respectivo vencimento
e existam provas concretas de terem sido efectuadas diligências para a cobrança dos
montantes em causa.
Note-se que o regime identifica expressamente um conjunto de créditos que não poderão
ser considerados de cobrança duvidosa para efeitos da constituição da presente provisão,
designadamente os créditos sobre pessoas singulares ou colectivas que detenham uma
participação igual ou superior a 10% do capital da empresa ou sobre membros dos seus órgãos
sociais, os créditos sobre o Estado ou Empresas Públicas, bem como aqueles garantidos por estas
entidades.
Os créditos de cobrança duvidosa devem estar enquadrados em conformidade com o Plano Geral
de Contabilidade e devem ser apresentados num mapa, contendo os seguintes elementos:
· Nome do devedor;
· NIF (quando aplicável);
· Valor de cada dívida;
· Data em que foi contraída a dívida;
· Valor da provisão anual;
· Data de constituição da provisão anual;
· Valor da provisão acumulada.
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Guia Fiscal 2018
Esta provisão destina-se a cobrir a perda de valor das existências e será dedutível para efeitos
fiscais caso corresponda à diferença entre o custo de aquisição ou de produção das existências
e o respectivo preço de mercado, no final do exercício a que diga respeito.
Para sujeitos passivos que exerçam actividade editorial, o montante anual acumulado
da provisão corresponderá à perda de valor dos fundos editoriais constituídos por obras
e elementos complementares, desde que tenham decorrido dois anos desde a data do
depósito legal de cada edição.
Caso não sejam utilizadas, as provisões devem ser revertidas no exercício em que se verifique
a não subsistência das razões que justificaram a sua constituição.
As provisões que não devam subsistir por não se terem verificado os eventos a que se reportam
e as que forem utilizadas para fins diversos dos expressamente previstos como fiscalmente
aceites considerar-se-ão proveitos ou ganhos do respectivo exercício.
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Guia Fiscal 2018
Dedução Condições
Proveitos ou ganhos A dedução dos proveitos ou ganhos sujeitos a IAC não é aplicável
sujeitos a IPU e a IAC aos rendimentos das instituições financeiras ou das entidades que
exerçam actividades similares, que estejam sujeitos ao IAC e dele
isentos.
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Guia Fiscal 2018
Taxas
12
A taxa de Imposto Industrial poderá ser reduzida no âmbito de projectos de investimento privado devidamente licenciados por
autoridade pública definida nos termos da legislação em vigor ou em função de legislação especial aprovada para o efeito.
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Guia Fiscal 2018
13
Pode ser deduzido na liquidação sobre as vendas o imposto comprovadamente entregue em excesso nos pagamentos provisórios
dos exercícios anteriores até ao limite de 5 anos.
14
Contudo, se, na determinação final do Imposto Industrial, for apurada uma colecta inferior ao imposto pago provisoriamente no
decurso do exercício, esse crédito deverá ser abatido à colecta dos exercícios seguintes, dentro do prazo geral de caducidade do
imposto (5 anos).
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Guia Fiscal 2018
Esta tributação opera por retenção na fonte, por via da aplicação de uma taxa liberatória de
6,5%. Contudo, não constituem prestações de serviços sujeitas a este regime especial de
tributação as seguintes:
· Serviços de ensino e serviços de assistência médico-sanitária;
· Quaisquer serviços cujo valor integral da prestação não ultrapasse AKZ 2.000;
· Serviços de transporte de passageiros;
· Locação de máquinas ou equipamentos que, pela sua natureza dêem lugar ao pagamento
de royalties, nos termos do Código do Imposto sobre a Aplicação de Capitais.
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Guia Fiscal 2018
15
Conforme Modelos oficiais para cada sector, aprovados pelo Decreto Executivo n.º 456/17, de 2 de Outubro.
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Guia Fiscal 2018
· Balanço;
· Balancete geral analítico antes e depois dos
Declaração lançamentos de rectificação ou regularização Até 30
B
Modelo 116 e de apuramento de resultados e Demonstração de Abril
de Resultados e anexos;
· Relatório técnico.
Conforme Modelos oficiais para cada sector, aprovados pelo Decreto Executivo n.º 456/17, de 2 de Outubro.
16
A redacção do Código do Imposto Industrial não determina, de forma expressa, a data limite para a entrega da Declaração Modelo 2,
17
embora determine que o pagamento deverá ser realizado até dia 30 de Abril de cada ano.
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Guia Fiscal 2018
Grandes Contribuintes
Regime de tributação de grupos de sociedades
Os grupos societários que sejam dominados por um Grande Contribuinte
poderão optar pela sujeição a tributação pela soma total dos resultados fiscais
positivos e/ou negativos das empresas que o constituem.
A sociedade dominante não pode ser detida por nenhuma outra sociedade com sede ou
direcção efectiva em Angola, com condições de integrar o grupo de sociedades;
Nota: A aplicação anual do presente regime tem de ser precedida da entrega da Declaração Modelo 5, na Repartição Fiscal dos Grandes
Contribuintes, com uma antecedência mínima de três meses em relação à data limite de entrega da Declaração de rendimentos Modelo 1
de Imposto Industrial.
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Guia Fiscal 2018
Relações especiais
Considera-se que existem relações especiais entre duas entidades quando uma tem
poder de exercer, directa ou indirectamente, uma influência significativa nas decisões
de gestão da outra, designadamente nos seguintes casos:
Quando a maioria dos membros dos órgãos de administração, direcção ou gerência sejam as
mesmas pessoas ou, sendo pessoas diferentes, estejam ligadas entre si por casamento, união
de facto ou parentesco na linha recta;
Quando entre uma e outra existam relações comerciais que representem mais de 80% do seu
volume total de operações;
35
Imposto sobre
os Rendimentos
do Trabalho
(IRT)
Guia Fiscal 2018
Incidência objectiva
Rendimentos por conta própria ou por conta de outrem, expressos em dinheiro,
ainda que auferidos em espécie, de natureza contratual ou não contratual,
periódicos ou ocasionais, fixos ou variáveis, independentemente da sua
proveniência, local, moeda, forma estipulada para o seu cálculo e pagamento.
