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Da semente ao jardim

Do hortulanus ao jardineiro…
Maria Daniela Pereira de Sousa, 2016

Tema1.A edificação da área de educação/formação em Jardinagem


no ensino público português, um percurso histórico.
Da semente ao jardim
Do hortulanus ao jardineiro um
percurso profissional e educacional

TEMA1. A edificação da área de


educação/formação em Jardinagem no ensino
público português, um percurso histórico.

Maria Daniela Pereira de Sousa


2016

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 2


A edificação da área de educação/formação em Jardinagem
no ensino público português
um percurso histórico

Resumo:
Uma breve retrospetiva aponta que o ensino público da Jardinagem é herdeiro de um
passado histórico relacionado com o ensino técnico-profissional, que se implementou
progressivamente a partir de 1854, com António Augusto de Aguiar, e que ganhou grande
expressão durante o Estado Novo, sobretudo a partir a Reforma do Ensino Técnico–
Profissional, Industrial e Comercial. Em Portugal, desde 1852 que está instituído o Ensino
Agrícola (Decreto de 16 de Dezembro, reinado de D. Maria II). Nesse mesmo ano Fontes
Pereira de Melo e por iniciativa do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria,
cria os ensinos, agrícola (DG. 300 de 29-12 – 52), para o ensino agrícola) e industrial.
Nos programas de estudo já se preveem aulas de floricultura e jardinagem. Desta época
sabemos que se ensinavam rudimentos de jardinagem na escola primária e que se
ministravam os ensinamentos através de manuais escolares específicos da área agrícola.
Contudo, o desenvolvimento da área disciplinar de jardinagem, na prática, só ocorreu de
forma significativa a partir dos anos 50 do século XX, constituindo-se a Lei de Bases do
Sistema Educativo (LSB) de 1986 como um marco temporal, culminando nos dias de hoje
com um ensino profissional fundado em cursos da especialidade e com a unificação da
sua estrutura organizativa e curricular.
Do decurso da pesquisa realizada, apurou-se que o termo “Jardinagem, Jardim” entra no
léxico português a partir do século XVI, estando provavelmente na origem da designação
pela qual é conhecida, hoje, a atividade profissional de jardineiro. Existiria já o ofício de
jardineiro e escolas de horticultura e jardinagem nos primórdios do século XIX.

Atualmente prevê-se a emergência de um novo paradigma sustentado pela Formação ao


Longo da Vida e a expansão do Ensino Profissional que procura chegar a cada vez mais
jovens e adultos procurando estreitar os laços entre a escola e a vida ativa.
A emergir deste sentido educacional está o Curso Profissional de Jardinagem e Espaços
Verdes de nível secundário que desponta neste contexto no ensino público em 1997, e a
área vocacional de jardinagem no, ensino básico em 2012 e no ensino secundário em
2015, que tem abrangido cada vez mais jovens e adultos.

Método: Pesquisa bibliográfica/documental: As fontes primárias compreendem


legislação e documentos oficiais, manuais escolares e textos dos respetivos autores. As
fontes secundárias, obras genéricas sobre a história da educação em Portugal, dicionários,
dissertações de mestrado e teses de doutoramento, relatórios oficiais.

Data da elaboração jan.2016-fev2016.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 3


Índice

Antecedentes ao ensino da Jardinagem no sistema público em Portugal (p.5)

Surgimento do Sistema Público de Ensino em Portugal e a criação do sistema de ensino


técnico (1836-1909) (p.7)

A Primeira República (1910-1926) (p.13)

De 1926 a 1933 (p.25)

Período do Estado Novo (1933-1974) (p.28)

Pós 25 de Abril de 1974 (p.40)

Atualidade (p.48)

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 4


Antecedentes ao ensino da Jardinagem no sistema público em
Portugal
Durante muitos anos o jardineiro manteve por tradição a aprendizagem com o mestre
hortulanus através de um ensino não formal. Os jardineiros, com o seu saber prático,
muitas vezes analfabetos ou com pouca escolaridade com conhecimentos a incidir na área
agrícola, habituados a criar o jardim de acordo com as necessidades e o gosto da época,
sem intervenção de profissionais portadores de diplomas de competências técnicas ou
científicas. Falar do jardineiro é falar também da evolução da jardinagem e do seu
contexto histórico-cultural …

No livro “A jardinagem em Portugal” e que data dos inícios do século XX, precisamente
1906, escrito por Sousa Viterbo, este referia “Estou convencido que nos primeiros séculos
da monarquia a jardinagem tinha um caráter modesto e rudimentar. Os jardins reais eram
uma reprodução dos de Alcino, com as suas hortas e pomares, não esquecendo os
canteiros de plantas Therapeuticas” (in Ronchetti, 2009:272). É provável que no século
XIV em Portugal, alguns paços reais, e ricas casas senhoriais ou de poderosos chefes de
igreja tenham sido dotados com formosos pátios cingidos dentro de altos muros, onde
florescessem plantas delicadas no meio da frescura espalhada no ambiente pelo borbulhar
das fontes. Nos séculos XIV e XV os jardins teriam, ainda, uma relevância secundária na
estruturação dos espaços das casas senhoriais (Macedo, 2012). Ronchetti (2009) refere
que a escritura de aforamento do rei D. Afonso V (1438-1481) dos Paços do Arcebispo
na Alcáçova de Lisboa, além de fornecer informações sobre as plantas escolhidas
(ciprestes, laranjeiras e limoeiros), também já testemunha o cuidado que este rei teria para
com os seus “pomares”, o que leva a pensar que não tivesse uma conotação meramente
hortícola e agrícola, mas também já de deleite ou fruição. D. João II (1455 –1495) sente
a necessidade de entregar estas tarefas a um verdadeiro profissional do ofício, l igator
d´horts, e manda chamar Gomes ou James Fernandes, hortelão/Hortulanus e guarda da
famosa horta Real de Valência. Chama-o para trabalhar “na horta dos paços de Évora que,
além das plantas de uso doméstico e dos pomares, seria semeada de hervas de virtude”
(Viterbo, 1906:71 in Ronchetti, 2009), informando-nos assim da dupla função do jardim
do Paço. É nesta época que começa a entrar também na cena dos jardins portugueses: o
Hortulanus, ou seja, o hortelão ou jardineiro. O cargo de Gomes Fernandes começa em
1494 com um ordenado de 17.000 reais, pagos metade no princípio do ano e metade no
S. João, mais o aproveitamento da horta e D. Manuel (1495-1521) confirma-o, em 1496
(Ronchetti, 2009). Em todo o caso em Portugal, segundo Carolina Michaelis o vocábulo

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 5


jardim só se generaliza a partir do século XV e XVI (Carapinha, 1995), e é a partir do
século XVI que efetivamente se começa a dar importância aos jardins com a contratação
de hortelões de mérito reconhecido. O termo, jardim, começa a ser utilizado, de forma
erudita, apenas com D. João III (1502-1557); porém a imagem que nos chega deste espaço
parece conformada à sua etimologia. A palavra jardim pressupõe na sua etimologia, algo
fechado, pois terá origem no radical garth, jart; proveniente das línguas nórdicas e
saxônicas, que significa "cintura ou cerca". Pode ser derivado também da palavra francesa
jardim, que tem o significado de "terreno cercado em que se cultivam flores, ou árvores
frutíferas ou legumes, hortaliças e vegetais comestíveis".

Muitos são os nomes dos que foram nomeados hortelãos ou jardineiros das hortas,
pomares e jardys de muitos paços reais que no final do século XV e no século XVI foram
reabilitados (Carapinha, 1995). Sucederá a Gomes Fernandes “Pasquim Velanes, de
provável origem italiana, a quem, por sua vez, segue António Monteiro e, a partir daí,
uma série de nomes, às vezes ligados uns aos outros por parentesco, cujas pegadas Sousa
Viterbo segue atentamente de Paço em Paço, entre Évora, Salvaterra, Almeirim, Alhos
Vedros, por Portugal fora” (Ronchetti,2009:275). Este facto revela, não só a vontade de
alinhar com as tendências mais consideradas de então, na arte dos jardins, mas deve ser
também encarada como o “início provável, de um movimento de enobrecimento, de
valorização estética de hortas e pomares” (Carapinha, 1995:81). Conhecem-se também
nomes de jardineiros do tempo de D. João IV (1640-1656) e D. Afonso VI (1656-1683)
– Gonçalo João e Manuel Gonçalves, o que indicia que eram cuidados e que haveria
preocupação na sua manutenção, tal como no tempo de D. João V (1707-1750) ou não
haveria um “Regimento das pessoas a cujo cargo estão as hortas dos meus paços, e quinta
de Alcântara” (Jordão, 1946:12 in Rodrigues, 2013:373).

Ao nível do Ensino sabemos que a emergência da jardinagem se dá no seio dos estudos


agrícolas e que no ano de 1791 é criada na Faculdade de Filosofia, da Universidade de
Coimbra (Carta régia de 24 Janeiro 1791), a cadeira de Botânica e Agricultura cuja
regência é entregue a Avelar Brotero (Dec. de 27 de Fevereiro de 1791). Posteriormente,
a Inspeção da Junta Geral do Alto Douro instituiu na Academia Real da Marinha e
Comércio, da cidade do Porto, a cadeira de Agricultura (Alvará de 28 de Julho de 1803)
que veio só a ser provida, em 9 de Julho de 1818 e sendo seu primeiro professor o Doutor
Joaquim Navarro de Andrade, lente da Faculdade de Medicina de Coimbra.
Sebastião Francisco Mendo Trigoso em 1815 apresenta um projeto, à Academia Real das
Ciências de Lisboa, de promoção da instrução na área agrícola tendo em vista o aumento

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produtivo das terras. Neste defende a criação de três escolas ou «granjas de instrução» —
uma no Algarve, outra em Trás-os-Montes ou na Beira e a outra nas proximidades da
capital (Trigoso, 1915).

