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CONSTITUCIONAL:
Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Contida: - são aquelas que têm
aplicabilidade imediata, integral, direta, mas que podem ter o seu alcance reduzido
pela atividade do legislador infraconstitucional. - São também chamadas de normas
de eficácia redutível ou restringível.
As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que, desde sua criação
(entrada em vigor da Constituição Federal ou da edição de uma emenda
constitucional), possuem aplicabilidade imediata, direta e integral. Vale dizer, as
normas constitucionais de eficácia plena, desde sua gênese, produzem, ou ao menos
possuem a possibilidade de produzir, todos os efeitos visados pelo constituinte
(originário ou derivado). São, portanto, autoaplicáveis. Tem aptidão para produzir
todos os efeitos buscados pelo legislador constituinte, uma vez que conformam de
modo suficiente a matéria de que tratam. Como exemplos, podemos citar os artigos
19; 37, caput; 53; e 230, § 2º.
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA (já é aplicável, já tras
elementos eficazes e já produz efeitos, porem admite a regulamentação, trata de
questões especificas), (sua aplicabilidade é imediata)
A norma contida: ( não precisa , mas admite regulamentação, pois já produz seus
efeitos, a regulamentação, detalhamento restrito.
A norma limitada: precisa de regulamentação para produzir seus efeitos, ela não
produz efeitos,, a regulamentação permite de forma ampla os efeitos.
1. Quanto ao conteúdo
2. Quanto à forma
3. Quanto ao modo de elaboração.
4. Quanto à estabilidade
5. Quanto à extensão e finalidade
6. Outras classificações
Conclusão
Bibliografia
Introdução
Visando abordar e esclarecer as classificações das constituições e a aplicabilidade das
normas constitucionais, baseando-se nas ideias de Alexandre de Moraes e de José Afonso
da Silva, de acordo com seus respectivos livros “Direito Constitucional” e “Curso de Direito
Constitucional Positivo”.
Direito Constitucional é um ramo do Direito Público, que possui um grande destaque por
ser fundamental à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos seus
elementos primários e ao estabelecimento das bases da estrutura política. O produto final
do Direito Constitucional é a própria Constituição.
Juridicamente, o texto constitucional deve ser entendido como a lei fundamental e
suprema do Estado, que contem normas referentes à estruturação do Estado, à formação
dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de
competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a Constituição
que individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou
administrativas.
As constituições podem ser classificadas quanto ao seu conteúdo, à sua forma, ao seu
modo de elaboração, à sua origem, à sua estabilidade, quanto à sua extensão e finalidade,
entre outros.
Já com relação à sua aplicabilidade, a classificação tradicional, divide as normas
constitucionais quanto à sua eficácia, sendo ela plena, contida ou limitada. Porém, Maria
Helena Diniz propõe uma nova classificação, tendo por critério a intangibilidade e a
produção dos efeitos concretos. Assim, ela as divide em normas constitucionais de eficácia
absoluta, plena, relativa restringível e relativa complementável (ou dependentes de
complementação).
Ambas as classificações serão abordadas neste trabalho.
Classificação das constituições:
As constituições podem ser classificadas quanto ao seu conteúdo, à sua forma, ao seu
modo de elaboração, à sua origem, à sua estabilidade, à sua extensão e finalidade, entre
outras.
1. Quanto ao conteúdo
Com base no seu lato sensu identifica-se com a organização total do Estado, com regime
político.
Em seu stricto sensu designa as normas constitucionais escritas ou costumeiras, inseridas
ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus
órgãos e dos direitos fundamentais. Partindo desse princípio, a constituição só se referiria
à matéria essencialmente constitucional, sendo todo o resto não constitucional, apesar de
se integrarem a uma constituição escrita.
• Constituições formais
• Constituições escritas
• Constituições dogmáticas
• Constituições outorgadas
• Constituições rígidas
São aquelas escritas que poderão ser alteradas por um processo legislativo mais solene e
deverão obedecer as exigências formais especiais, deferentes e mais difíceis do que o
existente para a edição das demais espécies normativas (Ex. CF/1988 – Art. 60).
