Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Direito Previdenciário
Obra organizada pelo Instituto IOB – São Paulo: Editora IOB, 2014. ISBN 978-85-63625-52-6
Gabarito, 96
Capítulo 1
Teoria Geral do Direito
Previdenciário
bem assim a classe operária precisa contribuir para este sistema. Portanto, a lei
surgiu com o fim de aquietar os movimentos tendenciosos a uma nova revolução.
O Estado, neste momento, deixa de ser meramente social, e passa a ser um
Estado Social.
Exercício
1. (Cespe – DPU – Defensor Público – 2004) Cientificamente, o direito é uno,
portanto, não se considera a autonomia de um ramo em relação a outro.
Contudo, para fins didáticos, em relação à seguridade social, o ordenamento
jurídico brasileiro e a doutrina adotaram a teoria monista, reconhecendo que
o direito da seguridade vincula-se ao direito do trabalho.
Exercício
2. (Cespe – DPU – Defensor Público – 2004) As ações propositivas de iniciativa
dos poderes públicos e da sociedade que asseguram os direitos relacionados
à saúde, à educação, à assistência social e à previdência constituem o con-
ceito de seguridade social, conforme estabelecido no título da Ordem Social
da Constituição Federal.
Seguridade social, que surgiu pela primeira vez na CF/1988, é conceituada como
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da socieda-
de, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assis-
tência social.
Imprescindível a leitura dos arts. 40, e 193 a 204 da Constituição Federal.
Importante lembrar que a sociedade está no conceito constitucional de segu-
ridade, e que previdência social não é sinônimo de seguridade social.
A principal diferença entre os três ramos que integram a seguridade é o aspec-
to contributivo. Existem políticas de seguridade social não contributivas, que são
as da saúde e as da assistência social. Já a previdência é contributiva, ou seja, só
tem direito aos direitos da previdência aquele que foi contribuinte.
O art. 201 da CF trata da previdência social, e afirma que a previdência tem
caráter contributivo. O art. 203 fala da assistência social, determinando que será
prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição. A saúde,
que está prevista no art. 196, igualmente, é direito de todos e dever do Estado,
marcando o caráter não contributivo.
No ramo da saúde, temos o SUS (Sistema Único de Saúde). Na assistência
social, temos o Suas (Sistema Único de Assistência Social).
Exercício
3. (TRT 7ª Região – Magistrado do Trabalho – 2005) No contexto da seguridade
social, certo/errado:
a) A seguridade social é um conjunto integrado de ações de iniciativa ex-
clusiva dos poderes públicos destinado a assegurar o direito relativo à
saúde, à previdência e à assistência social.
12 Direito Previdenciário
Exercício
4. (Ministério Público do Trabalho – 12ª Região) A respeito do sistema previden-
ciário brasileiro, é correto afirmar que:
a) O INSS – Instituto Nacional do Seguro Social é a autarquia federal en-
carregada de manter o regime previdenciário obrigatório para os traba-
lhadores em geral, ressalvados os servidores estatutários efetivos que
possuam regime próprio de previdência.
b) O INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social é a autarquia encarre-
gada de manter o regime previdenciário obrigatório para os trabalhado-
res em geral, ressalvados os servidores estatutários que possuam regime
próprio de previdência.
Direito Previdenciário 13
Exercício
5. (Procurador Federal – AGU – 2006) Os planos de serviços e benefícios da
seguridade social relacionados aos serviços de saúde devem ser elaborados
pelo legislador, de tal forma a garantir que apenas os que realmente neces-
sitam da proteção estatal a eles tenham acesso.
A assistência social pública surgiu na Inglaterra em 1601, com a edição da Lei dos
Pobres. No Brasil, é prevista nos arts. 203 e 204 da CF.
14 Direito Previdenciário
Exercício
6. (Cespe – Procurador Federal – AGU – 2013) Ao idoso que tenha, no mínimo,
65 anos de idade e que não possua meios de prover sua subsistência ou de
a ter provida por sua família, será assegurado o benefício de prestação con-
tinuada previsto na LOAS, no valor de um salário mínimo.
Exercício
7. (Cespe – Magistratura Federal, TRF 3ª Região – 2001) A inscrição e a filiação
são institutos que se aplicam a todas as áreas da seguridade social. Por esta
razão, somente o segurado e seus dependentes, nos termos da legislação
previdenciária, têm direito aos serviços do Sistema Único de Saúde.
Capítulo 2
Princípios Constitucionais
da Seguridade Social
Exercícios
8. Indique qual das opções está correta com relação aos objetivos constitucio-
nais da Seguridade Social:
a) Irredutibilidade do valor dos serviços.
b) Equidade na cobertura.
c) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
rurais e urbanas.
d) Seletividade na prestação dos benefícios e serviços às populações rurais
e urbanas.
e) Diversidade de atendimento.
9. (Cespe – Procurador Federal – AGU – 2013) A seguridade social compreen-
de um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade, destinados a assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e
à assistência social, sendo que a universalidade e equivalência dos benefícios
e serviços às populações rurais e urbanas estão entre os objetivos em que se
baseia a organização da seguridade social no Brasil.
Exercício
10. A receita da seguridade social não está adstrita a trabalhadores, a emprega-
dores e ao poder público. Essa assertiva relacionada à receita da seguridade
social está baseada, especificamente, ao Princípio da:
a) Natureza Democrática e Descentralizada da Administração.
b) Diversidade da Base de Financiamento.
c) Universalidade da Cobertura e do Atendimento.
d) Equidade na Forma de Participação no Custeio.
e) Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios.
Exercício
11. (Magistratura do Trabalho – 23ª Região – 2006) São princípios e diretrizes da
seguridade social, exceto:
a) Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa.
b) Universalidade da cobertura e do atendimento.
c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
d) Igualdade na forma de participação no custeio.
e) Diversidade da base de financiamento.
Exercício
12. Nenhum benefício da seguridade social poderá ser criado ou majorado sem
a correspondente fonte de custeio total, salvo os de caráter emergencial
para atendimento de calamidade pública.
Capítulo 3
Legislação Previdenciária
Exercício
13. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS – 2012) Entre as fontes de financia-
mento da Seguridade Social, encontra-se:
a) O imposto de renda.
b) O imposto sobre circulação de mercadorias.
c) A contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
d) A contribuição social sobre a folha de salários.
e) A contribuição de melhoria.
