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Direito Previdenciário
Obra organizada pelo Instituto IOB – São Paulo: Editora IOB, 2014. ISBN 978-85-63625-52-6

Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão dos conceitos.


Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a
prévia autorização do Instituto IOB. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei
nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1. Teoria Geral do Direito Previdenciário, 9
1. Origem e Evolução Histórica da Seguridade Social –
Parte I, 9
2. Origem e Evolução Histórica da Seguridade Social –
Parte II, 10
3. Origem e Evolução Histórica da Seguridade Social –
Parte III e Conceito de Seguridade Social, 11
4. Conceito de Seguridade Social, 12
5. Seguridade Social – Saúde, 13
6. Seguridade Social – Assistência Social, 13
7. Seguridade Social – Previdência Social, 14

Capítulo 2. Princípios Constitucionais da Seguridade


Social, 16
1. Princípios Constitucionais – Universalidade da
Cobertura e do Atendimento, 16
2. Princípio da Irredutibilidade e Diversidade da Base
Financeira, 17
3. Princípio da Equidade, Princípio da Gestão
Democrática e Quadripartite e Princípio da
Comutatividade, 18
4. Princípios Constitucionais da Seguridade Social –
Preexistência do Custeio – Recomposição Monetária
– Preservação do Valor Real – Valor Mínimo, 19

Capítulo 3. Legislação Previdenciária, 20


1. Legislação Previdenciária – Conceito e Fontes, 20

Capítulo 4. Regime Geral de Previdência Social, 21


1. Regime Geral de Previdência Social – Conceito –
Diferença entre RGPS e RPP, 21
2. Regime Geral de Previdência Social – Disciplina
Constitucional, 21

Capítulo 5. Segurados do Regime Geral de Previdência


Social, 23
1. Segurados do Regime Geral de Previdência Social –
Beneficiários – Segurados e Dependentes, 23
2. Segurados do Regime Geral de Previdência Social –
Segurado Obrigatório – Empregado – Parte I, 23
3. Segurados do Regime Geral de Previdência Social –
Segurado Obrigatório – Empregado – Parte II, 24
4. Segurados do Regime Geral de Previdência Social –
Segurado Obrigatório – Empregado Doméstico, 25
5. Segurados do Regime Geral de Previdência Social –
Segurado Obrigatório – Trabalhador Avulso, 25
6. Segurados do Regime Geral de Previdência Social –
Segurado Obrigatório – Contribuinte Individual –
Parte I, 26
7. Segurado Obrigatório – Contribuinte Individual –
Parte II, 26
8. Segurado Obrigatório – Segurado Especial – Parte I, 28
9. Segurado Obrigatório – Segurado Especial – Parte II, 29
10. Segurado Facultativo, 30
11. Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado –
Parte I, 31
12. Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado –
Parte II, 32
13. Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado –
Parte III, 33

Capítulo 6. Dependentes do Regime Geral de Previdência


Social, 34
1. Classe de Dependentes – Parte I, 34
2. Classe de Dependentes – Parte II, 35
3. Inscrição, Perda e Manutenção da Qualidade de
Dependente, 36

Capítulo 7. Benefícios e Serviços da Previdência Social, 38


1. Benefícios e Serviços: Introdução e Carência – Parte I, 38
2. Benefícios e Serviços – Período de Carência – Parte II, 39
3. Cálculo dos Benefícios – Salário de Benefício, 40
4. Salário de Beneficio – Renda Mensal Inicial, 41
5. Benefício: Auxílio-doença – Requisitos de Concessão, 42
6. Benefícios: Auxílio-doença – Auxílio Acidentário ou
Previdenciário, 43
7. Benefício – Auxílio-acidente, 44
8. Benefício – Aposentadoria por Invalidez – Requisitos, 45
9. Benefício – Aposentadoria por Invalidez – Pagamento, 46
10. Benefício – Aposentadoria por Idade – Requisitos, 46
11. Benefício – Aposentadoria por Idade – Concessão, 47
12. Aposentadoria por Idade à Pessoa Deficiente, 48
13. Benefício – Aposentadoria por Tempo de Contribuição
– Requisitos, 49
14. Benefício – Aposentadoria por Tempo de Contribuição
– Não Concessão, 50
15. Aposentadoria por Tempo de Contribuição à Pessoa
Deficiente, 51
16. Benefício – Aposentadoria Especial, 52
17. Benefício – Salário-maternidade – Parte I, 53
18. Benefício – Salário-maternidade – Parte II, 54
19. Benefício – Salário-maternidade – Parte III, 55
20. Benefício – Salário-família, 55
21. Benefício – Pensão por Morte – Parte I, 56
22. Benefício – Pensão por Morte – Parte II, 57
23. Benefício – Auxílio-reclusão, 58
24. Abono Anual e Serviço Social, 59
25. Reabilitação Profissional, 60

Capítulo 8. Questões Relativas à Previdência Social, 62


1. Contagem Recíproca do Tempo de Contribuição, 62
2. Justificação Administrativa, 63
3. Decadência e Prescrição em Relação aos Benefícios da
Previdência Social, 64

Capítulo 9. Financiamento da Seguridade Social, 66


1. Financiamento – Contribuições Sociais – Regras
Constitucionais, 66
2. Financiamento: Orçamento, 67
3. Financiamento: Salário de Contribuição, 67
4. Salário de Contribuição – Parcelas Excludentes, 68
5. Contribuição dos Segurados – Parte I, 69
6. Contribuição dos Segurados – Parte II, 70
7. Contribuição dos Segurados – Parte III, 71
8. Financiamento – Contribuição das Empresas, 72
9. Contribuição das Empresas – SAT e RAT, 73
10. Contribuição das Empresas – Entidades Equiparadas, 74
11. Contribuições Substitutivas, 74
12. Contribuições Substitutivas do Produtor Rural, 75
13. Recolhimento Fora do Prazo Legal, 76
14. Responsabilidade Solidária e Retenção das
Contribuições, 77
15. Compensação e Restituição das Contribuições
Previdenciárias, 78
16. Decadência e Prescrição das Contribuições, 79
17. Obrigações Acessórias e Certidão Negativa, 80

Capítulo 10. Conselhos da Previdência Social, 81


1. Conselhos da Previdência Social, 81
Capítulo 11. Ações Previdenciárias, 83
1. Ações Previdenciárias – Introdução, 83
2. Competência, 84

Capítulo 12. Previdência do Servidor Público, 85


1. Aposentadoria do Servidor Público – Aposentadoria
Voluntária, 85
2. Aposentadoria Compulsória, 86
3. Regras de Transição, 87
4. Regime Próprio – Pensão por Morte do Servidor
Público, 88

Capítulo 13. Crimes Previdenciários, 89


1. Apropriação Indébita e Sonegação, 89
2. Inserção de Dados Falsos e Falsificação, 90

Capítulo 14. Assistência Social, 92


1. Loas – Introdução, 92
2. Loas – Cumulação de Benefícios, 93

Gabarito, 96
Capítulo 1
Teoria Geral do Direito
Previdenciário

1. Origem e Evolução Histórica da Seguridade


Social – Parte I
O conceito de seguridade federal está no art. 194 da CF, que diz que seguridade
social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes pú-
blicos e da sociedade, destinadas a garantir direitos relativos à saúde, à assistência
social e à previdência social.
Sobre a origem e a evolução do direito previdenciário, importante saber que a
assistência social surgiu na Inglaterra, com a Lei dos Pobres. A assistência privada
existe desde antes de Cristo, pela qual os particulares acorrem as pessoas neces-
sitadas. Já a assistência pública, aquela que o Estado avoca para si como dever
de amparar as pessoas em necessidades sociais, surgiu com a tal Lei dos Pobres.
Com relação ao ramo da previdência, teve sua origem histórica na Alemanha,
com Otto von Bismark, em 1883, com a edição da Lei do Seguro Social.
A previdência, diferentemente da assistência social, depende de contribuição
para fazer jus a uma proteção, materializada na aposentadoria.
É importante lembrar-se, historicamente, da passagem do estado absolutista
para o estado liberal, da Revolução Francesa e da Revolução Industrial, o surgi-
mento do contrato, a exploração do trabalho, e os altos índices de acidentes do
trabalho e a ausência de proteção ao trabalhador.
Paralelamente, ocorreu o manifesto comunista.
Lembra-se que, no estado absolutista, houve uma revolução; no estado libe-
ral, o governante começou, então, a idealizar as mudanças necessárias: o que
realmente preocupava era a falta de previsão do futuro, de previdência. E, assim,
surgiu a Lei do Seguro Social.
Esta lei impõe que quem deve custear a previdência é o empregador, que fica
obrigado a contribuir para o seguro social para a proteção dos trabalhadores, e
10 Direito Previdenciário

bem assim a classe operária precisa contribuir para este sistema. Portanto, a lei
surgiu com o fim de aquietar os movimentos tendenciosos a uma nova revolução.
O Estado, neste momento, deixa de ser meramente social, e passa a ser um
Estado Social.

Exercício
1. (Cespe – DPU – Defensor Público – 2004) Cientificamente, o direito é uno,
portanto, não se considera a autonomia de um ramo em relação a outro.
Contudo, para fins didáticos, em relação à seguridade social, o ordenamento
jurídico brasileiro e a doutrina adotaram a teoria monista, reconhecendo que
o direito da seguridade vincula-se ao direito do trabalho.

2. Origem e Evolução Histórica da Seguridade


Social – Parte II

No Brasil, a evolução da previdência passa pelas constituições do Brasil: a primeira


foi a do Brasil Império, de 1824, que nada previu sobre previdência. Depois, em
1891, a primeira Constituição Republicana também foi omissa sobre o tema.
Em 1934, a nova Constituição trouxe, pela primeira vez, regras sobre a previ-
dência. Antes disso, a Lei Eloy Chaves, de 1923, marcou o surgimento da previ-
dência no Brasil. Esta lei criou as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP): cada
empresa ficava obrigada a criar uma CAP, para dar direito à aposentadoria e
pensão por morte a seus empregadores. O empregador e o empregado eram
obrigados a contribuir.
Posteriormente, foi criado o Instituto de Aposentadoria e Pensão (IAP): a ar-
recadação era feita não mais por empresa, mas por categoria. Finalmente, sinte-
tizaram-se todos os Institutos num só: o INPS (Instituto Nacional de Previdência
Social), a fim de que os direitos de todas as categorias fossem igualizados.
Com a atual CF, de 1988 (arts. 194 a 204), pela primeira vez, previu-se a
nomenclatura Seguridade Social, abrangendo a saúde, a assistência social e
a previdência social.
Já no art. 6º da CF (dentro dos direitos e garantias fundamentais), a saúde, a
previdência e a assistência social, dentre outros direitos, são previstos como direi-
tos sociais. Assim, nem todos os direitos sociais são abrangidos pela previdência
social.
Direito Previdenciário 11

Exercício
2. (Cespe – DPU – Defensor Público – 2004) As ações propositivas de iniciativa
dos poderes públicos e da sociedade que asseguram os direitos relacionados
à saúde, à educação, à assistência social e à previdência constituem o con-
ceito de seguridade social, conforme estabelecido no título da Ordem Social
da Constituição Federal.

3. Origem e Evolução Histórica da Seguridade


Social – Parte III e Conceito de Seguridade Social

Seguridade social, que surgiu pela primeira vez na CF/1988, é conceituada como
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da socieda-
de, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assis-
tência social.
Imprescindível a leitura dos arts. 40, e 193 a 204 da Constituição Federal.
Importante lembrar que a sociedade está no conceito constitucional de segu-
ridade, e que previdência social não é sinônimo de seguridade social.
A principal diferença entre os três ramos que integram a seguridade é o aspec-
to contributivo. Existem políticas de seguridade social não contributivas, que são
as da saúde e as da assistência social. Já a previdência é contributiva, ou seja, só
tem direito aos direitos da previdência aquele que foi contribuinte.
O art. 201 da CF trata da previdência social, e afirma que a previdência tem
caráter contributivo. O art. 203 fala da assistência social, determinando que será
prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição. A saúde,
que está prevista no art. 196, igualmente, é direito de todos e dever do Estado,
marcando o caráter não contributivo.
No ramo da saúde, temos o SUS (Sistema Único de Saúde). Na assistência
social, temos o Suas (Sistema Único de Assistência Social).

Exercício
3. (TRT 7ª Região – Magistrado do Trabalho – 2005) No contexto da seguridade
social, certo/errado:
a) A seguridade social é um conjunto integrado de ações de iniciativa ex-
clusiva dos poderes públicos destinado a assegurar o direito relativo à
saúde, à previdência e à assistência social.
12 Direito Previdenciário

4. Conceito de Seguridade Social


O conceito de seguridade social está no art. 194 da CF: conjunto integrado de
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
O órgão responsável pela previdência é o INSS, que é uma autarquia federal
responsável pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Existe outro regi-
me, o chamado Regime Próprio dos Servidores Públicos (RPSP), mas este não é
administrado pelo INSS.
Antigamente, existiam os Institutos de Aposentadoria e Pensão, que regula-
vam categorias separadas. Todos esses institutos foram sintetizados no INPS, que
não separava as categorias, que cuidava apenas de benefícios beneficiários. O
IAPAS era outro órgão, responsável pelas contribuições previdenciárias.
Em 1990, surgiu o INSS, resultado da fusão do INPS com o Iapas, e significa
Instituto Nacional do Seguro Social, lembrando que cuida apenas da previdência
e não de toda a seguridade social.
Posteriormente, em 2007, com a Lei nº 11.457, foi criada uma nova atribui-
ção para a Receita Federal (atualmente denominada Secretaria da Receita Federal
do Brasil), qual seja, cuidar da parte de custeio previdenciário. Com isso, o INSS
deixou de cuidar do custeio, ficando responsável apenas pelos benefícios previ-
denciários.
Com essa alteração legislativa, o INSS não tem mais legitimidade para ajuizar
execuções fiscais tendo contribuições previdenciárias como objeto. Esta legitimi-
dade é da União, e não da Receita Federal, porque esta é apenas um órgão e não
tem personalidade jurídica.

Exercício
4. (Ministério Público do Trabalho – 12ª Região) A respeito do sistema previden-
ciário brasileiro, é correto afirmar que:
a) O INSS – Instituto Nacional do Seguro Social é a autarquia federal en-
carregada de manter o regime previdenciário obrigatório para os traba-
lhadores em geral, ressalvados os servidores estatutários efetivos que
possuam regime próprio de previdência.
b) O INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social é a autarquia encarre-
gada de manter o regime previdenciário obrigatório para os trabalhado-
res em geral, ressalvados os servidores estatutários que possuam regime
próprio de previdência.
Direito Previdenciário 13

5. Seguridade Social – Saúde

A saúde compõe o ramo da seguridade social. Trata-se de um direito de todos,


ou seja, marcado pela universalidade no atendimento. É direito fundamental, cujo
conceito encontra-se na OMS: saúde não é apenas ausência de doença, mas o
completo bem-estar físico, mental e social.
O ramo que cuida da saúde é o direito sanitário, e o art. 199 da CF determina
que:
– a atuação no ramo da saúde é livre à iniciativa privada;
– é vedada a destinação de recursos públicos à iniciativa privada com
finalidade lucrativa;
– é vedada a atuação direta ou indireta de empresa ou capital estrangeiro
no ramo da saúde, salvo nos termos previstos em lei (lei deve trazer rol
taxativo de situações em que o capital estrangeiro poderá atuar na saúde
brasileira).
Pelo § 4º deste mesmo artigo, a lei disporá sobre as condições e os requisitos
que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e trans-
fusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Excepcionalmente, admite-se a venda de partes do corpo cujo desprendimento
não gere prejuízo funcional, que tenham reposição periódica e sem procedimento
invasivo (como unhas e cabelo).
A Lei nº 9.434/1997 determina que é requisito para remoção de órgão para
transplante a morte encefálica, atestada por dois médicos não integrantes da
equipe de transplante.

Exercício
5. (Procurador Federal – AGU – 2006) Os planos de serviços e benefícios da
seguridade social relacionados aos serviços de saúde devem ser elaborados
pelo legislador, de tal forma a garantir que apenas os que realmente neces-
sitam da proteção estatal a eles tenham acesso.

6. Seguridade Social – Assistência Social

A assistência social pública surgiu na Inglaterra em 1601, com a edição da Lei dos
Pobres. No Brasil, é prevista nos arts. 203 e 204 da CF.
14 Direito Previdenciário

Como regra, destina-se às pessoas hipossuficientes, pobres e às que se encon-


tram abaixo da linha da pobreza (miséria).
Na assistência social, temos, como aspecto mais importante, o benefício as-
sistencial do art. 203, V:
“a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.”
É o chamado benefício de prestação continuada, e independe de contribuição.
Além deste benefício constitucional, a Lei nº 10.836/2004 traz o Bolsa Família,
que é a junção de diversos programas sociais que existiam. Este programa traz o
benefício básico, devido a famílias na condição de extrema pobreza, e o benefício
variável, destinado a famílias na pobreza e na extrema pobreza.
A Lei nº 8.742/1993 (Loas), no art. 20, traz o regramento do benefício cons-
titucional da assistência social. Por este artigo, é idosa a pessoa com 65 anos
de idade. No art. 1º, tem-se que assistência social é direito do cidadão e dever
do Estado. É política de seguridade social não contributiva, que provê mínimos
sociais, realizada mediante um conjunto integrado de ações de iniciativa pública
e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas (provimento
do mínimo social ou mínimo existencial).
O art. 6º da mesma lei determina que o Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome é o responsável por essas políticas.

Exercício
6. (Cespe – Procurador Federal – AGU – 2013) Ao idoso que tenha, no mínimo,
65 anos de idade e que não possua meios de prover sua subsistência ou de
a ter provida por sua família, será assegurado o benefício de prestação con-
tinuada previsto na LOAS, no valor de um salário mínimo.

7. Seguridade Social – Previdência Social

A previdência social, integrante da seguridade social, divide-se em regime geral


(art. 201 da CF), regime próprio dos servidores públicos (art. 40 da CF), essas duas
de caráter público e obrigatório; e ainda o regime complementar (art. 202 da CF),
esta é facultativa.
Estudaremos o regime geral (RGPS), do art. 201: a previdência social será
organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
Direito Previdenciário 15

(relação jurídica que une segurado à previdência estabelecendo direitos e obri-


gações recíprocas) obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, nos termos da lei. É administrada pelo INSS, e toda vez que
uma pessoa física exercer atividade remunerada, obrigatoriamente, estará filiada
à previdência, ainda que não haja registro em CTPS (o registro é ato de cadastro,
e não de filiação).
Atualmente, as Leis nos 8.212/1991 e 8.213/1991, ambas leis ordinárias, regu-
lamentam o RGPS. O RPSP é regido pela Lei nº 8.112/1990 (também lei ordinária).
Contudo, para previdência complementar, a Constituição exige lei comple-
mentar.

