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PROVA P2

CONSTITUCIONAL:
Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Contida: - são aquelas que têm
aplicabilidade imediata, integral, direta, mas que podem ter o seu alcance reduzido
pela atividade do legislador infraconstitucional. - São também chamadas de normas
de eficácia redutível ou restringível.

NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA

( não admite complementação) ela já se basta, e autossuficiente tem todos os


elementos necessários, (e sua aplicabilidade é imediata).

As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que, desde sua criação
(entrada em vigor da Constituição Federal ou da edição de uma emenda
constitucional), possuem aplicabilidade imediata, direta e integral. Vale dizer, as
normas constitucionais de eficácia plena, desde sua gênese, produzem, ou ao menos
possuem a possibilidade de produzir, todos os efeitos visados pelo constituinte
(originário ou derivado). São, portanto, autoaplicáveis. Tem aptidão para produzir
todos os efeitos buscados pelo legislador constituinte, uma vez que conformam de
modo suficiente a matéria de que tratam. Como exemplos, podemos citar os artigos
19; 37, caput; 53; e 230, § 2º.
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA (já é aplicável, já tras
elementos eficazes e já produz efeitos, porem admite a regulamentação, trata de
questões especificas), (sua aplicabilidade é imediata)

As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que possuem aplicabilidade


imediata, direta, mas não integral, uma vez que podem ter o seu alcance reduzido por
atos do Poder Público supervenientes. Ou seja, no caso das normas constitucionais de
eficácia contida, o legislador constituinte regulou suficientemente a matéria versada,
mas possibilitou a atuação restritiva posterior por parte do Poder Público. São,
também, autoaplicáveis. Parcela da doutrina as classificam em normas constitucionais
de eficácia redutível ou restringível.

NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA (não trás todos os


elementos necessários para a produção imediata de efeitos, necessita
regulamentação),( sua aplicabilidade não é mediata, não consigo aplicar agora)

As normas constitucionais de eficácia limitada possuem aplicabilidade indireta, uma


vez que dependem da emissão de uma normatividade futura. Ou seja, essas normas
não produzem com a simples promulgação da Constituição ou da edição de uma
emenda constitucional os seus efeitos essenciais, dependendo da regulamentação
posterior que lhes entregue a eficácia, sendo qualificadas, assim, como normas não
autoaplicáveis. A utilização de certas expressões como “a lei regulará”, “a lei disporá”,
ou “na forma da lei” indicam que a vontade do constituinte precisa ser complementada
para o ulterior efeito da norma constitucional.

A diferença entre norma contida e norma limitada:

A norma contida: ( não precisa , mas admite regulamentação, pois já produz seus
efeitos, a regulamentação, detalhamento restrito.

A norma limitada: precisa de regulamentação para produzir seus efeitos, ela não
produz efeitos,, a regulamentação permite de forma ampla os efeitos.

As normas constitucionais de eficácia limitada subdividem-se em:

a) Normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios


institutivos (ou organizatórios, ou organizativos): são aquelas que dependem de
lei posterior para dar corpo a institutos jurídicos e aos órgãos ou entidades do Estado
previstos na Constituição. Como exemplos, os artigos 88 e 102, § 1º. Essas normas
podem assumir a natureza impositiva ou facultativa. As impositivas estabelecem um
dever de legislar (arts. 33 e 88). Por seu turno, as facultativas trazem uma mera
faculdade para o legislador (art. 22, parágrafo único).
b) Normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios
programáticos (ou apenas normas programáticas): são as que estabelecem
programas, metas, objetivos a serem desenvolvidos pelo Estado, típicas das
Constituições dirigentes. Impõe um objetivo de resultado ao Estado – não diz como o
Estado deverá agir, mas o fim a ser atingido. Como exemplos, os artigos 3º e 7º, IV.
É isso! Espero ter esclarecido o importante tema acima desenvolvido. Para a
verificação da aprendizagem, convido a todos para a resolução das questões a seguir
(todas de 2013). Bons estudos e fé na missão!

Classificação das Normas Constitucionais


Todas as normas constitucionais são dotadas de eficácia;
Aplicabilidade: é a qualidade daquilo que é aplicável
Logo, todas as normas constitucionais são aplicáveis, pois todas são dotadas de eficácia
jurídica. Porém, esta capacidade de incidir imediatamente sobre os fatos regulados não é uma
característica de todas as normas constitucionais.
As normas constitucionais são classificadas quanto à sua eficácia em:
Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Plena:
- são aquelas de aplicabilidade imediata, direta, integral, independentemente de legislação
posterior para sua inteira operatividade;
- produzem ou têm possibilidades de produzir todos os efeitos que o constituinte quis regular;
- tem autonomia operativa e idoneidade suficiente para deflagrar todos os efeitos a que se
preordena;
- conformam de modo suficiente a matéria de que tratam, ou seja, seu enunciado prescrito é
completo e não necessita, para atuar concretamente, da interposição de comandos
complementares.
Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Contida: - são aquelas que têm aplicabilidade
imediata, integral, direta, mas que podem ter o seu alcance reduzido pela atividade do
legislador infraconstitucional.
- São também chamadas de normas de eficácia redutível ou restringível.