Capítulo 4
Regime Geral de
Previdência Social
Exercício
14. Para o trato de aposentadoria especial, tanto no regime próprio, de previ-
dência dos servidores públicos, como para os segurados do regime geral, é
necessária a edição de lei complementar.
Exercício
15. Aos servidores detentores de emprego público, aos temporários e aos que
ocupem exclusivamente cargo em comissão, aplica-se o Regime Geral de
Previdência Social, e não o chamado Regime Previdenciário Especial.
Exercício
16. (Defensor Público da União – Cespe – 2004) O servidor público titular de
cargo efetivo, vinculado a ente público instituidor de regime próprio de pre-
vidência social e que exerça atividade remunerada abrangida pelo RGPS,
torna-se segurado obrigatório também em relação a esse regime.
Exercício
17. (Defensor Público da União – Cespe – 2007) A idade mínima para filiação
ao RGPS é de 16 anos, ressalvados os contratos especiais com idade-limite
inicial de 14 anos, ajustados nos termos da legislação trabalhista, de forma
escrita e por prazo determinado, assegurando ao menor e ao aprendiz um
programa de aprendizagem e formação técnico-profissional metódica com-
patível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico.
Direito Previdenciário 25
Exercício
18. O salário-família é devido ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e
ao segurado trabalhador avulso, na proporção do número de filhos e inde-
pendentemente da renda do segurado.
O trabalhador avulso é aquele que presta serviço a várias empresas, mas é con-
tratado por sindicatos e órgãos gestores de mão de obra, ou seja: é aquele que
presta serviços eventuais a diversos tomadores, mediante a intermediação da
entidade de classe, sem vínculo de emprego. Não há exigência de que ele seja
sindicalizado.
Deverá contribuir todos os meses, de modo que o tomador de serviços rete-
nha esta contribuição no contracheque. Há alíquotas oficiais para fins de recolhi-
mento ao INSS, em percentuais vinculados ao salário de contribuição.
Exercício
19. (Magistratura Federal – TRF 3ª Região – Concurso XIII) Podem beneficiar-se
do auxílio-acidente:
26 Direito Previdenciário
Exercício
20. (Defensor Público da União – Cespe – 2007) Considere que João e Fernanda
sejam árbitros de futebol e atuem, de acordo com a Lei nº 9.615/1998, sem
vínculo empregatício com as entidades desportivas diretivas em que atuam.
Nessa situação hipotética, João e Fernanda podem ser inscritos na previdên-
cia social na qualidade de segurados facultativos, tendo em vista inexistir
qualquer disposição legal que os obrigue a serem filiados ao regime geral.
Nos casos descritos no art. 11, I, há as exceções, previstas nos casos de estran-
geiro sem residência permanente no Brasil ou brasileiro amparado pela previdên-
cia do país de origem.
Sobre a extraterritorialidade, fora do território brasileiro, será o empregado
segurado obrigatório do INSS em três situações:
– estrangeiro ou brasileiro contratado por empresa brasileira para trabalhar
na agência dessa empresa no exterior;
– quando empresa estrangeira contratar brasileiro ou estrangeiro residente e
domiciliado no Brasil sendo a empresa estrangeira controlada por empresa
brasileira;
– o brasileiro civil contratado pela União para trabalhar no exterior em um
organismo internacional.
Contribuinte individual, art. 12, V, da Lei nº 8.212/1991, “e” – o brasileiro
civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil
é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto
por regime próprio de previdência social.
O brasileiro civil, não importa onde é domiciliado e contratado, se ele tra-
balhar para organismo internacional no exterior será segurado do INSS, mas a
categoria dependerá de quem o contratou.
Se for contratado pela União, será na categoria empregado.
Se for contratado diretamente, por exemplo, pelo TPI (Tribunal Penal Inter-
nacional), não haverá como a legislação brasileira possa impor ao organismo
a inscrição desse brasileiro no INSS. Nessa hipótese, esse brasileiro poderá ser
segurado como contribuinte individual, sendo ele mesmo recolhendo suas con-
tribuições.
Exercício
21. Miguel, civil, brasileiro nato que mora há muito tempo na Suíça, foi contrata-
do em Genebra para trabalhar na Organização Mundial de Saúde. Seu obje-
tivo é trabalhar na entidade por alguns anos e retornar ao Brasil, razão pela
qual optou por não se filiar ao regime próprio daquela organização. Nessa
situação, Miguel é segurado obrigatório da previdência social brasileira na
qualidade de contribuinte individual.
28 Direito Previdenciário
Exercício
22. (Cespe – TRF 5ª Região – 2011) Tratando-se de demanda previdenciária, o
fato de o imóvel ser superior ao módulo rural afasta, por si só, a qualificação
Direito Previdenciário 29
Exercício
23. (Cespe – Defensoria Pública Geral da União – Defensor Público da União
– 2010) Considere que Lucas tenha exercido, individualmente, de modo
30 Direito Previdenciário
Exercício
24. (Cespe – Magistratura Federal – TRF 3ª Região – 2011) A inscrição e a filiação
são institutos que se aplicam a todas as áreas da seguridade social; por essa
razão, somente o segurado e seus dependentes, nos termos da legislação
previdenciária, têm direito aos serviços do Sistema Único de Saúde.
Direito Previdenciário 31
Exercício
25. (Cespe – DPS – 2010) Suponha que João, servidor público federal aposenta-
do, tenha sido eleito síndico do condomínio em que reside e que a respectiva
convenção condominial não preveja remuneração para o desempenho dessa
função. Nesse caso, João pode filiar-se ao Regime Geral da Previdência Social
(RGPS) na condição de segurado facultativo e formalizar sua inscrição com o
pagamento da primeira contribuição.
Exercício
26. (Concursos Públicos para Provimento de Cargos de Juiz Federal Substituto
– 3ª Região) Quem já tenha vertido mais de cento e vinte contribuições, se
ficar desempregado e comprovar essa situação perante o órgão competente,
terá:
a) Mantida a qualidade de segurado pelo prazo improrrogável de doze
meses, salvo se vier a perceber benefício.
b) Mantida a qualidade de segurado, desde que abra mão da percepção
do seguro-desemprego.
c) Mantida a qualidade de segurado por até vinte e quatro meses conta-
dos da data em que cessar o recolhimento das contribuições.
d) Mantida a qualidade de segurado pelo prazo de trinta e seis meses.