Exercício
7. (Cespe – Magistratura Federal, TRF 3ª Região – 2001) A inscrição e a filiação
são institutos que se aplicam a todas as áreas da seguridade social. Por esta
razão, somente o segurado e seus dependentes, nos termos da legislação
previdenciária, têm direito aos serviços do Sistema Único de Saúde.
Capítulo 2
Princípios Constitucionais
da Seguridade Social

1. Princípios Constitucionais – Universalidade da


Cobertura e do Atendimento

Os princípios constitucionais da seguridade social estão no art. 194, parágrafo


único. O termo “objetivos” utilizado pela CF neste dispositivo deve ser entendido
como princípios. São termos sinônimos.
Todos estes princípios são aplicáveis a todos os ramos da seguridade social.
A universalidade da cobertura de atendimento tem sentido de dar abran-
gência máxima ao atendimento (pessoas, rol de protegidos) e cobertura (riscos
sociais, como morte, invalidez, idade avançada, etc.).
Tendo em vista que a previdência social é um direito social, ou seja, obrigação
do Estado de dar ou fazer, exige, portanto, lastro financeiro. Assim, o Estado de-
pende sempre dos recursos financeiros orçamentários que dispuser. É a chamada
reserva do possível, materializada no Princípio da Seletividade e Distributividade
na prestação dos benefícios e serviços, ou seja, não havendo recursos para prote-
ger a todos, contempla-se primeiro a proteção de riscos sociais mais graves e das
pessoas mais necessitadas.
No art. 201, IV, temos que o salário-família e o auxílio-reclusão serão restritos
a segurados de baixa renda. É uma limitação, exemplificação do Princípio da Se-
letividade e da Distributividade.
Temos ainda o Princípio da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e
Serviços para a população urbana e rural. Significa que os mesmos benefícios
da população urbana estarão disponíveis ao trabalhador rural, e na mesma pro-
porção.
Direito Previdenciário 17

Exercícios
8. Indique qual das opções está correta com relação aos objetivos constitucio-
nais da Seguridade Social:
a) Irredutibilidade do valor dos serviços.
b) Equidade na cobertura.
c) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
rurais e urbanas.
d) Seletividade na prestação dos benefícios e serviços às populações rurais
e urbanas.
e) Diversidade de atendimento.
9. (Cespe – Procurador Federal – AGU – 2013) A seguridade social compreen-
de um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade, destinados a assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e
à assistência social, sendo que a universalidade e equivalência dos benefícios
e serviços às populações rurais e urbanas estão entre os objetivos em que se
baseia a organização da seguridade social no Brasil.

2. Princípio da Irredutibilidade e Diversidade da


Base Financeira
Quanto ao princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios, previsto no inciso
IV do parágrafo único do art. 194 da CF, havia uma discussão sobre tratar-se do
valor real ou do valor nominal. O STF determinou, por fim, que a proteção é con-
tra a redução do valor nominal, ou seja, o valor nominal, e não proteção contra
as perdas inflacionárias.
Observe, por exemplo, o Bolsa Família, que se mantém no mesmo valor há 4
anos. Este fato não ofende o Princípio da Irredutibilidade dos Benefícios.
Contudo, no que tange somente à previdência, § 4º do art. 201 determina
que é obrigatória a recomposição anual das perdas inflacionarias.
Outro princípio constitucional da seguridade social é o da diversidade da base de
financiamento. Os recursos financeiros que sustentam a seguridade social devem ser
diversificados, ou seja, devem vir de várias fontes. O art. 195 é uma exemplificação
deste princípio. Assim, devem contribuir as empresas e os trabalhadores, mas os re-
cursos da seguridade também devem vir das receitas de concursos de prognósticos
(sorteios de símbolos ou números) bem como das importações de produtos e serviços.
Ainda, no art. 195, o § 4º determina que é possível criar outras contribuições,
utilizando-se para tanto de lei complementar.
18 Direito Previdenciário

Exercício
10. A receita da seguridade social não está adstrita a trabalhadores, a emprega-
dores e ao poder público. Essa assertiva relacionada à receita da seguridade
social está baseada, especificamente, ao Princípio da:
a) Natureza Democrática e Descentralizada da Administração.
b) Diversidade da Base de Financiamento.
c) Universalidade da Cobertura e do Atendimento.
d) Equidade na Forma de Participação no Custeio.
e) Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios.

3. Princípio da Equidade, Princípio da Gestão


Democrática e Quadripartite e Princípio da
Comutatividade

O Princípio da Equidade da Forma de Participação no Custeio não se trata de


igualdade, isonomia. Trata-se, em verdade, do bom-senso do ente tributante na
estipulação de alíquotas e bases de cálculos. Assim, empregadores e empregados
terão percentuais de contribuição bem diferenciadas.
Observa-se: empresas pagam, em regra, 20% de contribuição, mas havia uma
determinação de que empresas instituições bancárias deveriam pagar 22% de con-
tribuição. Os bancos começaram a ingressar com ações contra esta determinação.
Por conta disso, foi criado o § 9º no art. 185:
“As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão
ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômi-
ca, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição
estrutural do mercado de trabalho.”
Outro princípio importante fala do caráter democrático e descentralizado (fe-
deral, estadual e municipal) da administração, mediante gestão quadripartite, ou
seja, com pelo menos 4 segmentos votando nos órgãos colegiados, quais sejam,
dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo.
A Lei nº 8.213 fala do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social). Ele
é formado por representantes desses 4 segmentos acima citados, adicionando
ainda os pensionistas. Os membros do CNPS são nomeados pelo Presidente da
República. Os representantes da sociedade civil terão mandato de 2 anos, admiti-
da uma recondução, mas nota-se que o representante do governo tem mandato
por prazo indeterminado.
Direito Previdenciário 19

Exercício
11. (Magistratura do Trabalho – 23ª Região – 2006) São princípios e diretrizes da
seguridade social, exceto:
a) Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa.
b) Universalidade da cobertura e do atendimento.
c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
d) Igualdade na forma de participação no custeio.
e) Diversidade da base de financiamento.

4. Princípios Constitucionais da Seguridade


Social – Preexistência do Custeio –
Recomposição Monetária – Preservação do
Valor Real – Valor Mínimo

O Princípio da Prévia Fonte do Custeio também é conhecido como “Regra da


Contrapartida” e pode ser identificado no art. 195, § 5º, da Constituição Federal.
O art. 201, § 4º, da CF, traz o Princípio da Manutenção do Valor Real dos
Benefícios que será aplicado tão somente à Previdência. Não será possível manter
o mesmo valor do benefício, pois o poder aquisitivo deverá ser respeitado, me-
diante um reajuste periódico.
Este reajuste compreende a recomposição da perda inflacionária, por meio
de um indexador oficial. Na Previdência, o indexador utilizado é o INPC. O salário
mínimo não poderá ser utilizado como parâmetro.

Exercício
12. Nenhum benefício da seguridade social poderá ser criado ou majorado sem
a correspondente fonte de custeio total, salvo os de caráter emergencial
para atendimento de calamidade pública.
Capítulo 3
Legislação Previdenciária

1. Legislação Previdenciária – Conceito e Fontes


A legislação previdenciária terá como fonte a Constituição Federal (arts. 140 e
193 a 204).
As emendas à Constituição (nos 20, 41 e 47) refletem a reforma da Previdên-
cia. Dessas reformas, houve a necessidade de lei complementar em três hipóte-
ses: art. 40, § 4º e art. 201, § 1º, ambos da CF. A pessoa com deficiência poderá
ter aposentadoria diferenciada (Lei nº 142/2013).
Também será possível a aposentadoria diferenciada para os trabalhadores ex-
postos às condições prejudiciais à saúde (exposição a agentes químicos, físicos ou
biológicos).
Para o caso de Previdência Complementar, também será preciso Lei Comple-
mentar (nos 108 e 109). Serão necessárias para regramento e organização.
O Decreto nº 3.048/1999 regulamenta as Leis nos 8.212/1991 e 8.213/1991.
Há uma competência privativa da União para tratar sobre Seguridade Social,
com previsão no art. 22, XXIII, da Constituição Federal. Já no art. 24, também da
CF, traz a competência para legislar acerca da Previdência.

Exercício
13. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS – 2012) Entre as fontes de financia-
mento da Seguridade Social, encontra-se:
a) O imposto de renda.
b) O imposto sobre circulação de mercadorias.
c) A contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
d) A contribuição social sobre a folha de salários.
e) A contribuição de melhoria.
Capítulo 4
Regime Geral de
Previdência Social

1. Regime Geral de Previdência Social – Conceito


– Diferença entre RGPS e RPP
O Regime Geral e o Regime Próprio para os servidores públicos trazem pontos em
comum, tais como: filiação obrigatória, caráter contributivo e equilíbrio financeiro
atuarial.
No regime próprio, contribuem também os servidores inativos (aposentados e
pensionistas). A contribuição incidirá na forma do art. 40, § 18, da Constituição
Federal.
Para o Regime Geral, teremos a sua administração pelo INSS e quanto aos
seus Segurados, as referências para as Leis nos 8.212/1991 e 8.213/1991.
Já para o Regime Próprio, administrado pelos entes federativos, quanto aos
Servidores Públicos, a referência será para o art. 40 da Constituição Federal.

Exercício
14. Para o trato de aposentadoria especial, tanto no regime próprio, de previ-
dência dos servidores públicos, como para os segurados do regime geral, é
necessária a edição de lei complementar.

2. Regime Geral de Previdência Social –


Disciplina Constitucional
O art. 201, caput, da Constituição Federal, determina que a Previdência Social
será organizada sob a forma de regime geral, caráter contributivo e filiação obri-
gatória.
22 Direito Previdenciário

Existe um benefício chamado “auxilio-funeral”, que pertence à assistência


social – não é um benefício previdenciário.
A referência à proteção ao trabalhador em situação de desemprego involun-
tário se dará por meio do seguro-desemprego.
Salário-família e auxílio-acidente são benefícios não substitutivos.
Capítulo 5
Segurados do Regime Geral
de Previdência Social

1. Segurados do Regime Geral de Previdência


Social – Beneficiários – Segurados e
Dependentes
Só poderá ser segurado facultativo quem não é segurado obrigatório – atendi-
mento do Princípio da Universalidade da Previdência.
São cinco as categorias de segurados obrigatórios, sendo qualquer pessoa fí-
sica que exerça atividade remunerada, quando: agentes públicos, servidores tem-
porários, servidores públicos (cargo efetivo e cargo em comissão), particulares em
colaboração à administração pública e detentores de mandato eletivo.
Nas hipóteses de servidor público que não possua regime próprio de previdên-
cia, o enquadramento será o de categoria de segurados obrigatórios denominada
“empregados” (art. 11, I, da Lei nº 8.213/1991).

Exercício
15. Aos servidores detentores de emprego público, aos temporários e aos que
ocupem exclusivamente cargo em comissão, aplica-se o Regime Geral de
Previdência Social, e não o chamado Regime Previdenciário Especial.

2. Segurados do Regime Geral de Previdência


Social – Segurado Obrigatório – Empregado –
Parte I
Qualquer pessoa que exerça atividade remunerada será considerada segurado
obrigatório da previdência pública.
24 Direito Previdenciário

Empregado é toda pessoa física que exerça atividade remunerada, mediante


remuneração, subordinação e habitualidade, prestando serviços de natureza ur-
bana ou rural. Neste caso, o tomador de serviços será a empresa.
A Previdência surgiu no sentido de proteger o empregado.
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de
emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social.
O servidor público ocupante de cargo efetivo será excluído do Regime Geral
de Previdência Social.

Exercício
16. (Defensor Público da União – Cespe – 2004) O servidor público titular de
cargo efetivo, vinculado a ente público instituidor de regime próprio de pre-
vidência social e que exerça atividade remunerada abrangida pelo RGPS,
torna-se segurado obrigatório também em relação a esse regime.

3. Segurados do Regime Geral de Previdência


Social – Segurado Obrigatório – Empregado –
Parte II

O Diretor-empregado é aquele que, participando ou não do risco econômico do


empreendimento, seja contratado ou promovido para cargo de direção das so-
ciedades anônimas, mantém as características inerentes à relação de emprego.
A idade mínima para filiação ao regime geral é de 16 anos de idade – tanto
para o segurado obrigatório, quanto para o facultativo. Exceção: aprendiz – será
considerada então a idade a partir dos 14 anos.

Exercício
17. (Defensor Público da União – Cespe – 2007) A idade mínima para filiação
ao RGPS é de 16 anos, ressalvados os contratos especiais com idade-limite
inicial de 14 anos, ajustados nos termos da legislação trabalhista, de forma
escrita e por prazo determinado, assegurando ao menor e ao aprendiz um
programa de aprendizagem e formação técnico-profissional metódica com-
patível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico.
Direito Previdenciário 25

4. Segurados do Regime Geral de Previdência


Social – Segurado Obrigatório – Empregado
Doméstico

O empregado doméstico é considerado segurado obrigatório para a previdência


social, pois sua inscrição no sistema previdenciário é obrigatória.
Será o empregador doméstico que estará obrigado a realizar o desconto da
contribuição previdenciária devida pelo empregado bem como recolhê-la, junto à
sua parcela da contribuição.
Os direitos assegurados ao empregado doméstico não contemplam o auxílio-
-acidente – só terão direito o empregado simples, o trabalhador avulso e o segu-
rado especial.

Exercício
18. O salário-família é devido ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e
ao segurado trabalhador avulso, na proporção do número de filhos e inde-
pendentemente da renda do segurado.

5. Segurados do Regime Geral de Previdência


Social – Segurado Obrigatório – Trabalhador
Avulso

O trabalhador avulso é aquele que presta serviço a várias empresas, mas é con-
tratado por sindicatos e órgãos gestores de mão de obra, ou seja: é aquele que
presta serviços eventuais a diversos tomadores, mediante a intermediação da
entidade de classe, sem vínculo de emprego. Não há exigência de que ele seja
sindicalizado.
Deverá contribuir todos os meses, de modo que o tomador de serviços rete-
nha esta contribuição no contracheque. Há alíquotas oficiais para fins de recolhi-
mento ao INSS, em percentuais vinculados ao salário de contribuição.

Exercício
19. (Magistratura Federal – TRF 3ª Região – Concurso XIII) Podem beneficiar-se
do auxílio-acidente:
26 Direito Previdenciário

a) O estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como


empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior, o
autônomo e o avulso.
b) O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, ainda
que vinculado a regime próprio de Previdência Social, o avulso e o ga-
rimpeiro.
c) O síndico de condomínio que receba remuneração, o empregado do-
méstico, o titular de firma individual rural.
d) O avulso, o arrendatário rural que exerce suas atividades em regime de
economia familiar e o diretor empregado.

6. Segurados do Regime Geral de Previdência


Social – Segurado Obrigatório – Contribuinte
Individual – Parte I
Os contribuintes individuais formam a categoria de pessoas que trabalham por
conta própria (autônomos), os empresários e os trabalhadores que prestam servi-
ços de natureza eventual a empresas, sem vínculo empregatício.
Eles serão considerados contribuintes individuais e, ao exercer atividade remu-
nerada, serão considerados segurados obrigatórios perante o Regime Geral de
Previdência Social, devendo nele inscrever-se.

Exercício
20. (Defensor Público da União – Cespe – 2007) Considere que João e Fernanda
sejam árbitros de futebol e atuem, de acordo com a Lei nº 9.615/1998, sem
vínculo empregatício com as entidades desportivas diretivas em que atuam.
Nessa situação hipotética, João e Fernanda podem ser inscritos na previdên-
cia social na qualidade de segurados facultativos, tendo em vista inexistir
qualquer disposição legal que os obrigue a serem filiados ao regime geral.

7. Segurado Obrigatório – Contribuinte


Individual – Parte II
Quem exerce atividade remunerada no Brasil será segurado obrigatório na cate-
goria empregado.
Direito Previdenciário 27

Nos casos descritos no art. 11, I, há as exceções, previstas nos casos de estran-
geiro sem residência permanente no Brasil ou brasileiro amparado pela previdên-
cia do país de origem.
Sobre a extraterritorialidade, fora do território brasileiro, será o empregado
segurado obrigatório do INSS em três situações:
– estrangeiro ou brasileiro contratado por empresa brasileira para trabalhar
na agência dessa empresa no exterior;
– quando empresa estrangeira contratar brasileiro ou estrangeiro residente e
domiciliado no Brasil sendo a empresa estrangeira controlada por empresa
brasileira;
– o brasileiro civil contratado pela União para trabalhar no exterior em um
organismo internacional.
Contribuinte individual, art. 12, V, da Lei nº 8.212/1991, “e” – o brasileiro
civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil
é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto
por regime próprio de previdência social.
O brasileiro civil, não importa onde é domiciliado e contratado, se ele tra-
balhar para organismo internacional no exterior será segurado do INSS, mas a
categoria dependerá de quem o contratou.
Se for contratado pela União, será na categoria empregado.
Se for contratado diretamente, por exemplo, pelo TPI (Tribunal Penal Inter-
nacional), não haverá como a legislação brasileira possa impor ao organismo
a inscrição desse brasileiro no INSS. Nessa hipótese, esse brasileiro poderá ser
segurado como contribuinte individual, sendo ele mesmo recolhendo suas con-
tribuições.

Exercício
21. Miguel, civil, brasileiro nato que mora há muito tempo na Suíça, foi contrata-
do em Genebra para trabalhar na Organização Mundial de Saúde. Seu obje-
tivo é trabalhar na entidade por alguns anos e retornar ao Brasil, razão pela
qual optou por não se filiar ao regime próprio daquela organização. Nessa
situação, Miguel é segurado obrigatório da previdência social brasileira na
qualidade de contribuinte individual.
28 Direito Previdenciário

8. Segurado Obrigatório – Segurado Especial –


Parte I
O segurado especial é diferenciado, tem peculiaridades. Trata-se de um pequeno
produtor rural ou pescador artesanal que trabalha em regime de economia fami-
liar ou, individualmente, sem empregados permanentes.
O núcleo familiar cultiva ou pesca para sustento próprio e comercializa o ex-
cedente.
É preciso comprovar que exerce a atividade rural, além de outros requisitos
dependendo do benefício pretendido.
No caso do segurado especial, ele terá que comprovar a atividade rural, não
se exige comprovação de contribuição previdenciária.
A Lei de Custeio, nº 8.212/1991, traz o empregado especial como obrigatório,
ele precisa contribuir, mas com alíquota pequena de 2,1% sobre a comercializa-
ção da sua produção rural.
No caso do trabalhador rural que está, por exemplo, há três anos sem comer-
cializar, se ele estiver inválido, terá direito à aposentadoria por invalidez, desde
que comprove que ficou esse período cultivando a terra ou a pesca, ainda que
não tenha recolhido contribuições nesse período.
Os benefícios do segurado especial terão o valor certo de um salário mínimo.
Ele não terá direito a alguns benefícios, como salário-família, aposentadoria
especial e aposentadoria por tempo de contribuição.
O índio, indígena aldeado, indígena não aldeado, índio em vias de integra-
ção, índio isolado ou índio integrado, que exerça a atividade rural em regime de
economia familiar e faça dessas atividades o principal meio de vida e de sustento,
é segurado obrigatório na categoria de segurado especial. Isso porque o índio é
considerado pequeno produtor rural. Se posteriormente ele ingressar no meio
urbano e exercer outro tipo de atividade, já não se encaixará mais na figura do
segurado especial.
A Lei nº 11.718/2008 veio disciplinar os pontos controvertidos da figura do
segurado especial.
Para ser pequeno produtor rural, deverá ter a propriedade rural até 4 módulos
fiscais.