Remunerações pagas por partidos políticos e outras organizações de carácter político ou social.
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Guia Fiscal 2018
Grupos de tributação
Os rendimentos sujeitos a IRT dividem-se em três grupos de tributação: A, B e C.
1
Decreto Executivo n.º 15/09, de 3 de Março.
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Guia Fiscal 2018
Remunerações pagas pelas Soma de todas · Contribuições obrigatórias para a Segurança Social;
A entidades patronais as remunerações. · Componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas.
organizada
Volume de facturação do
contribuinte é inferior a 4 vezes Valor constante da tabela
C o valor máximo previsto na de lucros mínimos.
N/A
Volume de facturação do
contribuinte é igual ou superior Volume de vendas de bens e serviços
C a 4 vezes o valor máximo não sujeitos a retenção na fonte no N/A
previsto na tabela dos lucros decorrer do exercício.
mínimos
do Imposto Industrial2
2
No que se refere aos serviços previstos nos termos dos artigos 67.º e 71.º do Código do Imposto Industrial (em vigor a partir de 1 de
Janeiro de 2015, aprovado pela Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro), encontram-se apenas expressamente excluídos de retenção na fonte:
− Prestações de serviços efectuadas por entidades residentes:
• Serviços de ensino, serviços prestados por jardins-de-infância, lactários, berçários e estabelecimentos análogos a estes;
• Serviços de assistência médico-sanitária e operações conexas efectuadas por clínicas, hospitais e similares;
• Quaisquer serviços, cujo valor integral da prestação não ultrapasse os AKZ 20.000;
• Os transportes de passageiros;
• Locação de máquinas ou equipamentos que, pela sua natureza, dêem lugar ao pagamento de royalties, nos termos do Código do IAC;
• Serviços de intermediação financeira e seguradora;
• Serviços de hotelaria e similares;
• Serviços de telecomunicações.
− Prestações de serviços efectuadas por entidades não residentes:
• Serviços de ensino, serviços prestados por jardins-de-infância, lactários, berçários e estabelecimentos análogos a estes;
• Serviços de assistência médico-sanitária e operações conexas efectuadas por clínicas, hospitais e similares;
• Quaisquer serviços, cujo valor integral da prestação não ultrapasse os AKZ 2.000;
• Os transportes de passageiros;
• Locação de máquinas ou equipamentos que, pela sua natureza, dêem lugar ao pagamento de royalties, nos termos do Código do IAC.
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Guia Fiscal 2018
3
Os interessados devem entregar cópia do contrato de arrendamento na Repartição Fiscal, no prazo de 15 dias a partir da assinatura do
contrato, sob pena de tributação do subsídio na sua totalidade.
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Isenções
Estão isentos de IRT os seguintes rendimentos:
Rendimentos isentos
Rendimentos dos agentes das missões diplomáticas e consulares estrangeiras quando exista
reciprocidade no tratamento;
Rendimentos do pessoal dos serviços de organizações internacionais, nos termos dos acordos
ratificados pelo órgão competente do Estado;
Rendimentos auferidos pelos deficientes físicos e mutilados de guerra, cujo grau de invalidez ou
incapacidade seja igual ou superior a 50% 4;
Rendimentos auferidos pelos cidadãos nacionais com idade superior a 60 anos derivados do
trabalho por conta de outrem;
4
Comprovada com apresentação pelo contribuinte de documentação emitida por autoridade competente.
5
Desde que devidamente registados no Departamento Ministerial de tutela.
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Liquidação e Pagamento
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Obrigações declarativas
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Obrigações acessórias
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Imposto
sobre a Aplicação
de Capitais (IAC)
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Incidência subjectiva
O IAC é devido pelos titulares dos rendimentos, sem prejuízo da sua exigência
a outras entidades em casos especialmente previstos no respectivo Código.
Incidência objectiva
O IAC incide sobre os rendimentos provenientes da simples aplicação de capitais
e divide-se em duas secções: A e B.
Secção Rendimentos
1
Presume-se que os mútuos e as aberturas de crédito (excepto se efectuados por organismos corporativos ou tratando-se de créditos
litigiosos em que tenha existido julgamento final de causa) vencem juros à taxa anual de 6%, quando outra mais elevada não conste do
título constitutivo ou não tenha sido declarada, entendendo-se que o juro começa a vencer-se, nos contratos de mútuo, desde a data do
contrato, e, nas aberturas de crédito, desde a data da sua utilização.
2
Presumem-se mutuados os capitais entregues em depósito, cuja restituição seja garantida por qualquer forma.