Direito Previdenciário 33
Exercícios
27. (Cespe – 2011 – TRF – 5ª Região – Juiz Federal) Julgue o item:
De acordo com a jurisprudência do STJ, no que se refere à tarifação legal
de provas, o registro no Ministério do Trabalho e Emprego deve servir como
o único meio de prova da condição de desempregado do segurado, o que
representa exceção à prevalência do livre convencimento motivado do juiz.
28. (Cespe – 2008 – INSS – Técnico do Seguro Social) Ronaldo, afastado de suas
atividades laborais, tem recebido auxílio-doença. Nessa situação, a condição
de segurado de Ronaldo será mantida sem limite de prazo, enquanto estiver
no gozo do benefício, independentemente de contribuição para a previdên-
cia social.
29. (Cespe – 2008 – INSS – Técnico do Seguro Social) Osvaldo cumpriu pena
de reclusão devido à prática de crime de fraude contra a empresa em que
trabalhava. No período em que esteve na empresa, Osvaldo era segurado da
previdência social. Nessa situação, Osvaldo tem direito de continuar como
segurado da previdência social por até dezoito meses após o seu livramento.
Capítulo 6
Dependentes do Regime
Geral de Previdência
Social
A pessoa cuja designação como dependente do segurado tenha sido feita até 28
de abril de 1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032/1995, fará jus à pensão
por morte ou ao auxílio-reclusão, se o fato gerador do benefício, o óbito ou a
prisão, ocorreu até aquela data, desde que comprovadas as condições exigidas
pela legislação vigente.
A pessoa designada não faz mais parte do rol de dependentes do RGPS.
No RGPS, vigora o princípio chamado tempus regit actum.
No caso do segurado que designou uma pessoa para dependente e, posterior-
mente, faleceu, quando já não havia mais essa figura na Lei, valerá a lei vigente
na data do óbito.
36 Direito Previdenciário
Exercício
30. De acordo com a jurisprudência do STJ, a mulher que renunciou aos alimen-
tos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do
ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.
A Súmula nº 416 do STJ dispõe que é devida a pensão por morte aos depen-
dentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os
requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito.
A perda da qualidade de dependente ocorre de diversas formas. Exemplo:
para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegu-
rada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por
sentença judicial transitada em julgado.
Exercício
31. (Cespe – 2007 – DPU – Defensor Público) Em relação ao direito previdenciá-
rio, julgue o item que se segue:
Atualmente, é possível a concessão de pensão por morte aos dependentes,
mesmo que o segurado tenha falecido após perder a qualidade de segurado.
Para isso, é indispensável que os requisitos para obtenção da aposentadoria
tenham sido preenchidos de acordo com a legislação em vigor à época em
que os requisitos foram atendidos.
Capítulo 7
Benefícios e Serviços da
Previdência Social
Exercício
32. (Cespe – TRF 5ª Região – 2011) É de dez contribuições mensais o período de
carência exigido para a concessão de salário-maternidade à empregada do-
méstica; à segurada da previdência social que adotar criança até um ano de
idade será devido esse benefício por cento e vinte dias, à que adotar criança
com idade entre um e quatro anos, por sessenta dias, e à que adotar criança com
idade entre quatro a oito anos, por trinta dias.
Exercício
33. (Cespe – Procurador Federal – 2010) Independe de carência a concessão de
pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família, auxílio-acidente, serviço
social, reabilitação profissional e salário-maternidade para as seguradas em-
pregada, trabalhadora avulsa e contribuinte individual.
Exercícios
34. (Cespe – TRF 5ª Região – 2011) O salário de benefício da aposentadoria por
invalidez será igual a 91% do valor do salário de benefício do auxílio-doença
anteriormente recebido, reajustado pelos índices de correção dos benefícios
previdenciários.
35. (Técnico INSS – FCC – 2012) Em relação ao valor da renda mensal dos bene-
fícios, é correto afirmar que:
a) O auxílio-doença corresponde a 100% (cem por cento) do salário de
benefício.
b) A aposentadoria por invalidez corresponde a 91% (noventa e um) por
cento do salário de benefício.
c) A aposentadoria por idade corresponde a 70% (setenta por cento) do
salário de benefício.
d) A renda mensal da aposentadoria especial não está sujeita ao fator
previdenciário.
e) A renda mensal da aposentadoria por tempo de contribuição não está
sujeita ao fator previdenciário.
Exercício
36. (TRF-3 – Magistratura) A fórmula do fator previdenciário utiliza as seguintes
variáveis: idade (Id), tempo de contribuição (Tc) e expectativa de sobrevida
(Es).
Exercício
37. (Cespe – 2008 – Técnico do Seguro Social) Uma segurada contribuinte indivi-
dual que tenha sofrido algum acidente que tenha determinado sua incapaci-
dade temporária para a atividade laboral tem direito a receber auxílio-doen-
ça, cujo termo inicial deve corresponder à data do início da incapacidade,
desde que o requerimento seja apresentado junto à previdência antes de se
esgotar o prazo de 30 dias.
Em relação à carência, quer seja acidente do trabalho ou doença, esta nunca foi
exigida.
Se for acidente de qualquer natureza, esta também será afastada.
Se for uma doença não relacionada ao trabalho, a regra é a exigência dos
12 meses, salvo se for uma doença grave prevista na relação do art. 51 da Lei
nº 8.213/1991.
Quanto à estabilidade no emprego, dispõe o art. 118 do mesmo diploma
legal:
“Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na
empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente.”
Exercícios
38. (Procurador Federal – AGU – Cespe – 2013) A concessão do benefício de
auxílio-doença, em regra, exige período de carência de doze contribuições
mensais. Todavia, a lei prevê casos em que a concessão do referido benefício
independe de carência, entre os quais se inclui a situação na qual o segurado
venha a ser vítima de moléstia profissional ou do trabalho.
39. (Procurador Federal – AGU – Cespe – 2013) Caso um segurado do RGPS, no
local e no horário do trabalho, seja vítima de acidente em consequência de
ato de terrorismo praticado por terceiro, tal fato não se equiparará a acidente
do trabalho.
