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Cálculo 2 - Capı́tulo 2.

5 - Derivadas parciais de ordens superiores 1

Capı́tulo 2.5 - Derivadas parciais de


ordens superiores

2.5.1 - Derivadas parciais de segunda ordem 2.5.3 - Derivadas parciais de ordens superiores
2.5.2 - Teorema de Clairaut-Schwarz-Young

Neste capı́tulo, continuaremos o estudo de derivadas parciais de funções de diversas variáveis reais. Veremos
agora como generalizar o conceito de derivadas de derivadas. Veremos também um importante teorema, que
pode reduzir bastante a quantidade de cálculos dessas derivadas de ordens superiores.

2.5.1 - Derivadas parciais de segunda ordem


Na aula passada, vimos como definir derivadas parciais para uma função de n variáveis reais. Tomando
o caso particular de uma função de duas variáveis reais, f (x, y), podemos derivá-la com relaçao a x ou com
relação a y, obtendo as derivadas parciais
∂f f (x + ∆x, y) − f (x, y) ∂f f (x, y + ∆y) − f (x, y)
= lim e = lim .
∂x ∆x→0 ∆x ∂y ∆y→0 ∆y
Também podemos derivar derivadas parciais, obtendo derivadas parciais de segunda ordem. No caso de
uma função de duas variáveis reais, podemos derivar cada uma das duas derivadas pariciais da função com
relação à variável x e com relação à variável y, de modo que teremos 4 derivadas parciais de segunda ordem:

∂2f ∂ ∂f ∂2f ∂ ∂f
2
= , = ,
∂x ∂x ∂x ∂x∂y ∂x ∂y

∂2f ∂ ∂f ∂2f ∂ ∂f
= , = .
∂y∂x ∂y ∂x ∂y 2 ∂y ∂y
Note que não estamos elevando nada ao quadrado nas expressões acima. Temos apenas sı́mbolos, como
d2 f
os da notação de Leibniz para a derivada segunda de uma função de uma variável: .
dx2
2
De modo semelhante, uma função de três variáveis reais teria 3 = 9 derivadas parciais de segunda ordem
e uma função de n variáveis reais, n2 derivadas parciais de segunda ordem.

Exemplo 1: calcule todas as derivadas parciais de primeira e de segunda ordens da função f (x, y) = xy 2 +2x.
Solução: calculamos primeira as derivadas de primeira ordem (já calculadas na seção 4.3.2):

∂f ∂f
= y 2 + 2x e = 2xy .
∂x ∂y
∂f
Derivando com relação a x e a y, temos
∂x
∂2f ∂ ∂f ∂ 2 ∂2f ∂ ∂f ∂ 2
= = (y + 2) = 0 e = = (y + 2) = 2y .
∂x2 ∂x ∂x ∂x ∂y∂x ∂y ∂x ∂y
∂f
Derivando com relação a x e a y, temos
∂y

∂2f ∂ ∂f ∂ ∂2f ∂ ∂f ∂
= = 2xy = 2y e = = 2xy = 2x .
∂x∂y ∂x ∂y ∂x ∂y 2 ∂y ∂y ∂y
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.5 - Derivadas parciais de ordens superiores 2

Exemplo 2: calcule todas as derivadas parciais de primeira e de segunda ordens da função f (x, y) = x sen y.
Solução: as derivadas de primeira ordem ficam
∂f ∂f
= sen y e = x cos y .
∂x ∂y
∂f
Derivando com relação a x e a y, temos
∂x
∂2f ∂ ∂f ∂ ∂2f ∂ ∂f ∂
2
= = sen y = 0 e = = sen y = cos y .
∂x ∂x ∂x ∂x ∂y∂x ∂y ∂x ∂y
∂f
Derivando com relação a x e a y, temos
∂y

∂2f ∂ ∂f ∂ ∂2f ∂ ∂f ∂
= = x cos y = cos y e 2
= = x cos y = −x sen y .
∂x∂y ∂x ∂y ∂x ∂y ∂y ∂y ∂y

