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Capítulo 7: Pecado
Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia
1. Imagem de Deus.
2. Domínio da Terra
Criação do Entrada do
Homem pecado na
história
humana
A. A Imagem de Deus
• Ser santo.
• Ser moralmente correto
• Amar a justiça
• Viver e se relacionar com base no amor.
• Ser justo e íntegro.
• Escolher a harmonia com tudo que é bom e belo,
• Obedecer às leis do Criador.
• Compreender o que é divino.
• Evitar tudo que estiver em desarmonia com a vontade de
Deus.
• Ser individualmente singular, mas coletivamente harmonioso
B. O Plano Divino para a Humanidade
• Renderiam somente a Deus sua total lealdade e adoração.
• Adoração exclusiva e completa lealdade.
• Louvor sem reservas, obediência incondicional e gratidão
absoluta.
• Devia ter domínio sobre os seres criados.
• Participar criativamente no estabelecimento e na continuação
do gênero humano.
Hamartia 175 Errar o alvo Algo tão grave que é capaz de afastar o
pecador de Deus e torná-lo Seu opositor
Parakoê 3 Deixar de fechar os ouvidos para Deus, para não
ouvir escutá-Lo, mas somente a nós mesmos
Parabasis 7 Ir além, Deliberada quebra da lei, a violação de um
transgressão mandamento, a entrada numa zona
proibida
Paraptõma 23 Queda, Queda, enquanto alguém devia
ofensa, permanecer em pé.
transgressão
Anomia 14 Iniquidade, Condição de uma pessoa que vive e age
ilegalidade contrariamente à lei
Adikia Injustiça Injustiça ou crime para com o semelhante.
III. A Origem do Pecado
Orgulho e a presunção
Desafiar a prerrogativa divina de estabelecer limites às Suas
criaturas, combinado com o desejo egoísta de ser semelhante ao
Altíssimo foi o pecado que deflagrou a guerra no Céu entre Cristo
e Lúcifer, o principal dos anjos.
B. A Queda da Humanidade
Fatores Implicâncias
1. Um ato Seu impacto sobre o drama da história humana, sua derrota na
histórico cruz e sua erradicação definitiva no juízo final são retratados
na Escritura como etapas históricas importantes, que vão
desde a rebelião até a restauração.
2. Um ato O teste propriamente dito não tinha que ver com comer do
responsável fruto, mas com escolher obedecer ou desobedecer a Deus. Adão
e Eva estavam clara e responsavelmente exercendo seu livre-
arbítrio, que era um dom de Deus.
3. Um ato Colocaram sua vontade e seu desejo acima e antes da vontade e
espiritual e desejo de seu Criador. Pecado é um substituto espiritual.
moral
4. Tentação e A tentação em si não é desculpa para o pecado. Deus concede
queda liberdade aos seres humanos, não para que se degradem ou
destruam essa liberdade, mas para que escolham um modo de
agir superior que engrandeça essa liberdade para a glória de
Deus e o crescimento do ser humano.
IV. Natureza e Essência do Pecado
A. Pecado como Rebelião contra Deus
• O pecado começou como uma rebelião contra Deus e Sua
vontade.
• A essência do pecado é revolta contra Deus, recusa em
sujeitar-se a Ele e inimizade contra Deus.
B. Pecado como Relacionamento Desfeito
• A separação entre Deus e o ser humano provoca um estado
de culpa.
• O sintoma básico desse relacionamento quebrado com Deus
é o desassossego interno.
• A ruptura no relacionamento não se restringe somente à
dimensão vertical, mas se estende também à horizontal.
C. Pecado como um Estado
• O pecado é um poder demoníaco, que invade o coração
humano e ali estabelece seu reino.
• Torna-se o poder controlador dos pensamentos, das emoções
e das ações do indivíduo.
• O pecado inferioriza a pessoa humana.
D. Pecado como um Tipo Específico de Mal
• Trata-se de um mal espiritual, moral e ético.
• Egocentrismo, orgulho, revolta, oposição, cobiça e negação
de Deus.
• Os atos pecaminosos específicos se manifestam em
diferentes atos de comissão e omissão.
E. Pecado como Deficiência
• O pecado é um ato voluntário pelo qual a lei de Deus para a
existência humana é desafiada, desobedecida e frustrada.
• Qualquer tentativa de substituir a vontade e a lei de Deus
por nossa própria é não alcançar Suas expectativas e,
portanto, pecar.
F. Pecado como Transgressão
• A gravidade e a especificidade do pecado residem na
escolha de ir contra a lei de Deus.
• O pecado, por ser iniquidade, torna-se impiedade.