47
Guia Fiscal 2018
Secção Rendimentos
· Lucros atribuídos aos sócios ou accionistas das sociedades comerciais ou civis sob
a forma comercial, bem como
o repatriamento dos lucros imputáveis a estabelecimentos estáveis de não
residentes em Angola;
· Importâncias ou valores atribuídos aos sócios das sociedades cooperativas, desde
que constituam remunerações do capital;
· Juros, prémios de amortização ou reembolso e outras formas de remuneração
das obrigações, títulos de participação ou outros títulos análogos emitidos por
qualquer sociedade;
· Juros de suprimentos ou de outros abonos efectuados pelos sócios ou accionistas
às sociedades, bem como os rendimentos dos mesmos que, tendo sido atribuídos
aos sócios das sociedades não anónimas nem em comandita por acções, por eles
não sejam levantados até ao fim do ano da respectiva atribuição3;
· O saldo dos juros apurados escriturados em conta corrente;
· Importâncias atribuídas a empresas singulares ou colectivas a título de
indemnização pela suspensão da sua actividade;
· Lucros que as pessoas singulares ou colectivas aufiram em regime de conta em
participação;
· Emissão de acções com reserva de preferência na subscrição4;
B
· Royalties;
· Juros dos depósitos à ordem e a prazo;
· Juros, prémios de amortização ou reembolso e outras formas de remuneração
dos Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central;
· O quantitativo dos juros contáveis desde a data do último vencimento, ou da
emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não tiver ocorrido qualquer
vencimento, até à data da transmissão de obrigações de empresas privadas,
Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central, bem como
os prémios de amortização ou de reembolso e outras formas de remuneração
daqueles títulos, na parte correspondente àqueles períodos;
· O saldo positivo, apurado em cada ano, entre as mais-valias e menos-valias
realizadas decorrentes da alienação de participações sociais ou outros
instrumentos que gerem rendimentos sujeitos a IAC5, desde que não obtidos no
âmbito da actividade comercial do sujeito passivo e sujeitas a Imposto Industrial
ou Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho6;
· Prémios de jogo de fortuna ou azar, rifas, lotarias ou apostas, qualquer que seja
a sua natureza ou proveniência;
· Quaisquer outros rendimentos derivados da simples aplicação de capitais, não
compreendidos na secção A.
3
Entende-se que os suprimentos, abonos e lucros referidos geram sempre rendimento, cujo quantitativo não pode ser inferior
ao resultante da taxa máxima anual de juros activos estabelecido pelo BNA para as operações de crédito realizadas pelos bancos
comerciais com as empresas.
4
A matéria colectável é, neste caso, constituída pela diferença entre o preço de emissão e o valor das acções emitidas por virtude do
aumento de capital, considerando-se como reserva de preferência a emissão de acções em que estas sejam oferecidas aos accionistas
por valor mais baixo do que o estabelecido para o público.
5
Quando as mais-valias ou menos-valias forem realizadas em mercado regulamentado, e tenham por objecto, nomeadamente,
participações sociais, obrigações de empresas privadas, Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central com
maturidade igual ou superior a 3 anos, apenas relevam 50% do respectivo saldo.
6
Neste caso, a matéria colectável é dada pela diferença positiva ou negativa entre o preço de alienação e o preço de aquisição,
deduzidas das despesas de transacção inerentes à aquisição e alienação dos títulos.
48
Guia Fiscal 2018
Territorialidade
Secção Rendimentos
· Rendimentos pagos por uma pessoa singular ou colectiva com domicílio, sede
ou direcção efectiva em território angolano;
· Rendimentos postos à disposição através de um estabelecimento estável em
B território angolano;
· Rendimentos recebidos por pessoas singulares ou colectivas com domicílio,
sede ou direcção efectiva em território angolano;
· Rendimentos atribuídos a um estabelecimento estável em território angolano.
Isenções objectivas
Secção Rendimentos
7
Presumem-se totalmente aplicados em Angola os capitais colocados através de actos celebrados no seu território ou cuja restituição
tenha sido caucionada com bens aí existentes.
49
Guia Fiscal 2018
Isenções subjectivas
Secção Rendimentos
8
Isenções atribuídas nos termos do Código Geral Tributário.
50
Guia Fiscal 2018
Taxas
51
Guia Fiscal 2018
Liquidação e pagamento
· Todos os · Titular dos rendimentos, quando Até ao último dia do mês seguinte àquele
rendimentos o mesmo possua residência, a que respeite o imposto.
sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável em Angola;
· Devedor dos rendimentos, sempre
que o rendimento seja devido por
A pessoas colectivas ou singulares
com contabilidade organizada a
favor de pessoas singulares ou
quando o titular do rendimento
não possua em Angola residência,
sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável.
Rendimentos não sujeitos · Titulares / beneficiários Até ao último dia do mês seguinte àquele
a retenção na fonte: dos rendimentos. a que respeite o imposto.
· Emissão de acções com
reserva de preferência na
subscrição.
Rendimentos sujeitos · Entidade pagadora dos · No casos dos i) lucros atribuídos aos sócios
a retenção na fonte: rendimentos, se tiver residência, ou accionistas das sociedades comerciais
· Todos os restantes sede, direcção efectiva ou ou civis sob a forma comercial, bem como
rendimentos estabelecimento estável o repatriamento dos lucros imputáveis a
compreendidos em Angola; estabelecimentos estáveis de não residentes em
na Secção B. · Titulares / beneficiários dos Angola, ii) importâncias ou valores atribuídos aos
rendimentos, quando a entidade sócios das sociedades cooperativas, desde que
pagadora dos mesmos não tiver constituam remunerações do capital
residência, sede, direcção efectiva e iii) juros de suprimentos ou de outros abonos
ou estabelecimento estável em efectuados pelos sócios ou accionistas às
Angola. sociedades, bem como os rendimentos dos
mesmos que, tendo sido atribuídos aos sócios
B das sociedades não anónimas nem em comandita
por acções, por eles não sejam levantados até ao
fim do ano da respectiva atribuição, até ao fim do
mês seguinte àquele em que se verifique:
– A aprovação das contas de gerência, ou
– A colocação dos rendimentos à disposição dos
seus titulares antes de encerradas as contas ou
independentemente da sua aprovação formal;
· No casos dos i) rendimentos de obrigações e
outras formas de remuneração de empresas
privadas, Bilhetes do Tesouro e Obrigações do
Tesouro e Títulos do Banco Central, ii) saldo dos
juros apurados em conta corrente e iii) juros de
depósitos à ordem e a prazo, até ao fim do mês
seguimento do vencimento dos juros;
· Até ao fim do mês seguinte à liquidação ou
colocação à disposição dos rendimentos, nos
restantes casos.