Normas Constitucionais de Eficácia Limitada:


- são aquelas que dependem da emissão de uma normatividade futura;
- apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, pois somente incidem totalmente
após normatividade ulterior que lhes dê aplicabilidade
- o legislador ordinário, integrando-lhes a eficácia, mediante lei ordinária, dá-lhes a capacidade
de execução em termos de regulamentação daqueles interesses visados pelo constituinte;
- a utilização de certas expressões como “a lei regulará”, ou “a lei disporá”, ou ainda “na forma
da lei”, deixa claro que a vontade constitucional não está integralmente composta.
Subdividem-se em:
Normas de Princípio Institutivo: são aquelas que dependem de lei para dar corpo às
instituições, pessoas e órgãos previstos na Constituição.
Normas de Princípio Programático: são as que estabelecem programas a serem desenvolvidos
mediante legislação integrativa da vontade constituinte.

Classificação das constituições

1. Quanto ao conteúdo
2. Quanto à forma
3. Quanto ao modo de elaboração.
4. Quanto à estabilidade
5. Quanto à extensão e finalidade
6. Outras classificações

Aplicabilidade das normas constitucionais


1. Classificação tradicional de José Afonso da Silva

• Normas constitucionais de eficácia plena


• Normas constitucionais de eficácia contida
• Normas constitucionais de eficácia limitada
o Normas de princípio institutivo
o Normas de princípio programático

2. Classificação proposta por Maria Helena Diniz

• Normas constitucionais de eficácia absoluta


• Normas constitucionais de eficácia plena
• Normas constitucionais de eficácia relativa restringível
• Normas constitucionais de eficácia relativa complementável ou dependente de
complementação

Conclusão
Bibliografia
Introdução
Visando abordar e esclarecer as classificações das constituições e a aplicabilidade das
normas constitucionais, baseando-se nas ideias de Alexandre de Moraes e de José Afonso
da Silva, de acordo com seus respectivos livros “Direito Constitucional” e “Curso de Direito
Constitucional Positivo”.
Direito Constitucional é um ramo do Direito Público, que possui um grande destaque por
ser fundamental à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos seus
elementos primários e ao estabelecimento das bases da estrutura política. O produto final
do Direito Constitucional é a própria Constituição.
Juridicamente, o texto constitucional deve ser entendido como a lei fundamental e
suprema do Estado, que contem normas referentes à estruturação do Estado, à formação
dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de
competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a Constituição
que individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou
administrativas.
As constituições podem ser classificadas quanto ao seu conteúdo, à sua forma, ao seu
modo de elaboração, à sua origem, à sua estabilidade, quanto à sua extensão e finalidade,
entre outros.
Já com relação à sua aplicabilidade, a classificação tradicional, divide as normas
constitucionais quanto à sua eficácia, sendo ela plena, contida ou limitada. Porém, Maria
Helena Diniz propõe uma nova classificação, tendo por critério a intangibilidade e a
produção dos efeitos concretos. Assim, ela as divide em normas constitucionais de eficácia
absoluta, plena, relativa restringível e relativa complementável (ou dependentes de
complementação).
Ambas as classificações serão abordadas neste trabalho.
Classificação das constituições:
As constituições podem ser classificadas quanto ao seu conteúdo, à sua forma, ao seu
modo de elaboração, à sua origem, à sua estabilidade, à sua extensão e finalidade, entre
outras.
1. Quanto ao conteúdo

• Constituições materiais ou substanciais

Com base no seu lato sensu identifica-se com a organização total do Estado, com regime
político.
Em seu stricto sensu designa as normas constitucionais escritas ou costumeiras, inseridas
ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus
órgãos e dos direitos fundamentais. Partindo desse princípio, a constituição só se referiria
à matéria essencialmente constitucional, sendo todo o resto não constitucional, apesar de
se integrarem a uma constituição escrita.

• Constituições formais

É o modo peculiar do Estado de existir, sob a forma escrita, em um documento


solenemente estabelecido pelo poder constituinte originário e somente modificável por
processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos.
2. Quanto à forma

• Constituições escritas

É o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento, que contém


todas as normas tidas como fundamentais sobre a estrutura do Estado, a organização dos
poderes constituídos, seu modo de exercício e limites de atuação, ou seja, é o mais alto
estatuto jurídico de determinada comunidade. Caracteriza-se por ser a lei fundamental de
uma sociedade, por conter os direitos fundamentais (políticos, individuais, coletivos,
econômicos e sociais).
Logo, a constituição escrita corresponde ao conceito de constituição legal, por ser
resultado da elaboração de uma Carta escrita fundamental, colocada no ápice da pirâmide
normativa e dotada de coercibilidade. Também pode ser chamada de constituição
instrumental (Canotilho, J.J. Gomes), por possuir um efeito racionalizador, estabilizante, de
segurança jurídica e de calculabilidade e publicidade.

• Constituições não escritas


É aquela cujas normas não se encontram aglutinadas em um texto único e solene, mas se
baseia principalmente nos costumes, na jurisprudência, em convenções e em textos
constitucionais esparsos, como a Constituição inglesa.
3. Quanto ao modo de elaboração

• Constituições dogmáticas

É a constituição escrita, elaborada por um órgão constituinte, e sistematiza os dogmas ou


ideias fundamentais da teoria política e do Direito, dominantes no momento.

• Constituições históricas ou costumeiras

É a constituição não escrita, resultante da lenta e contínua formação histórica, do lento


evoluir das tradições, dos fatos sociopolíticos, que se materializam como normas
fundamentais da organização de determinado Estado, e o exemplo ainda vivo é a
Constituição inglesa.
4. Quanto à origem

• Constituições promulgadas / democrático / populares

É a constituição que se origina de um órgão constituinte (Assembleia Nacional


Constituinte), o qual é composto por representantes do povo, eleitos com a finalidade de
elaborá-la.
No Brasil, como exemplo, temos as Constituições de 1891, 1934,1946 e 1988.