Exemplo 3: calcule todas as derivadas parciais de primeira e de segunda ordens da função


f (x, y) = ln(x2 − y 3 ).
Solução: as derivadas de primeira ordem ficam

∂f 1 2x ∂f 1 −3y 2
= 2 · 2x = 2 e = 2 · (−3y 2 ) = 2 .
∂x x − y3 x − y3 ∂y x −y 3 x − y3
 u ′ u′ v − uv ′
As derivadas parciais de segunda ordem ficam, usando a regra = ,
v v2
∂2f 2 · (x2 − y 3 ) − 2x · 2x 2x2 − 2y 3 − 4x2 −2x2 − 2y 3
= = = ,
∂x2 (x2 − y 3 )2 (x2 − y 3 )2 (x2 − y 3 )2
∂ 2f 0 · (x2 − y 3 ) − 2x(−3y 2 ) 6xy 2
= = ,
∂y∂x (x2 − y 3 )2 (x2 − y 3 )2
∂ 2f 0 · (x2 − y 3 ) + 3y 2 · 2x 6xy 2
= = ,
∂x∂y (x2 − y 3 )2 (x2 − y 3 )2
∂2f −6y(x2 − y 3 ) + 3y 2 (−3y 2 ) −6x2 y + 6y 4 − 9y 4 −6x2 y − 3y 4
= = = .
∂y 2 (x2 − y 3 )2 (x2 − y 3 )2 (x2 − y 3 )2

∂2f ∂2f
Note que nos três exemplos anteriores as derivadas parciais e são iguais. Isto pode ser genera-
∂x∂y ∂y∂x
lizado pelo que chamaremos de Teorema de Clairaut-Schwarz-Young.

2.5.2 - Teorema de Clairaut-Schwarz-Young


Para o caso de uma função de duas variáveis reais, esse teorema afirma que, dada uma função f (x, y)
∂2f ∂2f
que tenha derivadas segundas contı́nuas em um determinado ponto (x0 , y0 ) ∈ D(f ), então = . O
∂x∂y ∂y∂x
teorema é enunciado a seguir.

Teorema 1 - Teorema de Clairaut-Schwarz-Young para funções de duas variáveis reais -


∂2f ∂2f
dada uma função f (x, y) definida em uma região D(f ) ∈ R2 tal que (x0 , y0 ) ∈ D(f ), se e ,
∂x∂y ∂y∂x
∂2f ∂2f
calculadas em (x0 , y0 ), forem ambas contı́nuas nesse ponto, então = em (x, y) = (x0 , y0 ).
∂x∂y ∂y∂x
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Este teorema, demonstrado na Leitura Complementar 1.4.2, reduz bastante a necessidade de cálculos de
derivadas superiores e é válido para a grande maioria das funções encontradas nas áreas de Economia e Ad-
ministração. Ele também é válido para derivadas de funções de mais de duas variáveis reais. Note, porém, que
∂2f ∂2f
o teorema não afirma que, se e não forem contı́nuas, então elas não podem ser iguais.
∂x∂y ∂y∂x
Observação: o teorema é chamado pela literatura matemática de Teorema de Clairaut, mas também como
Teorema de Schwarz. Os economistas o chamam Teorema de Young. Por isso, foi escolha deste livro chamar o
teorema pelo nome desses três possı́veis autores.
Vamos utilizar o teorema 1 no cálculo de mais algumas derivadas parciais de segunda ordem.

Exemplo 1: p calcule todas as derivadas parciais de primeira e de segunda ordens da função


f (x, y) = 4 − x2 + y 2 .
Solução: escrevendo a função na forma de uma potência, f (x, y) = (4 − x2 + y 2 )1/2 as derivadas de primeira ordem
ficam
∂f 1 ∂f 1
= (4 − x2 + y 2 )−1/2 (−2x) = −x(4 − x2 + y 2 )−1/2 e = (4 − x2 + y 2 )−1/2 (2y) = y(4 − x2 + y 2 )−1/2 .
∂x 2 ∂y 2
As derivadas parciais de segunda ordem são feitas a seguir:

∂2f 1
= −(4 − x2 + y 2 )−1/2 + x(4 − x2 + y 2 )−3/2 (−2x) = −(4 − x2 + y 2 )−1/2 + x2 (4 − x2 + y 2 )−3/2 ,
∂x2 2
∂2f 1
= x(4 − x2 + y 2 )−3/2 (2y) = xy(4 − x2 + y 2 )−3/2 ,
∂y∂x 2
∂2f ∂2f
= = xy(4 − x2 + y 2 )−3/2 ,
∂x∂y ∂y∂x
∂2f 1
= (4 − x2 + y 2 )−1/2 − y(4 − x2 + y 2 )−3/2 (2y) = (4 − x2 + y 2 )−1/2 − y 2 (4 − x2 + y 2 )−3/2 .
∂y 2 2

Para funções de n variáveis reais, f = f (x1 , · · · , xn ), onde podemos ter n derivadas parciais de primeira
ordem e n2 derivadas parciais de segunda ordem, podemos enunciar uma versão mais geral do teorema 1.