52
Guia Fiscal 2018
Obrigações declarativas
Secção Obrigação
Obrigações acessórias
Secção Obrigação
53
Imposto Predial
Urbano (IPU)
Guia Fiscal 2018
Incidência
Isenções
Estão isentas de IPU as seguintes entidades:
Entidades isentas
1
O valor patrimonial a considerar para efeitos de IPU será sempre o maior entre o valor patrimonial definido mediante avaliação
e o valor pelo qual o imóvel tenha sido alienado.
2
Isenções reconhecidas por Despacho da AGT, a requerimento das entidades interessadas, e após pareceres favoráveis
do Ministério das Relações Exteriores e do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR, I.P.).
55
Guia Fiscal 2018
Liquidação e pagamento
A liquidação e pagamento do IPU são processados nos seguintes moldes:
Arrendados Pessoa singular Sem lugar a retenção na Proprietário; O IPU deve ser pago em
3
Quando o imóvel passar à situação de não arrendado, fica sujeito a imposto como prédio não arrendado incidindo imposto, nesse ano,
sobre a proporção do valor patrimonial que corresponda ao remanescente do ano.
4
Da aplicação desta taxa não pode resultarum montante de imposto a pagar inferior a 1% do valor patrimonial do imóvel.
5
Nos casos em que ainda não tiver sido determinado o valor patrimonial, através de uma avaliação geral da propriedade, continua a
usar-se o valor que estiver inscrito na matriz.
6
O sujeito passivo, sob pena de ser considerado responsável pelo pagamento do imposto em falta, fica obrigado a comprovar,
através da obtenção do comprovativo da liquidação e entrega do imposto junto dos cofres do Estado (Documento de Cobrança), do
cumprimento da retenção na fonte por parte do arrendatário.
7
No caso dos prédios não arrendados, o IPU pode ser pago em quatro prestações, com vencimento em Janeiro, Abril, Julho e Outubro
caso essa intenção seja declarada no mês de Julho do ano anterior.
56
Imposto
do Selo
Guia Fiscal 2018
Os documentos, actos ou contratos emitidos ou celebrados fora de Angola, nos mesmos termos
em que o seriam se no País fossem emitidos ou celebrados, caso no mesmo sejam apresentados
para quaisquer efeitos legais;
Incidência subjectiva
Encontram-se obrigados a entregar o imposto ao Estado, entre outros, os
seguintes sujeitos passivos:
Sujeitos Passivos
Notários e Conservadores dos Registos Civil, Comercial, Predial e de outros bens sujeitos
a registo, bem como outras entidades públicas;
58
Guia Fiscal 2018
Encargo do Imposto
O imposto constitui encargo das entidades que, no âmbito das operações
sujeitas a Imposto do Selo, sejam consideradas as titulares do respectivo
interesse económico.
Trespasse; O adquirente.
59
Guia Fiscal 2018
Isenções objectivas
Encontram-se isentos de Imposto do Selo, entre outras realidades, as seguintes
operações:
Isenções objectivas
Os créditos concedidos até ao prazo máximo de 5 dias, o micro crédito e os créditos concedidos
no âmbito de “contas jovem” e “contas terceira idade” cujo montante mensal não ultrapasse,
em cada mês, AKZ 17.600, bem como os juros e comissões cobrados no âmbito das respectivas
operações;
As operações, incluindo os respectivos juros, por prazo não superior a um ano, desde que
exclusivamente destinadas à cobertura de carências de tesouraria, quando realizadas por
detentores de capital social a entidades nas quais detenham directamente uma participação no
capital não inferior a 10% e desde que esta tenha permanecido na sua titularidade durante um
ano consecutivo ou desde a constituição da entidade participada, contanto que, neste último
caso, a participação seja mantida durante aquele período;
Os prémios recebidos por resseguros tomados a empresas que operem legalmente em Angola;
60
Guia Fiscal 2018
Os contratos de trabalho;
Isenções subjectivas
Encontram-se isentas de Imposto do Selo as seguintes entidades:
Isenções subjectivas
As associações de utilidade pública reconhecida nos termos da Lei, excepto quando actuem no
desenvolvimento de actividades económicas de natureza empresarial;
61
Guia Fiscal 2018
Arrendamento e subarrendamento:
· Sobre o valor, aumento da renda ou prorrogação do contrato de 0,1%
arrendamento e subarrendamento para fins habitacionais;
· Sobre o valor, aumento da renda ou prorrogação do contrato de
arrendamento e subarrendamento destinados a estabelecimento comercial, 0,4%
industrial, exercício de profissão em regime independente.
Depósito civil (qualquer que seja a sua forma), sobre o respectivo valor. 0,1%
62
Guia Fiscal 2018
Operações de financiamento:
Pela utilização de créditos, sob a forma de fundos, mercadorias e outros valores
em virtude da concessão de crédito a qualquer título, incluindo o crédito
documentário, a cessão de créditos, factoring e as operações de tesouraria
quando envolvam qualquer tipo de financiamento, salvo, em qualquer
circunstância, as emissões de títulos de dívida de organismos admitidos
a negociação no mercado regulamentado, considerando-se em caso de
prorrogação do prazo do contrato, que o imposto é recalculado em função da
duração total do contrato e deduzido do montante anteriormente liquidado –
sobre o respectivo valor, em função do prazo:
· Crédito de prazo igual ou inferior a um ano; 0,5%
· Crédito de prazo superior a um ano; 0,4%
· Crédito de prazo igual ou superior a cinco anos; 0,3%
· Crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou 0,1%
qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou
determinável, sobre a média mensal obtida através da soma dos saldos em
dívida apurados diariamente, durante o mês, dividido por 30;
· Crédito à habitação. 0,1%
63
Guia Fiscal 2018
Operações de locação:
· Locação financeira de bens móveis – sobre o montante da contraprestação; 0,3%
· Locação financeira e operacional de bens móveis corpóreos, integrando 0,4%
a manutenção e a assistência técnica – sobre o montante da contraprestação.