44 Direito Previdenciário
7. Benefício – Auxílio-acidente
Outro benefício por incapacidade laborativa é o chamado auxílio-acidente.
O auxílio-acidente será cabível sempre que a incapacidade for parcial e defini-
tiva. Exemplo: um metalúrgico perde o dedo de uma das mãos. Nota-se que este
fato irá gerar um prejuízo funcional.
O benefício de auxílio-acidente, uma vez concedido, não impede a pessoa de
continuar a trabalhar.
O auxílio-acidente será recebido até a morte do segurado ou até a concessão
de qualquer aposentadoria.
Em que pese o nome ser auxílio-acidente, também é cabível sua concessão se
ocorrer uma doença.
Ainda, observa-se que a disacusia vem prevista no art. 86, § 4º, da Lei nº
8.213/1991, bem como na Súmula nº 44 do STJ.
O auxílio-acidente está previsto no art. 86 da lei acima referida, contendo a
seguinte redação:
“Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado
quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natu-
reza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho
que habitualmente exercia.”
Ademais, o art. 18, § 1º, do mesmo diploma legal, dispõe que somente po-
derão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados especiais, os empregados e
os trabalhadores avulsos.
Exercício
41. (TRF 3ª Região – Juiz Federal – 2006) Podem beneficiar-se do auxílio-acidente:
a) O estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como
empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior, o
autônomo e o avulso;
b) O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, ainda
que vinculado a regime próprio de Previdência Social, o avulso e o ga-
rimpeiro;
Direito Previdenciário 45
Exercício
42. (Cespe – Técnico do INSS – 2008) Moacir, aposentado por invalidez pelo
regime geral de previdência social, recusa-se a submeter-se a tratamento
cirúrgico por meio do qual poderá recuperar sua capacidade laborativa.
Nessa situação, devido à recusa, Moacir terá seu benefício cancelado ime-
diatamente.
46 Direito Previdenciário
Exercício
43. (Cespe – AGU – Procurador Federal – 2013) Para fazer jus à aposentadoria
por idade prevista no RGPS, como trabalhador urbano, deve o requerente
comprovar, além da carência exigida em lei, ter completado sessenta e cinco
anos de idade, se homem e sessenta se mulher.
Ao trabalhador rural não se exige comprovação de contribuições para que faça jus
à aposentadoria por idade. Exige-se que comprove que trabalhou no meio rural.
48 Direito Previdenciário
Esta comprovação, de acordo com o STJ (Súmula nº 149), não pode se dar
por meio de prova exclusivamente rural. Deve a comprovação ter lastro no início
de uma prova material, como documentos públicos (certidão de casamento
ou de nascimento dos filhos, pois nelas consta a profissão). Com relação à
mulher trabalhadora rural, nos documentos públicos, normalmente, consta a
profissão “do lar”. Nestes casos, a jurisprudência admite a extensão da prova do
marido para a esposa.
Esta é a regra do art. 48, § 2º, da Lei nº 8.213/1991, para concessão da apo-
sentadoria por idade do trabalhador rural: comprovação do efetivo exercício da
atividade rural, ainda que de forma descontínua, pelo tempo igual ao da carência.
No que tange ao termo inicial, importante ressaltar que é válido para as apo-
sentadorias por tempo de contribuição e especial. No art. 49, o termo é:
– para empregado, inclusive doméstico: da data do desligamento do em-
prego quando requerida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois
dela; ou da data do requerimento, quando não houver desligamento do
emprego ou quando for requerida após este prazo;
– para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.
Observa-se que o benefício não é devido a partir do implemento dos requisi-
tos, mas sim de acordo com as regras acima.
Exercício
44. (Cespe – DPU – Defensor Público da União – 2007) Para a concessão de apo-
sentadoria rural por idade não se exige que o início de prova material cor-
responda a todo o período equivalente à carência do benefício, sendo que,
para a comprovação de tempo de serviço rural, é imprescindível documento
em nome próprio do interessado,
Da mesma forma, o art. 40, § 4º, traz a mesma regra referindo-se aos servido-
res públicos, incluindo-se nas exceções o exercício de atividades de risco.
A Lei Complementar nº 142/2013 regulamentou o art. 201, § 1º, da CF (ob-
serva-se que esta lei não abrange os servidores públicos). Importante saber que
não se trata de uma aposentadoria especial (porque esta é a do trabalhador
que trabalha exposto a agentes prejudiciais à saúde e à integridade física).
A LC nº 142 traz duas aposentadorias para o segurado com deficiência:
– aposentadoria por idade (não importando o grau de deficiência): 60 anos
de idade para o homem, 55 anos de idade para a mulher, desde que
comprovadas a carência e a existência da deficiência por 15 anos. Lembra
que são as mesmas idades dos trabalhadores rurais. Nesta aposentadoria,
aplica-se o fator previdenciário, se este for benéfico ao segurado (lembrar
que, na aposentadoria especial, nunca se aplica o fator previdenciário);
– aposentadoria por tempo de contribuição (será vista em outro módulo).
Exercício
45. (FCC – Técnico INSS – 2012) Lúcia exerce atividade de professora de ensino
fundamental desde dezembro de 1986, tem 56 anos de idade e pretende
obter benefício previdenciário em dezembro de 2011. Nessa situação, Lúcia
tem direito à:
a) Aposentadoria por idade.
b) Auxílio-doença.
c) Aposentadoria especial.
d) Aposentadoria por invalidez.
e) Aposentadoria por tempo de serviço.
Exercício
46. (Cespe – Procurador Federal – AGU – 2013) A aposentadoria especial será
devida apenas ao segurado que tiver trabalhado por, pelo menos, vinte e
cinco anos sujeito a condições especiais que lhe prejudiquem a saúde ou a
integridade física.
Exercícios
47. (Cespe – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) Adriana, segurada da
previdência, adotou Paula, uma menina de 9 anos de idade. Nessa situação,
Adriana não tem direito ao salário-maternidade.
48. (Cespe – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) Maria adotou uma criança
de 6 anos de idade, sendo que a mãe biológica da criança já havia recebido
salário-maternidade. Nessa situação, Maria:
a) Não tem direito ao salário-maternidade.
b) Tem direito ao salário-maternidade por 120 dias a contar da data da
adoção.