• Constituições outorgadas

São aquelas elaboradas e estabelecidas sem a participação e o consentimento popular,


através de imposição do poder vigente à época.
Como exemplos podemos citar as Constituições brasileiras de 1824,1937,1967 e EC
nº01/1969
OBSERVAÇÃO: Ainda existem as chamadas constituições cesaristas , as quais há uma
discussão quanto à sua origem. José Afonso da Silva, em seu livro “Curso de Direito
Constitucional Positivo” diz que não são outorgadas e tampouco democráticas, apesar de
dependerem da ratificação popular por meio de referendo. Já Alexandre de Moraes em
seu livro ”Direito Constitucional” diz que elas são outorgadas, mesmo necessitando do
referendo, pois busca somente ratificar a vontade do detentor do poder.
5. Quanto à estabilidade

• Constituições imutáveis – Alexandre de Moraes

São aquelas vedadas de qualquer alteração e acabam se tornando relíquias históricas.


Algumas constituições poderão ter uma imutabilidade relativa, isso quando a mesma previr
limitações temporais, ou seja, um prazo que não se admitirá a atuação do legislador
constituinte reformador. (Ex.: Art.173, CF/ 1824)

• Constituições rígidas

São aquelas escritas que poderão ser alteradas por um processo legislativo mais solene e
deverão obedecer as exigências formais especiais, deferentes e mais difíceis do que o
existente para a edição das demais espécies normativas (Ex. CF/1988 – Art. 60).

• Constituições flexíveis

Estas, em regra não escritas, escritas somente em casos excepcionais, poderão ser
alteradas pelo processo legislativo ordinário, podendo inclusive a própria lei ordinária
contrastante mudar o texto constitucional.

• Constituições semirrígidas ou semiflexível - Alexandre de Moraes


Estas constituições formam um meio termo entre as duas anteriores. Nesta algumas
regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras
somente por um processo legislativo especial e dificultoso.
OBSERVAÇÃO:
A Constituição Federal de 1988 pode ser considerada como super-rígida, pois suas
normas só podem ser alteradas através de processo legislativo diferenciado, porém, em
alguns pontos, excepcionalmente, ela é imutável (Ex.: CF, art.60 §4º - cláusulas pétreas).
6. Quanto à sua extensão e finalidade – Alexandre de Moraes

• Constituições analíticas ou dirigentes

As constituições analíticas examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam


relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado (Ex.: Constituição brasileira
de 1988).

• Constituições sintéticas / negativas / garantias

Esse tipo de constituição prevê somente os princípios e as normas gerais de regência do


Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e
garantias fundamentais (Ex.: Constituição Norte-americana).
OBSERVAÇÃO: Em seu livro, Alexandre de Moraes cita palavras do Constituinte José
Afonso da Silva, dizendo que a constituição sintética, que é constituição negativa, fora
rejeitada por ser apenas construtora de liberdade-negativa ou liberdade-impedimento,
oposta à autoridade, a qual é um modelo de constituição que às vezes se chama de
constituição garantia. Conclui então, que o novo texto assumiu uma característica de
constituição-dirigente, pois define fins e programa de ação futura, exceto no campo do
sentimento socialista do que no de uma orientação socialdemocrática imperfeita
7. Outras classificações – Alexandre de Moraes

• Constituições dualistas ou pactuadas

São aquelas em que se efetiva um compromisso entre o rei e o Poder Legislativo,


sujeitando-se o monarca aos esquemas constitucionais, e resultando a constituição de
dois princípios: o monárquico e o democrático.

• Constituição nominalista

É aquela cujo texto da Carta Constitucional já contém verdadeiros direcionamentos para


os problemas concretos, a serem resolvidos mediante aplicação pura e simples das
normas constitucionais. A interpretação deveria ser feita somente de forma gramatical-
literal.

• Constituição semântica

A interpretação das normas da constituição semântica depende da averiguação se


seu conteúdo significativo, da análise de seu conteúdo seja ele sociológico,
ideológico ou metódico. Isto possibilita uma maior aplicabilidade político-normativa-
social do texto constitucional.
Aplicabilidade das normas constitucionais
1. Classificação tradicional de José Afonso da Silva
A classificação tradicional das normas constitucionais, dada por José Afonso da Silva com
relação à aplicabilidade das normas constitucionais se dividem em normas de eficácia
plena, contida e limitada.

• Normas constitucionais de eficácia plena

São aquelas que possuem aplicabilidade imediata, direta e integral. Desde a sua entrada
em vigor, produzem ou possuem possibilidade de produzir, todos os efeitos essenciais,
relativamente aos interesses, comportamentos e situações, direta e normativamente, que o
legislador constituinte quis regular.
Não dependem de lei posterior e não necessitam de regulamentação. Vale ressaltar que
não podem ser contidas pelo legislador ordinário.
Para José Afonso da Silva, as normas de eficácia plena são as que de alguma maneira
vedam ou proíbem; estabelecem isenções, prerrogativas ou imunidades; não indicam
órgãos ou autoridades especiais a quem cabe executá-las; não designam procedimentos
especiais para sua execução e não necessitam que sejam elaboradas outras normas que
completem seu sentido e alcance ou especifique seu conteúdo, porque já são completas
em si mesmas.
.