Exercício
22. (Cespe – TRF 5ª Região – 2011) Tratando-se de demanda previdenciária, o
fato de o imóvel ser superior ao módulo rural afasta, por si só, a qualificação
Direito Previdenciário 29

de seu proprietário como segurado especial, ainda que comprovada, nos


autos, a exploração em regime de economia familiar.

9. Segurado Obrigatório – Segurado Especial –


Parte II
A Lei nº 11.718/2008 sobre o segurado especial exige que este segurado não
tenha empregados permanentes.
É possível que, na hora da colheita, o núcleo familiar não consiga sem ajuda;
então, poderão ser contratados trabalhadores rurais para o período de safra, pelo
período máximo de 120 dias. Esses dias podem ser intercalados.
Se houver um fazendeiro com propriedade rural equivalente a 20 módulos
fiscais, sendo que a esposa e os filhos não trabalham na fazenda, e ele tem em-
pregados que cuidam do plantio, dos animais, nesse caso, ele é um empresário
rural, um contribuinte individual e só terá direito à aposentadoria se comprovar o
recolhimento das contribuições previdenciárias.
Há uma diferença para o pequeno produtor rural, que cultiva a terra com a
ajuda da esposa e dos filhos e, eventualmente, precisa de trabalhadores rurais
para ajudar a família. Nesse caso, todo o núcleo familiar será segurado especial.
Se o segurado especial exercer o cargo de vereador, continuará como segu-
rado especial.
O segurado especial pode explorar sua propriedade para fins de turismo, des-
de que faça por até 120 dias no ano e ofereça hospedagem rústica. Se ultrapassar
esse tempo, passará a ser empresário.
O Decreto Federal nº 3.048/1999, em seu art. 18, § 5º, determina que, pre-
sentes os pressupostos de filiação, admite-se a inscrição post mortem do segura-
do especial.
O seringueiro, sendo atividade de sustento da sua vida, é segurado especial.
O garimpeiro, ainda que trabalhe em regime familiar, não é segurado especial.
A partir de 8 de janeiro de 1992, data da publicação da Lei nº 8.398, o ga-
rimpeiro passou à categoria de equiparado a autônomo, atual contribuinte indi-
vidual, com ou sem auxílio de empregados.

Exercício
23. (Cespe – Defensoria Pública Geral da União – Defensor Público da União
– 2010) Considere que Lucas tenha exercido, individualmente, de modo
30 Direito Previdenciário

sustentável, durante toda a vida, a atividade de seringueiro na região ama-


zônica, tendo os frutos dessa atividade sido sua única fonte de renda.
Após o falecimento dele, os herdeiros – demonstrados os pressupostos de
filiação – poderão requerer a inscrição de Lucas, como segurado especial,
no RGPS.

10. Segurado Facultativo

Segurados facultativos são as pessoas que não exercem atividade remunerada,


mas têm a faculdade de se filiarem ao INSS (art. 13 da Lei nº 8.213/1991).
O empregado na empresa será obrigatório; ficando desempregado, poderá se
filiar no INSS como segurado facultativo.
O segurado especial é obrigatório, mas, para que tenha direito a mais benefícios,
como aposentadoria por tempo de contribuição, deverá recolher contribui-
ções como segurado facultativo.
O estagiário em acordo com a lei do estágio, assim como o bolsista, podem
contribuir como segurados facultativos, pois não são segurados obrigatórios.
Filiação é a relação jurídica que se estabelece entre segurados e a previdência
social, do qual decorrem direitos e obrigações. Há:
a) filiação automática – decorre do exercício de atividade remunerada para
os segurados obrigatórios;
b) filiação condicionada – mediante prévia inscrição, formalizada com o pa-
gamento da primeira contribuição para o segurado facultativo.
Para o segurado obrigatório, basta o exercício da atividade remunerada para
ser filiado.
Para o segurado facultativo, deverá haver a inscrição na previdência para se
filiar.
Após a inscrição, deverá pagar a primeira inscrição.

Exercício
24. (Cespe – Magistratura Federal – TRF 3ª Região – 2011) A inscrição e a filiação
são institutos que se aplicam a todas as áreas da seguridade social; por essa
razão, somente o segurado e seus dependentes, nos termos da legislação
previdenciária, têm direito aos serviços do Sistema Único de Saúde.
Direito Previdenciário 31

11. Perda e Manutenção da Qualidade de


Segurado – Parte I

A filiação será automática, quando se tratar de segurado obrigatório e condicio-


nada, quando se tratar de segurado facultativo.
O segurado facultativo só estará filiado ao RGPS quando se inscrever na pre-
vidência, precisando, além da inscrição, do pagamento da primeira contribuição.
Quando o empregado estiver na empresa, ainda que sua carteira de trabalho
não tenha sido anotada, ele já será filiado ao RGPS.
Se a empresa oculta ou resiste na formalização do vínculo, neste caso, fica o
tomador de serviço obrigado a fazer a inscrição, sob pena de sonegação fiscal
previdenciária.
A inscrição ocorrerá mesmo no caso do segurado obrigatório, mas não se
precisa dela para gerar a filiação, ao contrário do segurado facultativo.
A idade mínima para inscrição do segurado facultativo ou obrigatório é de
dezesseis anos de idade.
A única ressalva é a do segurado obrigatório aprendiz, na categoria emprega-
do, que pode ser filiado a partir dos quatorze anos de idade.
Se um pai, ao nascer o filho, desejar inscrevê-lo como segurado facultativo,
a contribuição será feita, porém, não surtirá efeitos, já que é menor de dezesseis
anos de idade.
Os arts. 13 da Lei nº 8.213/1991 e 14 da Lei nº 8.212/1991 tratam do segu-
rado facultativo. Fala-se que o segurado facultativo poderá filiar-se a partir dos
quatorze, no entanto, está incorreto, a idade mínima é de dezesseis anos de
idade.
As Leis nos 8.212 e 8.213 são de 1991 e, nesse ano, a CF ainda trazia que o
trabalho seria permitido a partir dos quatorze anos, mas a CF foi alterada, esta-
belecendo que o trabalho seria permitido a partir dos dezesseis anos, e as Leis nos
8.212 e 8.213 não foram atualizadas nesse sentido.
As contribuições feitas antes dessa idade não serão válidas, o que poderá
ser pedido é a repetição de indébito requerendo a devolução dos últimos cinco
anos.
Se for perguntado no concurso a idade mínima para se filiar, devem ser con-
siderado, dezesseis anos de idade, apenas com a exceção do aprendiz, que é de
quatorze anos.
Se for utilizado o texto das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, deverão
ser considerados quatorze anos.
32 Direito Previdenciário

Exercício
25. (Cespe – DPS – 2010) Suponha que João, servidor público federal aposenta-
do, tenha sido eleito síndico do condomínio em que reside e que a respectiva
convenção condominial não preveja remuneração para o desempenho dessa
função. Nesse caso, João pode filiar-se ao Regime Geral da Previdência Social
(RGPS) na condição de segurado facultativo e formalizar sua inscrição com o
pagamento da primeira contribuição.

12. Perda e Manutenção da Qualidade de


Segurado – Parte II
Previdência é um seguro social. A partir do momento que o segurado deixa de
contribuir para a previdência, perde a qualidade de segurado?
O empregado que perdeu o emprego no mês de janeiro e ficou desempre-
gado, passa três meses sem contribuir, sofre um acidente e falece. Terá a família
direito à pensão por morte?
Na previdência, existe o denominado período de graça (art. 15 da Lei nº
8.213/1991).
Se cair no concurso que o segurado obrigatório contribuiu por mais de 10
anos, o período de graça será de 24 meses e não 12.
Se o segurado fizer o registro no órgão competente, terá direito a prorrogar
por mais 12 meses do período de graça.

Exercício
26. (Concursos Públicos para Provimento de Cargos de Juiz Federal Substituto
– 3ª Região) Quem já tenha vertido mais de cento e vinte contribuições, se
ficar desempregado e comprovar essa situação perante o órgão competente,
terá:
a) Mantida a qualidade de segurado pelo prazo improrrogável de doze
meses, salvo se vier a perceber benefício.
b) Mantida a qualidade de segurado, desde que abra mão da percepção
do seguro-desemprego.
c) Mantida a qualidade de segurado por até vinte e quatro meses conta-
dos da data em que cessar o recolhimento das contribuições.
d) Mantida a qualidade de segurado pelo prazo de trinta e seis meses.
Direito Previdenciário 33

13. Perda e Manutenção da Qualidade de


Segurado – Parte III

O art. 15, I, da Lei nº 8.213/1991, dispõe que mantém a qualidade de segurado,


independentemente de contribuições, sem limite de prazo, quem está em gozo
de benefício.
O dependente que recebe um benefício, como a pensão por morte, não man-
tém a qualidade de segurado, sem limite, já que o dispositivo se refere a segurado.
O inciso III dispõe que mantém a qualidade de segurado, independentemente
de contribuições até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de
doença de segregação compulsória.
Também mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribui-
ções até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso.

Exercícios
27. (Cespe – 2011 – TRF – 5ª Região – Juiz Federal) Julgue o item:
De acordo com a jurisprudência do STJ, no que se refere à tarifação legal
de provas, o registro no Ministério do Trabalho e Emprego deve servir como
o único meio de prova da condição de desempregado do segurado, o que
representa exceção à prevalência do livre convencimento motivado do juiz.
28. (Cespe – 2008 – INSS – Técnico do Seguro Social) Ronaldo, afastado de suas
atividades laborais, tem recebido auxílio-doença. Nessa situação, a condição
de segurado de Ronaldo será mantida sem limite de prazo, enquanto estiver
no gozo do benefício, independentemente de contribuição para a previdên-
cia social.
29. (Cespe – 2008 – INSS – Técnico do Seguro Social) Osvaldo cumpriu pena
de reclusão devido à prática de crime de fraude contra a empresa em que
trabalhava. No período em que esteve na empresa, Osvaldo era segurado da
previdência social. Nessa situação, Osvaldo tem direito de continuar como
segurado da previdência social por até dezoito meses após o seu livramento.
Capítulo 6
Dependentes do Regime
Geral de Previdência
Social

1. Classe de Dependentes – Parte I

Quem é segurado da previdência é facultativo ou obrigatório. Os segurados têm


direitos a até oito benefícios:
– aposentadoria por tempo de contribuição;
– aposentadoria especial;
– aposentadoria por idade;
– aposentadoria por invalidez;
– auxílio-doença;
– auxílio-acidente;
– salário-família;
– salário-maternidade.
O dependente do segurado também terá direito a benefícios, quais sejam:
– pensão por morte;
– auxílio-reclusão.
O dependente não contribui com a previdência, mas está atrelado ao segura-
do que contribui.
O auxílio-reclusão é benefício devido a dependente, não ao segurado.
O segurado pode nominar o dependente?
Antigamente, podia indicar, mas isso não existe mais, só é dependente quem
a lei diz. Está no art. 16 da Lei nº 8.213/1991. O rol é taxativo.
A lei diz que há três classes de dependentes:
– Classe I: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emanci-
pado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha
Direito Previdenciário 35

deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente


incapaz, assim declarado judicialmente;
– Classe II: os pais;
– Classe III: o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o
torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.
A classe precedente exclui o direito das classes subsequentes.
Se houver alguém da Classe I, as Classes II e III serão excluídas.
A dependência econômica é presumida na Classe I.
O mesmo não acontece com as Classes II e III, que deverão comprovar a de-
pendência econômica.
Quando se fala em companheiro e companheira, quer se dizer união estável
entre homem e mulher.
Relação homoafetiva não é contemplada na Lei nº 8.213/1991, mas foi ajui-
zada pelo MPF no RS ação civil pública para impor ao INSS que a lei contemplasse
essa relação, e conseguiu liminar com abrangência nacional.
O ente público foi até o STF para recorrer dessa decisão, e tal decisão foi rati-
ficada pelo Supremo.
Hoje é pacífico: relação homoafetiva é dependente para fins previdenciários
do INSS, por força de ação judicial.
Filhos acima de 21 anos serão considerados dependentes somente se forem
inválidos ou tiverem deficiência intelectual ou mental tornando-os relativamente
ou absolutamente incapazes.

2. Classe de Dependentes – Parte II

A pessoa cuja designação como dependente do segurado tenha sido feita até 28
de abril de 1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032/1995, fará jus à pensão
por morte ou ao auxílio-reclusão, se o fato gerador do benefício, o óbito ou a
prisão, ocorreu até aquela data, desde que comprovadas as condições exigidas
pela legislação vigente.
A pessoa designada não faz mais parte do rol de dependentes do RGPS.
No RGPS, vigora o princípio chamado tempus regit actum.
No caso do segurado que designou uma pessoa para dependente e, posterior-
mente, faleceu, quando já não havia mais essa figura na Lei, valerá a lei vigente
na data do óbito.
36 Direito Previdenciário

O cônjuge que se separa judicialmente, ou de fato, acaba com a relação de


dependência.
Se no divórcio ficou acordado a pensão alimentícia para a ex-esposa, se o ex-
-marido se casa novamente e, posteriormente, falece, terão direito à pensão por
morte a atual esposa e a ex-esposa.
O enteado não está na Classe I, ele precisa comprovar dependência econômica.
O mesmo acontece com o menor sob tutela. O instituto da tutela, em regra,
é para quem tem patrimônio.
O menor sob guarda esteve na lei no passado, porém, foi excluído.
Acontecia o seguinte: o avô estava aposentado e a avó havia falecido, os
filhos eram maiores de 21 anos, desse modo, quando o avô falecesse, a aposen-
tadoria não iria para ninguém, então, esse pedia a guarda judicial dos netos, para
que fossem dependentes dele e pudessem receber sua aposentadoria quando
falecesse.
Essa situação começou a se repetir, por isso, foi retirado o menor sob guarda
do rol taxativo dos dependentes.

Exercício
30. De acordo com a jurisprudência do STJ, a mulher que renunciou aos alimen-
tos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do
ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.

3. Inscrição, Perda e Manutenção da Qualidade


de Dependente
Primeiramente, é preciso observar que os dependentes não se filiam. Neste sen-
tido, incumbe ao dependente promover a sua inscrição quando do requerimento
do benefício a que estiver habilitado.
Ocorrida a perda da qualidade de segurado, a lei dispõe que haverá caducida-
de dos direitos inerentes a essa qualidade. No entanto, é preciso observar que a
perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja
concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em
vigor à época em que tais requisitos foram atendidos.
Cumpre salientar que não será concedida pensão por morte aos dependentes
do segurado que falecer após a perda desta qualidade, salvo se preenchidos os
requisitos para obtenção da aposentadoria (direito adquirido).
Direito Previdenciário 37

A Súmula nº 416 do STJ dispõe que é devida a pensão por morte aos depen-
dentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os
requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito.
A perda da qualidade de dependente ocorre de diversas formas. Exemplo:
para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegu-
rada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por
sentença judicial transitada em julgado.

Exercício
31. (Cespe – 2007 – DPU – Defensor Público) Em relação ao direito previdenciá-
rio, julgue o item que se segue:
Atualmente, é possível a concessão de pensão por morte aos dependentes,
mesmo que o segurado tenha falecido após perder a qualidade de segurado.
Para isso, é indispensável que os requisitos para obtenção da aposentadoria
tenham sido preenchidos de acordo com a legislação em vigor à época em
que os requisitos foram atendidos.
Capítulo 7
Benefícios e Serviços da
Previdência Social

1. Benefícios e Serviços: Introdução e Carência –


Parte I

Sabe-se que há quatro espécies de aposentadoria, mas o segurado da Previdência


pode ter acesso a somente uma delas, não sendo permitido mais de uma apo-
sentadoria.
Neste sentido, existem aposentadoria por tempo de contribuição, aposenta-
doria por idade, aposentadoria especial e aposentadoria por invalidez.
Além destas possibilidades, o segurado também pode fazer uso de auxílios,
quais sejam, auxílio-doença e auxílio-acidente.
Pode, ainda, fazer uso de dois tipos de salário: salário-maternidade e salário-
-família.
Assim, observa-se que estas são as oito espécies de benefícios previdenciários
hoje existentes em prol do segurado. De outra forma, em benefício do dependen-
te do segurado, existe a pensão por morte e o auxílio-reclusão.
Insta salientar que, além dos benefícios, existem os serviços relacionados à
Previdência, previstos no art. 88 da Lei nº 8.213/1991 (serviço social) e arts. 89 a
92 do mesmo diploma legal (reabilitação profissional).
Outro ponto a ser estudado é a carência. De acordo com o art. 24 da lei acima
referida, é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o
beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro
dia dos meses de suas competências.
O auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez são dois benefícios de risco;
o prazo de carência é de 12 contribuições.
Já os benefícios chamados de programáveis possuem período de carência de
180 contribuições.
Direito Previdenciário 39

Já o salário-maternidade para seguradas contribuinte individual e segurada


facultativa exige um prazo de carência de 10 contribuições. Caso se trate de se-
gurada especial, o prazo será de 10 meses de atividade rural.

Exercício
32. (Cespe – TRF 5ª Região – 2011) É de dez contribuições mensais o período de
carência exigido para a concessão de salário-maternidade à empregada do-
méstica; à segurada da previdência social que adotar criança até um ano de
idade será devido esse benefício por cento e vinte dias, à que adotar criança
com idade entre um e quatro anos, por sessenta dias, e à que adotar criança com
idade entre quatro a oito anos, por trinta dias.

2. Benefícios e Serviços – Período de Carência –


Parte II

Há benefícios que são isentos de carência, na Lei nº 8.213/1991. Dispõe o art. 26


do referido diploma legal:
“Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:
I – pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente;
II – auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de
qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como
nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social,
for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada
pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos,
de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou
outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento
particularizado;
III – os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados
especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei;
IV – serviço social;
V – reabilitação profissional.
VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e
empregada doméstica.”
Ressalta-se que, no caso da contribuinte individual e facultativa, se estas se
filiam ao Regime Geral no mês de janeiro, por exemplo, e engravidam no mês
40 Direito Previdenciário

de fevereiro, no mês de novembro, quando derem à luz, já terão satisfeito dez


contribuições e, portanto, terão cobertura previdenciária.
Caso o parto seja antecipado, em que pese não ter ainda dez contribuições,
terá cobertura previdenciária, uma vez que a pessoa foi previdente.

Exercício
33. (Cespe – Procurador Federal – 2010) Independe de carência a concessão de
pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família, auxílio-acidente, serviço
social, reabilitação profissional e salário-maternidade para as seguradas em-
pregada, trabalhadora avulsa e contribuinte individual.