54 Direito Previdenciário
Exercício
49. (Cespe – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) Helena, grávida de 9 meses
de seu primeiro filho, trabalha em dias empresas de telemarketing. Nossa
situação, Helena terá direito ao salário-maternidade em relação a cada uma
das empresas, mesmo que a soma desses valores seja superior ao teto dos
benefícios da previdência social?
Direito Previdenciário 55
Exercício
50. (Defensor Público da União – Cespe – 2004) Pedro é casado com Marília,
com a qual tem quatro filhos, todos com menos de 14 anos de idade. Am-
bos são empregados segurados do RGPS e recolhem pelo teto do salário de
contribuição.
Nessa situação, de acordo com a legislação vigente, tanto Pedro quanto
Marília poderão receber os benefícios do salário-família.
Exercícios
51. De acordo com a jurisprudência do STJ, a mulher que renunciou aos alimen-
tos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do
ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.
52. (Advocacia-Geral da União – 2013 – Cespe) Se um segurado da previdência
social falecer e deixar como dependentes seus pais e sua companheira, o
benefício de pensão por sua morte deverá ser partilhado entre esses três
dependentes, na proporção de um terço para cada um.
58 Direito Previdenciário
53. (Defensor Público da União – Cespe – 2004) Pedro é casado com Marília,
com a qual tem quatro filhos, todos com menos de 14 anos de idade. Am-
bos são empregados segurados do RGPS e recolhem pelo teto do salário de
contribuição.
Nessa situação, de acordo com a legislação vigente, tanto Pedro quanto
Marília poderão receber os benefícios do salário-família.
É preciso entender que aquele que cumpre pena em regime aberto não faz jus
ao recebimento de auxílio-reclusão. Contudo, o regime semiaberto gera direito ao
pagamento de auxílio-reclusão.
Ademais, em caso de fuga do preso, não fará mais jus ao recebimento do
benefício.
Exercício
54. (Técnico do Seguro Social – Cespe – 2008) Fabiano, segurado do regime
geral de previdência, encontra-se preso e participa de atividades laborais na
prisão, fato que lhe permite manter suas contribuições para a previdência
social na qualidade de contribuinte individual. Sua esposa, Catarina, recebe
auxílio-reclusão, por serem, Fabiano e ela, considerados, respectivamente,
segurado e dependente de baixa renda. Nessa situação, enquanto Catarina
receber o auxílio-reclusão, Fabiano não terá direito a nenhum tipo de apo-
sentadoria nem a auxílio-doença.
Os arts. 40 e 201 da Constituição Federal determinam que deva haver nas Previ-
dências de Regime Próprio e Regime Geral equilíbrio financeiro.
A partir do momento em que o sujeito trabalhou na iniciativa privada e con-
tribuiu por cinco anos, por exemplo, este valor está no Regime Geral. Migrando
este tempo ao Regime Próprio e averba, terá que trabalhar cinco anos a menos
para se aposentar, causando um desequilíbrio.
Dispõe o art. 201, § 9º, da Constituição Federal:
“§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do
tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e
urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensa-
rão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.”
Já o art. 94, § 2º, da Lei nº 8.213/1991, estabelece:
“§ 2º Não será computado como tempo de contribuição, para efeito dos be-
nefícios previstos em regimes próprios de previdência social, o período em que o
segurado contribuinte individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2º
do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se complementadas as
contribuições na forma do § 3º do mesmo artigo.”
Ademais, o art. 96 da lei supramencionada dispõe:
“Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço de que trata esta Seção será
contado de acordo com a legislação pertinente, observadas as normas seguintes:
I – não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;
II – é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade
privada, quando concomitantes;
Direito Previdenciário 63
III – não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para con-
cessão de aposentadoria pelo outro;
(...).”
O art. 40, § 10, da Constituição Federal traz a seguinte redação:
“§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo
de contribuição fictício.”
Por sua vez, o art. 123 e seu parágrafo único do Decreto nº 3.048 dispõem:
“Art. 123. Para fins de concessão dos benefícios deste Regulamento, o tempo
de serviço prestado pelo trabalhador rural anteriormente à competência novem-
bro de 1991 será reconhecido, desde que devidamente comprovado.
Parágrafo único. Para fins de contagem recíproca, o tempo de serviço a que
se refere o caput somente será reconhecido mediante a indenização de que trata
o § 13 do art. 216, observado o disposto no § 8º do 239.”
Exercício
55. (Cespe – 2013 – AGU – Procurador) Para fins de concessão dos benefícios
previstos no RGPS ou no serviço público é assegurada a contagem recíproca
do tempo de contribuição na atividade privada e do tempo de serviço na ad-
ministração pública, hipótese em que os diferentes sistemas de previdência
social se compensarão financeiramente.
2. Justificação Administrativa
A justificação administrativa é um procedimento administrativo, comprovando-se
um fato à Administração Pública.
Cumpre esclarecer que a justificação administrativa é o procedimento desti-
nado a suprir a falta de documento ou fazer prova de fato ou circunstância de
interesse do beneficiário perante o INSS.
Ainda, esta justificação poderá ser processada sem ônus ao interessado, de
forma autônoma para efeito de inclusão ou retificação de vínculos do CNIS (Ca-
dastro Nacional de Informações Sociais), a pedido do interessado.
Não será admitida a justificação administrativa quando o fato a comprovar
exigir registro público de casamento, idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurí-
dico para o qual a lei prescreva forma especial.
A justificação administrativa para fins de comprovação de tempo de contribui-
ção, de dependência econômica, de união estável, de identidade e de relação de
parentesco, somente produzirá efeito quando baseada em início de prova material.
64 Direito Previdenciário
Exercícios
56. (Delegado Federal – Cespe – 2013) O direito de requerer pensão por morte
decai após dez anos da morte do segurado.
57. (Técnico – INSS – FCC – 2012) José pleiteou aposentadoria por tempo de
contribuição perante o INSS, que foi deferida pela autarquia e pretende a re-
visão do ato de concessão do benefício para alterar o valor da renda mensal
inicial. O prazo decadencial para o pedido de José é de:
a) Dez anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do rece-
bimento da primeira prestação.
b) Cinco anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do
recebimento da primeira prestação.
c) Três anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do rece-
bimento da primeira prestação.
d) Cinco anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício.
e) Dez anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício.