Surgimento do Sistema Público de Ensino em Portugal e a


criação do sistema de ensino técnico (1836-1909)

Desde finais do século XVIII que o estabelecimento de um sistema educacional público,


à semelhança do que já acontecia na maioria dos países da Europa, é um dos assuntos
mais prementes da governação e dos intelectuais portugueses (Brito, 2014). Do ponto de
vista histórico o Ensino Técnico e Profissional de nível intermédio iniciou-se, em
Portugal, na segunda metade do século XVIII com o Marquês de Pombal (Alvará de 19
de Maio de 1759).

Em Portugal, o primeiro esboço do sistema público de ensino, contemplando de modo


articulado vários níveis e estruturas educativas, surge entre 1836 e 1837 sob proposta e
legislação do Ministro Manuel da Silva Passos. Em 1836 foram criados por Passos
Manuel, dois conservatórios de artes e ofícios — um em Lisboa e outro no Porto. Eram
espaços que reuniam diversa maquinaria, pertencente a fábricas e oficinas, que ilustravam
a evolução das técnicas e onde as máquinas estavam disponíveis para serem utilizadas
pelo público, constituindo uma escola viva (Cardim, 1999).Pelo Dec. de 17 nov. 1836
(Art.39º) estipula-se que a Instrução Secundária é pública mas não gratuita e que o
estabelecimento de escolas deste nível de ensino é livre a toda e qualquer pessoa ou
corporação, nas mesmas condições anunciadas para a Instrução Primária. A estrutura do
Curso Liceal reparte as matérias evolutivamente ao longo do ciclo de estudos. O Curso
Geral dos Liceus (da I à IV classe) destinava-se a ministrar um conjunto de
conhecimentos imediatamente úteis para a vida ativa, enquanto o curso complementar (da
V à VII classe) visava a preparação para o ingresso nos cursos superiores. Os
estabelecimentos do ensino secundário dividiam-se em duas categorias: os liceus
nacionais centrais e os liceus nacionais, sendo que só nos primeiros existiria o curso
complementar (Brito, 2014).

A grande preocupação educativa a partir da segunda metade do século XIX centra-se na


criação de um ensino de natureza profissionalizante contemplando as necessidades do
país nas áreas da indústria, agricultura e comércio. Alexandre Herculano, formado pela
Aula do Comércio, foi uma das vozes que se insurgiu contra um tipo de ensino

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escolástico, denunciando o carácter abstrato e a inutilidade do ensino preparatório (hoje
Ensino Secundário), dizendo ser este unicamente orientado para a Universidade, sem
nenhuma ligação com a vida, dispendioso sem ser produtivo, gastar muito tempo sem
objetivo e não ensinar. Herculano defendia o princípio moderno da ligação entre a escola
e a vida, dizendo que a ciência e a erudição se deviam ligar aos factos, o que não se
conseguiria com uma educação meramente intelectual. Na sua obra Da Educação e
Instrução das classes laboriosas (1838), condenava o facto de estas terem sido
sistematicamente excluídas dos benefícios da cultura. Para Herculano, o ensino deveria
contemplar finalidades sociais e individuais. Quanto à instrução popular, destaca a
necessidade das componentes cívica e, até, política da mesma. Uma educação assente em
bases científicas e culturais capazes de responder à mobilidade profissional, visando as
necessidades da economia nacional, e o capitalismo agrário e industrial em ascensão.
Herculano preconiza escolas técnico-profissionais para a formação de diretores de
empresas, empresários rurais e comerciais, mestres de oficinas e também operariado. Na
instrução elementar, o ler e o escrever não seriam mais que as bases a que teriam de ser
adicionados os conhecimentos aplicados à vida material, através de disciplinas como
Desenho Linear, Geometria Prática, Noções de Física, Química, Higiene e Religião
(Brito, 2014). Só em 1844, com a Reforma da Instrução Pública de Costa Cabral (20 de
Setembro), se voltaria a legislar para o Ensino Primário e para o Ensino Secundário (Brito,
2014). A seleção dos alunos para o ensino profissional ocorria de forma predominante
nas classes populares e entre os alunos mais mal preparados, sendo mesmo proposto na
segunda metade do século XIX que o ensino profissional fosse frequentado especialmente
por alunos provenientes das “casa pias” ou de outros estabelecimentos de caridade (DG.
300 de 29-12 – 52).

As iniciativas educacionais promovidas no sistema público englobaram sempre uma


incidência na formação ao nível agrícola, mas nada específico sobre a área ou disciplina
de Jardinagem. Em todo o caso podemos dizer que desde 1852 que está instituído o
Ensino Agrícola em Portugal (Decreto de 16 de Dezembro, reinado de D. Maria II). Nesse
mesmo ano Fontes Pereira de Melo e por iniciativa do Ministério das Obras Públicas,
Comércio e Indústria, cria os ensinos, agrícola e industrial. Segundo este decreto, o ensino
agrícola compunha-se em graus e os alunos seriam a ele admitidos com o mínimo de 16
anos. Na realidade o diploma de 1852, de Fontes Pereira de Melo, dividiu o ensino
especial de agricultura em 3 graus:

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O primeiro grau, de ensino elementar, cuja frequência não poderia exceder 3 anos,
consistia em trabalhos rurais concretamente realizados em "quintas de ensino" de que
deveria existir uma em cada província, e era destinado a formar abegões, maiorais e
quinteiros. Tais quintas deveriam ser propriedades particulares cujos donos as
proporcionariam aos mestres e alunos, de acordo com o governo de quem receberiam
compensações monetárias convencionadas (Coutinho, s.d.). “Trata-se de um ensino
mechanico ou de officio para os homens do campo, ganha-pães ou jornaleiros,
verdadeiros instrumentos de lavoura. ”( Lei de 1852).
O segundo grau, de ensino teórico-prático, seria ministrado em Escolas Regionais, que
deveriam ser três, em Lisboa, Viseu (em 1953 passaria para Coimbra) e Évora, às quais
pertenceria uma "quinta exemplar" com campos de cultura, viveiros de plantas, estábulos
e oficinas. Em tais escolas lecionar-se-iam quatro cadeiras: Botânica, Física, Química e
Geologia agrícolas; Agricultura; Zootécnica e Veterinária; e Economia Agrícola,
Legislação e Engenharia Rural (Coutinho, s.d.). Trata-se de um ensino artístico ou
secundário, já mais elevado, ao mesmo tempo prático e theorico, com destino a feitores
ou chefes de culturas”(Lei de 1852).
Por último, o ensino superior, que constituía o terceiro grau, lecionado em Lisboa, no
Instituto Agrícola, com a sua "quinta exemplar" anexa. Nele se ministraria o ensino, com
carácter decerto mais especializado, das mesmas cadeiras das escolas regionais, às quais
se acrescentavam outras cadeiras teóricas que seriam lecionadas na Academia das
Ciências e na Escola Politécnica (Coutinho, s.d.). Trata-se de um ensino superior e
científico, principalmente "destinado a agronomos, individuos com preparação mais
completa e estudo desenvolvido, habilitados a dirigir as grandes explorações agrícolas."
(Lei de 1852).
Esta restruturação, transposta para o decreto de 30 de Setembro de 1852, visa a
organização do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria criando a Repartição
de Agricultura que se ocupava da preparação das leis, decretos e regulamentos relativos
à agricultura, sociedades, escolas e estabelecimentos agrícolas, aperfeiçoamento dos
processos de cultura, política rural, apuramento de raças, exposições agrícolas e de gados.

Por esta altura criam-se as escolas agrícolas médias e que ficam a dever á iniciativa
particular entre elas destaca-se: Escola Maria Cristina, as fundadas pelo conde de Sucena,
de Agrolongo e José Bessa de Meneses (Fontes, s.d.).

Em 1855 são criados o Instituto Agrícola e as Escolas Regionais de Agricultura em


Bemposta (Lisboa), Évora e Viseu, dispondo cada uma delas de uma quinta exemplar.

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Nestas quintas, além de terreno destinado às culturas arvenses, à fruticultura, horticultura
e arboricultura, havia viveiros das mais importantes variedades e plantas cultiváveis no
país e ainda, estabelecimentos e oficinas. O plano de estudos era constituído pelas
seguintes disciplinas: elementos de ciências histórico-naturais, elementos de física,
química e geologia agrícolas, agricultura geral, culturas especiais, economia agrícola,
administração e contabilidade rural, zootecnia e princípios de veterinária, artes agrícolas,
legislação e engenharia rural. O curso do Instituto Agrícola de Lisboa1 tinha quatro anos
e comportava sete cadeiras. "Às disciplinas próprias do Instituto eram acrescidas as
preparatórias cursadas na Escola Politécnica: Zoologia, Anatomia e Fisiologia
Comparadas, e Botânica e Fisiologia Vegetal, além do Desenho do 1º ano; e no Instituto
Maynense (S.J.): Elementos de Física, Química e Geologia Agrícola. Às Artes Agrícolas
– designação equivalente a Industrias Agrícolas - estavam integradas no vasto conteúdo
da 7ª cadeira: Economia Agrícola, Administração e Contabilidade Rural, Artes Agrícolas,
Legislação e Engenharia Rural".