Letras, livranças, ordens e escritos de qualquer natureza, com exclusão dos 0,1%
cheques, nos quais se determine pagamento ou entrega de dinheiro com
clausulas à ordem ou a disposição, ainda que sob a forma de correspondência
– sobre o respectivo valor, com o mínimo de AKZ 100.
64
Guia Fiscal 2018
Operações sujeitas
Depósito, em qualquer serviço público, dos estatutos de associações e outras instituições cuja
constituição dele dependa;
Transformação em sociedade, associação ou pessoa colectiva que não seja sociedade de capitais;
Apostas de jogos;
Marcas e Patentes;
Actos notariais;
Títulos de dívida pública emitidos por governos estrangeiros quando sejam postos à venda no País;
Precatórios;
Publicidade;
65
Guia Fiscal 2018
Liquidação
A liquidação do Imposto do Selo efectua-se por meio de guia, mediante a
aplicação da respectiva verba.
Pagamento
O pagamento do Imposto do Selo é efectuado mediante a apresentação
do Documento de Cobrança (anterior DLI), discriminando, em anexo, o imposto
cobrado nos termos de cada uma das verbas da tabela, devendo as entidades
escriturar, em conformidade com a sua contabilidade e os respectivos livros
de registo, as realidades existentes.
66
Guia Fiscal 2018
Requisitos a cumprir
O valor das operações e dos actos realizados sujeitos a imposto deverá ser identificado segundo
a verba aplicável constante da tabela anexa ao Código do Imposto do Selo;
O valor das operações e dos actos realizados isentos de imposto deverá ser identificado segundo
a verba aplicável constante da tabela anexa ao Código do Imposto do Selo;
O valor do imposto liquidado deverá ser identificado segundo a verba aplicável constante da
tabela anexa ao Código do Imposto do Selo;
67
Imposto
de Consumo
Guia Fiscal 2018
Incidência objectiva
Encontram-se sujeitos a imposto:
O aluguer de viaturas.
1
Apenas se considera sujeito a Imposto de Consumo o valor cobrado pelo serviço de agenciamento ou intermediação prestado pelas
agências de viagens ou operadores turísticos equiparados, excluindo-se o valor de quaisquer passagens, reservas ou quaisquer outros
bens ou serviços por eles vendidos, quer em seu nome quer em nome de terceiros.
69
Guia Fiscal 2018
Incidência subjectiva
São sujeitos passivos as pessoas que:
Taxas
A taxa geral prevista para o Imposto de Consumo é de 10%, com excepção dos
bens que se encontram listados nas tabelas I, II e III anexas ao Regulamento
do Imposto de Consumo, aos quais são aplicáveis as taxas aí especialmente
previstas.
70
Guia Fiscal 2018
Prestação de serviços
Operações Taxa
Aluguer de viaturas. 5%
71
Guia Fiscal 2018
Isenções
Estão isentas de Imposto de Consumo, entre outras, as seguintes operações:
Operações isentas
Procriação de animais3;
Serviços que resultem de negócios jurídicos em que figurem como adquirente uma sociedade
investidora petrolífera, nacional ou estrangeira, que pratique operações petrolíferas,
exclusivamente nas áreas de concessão em fase de pesquisa ou desenvolvimento, até à data
da primeira produção comercial4.
2
Quando os bens adquiridos são destinados exclusivamente às missões diplomáticas, consulares e organizações internacionais
acreditadas em Angola e desde que estas entidades estejam clara e inequivocamente identificadas na factura ou documento
equivalente.
3
Mediante informação dos serviços de veterinária, em que sejam considerados, como podendo contribuir para o melhoramento
e progresso da produção nacional.
4
A isenção não é aplicável aos serviços de fornecimento de água e energia, comunicações electrónicas e telecomunicações, hotelaria
e outras actividades a si conexas ou similares e acesso a espectáculos ou eventos culturais, de recreação e desporto. A isenção
depende sempre da emissão de um Certificado de Isenção, emitido pela AGT, a requerimento da sociedade investidora petrolífera.
Para efeitos da não liquidação do Imposto de Consumo, a sociedade investidora petrolífera deve entregar uma cópia autenticada do
Certificado de Isenção ao respectivo prestador do serviço, devendo na respectiva factura ou documento equivalente constar a menção
“Facto tributário isento nos termos do Certificado de Isenção, número...”.
72
Guia Fiscal 2018
Encargo do imposto
O Imposto de Consumo constitui encargo dos adquirentes dos bens ou
serviços sujeitos a tributação. Não sendo aplicável o regime de isenção descrito
anteriormente, as entidades que prestem serviços às sociedades investidoras
petrolíferas devem liquidar o imposto no momento da emissão da factura ou
documento equivalente, devendo a respectiva sociedade investidora petrolífera
beneficiária do serviço cativar o valor correspondente ao imposto no momento
do pagamento.
5
Não estão abrangidos por esta regra a prestação de serviços de consumo de água e energia, bem como, os serviços de comunicações
e telecomunicações e os serviços de hotelaria e actividades similares.
6
Esta regra não abrange a prestação de serviços de consumo de água e energia, bem como, os serviços de comunicações e
telecomunicações e os serviços de hotelaria e actividades similares, os espectáculos ou eventos culturais, de recreação e desporto
.
73
Guia Fiscal 2018
Momento da liquidação
A liquidação de Imposto de Consumo ocorre nos seguintes momentos:
Exigibilidade do imposto
O Imposto de Consumo aplicável aos serviços é exigível para efeitos de liquidação
e entrega de imposto ao Estado na data do efectivo pagamento da factura ou
documento equivalente.
Pagamento do imposto
O pagamento do Imposto de Consumo é efectuado pela entidade a quem
compete a liquidação, através do preenchimento e entrega na dependência
bancária ou entidade legalmente indicada para o efeito, do Documento de
Cobrança e dos meios de pagamento adequados.