3. Cálculo dos Benefícios – Salário de Benefício

Salário de contribuição é, em linhas gerais, o valor da remuneração do trabalhador.


Ainda, todos os salários de contribuição que serão utilizados para calcular o
benefício previdenciário deverão ser atualizados monetariamente.
O segundo passo é extrair os 80% maiores salários de contribuição, descar-
tando os 20% menores.
Assim, dos 80% que serão utilizados, soma-se os salários de contribuição
desta porcentagem e faz-se uma média aritmética simples.
O resultado desta média aritmética será denominado salário de benefício.
Neste sentido, o salário de benefício será a base de cálculo para que se chegue
ao valor do benefício.
O salário de benefício ainda não será o valor do benefício, pois a depender do
benefício será um percentual sobre esta média.
Em se tratando de aposentadoria por invalidez será 100% do salário de be-
nefício. Já o auxílio-doença será 91% do salário de benefício. Na sequência, o
auxílio-acidente será 50% do salário de benefício.
Em se tratando de aposentadoria por tempo de contribuição, bem como de
aposentadoria especial, será de 100% do salário de benefício.
Por fim, a aposentadoria por idade é a única aposentadoria que não é neces-
sariamente de 100%. Nos termos do art. 50 da Lei de Benefícios, a aposentado-
ria por idade é de 70% do salário de benefício, acrescido de 1% a cada ano de
contribuição.
Direito Previdenciário 41

Exercícios
34. (Cespe – TRF 5ª Região – 2011) O salário de benefício da aposentadoria por
invalidez será igual a 91% do valor do salário de benefício do auxílio-doença
anteriormente recebido, reajustado pelos índices de correção dos benefícios
previdenciários.
35. (Técnico INSS – FCC – 2012) Em relação ao valor da renda mensal dos bene-
fícios, é correto afirmar que:
a) O auxílio-doença corresponde a 100% (cem por cento) do salário de
benefício.
b) A aposentadoria por invalidez corresponde a 91% (noventa e um) por
cento do salário de benefício.
c) A aposentadoria por idade corresponde a 70% (setenta por cento) do
salário de benefício.
d) A renda mensal da aposentadoria especial não está sujeita ao fator
previdenciário.
e) A renda mensal da aposentadoria por tempo de contribuição não está
sujeita ao fator previdenciário.

4. Salário de Beneficio – Renda Mensal Inicial

A partir do momento em que se aplica sobre o salário de benefício um coeficiente


de cálculo, encontra-se a chamada renda mensal inicial (RMI).
Nota-se que:
RMI = SB x %
SB = média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição (SC)
SC = base de cálculo do tributo
Faz-se necessário lembrar que se o segurado for filiado antes de 1999, o má-
ximo que poderá fazer parte do cálculo será desde julho de 1994.
Ainda, o salário de contribuição deve respeitar o limite-teto da Previdência, de
acordo com o disposto no art. 135 da Lei nº 8.213/1991.
O art. 29, § 2º, do diploma legal acima referido, dispõe que o valor do salário
de benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao do limite
máximo do salário de contribuição na data de início do benefício.
Em relação à renda mensal inicial, conforme estabelece o art. 33, esta não
pode superar o teto máximo da Previdência.
42 Direito Previdenciário

Outro ponto a ser observado é que o fator previdenciário incide somente em


dois benefícios, um obrigatoriamente e outro facultativamente. Incidirá obrigato-
riamente na aposentadoria por tempo de contribuição e de forma facultativa na
aposentadoria por idade, caso seja benéfico ao trabalhador.
Ademais, a Lei Complementar nº 142/2013 trouxe dois benefícios para as
pessoas com deficiência, incidindo fator previdenciário somente se for benéfico.

Exercício
36. (TRF-3 – Magistratura) A fórmula do fator previdenciário utiliza as seguintes
variáveis: idade (Id), tempo de contribuição (Tc) e expectativa de sobrevida
(Es).

5. Benefício: Auxílio-doença – Requisitos de


Concessão

Primeiramente, observa-se que um dos requisitos para concessão do auxílio-


-doença é que o sujeito esteja incapacitado para o trabalho.
Ademais, é preciso que se analise se a incapacidade para laborar é total ou
parcial, devendo-se avaliar também se é permanente ou temporária. Exemplo:
se o sujeito sofrer um acidente e ficar cego, estará totalmente incapacitado de
forma definitiva.
Aquele que ficar incapacitado de forma definitiva e permanente terá direito à
aposentadoria por invalidez.
O sujeito terá direito ao auxílio-doença sempre que o segurado ficar totalmen-
te incapacitado, porém, esta incapacidade tem duração temporária.
Já o auxílio-acidente será cabível quando o grau de incapacidade for parcial e
a duração da incapacidade for permanente.
A Data de Início do Benefício (DIB) vem prevista no art. 60 da Lei nº 8.213/1991:
“Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do
décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados,
a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.”
Dispõe o § 1º do dispositivo acima mencionado:
“§ 1º Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30
(trinta) dias, o auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do reque-
rimento.”
Direito Previdenciário 43

Exercício
37. (Cespe – 2008 – Técnico do Seguro Social) Uma segurada contribuinte indivi-
dual que tenha sofrido algum acidente que tenha determinado sua incapaci-
dade temporária para a atividade laboral tem direito a receber auxílio-doen-
ça, cujo termo inicial deve corresponder à data do início da incapacidade,
desde que o requerimento seja apresentado junto à previdência antes de se
esgotar o prazo de 30 dias.

6. Benefícios: Auxílio-doença – Auxílio


Acidentário ou Previdenciário

Em relação à carência, quer seja acidente do trabalho ou doença, esta nunca foi
exigida.
Se for acidente de qualquer natureza, esta também será afastada.
Se for uma doença não relacionada ao trabalho, a regra é a exigência dos
12 meses, salvo se for uma doença grave prevista na relação do art. 51 da Lei
nº 8.213/1991.
Quanto à estabilidade no emprego, dispõe o art. 118 do mesmo diploma
legal:
“Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na
empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente.”

Exercícios
38. (Procurador Federal – AGU – Cespe – 2013) A concessão do benefício de
auxílio-doença, em regra, exige período de carência de doze contribuições
mensais. Todavia, a lei prevê casos em que a concessão do referido benefício
independe de carência, entre os quais se inclui a situação na qual o segurado
venha a ser vítima de moléstia profissional ou do trabalho.
39. (Procurador Federal – AGU – Cespe – 2013) Caso um segurado do RGPS, no
local e no horário do trabalho, seja vítima de acidente em consequência de
ato de terrorismo praticado por terceiro, tal fato não se equiparará a acidente
do trabalho.
44 Direito Previdenciário

40. (Procurador Federal – AGU – Cespe – 2013) Sobrevindo acidente do traba-


lho, nos casos em que seja identificada negligência quanto às normas pa-
drão de segurança e higiene do trabalho relacionadas à proteção individual e
coletiva, a previdência social proporá ação regressiva contra os responsáveis.

7. Benefício – Auxílio-acidente
Outro benefício por incapacidade laborativa é o chamado auxílio-acidente.
O auxílio-acidente será cabível sempre que a incapacidade for parcial e defini-
tiva. Exemplo: um metalúrgico perde o dedo de uma das mãos. Nota-se que este
fato irá gerar um prejuízo funcional.
O benefício de auxílio-acidente, uma vez concedido, não impede a pessoa de
continuar a trabalhar.
O auxílio-acidente será recebido até a morte do segurado ou até a concessão
de qualquer aposentadoria.
Em que pese o nome ser auxílio-acidente, também é cabível sua concessão se
ocorrer uma doença.
Ainda, observa-se que a disacusia vem prevista no art. 86, § 4º, da Lei nº
8.213/1991, bem como na Súmula nº 44 do STJ.
O auxílio-acidente está previsto no art. 86 da lei acima referida, contendo a
seguinte redação:
“Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado
quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natu-
reza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho
que habitualmente exercia.”
Ademais, o art. 18, § 1º, do mesmo diploma legal, dispõe que somente po-
derão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados especiais, os empregados e
os trabalhadores avulsos.

Exercício
41. (TRF 3ª Região – Juiz Federal – 2006) Podem beneficiar-se do auxílio-acidente:
a) O estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como
empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior, o
autônomo e o avulso;
b) O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, ainda
que vinculado a regime próprio de Previdência Social, o avulso e o ga-
rimpeiro;
Direito Previdenciário 45

c) O síndico de condomínio que receba remuneração, o empregado do-


méstico, o titular de firma individual rural;
d) O avulso, o arrendatário rural que exerce suas atividades em regime de
economia familiar e o diretor empregado.

8. Benefício – Aposentadoria por Invalidez –


Requisitos

A aposentadoria por invalidez é um benefício cabível quando existe incapacidade


laborativa total e permanente.
O termo inicial da aposentadoria por invalidez depende da categoria de segu-
rado. Se for segurado empregado, o benefício será devido a partir do 16º dia da
incapacidade. Em se tratando dos demais segurados, o benefício será cabível a
partir do dia da incapacidade laborativa.
É preciso lembrar que o benefício será devido do início desde que haja
o requerimento no prazo de 30 dias. Caso este prazo não seja respeitado, o
benefício será devido a partir do requerimento.
Ainda, no caso de aposentadoria por invalidez, a incapacidade para o trabalho
é total e definitiva, mas o segurado deve, a cada dois anos, comparecer à agência
do INSS para perícia. Neste sentido, constatada a recuperação da capacidade do
segurado, o benefício será cessado.
Dispõe o art. 101 da lei aqui estudada:
“Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por in-
validez e o pensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do
benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, pro-
cesso de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento
dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que
são facultativos.”

Exercício
42. (Cespe – Técnico do INSS – 2008) Moacir, aposentado por invalidez pelo
regime geral de previdência social, recusa-se a submeter-se a tratamento
cirúrgico por meio do qual poderá recuperar sua capacidade laborativa.
Nessa situação, devido à recusa, Moacir terá seu benefício cancelado ime-
diatamente.
46 Direito Previdenciário

9. Benefício – Aposentadoria por Invalidez –


Pagamento

Conforme visto anteriormente, os benefícios são limitados a um teto máximo.


A assertiva acima encontra uma exceção na aposentadoria valetudinária, nos
termos do art. 45 da Lei nº 8.213/1991, que dispõe:
“Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar
da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco
por cento).”
Exemplo: uma pessoa que fica cega aos 50 anos de idade, dependendo de
auxílio de um terceiro.
A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime
Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invali-
dez, nem auxílio-doença, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de
progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
Faz-se necessário ressalvar que o que não pode ser preexistente é a incapaci-
dade para o trabalho. Exemplo: uma pessoa tem o vírus HIV e exerce suas funções
normalmente. Ocorre que, um dia, por conta da doença, torna-se incapacitado
para o trabalho. Nesse caso, fará jus ao benefício.
Observa-se, ainda, que a aposentadoria por invalidez é cabível enquanto o
segurado estiver inválido para o trabalho. Desta forma, não pode esta pessoa,
aposentada por invalidez, retornar voluntariamente ao trabalho.
O art. 46 da Lei nº 8.213/1991 traz um caráter de sanção, dispondo que o
benefício será cancelado quando houver o retorno voluntário ao trabalho:
Por fim, cumpre observar o disposto no art. 71 da Lei nº 8.212/1991:
“Art. 71. O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS deverá rever os bene-
fícios, inclusive os concedidos por acidente do trabalho, ainda que concedidos
judicialmente, para avaliar a persistência, atenuação ou agravamento da incapa-
cidade para o trabalho alegada como causa para a sua concessão.”

10. Benefício – Aposentadoria por Idade –


Requisitos

A aposentadoria por idade trata-se de um benefício fundamentado no risco social


idade avançada (art. 201, § 7º, da CF).
Direito Previdenciário 47

Na esfera urbana, a CF determina que, para o homem, a idade para a aposen-


tadoria é 65 anos e para a mulher, 60 anos. No que tange ao trabalhador rural, as
idades diminuem 5 anos: 60 anos para o homem e 55 anos para a mulher.
Observa-se a diferença entre este benefício e o concedido também no mes-
mo artigo constitucional, mas baseado no tempo de contribuição, porque nesta
a redução de 5 anos se dá em prol do professor e não do trabalhador rural. Os
concursos públicos gostam muito de confundir isso.
A aposentadoria por idade precisa, ainda, do requisito carência: número mí-
nimo de 180 contribuições (o equivalente a 15 anos). Para o trabalhador rural, a
comprovação da carência se dá não pelo número de contribuições, mas da prática
da atividade rural.
Pela Lei nº 10.666/2003, art. 3º, parágrafo único, a aposentadoria por idade
passou a ser um benefício concedido para quem também não é segurado da pre-
vidência. Assim, qualquer pessoa que já tenha trabalhado no tempo de carência
(180 contribuições), mesmo que não seja mais segurado do INSS, ou seja, que
não tenha voltado a trabalhar, atingindo a idade determinada (65 ou 60 anos),
terá direito ao benefício.
O valor da aposentadoria por idade será de 70% do salário de benefício (mé-
dia aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição), acrescido de
1% a cada grupo de 12 contribuições, limitado ao máximo de 100%.
No RPSP, existe, ainda, a aposentadoria compulsória, que ocorre aos 70 anos
de idade, tanto para homem quanto para a mulher. No RGPS, a aposentadoria
compulsória poderá ser pedida pela empresa, desde que cumprida a carência e
aos homens com 70 anos de idade e mulheres com 65 anos.

Exercício
43. (Cespe – AGU – Procurador Federal – 2013) Para fazer jus à aposentadoria
por idade prevista no RGPS, como trabalhador urbano, deve o requerente
comprovar, além da carência exigida em lei, ter completado sessenta e cinco
anos de idade, se homem e sessenta se mulher.

11. Benefício – Aposentadoria por Idade –


Concessão

Ao trabalhador rural não se exige comprovação de contribuições para que faça jus
à aposentadoria por idade. Exige-se que comprove que trabalhou no meio rural.
48 Direito Previdenciário

Esta comprovação, de acordo com o STJ (Súmula nº 149), não pode se dar
por meio de prova exclusivamente rural. Deve a comprovação ter lastro no início
de uma prova material, como documentos públicos (certidão de casamento
ou de nascimento dos filhos, pois nelas consta a profissão). Com relação à
mulher trabalhadora rural, nos documentos públicos, normalmente, consta a
profissão “do lar”. Nestes casos, a jurisprudência admite a extensão da prova do
marido para a esposa.
Esta é a regra do art. 48, § 2º, da Lei nº 8.213/1991, para concessão da apo-
sentadoria por idade do trabalhador rural: comprovação do efetivo exercício da
atividade rural, ainda que de forma descontínua, pelo tempo igual ao da carência.
No que tange ao termo inicial, importante ressaltar que é válido para as apo-
sentadorias por tempo de contribuição e especial. No art. 49, o termo é:
– para empregado, inclusive doméstico: da data do desligamento do em-
prego quando requerida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois
dela; ou da data do requerimento, quando não houver desligamento do
emprego ou quando for requerida após este prazo;
– para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.
Observa-se que o benefício não é devido a partir do implemento dos requisi-
tos, mas sim de acordo com as regras acima.

Exercício
44. (Cespe – DPU – Defensor Público da União – 2007) Para a concessão de apo-
sentadoria rural por idade não se exige que o início de prova material cor-
responda a todo o período equivalente à carência do benefício, sendo que,
para a comprovação de tempo de serviço rural, é imprescindível documento
em nome próprio do interessado,

12. Aposentadoria por Idade à Pessoa Deficiente


A pessoa com deficiência tem sido, atualmente, privilegiada na nossa sociedade.
Isto também acontece com relação aos benefícios da previdência. O Brasil é signa-
tário do Tratado de Proteção à Pessoa com Deficiência, que tem status de emenda
constitucional no ordenamento jurídico pátrio.
Assim, no art. 201, § 1º, é vedada a necessidade de requisitos diferenciados
para a concessão dos benefícios, salvo o disposto na Constituição. Duas são as ex-
ceções a essa regra (que devem ter previsão em lei complementar): atividades que
prejudiquem a integridade física e a saúde, e segurados portadores de deficiência.
Direito Previdenciário 49

Da mesma forma, o art. 40, § 4º, traz a mesma regra referindo-se aos servido-
res públicos, incluindo-se nas exceções o exercício de atividades de risco.
A Lei Complementar nº 142/2013 regulamentou o art. 201, § 1º, da CF (ob-
serva-se que esta lei não abrange os servidores públicos). Importante saber que
não se trata de uma aposentadoria especial (porque esta é a do trabalhador
que trabalha exposto a agentes prejudiciais à saúde e à integridade física).
A LC nº 142 traz duas aposentadorias para o segurado com deficiência:
– aposentadoria por idade (não importando o grau de deficiência): 60 anos
de idade para o homem, 55 anos de idade para a mulher, desde que
comprovadas a carência e a existência da deficiência por 15 anos. Lembra
que são as mesmas idades dos trabalhadores rurais. Nesta aposentadoria,
aplica-se o fator previdenciário, se este for benéfico ao segurado (lembrar
que, na aposentadoria especial, nunca se aplica o fator previdenciário);
– aposentadoria por tempo de contribuição (será vista em outro módulo).

13. Benefício – Aposentadoria por Tempo de


Contribuição – Requisitos

A aposentadoria por tempo de contribuição era denominada antes da EC nº


20/1998 – Reforma previdenciária como aposentadoria por tempo de serviço,
e bastava a comprovação do tempo de trabalho. Hoje, o requisito mudou: é o
tempo de contribuição.
Inicialmente, é preciso saber que existe uma carência, ou seja, 180 contribui-
ções (15 anos). Fora este requisito, é necessário comprovar 35 anos (homem) ou
30 anos (mulher) de contribuição, sendo os prazos reduzidos de 5 anos quando
se tratar de professor do ensino infantil, fundamental e médio.
A carência de 15 anos existe exatamente porque antigamente não era requi-
sito o tempo de contribuição. Trata-se de um requisito em extinção, porque, no
futuro, tal requisito será abolido.
A aposentadoria é de 100% do salário de benefício.
Por ocasião da EC nº 20/1998, esse benefício sofreu uma série de ataques,
porque não há um risco social protegido. Assim, o ideal seria atrelar o tempo de
contribuição à idade mínima, evitando-se dessa forma aposentadorias precoces.
Apresentou-se, assim, uma PEC neste sentido: mínimo de 60 anos de idade. Esta
PEC, contudo, não passou no Congresso.
Nesta mesma PEC, também foi colocado em pauta o Regime Próprio dos Ser-
vidores Públicos, também prevendo o atrelamento à idade, e foi aprovado.
50 Direito Previdenciário

Hoje, portanto, temos:


RGPS RPSP
35 anos de contribui-
Homem 35 anos de contribuição Homem
ção + 60 anos de idade
30 anos de contribui-
Mulher 30 anos de contribuição Mulher
ção + 55 anos de idade
Observa-se, ainda, que, no RPPS, são necessários 10 anos no serviço público,
e 5 anos no cargo.
Em 1999, o governo aprovou a Lei do Fator Previdenciário, segundo a qual
incide uma fórmula redutora do benefício obrigatoriamente aplicado ao RGPS.