Em 1862 é extinta a Escola da Bemposta e criada em sua substituição pelo então


Conselheiro Morais Soares, Diretor Geral da Agricultura, a Escola de Sintra, para cujo
funcionamento foi arrendada por trinta anos a Quinta da Granja então propriedade do
Marquês de Pombal. Documentos da época apontam que a referida quinta passou a
denominar‐se “Quinta Regional de Sintra “ e iniciou o seu funcionamento em 10 de
Setembro daquele ano. Desta reforma a componente prática do curso de agronomia
passou a efetuar-se na Granja do Marquês, em Sintra. A reorganização de cadeiras em
ciências preparatórias e ciências técnicas, criou uma primeira cadeira, Agrologia e
Culturas Arvenses, e uma segunda que englobava as matérias Topografia, Arboricultura
e Silvicultura.

Em 1864, João Crisóstomo de Abreu propõe a divisão do Ensino Industrial Elementar em


duas etapas: o Ensino Geral Elementar para crianças até aos doze anos de idade, com um
currículo comum a todas as profissões industriais, artes e ofícios; e, numa segunda etapa,
o Ensino Especial, com currículos distintos conforme as diferentes artes e ofícios. A
componente prática do curso seria ministrada em oficinas, fábricas ou estabelecimentos
do Estado.

Em 1865 são criados os cursos de Regentes Agrícolas e Regentes Florestais. Sabe-se que
o primeiro aluno que foi admitido no ensino oficial agrícola em 19 de Agosto de 1865

1
Disponível em http\\História Instituto Superior de Agronomia.mht

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chamava‐se António Gonçalves, vindo a sair diplomado em 17 de Dezembro de 1868, o
qual recebeu a carta de curso nº 1 passada em 20 de Maio de 1869, que foi deixada em
testamento à Escola Agrícola de Santarém. As matrículas nos primeiros cursos foram
sendo feitas lentamente, rondando em média 5 alunos por ano, até 1872 (Delgado, 2005).

Data de 1875, a versão portuguesa e impressa em Lisboa do livro “Ensino Primário


Agrícola”, de Joigneux e de 1877 o “Manual de Agricultura Elementar e Prática” para
usos das escolas primárias rurais e dos agricultores práticos escrito por Paulo Moraes e
editado em Paris e que muito provavelmente vigoraria nestas escolas.

De 1886 contam-se as reformas de Emídio Navarro através do Plano de Organização


do Ensino Agrícola e Veterinário que dividiu o ensino em três graus: o ensino superior
professado no Instituto de Agronomia e Veterinária; o ensino secundário ministrado na
Escola Prática Central de Agricultura e o ensino elementar a funcionar em escolas práticas
de agricultura, especialmente adaptadas às regiões do País e cujo número e organização
seriam decretados pelo Governo (Dec. de 2 de Dezembro de 1886). É nesta linha de
pensamento e atuação que por diploma de 3 de Novembro de 1887 foi criada a Escola
Prática de Agricultura de Viseu e aprovado o seu Plano de Organização cujos objetivos
seria habilitar, em cursos de 3 anos, operários rurais que pudessem servir como feitores,
abegões e mestres práticos nos diversos ofícios agrícolas instruindo-os na prática dos
trabalhos rurais e artes agrícolas mais importantes da região. Por Portaria de 21 de
Novembro de 1887 foi aplicado à Escola de Viseu o Regulamento aprovado para a Escola
Prática de Agricultura de Faro.

Em 1888 é aprovado o Plano da Organização da Escola Prática de Agricultura e Frutuária


de Santarém (Decreto-lei de 18 de Julho), e aprovados os programas para a Escola Prática
Central de Agricultura (publicado no Diário do Governo, nº244, de 24 de Outubro). Em
Abril de 1888, matricularam‐se na Escola de Sintra 288 alunos provenientes de todas as
regiões do país, dos quais só viriam a concluir o curso 128 alunos na área agrícola
(Delgado, 2005).

Durante a década de 90, assiste-se ao momento da estabilização curricular no ensino


profissional. Em 1891, através do decreto-lei de 27 de Março é aprovada a
(re)organização do Ensino Agrícola (publicado no Diário do Governo, nº227, de 9 de
Outubro). Os Decretos de 8 de outubro de 1891 e de 5 de outubro de 1893, emitidos pelo
Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, procuram reestruturar todo este
sistema de ensino. A reorganização do ensino agrícola divide-o em ensino técnico
superior professado no Instituto de Agronomia e Veterinária, ensino profissional, por sua

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vez dividido em geral e especial ministrado o geral na Escola Central de Agricultura
Prática de Coimbra e o especial abrangendo o estudo e a prática da agricultura e artes
rurais adequadas a cada região agrícola e professado em Escolas Elementares de
Agricultura Prática. As Escolas Elementares de Agricultura Prática destinavam-se a
habilitar capatazes ou mestres práticos que pudessem servir nas explorações agrícolas de
particulares e do Estado e seriam criadas nas localidades e propriedades onde já existiam
as Escolas Práticas de Agricultura. Em 1982 é editado o livro como refere Mota (2006)
“Rudimentos de Agricultura em Harmonia com os Programas das Escolas Normaes e
Primarias”, por A. Justino Ferreira, editado no Porto.

A estreita colaboração entre a teoria e a prática marca a orientação que se desejava para
este sistema de ensino. Jaime Moniz, vice-presidente do Conselho Superior de Instrução
Pública e introdutor da pedagogia científica em Portugal, fará publicar em 1894-95 a
Reforma do Ensino Secundário (Publicada no Decreto nº 2 de 22 de dezembro 1894). A
Reforma esta que como refere Brito (2014), teve como bases, uma preferência pela
educação integral face à instrução; a centralidade e a uniformização do sistema de ensino;
uma formação geral de base humanista mas com caráter prático; o desenvolvimento do
espírito nacionalista; a formação de professores e o reforço dos aspetos formativos do
ensino. A Escola Prática de Agricultura de Viseu é extinta por um decreto régio datado
de 9 de Dezembro de 1898 sendo os seus serviços transferidos para a Estação Agrária.
Em 1899 o ministro Elvino José de Sousa e Brito extingue o curso de ensino elementar
agrícola, na Escola de Viseu e institui aulas de instrução primária agrícola que
compreendiam os dois graus do ensino elementar revestindo feição acentuadamente
agrícola de modo a que o aluno obtivesse o conhecimento exato e prático das coisas úteis
à vida rural. (Dec. de 17 de Outubro de 1899).

Em finais do século XIX e inícios do século XX, as Reformas de Jaime Moniz (1894-95)
e de Eduardo José Coelho (1905) viriam a definir a estrutura curricular e os objetivos do
Ensino Secundário Liceal (Brito, 2014).

Em 1901, são criadas as Escolas Industriais e as Escolas Comerciais, operando-se uma


distinção entre as mesmas, não só fisicamente mas também ao nível do plano de estudos.
Em 1901, na Faculdade de Letras de Lisboa, havia sido criado o primeiro Curso de
Formação de Professores do Ensino Secundário. Com a duração de quatro anos e uma
forte componente psicopedagógica, seguia-se-lhe uma prova pública (Brito, 2014). É
desta altura que se dá a organização dos Serviços Externos de Instrução Agrícola,

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aprovados pelo decreto de 24 de Dezembro (publicado no Diário do Governo, nº9, de 13
de Janeiro de 1902).

Surge em 1903 o livro “Rudimentos de Agricultura Pratica, Conforme o programa geral


do Ensino de Instrução Primaria decretado em 18 de Outubro de 1902”, pelo agrónomo
D. Luís de Castro (Professor Catedrático do Instituto de Agronomia), editado em Lisboa.
Também surge “Rudimentos de Agricultura (Leituras para as Escolas Primarias)”, por
António Xavier Pereira Coutinho (também Professor Catedrático de Agronomia), editado
em Lisboa, a 1ª edição s.d., talvez 1903 e a 3ª edição em 1913 (Mota, 2006).

Em 1905, pela Reforma de Eduardo José Coelho, procede-se a nova revisão do Ensino
Secundário. Considerando a falta de recursos económicos e materiais para o ensino
público, bem como o excesso de burocracia, este diploma propõe medidas muito liberais
e democráticas centradas na responsabilização e autonomia dos professores nas decisões
pedagógicas, através da gestão dos programas e planificação conjunta em grupos
disciplinares e de turma (Brito, 2014). Neste mesmo ano é aprovado o Regulamento da
Escola de Regentes Agrícolas “Morais Soares” (publicado no Diário do Governo, nº4, de
5 de Janeiro).

É publicado o livro “Rudimentos de Agricultura Pratica, ilustrados com 153 gravuras e


redigidos em conformidade com os novos programmas officiaes”, por E. N. Costa
Ornellas, editado no Porto em 1906.

A primeira República (1910-1926)


Os modelos educacionais e os ideários pedagógicos que viriam a ser associados ao
movimento apelidado de “Escola Nova” desenvolvem-se a partir de finais do século XIX,
a par da “psicologia”, uma nova ciência em emergência nos meios académicos dos países
do centro e norte da Europa, particularmente, Suíça, França, Bélgica e Alemanha.