• Constituições flexíveis
Estas, em regra não escritas, escritas somente em casos excepcionais, poderão ser
alteradas pelo processo legislativo ordinário, podendo inclusive a própria lei ordinária
contrastante mudar o texto constitucional.
• Constituição nominalista
• Constituição semântica
São aquelas que possuem aplicabilidade imediata, direta e integral. Desde a sua entrada
em vigor, produzem ou possuem possibilidade de produzir, todos os efeitos essenciais,
relativamente aos interesses, comportamentos e situações, direta e normativamente, que o
legislador constituinte quis regular.
Não dependem de lei posterior e não necessitam de regulamentação. Vale ressaltar que
não podem ser contidas pelo legislador ordinário.
Para José Afonso da Silva, as normas de eficácia plena são as que de alguma maneira
vedam ou proíbem; estabelecem isenções, prerrogativas ou imunidades; não indicam
órgãos ou autoridades especiais a quem cabe executá-las; não designam procedimentos
especiais para sua execução e não necessitam que sejam elaboradas outras normas que
completem seu sentido e alcance ou especifique seu conteúdo, porque já são completas
em si mesmas.
.
São aquelas que apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, pois necessitam
de uma norma posterior, infraconstitucional, para que incida totalmente sobre o interesse
em questão, que irá lhes desenvolver aplicabilidade.
Dividem-se em normas de princípio institutivo e normas programáticas.
São intangíveis. Contra ela não há nem mesmo emenda constitucional. Nenhuma lei pode
contrariá-la, explicita ou implicitamente, pois se o fizerem tornam-se ineficazes e
inaplicáveis.
Exemplo: Cláusulas pétreas
São aquelas que possuem todos os requisitos para que haja possibilidade da produção
imediata dos efeitos previstos, sem necessidade de legislação posterior, porém são
emendáveis. Não precisam de regulamentação e não podem ser contidas pelo legislador
ordinário.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Para Emmanuel Joseph Sieyès, cuja obra mais importante foi o panfleto Qu'est-ce que le tiers
état, o titular do poder é a Nação. Doravante, quando o Poder Constituinte não é exercido
pelos seus titulares de Direito, sendo exercido por entes estranhos, como a Igreja, Militares,
Grupos econômicos e etc. o poder passa a ser ilegítimo.
Sob uma perspectiva objetiva, a Assembleia Constituinte não tem liberdade de criar normas
de maneira esparsa, injustificada, mas somente àquelas que correspondam a realidade jurídica
e cultural da sociedade à que estão inseridas, sendo um reflexo do seu Povo e da sua ordem
natural. Esse é o pensamento de José Joaquim Gomes Canotilho.
Embora grupo constituinte algum cuide de preparar a substituição da ideia de direito que
incita a agir, a experiência faz prever a necessidade futura de alterações ou complementações
no texto que edita. Por isso é que dispõe sobre a revisão da Constituição, atribuindo a um
poder constituído o direito de emendá-la. Esse poder instituído goza de um Poder Constituinte
Derivado do originário. Sua Modalidade principal é o poder de modificar formalmente a
Constituição.
O Poder Constituinte Derivado tem várias formas, podendo ser reformador, revisor ou
decorrente.
A titularidade desse poder emana do povo, que, por sua vez, será representado pelo
Congresso Nacional (Art. 60, CF/88). Tem por principais características ser: a) Subordinado,
porque retira a sua força do poder originário, previamente estabelecido; b) Limitado, porque
tem os seus limites definidos pelo poder originário, que estabeleceu o texto base
constitucional; c) Condicionado, sendo que o seu exercício deve seguir as regras previamente
estabelecidas na Constituição.
Esta forma de reforma está subordinada a diversas limitações materiais quando ao seu
procedimento, devendo seguir diversos requisitos para a sua legitimidade, sendo estes a:
a) Iniciativa: são titulares para apresentarem o projeto de emenda constitucional (Art. 60, I a
III, CF/88): o Presidente da República; 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou 1/3 dos
membros do Senado Federal; mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades dos
Estados, cada uma delas, manifestando-se pela maioria relativa dos seus membros.
b) Deliberação: a proposta deve ser discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional
em 2 (dois) turnos, sendo aprovada se obtiver, em ambas, 3/5 dos votos dos respectivos
membros, ou seja, a maioria qualificada (Art. 60, §2, CF/88).