Teorema 2 - Teorema de Clairaut-Schwarz-Young para funções de n variáveis reais - dada


∂2f
uma função f (x1 , · · · , xn ) definida em uma região D(f ) ∈ Rn tal que (x10 , · · · , xn0 ) ∈ D(f ), se
∂xi ∂xj
2
∂ f
e , onde i, j = 1, · · · , n, calculadas em (x10 , · · · , xn0 ), forem ambas contı́nuas nesse ponto, então
∂xj ∂xi
∂2f ∂2f
= em (x1 , · · · , xn ) = (x10 , · · · , xn0 ).
∂xi ∂xj ∂xj ∂xi

Exemplo 2: calcule todas as derivadas parciais de primeira e de segunda ordens da função


f (x, y, z) = x ln(yz).
Solução: as derivadas parciais de primeira ordem já foram calculadas no exemplo 4 da seção anterior. A partir
delas, calculamos

∂2f ∂ ∂2f ∂ x 1 ∂2f ∂ x 1


= ln(yz) = 0 , = = , = = ,
∂x2 ∂x ∂x∂y ∂x y y ∂x∂z ∂x z z
∂2f ∂2f 1 ∂2f ∂ x x ∂2f ∂ x
= = , 2
= =− 2 , = =0,
∂y∂x ∂x∂y y ∂y ∂y y y ∂y∂z ∂y z
∂2f ∂2f 1 ∂2f ∂2f ∂2f ∂ x x
= = , = =0 , = =− 2 .
∂z∂x ∂x∂z z ∂z∂y ∂y∂z ∂z 2 ∂z z z

Por fim, veremos uma função que não obedece ao teorema 1.


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Exemplo4: calcule todas as derivadas parciais de primeira e de segunda ordens da função


 xy 3
, (x, y) 6= (0, 0);
f (x) = x2 + y 2
0 , (x, y) = (0, 0).

Solução: primeiro, calculamos as derivadas parciais de primeira ordem dessa função. Para (x, y) 6= 0, a derivada
 u ′ u′ v − uv ′
parcial de f com relação a x fica, utilizando a regra da derivada do quociente de duas funções, = ,
v v2
∂f y 3 (x2 + y 2 ) − xy 3 · 2x x2 y 3 + y 5 − 2x2 y 3 y 5 − x2 y 3
= 2 2 2
= 2 2 2
= 2 , (x, y) 6= (0, 0) .
∂x (x + y ) (x + y ) (x + y 2 )2

Já a derivada parcial de f com relação a x no ponto (0, 0) tem que ser calculada utilizando a definição de derivada
parcial:
∆x·03
∂f (0, 0) f (0 + ∆x, 0) − f (0, 0) (∆x)2 +02 −0 0−0
= lim = lim = lim = 0 , (x, y) = (0, 0) .
∂x ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
Portanto,  5
∂f  y − x2 y 3
, (x, y) 6= (0, 0);
= (x2 + y 2 )2
∂x 
0 , (x, y) = (0, 0).
De modo semelhante, a derivada parcial de f com relação a y para (x, y) 6= (0, 0) fica

∂f 3xy 2 (x2 + y 2 ) − xy 3 · 2y 3x3 y 2 + 3xy 4 − 2xy 4 3x3 y 2 + xy 4


= 2 2 2
= 2 2 2
= , (x, y) 6= (0, 0) .
∂y (x + y ) (x + y ) (x2 + y 2 )2

A derivada parcial de f com relação a y no ponto (0, 0) tem que ser calculada utilizando a definição de derivada
parcial:
0·(∆y)3
∂f (0, 0) f (0, 0 + ∆y) − f (0, 0) 02 +(∆y)2 −0 0−0
= lim = lim = lim = 0 , (x, y) = (0, 0) .
∂y ∆y→0 ∆y ∆y→0 ∆y ∆y→0 ∆y
Portanto,
 3x3 y 2 + xy 4

∂f , (x, y) 6= (0, 0);
= (x2 + y 2 )2
∂y
0 , (x, y) = (0, 0).