74
Imposto sobre
as Sucessões
e Doações e Sisa
sobre as Transmissões
de Imobiliários
por Título Oneroso
Guia Fiscal 2018
Incidência do imposto
O Imposto sobre as Sucessões e Doações e a Sisa sobre as Transmissões de
Imobiliários por Título Oneroso1 incidem sobre todos os actos que importem
transmissão perpétua ou temporária de propriedade imobiliária de qualquer
valor, espécie ou natureza, qualquer que seja a denominação ou forma do título.
Incidência
A Sisa e o Imposto sobre as Sucessões e Doações incidem, designadamente,
sobre qualquer:
Transmissão de propriedade perpétua ou temporária, por título oneroso, das concessões feitas
pelo Governo para a exploração de empresas industriais de qualquer natureza.
1
O Regulamento para a Liquidação e Cobrança de Imposto sobre as Sucessões e Doações e Sisa foi aprovado pelo Diploma Legislativo
n.º 230, de 21 de Maio de 1931. Adicionalmente, o Regulamento em apreço sofreu diversas alterações legislativas, nomeadamente, as
decorrentes da Lei n.º 15/92, de 3 de Julho, bem como da Lei n.º 16/11, de 21 de Abril.
76
Guia Fiscal 2018
Incidência específica
Remissão de bens nas execuções judiciais; A transmissão inter-vivos dos mesmos títulos,
em favor de cidadãos nacionais ou estrangeiros,
quando esta tenha lugar em Angola;
Os bens com que os sócios entrarem para As reduções gratuitas de foros, censos ou
o capital social das sociedades, recaindo pensões.
a Sisa sobre o valor total dos bens;
77
Guia Fiscal 2018
Incidência simultânea
Transmissão de bens imobiliários por meio de doações, testamento ou sucessão legítima, com o
encargo de pagamento de dívidas ou pensões.
Isenções
A Fazenda Nacional por todas as aquisições que fizer, a qualquer título, desde que autorizadas
por lei ou contrato ou aceites em forma legal;
As concessões de terrenos do Estado, bem como a sua primeira transmissão depois das
concessões;
Transmissões a favor dos descendentes, ascendentes ou cônjuges, quando os valores dos bens
transmitidos não exceda os AKZ 500.000.0002.
2
500.000 Novos Kwanzas, nos termos da Lei n.º 15/92, de 3 de Julho.
78
Guia Fiscal 2018
Os imóveis com valor inferior a 78.000 UCF para efeitos de liquidação de Sisa, que sejam afectos
à habitação própria permanente do adquirente (somente na primeira transmissão).
Liquidação e Pagamento
3
As isenções a Estados estrangeiros e a Instituições religiosas legalizadas, conforme acima referido, estão sujeitas a reconhecimento
por parte do Presidente do Conselho de Administração da Administração Geral Tributária, a requerimento das entidades interessadas e
após parecer favorável do Ministério das Relações Exteriores e do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos.
4
3.000.000 Novos Kwanzas, nos termos da Lei n.º 15/92, de 3 de Julho.
5
Nas permutações será paga por ambos os permutantes, e nas arrematações e adjudicações judiciais e administrativas pelo executado
e arrematante ou adjudicatário.
79
Lei e Regulamento
da Lei do
Mecenato
Guia Fiscal 2018
Lei do Mecenato
Objecto e âmbito
A Lei do Mecenato (Lei n.º 8/12, de 18 de Janeiro) visa fomentar, valorizar e
promover o mecenato na área social, cultural, desportiva, educacional, juvenil,
tecnológica, da saúde e da informação.
Definições relevantes
Mecenas: Pessoa colectiva que afecta, de forma altruísta e desinteressada
economicamente, bens, serviços ou fundos à realização de acções, com vista a
incentivar e contribuir para o desenvolvimento do sector cultural, desportivo,
educacional, ambiental, científico, tecnológico, da saúde, da sociedade, da
informação, nos termos definidos na presente lei;
Estão excluídos dos benefícios fiscais previstos na lei as pessoas colectivas que
possuam dívidas de impostos ao Estado ou à Segurança Social.
Benefícios fiscais
Isenções
82
Guia Fiscal 2018
Tipologias de mecenato
A Lei do Mecenato contempla a existência de projectos que possam ser elegíveis
para fins de mecenato nas seguintes áreas de intervenção:
· Mecenato social;
· Mecenato cultural;
· Mecenato desportivo;
· Mecenato juvenil;
· Mecenato educacional;
· Mecenato ambiental;
· Mecenato científico e tecnológico;
· Mecenato para a saúde;
· Mecenato para a sociedade de informação.
83
Guia Fiscal 2018
Âmbito
O diploma aplica-se a todas as pessoas colectivas públicas ou privadas, com
sede ou domicílio em Angola, bem como a pessoas colectivas com domicílio ou
sede no estrangeiro, que preencham os requisitos de mecenas ou beneficiário.
Registo do mecenas
Para efeitos fiscais, o mecenas deve requerer o seu registo, junto da AGT, antes
da realização da primeira liberalidade.
Obrigações do mecenas
Comunicar por escrito à repartição fiscal onde estiver domiciliado a realização de qualquer
liberalidade;
Registo do beneficiário
Para efeitos estatísticos, o beneficiário deve requerer o registo junto do
Departamento Ministerial responsável pelo sector de actividade.
84
Guia Fiscal 2018
Obrigações do beneficiário
· Acompanhar a tramitação do projecto, tendo em consideração as notificações e
editais divulgados no âmbito do Regulamento do Mecenato;
· Comunicar ao órgão da Administração Pública responsável pelo respectivo
sector de actividade sobre qualquer liberalidade que tenha recebido, com
identificação do mecenas e do projecto em causa, bem como a descrição da
forma da liberalidade;
· Prestar contas da execução física e financeira dos projectos aos mecenas e à
Comissão de Avaliação;
· O beneficiário sujeito à colecta fiscal deve fazer constar da sua declaração fiscal
anual o valor das liberalidades recebidas.