O Poder constituinte derivado reformador está sujeito a limites, estes que tratam tanto da
matéria do conteúdo da emenda, até os procedimentos formais da promulgação, são estes os
limites: a) Material, ao passo que é proibido ser matéria de emenda constitucional a abolição
das chamadas "cláusulas pétreas" (forma federativa do Estado; voto direto, secreto, universal
e periódico; separação dos Poderes e direitos e garantias individuais - Art. 60, §4, CF/88);
b) Circunstancial, é defeso que a Constituição Federal seja alterada durante diversas
situações em que o Estado esteja vivendo, como a vigência do estado de sítio, estado de
defesa ou intervenção federal (Art. 60, §1, CF/88); c) Temporal, ao passo que uma proposta
de emenda constitucional é rejeitada ou prejudicada, a mesma matéria não pode ser tratada
através de nova proposta até nova sessão legislativa (Art. 60, §5, CF/88).
Cada Assembleia Legislativa, com os poderes constituintes definidos, deveriam elaborar a sua
Constituição do Estado dentro do prazo de 1 (um) ano, à partir da promulgação da
Constituição Federal.
Difere o Distrito Federal, que, de acordo com o art. 32 da CF/88, se auto-organiza através de
leis orgânicas, votadas em 2 (dois) turnos com intervalo mínimo de 10 (dez) dias, aprovada por
2/3 da Câmara Legislativa.
3. RETROATIVIDADE E RECEPÇÃO
Ao ser criada uma nova Constituição, como já explicitado, existe a quebra da normatividade
jurídica maior dentro de um Estado Soberano, a Constituição Federal é o delimitar de todo o
ordenamento jurídico, sendo esta a lei mais importante do país.
Posto a importância da Constituição, quando está é superada por outra, podem surgir daí
diversos problemas decorrentes da sua aplicação na forma retroativa a fatos anteriores. Logo,
é de suma importância deleitar-se sobre a problemática da receptividade da nova Constituição
quanto a fatos e normas anteriores à sua vigência.
b) Retroatividade média, age sobre os efeitos pendentes de atos jurídicos produzidos antes
da nova Constituição. Exemplo: um contrato pactuado em 20 prestações alguns meses antes
da promulgação da nova Constituição, tendo por base o salário mínimo estabelecido na
Constituição anterior, as prestações vencidas anteriores ao novo texto constitucional restariam
nulas.
RECEPÇÃO
O fenômeno da recepção é aquele que trata sobre a adequação das normas
infraconstitucionais anteriores ao novo texto constitucional. À partir da edição de uma nova
Constituição, a anterior é revogada, todavia, não obrigatoriamente todas as normas perdem a
sua validade. Desta forma, as que forem compatíveis com o novo texto devem ser
aproveitadas e ratificadas sob nova validade. Esta é a chamada recepção. A legislação anterior
que se adeque ao novo texto jurídico constitucional é recepcionada com as devidas alterações
que possam ser necessárias.
As normas que não se adequem à nova ótica constitucional devem ser revogadas, posto que
não passem pelo crivo material e formal do seu conteúdo.
REPRISTINAÇÃO
É o fenômeno em que a lei que foi revogada e perdeu a sua vigência, volte a ganhar vigência,
pelo fato da norma que à revogou ter sido revogada. É, de forma literal, a revalidação de uma
norma anteriormente revogada, em que apresenta compatibilidade com a Constituição
vigente.
PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS:
Os princípios constitucionais são as principais normas que se referem a conduta dos
indivíduos e do Estado.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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Revisão geral. Este material não sofreu alterações até esta data. (20/out/2016)
Assim, ensina Canotilho e Vital Moreira que os princípios fundamentais são variados e visam
essencialmente a definir e caracterizar a coletividade política, o Estado e a enumeração das
principais opções político-constitucionais. São, também, a síntese de todas as normas
constitucionais.
Segundo José Afonso da Silva, podem ser assim discriminados: princípios relativos à existência,
forma e tipo de Estado, à forma de governo, à organização dos poderes, à organização da
sociedade, à vida política, ao regime democrático, às prestações positivas do Estado e, por fim,
à comunidade internacional.