• Normas constitucionais de eficácia contida

São aquelas que o legislador constituinte regulou satisfatoriamente os interesses


relativos a uma determinada matéria, porém deixou margem a restrições por parte da
competência discricionária do Poder Público, nos termos que a lei estabelecer ou nos
termos de conceitos gerais nela enunciados.
Possuem aplicabilidade imediata, direta, mas não integral, porque está sujeita a restrições
que limitem sua eficácia e aplicabilidade. Na sua elaboração o legislador constituinte
regulou e deu aplicabilidade à norma, logo é possível que o direito seja exercido.
Porém pode ser restringido pelo legislador infraconstitucional. Os limites da restrição feita
pelo legislador ordinário serão impostos pelas próprias normas constitucionais.
Para José Afonso da Silva, as normas de eficácia contida são as que possuem atributos
imperativos, positivos ou negativos que limitam o Poder Público. Geralmente estabelecem
direitos subjetivos de indivíduos e entidades privadas ou públicas.
A contenção de eficácia dessas normas serve para limitar esses direitos subjetivos e
autonomias. Cabe ressaltar que o legislador infraconstitucional possui a faculdade de
conter a norma, logo, não é uma obrigação.
Essa limitação feita à norma de eficácia contida tem o intuito de não tornar o preceito
irrestrito.
Neste artigo percebe-se que o legislador constitucional estabeleceu, em regra, a liberdade
para o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão. No entanto, deixou o legislador
infraconstitucional livre para estabelecer restrições quanto à matéria.

• Normas constitucionais de eficácia limitada

São aquelas que apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, pois necessitam
de uma norma posterior, infraconstitucional, para que incida totalmente sobre o interesse
em questão, que irá lhes desenvolver aplicabilidade.
Dividem-se em normas de princípio institutivo e normas programáticas.

• Normas de princípio institutivo

Contém apenas o começo, o esquema geral de determinado órgão, entidade ou


instituição. A efetiva criação, organização ou estruturação fica a cargo de normatização
infraconstitucional na forma prevista pela Constituição.
São esquemas genéricos que destacam programas a serem desenvolvidos posteriormente
pelo legislador infraconstitucional
Essas normas foram introduzidas na Constituição por serem resultado de conflitos
de interesses que estavam em vigor na época da redação da Carta e suas emendas. Elas
tendem a instaurar um regime de democracia real, menos formal com o objetivo de forçar
o legislador a atuar no sentido de elaborar programas e agir na direção apontada pelas
normas programáticas.
Possuem eficácia jurídica, ou seja, revogam leis incompatíveis, proíbem o legislador de
elaborar normas de sentido contrário (incompatíveis), servem de parâmetro para
inconstitucionalidade de leis infraconstitucionais, são utilizadas como interpretação para
resolução de casos levados à apreciação judicial, além de fazerem previsão de atuação
posterior.

2. Classificação proposta por Maria Helena Diniz


Alexandre de Moraes aborda em seu livro as novas espécies de classificação das normas
constitucionais desenvolvidas pela Maria Helena Diniz, que tem por critério a
intangibilidade e a produção dos efeitos concretos, que serão abordadas a seguir.

• Normas constitucionais de eficácia absoluta

São intangíveis. Contra ela não há nem mesmo emenda constitucional. Nenhuma lei pode
contrariá-la, explicita ou implicitamente, pois se o fizerem tornam-se ineficazes e
inaplicáveis.
Exemplo: Cláusulas pétreas
São aquelas que possuem todos os requisitos para que haja possibilidade da produção
imediata dos efeitos previstos, sem necessidade de legislação posterior, porém são
emendáveis. Não precisam de regulamentação e não podem ser contidas pelo legislador
ordinário.

• Normas constitucionais de eficácia relativa restringível

Equivalem-se às normas constitucionais de eficácia contida, definida por José Afonso da


Silva, porém Maria Helena Diniz seguindo as lições de Michel Temer as denomina de tal
maneira, por estas serem de aplicabilidade imediata ou plena, embora sua eficácia possa
ser reduzida ou restringida nos casos e na forma que a lei estabelecer.

• Normas constitucionais de eficácia relativa complementável ou dependente de


complementação

São equivalentes às normas de eficácia limitada da classificação tradicional. Possuem