Obrigações acessórias
O mecenas e o beneficiário devem elaborar um relatório relativo aos recursos
disponibilizados até ao final do mês de Fevereiro do ano seguinte em que se
verificou a concessão do benefício.
85
Regime Fiscal
dos Organismos
de Investimento
Colectivo (OIC)
Guia Fiscal 2018
Tributação
Os OIC são sujeitos a Imposto Industrial sobre os lucros obtidos (no país e no
estrangeiro), os quais são corrigidos em conformidade com as regras específicas
previstas no Decreto referido, nomeadamente quanto a ganhos e perdas
potenciais, não incidindo qualquer outro imposto sobre os seus rendimentos.
Os prejuízos fiscais apurados pelos OIC são reportáveis pelo período de 3 anos.
Liquidação e pagamento
Os OIC devem apresentar anualmente, até ao dia 31 de Maio, a Declaração
Modelo 1 do Imposto Industrial, em duplicado, relativamente ao exercício
anterior, conjuntamente com o balanço, balancete e a demonstração de
resultados, devidamente assinados por contabilista.
87
Guia Fiscal 2018
Isenções
Os OIC estão isentos de qualquer outro imposto sobre o rendimento,
nomeadamente o IAC e o IPU sobre as rendas.
Imposto do Selo
· Nos aumentos de capital;
· Sobre as comissões de gestão cobradas pelas entidades gestoras;
· Sobre as comissões cobradas pelas instituições depositárias dos valores
mobiliários.
Imposto de Consumo
Sobre as comissões de gestão cobradas pelas entidades gestoras.
88
Contribuição
Especial sobre as
Operações Cambiais
de Invisíveis Correntes
(Contribuição
Especial)
Guia Fiscal 2018
Incidência objectiva
A Contribuição Especial incide sobre as transferências efectuadas para o
estrangeiro, no âmbito dos contratos de prestação de serviços de assistência
técnica estrangeira ou de gestão, regulados pelas disposições do Regulamento
sobre a Contratação de Prestação de Serviços de Assistência Técnica Estrangeira
ou de Gestão, aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 273/11, de 27 de Outubro,
incluindo os contratos desta natureza celebrados pelas empresas públicas.
Incidência subjectiva
São sujeitos passivos da Contribuição Especial as pessoas singulares ou
colectivas de direito privado e as empresas públicas, com domicílio ou sede,
direcção efectiva ou estabelecimento estável em território nacional, que
requeiram junto de uma instituição financeira a realização de transferências
para o pagamento dos contratos de prestação de serviços de assistência técnica
estrangeira ou de gestão sujeitos a este tributo.
Isenções subjectivas
Estão isentos desta Contribuição Especial:
· O Estado e quaisquer dos seus órgãos, estabelecimentos e organismos, ainda
que personalizados (excepto as empresas públicas)1;
· As instituições públicas de previdência e segurança social2;
· As associações de utilidade pública reconhecidas nos termos da Lei2.
1
Quando a Contribuição Especial constitua seu encargo;
2
Excepto quando actuem no âmbito do desenvolvimento de actividades económicas de natureza empresarial ou comercial.
90
Guia Fiscal 2018
Exclusões
Não estão sujeitas à Contribuição Especial as seguintes classes de Operações
Cambiais de Invisíveis Correntes, conforme reguladas nos termos do Decreto
n.º 21/98, de 24 de Julho, designadamente:
· Classe 1 - Transportes;
· Classe 2 - Seguros;
· Classe 3 - Viagens;
· Classe 4 - Rendimentos de capitais;
· Classe 5 - Comissões e corretagens;
· Classe 6 - Direitos de patentes, marcas, etc;
· Classe 7 - Encargos administrativos, de exploração e outros;
· Classe 8 - Salários e outras despesas por serviços pessoais;
· Classe 9 - Outros serviços e pagamentos de rendimentos;
· Classe 10 - Transferências privadas;
· Classe 11 - Estado e pessoas de direito público.
Liquidação e pagamento
A liquidação e o pagamento da Contribuição Especial são da responsabilidade
do sujeito passivo e deverão ser efectuados pelo mesmo junto dos serviços
tributários competentes, em momento anterior ao processamento pelas
instituições financeiras da transferência mediante a apresentação do Documento
de Liquidação de Impostos que discrimina o valor tributável.
91
Guia Fiscal 2018
Penalidades
Qualquer instituição financeira que proceda a transferência bancária sem
dispor do Documento de Cobrança comprovativo da liquidação da Contribuição
Especial, está sujeita a aplicação de uma multa correspondente ao dobro do valor
da Contribuição Especial devida, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades
estabelecidas no CGT.
92
Regime fiscal
aplicável ao sector
petrolífero
Guia Fiscal 2018
Contratos de Concessão
94
Guia Fiscal 2018
Forma mais recente de contrato (aplicável a alguns Blocos concessionados após 2009);
O risco das operações é inteiramente suportado pelos membros do Consórcio, os quais caso
as actividades desenvolvidas tenham sucesso, serão remunerados em espécie por parte da
Concessionária.
1
Consequentemente, a análise de qualquer questão fiscal terá de ser confirmada numa base casuística.
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Guia Fiscal 2018
2
A prática de actos complementares ou acessórios das actividades petrolíferas encontram-se sujeitos a outros impostos ou taxas,
bem como direitos e demais imposições aduaneiras, devidos por lei, excepto quando deles estejam expressamente isentos.
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Guia Fiscal 2018
Incidência Sobre o lucro tributável apurado no final do exercício por cada companhia
associada da Concessionária em resultado da prossecução das operações
petrolíferas, de acordo com os princípios contabilísticos aceites e ao abrigo da
legislação em vigor.