O primeiro princípio fundamental diz respeito à forma de Estado. O Brasil é uma federação,
isto é, um Estado Federal composto de diversos outros Estados-membros que se unem para
formar uma unidade nova. Essa unidade nova é a Federação. Nesse Estado, a União se
apresenta externamente como Estado unitário (Federal). Os Estados-membros gozam de
autonomia política e administrativa, mas não de soberania. Incluem-se na federação o Distrito
Federal e os Municípios.
No sistema federativo, as populações dos Estados estarão representadas numa das câmaras
legislativas, em número proporcional. É o que acontece na Câmara dos Deputados, composta
de representantes do povo. O art. 45 da Constituição estabelece essa forma de representação
e o § 1º diz que a lei complementar estabelecerá o seu número, procedendo-se aos ajustes
necessários para que nenhum estado tenha mais de 70 representantes nem menos de 8. A Lei
Complementar nº 78, de 30/12/93 fixou o número de deputados em 513. No ano anterior às
eleições o IBGE fornecerá os dados estatísticos das populações e o Tribunal Superior Eleitoral
estabelecerá o número de deputados por Estado e Distrito Federal.
Nesse sistema é necessária também uma segunda câmara legislativa, o Senado Federal que é
composto de representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal, em número
igualitário. O art. 46 estabelece que cada Estado e o Distrito Federal terão 3 senadores, eleitos
pelo sistema majoritário. O mandato dos senadores é de 8 anos, renovando-se a
representação a cada 4 anos, por um e dois terços.
Desse modo, a Câmara dos Deputados traz uma representação proporcional às populações dos
Estados e o Senado Federal cuida do equilíbrio federativo.
2) Cidadania – O fundamento da cidadania traduz que o titular dos direitos políticos é o povo,
o cidadão que se integra na sociedade estatal. O governo, assim, está submetido à vontade
popular.
4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa – Isso quer dizer que todo trabalho é digno,
consagrada a liberdade de iniciativa na atividade econômica. Isso insere o Brasil nas economias
abertas, em que não há dirigismo do Estado, em que os indivíduos serão os condutores da
atividade econômica.
5) Pluralismo político – Refuta-se a idéia de partido único. Todas as doutrinas, idéias políticas
ou filosóficas podem ser livremente manifestadas e constituídas e partidos políticos, desde
que respeitado o sistema democrático.
Finalmente, estabelece-se que todo o poder emana do povo que deverá exercê-lo diretamente
ou através de representantes eleitos. Aí está explicitado quem é o verdadeiro titular da
soberania nacional: o povo.
Esses objetivos são os fundamentais, não todos, à toda evidência. Os enumerados são os
fundamentais e que valem como prestações positivas e que deverão concretizar a democracia
econômica, social e política. Todos esses objetivos do Estado se dirigem à dignificação da
pessoa humana.
O art. 4º propõe o que deve ser o Brasil na ordem internacional. Assim, estão estabelecidos
compromissos com a independência nacional e autodeterminação de todos os povos, a
igualdade entre os Estados e a solução pacífica dos conflitos. Nessa linha, preconiza-se a não-
intervenção e a defesa da paz. De todas essas posturas frente a ordem internacional, sobreleva
a referente à prevalência dos direitos humanos. Vale dizer que em todos os litígios, em todas
as questões, a garantia dos direitos humanos é essencial para a postura que o Brasil deva
adotar. Assim, registram-se também dentre as preocupações o progresso da humanidade
através da cooperação entre os povos e a concessão de asilo político.
Por fim, importante salientar, consoante lição de José Afonso da Silva que “algumas são
normas-síntese ou normas-matrizes cuja relevância consiste essencialmente na integração das
normas de que são a súmula, ou que as desenvolvem, mas têm eficácia plena e aplicabilidade
imediata, como as que contêm os princípios de soberania popular e de separação de Poderes
(…) Outras normas dos princípios fundamentais são teleológicas, como a do inciso II do art. 3º.
Outras são definições precisas de comportamento do Brasil como pessoa jurídica de direito
internacional (art. 4º)."