Exercício
45. (FCC – Técnico INSS – 2012) Lúcia exerce atividade de professora de ensino
fundamental desde dezembro de 1986, tem 56 anos de idade e pretende
obter benefício previdenciário em dezembro de 2011. Nessa situação, Lúcia
tem direito à:
a) Aposentadoria por idade.
b) Auxílio-doença.
c) Aposentadoria especial.
d) Aposentadoria por invalidez.
e) Aposentadoria por tempo de serviço.

14. Benefício – Aposentadoria por Tempo de


Contribuição – Não Concessão
Lembra-se inicialmente:
– prazos e idades para a aposentadoria por contribuição;
– o fato previdenciário leva em consideração tempo de contribuição, idade
e sobrevida;
– quanto menos tempo de contribuição, mais reduzido será o benefício.
A Lei nº 8.213, art. 29, § 9º, determina que sempre existirá um abono no
cálculo do fator previdenciário: são acrescidos 5 anos no tempo de contribuição
da mulher e do professor, e 10 anos no tempo de contribuição da professora.
Isto ocorre para que não seja distorcido o direito de igualdade nos benefícios da
previdência.
Direito Previdenciário 51

A CF criou o Sistema Especial de Inclusão Previdenciária (SEIPrev). Trata-se de


um sistema de inclusão de pessoas que, a princípio, não estavam na previdência:
contribuinte individual de baixa renda e contribuintes facultativos de baixa renda.
Para estas pessoas, o SEIPrev prevê a redução da contribuição: a alíquota de con-
tribuição será de 11% ou 5% sobre o salário mínimo. Aderindo a este sistema,
tais pessoas são excluídas da aposentadoria por tempo de contribuição.
O benefício, no SEIPrev, será sempre no valor certo de um salário mínimo.
Se ocorrer arrependimento pela adesão ao SEIPrev, o segurado poderá se re-
tratar, pagando a diferença de alíquota contributiva durante o período, e, fazen-
do isto, terá direito à aposentadoria por tempo de contribuição.
O segurado especial também não tem direito à aposentadoria por tempo de
contribuição (Súmula nº 272 do STJ).

15. Aposentadoria por Tempo de Contribuição à


Pessoa Deficiente
A pessoa com deficiência tem sido, atualmente, privilegiada na nossa sociedade.
Isto também acontece com relação aos benefícios da previdência. O Brasil é signa-
tário do Tratado de Proteção à Pessoa com Deficiência, que tem status de emenda
constitucional no ordenamento jurídico pátrio.
Assim, no art. 201, § 1º, é vedada a necessidade de requisitos diferenciados
para a concessão dos benefícios, salvo o disposto na Constituição. Duas são as ex-
ceções a essa regra (que devem ter previsão em lei complementar): atividades que
prejudiquem a integridade física e a saúde, e segurados portadores de deficiência.
Igualmente, o art. 40, § 4º, traz a mesma regra referindo-se aos servidores
públicos, incluindo-se nas exceções o exercício de atividades de risco.
A Lei Complementar nº 142/2013 regulamentou o art. 201, § 1º, da CF (ob-
serva-se que esta lei não abrange os servidores públicos). Importante saber que
não se trata de uma aposentadoria especial (porque esta é a do trabalhador
que trabalha exposto a agentes prejudiciais à saúde e à integridade física).
A lei complementar trouxe dois tipos de aposentadoria para a pessoa com
deficiência:
– idade (já vista em outra unidade);
– por tempo de contribuição: se o grau de deficiência é grave, com 25 anos
de tempo de contribuição para o homem, e 20 para a mulher; se o grau
de deficiência é moderada, com 29 anos de tempo de contribuição para o
homem, e 24 para a mulher; se o grau de deficiência é leve, com 33 anos
de tempo de contribuição para o homem, e 28 para a mulher.
52 Direito Previdenciário

Nos dois tipos de aposentadoria à pessoa com deficiência, incidirá o fator


previdenciário somente se for benéfico.
Nota-se que não há uma nomenclatura firmada para as aposentadorias para
as pessoas com deficiência, mas não se pode dizer, tecnicamente, que é a apo-
sentadoria especial (e sobre esta nunca incide o fator previdenciário). Trata-se de
aposentadoria diferenciada.
Não existe LC que regule esta matéria para os servidores públicos. Mas já
existe, atualmente, Mandados de Injunção concedidos para assegurar o mesmo
direito previsto na LC nº 42.

16. Benefício – Aposentadoria Especial

Aposentadoria especial é um benefício intermediário entre a aposentadoria por


tempo de contribuição e aposentadoria por invalidez. Isto porque certas ativi-
dades são exercidas mediante exposição a agentes prejudiciais à saúde e à in-
tegridade física, e, portanto, o corpo humano não consegue aguentar o tempo
requisitado para a aposentadoria por tempo de contribuição.
Três são os tipos de aposentadoria especial: 15, 20 ou 25 anos, a depender do
grau de exposição e da prejudicialidade, independentemente de ser o segurado
homem ou mulher.
A aposentadoria especial tem 100% do salário de benefício e nunca tem inci-
dência do fator previdenciário.
Tendo em vista que os segurados especiais em regra se aposentam muito
precocemente, o tomador de serviços (que efetivamente explorou tal trabalhador
e auferiu os lucros desse serviço), deverá pagar, 12, 9 ou 6 pontos percentuais a
mais nas alíquotas das cota patronal. É a regra prevista no art. 57 da Lei nº 8.212,
§ 6º:
“O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos prove-
nientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24
de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos
percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa
permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco
anos de contribuição, respectivamente.”
Somente o empregado e o trabalhador avulso poderão ter direito à aposen-
tadoria especial, mas, por outro lado, o empregador sempre deverá pagar a alí-
quota diferenciada. E, dentre os contribuintes individuais, apenas o segurado-
-cooperado possui direito a esta aposentadoria.
Direito Previdenciário 53

Exercício
46. (Cespe – Procurador Federal – AGU – 2013) A aposentadoria especial será
devida apenas ao segurado que tiver trabalhado por, pelo menos, vinte e
cinco anos sujeito a condições especiais que lhe prejudiquem a saúde ou a
integridade física.

17. Benefício – Salário-maternidade – Parte I


Salário-maternidade é um benefício previdenciário com duração de 120 dias, in-
clusive no caso de criança natimorta. Este benefício tem fundamento nas alte-
rações sofridas no corpo da mulher, e, exatamente por este motivo, a mãe do
natimorto também tem este direito.
No caso de aborto, que ocorre antes do 6º mês (ou 23ª semana), o salário-
-maternidade é devido por duas semanas.
O termo inicial do benefício poderá ser até 28 dias antes do parto.
No ano de 2002, a Lei nº 10.421 inseriu o art. 71-A à Lei nº 8.213/1991, que
dispõe que a mulher que adota passa a ter direito a salário-maternidade, cujo
prazo dependerá da idade da criança. A justificativa da concessão deste benefício
era o prazo de convivência, mas esta justificativa sofreu críticas porque o direito
não é concedido ao homem que adota (e agora não há mais o motivo das mu-
danças sofridas no corpo da mulher). Outra crítica é a discriminação do tempo
com relação à idade da criança, que não tinha nenhum motivo ou razoabilidade.
Por conta dessas críticas, veio a Lei nº 12.863/2013: o homem que adota tam-
bém tem direito do salário-maternidade e o escalonamento de tempo conforme
a idade da criança foi abolido.

Exercícios
47. (Cespe – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) Adriana, segurada da
previdência, adotou Paula, uma menina de 9 anos de idade. Nessa situação,
Adriana não tem direito ao salário-maternidade.
48. (Cespe – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) Maria adotou uma criança
de 6 anos de idade, sendo que a mãe biológica da criança já havia recebido
salário-maternidade. Nessa situação, Maria:
a) Não tem direito ao salário-maternidade.
b) Tem direito ao salário-maternidade por 120 dias a contar da data da
adoção.
54 Direito Previdenciário

c) Tem direito ao salário-maternidade por 60 dias a contar da data da


adoção.
d) Tem direito ao salário-maternidade por 90 dias a contar da data da
adoção.
e) Tem direito ao salário-maternidade por 30 dias a contar da data da
adoção.

18. Benefício – Salário-maternidade – Parte II

O salário-maternidade tinha um ponto que veio a ser resolvido.


Antigamente, era mais comum que a mãe, durante ou logo após o parto,
viesse a óbito. Neste caso, a legislação não permitia que o pai se afastasse do
trabalho para cuidar da criança.
Atualmente, a Lei nº 8.213 contempla o direito em prol do pai em razão do
falecimento da mãe biológica, pelo prazo restante do salário-maternidade. O va-
lor do salário-maternidade será o correspondente ao salário do pai, e, portanto,
somente se for segurado, o pai receberá este benefício. Ademais, o valor que
recebia a esposa falecida será pago à família pela pensão por morte.
É o que consta do art. 71-B da Lei nº 8.213/1991.
No que tange aos casos de adoção conjunta por casais homoafetivos, e, em
sendo ambas as companheiras seguradas e mulheres, era possível o recebimento
de dois salários-maternidade. Por outro lado, se a relação fosse homoafetiva entre
homens, nenhum dos companheiros teria direito ao benefício.
Hoje, em adoção por casais homoafetivos, somente um dos companheiros
será beneficiário deste benefício, ainda que o outro companheiro seja segurado
pelo regime próprio de previdência.
O salário-maternidade é pago pelo INSS. Mas as seguradas, mães biológicas na
categoria empregadas, receberão o benefício pela própria empresa empregadora,
que deduzirá o valor pago da sua contabilidade de contribuições previdenciárias.

Exercício
49. (Cespe – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) Helena, grávida de 9 meses
de seu primeiro filho, trabalha em dias empresas de telemarketing. Nossa
situação, Helena terá direito ao salário-maternidade em relação a cada uma
das empresas, mesmo que a soma desses valores seja superior ao teto dos
benefícios da previdência social?
Direito Previdenciário 55

19. Benefício – Salário-maternidade – Parte III

Dentre as empregadas, mães biológicas são exceção à regra de recebimento do


salário-maternidade diretamente da empregadora. Mas, se a segurada for empre-
gada de microempreendedor individual, ela voltará à regra normal, devendo se
dirigir a uma agência do INSS para o recebimento do benefício.
O salário-maternidade não exige o requisito doméstico para empregada, em-
pregada doméstica ou trabalhadora avulsa. Mas exige para a segurada facultativa
e contribuinte individual no prazo de 10 meses. Para a segurada que exerce ativi-
dade rural, deverá comprovar a atividade rural por 10 meses.
O salário-maternidade é sempre devido no valor da remuneração da segurada
(art. 72 da Lei nº 8.213/1991), não se aplicando ao teto da previdência à empre-
gada e à trabalhadora avulsa.
Quando a Lei nº 8.213/1991 foi editada, havia a previsão da limitação do teto
da previdência para o salário-maternidade. Houve, então, uma ADIn sobre esta
limitação: a limitação ao teto teria que ser complementada pela empresa empre-
gadora, e isso acabaria gerando uma discriminação por parte das empresas na
contratação de mulher. Assim, o STF declarou inconstitucional a limitação.
Ocorre que alguns benefícios começaram a ingressar na folha de pagamento
dos cofres públicos alguns valores elevados. E, por conta disso, foi alterada a
regra constitucional: uma emenda alterou o art. 248 da CF, que passou a de-
terminar que os benefícios deveriam observar teto máximo de pagamento. Os
benefícios que não estiverem adstritos a este teto, deverão respeitar o teto do art.
37 da CF (subsídio de Ministro do STF).
Para a segurada empregada doméstica, o salário-maternidade será no valor
do último salário de contribuição.
Para a contribuinte individual e a segurada facultativa, será uma média das 12
últimas contribuições.
Finalmente, a segurada especial receberá sempre o valor de um salário mínimo.

20. Benefício – Salário-família

O salário-família é um benefício fixado hoje em R$ 30,00. Mesmo sendo um valor


baixo, é preciso observar que não há inconstitucionalidade, pois não se trata de
um benefício substitutivo do trabalho.
O salário-família é uma cota mensal destinada ao segurado empregado e ao
trabalhador avulso de baixa renda.
56 Direito Previdenciário

Ainda, o segurado empregado ou trabalhador avulso de baixa renda deve ter


filhos com idade de até 14 anos. Existe uma ressalva, qual seja, em caso de filho
inválido.
Ademais, a cota do salário-família será paga por intermédio da empresa. As-
sim, o segurado comprova os requisitos, a empresa paga o salário-família e lança
à contabilidade que pagou essa cota. Desta forma, haverá uma compensação em
se tratando de contribuições previdenciárias.
A EC nº 72/2013 deu nova redação ao parágrafo único do art. 7º da Cons-
tituição Federal, assegurando ao empregado doméstico mais direitos na esfera
previdenciária.
Dentre os incisos do dispositivo acima referido, é possível observar que no in-
ciso XII há previsão do salário-família. Ocorre que há previsão constitucional, mas
tal previsão é dependente de lei que, por sua vez, ainda não foi editada.

Exercício
50. (Defensor Público da União – Cespe – 2004) Pedro é casado com Marília,
com a qual tem quatro filhos, todos com menos de 14 anos de idade. Am-
bos são empregados segurados do RGPS e recolhem pelo teto do salário de
contribuição.
Nessa situação, de acordo com a legislação vigente, tanto Pedro quanto
Marília poderão receber os benefícios do salário-família.

21. Benefício – Pensão por Morte – Parte I


Quem tem direito à pensão por morte é o dependente do segurado, nos termos
do art. 16 da Lei nº 8.213/1991.
Assim, tem-se na Classe I o cônjuge, o companheiro e os filhos; na Classe II,
os pais; e na Classe III, os irmãos. São três classes, pois uma classe é necessaria-
mente excludente das outras.
Insta ressaltar que a pensão por morte é dividida em cota sempre que houver
mais de um dependente.
Ademais, a pensão por morte é um benefício previdenciário e, portanto, não
poderá ser inferior a um salário mínimo. Entretanto, em se tratando de cotas,
estas poderão ser menores do que um salário mínimo.
O termo inicial da pensão por morte será a data do óbito, mas desde que seja
requerido o benefício em um prazo máximo de trinta dias. Passados os trinta dias,
o benefício será concedido a partir do requerimento.
Direito Previdenciário 57

Em se tratando de morte presumida, o benefício será devido desde a data da


decisão judicial.
Há também a situação da habilitação tardia, conforme disposto no art. 76 da
Lei nº 8.213/1991:
“Art. 76. A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de
habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação
posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito
a contar da data da inscrição ou habilitação.”

22. Benefício – Pensão por Morte – Parte II


Em relação ao valor do benefício pensão por morte, o art. 75 da Lei nº 8.213/1991
dispõe que, se o falecido estava aposentado, o valor da aposentadoria que rece-
bia será o valor da pensão por morte. Se não estava aposentado, será o valor que
o falecido teria direito se estivesse aposentado por invalidez.
Estabelece o referido dispositivo:
“Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor
da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se esti-
vesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado o disposto
no art. 33 desta lei.”
Dispõe o § 2º do art. 76:
“§ 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia
pensão de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes
referidos no inciso I do art. 16 desta Lei.”
Ademais, a Súmula nº 336 do STJ traz a seguinte redação:
“A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à
pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade eco-
nômica superveniente.”

Exercícios
51. De acordo com a jurisprudência do STJ, a mulher que renunciou aos alimen-
tos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do
ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.
52. (Advocacia-Geral da União – 2013 – Cespe) Se um segurado da previdência
social falecer e deixar como dependentes seus pais e sua companheira, o
benefício de pensão por sua morte deverá ser partilhado entre esses três
dependentes, na proporção de um terço para cada um.
58 Direito Previdenciário

53. (Defensor Público da União – Cespe – 2004) Pedro é casado com Marília,
com a qual tem quatro filhos, todos com menos de 14 anos de idade. Am-
bos são empregados segurados do RGPS e recolhem pelo teto do salário de
contribuição.
Nessa situação, de acordo com a legislação vigente, tanto Pedro quanto
Marília poderão receber os benefícios do salário-família.

23. Benefício – Auxílio-reclusão


O auxílio-reclusão é um benefício devido a dependente de segurado da Previdên-
cia Social.
O fato gerador deste benefício é a prisão do segurado. Ainda, o segurado
deve ter baixa renda para que o auxílio-reclusão seja devido.
Ocorre que, conforme disposto no art. 201, IV da Constituição Federal:
“IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de
baixa renda;”
Após recurso interposto, o STF decidiu que vale o que está na Constituição e,
portanto, o segurado deve ser de baixa renda, pouco importando se o dependen-
te também é de baixa renda.
O art. 80 da Lei nº 8.213/1991 regulamenta o auxílio-reclusão:
“Art. 80. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por
morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remu-
neração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou
de abono de permanência em serviço.
Parágrafo único. O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com
certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção
do benefício, a apresentação de declaração de permanência na condição de pre-
sidiário.”
O art. 2º, caput, e § 1º da Lei nº 10.666/2003 estabelece:
“Art. 2º O exercício de atividade remunerada do segurado recluso em cum-
primento de pena em regime fechado ou semi-aberto que contribuir na condição
de contribuinte individual ou facultativo não acarreta a perda do direito ao rece-
bimento do auxílio-reclusão para seus dependentes.
§ 1º O segurado recluso não terá direito aos benefícios de auxílio-doença e
de aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão,
ainda que, nessa condição, contribua como contribuinte individual ou facultati-
vo, permitida a opção, desde que manifestada, também, pelos dependentes, ao
benefício mais vantajoso.”
Direito Previdenciário 59

É preciso entender que aquele que cumpre pena em regime aberto não faz jus
ao recebimento de auxílio-reclusão. Contudo, o regime semiaberto gera direito ao
pagamento de auxílio-reclusão.
Ademais, em caso de fuga do preso, não fará mais jus ao recebimento do
benefício.

Exercício
54. (Técnico do Seguro Social – Cespe – 2008) Fabiano, segurado do regime
geral de previdência, encontra-se preso e participa de atividades laborais na
prisão, fato que lhe permite manter suas contribuições para a previdência
social na qualidade de contribuinte individual. Sua esposa, Catarina, recebe
auxílio-reclusão, por serem, Fabiano e ela, considerados, respectivamente,
segurado e dependente de baixa renda. Nessa situação, enquanto Catarina
receber o auxílio-reclusão, Fabiano não terá direito a nenhum tipo de apo-
sentadoria nem a auxílio-doença.