São personagens incontornáveis da pedagogia portuguesa desta época João de Barros,


António Sena Faria de Vasconcellos e João de Deus, este último autor da famosa “cartilha
maternal”, método de ensinar a ler que foi utilizado até aos anos 30. Mais de 100 anos
nos separam dos seus ideais utópicos para a educação, da sua chamada de atenção para a
liberdade responsável e respeito pela natureza na educação dos jovens. Faria de
Vasconcellos foi núncio da “escola nova” ou “educação nova” tendo criado em 1912, nos
arredores de Bruxelas uma escola modelo que funcionou entre 1912 e 1914. Nesta sua

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escola modelo situada no campo, mas próximo da cidade, incluía uma horta, pomar,
bosque e terrenos de cultura com seis hectares. Um modelo pedagógico que valoriza os
trabalhos manuais, a cultura física e a formação prática e experimental, a par da educação
intelectual e científica em que a teoria segue sempre a prática (e não o contrário), a partir
dos interesses e trabalho individual de cada aluno, completado pelo trabalho de grupo,
por viagens e acampamentos. As atividades de trabalhos manuais, defendia o pedagogo,
que “desenvolvem a habilidade e a firmeza manuais, o sentido da observação exata, a
sinceridade e o domínio de si e com a cultura da terra e a criação de pequenos animais
que entram na categoria das atividades ancestrais de que todas as crianças gostam e que
deveriam ter ocasião de executar” (in Meireles-Coelho, s.d.:448). Fora da escola, é a
natureza, árvores, flores, campos, inesgotável tesouro de doces e reconfortantes emoções.
Ensinar a criança a observar a natureza é o primeiro passo para que aprenda a contemplá-
la, admirá-la, amá-la. É abrir-lhe o coração a todos os encantos: linhas, cores, formas,
sons da natureza. Jardinagem, cultura de flores, leituras no bosque, passeios, excursões,
acampamentos na floresta, observação e contemplação dos fenómenos da natureza, que
sensações e emoções inesquecíveis não se experimentam! E fazemo-lo continuadamente.
Trata-se de um modelo de ensino centrado no aluno e baseado em factos e experiências.
“Vivemos em plena e bela natureza. A festa da natureza é a grande festa da escola, dos
pássaros e das árvores, a nossa festa por excelência…A educação para a sexualidade
baseava-se na convivência com os fenómenos da natureza (hortofloricultura, jardinagem
e criação de animais), na sua compreensão intelectual com a ajuda franca dos professores
e pessoal de saúde e num regime de vida saudável física e moralmente (vida ao ar livre,
alimentação apropriada sem excitantes, duche diário, desportos, jogos e trabalhos
manuais e físicos frequentes e cansativos)” (in Meireles-Coelho, s.d.:452). “Os trabalhos
manuais são o instrumento mais precioso para a iniciação matemática e alargamento
progressivo do círculo de conhecimentos que se lhe referem. Corte, modelagem,
jardinagem fornecem meios vivos, ocasiões frequentes para aplicar noções de aritmética,
sistema métrico e geometria.” (Faria de Vasconcelos,90 in Meireles-Coelho& Rodrigues,
2006:4965). “A exploração agrícola, além de ser um campo inesgotável de aquisições
científicas, de aplicações práticas, de desenvolvimento físico, constitui para nós um dos
agentes mais eficazes de educação social, logo de educação moral, porque não separo a
moralidade da socialidade.” (FV, 32 in Meireles-Coelho& Rodrigues, 2006:4963).
Após um singular percurso internacional – transitando na Europa da Bélgica para a Suíça
e, depois, através do Atlântico e do Pacífico, para as suas estadias na América Latina -
Faria de Vasconcelos regressou a Lisboa em fins de 1920. Como refere Meireles-Coelho

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 14


(s.d.) em 1921, com 40 anos, volta a Portugal numa Europa com regimes políticos de
cariz totalitário onde reformas educativas procuravam formar cidadãos obedientes: como
conferencista analisou a situação social, moral e educativa da época defendendo ideais de
paz, justiça e liberdade. Envolve-se na Universidade Popular Portuguesa e no “Grupo
Seara Nova”, de cuja revista foi membro da primeira Comissão Diretiva em 1921 e que
continuou a integrar até 1925. Foi o principal autor do projeto da reforma Camoesas,
publicou a Biblioteca de Cultura Pedagógica, foi professor na Faculdade de Letras de
Lisboa e na Escola Normal Superior, e diretor do Instituto de Orientação Profissional
Maria Luísa Barbosa de Carvalho (Meireles-Coelho, s.d.). Em artigo no Nº 1 do Boletim,
formulava a orientação conforme as conceções da época (nomeadamente de Claparède)
nestes termos: “o objetivo da orientação profissional consiste em escolher a profissão ou
grupo de profissões que mais convêm a um indivíduo dado, às suas aptidões físicas e
mentais diagnosticadas mediante uma série de exames apropriados, tendo em conta não
só as exigências características da profissão mas também as condições do mercado do
trabalho” (Boletim, 1928, Nº 1 in Marques,2012:6).

No início da 1ª República de Portugal o Ensino Primário era regulamentado pelo Decreto


de 30 de Março de 1911 que definia o Ensino Primário como compreendendo três graus
e a duração de 8 anos: Elementar (3 anos); Complementar (2 anos); Superior (3 anos). O
Complementar, que tinha a duração de 2 anos e que poderia ser frequentado a partir dos
dez anos de idade, constituía uma alternativa ao oneroso Ensino Secundário-liceal e a sua
estrutura curricular ampliava as matérias abordadas no Ensino Primário Elementar como
a caligrafia, fotografia, exercícios militares, jardinagem e horticultura (Fernandes e
Correia , 2010). O Decreto de 1911 previa que as escolas infantis deveriam funcionar em
instalações próprias, dotadas, entre outros, de um espaço arborizado, para o ensino das
"noções práticas mais elementares do ensino de jardinagem e horticultura", e de um
dormitório. Para matrícula nas Escolas Normais Primárias exigia-se a aprovação no
ensino primário superior ou na quinta classe do ensino secundário-liceal, balizando-se a
idade dos candidatos entre os quinze e os vinte e cinco anos (Fernandes e Correia, 2010).
O certificado do curso do Ensino Primário Superior, obtido por meio de exame, habilitava
à matrícula nas Escolas Normais Primárias, nas Escolas Agrícolas, Industriais,
Profissionais, Comerciais e Técnicas e permitia a passagem para o Liceu, ao nível de
classe equivalente. É desta altura que aparecem as primeiras referências no âmbito do
ensino da jardinagem.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 15


A preparação dos professores compreendia um curso geral de quatro anos, com dezanove
disciplinas (entre pedagógicas, científicas e culturais, teóricas e práticas), além de cursos
especiais (jardinagem e horticultura para mulheres, trabalhos manuais e agrícolas,
exercícios militares e natação para homens) (Fernandes e Correia, 2010). A preocupação
com a formação de professores também se faz sentir através da criação de duas escolas
normais superiores, mais tarde substituídas por dois Liceus Normais, que, com as secções
de Ciências Pedagógicas das Faculdades de Letras, ministravam a formação pedagógica
necessária à entrada na profissão docente. Nessa secção da faculdade, realizava-se a parte
curricular da formação com cadeiras de pedagogia e psicologia (Pedagogia e Didática,
História da Educação, Organização e Administração escolares, Psicologia Geral,
Psicologia Escolar e medidas mentais, e Higiene Escolar).Seguia-se a prática pedagógica
num estágio de dois anos, realizado nos Liceus Normais, culminando este com a defesa
de um relatório e, finalmente, um Exame de Estado (Brito, 2014).

No que concerne ao ensino superior, data também de 1911 a criação das Universidades
de Lisboa e do Porto e volta a conceder-se a todas as instituições universitárias a sua
tradicional autonomia, dotando-as dos recursos necessários ao seu desenvolvimento. As
reformas desse ano estendem-se ao ensino comercial e industrial, destacando-se o
desdobramento do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa em duas escolas distintas: o
Instituto Superior Técnico e o Instituto Superior do Comércio.

Em 1911 efetua-se uma importante reforma de todo o ensino agrícola e da investigação


agronómica, sendo estabelecidos cinco graus de ensino: 1ºGrau, correspondia ao ensino
superior (agricultura e Silvicultura), e seria ministrado no Instituto de Agronomia; 2º Grau
era o ensino médio, e funcionaria na Escolas Nacional de Agricultura de Coimbra e na
Escola Morais Soares de Santarém; 3ºGrau ou ensino elementar agrícola, seria dado nas
Escolas Praticas de Agricultura; 4ºgrau era o ensino Primário Rural, e destinava-se a todos
os que tinham feito a instrução primária, e aos quais seriam dadas noções sobre agricultura
em escolas fixas ou móveis; 5ºgrau era o ensino popular, o qual deveria assumir um
carácter de divulgação das novas técnicas, tecnologias e produtos agrícolas, sob a forma
de conferências e outras meios adequados. Esta reforma teve o mérito de configurar o
quadro das reformas que se sucederam durante a Republica. Neste ano é criado o Instituto
Superior de Agronomia (ISA, regulamentado a 12 de Abril de 1911), em Lisboa, e o curso
de Engenharia Agronómica, que para além do arranjo de espaços verdes da Tapada Real,
tinha agregado para instrução de alunos, técnicos e agricultores o Jardim Botânico da
Ajuda. Foram então criados laboratórios de Histologia e Fisiologia Vegetal, de Química

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 16


Agrícola, Tecnologia Rural, de Microbiologia e Fermentação. Os dois cursos do Instituto
eram o de engenheiros agrónomos, com a duração de 5 anos, e o de engenheiros
silvicultores com 4 anos. Os alunos no final do curso podiam seguir várias
especializações. Na Base 4ª do Preâmbulo do Decreto com força de lei de 25 de Maio de
1911, a orientação para a produção autónoma era retomada: “Pela sua organização, as
escolas nacionais de agricultura visam a fornecer, com os conhecimentos agrícolas
profissionais, uma educação integral, e a ser uma arma de combate contra as tendências
anti-económicas para o funcionalismo e para as profissões liberais”.