Capítulo 9
Financiamento da
Seguridade Social
2. Financiamento: Orçamento
A forma indireta se dá pela via orçamentária da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. A forma direta, por sua vez, se dá mediante o pagamento das con-
tribuições sociais.
O art. 195 da Constituição Social estabelece:
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamen-
tos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da
lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo em-
pregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidin-
do contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social de que trata o art. 201;
III – sobre a receita de concursos de prognósticos;
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar.”
O § 4º dispõe sobre a contribuição residual:
“§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção
ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.”
Ademais, o art. 167, XI, também da Constituição Federal, traz a seguinte
redação:
“Art. 167. São vedados:
(...)
XI – a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que
trata o art. 195, I, “a”, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento
de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.”
pelo art. 195 da CF, temos a imunidade das contribuições sobre aposentadorias e
pensões. Sobre os demais benefícios, temos a isenção legal acima prevista.
Importante saber que sempre o salário-maternidade é considerado como base
de cálculo para contribuição previdenciária. Assim sendo, tanto a empregada,
que recebe o salário-maternidade, quanto o empregador, durante o período de
licença, deverão recolher o percentual referente à contribuição previdenciária.
Sobre as férias, com o respectivo adicional de 1/3, incide a contribuição pre-
videnciária, mas sobre as férias indenizadas não. Portanto, férias indenizadas não
são base de cálculo para a contribuição.
No RE nº 1.322.945, pela primeira vez, o STJ decidiu à unanimidade que não
deve incidir contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade. Isto porque
a incidência deve ocorrer sempre que haja o trabalho ou que o empregado esteja
à disposição do empregador. E, nestes dois casos, não ocorre no salário-mater-
nidade. O recurso ainda está em andamento, portanto, importante conferir o
resultado final oportunamente.
Sobre o décimo terceiro salário, incide contribuição previdenciária, mas não
entra no cálculo do benefício. É, portanto, uma exceção ao art. 201, § 11, da CF
(tudo aquilo sobre o que incidir contribuição deverá repercutir no benefício). A
contribuição do 13º vai se dar em separado, para fins de cálculo (para não tingir
o teto da previdência).
A Súmula nº 688 do STF confirmou a constitucionalidade da incidência da
contribuição previdenciária sobre o 13º salário.
O art. 195, II, é o fundamento para a contribuição devida pelo segurado da pre-
vidência. Ainda, no art. 167, XI, temos que a contribuição do segurado só pode
ter a finalidade de pagamento de benefícios da previdência.
O trabalhador empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso pres-
tam serviço por conta de outrem. Nestes casos, o tomador de serviços deve-
rá inscrever o trabalhador junto à previdência, deve pagar a sua cota patronal
(20%) e deve ainda reter a contribuição devida pelo segurado (art. 33 da Lei nº
8.212/1991). Lembra-se que a contribuição do empregado é sempre limitada ao
teto de R$ 4.000,00.
Para estas três categorias, todo ano, há a edição de uma portaria interministerial
(Ministério da Previdência Social e Ministério da Fazenda) com os valores de
enquadramento da faixa salarial. Eles contribuirão com alíquotas que variam en-
tre 8, 9 e 11% (sem nenhuma parcela a deduzir), conforme a faixa salarial.
70 Direito Previdenciário
Exercício
58. (TRF 3ª Região – X Concurso – Juiz Federal Substituto) Em se tratando de
financiamento da seguridade social, assinale a alternativa incorreta:
a) As contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada poderão incidir sobre a folha de salários e demais rendimen-
tos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, bem como
sobre a receita ou o faturamento e o lucro;
b) As contribuições sociais destinadas ao financiamento da seguridade so-
cial não poderão ser exigidas no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que as instituiu ou modificou;
Direito Previdenciário 73
Exercício
59. (MPT – Procurador do Trabalho – Maio/2012) Leia e analise os itens abaixo:
I – O fator acidentário de prevenção (FAP) é calculado considerando a fre-
quência de acidentes do trabalho na empresa, a sua gravidade e o seu custo
para a seguridade social.
II – O seguro acidente do trabalho (SAT) incide sobre o total das remunera-
ções pagas ou creditadas no mês para os segurados empregados, avulsos
e contribuintes individuais, no percentual variável de 1% a 3%, segundo o
grau de risco da atividade preponderante da empresa.
74 Direito Previdenciário
Exercício
60. Julgue certo ou errado:
Equipara-se à empresa para os efeitos da Lei nº 8.212/1991 o contribuinte
individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a coo-
perativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a
missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.
Exercício
61. Julgue certo ou errado:
Cabe à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade de efetuar o
desconto de 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos e
o respectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo
de até cinco dias úteis após a realização do evento.
Exercício
62. Julgue certo ou errado:
De acordo com enunciado sumulado do STJ, o trabalhador rural, na con-
dição de segurado especial, sujeito à contribuição obrigatória sobre a pro-
dução rural comercializada, somente faz jus à aposentadoria por tempo de
serviço, se recolher contribuições facultativas.
Exercício
63. Julgue certo ou errado:
A falta de recolhimento, no prazo legal, das importâncias retidas configura,
em tese, crime contra a Previdência Social previsto no art. 168-A do Código
Penal, introduzido pela Lei nº 9.983, de 14 de julho de 2000, ensejando a
emissão de Representação Fiscal para Fins Penais (RFFP).
Direito Previdenciário 77
A solidariedade pode ser ativa ou passiva, conforme o art. 264 do Código Civil.
Haverá solidariedade ativa quando houver mais de um credor com direito a re-
ceber a dívida por completo; na solidariedade passiva, haverá mais de um credor
com a obrigação de satisfazer a dívida por inteiro.
O art. 265 do CC estabelece que a solidariedade não se presume.
O Código Tributário Nacional, em seu art. 124, informa que são solidaria-
mente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que cons-
titua o fato gerador da obrigação principal e as pessoas expressamente desig-
nadas em lei.
Ademais, a solidariedade tratada no CTN não comporta o benefício de ordem.
O art. 13 da Lei nº 8.620/1993 foi reconhecido pela sua inconstitucionalidade
na parte em que determinou que os sócios das empresas por cotas de respon-
sabilidade limitada responderiam solidariamente, com seus bens pessoais, pelos
débitos junto à Seguridade Social.
