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1. INTRODUÇÃO
Existem excelentes razões para voar acima de 10-12 mil pés de altitude, mas quando
operando em altitudes maiores, algumas considerações adicionais necessitam ser feitas,
em especial no tocante à sobrevivência dos seres animais, em particular o homem.
As pessoas que farão da atmosfera seu local de trabalho necessitam saber algumas
características deste ambiente, em particular no tocante às funções dos sistemas
respiratório e circulatório do ser humano, quando em altas altitudes.
2. A ATMOSFERA
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Ao nível do mar, quando inspiramos é esperado que tenhamos no pulmão,
aproximadamente 159mm de Hg, todavia o pulmão também tem outros gases como 47
mm Hg de vapor de água e 40mm Hg de dióxido de carbono. Desta forma estes gases
reduzem a pressão parcial do componente oxigênio para, aproximadamente 102
mmHg, conforme pode ser visto na 1.
A Lei de Graham estabelece que “um gás de alta pressão exerce uma força através de
uma região de pressão menor, e que se existe uma membrana separando estas regiões
de diferentes pressões e esta for permeável ou semi-permeável, o gás de maior pressão
passará através da membrana para dentro da região de menor pressão”.
Esta lei explica a troca do oxigênio e do dióxido de carbono em nosso sistema
respiratório.
· Hipóxia – pode ser definida como insuficiência de oxigênio nas células do corpo, ela
é causada por suprimento e transporte inadequados de oxigênio ou pela inabilidade do
corpo em usar o oxigênio. A hipóxia é dividida em quatro grupos:
Vários são os sintomas de que estamos vivendo uma situação de hipóxia, sintomas
estes bastante pessoais que devem ser experimentados e reconhecidos. Este estudo é
objeto da disciplina de medicina aeroespacial.
É importante fazermos menção ao fato de que uma pessoa tem como característica
apresentar um tempo de manutenção de suas habilidades efetivas de forma adequada,
quando num ambiente ou condição de insuficiência no suprimento de oxigênio. Este
tempo, como mostrado na figura 3 é denominado TUC – Time of Useful Consciousness
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ou Effective Performance Time (EPT), é variável conforme a altitude em que estamos
voando.
Alguns fatores interferem nestes tempos, como, razão de subida, atividades físicas,
dieta, alimentação e vícios.
Basicamente dois são os métodos para combater a hipóxia de altitude, pela
manutenção da cabine em altitudes não superiores a 10.000 pés ou instalação e
disponibilização de oxigênio para cada uma das pessoas que estiver a bordo.
2. EQUIPAMENTOS DE OXIGÊNIO
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·· Máscaras de fluxo constante usam uma peça facial oronasal para receber o fluxo de
oxigênio, sem uso de vedação facial, o que permite ao usuário exalar sem a remoção
da máscara ou ainda diluir o oxigênio com ar ambiente.
Máscaras de fluxo constante, mais modernas, usam um saco coletor, rebreather bag,
como mostrado na figura 5, afixado à máscara, permitindo a reutilização, pelo menos,
parcial do oxigênio exalado, é usual nesta máscara, também, existir um indicador
visual de que existe o fluxo através do sistema.
O projeto do sistema de fluxo constante, tem como um de seus parâmetros a altitude
limite para seu uso, que pode ser, por exemplo 25.000 pés, com o uso da máscara
descrita, ou 18.000 pés caso uma máscara apenas nasal por usada. Neste caso é
necessário também ter disponível uma máscara facial, para o caso em que o usuário
apresentar congestionamento nasal (FAR 23.1447).
Com a evolução, muitas máscaras faciais são construídas com o selo facial mas com
válvulas de exalação, transformando o saco de reaproveitamento em reservatório. Este
sistema está certificado para uso até 41.000 pés.
·· A figura 1 mostra a pressão alveolar do oxigênio e o percentual de oxigênio de
saturação da hemoglobina do sangue na altitude, com e sem sistema de oxigênio. 90%
de saturação é considerado mínimo para certas funções do tripulante.
O sistema de oxigênio por demanda, fornece o oxigênio somente quando o usuário
inala. Um controle por alavanca pode ser usado para que o regulador disponibilize
automaticamente, uma mistura de ar com oxigênio ou oxigênio puro, 100%. Esta
alavanca é conhecida como alavanca de auto-mistura (automix).
A máscara por demanda está dotada de uma vedação tanto com relação ao ar como em
relação ao oxigênio. Esta máscara supostamente não permite tanto a perda de oxigênio,
como a mistura com o ar externo. Esta máscara permite seu uso em altitudes até
35.000 pés.
Reguladores por demanda com pressão são usados tanto para misturas como por
oxigênio puro, sendo disponibilizado o produto sob pressão dentro da máscara do
usuário, isto é, o usuário fica com a máscara pressurizada por oxigênio, o que faz seu
uso ser efetivo mesmo em altitudes de até 45.000 pés.
