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SAMPAPÉ
DE GABRIEL CALDEIRA 12 DE DEZEMBRO DE 2018
Conforme 2019 se aproxima, fica cada vez mais evidente que a próxima gestão
presidencial pretende dissolver o Ministério das Cidades. Grupos de prefeitos e
organizações que atuam com urbanismo e arquitetura lançaram petições, cartas e
fizeram anúncios contrários a esta decisão.
Mas qual a importância desse órgão sobre o desenvolvimento de municípios melhores
para quem se desloca a pé? Para entender o que está em jogo, propomos aqui uma
retrospectiva de como a mobilidade ativa ganhou força nos últimos anos com o apoio do
Ministério das Cidades.
Iniciativas
Um dos grandes feitos do novo Ministério no campo da mobilidade ativa foi a
proposição do PL 1.687, que posteriormente veio a ser regulamentado pela Lei 12.587,
instituindo assim a Política Nacional de Mobilidade Urbana.
O futuro
Apesar da miríade de iniciativas, a atuação do Ministério das Cidades com relação à
mobilidade ativa ainda é tímida comparada às necessidades das cidades e a importância
do tema. E ainda assim, estas iniciativas enfrentam barreiras.
Por um lado, o País ainda avança de forma lenta no enfrentamento aos problemas
causados pelo desenvolvimento rodoviarista adotado em muitas cidades brasileiras. Tal
modelo gera extensos congestionamentos e níveis insuportáveis de poluição sonora e do
ar, que degradam significativamente a qualidade de vida nas cidades.
Ainda mais grave são as milhares de lesões e mortes no trânsito, colocando o Brasil,
neste século, como um dos campeões em número de vítimas fatais em ocorrências de
segurança viária. Entre os anos 2000 e 2016, a média de óbitos no trânsito foi de
aproximadamente 37 mil cidadãos por ano, sendo que destes, a maioria pedestres e
ciclistas.
Por outro lado, as políticas do Ministério das Cidades também encontraram algumas
dificuldades para serem efetivadas. O que ficou evidente na prorrogação do prazo de
elaboração dos planos de mobilidade urbana municipais, inicialmente estabelecido para
2015, e que teve o último adiamento estabelecido para abril de 2019, quase sete anos
após a regulamentação da PNMU.
Entretanto, ainda que nossos municípios estejam distantes de serem considerados
caminháveis, no balanço final fica evidente que sem o Ministério das Cidades corre o
risco de desaparecer da agenda nacional.
A mobilidade urbana é uma pauta que foi iniciada e inserida nas políticas públicas