• Os princípios da lei são tão permanentes quanto o próprio
Deus, baseado no amor a Deus e ao próximo.
G. Pecado como Egoísmo e Orgulho
• Parte essencial da natureza do pecado é o egoísmo e o
egocentrismo.
• Toda espécie de amor que retira de Deus a primazia na vida
é pecado.
• O egocentrismo pode ser considerado a raiz da qual brotam
muitos outros atos maus.
• O egocentrismo é, em essência, hostilidade contra Deus.
• Ser egocêntrico é o contrário de ser Cristocêntrico.
• A salvação é vista, portanto, como uma mudança radical do
eu para Cristo.
• O orgulho prepara o terreno para a destruição.
H. Pecado como Poder Escravizador
• Na condição de pecadores, estamos sob a escravidão e o
poder do pecado.
• Como um mestre, o pecado exerce poder e controle,
reinando “em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais
às suas paixões”.
• O pecado como um mestre, e nós somos os escravos. O
pecado é o governante e nós somos os governados.
• O poder escravizador do pecado é tão grande sobre a raça
humana que o Filho do homem veio para “dar a Sua vida
em resgate por muitos".
I. Pecado como Culpa e Contaminação
• Na medida em que o pecado é um princípio que habita na
natureza humana, ele inclui a contaminação.
• A contaminação:
v Corrompe o coração e o toma enganoso "mais do que
todas as coisas" (Jr 17:9).
v Obscurece o entendimento (Ef 4:18).
v Torna maus e vãos os desígnios do coração (Gn 6:5; Rm
1:21).
v Gera “palavra torpe” (Ef 4:29).
v Corrompe a mente e a consciência (Tt 1:15).
v Deixa o ser humano morto em “delitos e pecados”.
Aspectos Definições
1. A ira de Deus • A ira de Deus se origina de Sua santidade e justiça, e é Sua
resposta de revolta contra o pecado
• A ira divina é a reação natural do santo amor de Deus contra o
pecado.
• A ira de Deus tem um aspecto presente e futuro.
2. A justiça de • A justiça de Deus exige que Ele execute a sentença de morte
Deus que a desobediência merece (Gn 2:17).
• Existe a primeira morte, resultado do pecado de Adão, comum a
todos. Já a segunda morte é aquela que põe fim à carreira do
pecado.
• A segunda morte é por escolha.
C. A Erradicação do Pecado
• A erradicação do pecado só se tornou possível pela morte
expiatória de Jesus.
• A cruz sobre a qual foi oferecido o sacrifício definitivo (Heb.
9:26) foi a forma de Deus lidar com o pecado.
• “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as
Escrituras" (ICo 15:3).
• A morte vicária de Jesus na cruz — o inocente morrendo
pelos pecados de todos — esmagou a força do pecado e o
poder de seu originador.
• A erradicação final do pecado do Universo está reservada
para o futuro, para depois do milênio, no dia do Senhor.
VII. Contexto Histórico
A. A Igreja Primitiva
• A igreja pós-apostólica não sistematizou imediatamente
uma doutrina formal sobre o pecado.
• Para a igreja primitiva, era suficiente dizer que todos os
seres humanos são pecadores.
Representantes Ensinamentos
1. Irineu • Fazia distinção entre a “imagem de Deus" e a "semelhança de
(115 – 202 a.C.) Deus.
• Deus desceu aos seres humanos pecadores para poder elevá-los
até Ele.
2. Orígenes • Achava que as almas humanas pecaram em uma existência
(195 – 254 a.C.) anterior: entraram no mundo em uma condição pecaminosa.
• Aprisionadas em corpos humanos, as almas começavam uma
peregrinação em busca de Deus.
• Ao aceitarem o evangelho entram em um processo de salvação e
restauração.
B. Pelágio e Agostinho
Representantes Ensinamentos
1. Pelágio • Se as pessoas são realmente humanas, elas devem possuir a
(350 – 425 a.C.) liberdade responsável de escolha.
• Os seres humanos são perfeitamente capazes de obedecer a
Deus, assim como Adão o era ao ser criado.
• Os indivíduos são responsáveis apenas pelos pecados que
cometem pessoalmente e conscientemente.
2. Agostinho • Argumentava que a perfeição não podia ser alcançada pelo
(354 – 430 a.C.) esforço humano, porque os seres humanos são culpados e
ofensivos a Deus.
• Antes da queda, Adão possuiu livre-arbítrio limitado.
• Quando Adão decidiu exercer a capacidade de pecar, perdeu a
capacidade de se abster do pecado. Perdeu a liberdade de
escolha.