A solidariedade na aplicação da construção civil, conforme a Lei nº 8.212/1991,
informa que construtor é o empregador; dessa forma, admite-se a responsabilida-
de solidária do proprietário, do incorporador, do dono da obra ou do condômino
da unidade imobiliária.
Assim, todas essas pessoas em caso de uma dívida previdenciária junto ao Fis-
co serão solidariamente responsáveis. A responsabilidade exclui-se do adquirente
de prédio ou unidade imobiliária (art. 30, VII, da Lei nº 8.212/1991).
Exercício
64. (Cespe – 2011 – TRF 5ª Região) Em relação aos institutos de direito previden-
ciário, considere a afirmação como correta ou incorreta:
“Não há inconstitucionalidade formal ou material em lei ordinária que vin-
cule a simples condição de sócio à obrigação de responder solidariamente
pelos débitos da sociedade limitada perante a seguridade social, visto que
tal matéria não se inclui entre as normas gerais de direito tributário; além
disso, unificar os patrimônios das pessoas jurídica e física, nesse caso, não
compromete a garantia constitucional da livre iniciativa.”
78 Direito Previdenciário
O art. 201, § 5º, da CF, dispõe que o servidor público não pode se filiar ao regime
geral como facultativo; muitos servidores incidem nesse erro com a intenção de,
futuramente, requererem aposentadoria junto ao INSS.
Diante da vedação constitucional, essa contribuição paga não gerará a cober-
tura no regime geral do INSS.
Assim, essas contribuições recolhidas indevidamente no período podem ser
restituídas junto à Receita Federal.
Da mesma forma, ficará sem efeito contributivo o pai que realizar a inscrição
de filho menor de 16 anos na Previdência Social.
Já a compensação é permitida por lei no caso de salário-maternidade e de
salário-família, operacionalizando-se pela empresa em que o empregador traba-
lha, sendo possível solicitar, posteriormente, um abatimento à Previdência.
A Lei nº 8.212/1991 garante que as contribuições previstas nas alíneas “a”,
“b” e “c”, do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a
título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser
restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento inde-
vido ou maior que o devido.
O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela
aplicação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e custódia (Selic)
para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao
do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da com-
pensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo
efetuada.
Se verificada a existência de débito em nome do sujeito passivo, o valor da
restituição será utilizado para extingui-lo, total ou parcialmente, mediante com-
pensação.
Os valores compensados indevidamente serão exigidos com os acréscimos
moratórios de que trata o art. 35 desta Lei.
Quando se verificar fraude, havendo compensação indevida mediante falsida-
de da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito
à multa.
Considera-se apropriação indébita previdenciária a fraude cometida contra a
Previdência Social, prevista no art. 168-A do Código Penal.
Direito Previdenciário 79
Exercício
65. Assinale Certo ou Errado:
O CRPS é presidido por representante do Governo, com notório conheci-
mento da legislação previdenciária, nomeado pelo Presidente do INSS.
Capítulo 11
Ações Previdenciárias
O recurso especial também não será admitido no Juizado Especial; o que cabe
é o pedido de uniformização nacional ou regional. Outra hipótese permitida é o
recurso extraordinário dirigido ao Supremo Tribunal Federal, além de embargos
de declaração.
No JEF, os embargos de declaração contra sentença não interrompem o pra-
zo, ocorrendo apenas sua suspensão.
2. Competência
Exercício
66. (FCC – 2007 – TRF 2ª Região – Analista Judiciário) Manuela é analista judiciá-
ria do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Para se aposentar voluntaria-
mente, com proventos proporcionais, haja vista que não completou o período
mínimo de contribuição, Manuela deverá ostentar as seguintes condições:
a) 5 anos de efetivo exercício no serviço público, 05 anos no cargo efetivo
em que se dará a aposentadoria e no mínimo 60 anos de idade.
b) 10 anos de efetivo exercício no serviço público, 05 anos no cargo efeti-
vo em que se dará a aposentadoria e no mínimo 60 anos de idade.
c) 10 anos de efetivo exercício no serviço público, 10 anos no cargo efeti-
vo em que se dará a aposentadoria e no mínimo 55 anos de idade.
86 Direito Previdenciário
2. Aposentadoria Compulsória
Exercício
67. (Cespe – 2008 – TCU – Apoio Técnico e Administrativo) O servidor ocupante
apenas de cargo comissionado desde período anterior à EC nº 20/1998, e
que tenha preenchido os requisitos para aposentadoria em 12 de janeiro de
2006, terá sua aposentadoria regida pelas mesmas regras da previdência
pública para servidores.
Direito Previdenciário 87
3. Regras de Transição
Exercício
68. (2012 – PGE – Procurador – SP) Servidor público estadual, ocupante de cargo
efetivo, admitido no serviço público estadual em 2001, que venha a se apo-
sentar por invalidez permanente em decorrência de acidente de serviço, tem
direito a proventos de aposentadoria:
a) Integrais, calculados de acordo com a média aritmética simples das
maiores remunerações utilizadas como base para as contribuições do
servidor, correspondente a 80% de todo o período contributivo, reajus-
táveis na mesma proporção e data em que se modificar a remuneração
dos servidores em atividade.
b) Proporcionais, calculados de acordo com a média aritmética simples das
maiores remunerações utilizadas como base para as contribuições do ser-
vidor, correspondente a 80% de todo o período contributivo, reajustáveis
na mesma data fixada para revisão dos benefícios pagos ao pessoal do
Regime Geral de Previdência Social, obedecida a variação do IPC-FIPE.
c) Proporcionais ao tempo de serviço, calculados com base na última re-
muneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, reajustá-
veis na mesma proporção e data em que se modificar a remuneração
dos servidores em atividade.
d) Integrais, calculados com base na remuneração do cargo efetivo em
que se der a aposentadoria, reajustáveis na mesma data e na mesma
proporção utilizada para fins de revisão dos benefícios pagos ao pessoal
do Regime Geral de Previdência Social.
e) Integrais, calculados com base na remuneração do cargo efetivo em
que se der a aposentadoria, reajustáveis na mesma proporção e data
em que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.