Em 1912 é aprovado o regulamento das Escolas Nacionais de Agricultura (Decreto de 27


de Outubro), tendo sido criado o curso de Regente Agrícola (Delgado, 2005). Desta altura
remonta a criação da Escola Prática de Pomicultura, Horticultura e Jardinagem de Queluz,
que de 1912 a 1919 concedeu 71 aprovações, tendo o curso uma duração de dois anos.
Desta época regista-se também a existência da Escola Profissional Especial Conde de S.
Bento, Santo Tirso; Escola Profissional Agrícola e Industrial de D. Frei Caetano Brandão,
Braga; Escola Prática de Arboricultura de Horticultura Macedo Pinto, Tabuaço; Escola
Profissional Especial de Pomicultura e Viticultura Matos Santos, Ilha do Pico. "As escolas
profissionais agrícolas (Tabuaço, Santo Tirso, Vidago, Paia-Odivelas) pouca gente
diplomavam, á excepção talvez da ultima."2

Em 1913, sob a presidência de Afonso Costa, reinstaura-se o Ministério da Instrução


Pública e nele se incluem os sistemas de ensino agrícola, industrial e comercial através
da Lei nº 12, de 7 de Julho de 1913. Neste ano foi apresentada uma proposta de Lei para
a criação de escolas novas portuguesas, tendo sido rejeitada pelo Parlamento. Numa clara
reação contra o modelo da escola tradicional, propõe-se em alternativa, uma escola aberta,
descentralizada e crítica da sociedade. Nela são valorizadas as interações com o meio
social e as vivências dos alunos, incorporando no curriculum a cultura circundante. Dá-
se uma particular importância à participação, autogestão e sentido de responsabilidade. O
aluno torna-se o principalprotagonista do processo de ensino / aprendizagem
desenvolvendo-se em torno dele, os programas curriculares e a atividade profissional do
docente. Neste sentido, o currículo deveria ser diversificado, contemplando todos os
aspetos da formação integral do indivíduo: a "vida física", a " vida intelectual", a
"organização e procedimento de estudo", a "educação artística e moral" e a "educação
social". O professor conduziria o processo de aprendizagem partindo da experiência do
aluno, da observação, da manipulação e de atividades sobre realidades concretas como

2
A. H. Oliveira Marques, in, ob. cit.pag.113-114

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 17


forma de se atingir, através do método indutivo, a abstração. Dentro deste entendimento,
defende-se a relação entre a teoria e a prática, o que levará à valorização dos trabalhos
manuais (Brito, 2014).

Durante o Governo de Pimenta de Castro (1846-1918) 3o ensino agrícola secundário


era apenas ministrado na Escola Nacional de Agricultura, instalada na Quinta de Bencanta
em Coimbra, e na Escola de Agricultura de Santarém que em 1915 se denominava de
Escola Técnica Secundária de Santarém. Estas escolas tinham por missão formar
agricultores de média e grande agricultura, tendo os seus cursos seis anos de duração,
sendo três gerais e três de especialização. Em anexo a cada Escola estabeleceu-se uma
Escola Primária rural, destinada a proporciona uma "instrução das crianças dos
arredores", assim como o tirocínio dos regentes agrícolas que se destinassem á instrução
do ensino elementar e primário4. Os cursos nestas escolas formavam administradores de
explorações rurais e encarregados de quaisquer empresas agrícolas e técnicos oficiais,
para além de operários rurais qualificados. O curso que ministrava era de carácter prático,
com a duração de cinco quadrimestres, e para o acesso ao qual apenas se exigia a instrução
primária. No entanto, o curso era equivalente, para efeitos de colocação oficial, ao
professado em Coimbra, mais completo e exigente.
Surge em 1916 o “Manual de Instrução Agrícola na Escola Primaria”, compilação e
adaptação de Arthur Castilho, editado no Porto (Mota, 2006).

Em 1917a Junta Geral do Distrito de Lisboa aprovou as bases gerais para a criação de
uma escola de agricultura denominada “Escola Profissional de Agricultura do Distrito de
Lisboa” e adquiriu as propriedades na Paiã, iniciando a instalação da Escola5 que viria a
ser inaugurada em 1919com a entrada dos primeiros alunos. Tendo em vista o
restabelecimento do ensino agrícola feminino é criada a Escola Agrícola Feminina Viera
de Natividade em Alcobaça. Admitiu-se mais tarde a hipótese das alunas externas
poderem vir a frequentar as aulas práticas dadas no Posto Agrário. O curso abrangeria um
vasto leque de matérias, tais como agricultura em geral, pomologia, horticultura,
jardinagem, zootecnia, lacticínios, avicultura, e apicultura, com uma duração de 3 anos.
A Lei nº824, de 8 de Setembro amplia e modifica a legislação sobre o Ensino Agrícola
(publicado no Diário do Governo , nº143, 1ª série, de 8 de Setembro de 1917). Foi por
este ao que o Edifício Principal do ISA (hoje Instituto Superior de Agronomia) foi

3
que teve o apoio do Partido Republicano Evolucionista e da União Republicana, e também de fações
militares conservadoras, ficou no poder de 28 de Janeiro a 14 de Maio de 1915
4
http\\Educação_ Carlos Fontes.mht
5
http://www.epadd-paia.pt/historial

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 18


inaugurado na Tapada da Ajuda sendo projetado pelo Arquiteto Adães Bermudes. Quanto
ao ensino florestal, surge uma primeira diferenciação real em relação ao curso de
Agronomia, a qual até à época, se baseava apenas na existência de uma única cadeira, a
de Silvicultura. Dá-se também um alargamento do Plano de Estudos do ISA com a criação
das disciplinas de Silvicultura e Tecnologia Florestal; de Economia Florestal; Engenharia
Florestal, Hidráulica Torrencial, Viação e Meios de Transporte; Aquicultura e Ictiologia;
Pesca e Caça; Regime Pastoril;

Em 1918, sob o ministério de Ernesto Júlio Navarro, é apresentada uma nova


reorganização do Ensino Técnico Elementar, detalhada no ano seguinte pelo Decreto n°
6286 de 19 de dezembro (Regulamento Geral das Escolas Industriais). As escolas
industriais passam a ministrar Cursos de Aprendizagem, constituídos pelo Grau
Preliminar e pelo Grau Geral, com a duração de um e de quatro anos, respetivamente, e o
3º Grau ou Curso Complementar, com a duração de dois anos (Brito, 2014).Neste ano foi
criado o Ministério da Agricultura e para ele transferidos os serviços de instrução agrícola
do Ministério da Instrução, dando origem a novas orientações neste ensino e
especificamente a expansão das “escolas móveis” agrícolas. Os cursos de engenheiros
agrónomos e engenheiros silvicultores, passaram a ter a duração de cinco anos, sendo os
três primeiros comuns, e os restantes de especialização. Trabalhos práticos, excursões e
tirocínio em matas e serviços florestais do Estado continuaram a fazer parte integrante
dos cursos.

As sucessivas reformas ocorridas durante a 1ª República contribuíram para a estabilização


da estrutura do ensino secundário liceal, que passaria a ser dividido a partir de 1918, num
curso geral de dois ciclos, o primeiro de dois anos e o segundo de três anos, a que se
sucederia um curso complementar de dois anos, dividido nas secções de Letras e de
Ciências (Decreto nº 4:799 de 12 de setembro de 1918.Secretaria de Estado da Instrução
Pública, Diário do Governo nº 198, I Série) – uma organização que se manteve até 1974.
Apesar de os planos de estudos dos cursos Técnico e Liceal já se organizarem por uma
sucessão e progressão de ciclos de aprendizagem, as reformulações ocorridas durante a
1ª República dão uma especial atenção ao chamado Grau Preliminar (Ensino Técnico) e
1ª Secção (Ensino Liceal), ou seja, ao período de transição entre a instrução primária e a
instrução geral, naquele que viria a ser até hoje o nível de escolaridade mais sujeito a
experiências pedagógicas. Relativamente ao pensamento pedagógico e didático, valoriza-
se a dedução, através dos trabalhos práticos individuais; a observação e a experimentação;
incentiva-se o contacto com a natureza e com o património cultural do país, pelo facto de

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 19


possibilitarem a formação e a a educação estética dos alunos. A 1ª República, mais do
que resultados, propiciou um ambiente favorável ao desenvolvimento de novas práticas e
ideias, cujas experiências pedagógicas se verificaram sobretudo no contexto educativo
informal. A luta contra o analfabetismo e a promessa de amplo desenvolvimento das
instituições educativas fizeram parte das prioridades políticas. Deste período não terá sido
alheio o destaque que então se deu à formação de professores, aspeto que vinha a ser
consolidado desde o princípio do século (Brito, 2014).