• O "pecado original’’ era o pecado de toda a raça humana, e não
apenas de Adão.
• Os seres humanos não podem ser salvos por seus próprios
méritos ou esforços, mas somente pelo amor e graça de Deus
C. Idade Média
Representantes Ensinamentos
1. Anselmo • Definia pecado original como a "ausência de bondade”.
(1033 – 1109 • Para os escolásticos, o pecado, é uma ofensa infinita contra
d.C.) Deus e requer infinita satisfação.
• O ser humano não havia sofrido a corrupção total da natureza
espiritual, mas apenas a perda de alguns dons, como santidade,
imortalidade, sabedoria e domínio.
2. Tomás de • Imagem: natureza intelectual da pessoa (racionalidade,
Aquino capacidade moral e aptidão para compreender e amar a Deus).
(1224 – 1274 Adão perdeu essa imagem na queda
d.C.) • Semelhança: dotação sobrenatural da graça (amar e obedecer a
Deus). Isso se perdeu com a queda, mas é restaurado no
batismo.
• Dois são os tipos de pecado:
ü Mortal: a alma humana vira as costas para Deus.
ü Venial: quando há distúrbio na alma, mas não a ponto de
virar o rosto para Deus.
• Esses pecados só são perdoados pelo sacramento da penitência.
D. Reforma
Representantes Ensinamentos
1. Martinho • Antes da queda, Adão tinha inclinação somente para o bem.
Lutero Depois da queda, ele e seus descendentes ficaram sujeitos ao
(1483 – 1546 pecado.
d.C.) • A natureza humana se tornou pecaminosa e cheia de
concupiscência.
• O pecado é, acima de tudo, falta de fé.
2. João Calvino • A natureza humana mudou substancialmente depois da queda,
(1509 – 1564 a ponto de os seres humanos serem capazes de fazer o bem
d.C.) civil, mas não o bem moral.
• Pecado não é apenas cometer atos pecaminosos; é também a
“depravação hereditária e a corrupção hereditária”.
• Mesmo antes da queda ou da criação, Deus em Seu eterno
conselho e sabedoria predestinou algumas de Suas criaturas
para a salvação e outras para a perdição.
Representantes Ensinamentos
3. Ulrico Zwínglio • O pecado original como uma enfermidade moral, mas não lhe
(1484 – 1531 atribuía culpa.
d.C.) • Fé era essencial à salvação e que o foco dessa fé era a morte de
Cristo.
• Aceitava a predestinação incondicional para a salvação.
4. Reformadores • Pecado é a transgressão da lei de Deus, uma rebelião individual
anabatistas contra a vontade divina.
• O pecado é um ato individual e não coletivo.
• O perdão do pecado baseia-se, portanto, no arrependimento e
confissão individual do pecado a Deus.
E. Pós-Reforma
Representantes Ensinamentos
1. Jacó Armínio • Adão, no seu estado original, era plenamente capaz de
(1560 – 1609 obediência total e voluntária a Deus.
d.C.) • Por causa do pecado, perdeu a justiça original, ficando exposto
à miséria e à morte. Essa fraqueza foi transmitida aos seus
descendentes.
• Os seres humanos são inteiramente incapazes de obedecer a
Deus ou alcançar vida eterna.
• O pecado, bem como a perda eterna, são de inteira
responsabilidade das decisões da vontade humana.
2. O Concílio de • Como resultado do pecado, Adão perdeu o dom da justiça que
Trento lhe fora concedido.
(1545 – 1563 • O pecado de Adão prejudicou a raça humana, com exceção de
d.C.) Maria.
• Na vida espiritual, o livre-arbítrio foi enfraquecido, mas não
perdido.
• Ordenou que crianças fossem batizadas para serem purificadas
da contaminação herdada de seus pais.
F. Séculos 17 e 19
Representantes Ensinamentos
1. Johannes • Teologia Federal:
Cocceius ü Adão era representante federal da raça humana.
(1603 – 1669 ü O pecado de Adão foi imediatamente imputado a todos os
d.C.) seus descendentes.
ü A punição pela desobediência foi a corrupção e a morte de
Adão e de todos os seus descendentes.
2. Josua Placaeus • Imputação Mediata:
(1509 – 1564 ü A base para a condenação da raça humana é nossa natureza
d.C.) corrupta e não a de Adão.
ü O Sínodo de Charenton (1644) rejeitou essa posição.