As derivadas de segunda ordem ficam

∂2f −2xy 3 (x2 + y 2 )2 − (y 5 − x2 y 3 ) · 2(x2 + y 2 ) · 2x


2
= , (x, y) 6= (0, 0) e
∂x (x2 + y 2 )4
∂f (0+∆x,0) 0
∂ 2 f (0, 0) ∂x − ∂f∂x (0,0)
(∆x)4 − 0 0
2
= lim = lim = lim = 0 , (x, y) = (0, 0);
∂x ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
∂2f (5y 4 − 3x2 y 2 )(x2 + y 2 )2 − (y 5 − x2 y 3 ) · 2(x2 + y 2 ) · 2y
= (x, y) 6= (0, 0) e
∂y∂x (x2 + y 2 )4
5
∂f (0,0+∆y) (∆y)
∂ 2 f (0, 0) ∂x − ∂f∂x(0,0)
(∆y)4 − 0 ∆y − 0
= lim = lim = lim = lim 1 = 1 , (x, y) = (0, 0);
∂y∂x ∆y→0 ∆y ∆y→0 ∆y ∆y→0 ∆y ∆y→0
2 2 2 4 2 2 2 3 2 4 2 2
∂ f (9x y + y )(x + y ) − (3x y + xy ) · 2(x + y ) · 2x
= (x, y) 6= (0, 0) e
∂x∂y (x2 + y 2 )4
∂f (0+∆x,0) ∂f (0,0)
∂ 2 f (0, 0) ∂y − ∂y 0−0
= lim = lim = 0 , (x, y) = (0, 0);
∂x∂y ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x

∂2f (6x3 y + 4xy 3 )(x2 + y 2 )2 − (3x3 y 2 + xy 4 ) · 2(x2 + y 2 ) · 2y


= , (x, y) 6= (0, 0) e
∂y 2 (x2 + y 2 )4
∂f (0,0+∆y) ∂f (0,0)
∂ 2 f (0, 0) ∂y − ∂y 0−0
= lim = lim = 0 , (x, y) = (0, 0).
∂y 2 ∆y→0 ∆y ∆y→0 ∆y

∂ 2 f (0, 0) ∂ 2 f (0, 0)
Note que, no exemplo 4, 6= . Isto não contraria o teorema 1, pois essas derivadas parciais
∂y∂x ∂x∂y
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de segunda ordem não são contı́nuas no ponto (0, 0).

Alexis Claude de Clairaut (1713-1765): filho de um matemático, ele foi uma criança prodı́gio, produzindo
material de vanguarda em matemática quando só tinha 13 anos de idade. Aos 18 anos, foi admitido na Academia
de Ciências Francesa. Realisou pesquisa em matemática, planetologia (forças centrı́fugas no equador terrestre) e
astronomia. Após ficar famoso, Clairaut gastava muito tempo com festas e com mulheres, o que acabou por minar
um pouco do seu trabalho e da sua saúde. Morreu aos 52 anos de idade.

Karl Hermann Amandus Schwarz (1864-1951): inicialmente interessado em Quı́mica, Schwarz ingressou na
universidade para estudar esse campo da ciência. No entanto, alguns de seus professores, percebendo a sua vocação
em matemática, o convenceram a mudar o assunto de seus estudos. Schwarz trabalhou em Göttingen e em Berlim
(Alemanha) no campo da Análise Complexa e foi membro da Academia Real. Além de matemático, ele também
desenvolveu alguns trabalhos voluntários: foi capitão da Brigada Voluntária de Bombeiros local e também auxiliava
no fechamento das portas dos trens na estação ferroviária local.

William Henry Young (1863-1942): nasceu em Londres (Inglaterra) e estudou na Universidade de Cambridge,
onde se destacou como o melhor aluno de sua turma. No entanto, só veio a interessar-se pela pesquisa em
matemática após casar-se com a também matemática Grace Chisholm. O casal desenvolveu diversas pesquisas
de importância em matemática e mudou-se pra Göttingen (Alemanha), onde estavam os principais matemáticos
em sua área na época. Depois, mudaram-se com seus cinco filhos primeiro para Genebra e depois para Lausanne
(Suı́ça). Nessa época, William ocupou diversas posições em perı́odo parcial como professor e examinador em
diversas universidades do Reino Unido (incluindo a Índia). Sua maior obra foi um tratado sobre funções de
diversas variáveis. Era considerado um homem vivaz, tanto fı́sica quanto mentalmente.