aplicabilidade mediata, ou seja, dependem de uma norma posterior (lei complementar ou
ordinária) para serem aplicadas.
Enquanto não for promulgada a lei ulterior, essa norma constitucional não produzirá efeitos
positivos, mas terá efeito paralisante quanto às normas precedentes incompatíveis e
impeditiva de qualquer conduta contrária as leis que as procederem quanto ao que ela
estabelece.
Também se dividem em normas de princípio institutivo e normas programáticas.
Conclusão
Concluindo o estudo das tipologias constitucionais, a Constituição Federal de 1988 é
classificada como formal, escrita, legal, dogmática, promulgada (democrática/popular),
rígida e analítica (dirigente).
Todos os tipos de classificação das normas constitucionais tem uma função determinada
dentro do ordenamento jurídico: a de limitar a ação do legislador infraconstitucional e
consequentemente garantir a máxima eficácia e aplicação das normas estabelecidas na
Constituição.
As normas de eficácia plena evitam que a omissão do legislador coloque a ordem
constitucional em risco, por falta de garantias fundamentais indispensáveis a existência do
ordenamento jurídico.
As normas de eficácia contida deveriam limitar a tendência do legislador de abusar de sua
prerrogativa e consequentemente restringir mais do que o necessário para que todas as
garantias e Direitos proclamados pela Ordem Constitucional coexistam.
Já as normas de eficácia limitada, em especial as normas programáticas, deveriam limitar
o legislador para que ele atuasse somente dentro da direção já apontada por elas.
Tema de extrema importância para o Direito, pois o texto constitucional não é uma simples
norma dentro do ordenamento, e sim o fundamento que dá coerência e sustentabilidade a
todo o sistema. Suas normas são superiores a todas as outras existentes, não podem ser
contrariadas, implícita ou explicitamente, e caso ocorra, essas leis não serão capazes de
produzir efeitos, ou seja, as normas da Carta Magna regulam todo o ordenamento jurídico.
PODER CONSTITUINTE:
Trata-se do poder de elaborar e modificar normas constitucionais. Portanto, é o poder
de estabelecer uma nova Constituição de um Estado ou de modificar uma já existente.
É a expressão da vontade suprema do povo, social e juridicamente organizado. São
duas as espécies de poder constituinte: originário e derivado.

O Poder Constituinte é aquele capaz de editar uma Constituição, estabelecendo uma


organização jurídica fundamental, dando forma ao Estado, constituindo poderes e
criando normas de exercício de governo.
O Poder Constituinte é aquele capaz de editar uma Constituição, estabelecendo
uma organização jurídica fundamental, dando forma ao Estado, constituindo poderes e
criando normas de exercício de governo, tal qual o estabelecimento de seus órgãos
fundamentais, os limites da sua ação e as bases do ordenamento econômico e social.

O titular desse poder é o Povo, representados por um órgão colegiado


(Assembleia Constituinte). A legitimação destes é a representação da democracia de um
Estado soberano, onde a premissa do ubi societas e ibi ius encontram-se límpidas na
forma de criação de um Estado.

O Poder Constituinte causa um rompimento com a ordem jurídica anterior,


fazendo com que o Estado precedente à que o povo estava sendo submetido seja
substituído por uma nova legitimação maior, através de sua Carta Magna.

Quanto à Natureza Jurídica do Poder Constituinte, os positivistas acreditam


que é um poder político, que tem a sua força extraída não de normas jurídicas, mas de
forças sociais consolidadas, sendo um poder de Fato. Já para os jusnaturalistas, o poder
Constituinte está acima do direito positivo, sendo um direito inato do homem, partindo
do seu direito natural que é eterno, universal e imutável.

Existem, para tanto, duas formas de manifestação do Poder Constituinte: o Poder


Originário e o Poder Derivado.

1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO


O Poder constituinte originário é aquele responsável pela criação integral de uma nova
Constituição, inaugurando uma nova ordem jurídica. Este tem várias características, sendo ele:
a) Inicial, porque inicia uma nova ordem jurídica, posto que também é chamado de Poder
Constituinte Genuíno ou de Primeiro Grau; b) Ilimitado, porque não sofre qualquer limite
anterior, ao passo que pode desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento vigente
anterior; c) Autônomo, da forma que só cabe a ele estruturar os termos da nova Constituição;
d) Incondicionado e Permanente, por conta de não se submeter a nenhum processo
predeterminado para sua elaboração, bem como que não se esgota com a realização da nova
Constituição, podendo o legislador deliberar a qualquer momento pela criação de uma nova.
Sob uma perspectiva subjetiva, o Poder Constituinte Originário é exercido quando o povo é
titular do seu poder, conforme preleciona o Art. 1˚ da Constituição Federal de 1988 (visão de
Rosseau):

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Para Emmanuel Joseph Sieyès, cuja obra mais importante foi o panfleto Qu'est-ce que le tiers
état, o titular do poder é a Nação. Doravante, quando o Poder Constituinte não é exercido
pelos seus titulares de Direito, sendo exercido por entes estranhos, como a Igreja, Militares,
Grupos econômicos e etc. o poder passa a ser ilegítimo.

Sob uma perspectiva objetiva, a Assembleia Constituinte não tem liberdade de criar normas
de maneira esparsa, injustificada, mas somente àquelas que correspondam a realidade jurídica
e cultural da sociedade à que estão inseridas, sendo um reflexo do seu Povo e da sua ordem
natural. Esse é o pensamento de José Joaquim Gomes Canotilho.

2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO

O Poder Constituinte Derivado é o poder já estabelecido na própria Constituição pelo poder


Originário, que está inserido com o objetivo de legitimar a sua alteração quando necessária.

Conforme ensina Manoel Gonçalves Ferreira Filho:

Embora grupo constituinte algum cuide de preparar a substituição da ideia de direito que
incita a agir, a experiência faz prever a necessidade futura de alterações ou complementações
no texto que edita. Por isso é que dispõe sobre a revisão da Constituição, atribuindo a um
poder constituído o direito de emendá-la. Esse poder instituído goza de um Poder Constituinte
Derivado do originário. Sua Modalidade principal é o poder de modificar formalmente a
Constituição.

O Poder Constituinte Derivado tem várias formas, podendo ser reformador, revisor ou
decorrente.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR

É poder responsável pela alteração e ampliação do texto constitucional, que se manifesta


através das emendas constitucionais, bem como os tratados de Direitos Humanos com força
de emenda constitucional.