A novidade maior da reforma de 1919 foi o lançamento de facto das escolas primárias
superiores. “O ensino primário superior abria-se aos alunos com mais de 12 anos de idade
e as áreas de formação curricular compreendiam as seguintes matérias gerais: língua
portuguesa, língua francesa, língua inglesa, matemática elementar, geometria e sistema
métrico, ciências físico-químicas naturais, geografia, história geral e de Portugal,
instrução moral e cívica, noções de higiene e puericultura, educação física, modelação e
desenho, trabalhos manuais e música e canto coral (Fernandes e Correi, 2010:192). De
acordo com as condições socioeconómicas de cada região, as escolas de ensino primário
superior podiam ministrar secções curriculares especiais de natureza técnico-profissional
ligadas às atividades agrícola, comercial, doméstica, industrial ou marítima. Como
referem os mesmos autores (2010) o cumprimento dos 3 anos do ciclo superior permitia
o acesso à matrícula no ensino normal primário, a requisição do exame da 2ª secção do
curso geral do ensino secundário-liceal (5ª classe) e/ou a possibilidade de matrícula no
ensino secundário-técnico.

O curso de Regente Agrícola, em 1919 passa designar‐se por Engenheiros Agrícolas e em


1920 por Agricultores Diplomados, curso que viria a ser ministrado nas extintas Escolas
de Coimbra, Santarém, Évora, Tchivinguiro (Angola) e Vila Pery (Moçambique), até
1976.

É desta época que surge o modelo de “escola ao ar livre” preconizado por Camilo
Augusto de Figueiredo na sua tese de Doutoramento, apresentada à faculdade de
medicina do Porto em Janeiro de 1922, com o tema “Breves considerações sobre Escolas
ao ar livre”, anunciando um trabalho de investigação sobre o modelo de “escola ao ar
livre” como medida preventiva contra a tuberculose durante o período de idade escolar, e
que demonstra a sua preocupação face ao desenvolvimento assustador que a tuberculose
ia tomando face ao perigo de contágio que assolava então naquela época em Portugal,
empreendendo um caminho pioneiro para a luta antituberculosa. Como preceituado pelo

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 20


autor “a vida ao ar livre e no campo tem sido brilhantemente preconizada por Galmette,
Grancher, Blind, Clemente Ferreira e muitos outros eminentes clínicos” (in Figueiredo,
1922:48), “já em 1795, Portiez tinha reconhecido a necessidade de ser enviado para o
campo um grande número de crianças que frequentavam as escolas (in Figueiredo,
1922:48-49).
A primeira escola ao ar livre surge em 1904 com o nome de ”escola da floresta” e a sua
instituição deve-se ao alemão Baginskya e ficava a 3 km de Berlim na Alemanha. Dois
anos mais tarde em Mulhouse. Em 1907 surge em Inglaterra a primeira escola. Em 1910,
na Suíça, pelo Dr. Rollier. Durante a primeira guerra mundial e sobretudo em França dá-
se um incremento deste modelo de escola. Em 1918, sob a direção do Dr. Mery, funda-se
em Chartres uma escola ao ar livre juntando ao seu regímen a helioterapia. Na América,
entre outras, existem as escolas de Boston e Chicago (Figueiredo, 1022:52). Em Portugal,
a 29 de Março 1911, o governo decreta a criação de escolas ao ar livre, mas 10 anos
depois, como constata o autor, ainda estão por implementar, existindo apenas como
exemplo a escola ao ar livre, tipo externato, em Tomar que funcionou em 1913 durante
quase um ano e cuja fundação se deve a Vidal Oudinot, um inspetor dos círculos escolares
do Porto.

O modelo incide em escolas-externatos e escolas-internatos com organizações análogas.


Excluem-se destas escolas, todos os portadores de doenças contagiosas, assim como de
afeções que exijam um tratamento médico regular, intensivo e muito prolongado. São
também excluídos das escolas ao ar livre os portadores de lesões cardíacas não
compensadas, os que apresentam lesões de tuberculose aberta, ao que possam oferecer
contágio moral ou por imitação, tais como coreicos, epiléticos e certos histéricos. Por uma
questão de carater educativo, os indisciplinados e incorrigiveis devem ser afastados e
isolados dos outros alunos (Figueiredo, 1922: 57). A seleção é feita pelo médico escolar,
que estabelece uma ficha médica relativa ao aluno, aquando da sua entrada na escola. A
escola deve estar localizada numa região seca, não exposta aos ventos, nem aos nevoeiros
da manhã e do fim da tarde, de temperatura sensivelmente constante; deve apresentar
arvoredo indispensável para permitir à criança conservar-se à sombra, durante as horas
mais quentes do dia. Nas proximidades deve existir água em abundância, para que possa
ser utilizada pela população escolar. O ensino é sobretudo objetivo. Os professores
procuram desenvolver nos alunos o sentido da vista, da audição e do tato, este método é
indiscutivelmente superior ao ensino teórico ministrado nas escolas urbanas; o trabalho

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 21


educativo está inteligentemente repartido pela parte pedagógica e física (Figueiredo,
1922:6).

Fig 1- Em Monnetier- Uma classe ao ar livre e ao sol (in Figueiredo, 1922:61)

Fig 2- Em Monnetier- “as portáteis” transportadas com facilidade pelas crianças (in
Figueiredo, 1922:57) compostas por duas peças de madeira articuladas, uma de banco e
outra mesa, leves podem desmontar-se e ser levadas ao dorso.

Fig 3- Classe de escola ao ar livre em trabalhos de jardinagem (in Figueiredo,


1922:65)

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 22


Na escola internato de Vernay o horário da classe compreendia atividades de jardinagem
(figueiredo, 1922:66). Observe-se também o número de refeições que estavam incluídas.

Fig 4- Horário da escola Vernay (in Figueiredo, 1922:65)

Entre os trabalhos manuais, a jardinagem ocupa naturalmente o primeiro lugar. As lições


práticas incluíam botânica, geologia e agrimensura (Figueiredo, 1922:68). A Geografia
ensinada por meio de desenhos feitos no terreno, com cursos de água e relevos figurados
por montes de areia. Na escola de Tomar, para objeto de lições para as terceira e quarta
classe incluía-se a colheita e o conhecimento de plantas, a sua utilidade, as fábricas e os
monumentos históricos, os adubos químicos, a criação do espírito da raça, a civilização,
a educação social, comparação de regimes políticos, etc. (1922:77). As escolas ao ar livre
são ainda instituições destinadas a criar uma verdadeira solidariedade; nelas cabem os
pobres como os ricos (Figueiredo, 1922:69).

Fig 5- Classe de escola ao ar livre em Tomar, Portugal (in Figueiredo, 1922:72)

Com o esgotamento da 1ª República, a pedagogia progressista viria a ser coartada na sua


verdadeira dimensão.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 23


As Escolas Móveis Agrícolas foram uma novidade do Regime Republicano. O modelo
que a República seguiu era inspirado nas "cátedras ambulantes de agricultura"6, fundadas
pelo agrónomo OTTAVI, e tinham por objetivo vulgarizar os métodos agrícolas através
de conferências e de campos experimentais de demonstração. Os particulares foram
inicialmente os grandes promotores destas escolas. O Jornal do Comércio do Porto, em
1913, criou uma destas escolas. A mais conhecida escola móvel deveu-se a Bonifácio da
Silva Alves Teixeira7, falecido em Vidago, a 25 de Junho de 1910. No seu testamento
deixou ao Estado uma verba muito significativa para a criação de uma escola móvel
agrícola em Vidago pertencente distrito de Vila Real. O documento apresenta um rol de
tarefas a realizar, de modo que a localidade de Vidago seja dotada também de duas
Escolas Primárias — «uma para meninas e outra para meninos». Tudo escrupulosamente
discriminado: utilização dos dinheiros, pormenores de construção, atividades a
desenvolver... “Relativamente à Escola Móvel Agrícola simplesmente adianta que esta
há-de funcionar sempre. E funciona! Tudo partiu daquele bolo inicial oferecido por
testamento que serviu para aquisição do terreno. Ele que preconizava um serviço de
extensão agrária para os eu concelho e alguns vizinhos.” (disponível em
http://vidago.com.sapo.pt/testamento_bonifacio.htm).

Fig.6- Centro de Formação Agrária "Alves Teixeira" – Vidago anos 80

Fonte: http://www.trasosmontes.com/eitofora/numero17/historia.html. (Foto de


arquivo do Centro de Formação)

6
Em 1911 existiam em Itália 191 destas cátedras (Fontes, s.d).

7
Disponível em http://vidago.com.sapo.pt/testamento_bonifacio.htm
Teixeira, Luis C.(s.d.). O Testamento, in Eito Fora, edição nº 17, disponível em
http://www.trasosmontes.com/eitofora/numero17/historia.html. acedido em 13 de Março de 2016.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 24


O Ministério do Fomento apenas em 1913, acabou por a criar, com o nome de Escola
Profissional Móvel de Agricultura Alves Teixeira, em Vidago, Freguesia de Arcossó, com
um curso ambulatório de agricultura prático. Anos depois a escola volta a ser "criada" a
8 de Março de 1918. Em 1918 constitui-se uma rede efetiva de escolas móveis agrícolas
foi criada em 1918, com as seguintes sedes: Escola Agrícola Móvel do Porto, Escola
Agrícola Móvel de Tomar, Escola Agrícola Móvel das Caldas da Rainha, Escola Agrícola
Móvel de Beja, Escola Agrícola Móvel de Faro (Fontes, s.d.). Pretendia-se com estas
escolas itinerantes que pessoas devidamente habilitadas apoiassem e transmitissem
conhecimentos práticos aos trabalhadores rurais de todo o país.