2
A percentagem poderá ser incrementada, por exemplo até 65%, caso existam despesas de desenvolvimento não totalmente
recuperadas 4 anos após o início da produção ou 5 anos desde o momento em que foram incorridas, consoante o mais recente, de
modo a permitir a recuperação de tais despesas e desde que o Grupo Empreiteiro tenha cumprido, até à data, todas as obrigações
contratualmente estabelecidas para o efeito.
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Liquidação Deve ser efectuada de forma provisória numa base mensal até ao último dia
do mês seguinte àquele em que ocorrem os levantamentos de petróleo.
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Taxa 20%
Liquidação A liquidação provisória, deve ocorrer até ao último dia útil do mês posterior ao
da produção, sendo que a forma de liquidação depende de opção do Estado,
podendo ser concretizada em dinheiro (tendo por base o Preço de Referência
Fiscal) ou em espécie (caso em que cabe à Concessionária Nacional receber,
dar quitação e administrar o petróleo entregue pelo contribuinte como dação
em cumprimento do imposto devido) – Modelo 1.
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Não sujeição O petróleo produzido ao abrigod dos contratos de partilha de produção não
está sujeito ao ITP
Taxa 70%
Liquidação Deve ser efectuada de forma provisória numa base mensal até ao último dia
do mês seguinte àquele em que ocorrem os levantamentos de petróleo;
Taxa de Superfície
Taxa Valor em moeda nacional equivalente a USD 300 (trezentos) por Km2.
Liquidação Sendo devida pelas associadas da Concessionária, é paga numa base anual
junto da Repartição Fiscal competente, nos seguintes prazos:
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Guia Fiscal 2018
Taxa As contribuições são devidas numa base anual com base nos seguintes
critérios:
· Companhias detentoras de uma licença de prospecção: USD 100.000, por
bloco ou área de concessão;
· Companhias em período de pesquisa: USD 300.000, por cada bloco;
· Companhias em período de produção e que exerçam a actividade de
refinação: USD 0,15 por barril produzido ou processado durante o ano,
respectivamente;
· Companhias que exerçam actividade de armazenagem, transporte e
comercialização de produtos petrolíferos: 0,5% da receita relativa ao volume
de negócios realizado anualmente;
· Companhias de prestação de serviços: 0,5% do valor dos contratos
realizados durante o ano.
Liquidação Pela entidade operadora (em nome das restantes associadas) numa base
trimestral, até ao último dia do primeiro mês posterior ao trimestre a que
respeitarem.
3
Por um período igual ou superior a um ano consecutivo ou intercalado, independentemente do bloco, área de concessão ou do
segmento de actividade onde as mesmas sejam exercidas.
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Guia Fiscal 2018
4
Conforme lista anexa à Lei n.º 11/04, de 12 de Novembro.
5
Este prazo pode ser prorrogado, em casos excepcionais e devidamente comprovados pelo Ministério dos Petróleos e autorizados por
parte do Ministro das Finanças.
6
Este prazo pode ser prorrogado, em casos excepcionais e devidamente comprovados pelo Ministério dos Petróleos e autorizados por
parte do Ministro das Finanças.
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Guia Fiscal 2018
Taxa 30% – em sede de IRP (taxa equivalente à de Imposto Industrial em vigor) para
as associadas da Concessionária em Contratos de Partilha de Produção ou
outras modalidades contratuais.
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Regime fiscal
aplicável
à indústria mineira
Guia Fiscal 2018
Notas:
Ficam excluídas da aplicação do Código Mineiro, as actividades relativas ao reconhecimento, prospecção, pesquisa, avaliação e exploração dos
hidrocarbonetos líquidos e gasosos.
O cálculo da matéria colectável e a liquidação dos encargos tributários opera-se de modo independente entre si e autonomamente em relação
a cada concessão mineira (princípio do “ring fence”).
.
1
A prática de actos complementares ou acessórios das actividades da indústria mineira encontram-se sujeitos a outros impostos
ou taxas, devidos por lei, excepto quando deles estejam expressamente isentos.
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Imposto industrial
Taxa 25% (revertendo 5% a favor da autarquia sob cuja jurisdição se encontre a mina).
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Incidência Sobre o valor dos minerais extraídos à boca da mina ou, quando haja lugar
a tratamento, sobre o valor dos concentrados.
Taxa As taxas do royalty a aplicar sobre o valor dos recursos minerais são as
seguintes:
· 5% minerais estratégicos;
· 5% pedras e minerais metálicos preciosos;
· 4% pedras semi-preciosas;
· 3% minerais metálicos não preciosos;
· 2% materiais de construção de origem mineira e outros minerais.
Liquidação As entidades sujeitas ao imposto devem, até ao dia 15 de cada mês, entregar,
na repartição fiscal competente, a declaração Modelo D, em triplicado, a qual
deve conter as quantidades mensais produzidas no mês anterior, o seu valor,
as bases utilizadas para as determinação do seu preço e outros elementos
necessários ao cálculo do imposto devido.
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Taxa de Superfície
1.º ano 2.º ano 3.º ano 4.º ano 5.º ano
Diamantes 7 12 20 30 40
Pedras semi-preciosas 4 7 10 15 20
Materiais de construção de
2 4 6 10 15
origem mineira e outros minerais
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Taxa Artesanal
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“Deloitte” refere-se a Deloitte Touche Tohmatsu Limited, uma
sociedade privada de responsabilidade limitada do Reino Unido
(DTTL), ou a uma ou mais entidades da sua rede de firmas
membro e respetivas entidades relacionadas. A DTTL e cada uma
das firmas membro da sua rede são entidades legais separadas e
independentes. A DTTL (também referida como "Deloitte Global")
não presta serviços a clientes.