A titularidade desse poder emana do povo, que, por sua vez, será representado pelo
Congresso Nacional (Art. 60, CF/88). Tem por principais características ser: a) Subordinado,
porque retira a sua força do poder originário, previamente estabelecido; b) Limitado, porque
tem os seus limites definidos pelo poder originário, que estabeleceu o texto base
constitucional; c) Condicionado, sendo que o seu exercício deve seguir as regras previamente
estabelecidas na Constituição.
Esta forma de reforma está subordinada a diversas limitações materiais quando ao seu
procedimento, devendo seguir diversos requisitos para a sua legitimidade, sendo estes a:

a) Iniciativa: são titulares para apresentarem o projeto de emenda constitucional (Art. 60, I a
III, CF/88): o Presidente da República; 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou 1/3 dos
membros do Senado Federal; mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades dos
Estados, cada uma delas, manifestando-se pela maioria relativa dos seus membros.

b) Deliberação: a proposta deve ser discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional
em 2 (dois) turnos, sendo aprovada se obtiver, em ambas, 3/5 dos votos dos respectivos
membros, ou seja, a maioria qualificada (Art. 60, §2, CF/88).

c) Promulgação: as emendas são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do


Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

O Poder constituinte derivado reformador está sujeito a limites, estes que tratam tanto da
matéria do conteúdo da emenda, até os procedimentos formais da promulgação, são estes os
limites: a) Material, ao passo que é proibido ser matéria de emenda constitucional a abolição
das chamadas "cláusulas pétreas" (forma federativa do Estado; voto direto, secreto, universal
e periódico; separação dos Poderes e direitos e garantias individuais - Art. 60, §4, CF/88);
b) Circunstancial, é defeso que a Constituição Federal seja alterada durante diversas
situações em que o Estado esteja vivendo, como a vigência do estado de sítio, estado de
defesa ou intervenção federal (Art. 60, §1, CF/88); c) Temporal, ao passo que uma proposta
de emenda constitucional é rejeitada ou prejudicada, a mesma matéria não pode ser tratada
através de nova proposta até nova sessão legislativa (Art. 60, §5, CF/88).

PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR OU REVISIONAL

Encontra normatividade no Art. 3˚ da ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias),


que dispõe sobre a necessidade do Congresso Nacional realizar uma "revisão constitucional"
após 5 (cinco) anos da promulgação da Constituição Federal.

É um poder de revisar a Constituição por um processo legislativo menos dificultoso à forma


das emendas constitucionais. Tem eficácia exaurível, ao passo que fora realizada em 1993,
originando 6 (seis) emendas de revisão. Logo, este poder não mais poderá ser exercido, sendo
que qualquer mudança na Constituição Federal atualmente só poderá ser feito através de
emendas, pelo poder Reformador.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE


Trata-se do poder de cada Estado-Membro (unidade federativa) em criar a sua própria
Constituição estadual, sendo, todavia, respeitada a supremacia da Constituição Federal.

Cada Assembleia Legislativa, com os poderes constituintes definidos, deveriam elaborar a sua
Constituição do Estado dentro do prazo de 1 (um) ano, à partir da promulgação da
Constituição Federal.

Difere o Distrito Federal, que, de acordo com o art. 32 da CF/88, se auto-organiza através de
leis orgânicas, votadas em 2 (dois) turnos com intervalo mínimo de 10 (dez) dias, aprovada por
2/3 da Câmara Legislativa.

3. RETROATIVIDADE E RECEPÇÃO

Ao ser criada uma nova Constituição, como já explicitado, existe a quebra da normatividade
jurídica maior dentro de um Estado Soberano, a Constituição Federal é o delimitar de todo o
ordenamento jurídico, sendo esta a lei mais importante do país.

Posto a importância da Constituição, quando está é superada por outra, podem surgir daí
diversos problemas decorrentes da sua aplicação na forma retroativa a fatos anteriores. Logo,
é de suma importância deleitar-se sobre a problemática da receptividade da nova Constituição
quanto a fatos e normas anteriores à sua vigência.

Na doutrina existem 3 (três) formas de retroatividade: a retroatividade máxima, média e


mínima.

a) Retroatividade máxima, é caracterizada pela forma em que as partes eram restituídas


ao status quo ante, porque se manifesta sobre os fatos já consumados, da mesma forma da
coisa julgada;

b) Retroatividade média, age sobre os efeitos pendentes de atos jurídicos produzidos antes
da nova Constituição. Exemplo: um contrato pactuado em 20 prestações alguns meses antes
da promulgação da nova Constituição, tendo por base o salário mínimo estabelecido na
Constituição anterior, as prestações vencidas anteriores ao novo texto constitucional restariam
nulas.

c) Retroatividade mínima, preleciona que o novo texto constitucional alcança apenas os


efeitos futuros dos atos jurídicos. Esta não retroage para eliminar um contrato feito sob a
normatividade constitucional anterior, mas alcança os efeitos que serão sentidos após a
promulgação do novo texto. Este tipo de retroatividade foi o recepcionado pela Constituição
de 1988.

RECEPÇÃO
O fenômeno da recepção é aquele que trata sobre a adequação das normas
infraconstitucionais anteriores ao novo texto constitucional. À partir da edição de uma nova
Constituição, a anterior é revogada, todavia, não obrigatoriamente todas as normas perdem a
sua validade. Desta forma, as que forem compatíveis com o novo texto devem ser
aproveitadas e ratificadas sob nova validade. Esta é a chamada recepção. A legislação anterior
que se adeque ao novo texto jurídico constitucional é recepcionada com as devidas alterações
que possam ser necessárias.