Em junho de 1923, quase no termo da 1ª República, João Camoesas, o então Ministro da


Instrução, apresentou para discussão à Câmara de Deputados, o "Estatuto da Educação
Pública". Nesta proposta, da autoria de Faria de Vasconcelos e de António Sérgio, o Curso
Geral do Ensino Secundário passaria a ter a duração de quatro anos, a que se seguiriam
três anos de Curso Especial, distribuído por quatro áreas: Letras, Ciências, Técnico e
Normal. O regime autoritário que se avizinhava, exerceu todo o tipo de repressão e
perseguição aos cultores da educação democrática. Alguns pedagogos foram vigiados
pela censura e impedidos de se manifestar: Irene Lisboa, Faria de Vasconcelos, António
Sérgio ou Bento de Jesus Caraça, defensor de uma “escola única” como fator de
democratização do ensino e garantia de igualdade de oportunidades (Brito, 2014).

Fig.7- Alunos do 3º ano agrária do Instituto Superior de Agronomia (ISA) numa


visita de estudo. Fotografia de 1923.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 25


Fonte: Fotografia do arquivo do autor.

Em 1924 a Escola Agrícola Feminina Viera de Natividade em Alcobaça já contava com


125 alunas a frequentar as aulas8.

De 1926 a 1933
A 28 de Maio de 1926, um movimento liderado pelo exército dissolve o parlamento,
pondo fim à 1ª República. Entre 1926 e 1933 vive-se um período dominado por uma
ditadura militar. Como referem Fernandes e Correia (2010) o grau superior do ensino
primário acabará por ser extinto pelas autoridades ditatoriais através do Decreto 11730,
de 15 de Junho de 1926. A escolaridade obrigatória será reduzida pelas mesmas
autoridades para três anos curriculares (nível primário elementar), através de um
emaranhado legal publicado em 1927 e 1928, mantendo-se uma escolaridade primária
complementar com dois anos curriculares. “Os principais eixos orientadores do curso das
novas escolas normais primárias eram os seguintes: abordagem primordialmente
profissional e um currículo de formação que mescla áreas de ciências da educação e de
outras disciplinas formais (Higiene Escolar; Psicologia Geral e Experimental; Pedologia;
Pedagogia; História da Instrução Popular; Legislação Escolar) com áreas de metodologia
ou de disciplinas de aplicação (Educação Estética – Modelagem, Desenho, Trabalhos
Manuais, Bordados, Cozinha e Música; Educação Intelectual – Português e Literatura,
Matemáticas, Ciências Naturais, Agricultura e Geografia; e Educação Social – História
da Civilização, Direito e Economia Social e Economia Doméstica)” (Fernandes e Correia,
2010:195).

No Ensino Técnico Profissional (Escolas Industrias e Comerciais-Decreto n° 18 420 de 4


de junho de 1930, publicado no Diário do Governo n° 128, I" Série de 4 de junho de
1930), introduzem-se alterações no plano curricular de acordo com a ideia, já existente
desde 1918, de que a formação profissional dos alunos passaria também por uma
educação geral, considerada indispensável, mas com limites. Limites de modo a não se
confundir este sistema de ensino com o liceal e a não desvirtuar a sua missão, que seria a
preparação de indivíduos de ambos os sexos para as carreiras da indústria ou do comércio.
O objetivo seria proporcionar uma formação global que passasse pela Educação Plástica,

8
Decreto n.10.331, de 21 de Novembro de 1924

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 26


pela “Educação Geral do Espírito e Científica” e por uma Educação Profissional. A
aprovação dos programas deixa de ser uma atribuição dos Conselhos Escolares, pois,
conforme se passa a regulamentar, a Direção Geral do Ensino Técnico nomearia uma
comissão de professores efetivos incumbida de realizar os novos programas das escolas
técnicas (Decreto n° 18 420 de 4 de junho de 1930, publicado no Diário do Governo n°
128, I" Série de 4 de junho de 1930, Arts. 388º e 389º). Ainda assim, procura-se conciliar
a organização deste sistema de ensino com as características específicas do meio onde a
escola funcionaria, profissões e indústrias locais (Decreto n° 18 420 de 4 de junho de
1930, publicado no Diário do Governo n° 128, I" Série de 4 de junho de 1930, Arts. 7º,
8º e 12º) (Brito, 2014).

A ditadura que se inicia nesta ápoca, limita a profissionalização, mas também a formação
de professores.

Em 1926 os diplomados pela Escola Nacional de Agricultura de Coimbra, passam a ser


designados por "Agricultores Diplomados", e os da de Santarém, por "Regentes
Agrícolas". O Instituto Superior de Agronomia sedeado em Lisboa registava grandes
oscilações no número de alunos inscritos nos seus cursos:

Tabela1: Alunos do Instituto Superior de Agronomia9


Data Alunos Alunos
matriculados diplomados
1910-1911 ----- 5
1915-1916 ---- 21
1918-1919 ---- 6
1919-1920 178 26
1926-1927 65 ----
1929-1930 89 ----

Como refere Fontes (s.d.)10em agricultura, entre 1911 e 1930, diplomaram-se 251 alunos
no Instituto Superior de Agronomia. Na escola Nacional de Agricultura neste período da
1ªa República formaram-se 389 alunos e na escola de Santarém fizeram exame final, de
1913 a 1930, 143 alunos. Em 1930 dá-se a reabertura, após uma extinção em 1929, da
Escola Profissional de Agricultura do Distrito de Lisboa agora denominada “Escola

9
Adaptado de Http\História da Formação Profissional e da Educação_ Carlos Fontes.mht.
http://educar.no.sapo.pt/histFormProf129.htm
10
http://educar.no.sapo.pt/histFormProf129.htm

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 27


Profissional de Paiã, com cursos profissionais para além do ensino da agricultura. Neste
ano a Escola Agrícola Feminina Viera de Natividade em Alcobaça passa a ser designada
por Escola Prática de Agricultura. Em 1929 a rede escolar contava 19 escolas industriais,
7 comerciais e 20 industriais/comerciais (Cardim, 1999).

Neste mesmo ano, em Moçambique, foi ampliado o Liceu Nacional 5 de Outubro11,


“tendo-se construído um novo pavilhão que possuía o Laboratório de Física e Química,
dois anfiteatros e três salas de aula para a Secção Feminina, que dispunha do seguinte
material didático: ferro de engomar, tábua de passar, um pequeno trem de cozinha, um
pequeno fogão e material de jardinagem e horticultura” (Antunes, 2010:76). A presença
deste equipamento de jardinagem, como material didático, faz pressupor aulas ou
atividades nesse âmbito nas outrora colónias portuguesas.

Em 1931, a Escola Nacional de Agricultura passa a designar-se por Escola de Regentes


Agrícolas de Coimbra, e as Escolas de Regentes Agrícolas passam a depender do Ensino
Superior, que pelo Decreto‐Lei nº 316/76, de 29 de Abril, equiparou a bacharéis os
diplomados com o curso de Regente Agrícola. Neste ano surge a Escola de Regentes
Agrícolas de Évora, que vem expandir para sul a formação de nível médio, mas que não
alterou quase nada o quadro da formação agrícola de nível médio no país (Fontes, s.d.).

Período do Estado Novo (1933-1974)


Em 1933, já com António de Oliveira Salazar como Presidente do Conselho, é aprovada
por referendo uma nova Constituição. Portugal entrava na era do Estado Novo, um regime
político ditatorial que se prolongou até 25 de Abril de 1974.
No que respeita à política educativa, encontramos, durante o extenso período do Estado
Novo, três fases reveladoras de condições sociais e ideológicas distintas: a década de
trinta, com os Ministros Cordeiro Ramos (1930-32) e Carneiro Pacheco (1936); as
décadas de 50 a 60, após o final da 2ª Grande Guerra, com a Reforma de 1948 (Pires de
Lima) que incluem o estabelecimento das habilitações e acesso à formação profissional e
que viria a operar transformações qualitativas na preparação dos professores do ensino
secundário; e, finalmente, o período que decorre entre finais dos anos 60 (Reforma de
Galvão Teles) e a primeira metade de 70 (Reforma de Veiga Simão) (Brito, 2014).