2.5.3 - Derivadas parciais de ordens superiores


Do mesmo como como derivamos as derivadas parciais de uma função para conseguir derivadas parciais de
segunda ordem, podemos derivar essas novas derivadas sucessivamente, obtendo derivadas de ordens 3, 4 e, em
geral, de ordem n. Por exemplo, uma função de duas variáveis reais tem duas derivadas parciais de primeira
ordem, quatro derivadas parciais de segunda ordem e oito derivadas parciais de terceira ordem (figura a seguir).
Uma função de três variáveis reais terá 3 derivadas parciais de primeira ordem, 9 de segunda ordem e 27 de
terceira ordem. No caso geral, uma função de m variáveis reais terá mn derivadas parciais de ordem n.

f (x, y)

∂f ∂f
∂x ∂y

∂2f ∂2f ∂2f ∂2f


∂x2 ∂y∂x ∂x∂y ∂y 2

∂3f ∂3f ∂3f ∂3f ∂3f ∂3f ∂3f ∂3f


∂x3 ∂y∂x2 ∂x∂y∂x ∂y 2 ∂x ∂x2 ∂y ∂y∂x∂y ∂x∂y 2 ∂y 3

Exemplo 1: calcule todas as derivadas parciais de terceira ordem da função f (x, y) = x2 ln y.


Solução: as derivadas parciais de primeira ordem ficam

∂f ∂f x2
= 2x ln y e = = x2 y −1 .
∂x ∂y y
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.5 - Derivadas parciais de ordens superiores 6
As derivadas parciais de segunda ordem são

∂2f ∂2f 2x ∂2f ∂2f


= 2 ln y , = = 2xy −1
, = 2xy −1 e = −x2 y −2 .
∂x2 ∂y∂x y ∂x∂y ∂y 2
As derivadas parciais de terceira ordem, ficam, então,

∂3f ∂3f 2 ∂3f 2 ∂ 3f 2x


3
=0 , 2
= , = , =− 2 ,
∂x ∂y∂x y ∂x∂y∂x y ∂y 2 ∂x y
3 3 3 3
∂ f 2 ∂ f 2x ∂ f 2x ∂ f 2x2
2
= , =− 2 , 2
=− 2 , 3
= 3 .
∂x ∂y y ∂y∂x∂y y ∂x∂y y ∂y y

Como derivadas parciais de ordens maiores que 2 raramente aparecem em Economia, Administração ou
mesmo nas ciências exatas, não ficaremos muito tempo estudando essas ordens de derivadas.
No capı́tulo seguinte introduziremos dois conceitos diretamente ligados ao de derivadas parciais: o gradiente
e a hessiana.

Resumo
• Derivadas parciais de segunda ordem:

∂2f ∂ ∂f ∂2f ∂ ∂f
2
= , = ,
∂x ∂x ∂x ∂x∂y ∂x ∂y

∂2f ∂ ∂f ∂2f ∂ ∂f
= , 2
= .
∂y∂x ∂y ∂x ∂y ∂y ∂y

• Teorema de Clairaut-Schwarz-Young para funções de uma variável real: dada uma função
∂2f ∂2f
f (x, y) definida em uma região D(f ) ∈ R2 tal que (x0 , y0 ) ∈ D(f ), se e , calculadas em
∂x∂y ∂y∂x
∂2f ∂2f
(x0 , y0 ), forem ambas contı́nuas nesse ponto, então = em (x, y) = (x0 , y0 ).
∂x∂y ∂y∂x
• Teorema de Clairaut-Schwarz-Young para funções de n variáveis reais - dada uma função
∂2f
f (x1 , · · · , xn ) definida em uma região D(f ) ∈ Rn tal que (x10 , · · · , xn0 ) ∈ D(f ), se e
∂xi ∂xj
∂2f
, onde i, j = 1, · · · , n, calculadas em (x10 , · · · , xn0 ), forem ambas contı́nuas nesse ponto, então
∂xj ∂xi
∂2f ∂2f
= em (x1 , · · · , xn ) = (x10 , · · · , xn0 ).
∂xi ∂xj ∂xj ∂xi
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Exercı́cios - Capı́tulo 2.5

Nı́vel 1

Derivadas parciais de segunda ordem

Exemplo 1: calcule todas as derivadas parciais de segunda ordem da função f (x, y, z) = x cos(yz).
Solução: as derivadas parciais de primeira ordem já foram calculadas no exemplo 1. A partir delas, calculamos