As normas que não se adequem à nova ótica constitucional devem ser revogadas, posto que
não passem pelo crivo material e formal do seu conteúdo.

REPRISTINAÇÃO
É o fenômeno em que a lei que foi revogada e perdeu a sua vigência, volte a ganhar vigência,
pelo fato da norma que à revogou ter sido revogada. É, de forma literal, a revalidação de uma
norma anteriormente revogada, em que apresenta compatibilidade com a Constituição
vigente.

Esse fenômeno é possível mediante a previsão expressa em que admite a norma


Constitucional ser revalidada.

PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS:
Os princípios constitucionais são as principais normas que se referem a conduta dos
indivíduos e do Estado.

Os princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores fundamentais da


ordem jurídica. Nos princípios constitucionais condensa-se bens e valores
considerados fundamentos de validade de todo sistema jurídico.
Sabe-se que os princípios, ao lado das regras, são normas jurídicas. Os princípios,
porém, exercem dentro do sistema normativo um papel diferente dos das regras. As
regras, por descreverem fatos hipotéticos, possuem a nítida função de regular, direta
ou indiretamente, as relações jurídicas que se enquadrem nas molduras típicas por
elas descritas. Os princípios consagrados constitucionalmente, servem, a um só
tempo, como objeto de interpretação constitucional e como diretriz para a atividade
interpretativa, como guias a nortear a opção de interpretação.
Serve o princípio como limite como limite de atuação do jurista. No mesmo passo em
que funciona como vetor de interpretação, o princípio tem como função limitar a
vontade subjetiva do aplicador do direito.
Os princípios constitucionais estão contidos nos artigos 1º ao 4º da Constituição
Federal:

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o


Executivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais


pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,


política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS


São normas constitucionais estruturantes do Estado brasileiro, constituindo seus
atributos basilares.
Princípio democrático – Está ligado à ideia de soberania popular, em que o poder
político pertence ao povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente.
Princípio Republicano – Diz respeito à forma de governo escolhida pelo Estado
brasileiro, caracterizado pela temporariedade do mandato, eletividade e
responsabilidade do chefe de estado e governo.
Princípio federativo – Refere-se à forma de Estado adotada pelo Brasil, caracterizada
por uma ordem soberana e diversas ordens políticas autônomas.
Além dos princípios estampados nos artigos 1º ao 4º da Constituição Federal,
podemos observar outros princípios destinados a melhor aplicabilidade dos direitos
constitucionais.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS GERAIS


Princípio da Legalidade: Refere-se à ideia de que os órgãos, as pessoas e autoridades
devem se submeter aos preceitos legais. Existem dois tipos de legalidade:
A legalidade genérica (art. 5º, II), na qual a pessoa pode fazer tudo que a lei não
proíbe. A legalidade administrativa (art. 37, caput), que é exatamente o inverso, ou
seja, o administrador só pode atuar se houver previsão legal.
Princípio da Igualdade: No texto da Constituição, encontramos a Igualdade formal, que
prevê a igualdade a todos, bem como encontramos a Igualdade Material, no qual
consiste em conceder tratamento diferenciado a pessoas que se encontram em
situações diferentes.
Princípio do Devido Processo Legal (due processo of law): Este princípio é analisado
sob dois prismas: o devido processo legal, que busca assegurar a regularidade do
procedimento, e deste derivam a demanda, contraditório, ampla defesa e igualdade
entre as partes; e o devido processo legal material, que tem por função assegurar o
exame de atos legislativos, administrativos e judiciais, tendo como corolário o princípio
da proporcionalidade, representada pelo tripé necessidade, adequação e
proporcionalidade em sentido estrito.
Princípio do Acesso ao Judiciário: Esse princípio estabelece que nenhuma lesão pode
ser subtraída da apreciação do Poder Judiciário. Como Humberto Teodoro Júnior
observa, “todo litigante que ingressa em juízo, observando os pressupostos
processuais e as condições da ação, tem direito à prestação jurisdicional”.

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Os princípios constitucionais têm função ordenadora e ação imediata funcionando como


critério de interpretação e de integração, dando coerência ao sistema.

DIREITO CONSTITUCIONAL | 18/MAR/2002

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Os princípios constitucionais têm função ordenadora e ação imediata funcionando como


critério de interpretação e de integração, dando coerência ao sistema, como ensina Jorge
Miranda, em seu "Manual de Direito Constitucional". Os princípios são normas-síntese ou
normas-matriz.

Há três tipos de princípios: 1. Princípios políticos constitucionais são os que traduzem as


opções políticas fundamentais conformadoras da Constituição, dito de outra forma, são
decisões políticas fundamentais sobre a forma de existência da Nação. 2. Princípios jurídicos
constitucionais são aqueles que informam a ordem jurídica constitucional, constituem
desdobramentos dos princípios fundamentais. 3. Princípios institucionais ou regionais são os
que regem e modelam o sistema normativo das instituições constitucionais.

Assim, ensina Canotilho e Vital Moreira que os princípios fundamentais são variados e visam
essencialmente a definir e caracterizar a coletividade política, o Estado e a enumeração das
principais opções político-constitucionais. São, também, a síntese de todas as normas
constitucionais.