24. Abono Anual e Serviço Social

A Constituição Federal prevê o abono anual, que é o mesmo que gratificação


natalina.
Existe uma base de custeio já definida pelo STF, que é a incidência de contri-
buição previdenciária sobre o 13º salário. Assim, os trabalhadores da ativa contri-
buem para a atual geração de aposentados.
Quando se fala em abono anual, não é somente em caso de aposentadoria,
incluindo-se auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-maternidade, pensão por
morte e auxílio-reclusão.
O recebimento de benefício por período inferior a doze meses, dentro do
mesmo ano, determina o cálculo do abono anual de forma proporcional.
O período igual ou superior a quinze dias, dentro do mês, será considerado
como mês integral para efeito de cálculo de abono anual.
Ainda, o abono anual incidirá sobre a parcela de acréscimo de 25%, referente
ao auxílio acompanhante.
A Previdência possui dois serviços: Serviço Social e Serviço de Reabilitação
Profissional.
O Serviço Social é uma orientação previdenciária, prevista no art. 88 da Lei
nº 8.213/1991. As ações profissionais do Serviço Social objetivam esclarecer ao
60 Direito Previdenciário

usuário seus direitos sociais e os meios de exercê-los, estabelecendo de forma


conjunta o processo de superação de questões previdenciárias, tanto no âmbito
interno quanto no da dinâmica da sociedade.
O Serviço Social executará ações profissionais em articulação com outras áreas
do INSS, com organizações da sociedade civil que favoreçam o acesso da popula-
ção aos benefícios e aos serviços do RGPS, e com organizações que favoreçam a
participação e implementação da política previdenciária.

25. Reabilitação Profissional

Conforme dito anteriormente, existe também o Serviço de Reabilitação Profissio-


nal, previsto nos arts. 89 a 93 da Lei nº 8.213/1991.
Serão encaminhados ao Programa de Reabilitação Profissional, por ordem de
prioridade:
I – o segurado em gozo de auxílio-doença, acidentário ou previdenciário;
II – o segurado sem carência para a concessão de auxílio-doença previdenciá-
rio, portador de incapacidade;
III – o segurado em gozo de aposentadoria por invalidez;
IV – o segurado em gozo de aposentadoria especial, por tempo de contri-
buição ou idade que, em atividade laborativa, tenha reduzida sua capacidade
funcional em decorrência de doença ou acidente de qualquer natureza ou causa;
V – o dependente pensionista inválido;
VI – o dependente maior de 16 anos, portador de deficiência; e
VII – as Pessoas com Deficiência – PcD, ainda que sem vínculo com a Previ-
dência Social.
Quando indispensáveis ao desenvolvimento do Programa de Reabilitação, o
INSS fornecerá aos beneficiários os seguintes recursos materiais:
I – órteses;
II – próteses;
III – auxílio-transporte urbano, intermunicipal e interestadual;
IV – auxílio-alimentação;
V – diárias;
VI – implemento profissional (ex.: material didático, uniformes, etc.);
VII – instrumento de trabalho.
Direito Previdenciário 61

Dispõe o art. 93 da Lei nº 8.213/1991:


“Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a
preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com
beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na
seguinte proporção:
I – até 200 empregados – 2%;
II – de 201 a 500 – 3%;
III – de 501 a 1.000 – 4%;
IV – de 1.001 em diante – 5%.”
Capítulo 8
Questões Relativas à
Previdência Social

1. Contagem Recíproca do Tempo de


Contribuição

Os arts. 40 e 201 da Constituição Federal determinam que deva haver nas Previ-
dências de Regime Próprio e Regime Geral equilíbrio financeiro.
A partir do momento em que o sujeito trabalhou na iniciativa privada e con-
tribuiu por cinco anos, por exemplo, este valor está no Regime Geral. Migrando
este tempo ao Regime Próprio e averba, terá que trabalhar cinco anos a menos
para se aposentar, causando um desequilíbrio.
Dispõe o art. 201, § 9º, da Constituição Federal:
“§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do
tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e
urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensa-
rão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.”
Já o art. 94, § 2º, da Lei nº 8.213/1991, estabelece:
“§ 2º Não será computado como tempo de contribuição, para efeito dos be-
nefícios previstos em regimes próprios de previdência social, o período em que o
segurado contribuinte individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2º
do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se complementadas as
contribuições na forma do § 3º do mesmo artigo.”
Ademais, o art. 96 da lei supramencionada dispõe:
“Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço de que trata esta Seção será
contado de acordo com a legislação pertinente, observadas as normas seguintes:
I – não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;
II – é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade
privada, quando concomitantes;
Direito Previdenciário 63

III – não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para con-
cessão de aposentadoria pelo outro;
(...).”
O art. 40, § 10, da Constituição Federal traz a seguinte redação:
“§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo
de contribuição fictício.”
Por sua vez, o art. 123 e seu parágrafo único do Decreto nº 3.048 dispõem:
“Art. 123. Para fins de concessão dos benefícios deste Regulamento, o tempo
de serviço prestado pelo trabalhador rural anteriormente à competência novem-
bro de 1991 será reconhecido, desde que devidamente comprovado.
Parágrafo único. Para fins de contagem recíproca, o tempo de serviço a que
se refere o caput somente será reconhecido mediante a indenização de que trata
o § 13 do art. 216, observado o disposto no § 8º do 239.”

Exercício
55. (Cespe – 2013 – AGU – Procurador) Para fins de concessão dos benefícios
previstos no RGPS ou no serviço público é assegurada a contagem recíproca
do tempo de contribuição na atividade privada e do tempo de serviço na ad-
ministração pública, hipótese em que os diferentes sistemas de previdência
social se compensarão financeiramente.

2. Justificação Administrativa
A justificação administrativa é um procedimento administrativo, comprovando-se
um fato à Administração Pública.
Cumpre esclarecer que a justificação administrativa é o procedimento desti-
nado a suprir a falta de documento ou fazer prova de fato ou circunstância de
interesse do beneficiário perante o INSS.
Ainda, esta justificação poderá ser processada sem ônus ao interessado, de
forma autônoma para efeito de inclusão ou retificação de vínculos do CNIS (Ca-
dastro Nacional de Informações Sociais), a pedido do interessado.
Não será admitida a justificação administrativa quando o fato a comprovar
exigir registro público de casamento, idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurí-
dico para o qual a lei prescreva forma especial.
A justificação administrativa para fins de comprovação de tempo de contribui-
ção, de dependência econômica, de união estável, de identidade e de relação de
parentesco, somente produzirá efeito quando baseada em início de prova material.
64 Direito Previdenciário

Não podem ser testemunhas:


I – o que, acometido por enfermidade ou por debilidade mental à época da
ocorrência dos fatos, não podia discerni-los ou, ao tempo sobre o qual deve de-
por, não estiver habilitado a transmitir as percepções;
II – os menores de 16 anos;
III – o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender do sentido que lhe
falta;
IV – o cônjuge, ascendente e descendente, em qualquer grau;
V – o colateral até terceiro grau, assim como os irmãos e as irmãs, os tios e
tias, sobrinhos e sobrinhas, cunhados e cunhadas, noras e genros, ou qualquer
outro por consanguinidade ou afinidade;
VI – o que é parte interessada;
VII – o que intervém em nome de uma parte, como tutor na causa do menor.

3. Decadência e Prescrição em Relação aos


Benefícios da Previdência Social

O art. 103 da Lei nº 8.213/1991 trazia prazo de prescrição. É preciso observar,


ainda, a Súmula nº 85 do STJ, que dispõe:
“Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure
como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a
prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior
à propositura da ação.”
Desde 1997, surgiu uma novidade no art. 103, qual seja, a decadência. Neste
sentido, se o direito não for exercido no prazo de 10 anos, este direito será perdi-
do. Referido artigo traz a seguinte redação:
“Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito
ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de be-
nefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira
prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão
indeferitória definitiva no âmbito administrativo.”
Nota-se, portanto, sendo concedido, que o prazo é contado a partir do dia 1º
do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação e se for negado conta-
-se do conhecimento da decisão indeferitória de última instância.
Direito Previdenciário 65

Exercícios
56. (Delegado Federal – Cespe – 2013) O direito de requerer pensão por morte
decai após dez anos da morte do segurado.
57. (Técnico – INSS – FCC – 2012) José pleiteou aposentadoria por tempo de
contribuição perante o INSS, que foi deferida pela autarquia e pretende a re-
visão do ato de concessão do benefício para alterar o valor da renda mensal
inicial. O prazo decadencial para o pedido de José é de:
a) Dez anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do rece-
bimento da primeira prestação.
b) Cinco anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do
recebimento da primeira prestação.
c) Três anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do rece-
bimento da primeira prestação.
d) Cinco anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício.
e) Dez anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício.
Capítulo 9
Financiamento da
Seguridade Social

1. Financiamento – Contribuições Sociais –


Regras Constitucionais
Os recursos financeiros estão dispostos na Constituição Federal, em seu art. 195:
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamen-
tos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:” (...)
O § 1º do dispositivo referido acima estabelece:
“§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas
à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o or-
çamento da União.”
O § 3º, por sua vez, traz a seguinte redação:
“§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como
estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.”
O § 6º dispõe acerca do Princípio da Anterioridade:
“§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituí-
do ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.”
A Súmula nº 669 do STF estabelece:
“Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não
se sujeita ao princípio da anterioridade.”
Ademais, o § 7º do art. 195 dispõe:
“§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades be-
neficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.”
Direito Previdenciário 67

2. Financiamento: Orçamento
A forma indireta se dá pela via orçamentária da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. A forma direta, por sua vez, se dá mediante o pagamento das con-
tribuições sociais.
O art. 195 da Constituição Social estabelece:
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamen-
tos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da
lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo em-
pregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidin-
do contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social de que trata o art. 201;
III – sobre a receita de concursos de prognósticos;
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar.”
O § 4º dispõe sobre a contribuição residual:
“§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção
ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.”
Ademais, o art. 167, XI, também da Constituição Federal, traz a seguinte
redação:
“Art. 167. São vedados:
(...)
XI – a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que
trata o art. 195, I, “a”, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento
de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.”

3. Financiamento: Salário de Contribuição


Observa-se que há duas contribuições que somente podem ser utilizadas para pa-
gar benefícios previdenciários: contribuição sobre folha de salários e contribuição
do segurado à Previdência.
68 Direito Previdenciário

Existem dois tipos de relação: a denominada relação de custeio e a chamada


relação de benefício.
Na relação de benefício, há o salário de benefício e, na relação de custeio, há
o salário de contribuição.
Faz-se necessário lembrar que salário de benefício é a média aritmética sim-
ples dos 80% maiores salários de contribuição.
O art. 28 da Lei nº 8.212/1991 dispõe acerca do salário de contribuição:
“Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I – para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma
ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, de-
vidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais
sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial,
quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do
empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda,
de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;
(...).”
O art. 22 também envolve salário de contribuição, dispondo:
“Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,
além do disposto no art. 23, é de:
I – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou credita-
das a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que
seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilida-
des e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efe-
tivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador
de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo
coletivo de trabalho ou sentença normativa.
(...).”
Insta salientar que empregador doméstico não é empresa e nem equiparado
à empresa, havendo um regramento diferenciado (art. 24 da Lei nº 8.212/1991).
Ademais, todos os segurados estão limitados ao teto, com exceção do segu-
rado especial. Isso porque há incidência de alíquota de 2,1% sobre a comerciali-
zação de sua produção rural.

4. Salário de Contribuição – Parcelas Excludentes


Na Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, temos que os benefícios da previdência não
integram o salário de contribuição, exceto o salário-maternidade. Lembra-se que,
Direito Previdenciário 69

pelo art. 195 da CF, temos a imunidade das contribuições sobre aposentadorias e
pensões. Sobre os demais benefícios, temos a isenção legal acima prevista.
Importante saber que sempre o salário-maternidade é considerado como base
de cálculo para contribuição previdenciária. Assim sendo, tanto a empregada,
que recebe o salário-maternidade, quanto o empregador, durante o período de
licença, deverão recolher o percentual referente à contribuição previdenciária.
Sobre as férias, com o respectivo adicional de 1/3, incide a contribuição pre-
videnciária, mas sobre as férias indenizadas não. Portanto, férias indenizadas não
são base de cálculo para a contribuição.
No RE nº 1.322.945, pela primeira vez, o STJ decidiu à unanimidade que não
deve incidir contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade. Isto porque
a incidência deve ocorrer sempre que haja o trabalho ou que o empregado esteja
à disposição do empregador. E, nestes dois casos, não ocorre no salário-mater-
nidade. O recurso ainda está em andamento, portanto, importante conferir o
resultado final oportunamente.
Sobre o décimo terceiro salário, incide contribuição previdenciária, mas não
entra no cálculo do benefício. É, portanto, uma exceção ao art. 201, § 11, da CF
(tudo aquilo sobre o que incidir contribuição deverá repercutir no benefício). A
contribuição do 13º vai se dar em separado, para fins de cálculo (para não tingir
o teto da previdência).
A Súmula nº 688 do STF confirmou a constitucionalidade da incidência da
contribuição previdenciária sobre o 13º salário.

5. Contribuição dos Segurados – Parte I

O art. 195, II, é o fundamento para a contribuição devida pelo segurado da pre-
vidência. Ainda, no art. 167, XI, temos que a contribuição do segurado só pode
ter a finalidade de pagamento de benefícios da previdência.
O trabalhador empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso pres-
tam serviço por conta de outrem. Nestes casos, o tomador de serviços deve-
rá inscrever o trabalhador junto à previdência, deve pagar a sua cota patronal
(20%) e deve ainda reter a contribuição devida pelo segurado (art. 33 da Lei nº
8.212/1991). Lembra-se que a contribuição do empregado é sempre limitada ao
teto de R$ 4.000,00.
Para estas três categorias, todo ano, há a edição de uma portaria interministerial
(Ministério da Previdência Social e Ministério da Fazenda) com os valores de
enquadramento da faixa salarial. Eles contribuirão com alíquotas que variam en-
tre 8, 9 e 11% (sem nenhuma parcela a deduzir), conforme a faixa salarial.
70 Direito Previdenciário

O art. 28 da Lei nº 8.212/1991 determina o que é o salário de contribuição:


– para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma
ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos,
devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retri-
buir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ga-
nhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes
de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa. Observa-se que quando um mesmo empregado
tiver duas fontes pagadoras, os salários devem ser somados para fins de
enquadramento na faixa do salário que determina qual é a alíquota de reco-
lhimento, sob pena de ser a empresa autuada caso recolha a menos;
– para o empregado doméstico: a remuneração registrada na CTPS, obser-
vadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprova-
ção do vínculo empregatício e do valor da remuneração.

6. Contribuição dos Segurados – Parte II


Falaremos, agora, sobre as contribuições do contribuinte individual e do segurado
facultativo. Para estes, será considerado salário de contribuição:
– para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais
empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o
mês, observado o teto;
– para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o teto.
A opção feita pelo segurado facultativo pode ser alterada sempre que ele
assim desejar.
Sobre a alíquota contributiva, a do contribuinte individual que presta serviços
para pessoas físicas é 20%. Importante que este valor deve ser calculado e reco-
lhido pelo próprio contribuinte. Da mesma forma, para o segurado facultativo.
Ocorre que, por ser bastante elevada esta alíquota, é alto o índice de não re-
colhimento das contribuições, e essas duas figuras acabam recebendo, posterior-
mente, apenas o salário assistencial, porque não contribuíram para a previdência.
Em razão disso, foi instituto o SEIPrev, ou seja, a possibilidade de incluir na
previdência estas pessoas que, inicialmente, estavam fora. Reduziu-se, por este
regramento, a alíquota de contribuição.
Aos trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dedi-
quem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde
Direito Previdenciário 71

que pertencentes a famílias de baixa renda, garante-se acesso a benefícios de


valor igual a um salário mínimo. Para estas pessoas, a alíquota será diferenciada
e bem assim a carência (CF, art. 201, §§ 12, 13 e 14).
Duas leis moldaram o SEIPrev, mas nenhuma delas trouxe a redução do prazo
de carência, portanto, hoje em dia, a carência é a mesma do segurado não inte-
grante do SEIPrev.
O art. 21, § 2º, da Lei nº 8.212/1991, determina que aqueles que fizerem a
opção para não ter direito à aposentadoria por tempo de contribuição (ou seja,
a opção pelo SEIPrev), a alíquota será de 11%, no caso do segurado contribuinte
individual, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa
ou equiparado e do segurado facultativo ou 5%, se for contribuinte individual
MEI ou dona de casa integrante de família de baixa renda.
Essas alíquotas incidem sempre sobre o salário mínimo.

7. Contribuição dos Segurados – Parte III

Conforme visto, os contribuintes individuais e facultativos podem optar pelo cha-


mado SEIPrev, ocasião em que perdem o direito à aposentadoria por tempo de
contribuição. O contribuinte comum (que contribui com alíquota de 20%) pode
ter o benefício variando de um salário mínimo até o teto, mas o optante pelo
SEIPRev (que recolhe 11 ou 5% sobre o salário mínimo) sempre vai receber o valor
fixo de um salário mínimo.
Este é o regramento previsto na CF, art. 201, §§ 12, 13 e 14, e na Lei nº
8.212/1991, art. 21, § 2º.
Importante lembrar que poderão optar pelo SEIPRev os integrantes de família
de baixa renda. O art. 21, § 4º, da mesma lei, considera como de baixa renda a
família inscrita no CadÚnico, cuja renda mensal seja de até 2 salários mínimos. O
CadÚnico é de responsabilidade de cada município.
O SEIPrev só pode ser utilizado no regime geral da previdência, de modo que se
o segurado passar a fazer parte do regime especial, ele perde o tempo que
contribuiu anteriormente, bem como perde o direito de aposentar-se por tempo
de contribuição.
Contudo, é possível a retratação da opção pelo SEIPrev: O segurado que tenha
contribuído na forma do SEIPrev e pretenda contar o tempo de contribuição cor-
respondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribui-
ção ou da contagem recíproca do tempo deverá complementar a contribuição
mensal mediante recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite míni-
mo mensal do salário de contribuição em vigor na competência a ser comple-
72 Direito Previdenciário

mentada, da diferença entre o percentual pago e o de 20%, acrescido dos juros,


ou seja, basta que ele recolha aquilo que não recolheu quando da opção.
Sobre o contribuinte individual que presta serviço para pessoas jurídicas, im-
portante saber que é a pessoa jurídica que deverá reter a contribuição e bem
assim deverá pagar a cota patronal.

8. Financiamento – Contribuição das Empresas

O primeiro ponto a ser entendido é que de um lado tem-se o prestador de servi-


ços e de outro o tomador de serviços (este não necessariamente pessoa jurídica,
como ocorre com o empregador doméstico).
Observa-se que o art. 22 da Lei nº 8.212/1991 prevê a contribuição da
empresa.
A empresa deve satisfazer uma cota patronal no valor de 20% sobre aquilo
que representar o caráter retributivo do trabalho.
Cumpre salientar que o empregador doméstico é o único tomador de serviços
que contribui com a alíquota de 12%, sendo o único caso em que há um limita-
dor teto.
De acordo com o Princípio da Equidade na Base de Financiamento, no caso de
instituições financeiras, a alíquota será de 22,5%.
O inciso III, por sua vez, determina que a empresa é obrigada a satisfazer a
cota patronal se remunerar pessoa física sem vínculo empregatício (contribuinte
individual).