∂2f ∂ ∂f ∂ ∂2f ∂ ∂f ∂
2
= = cos(yz) = 0 , = = [−xz sen (yz)] = −z sen (yz) ,
∂x ∂x ∂x ∂x ∂x∂y ∂x ∂y ∂x
∂2f ∂ ∂f ∂ ∂2f
= = [−xy sen (yz)] = −y sen (yz) , = −z sen (yz) ,
∂x∂z ∂x ∂z ∂x ∂x∂y
∂2f ∂ ∂f ∂
2
= = [−xz sen (yz)] = −xz cos(yz) · z = −xz 2 cos(yz) ,
∂y ∂y ∂y ∂y
∂2f ∂ ∂f ∂
= = [−xy sen (yz)] = −x sen (yz) − xy cos(yz) · z = −x sen (yz) − xyz cos(yz) ,
∂y∂z ∂y ∂z ∂y
∂2f ∂2f ∂2f ∂2f
= = −y sen (yz) , = = −x sen (yz) − xyz cos(yz) ,
∂z∂x ∂x∂z ∂z∂y ∂y∂z
∂2f ∂ ∂f ∂
2
= = [−xy sen (yz)] = −xy cos(yz) · y = −xy 2 cos(yz) .
∂z ∂z ∂z ∂z

E1) Calcule todas as derivadas parciais de segunda ordem das seguintes funções:

a) f (x, y) = xy 3 , b) f (x, y) = 2x + cos y, c) f (x, y, z) = 4xz − 8y 2 , d) f (x, y, z) = 8x y − 2 ez ,
p √
e) f (x, y) = ln(x − y), f) f (x, y, z) = x2 + y 2 − 8 ln z, g) f (x, y, z) = x x2 − z 2 + 2yz,
h) f (x, y, z) = √ 2 1 2 2 .
x +y +z

Nı́vel 2

E1) Dada uma função de produção P (K, L) em função do capital K investido e do valor L da mão-de-obra de
∂P ∂P
uma determinada empresa ou paı́s, chamamos de produtividade marginal do capital e de produtividade
∂K ∂L
marginal do trabalho.
Considere uma indústria cuja produção seja modelada pela função P (K, L) = 20K 0,4 L0,6 , onde K é o
capital investido e L são os gastos com a mão-de-obra, ambos medidos em milhares de reais.
a) Calcule todas as derivadas parciais de segunda ordem dessa função de produção.
b) Qual será o efeito sobre a produtividade marginal do capital caso haja um pequeno aumento no capital
investido em maquinário e em infra-estrutura?
c) Qual será o efeito sobre a produtividade marginal do capital caso haja um aumento um pequeno aumento
no investimento em trabalho?
∂2f ∂2f
E2) O dalambertiano de uma função de duas variáveis f (x, y) é definido como ∇2 f = + e sua definição
∂x2 ∂y 2
pode ser generalizada para funções de mais de duas variáveis.
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.5 - Derivadas parciais de ordens superiores 8
1 1
a) Mostre que, para f (x, y) = p , ∇2 f = .
x2 + y2 f3
1
b) Mostre que, para f (x, y) = p , ∇2 f = 0.
x2 + y2 + y3

Nı́vel 3

E1) Considere a função de produção de Cobb-Douglas, P (K, L)AK α L1−α , 0 < α < 1, em função do capital K
investido e do valor L da mão-de-obra de uma determinada empresa ou paı́s.
a) Calcule todas as derivadas de primeira e de segunda ordens dessa função.
∂2P ∂2P
b) Dê uma interpretação econômica para os sinais de e de .
∂K 2 ∂L2