Segundo José Afonso da Silva, podem ser assim discriminados: princípios relativos à existência,
forma e tipo de Estado, à forma de governo, à organização dos poderes, à organização da
sociedade, à vida política, ao regime democrático, às prestações positivas do Estado e, por fim,
à comunidade internacional.
O primeiro princípio fundamental diz respeito à forma de Estado. O Brasil é uma federação,
isto é, um Estado Federal composto de diversos outros Estados-membros que se unem para
formar uma unidade nova. Essa unidade nova é a Federação. Nesse Estado, a União se
apresenta externamente como Estado unitário (Federal). Os Estados-membros gozam de
autonomia política e administrativa, mas não de soberania. Incluem-se na federação o Distrito
Federal e os Municípios.

No sistema federativo, as populações dos Estados estarão representadas numa das câmaras
legislativas, em número proporcional. É o que acontece na Câmara dos Deputados, composta
de representantes do povo. O art. 45 da Constituição estabelece essa forma de representação
e o § 1º diz que a lei complementar estabelecerá o seu número, procedendo-se aos ajustes
necessários para que nenhum estado tenha mais de 70 representantes nem menos de 8. A Lei
Complementar nº 78, de 30/12/93 fixou o número de deputados em 513. No ano anterior às
eleições o IBGE fornecerá os dados estatísticos das populações e o Tribunal Superior Eleitoral
estabelecerá o número de deputados por Estado e Distrito Federal.

Nesse sistema é necessária também uma segunda câmara legislativa, o Senado Federal que é
composto de representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal, em número
igualitário. O art. 46 estabelece que cada Estado e o Distrito Federal terão 3 senadores, eleitos
pelo sistema majoritário. O mandato dos senadores é de 8 anos, renovando-se a
representação a cada 4 anos, por um e dois terços.

Desse modo, a Câmara dos Deputados traz uma representação proporcional às populações dos
Estados e o Senado Federal cuida do equilíbrio federativo.

O segundo princípio refere-se à forma de governo. A forma de governo adotada é a República.


Isso significa que somos uma coletividade política com características de república, isto é, coisa
pública, ou coisa do povo e para o povo. Isso traduz forma de governo, com características
específicas inerentes à República:

1) O governante demanda ser legitimado por eleições populares;


2) Eleições são periódicas;
3) Temporariedade dos mandatos;
4) Existência de câmaras legislativas;
5) Igualdade de todos, sem qualquer vantagem própria das monarquias em que existe a
nobreza e a plebe.

Os demais princípios estão estabelecidos nos incisos do art. 1º da Constituição e são:

1) Soberania – O fundamento soberania está inserido no conceito de Estado.

2) Cidadania – O fundamento da cidadania traduz que o titular dos direitos políticos é o povo,
o cidadão que se integra na sociedade estatal. O governo, assim, está submetido à vontade
popular.

3) Dignidade da pessoa humana – A dignidade da pessoa humana é outro fundamento


essencial. Daí todo o capítulo dos direitos e garantias fundamentas, os dados referentes à
ordem econômica que busca assegurar a todos uma existência digna, os fundamentos da
ordem social, da educação, do exercício da cidadania.

4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa – Isso quer dizer que todo trabalho é digno,
consagrada a liberdade de iniciativa na atividade econômica. Isso insere o Brasil nas economias
abertas, em que não há dirigismo do Estado, em que os indivíduos serão os condutores da
atividade econômica.

5) Pluralismo político – Refuta-se a idéia de partido único. Todas as doutrinas, idéias políticas
ou filosóficas podem ser livremente manifestadas e constituídas e partidos políticos, desde
que respeitado o sistema democrático.
Finalmente, estabelece-se que todo o poder emana do povo que deverá exercê-lo diretamente
ou através de representantes eleitos. Aí está explicitado quem é o verdadeiro titular da
soberania nacional: o povo.

Objetivos do Estado brasileiro estão relacionados no artigo 3º da Constituição e construir uma


sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a
marginalização, reduzindo as desigualdades sociais e promover o bem de todos, sem quaisquer
preconceitos ou outras formas de discriminação.

Esses objetivos são os fundamentais, não todos, à toda evidência. Os enumerados são os
fundamentais e que valem como prestações positivas e que deverão concretizar a democracia
econômica, social e política. Todos esses objetivos do Estado se dirigem à dignificação da
pessoa humana.

O art. 4º propõe o que deve ser o Brasil na ordem internacional. Assim, estão estabelecidos
compromissos com a independência nacional e autodeterminação de todos os povos, a
igualdade entre os Estados e a solução pacífica dos conflitos. Nessa linha, preconiza-se a não-
intervenção e a defesa da paz. De todas essas posturas frente a ordem internacional, sobreleva
a referente à prevalência dos direitos humanos. Vale dizer que em todos os litígios, em todas
as questões, a garantia dos direitos humanos é essencial para a postura que o Brasil deva
adotar. Assim, registram-se também dentre as preocupações o progresso da humanidade
através da cooperação entre os povos e a concessão de asilo político.

Por fim, importante salientar, consoante lição de José Afonso da Silva que “algumas são
normas-síntese ou normas-matrizes cuja relevância consiste essencialmente na integração das
normas de que são a súmula, ou que as desenvolvem, mas têm eficácia plena e aplicabilidade
imediata, como as que contêm os princípios de soberania popular e de separação de Poderes
(…) Outras normas dos princípios fundamentais são teleológicas, como a do inciso II do art. 3º.
Outras são definições precisas de comportamento do Brasil como pessoa jurídica de direito
internacional (art. 4º)."

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