Exercício
58. (TRF 3ª Região – X Concurso – Juiz Federal Substituto) Em se tratando de
financiamento da seguridade social, assinale a alternativa incorreta:
a) As contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada poderão incidir sobre a folha de salários e demais rendimen-
tos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, bem como
sobre a receita ou o faturamento e o lucro;
b) As contribuições sociais destinadas ao financiamento da seguridade so-
cial não poderão ser exigidas no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que as instituiu ou modificou;
Direito Previdenciário 73

c) As contribuições sociais do trabalhador e dos demais segurados da pre-


vidência social não incidirão sobre a aposentadoria e a pensão concedi-
das pelo regime geral de previdência social;
d) A diversidade de bases de financiamento está prevista na Constituição
Federal e significa que a seguridade social será financiada por toda
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, median-
te recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além das contribuições sociais dos
empregadores, trabalhadores e sobre a receita de concursos de prog-
nósticos.

9. Contribuição das Empresas – SAT e RAT

O seguro de acidente do trabalho é um adicional à cota patronal. Assim, as em-


presas devem satisfazer tal seguro, para proteção do trabalhador.
O art. 22, II, da Lei nº 8.212/1991 trata do assunto e ressalta-se que hoje a
doutrina chama este seguro de RAT (Riscos Ambientais do Trabalho), pois a reda-
ção foi alterada.
Ademais, a alíquota disposta no artigo acima mencionado será atribuída con-
forme a Classificação Nacional de Atividade Econômica. Constatada a atividade
econômica, será atribuído o risco de acidente do trabalho.
É necessário observar que as alíquotas do SAT serão reduzidas em até 50% ou
aumentadas em até 100% em razão do desempenho da empresa em relação à
sua atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

Exercício
59. (MPT – Procurador do Trabalho – Maio/2012) Leia e analise os itens abaixo:
I – O fator acidentário de prevenção (FAP) é calculado considerando a fre-
quência de acidentes do trabalho na empresa, a sua gravidade e o seu custo
para a seguridade social.
II – O seguro acidente do trabalho (SAT) incide sobre o total das remunera-
ções pagas ou creditadas no mês para os segurados empregados, avulsos
e contribuintes individuais, no percentual variável de 1% a 3%, segundo o
grau de risco da atividade preponderante da empresa.
74 Direito Previdenciário

10. Contribuição das Empresas – Entidades


Equiparadas

Primeiramente, observa-se que o empregador doméstico não é empresa e nem


figura equiparada à empresa.
O art. 15 da Lei nº 8.212/1991 estabelece em seu parágrafo único os que são
equiparados à empresa:
“Parágrafo único. Equipara-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o contri-
buinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a coo-
perativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão
diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.”
Ademais, existem dois adicionais, o primeiro é o denominado SAT e o segun-
do é uma contribuição adicional de aposentadoria especial (alíquotas de 6%, 9%
ou 12%).

Exercício
60. Julgue certo ou errado:
Equipara-se à empresa para os efeitos da Lei nº 8.212/1991 o contribuinte
individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a coo-
perativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a
missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.

11. Contribuições Substitutivas

Conforme estudado anteriormente, as empresas devem contribuir com uma cota


patronal de 20% sobre o total da remuneração paga. Foram estudadas também
as contribuições adicionais.
O art. 22, § 6º, da Lei nº 8.212/1991, dispõe acerca das associações despor-
tivas:
“§ 6º A contribuição empresarial da associação desportiva que mantém equi-
pe de futebol profissional destinada à Seguridade Social, em substituição à pre-
vista nos incisos I e II deste artigo, corresponde a cinco por cento da receita bru-
ta, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território
nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de
qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publi-
cidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos.”
Direito Previdenciário 75

Nota-se que antes mesmo de o dinheiro chegar ao Clube, há retenção de 5%.


Ademais, cumpre observar que não é qualquer associação desportiva que se
encaixa no disposto acima, mas sim associação desportiva que tenha clube de
futebol profissional, ainda que mantenha outras modalidades desportivas.
Insta esclarecer que a Previdência criou a figura de responsáveis tributários,
como as entidades promotoras do evento ou as empresas patrocinadoras.
Por fim, o § 7º do art. 22 estabelece:
“§ 7º Caberá à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade de efe-
tuar o desconto de cinco por cento da receita bruta decorrente dos espetáculos
desportivos e o respectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social,
no prazo de até dois dias úteis após a realização do evento.”

Exercício
61. Julgue certo ou errado:
Cabe à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade de efetuar o
desconto de 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos e
o respectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo
de até cinco dias úteis após a realização do evento.

12. Contribuições Substitutivas do Produtor Rural


O art. 25 da Lei nº 8.212/1991 dispõe:
“Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à
contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial,
referidos, respectivamente, na alínea “a” do inciso V e no inciso VII do art. 12
desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de:
I – 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;
II – 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção
para financiamento das prestações por acidente do trabalho.”
Ainda, estabelece o § 1º:
“§ 1º O segurado especial de que trata este artigo, além da contribuição
obrigatória referida no caput, poderá contribuir, facultativamente, na forma do
art. 21 desta Lei.”
O § 2º, por sua vez, traz a seguinte redação:
“§ 2º A pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso V do art. 12 contribui,
também, obrigatoriamente, na forma do art. 21 desta Lei.”
76 Direito Previdenciário

Cumpre esclarecer que o STF declarou a inconstitucionalidade da cota pa-


tronal substitutiva do produtor rural pessoa física (na redação anterior a EC nº
20/1998).

Exercício
62. Julgue certo ou errado:
De acordo com enunciado sumulado do STJ, o trabalhador rural, na con-
dição de segurado especial, sujeito à contribuição obrigatória sobre a pro-
dução rural comercializada, somente faz jus à aposentadoria por tempo de
serviço, se recolher contribuições facultativas.

13. Recolhimento Fora do Prazo Legal

Em 2009, foram proclamados novos prazos de vencimento das contribuições so-


ciais. A lei fez com que o prazo se deslocasse do dia 10 para o dia 20 do mês.
Ainda, observa-se que se o dia 20 não for dia útil, considerar-se-á antecipado
o prazo para o primeiro dia útil que o anteceder.
O art. 195, § 6º, da Constituição Federal dispõe acerca do Princípio da Ante-
rioridade.
A Súmula nº 669 do STF estabelece:
“Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não
se sujeita ao princípio da anterioridade.”
Isso porque nota-se que não há surpresa ao contribuinte, mas sim somente
alteração da data.

Exercício
63. Julgue certo ou errado:
A falta de recolhimento, no prazo legal, das importâncias retidas configura,
em tese, crime contra a Previdência Social previsto no art. 168-A do Código
Penal, introduzido pela Lei nº 9.983, de 14 de julho de 2000, ensejando a
emissão de Representação Fiscal para Fins Penais (RFFP).
Direito Previdenciário 77

14. Responsabilidade Solidária e Retenção das


Contribuições

A solidariedade pode ser ativa ou passiva, conforme o art. 264 do Código Civil.
Haverá solidariedade ativa quando houver mais de um credor com direito a re-
ceber a dívida por completo; na solidariedade passiva, haverá mais de um credor
com a obrigação de satisfazer a dívida por inteiro.
O art. 265 do CC estabelece que a solidariedade não se presume.
O Código Tributário Nacional, em seu art. 124, informa que são solidaria-
mente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que cons-
titua o fato gerador da obrigação principal e as pessoas expressamente desig-
nadas em lei.
Ademais, a solidariedade tratada no CTN não comporta o benefício de ordem.
O art. 13 da Lei nº 8.620/1993 foi reconhecido pela sua inconstitucionalidade
na parte em que determinou que os sócios das empresas por cotas de respon-
sabilidade limitada responderiam solidariamente, com seus bens pessoais, pelos
débitos junto à Seguridade Social.
A solidariedade na aplicação da construção civil, conforme a Lei nº 8.212/1991,
informa que construtor é o empregador; dessa forma, admite-se a responsabilida-
de solidária do proprietário, do incorporador, do dono da obra ou do condômino
da unidade imobiliária.
Assim, todas essas pessoas em caso de uma dívida previdenciária junto ao Fis-
co serão solidariamente responsáveis. A responsabilidade exclui-se do adquirente
de prédio ou unidade imobiliária (art. 30, VII, da Lei nº 8.212/1991).

Exercício
64. (Cespe – 2011 – TRF 5ª Região) Em relação aos institutos de direito previden-
ciário, considere a afirmação como correta ou incorreta:
“Não há inconstitucionalidade formal ou material em lei ordinária que vin-
cule a simples condição de sócio à obrigação de responder solidariamente
pelos débitos da sociedade limitada perante a seguridade social, visto que
tal matéria não se inclui entre as normas gerais de direito tributário; além
disso, unificar os patrimônios das pessoas jurídica e física, nesse caso, não
compromete a garantia constitucional da livre iniciativa.”
78 Direito Previdenciário

15. Compensação e Restituição das Contribuições


Previdenciárias

O art. 201, § 5º, da CF, dispõe que o servidor público não pode se filiar ao regime
geral como facultativo; muitos servidores incidem nesse erro com a intenção de,
futuramente, requererem aposentadoria junto ao INSS.
Diante da vedação constitucional, essa contribuição paga não gerará a cober-
tura no regime geral do INSS.
Assim, essas contribuições recolhidas indevidamente no período podem ser
restituídas junto à Receita Federal.
Da mesma forma, ficará sem efeito contributivo o pai que realizar a inscrição
de filho menor de 16 anos na Previdência Social.
Já a compensação é permitida por lei no caso de salário-maternidade e de
salário-família, operacionalizando-se pela empresa em que o empregador traba-
lha, sendo possível solicitar, posteriormente, um abatimento à Previdência.
A Lei nº 8.212/1991 garante que as contribuições previstas nas alíneas “a”,
“b” e “c”, do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a
título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser
restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento inde-
vido ou maior que o devido.
O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela
aplicação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e custódia (Selic)
para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao
do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da com-
pensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo
efetuada.
Se verificada a existência de débito em nome do sujeito passivo, o valor da
restituição será utilizado para extingui-lo, total ou parcialmente, mediante com-
pensação.
Os valores compensados indevidamente serão exigidos com os acréscimos
moratórios de que trata o art. 35 desta Lei.
Quando se verificar fraude, havendo compensação indevida mediante falsida-
de da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito
à multa.
Considera-se apropriação indébita previdenciária a fraude cometida contra a
Previdência Social, prevista no art. 168-A do Código Penal.
Direito Previdenciário 79

16. Decadência e Prescrição das Contribuições

A imunidade é uma regra de não incidência prevista na Constituição Federal. No


art. 149, § 2º, I, temos a contribuição social (e Cide), as receitas de exportação,
abrangendo a Cofins e PIS/Pasep.
O STF julgou o RE nº 564.413 atribuindo interpretação restritiva à receita de
exportação, ou seja, somente quando o fato gerador for receita, haverá a blin-
dagem.
Vale destacar que a CF não imunizou a Contribuição Social sobre o Lucro.
O art. 195, § 7º, da CF, estende a imunidade das contribuições sociais às enti-
dades beneficentes de assistência social.
A Lei nº 12.101/2009 equipara entidade educacional sem fins lucrativos à
entidade beneficente de assistência social.
Isenção (CTN, arts. 176/179) é a exclusão do crédito tributário; significa hipó-
tese de não incidência definida legalmente.
Já a anistia (CTN, arts. 180/182) é o perdão às multas, enquanto a remissão
(CTN, art. 172) é a extinção do crédito tributário.
O art. 156, § 6º, da CF, exige lei específica quando se tratar de isenção, re-
missão ou anistia.
No caso das contribuições sociais, o art. 195, § 11, da CF, aduz que somente
será possível conceder remissão ou anistia de contribuições previdenciárias, se
houver uma lei complementar fixando o patamar máximo.
Ocorre que ainda não foi editada lei complementar fixando o teto máximo e
o governo, na ausência da lei, tem perdoado as empresas baseando-se em outros
critérios.
A Lei Ordinária nº 11.941/2009 traz a remissão para dívidas junto ao Fisco
Previdenciário de valor em até dez mil reais.
Existe um prazo para constituir o débito e um prazo para exigir o crédito tribu-
tário. Esses prazos de decadência e de prescrição para as contribuições previden-
ciárias dependem de lei complementar, nos termos do art. 146 da CF.
De acordo com entendimento do STF, prescrição e decadência tributárias
fazem parte de normas gerais de tributação. Dessa forma, a Lei Ordinária nº
8.212/1991 não satisfaz o requisito, sendo considerado inconstitucional o prazo
de 10 anos fixados nesta lei.
Nesse sentido, a Súmula nº 8 do STF informa que são inconstitucionais o pa-
rágrafo único do art. 5º do Decreto-lei nº 1.569/1977 e os arts. 45 e 46 da Lei nº
8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.
80 Direito Previdenciário

17. Obrigações Acessórias e Certidão Negativa

A Certidão Negativa de Débito (CND) é o instrumento utilizado para demonstrar


que a empresa não possui dívidas relacionadas à contribuição social e
previdenciárias.
Já a Certidão Positiva de Débito (CPD) é utilizada em casos em que ainda
está se questionando, quando restar claro todas as hipóteses do procedimento
administrativo que configura o crédito tributário.
Neste caso, essa certidão possui efeitos de certidão negativa, visto que ainda
não finalizado o procedimento administrativo de constituição do crédito ou por-
que existe uma ordem judicial informando que o procedimento está em questio-
namento.
O art. 195, § 3º, da CF, estabelece que a pessoa jurídica em débito com o
sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar
com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou cre-
ditícios.
Existem outras obrigações acessórias como ter sua escrita contábil regular e
mantê-la sempre à disposição do Fisco Previdenciário.
A Lei nº 8.212/1991, em seu art. 47, exige a CND fornecida pelo órgão com-
petente da empresa, em caso de contratação com o Poder Público e no recebi-
mento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedido por ele.
Será exigida a CND, ainda, na hipótese de alienação ou oneração, a qualquer
título, de bem imóvel ou direito a ele relativo e, na alienação ou oneração, a qual-
quer título, de bem móvel de valor elevado, incorporado ao ativo permanente da
empresa.
Outra hipótese de exigência da CND será no momento de qualquer alteração
relativa ao capital social da empresa.
A CND também será exigida do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra
de construção civil, quando de sua averbação no registro de imóveis.
Estará dispensada a transcrição em instrumento público ou particular, do in-
teiro teor do documento comprobatório de inexistência de débito, bastando a
referência ao seu número de série e data de emissão, bem como a guarda do
documento comprobatório à disposição dos órgãos competentes.
O art. 47, § 5º, da Lei nº 8.212/1991, estabelece que o prazo de validade da
CND é de 60 dias contados da sua emissão, podendo ser ampliado por regula-
mento para até 180 dias.
Capítulo 10
Conselhos da Previdência
Social

1. Conselhos da Previdência Social

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) está previsto nos arts. 3º e 4º


da Lei nº 8.213/1991.
Este conselho decorre de um princípio constitucional, disposto no art. 194,
parágrafo único, VII, tratando do caráter descentralizado da gestão da seguridade
social.
Essa gestão ocorre de forma democrática graças à gestão quadripartite, uma
vez que é possível a representação dos trabalhadores, empregadores, aposenta-
dos e Governo Federal nos órgãos colegiados.
O CNPS tem relevantes atribuições; dentre elas, a responsabilidade pela elabo-
ração da metodologia do fator acidentário de prevenção que, por sua vez, altera
as alíquotas do SAT (Seguro de Acidente de Trabalho).
O FAP será um medidor de frequência, gravidade e custo de acidente de tra-
balho por parte de cada empresa.
Os membros representantes dos aposentados e pensionistas, dos trabalhado-
res em atividade e empregadores serão nomeados pelo Presidente da República
para compor o CNPS, e cumprirão um mandato de 2 anos, prorrogáveis por uma
única vez, por igual período.
Vale frisar que os representantes do governo não estarão sujeitos ao prazo
para mandato.
Os representantes da categoria dos trabalhadores em atividade eleitos para
compor o Conselho Nacional de Previdência Social terão estabilidade desde o dia
de sua nomeação até 1 ano após o término do mandato.
Tal previsão pode ser afastada, desde que a demissão seja por justa causa e
comprovada judicialmente.
82 Direito Previdenciário

Existe um Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS); seu regramento


é dado pela Portaria nº 548/2011.
O CRPS conta com quatro câmaras de julgamento (2ª instância) e vinte e nove
juntas de recursos em todo país (1ª instância).
O Conselho de Recursos da Previdência Social é presidido por um representan-
te do Governo com notório conhecimento da legislação previdenciária e deve ser
nomeado pelo Ministro do Estado da Previdência Social.

Exercício
65. Assinale Certo ou Errado:
O CRPS é presidido por representante do Governo, com notório conheci-
mento da legislação previdenciária, nomeado pelo Presidente do INSS.
Capítulo 11
Ações Previdenciárias

1. Ações Previdenciárias – Introdução

Compete analisar em matéria de ações previdenciárias a quem cabe processar e


julgar questões envolvendo INSS.
Conforme o art. 109 da CF informa, compete aos juízes federais processar e
julgar as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes.
Excluem-se da competência federal a análise de causas relacionadas à falên-
cia, as oriundas de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça
do Trabalho.
A competência federal pode ser delegada ao juiz estadual, que se revestirá da
roupagem federal para apreciar a matéria, nos termos do art. 109, § 3º, da CF.
Essa hipótese só ocorrerá no interior, nunca nas capitais.
Em toda ação contra o INSS, nos moldes do art. 475 do CPC, caberá o reexa-
me necessário, ainda que não haja recurso voluntário.
Todos os recursos do INSS possuem prazo em dobro (15 dias) para recorrer
e quádruplo (60 dias) para contestar. Já o prazo para oferecer contrarrazões é
simples (15 dias).
A Lei nº 10.259 criou o Juizado Especial Federal para ações que envolvam o
valor de até 60 salários mínimos.
No Juizado Especial Federal, não existe o prazo em dobro e das suas decisões
proferidas não haverá o reexame necessário, somente recurso voluntário das
partes.
No JEF, algumas ações não são cabíveis, como o mandado de segurança.
Nesse sentido, há previsão expressa retirando do rol das atribuições do Juizado
Especial.
84 Direito Previdenciário

O recurso especial também não será admitido no Juizado Especial; o que cabe
é o pedido de uniformização nacional ou regional. Outra hipótese permitida é o
recurso extraordinário dirigido ao Supremo Tribunal Federal, além de embargos
de declaração.
No JEF, os embargos de declaração contra sentença não interrompem o pra-
zo, ocorrendo apenas sua suspensão.