ü estabeleceu assím uma distinção entre a imputação
imediata e mediata, mas negou que a imputação fosse
imediata
Representantes Ensinamentos
3. John Wesley • Metodismo:
(1703 – 1791 ü Deus comunica aos seres humanos graça preveniente.
d.C.) ü Dotados dessa capacidade de autodeterminação, os seres
humanos são capazes de escolher entre o bem e o mal.
ü Tanto a justificação quanto a santificação são essenciais no
trato com o pecado.
ü Distinguia entre pecados típicos e atípicos.
4. Nathaniel • Teologia da Nova Escola.
Taylor (Início ü Negava a imputação do pecado de Adão.
Século 19.) ü Os seres humanos não regenerados podem reagir
favoravelmente ao sacrifício de Cristo sem esperar pelo
Espírito Santo para dar o primeiro passo.
5. William G. T. • Escola Realística:
Shedd (Meados ü Afirmava que Deus imputou a cada um dos descendentes de
Século 19) Adão culpa, depravação e pena de morte.
ü O pecado começou com o egoísmo, e o orgulho foi o pai de
todos os pecados.
G. Século 20
Representantes Ensinamentos
1. Karl Barth • Nova Ortodoxia:
(1886 – 1968 d.C.), ü Pecado como “inutilidade”, “uma contradição à vontade
Emil Brunner positiva de Deus e uma brecha na aliança divina.
(1889-1966 d.C.), ü No ser humano não habita nada de bom.
Reinhold Niebuhr ü Cada pessoa peca individualmente.
(1892-1971 d.C.) ü O pecado original não é herdado, mas um fato da vida
2. Ritschl • Evangelho Social:
ü O pecado: atos individuais que surgem da ignorância
ou de uma falha em conceber valores éticos.
3. Vários • Teologia da Libertação:
ü O pecado não deve ser compreendido apenas em termos
religiosos, mas em termos de opressão social, política e
econômica dos pobres.
ü O pecado é transmitido por meio da corrupta rede de
instituições, relações, atitudes e do egoísmo social,
principalmente o egoísmo empresarial.
H. Concepção Adventista
• Tem raízes no conceito bíblico do grande conflito, uma
guerra cósmica que envolve os poderes sobre-humanos do
bem e do mal.
• A questão central do conflito é o caráter de Deus: Deus de
Amor.
• Os adventistas enfatizam que o pecado de Adão trouxe
como resultado a condição de alienação de Deus na qual
todo ser humano nasce.
• A perfeição só é possível como um dom da graça de Deus,
conferido aos fiéis no momento do segundo advento.
“O grande conflito terminou. Pecado e
pecadores não mais existem. O Universo
inteiro está purificado. Uma única
palpitação de harmonioso júbilo vibra por
toda a vasta criação. D’Aquele que tudo
criou emanam vida, luz e alegria por todos
os domínios do espaço infinito. Desde o
minúsculo átomo até ao maior dos mundos,
todas as coisas, animadas e inanimadas,
em sua serena beleza e perfeito gozo,
declaram que Deus é amor" (GC, 678).
VIII. Implicações para a Vida Cristã
A. Natureza de Deus:
• Ensina que Deus decidiu confiar às Suas criaturas o poder
da escolha, e que partilhou com a humanidade algo de Seu
poder criativo.
• Ensina que Deus é amor e justiça.
B. Natureza e Dignidade dos Seres Humanos
• Ensina que fomos criados à imagem de Deus, à Sua
semelhança, um pouco abaixo dos anjos.
• Deus compartilhou conosco uma parte dEIe mesmo e nos
dotou de imaginação, intelecto e criatividade.
C. Grandeza do Amor de Deus
• Deus não somente nos amou e tomou providências para
nossa salvação, senão também que nos tornou possível
partilhar amor uns com os outros.
• A operação do companheirismo cristão só é possível por
causa do amor redentor de Deus.
D. Poder sobre a Tentação
• A história do pecado nos mostra, que não precisamos nos
tornar vítimas da tentação: mediante a graça de um Deus
amoroso, podemos alcançar a vitória.
E. Responsabilidade Moral
• A lei moral externa e a lei interna da consciência se unem
para nos fazer lembrar que não somos e não podemos ser
iguais a Deus.
• Temos o compromisso de partilhar valores, e esses só fazem
sentido dentro do contexto da glória de Deus.
F. Significado e Propósito da Vida
• Na história, quando chegou a "plenitude do tempo” (Gên.
4:4), Jesus resolveu o problema do pecado.
• Quando novamente chegar a plenitude do tempo do fim,
Jesus voltará para erradicar o pecado e estabelecer o reino
justo de Deus.
IX. Comentários de Ellen G. White
A. A Humanidade diante do Pecado