A pressão do oxigênio disponibilizado na mascara pode ser controlada tanto manual
como automaticamente através de um aneróide. Esta máscara está dotada de uma
válvula para inalação e outra para exalação sem que haja a fuga da pressão do
oxigênio.
As máscaras pressurizadas necessitam contar com suportes para a cabeça e serem
ajustáveis no rosto.
· Verificação pré-vôo – antes do vôo o tripulante deve colocar a máscara, ajustar para
seu rosto, constatar o funcionamento do indicador de pressão, verificar o
funcionamento do indicador de fluxo e conexões e verificar a quantidade de oxigênio
no sistema.
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·· Não use equipamentos de oxigênio recuperado a não ser que tenha sido
segundo critérios e procedimentos aeronáuticos oficiais.
·· Não usar equipamentos desenvolvidos para trabalhar com baixa pressão, 450
PSI, em alta pressão 1.800-2.200PSI’s. O cilindro de oxigênio deve ter
impresso na sua placa de identificação a pressão pára a qual foi construído,
1800 PSI, por exemplo.
·· Após o uso do oxigênio e antes de acender um cigarro, etc, é indispensável se
assegurar que o suprimento foi cortado.
·· Não fazer qualquer modificação no sistema de oxigênio sem que esteja
devidamente autorizado pela autoridade aeronáutica ou seu representante.
·· Não coloque cilindros portáteis de oxigênio no avião a não ser que estejam
devidamente fixos.
·· Os cilindros de oxigênio dever ser testados hidrostaticamente periodicamente,
em intervalos, regularmente de 5 em 5 anos para que possam ser revisados,
sendo que a data das ultima verificação deve ser inscrito na chapa metálica que
acompanha o cilindro.
4. PRESSURIZAÇÃO DE CABINE
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Esta falha pode ser originada pelo mau funcionamento do próprio sistema do
ponto de vista fisiológico a descompressão ou por dano estrutural da aeronave.
No ponto de vista fisiológico a descompressão da cabine recai em duas
categorias:
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etc, que necessitam passar da área pressurizada para a não pressurizada e vice-
versa.
··Uma fonte de ar comprimido para pressurização e ventilação com capacidade
adequada de fluxo e volume para gerar um diferencial máximo de fluxo, por
exemplo, 10-15 libras de ar por minuto para um avião de 6-8 pessoas.
·· Um meio de regular a temperatura do ar que abastece a cabine.
·· Um meio de regular a pressão e a razão da variação da pressão da cabine.
·· Um meio de regular a razão do fluxo de ar que sai da cabine (Outflow Air
Flux Rate).
A figura 6 nos dá uma idéia da composição de um sistema de pressurização
instalado em aeronaves de da aviação geral.
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· Controle de pressão da cabine – visto ser impraticável se construir uma
cabine hermética e porque as pessoas necessitam ar renovado para respirar e
ventilar, a pressurização é realizada pelo bombeamento de ar em maior volume
do que é necessário e permitindo que ele se escoe, saia.
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máxima a ser voada, mantendo a altitude da cabine em 7.500 pés, será de um
pouco abaixo de 20.000 pés.
ROC-rate of climb
Razões de subida de 500 FPM ou razões de descida de 300 FPM são, em geral,
confortáveis, portanto o ajuste feito pelos pilotos para subir a cabine numa
razão de 200 FPM fará com que a cabine chegue à 7.500 pés bem antes do
destino, conforme calculado. O controle de altitude, isobárico deve ser ajustado
para 7.500 pés.
Para escapar da turbulência e da zona de calor, o avião subirá numa razão de
2.000 RPM, o que está dentro de suas características, em aproximadamente 7,5-
8 minutos, tempo em que a cabine deverá estar entre 2.700 e 2.800 pés, nesta
caso a pressão diferencial máxima será:
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Diferencial = 4,2 PSID
Altitude de cabine 12.0 PSI = 5.800 pés
Para este vôo, uma razão de descida de 200-300 FPM será satisfatória, sendo
que o piloto deve monitorar a altitude da cabine na chegada, para que esteja em
torno de 1700 pés, ou seja, aproximadamente a 500 pés acima da altitude do
aeroporto, o que é confortável.
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mostrado pelo perfil apropriado da figura 13. A válvula de segurança da figura
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cabine e da aeronave se equalizem, como ocorre na aproximação final para o
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pouso ou como no cenário anterior ou mediante o acionamento de uma chave
na cabine.
Operar, abrir, a válvula de segurança, Dump valve, é indicado no caso em que
haja uma falha do sistema de pressurização que cause um crescimento
incontrolável da pressão para o máximo diferencial, um pára-brisa danificado
ou fumaça para ser limpa da cabine. No evento em que a pressão da cabine
necessite ser reduzida para zero, o piloto tem a opção de abrir a válvula de
segurança, safety, cortando a entrada do ar para obter uma perda de pressão
que é usualmente uma redução de pressão de cabine menos severa.
O maior problema de pressurização, não induzido pelo piloto, normalmente,
aparece assim que ocorreu a decolagem, lift off. Os três principais sintomas são:
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