88 Direito Previdenciário
Exercício
69. (Cespe – 2013 – AGU – Procurador Federal) Segundo a atual jurisprudência
do STF e STJ, a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte
aos dependentes do segurado deve ser disciplinada pela legislação em vigor
ao tempo do fato gerador do benefício em questão, qual seja, a morte do
segurado, por força da aplicação do princípio lex tempus regit actum:
Capítulo 13
Crimes Previdenciários
Assim, o Código Penal estabelece em seu art. 168-A que se configura apro-
priação indébita a conduta de deixar de repassar à Previdência Social as contri-
buições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional,
estabelecendo a pena de reclusão de 2 a 5 anos e multa.
Exercício
70. (2002 – Delegado Polícia Federal) “Art. 168-A. Deixar de repassar à Previ-
dência Social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e for-
ma legal ou convencional”, então, nessa situação, e de acordo com o STJ,
ocorreu a abolitio criminis em favor de Pablo, que é causa de extinção da
punibilidade.
Exercícios
71. (Cespe/UnB – DPF – 2002) Assinale certo ou errado:
No caso de prática de crime de estelionato contra autarquia da previdência
social, aplica-se a circunstância especial de aumento prevista no CP, ou seja,
a pena aumenta-se de um terço.
72. Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de estelionato praticado
mediante a falsificação de guias de recolhimento de contribuições previden-
ciárias, independentemente da ocorrência de lesão patrimonial à autarquia
da previdência social.
Capítulo 14
Assistência Social
1. Loas – Introdução
A assistência social é um dos pilares que formam a previdência social. Será pres-
tada a quem dela precisar, independentemente de contribuições.
É exemplo de contribuição assistencial o Bolsa Família. Trata-se de um pro-
grama assistencial com condicionalidades e é pago em valor abaixo do salário
mínimo, porque não há, na CF, nenhum artigo que determine que os benefícios
da assistência social sejam balizados pelo salário mínimo. O mesmo ocorre com
os benefícios do auxílio-funeral e auxílio-maternidade.
Veremos aqui o benefício do art. 203, V, da CF: benefício no valor de 1 salário
mínimo, para o idoso ou deficiente, desde que sejam pessoas de baixa renda.
É chamado de Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A regulação deste artigo se dá pela Lei nº 8.742/1993 – Lei Orgânica da
Assistência Social (Loas).
De acordo com a Loas, a assistência social é direito do cidadão brasileiro (es-
trangeiro não), não contributiva que garante o atendimento das necessidades bá-
sicas. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome é o responsável
pelas políticas sociais.
O BPC compete à União, mas a sua operacionalização é feita pelo INSS.
Observa-se, contudo, que o BPC não onera os cofres do INSS.
Idoso, para os fins deste benefício, é aquele que conta com 65 anos de idade
ou mais, e considera-se família o requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais
e, na ausência, madrasta ou padrasto e os filhos solteiros, desde que residam sob
o mesmo teto.
Direito Previdenciário 93
Exercício
73. (Analista – TRF 3ª Região) Ao se conceder o benefício assistencial da renda
vitalícia ao idoso ou ao deficiente sem meios de subsistência estará sendo
aplicado, especificamente, o princípio da:
a) Equidade na forma de participação do custeio.
b) Universalidade do atendimento.
c) Universalidade da cobertura.
d) Distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
e) Diversidade da base de financiamento.
O BPC não pode ser cumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito
da Seguridade Social, salvo os de assistência médica ou pensão especial de natu-
reza indenizatória.
No ramo da saúde, a regra são os serviços, e não benefícios. Com a previdên-
cia, é o contrário: a regra são os benefícios.
É benefício da assistência médica o Programa De Volta para Casa, criado para
pessoas com problemas mentais que estavam recebendo tratamento de inter-
nação, estimulando-os a voltar para a sua casa. Concede-se a estes o benefício
chamado auxílio-reabilitação psicossocial, enquanto o paciente fizer o tratamento
ambulatorial.
Quanto à pensão especial de natureza indenizatória, trata-se de indenização
paga por ato vexatório cometido pelo governo. Exemplo: pensão especial aos
vitimados da síndrome da Talidomida; vítimas do Césio 137, etc.
O art. 21 da Loas determina que o beneficiário que esteja em abrigo per-
manente tem direito ao benefício de prestação continuada. Ainda, não cessa o
benefício quando o beneficiário desenvolve suas atividades motoras.
O BPC não dá direito à gratificação natalina, e não gera pensão por morte
(trata-se de benefício personalíssimo).
Exercício
74. (Concursos Públicos para Provimento de Cargos de Juiz Federal Substituto
da 3ª Região) Em se tratando do benefício de assistência social, assinale a
alternativa incorreta:
94 Direito Previdenciário
Anotações
Direito Previdenciário 95
96 Direito Previdenciário
Gabarito
1. Errada. 43. Certa.
2. Errada. 44. Errado.
3. Errada. 45. Letra E.
4. Letra A. 46. Errado.
5. Errado. 47. Letra C. Atenção: na data da prova,
6. Certa. a legislação era a antiga. Pelas no-
7. Errada. vas regras da Lei nº 12.863/2013,
8. Letra C. a resposta estaria errada.
9. Certa. 48. Letra E. Atenção: na data da pro-
10. Letra B. va, a lei vigente era a antiga. Hoje,
11. Letra E. a resposta correta seria a letra B.
12. Errado. 49. Certa. Observar que o salário-ma-
13. Letra D. ternidade sempre será no valor da
14. Certo. remuneração da segurada, ainda
15. Certo. que superior ao teto máximo da
16. Certo. previdência.
17. Certo.
50. Errada.
18. Errado.
51. Certo.
19. Letra D.
52. Errado.
20. Errado.
53. Errado.
21. Certo.
54. Correta.
22. Errado.
55. Errada.
23. Certo.
56. Errado.
24. Errado.
57. Letra A.
25. Incorreta.
58. Letra B.
26. Letra D.
27. Errado. 59. I – Correto; II – Errado.
28. Certo. 60. Certo.
29. Errado. 61. Errado.
30. Correta. 62. Certo.
31. Certo. 63. Certo.
32. Errada. 64. Incorreta.
33. Errada. 65. Incorreta.
34. Errada. 66. Letra B.
35. Letra D. 67. Incorreta.
36. Correto. 68. Letra E.
37. Correto. 69. Correta.
38. Correto. 70. Incorreta.
39. Errado. 71. Certa.
40. Correto. 72. Errada.
41. Letra D. 73. Letra D.
42. Errado. 74. Letra B.