Respostas

Nı́vel 1
∂2 f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2 f ∂2f
E1) a) ∂x2 = 0, ∂x∂y = ∂y∂x = 3y 2 , ∂y 2 = 6xy; b) ∂x2 = 0, ∂x∂y = ∂y∂x = 0, ∂y 2 = − cos y; c) ∂x2 = 0,
∂2f ∂2f ∂2f ∂2 f ∂2 f ∂2 f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2 f ∂2f √4 ,
∂x∂y = ∂y∂x = 0, ∂x∂z = ∂z∂x = 4, ∂y 2 = −16, ∂y∂z = ∂z∂y = 0, ∂z 2 = 0; ; d) ∂x2 = 0, ∂x∂y = ∂y∂x = x
∂2f ∂2 f ∂2f ∂2f ∂2 f ∂2 f ∂2f ∂2f ∂2f
∂x∂z = ∂z∂x = 0, ∂y 2 = − y2x
3/2 , ∂y∂z = ∂z∂y = 0, ∂z 2 = −2 ez ; e) ∂x2 == −1
(x−y)2 , ∂x∂y = ∂y∂x = 1
(x−y)2 ,
∂2f ∂2f y2 2
∂2 f 2
∂2f ∂2f x2
∂y 2 = −1
(x−y)2 ; f) ∂x2 = , ∂ f
(x2 +y 2 )3/2 ∂x∂y
= ∂y∂x = −xy
, ∂ f
(x2 +y 2 )3/2 ∂x∂z
= ∂z∂x = 0, ∂y 2 = (x2 +y 2 )3/2
,
∂2f ∂2 f ∂2 f ∂2f 2x3 −3xz 2 2
∂2 f ∂2f ∂2 f z3 2

∂y∂z = ∂z∂y = 0, ∂z 2 = 8
z2 ; g) ∂x2 = , ∂ f
(x2 −z 2 )3/2 ∂x∂y
= ∂y∂x = 0, ∂x∂z = ∂z∂x = , ∂ f
(x2 −z 2 )3/2 ∂y 2
= 0,
2 2 2 2 2 2 2 2 2
∂ f ∂ f ∂ f z 3 −z x2 −xz 2 ∂ f 2x −y −z
∂y∂z = ∂z∂y = 2, ∂z 2 = (x2 −z 2 )3/2
; h) ∂x2 = , ∂ f
(x2 +y 2 +z 2 )5/2 ∂x∂y
= ∂ f
∂y∂x = 3xy
(x2 +y 2 +z 2 )5/2
,
∂2f ∂2 f 2
2y 2 −x2 −z 2 2
∂2f 2
2z 2 −x2 −y 2
∂x∂z = ∂z∂x = 3xz
, ∂ f
(x2 +y 2 +z 2 )5/2 ∂y 2
= , ∂ f
(x2 +y 2 +z 2 )5/2 ∂y∂z
= ∂z∂y = 3yz
, ∂ f
(x2 +y 2 +z 2 )5/2 ∂z 2
= (x2 +y 2 +z 2 )5/2
.

Nı́vel 2
∂ 2 P (K, L) ∂ 2 P (K, L) ∂ 2 P (K, L)
E1) a) 2
= −4, 8K −1,6L0,6 , = = −4, 8K −1,6L0,6 = 4, 8K −0,6L−0,4 e
∂K ∂K∂L ∂L∂K
∂ 2 P (K, L)
= −4, 8K 0,4L−1,4 .
∂L2
∂ 2 P (K, L)
b) Como o sinal de é negativo, a produtividade marginal do capital cairá.
∂K 2
∂ 2 P (K, L)
c) Como o sinal de é positivo, a produtividade marginal do capital aumentará.
∂L∂K
∂2f 2x2 − y 2 ∂2f 2y 2 − x2 1 1
E2) a) 2
= 2 2 3/2
e 2
= 2 2 3/2
, de modo que ∇2 f = 2 2 3/2
= 3.
∂x (x + y ) ∂y (x + y ) (x + y ) f
∂2f 2x2 − y 2 − z 2 ∂ 2 f 2y 2 − x2 − z 2 ∂2f 2z 2 − x2 − y 2
b) = , = e = , de modo que ∇2 f = 0.
∂x2 (x2 + y 2 )3/2 ∂y 2 (x2 + y 2 )3/2 ∂z 2 (x2 + y 2 )3/2

Nı́vel 3
 1−α  α 2
∂P L ∂P K ∂ P ∂2P
E1) a) = αA , = (1 − α)A , 2
= −α(1 − α)AK −2+α L1−α , = α(1 − α)AK −1+α L−α ,
∂K K ∂L L ∂K ∂K∂L
∂2P ∂2P
= α(1 − α)AK −1+α L−α , = −α(1 − α)AK α L−1−α .
∂L∂K ∂L2
∂2P ∂2P
b) Os sinais de e de são negativos, o que indica que os ganhos com aumentos do capital ou do trabalho
∂K 2 ∂L2
diminuem conforme se aumenta os valores investidos nesses dois setores.

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