2. Competência

Sobre a competência envolta em acidente de trabalho, na Previdência, existem


benefícios por incapacidade. São: auxílio-doença, aposentadoria por invalidez,
auxílio-acidente e pensão por morte.
Das quatro espécies citadas, três são concedidas ao segurado e a quarta es-
tende-se aos seus dependentes; decorrem de uma causa incapacitante que pode
ou não ser relacionada com o ambiente de trabalho.
Para a Previdência, somente haverá relevância do motivo da causa incapaci-
tante, na hipótese do segurado empregado, trabalhador avulso e segurado espe-
cial, pois somente essas espécies de trabalhadores serão custeadas.
Assim, nos termos do art. 195, § 5º, da CF, a empresa será obrigada a pagar
um Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) visando à proteção de seus empregados.
O segurado especial sob sua produção rural, além da alíquota de 2%, será
obrigado a contribuir com a 0,1% como forma de proteção para o risco de aci-
dente de trabalho.
Desde o advento da Lei nº 9.032/1995, não há diferenciação quanto ao valor
do benefício em razão do acidente de trabalho ser relacionado ou não com o
ambiente de trabalho.
A Lei nº 8.036/1990 que trata do Fundo de Garantia e Tempo de Serviço de-
termina que, se o afastamento do trabalhador for por conta de causa acidentária
em razão do ambiente de trabalho, caberá ao empregador continuar com os
depósitos do FGTS na conta vinculada do trabalhador afastado.
A competência da causa oriunda de acidente de trabalho do segurado contra
a Previdência permanece na Justiça Estadual, ou seja, competência própria.
Com a alteração do art. 114 da CF, a competência de causa que envolva re-
clamação trabalhista, movida pelo trabalhador contra a empresa passou a ser de
competência da Justiça do Trabalho, não mais da Justiça Estadual.
Vale destacar que acidente de trabalho é matéria estadual, razão pela qual o
reexame necessário e o recurso voluntário devem ser endereçados ao Tribunal de
Justiça, nos termos do art. 109, I, da CF.
Capítulo 12
Previdência do Servidor
Público

1. Aposentadoria do Servidor Público –


Aposentadoria Voluntária
O art. 40 da CF determina que ao servidor público titular de cargo efetivo são
destinados alguns tipos de aposentadoria.
A lei regulamentadora da aposentadoria dos regimes próprios, nas esferas
federal, estadual e municipal é a Lei nº 9.717/1998. Outra lei importante nesse
sentido é a de nº 10.887/2003 que regulamenta as disposições da EC nº 41.
Dentre as espécies de aposentadoria, temos a aposentadoria por tempo de
contribuição mínima (voluntária) e a aposentadoria por idade com no mínimo 60
anos de idade para mulheres e 65 para homens, com proventos proporcionais.
O art. 40, § 4º, da CF, estabelece outro tipo de aposentadoria diferenciada,
que deve ter previsão em lei complementar, em benefício da pessoa com deficiên-
cia, ou pelo exercício de atividade de risco, ou trabalho sob condições especiais.

Exercício
66. (FCC – 2007 – TRF 2ª Região – Analista Judiciário) Manuela é analista judiciá-
ria do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Para se aposentar voluntaria-
mente, com proventos proporcionais, haja vista que não completou o período
mínimo de contribuição, Manuela deverá ostentar as seguintes condições:
a) 5 anos de efetivo exercício no serviço público, 05 anos no cargo efetivo
em que se dará a aposentadoria e no mínimo 60 anos de idade.
b) 10 anos de efetivo exercício no serviço público, 05 anos no cargo efeti-
vo em que se dará a aposentadoria e no mínimo 60 anos de idade.
c) 10 anos de efetivo exercício no serviço público, 10 anos no cargo efeti-
vo em que se dará a aposentadoria e no mínimo 55 anos de idade.
86 Direito Previdenciário

d) 10 anos de efetivo exercício no serviço público, 05 anos no cargo efeti-


vo em que se dará a aposentadoria e no mínimo 65 anos de idade.
e) 15 anos de efetivo exercício no serviço público, 10 anos no cargo efeti-
vo em que se dará a aposentadoria e no mínimo 65 anos de idade.

2. Aposentadoria Compulsória

No regime próprio, considera-se aposentadoria compulsória a aposentadoria por


invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribui-
ção, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei.
No âmbito federal, temos a Lei nº 8.112/1990, art. 186, § 1º, que estabelece
um rol de doenças graves, contagiosas e incuráveis para recebimento de proven-
tos integrais.
A aposentadoria compulsória por idade, aos setenta anos de idade, tanto
para o servidor como para a servidora, com proventos proporcionais ao tempo
de contribuição.
Este tipo de aposentadoria se dá de pleno direito, ou seja, a aposentadoria
compulsória por idade não necessita de deferimento e publicação no Diário Oficial.
Antes da Emenda nº 41, a remuneração seria fixada sempre em razão da últi-
ma remuneração; após o advento da Emenda, é realizada uma média aritmética
simples das oitenta por cento maiores remunerações.
Outra novidade trazida após a EC nº 41 foi quanto à paridade das aposen-
tadorias no serviço público, regidas pelo art. 40, § 8º, da CF, repercutindo em
aumento de salário das pessoas inativas em decorrência do aumento de salário
dos servidores ativos, como no caso dos delegados federais.
Atualmente, essa repercussão não incidirá mais sobre os salários dos servido-
res que já estão aposentados, visto que deve prevalecer o ajustamento periódico
uma vez ao ano. Esse reajuste ocorrerá com base no indexador oficial, o INPC.

Exercício
67. (Cespe – 2008 – TCU – Apoio Técnico e Administrativo) O servidor ocupante
apenas de cargo comissionado desde período anterior à EC nº 20/1998, e
que tenha preenchido os requisitos para aposentadoria em 12 de janeiro de
2006, terá sua aposentadoria regida pelas mesmas regras da previdência
pública para servidores.
Direito Previdenciário 87

3. Regras de Transição

As regras de transição só valem para a aposentadoria voluntária (art. 40 da CF). O


legislador pode aplicá-las para amenizar os impactos de regra nova.
Contará com esse benefício aquele servidor que tenha ingressado no serviço
público até a data da publicação da EC nº 41/2003. Por exemplo, para homem,
exige-se 35 anos de tempo de serviço e mais de 60 anos de idade, sendo compro-
vados 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo.
A EC nº 41 trouxe uma regra de transição assegurando que o cálculo será sem-
pre feito com base na última remuneração e, ainda, resguarda o direito à paridade.

Exercício
68. (2012 – PGE – Procurador – SP) Servidor público estadual, ocupante de cargo
efetivo, admitido no serviço público estadual em 2001, que venha a se apo-
sentar por invalidez permanente em decorrência de acidente de serviço, tem
direito a proventos de aposentadoria:
a) Integrais, calculados de acordo com a média aritmética simples das
maiores remunerações utilizadas como base para as contribuições do
servidor, correspondente a 80% de todo o período contributivo, reajus-
táveis na mesma proporção e data em que se modificar a remuneração
dos servidores em atividade.
b) Proporcionais, calculados de acordo com a média aritmética simples das
maiores remunerações utilizadas como base para as contribuições do ser-
vidor, correspondente a 80% de todo o período contributivo, reajustáveis
na mesma data fixada para revisão dos benefícios pagos ao pessoal do
Regime Geral de Previdência Social, obedecida a variação do IPC-FIPE.
c) Proporcionais ao tempo de serviço, calculados com base na última re-
muneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, reajustá-
veis na mesma proporção e data em que se modificar a remuneração
dos servidores em atividade.
d) Integrais, calculados com base na remuneração do cargo efetivo em
que se der a aposentadoria, reajustáveis na mesma data e na mesma
proporção utilizada para fins de revisão dos benefícios pagos ao pessoal
do Regime Geral de Previdência Social.
e) Integrais, calculados com base na remuneração do cargo efetivo em
que se der a aposentadoria, reajustáveis na mesma proporção e data
em que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.
88 Direito Previdenciário

4. Regime Próprio – Pensão por Morte do


Servidor Público

O benefício da pensão por morte, após a EC nº 41, sofreu uma alteração em


razão da remuneração do servidor público.
Para se fixar o valor da pensão por morte do servidor público, dever-se-ia
analisar se a remuneração ou proventos supera o limite-teto do INSS (art. 40,
§ 7º, da CF).
Dessa forma, esse valor corresponderá à totalidade dos proventos percebidos
pelo aposentado na data anterior à do óbito, até o limite máximo estabelecido
para os benefícios do RGPS, acrescida de setenta por cento da parcela excedente
a esse limite.
Para o servidor que ainda estava em atividade na época do falecimento, cor-
responderá à totalidade de sua remuneração no cargo efetivo na data anterior à
do óbito, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, acrescida
de setenta por cento da parcela excedente a esse limite.
Essa alteração ocorreu após o advento da EC nº 167, que originou a Lei Fede-
ral nº 10.887/2004.
Vale ressaltar que lex tempus regit actum significa que a lei vigente na data
do óbito regra a pensão por morte; assim, se o falecimento ocorreu antes da
regulamentação da EC nº 41, o valor fixado seria correspondente a 100% da
remuneração do servidor.
A EC nº 41 trouxe a taxação dos inativos; o art. 40 da Constituição estabele-
ceu a solidariedade contributiva não só dos servidores ativos, mas também dos
aposentados e pensionistas com regime próprio.
Os servidores ativos e inativos pagam a mesma alíquota de 11% com a dife-
rença de que é o servidor inativo quem contribui apenas sobre o valor que ultra-
passa do teto do INSS. Essa taxação é considerada tributo, para tanto, bastando
a observância do Princípio da Anterioridade.

Exercício
69. (Cespe – 2013 – AGU – Procurador Federal) Segundo a atual jurisprudência
do STF e STJ, a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte
aos dependentes do segurado deve ser disciplinada pela legislação em vigor
ao tempo do fato gerador do benefício em questão, qual seja, a morte do
segurado, por força da aplicação do princípio lex tempus regit actum:
Capítulo 13
Crimes Previdenciários

1. Apropriação Indébita e Sonegação


Sabe-se que é premissa constitucional o fato de que ninguém poderá ser preso
por dívidas, salvo no caso de devedor de alimentos.
Existem casos em que a lei confia numa determinada pessoa para reter uma
contribuição e, posteriormente, repassar aos cofres da Previdência.
Essa contribuição pode ser recolhida em favor de um terceiro, como do em-
pregado.
A partir do momento em que o empregador quebra essa confiança, sua con-
duta é tipificada como apropriação indébita previdenciária, ou seja, é considerada
crime.
Também incorrerá em crime aquela empresa que omite informações na sua
contabilidade, como não registrando seus trabalhadores, sonegando informações
à Previdência com finalidade de não pagar a cota patronal, etc.
A apropriação indébita previdenciária era tipificada no art. 95 da Lei nº
8.212/1991. Ocorre que o legislador, embora tenha criado figuras típicas, não
estabeleceu as penas que deveriam ser aplicadas.
A partir da Lei nº 9.983/2000, foram incluídas as figuras de apropriação indé-
bita e sonegação fiscal previdenciária no Código Penal, revogando o art. 95 da
Lei nº 8.212/1991, sem haver abolitio criminis, visto que ocorreu apenas a modi-
ficação topográfica da figura típica.
A diferença entre apropriação indébita e sonegação fiscal previdenciária é
que, na primeira, a conduta é deixar de repassar e somente é atribuído aos que a
lei determinar como responsáveis por reter a contribuição.
Já, na segunda hipótese, a intenção do sujeito é suprimir ou reduzir informa-
ções nos lançamentos contábeis, como segurado, retenções ou fato gerador de
contribuição.
90 Direito Previdenciário

Assim, o Código Penal estabelece em seu art. 168-A que se configura apro-
priação indébita a conduta de deixar de repassar à Previdência Social as contri-
buições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional,
estabelecendo a pena de reclusão de 2 a 5 anos e multa.

Exercício
70. (2002 – Delegado Polícia Federal) “Art. 168-A. Deixar de repassar à Previ-
dência Social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e for-
ma legal ou convencional”, então, nessa situação, e de acordo com o STJ,
ocorreu a abolitio criminis em favor de Pablo, que é causa de extinção da
punibilidade.

2. Inserção de Dados Falsos e Falsificação


São figuras a serem estudadas na área penal previdenciária os arts. 168-A, 337,
171, 297, 313-A, 313-B e 153-B do Código Penal.
Um dos crimes de maior incidência em concursos públicos é o do art. 171,
§ 3º, do CP.
A Súmula nº 24 do STJ determina que se aplica ao crime de estelionato, em
que figure como vítima entidade autárquica da Previdência Social, a qualificadora
do § 3º do art. 171 do Código Penal.
Embora a súmula fale em qualificadora, em verdade, trata-se de causa de
aumento de pena.
Observa-se que, ainda que o dinheiro para pagamento da previdência seja
repassado ao contador, quando este não efetua o pagamento e repassa guias
falsas, o estelionato estará configurado. Mas a competência será da justiça esta-
dual, porque não houve prejuízo por parte da Previdência. É o que determina a
Súmula nº 107 do STJ.
Havendo desfalque do INSS, aí sim, a competência será da Justiça Federal.
O crime de estelionato previdenciário é classificado:
– se o agente teve vantagem direta do INSS, instantâneo com efeitos perma-
nentes, e a prescrição corre do dia em que consumado o crime;
– se o agente não teve vantagem direta do INSS, permanente, e a prescrição
corre do dia em que cessar a permanência.
Em caso de saques feitos de beneficiário já falecido, o crime será considerado
permanente.
Direito Previdenciário 91

Exercícios
71. (Cespe/UnB – DPF – 2002) Assinale certo ou errado:
No caso de prática de crime de estelionato contra autarquia da previdência
social, aplica-se a circunstância especial de aumento prevista no CP, ou seja,
a pena aumenta-se de um terço.
72. Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de estelionato praticado
mediante a falsificação de guias de recolhimento de contribuições previden-
ciárias, independentemente da ocorrência de lesão patrimonial à autarquia
da previdência social.
Capítulo 14
Assistência Social

1. Loas – Introdução

A assistência social é um dos pilares que formam a previdência social. Será pres-
tada a quem dela precisar, independentemente de contribuições.
É exemplo de contribuição assistencial o Bolsa Família. Trata-se de um pro-
grama assistencial com condicionalidades e é pago em valor abaixo do salário
mínimo, porque não há, na CF, nenhum artigo que determine que os benefícios
da assistência social sejam balizados pelo salário mínimo. O mesmo ocorre com
os benefícios do auxílio-funeral e auxílio-maternidade.
Veremos aqui o benefício do art. 203, V, da CF: benefício no valor de 1 salário
mínimo, para o idoso ou deficiente, desde que sejam pessoas de baixa renda.
É chamado de Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A regulação deste artigo se dá pela Lei nº 8.742/1993 – Lei Orgânica da
Assistência Social (Loas).
De acordo com a Loas, a assistência social é direito do cidadão brasileiro (es-
trangeiro não), não contributiva que garante o atendimento das necessidades bá-
sicas. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome é o responsável
pelas políticas sociais.
O BPC compete à União, mas a sua operacionalização é feita pelo INSS.
Observa-se, contudo, que o BPC não onera os cofres do INSS.
Idoso, para os fins deste benefício, é aquele que conta com 65 anos de idade
ou mais, e considera-se família o requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais
e, na ausência, madrasta ou padrasto e os filhos solteiros, desde que residam sob
o mesmo teto.
Direito Previdenciário 93

Exercício
73. (Analista – TRF 3ª Região) Ao se conceder o benefício assistencial da renda
vitalícia ao idoso ou ao deficiente sem meios de subsistência estará sendo
aplicado, especificamente, o princípio da:
a) Equidade na forma de participação do custeio.
b) Universalidade do atendimento.
c) Universalidade da cobertura.
d) Distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
e) Diversidade da base de financiamento.

2. Loas – Cumulação de Benefícios

O BPC não pode ser cumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito
da Seguridade Social, salvo os de assistência médica ou pensão especial de natu-
reza indenizatória.
No ramo da saúde, a regra são os serviços, e não benefícios. Com a previdên-
cia, é o contrário: a regra são os benefícios.
É benefício da assistência médica o Programa De Volta para Casa, criado para
pessoas com problemas mentais que estavam recebendo tratamento de inter-
nação, estimulando-os a voltar para a sua casa. Concede-se a estes o benefício
chamado auxílio-reabilitação psicossocial, enquanto o paciente fizer o tratamento
ambulatorial.
Quanto à pensão especial de natureza indenizatória, trata-se de indenização
paga por ato vexatório cometido pelo governo. Exemplo: pensão especial aos
vitimados da síndrome da Talidomida; vítimas do Césio 137, etc.
O art. 21 da Loas determina que o beneficiário que esteja em abrigo per-
manente tem direito ao benefício de prestação continuada. Ainda, não cessa o
benefício quando o beneficiário desenvolve suas atividades motoras.
O BPC não dá direito à gratificação natalina, e não gera pensão por morte
(trata-se de benefício personalíssimo).

Exercício
74. (Concursos Públicos para Provimento de Cargos de Juiz Federal Substituto
da 3ª Região) Em se tratando do benefício de assistência social, assinale a
alternativa incorreta:
94 Direito Previdenciário

a) Consiste na garantia de um salário mínimo mensal à pessoa portadora


de deficiência e ao idoso que comprove não possuir meios de prover a
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família;
b) O benefício pode ser acumulado somente com o decorrente de pensão
por morte;
c) A condição de segurado não é requisito para a sua concessão;
d) Falecendo o titular do benefício de assistência social, não há transferência
aos seus dependentes.

Anotações
Direito Previdenciário 95
96 Direito Previdenciário

Gabarito
1. Errada. 43. Certa.
2. Errada. 44. Errado.
3. Errada. 45. Letra E.
4. Letra A. 46. Errado.
5. Errado. 47. Letra C. Atenção: na data da prova,
6. Certa. a legislação era a antiga. Pelas no-
7. Errada. vas regras da Lei nº 12.863/2013,
8. Letra C. a resposta estaria errada.
9. Certa. 48. Letra E. Atenção: na data da pro-
10. Letra B. va, a lei vigente era a antiga. Hoje,
11. Letra E. a resposta correta seria a letra B.
12. Errado. 49. Certa. Observar que o salário-ma-
13. Letra D. ternidade sempre será no valor da
14. Certo. remuneração da segurada, ainda
15. Certo. que superior ao teto máximo da
16. Certo. previdência.
17. Certo.
50. Errada.
18. Errado.
51. Certo.
19. Letra D.
52. Errado.
20. Errado.
53. Errado.
21. Certo.
54. Correta.
22. Errado.
55. Errada.
23. Certo.
56. Errado.
24. Errado.
57. Letra A.
25. Incorreta.
58. Letra B.
26. Letra D.
27. Errado. 59. I – Correto; II – Errado.
28. Certo. 60. Certo.
29. Errado. 61. Errado.
30. Correta. 62. Certo.
31. Certo. 63. Certo.
32. Errada. 64. Incorreta.
33. Errada. 65. Incorreta.
34. Errada. 66. Letra B.
35. Letra D. 67. Incorreta.
36. Correto. 68. Letra E.
37. Correto. 69. Correta.
38. Correto. 70. Incorreta.
39. Errado. 71. Certa.
40. Correto. 72. Errada.
41. Letra D. 73. Letra D.
42. Errado. 74. Letra B.

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