11
O edifício principal da Escola Comercial de Lourenço Marques localizava-se na Avenida 24 de Julho, e
tinha sido construído para um Internato de Raparigas/Instituto Feminino, e entretanto foi lá instalada uma
bateria de artilharia, nesse mesmo espaço foi instalado em 1919, o Liceu Nacional 5 de Outubro.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 28


A primeira Reforma Educativa do Estado Novo ocorre no início da década de 30, sob o
ministério de Gustavo Cordeiro Ramos. A estrutura do ensino secundário mantém-se,
no essencial, idêntica à que havia sido legislada na Reforma de 1918. O plano de estudos
desenvolve-se ao longo de sete anos, correspondendo ao curso geral os primeiros cinco
anos e ao curso complementar os dois últimos. O curso geral é dividido em dois ciclos, o
primeiro correspondente aos dois primeiros anos ou classes, o segundo compreendendo
os 3º, 4º e 5º anos ou classes. No 1º ciclo, há cinco disciplinas fundamentais: o Português,
o Francês, a Matemática, as Ciências da Natureza e o Desenho. No segundo ciclo,
acrescentam-se o Latim, o Inglês, a Geografia e História e as Ciências Físico-Naturais,
disciplina esta em substituição das anteriores Ciências da Natureza. Em ambos os ciclos
do curso geral, existem outras cinco áreas disciplinares de caráter obrigatório mas não
avaliativas, a lecionar em sessões semanais: a Educação Moral e Cívica, o Canto Coral,
a Educação Física, os Trabalhos Manuais e, em turmas exclusivamente femininas, os
Lavores (Brito, 2014).

Relativamente à formação de professores, estabelecem-se os Liceus Normais, lugar da


formação pedagógica específica ou estágio (de dois anos), coordenado pelos professores
metodólogos (Brito, 2014).

A Reforma de Carneiro Pacheco trás alterações em 1936 e uma importante


remodelação no Ministério da Instrução Pública (que passa a chamar-se Ministério da
Educação Nacional) criando-se paralelamente a Mocidade Portuguesa e a Obra das Mães
pela Educação Nacional, que marcarão a imagem do Estado Novo neste âmbito. No
primeiro ciclo (1º, 2º e 3º anos), o ensino queria-se essencialmente prático e descritivo,
destinado a despertar no aluno a faculdade da observação e a encontrar a sua vocação ou
interesses académicos. No segundo ciclo (4º, 5º e 6º anos), o ensino seria
predominantemente teórico e experimental, destinado a enriquecer o espírito do aluno
com os conhecimentos mais importantes para a cultura geral. O ciclo complementar é
reduzido para um ano sendo eliminada a bifurcação entre letras e ciências. Este serviria à
consolidação dos conhecimentos até aí adquiridos em volta de novos centros de estudo
(Brito, 2014).

Em 1939 ocorre a extinção da Escola Profissional da Paiã e a criação da “Escola Prática


de Agricultura D. Dinis” resultante da fusão com a Escola Agrícola de Queluz, que foi
criada em 1911 nos terrenos anexos ao Palácio de Queluz e instalada nalgumas
dependências do mesmo, a Escola Prática de Pomicultura, Horticultura e Jardinagem
de Queluz, a cargo da Associação Central de Agricultura Portuguesa.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 29


De acordo com Delgado (2005) o ensino da Arquitetura Paisagística teve o seu início
neste período no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa (ISA), como curso livre, em
1943 (aprovado pelo Ministério da Educação Nacional em 1942), abordando aspetos de
paisagismos e de espécies ornamentais a integrar em espaços verdes. Grande
impulsionador deste curso foi Francisco Caldeira Cabral (1908-92)12 contratado pelo
instituto Superior de Agronomia e autorizado a iniciar um “curso experimental” de
Arquitetura Paisagista, de acesso livre, nome dado a um grupo de disciplinas de
frequência facultativa, aberto aos alunos dos cursos de Agronomia ou Silvicultura,
fortalecendo desde o início, os seus curricula com disciplinas de Arquitetura Paisagista,
que correspondiam então, a uma especialização. Como refere Cabral (1993:78):

“… os arquitectos vendo a desordem das formas em que se debate o


jardim resolvem lançar-se nesse campo e começa uma luta, hoje
felizmente quase terminada, em que o jardineiro ri da ignorância técnica
do arquitecto, e este despreza a incapacidade arquitectónica do
jardineiro. Mas logo aparecem num e noutro campo indivíduos com
qualidades reais que estudando o que lhes faltava […] criaram uma
nova profissão, a arquitectura paisagista e com ela o jardim entra numa
nova fase pelo estudo dos elementos formais de sempre, adaptados às
novas condições do meio social”.

Para Cabral a arquitetura paisagista vem do ofício da jardinagem, mas no conhecimento


técnico enfoca toda a atenção possível à ecologia, para entender o lugar, o solo, o clima,
as plantas. Propõe a Tapada da Ajuda e das Necessidades para parques, a exemplo do
Jardim Botânico da Ajuda. Aponta a necessidade de reavivar a tradição de parques e
jardins referindo que “a nossa tradição de parques e jardins, extinta uma, com os últimos
conventos, e a outra no alvorecer do actual século, a arte da jardinagem entrou em rápida
decadência e há falta de pessoal com preparação científica, técnica e artística (Cabral,
1993).

O decreto lei nº34:476, de 2 de Abril torna aplicável ao ensino agrícola dos graus
elementar e médio os preceitos legais que regulam o exercício do ensino particular
(publicado do Diário do Governo, nº69, 1ªsérie, de 2 de Abril de 1945).

A Reforma de Pires de Lima ocorre entre 1947 e 1952, num período de pós-guerra em
que Portugal, à semelhança dos restantes países europeus, é impelido ao
desenvolvimento, forçado em parte por acordos e organizações internacionais. No país

12
Membro do Conselho Nacional de Educação entre 1965 1977. Mais informação disponível em
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/78204/2/111561.pdf.
http://proffranciscocaldeiracabral.portaldojardim.com

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 30


verificam-se movimentos de emigração das zonas rurais para as cidades, em busca dum
melhor nível de vida e de mais e melhores oportunidades de trabalho. Este facto vem a
provocar um aumento considerável da frequência do ensino secundário, verificando-se
uma maior procura do ensino técnico. É de 1947 que são aprovadas as bases que
reformam o Ensino Técnico Profissional através da Lei 2:025 de 19 de Junho (publicado
no Diário do Governo, nº139, 1ª série, de 19 de Junho).

Com esta reforma de Pires de Lima, são publicados novos estatutos para o Ensino Liceal
e para o Ensino Técnico. O Ensino Secundário apresenta, de forma mais nítida, duas
grandes vias, muito diferenciadas, quer quanto aos conteúdos, quer quanto à origem social
dos respetivos alunos. No Ensino Liceal, são repostos os planos curriculares anteriores a
1936. O Curso Geral volta a ter 5 anos, em regime de classes, e o curso complementar
divide-se em letras e ciências. Na totalidade, o Curso Liceal comporta três níveis de
escolaridade: o 1º. Ciclo (1ª e 2ª classes), o Curso Geral (3ª, 4ª e 5ª classes) e o Curso
Complementar (6ª e 7ª classes). Este sistema dava acesso aos Cursos Superiores, sendo
frequentado por alunos predominantemente oriundos das classes de maiores rendimentos.
O Ensino Técnico dava acesso aos Institutos Comerciais e Institutos Industriais e era
frequentado sobretudo pelos filhos das camadas da população com menores rendimentos.
Oferecia cursos nas áreas dos Serviços, Formação Feminina, Indústria e Artes. A
uniformização destes cursos acarreta a perda da sua tradicional vocação regionalista,
passando a servir à formação de quadros intermédios nas áreas do comércio, indústria e
serviços, aqueles (quadros) de que o país realmente necessitava para o seu
desenvolvimento a curto prazo. É criada a Inspeção do Ensino Liceal e analisa-se o que
foram, até ao momento, as estruturas pedagógicas para a formação de professores.

A 25 de agosto de 1948, o Ministro Fernando Andrade Pires de Lima faz publicar o


Decreto n° 37:029, promulgando o Estatuto do Ensino Profissional-Industrial e
Comercial, naquela que será a última Reforma para este subsistema de ensino (Estatuto
do Ensino Técnico Industrial e Comercial: Decreto n° 37:029, de 25 de agosto de 1948,
publicado no Diário do Governo n" 198, I" Série, de 25 de agosto de 1948). Através deste
estatuto fica a conhecer-se a intenção ministerial em reorganizar este sistema de ensino
com base numa centralização administrativa e numa homogeneidade pedagógica. Sendo
assim, é ao Ministério da Educação Nacional que passa a competir a elaboração dos
programas, terminando-se com a diferenciação entre escolas que, pelas suas
características, podiam lecionar, pelo menos nas disciplinas específicas, programas
próprios. Os Diretores das escolas, nomeados pelo Ministro, passam a ter um papel

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 31


acrescido no cumprimento das disposições centrais. A estes cabem agora a
superintendência pedagógica, disciplinar e administrativa, a organização das atividades
circum-escolares em articulação com a Mocidade Portuguesa e a promoção da relação
entre a escola, a família e a comunidade (Brito, 2014). O Ensino Profissional Industrial
abrange dois graus de escolaridade: o 1° Grau e o 2º Grau. O primeiro, constituído por
um ciclo preparatório elementar, de educação e pré-aprendizagem geral, tinha como
objetivo elevar a formação geral em mais dois anos após a quarta classe e facultar as bases
de uma orientação técnica. Propunha-se a utilização de uma didática de coordenação
interdisciplinar pela qual, a escolha de possíveis centros de interesse comuns a todas ou
parte das disciplinas, bem como a administração dos programas em função desses centros
de interesse, competiriam aos professores e mestres de cada ano, reunidos com a
finalidade de encontrar convergências na ação educativa. O 2º Grau compreendia os
Cursos Industriais de Formação Profissional, em regime diurno para estudantes regulares,
e em regime noturno para estudantes-trabalhadores: os Cursos Industriais
Complementares de Aprendizagem; os Cursos Industriais de Aperfeiçoamento; e os
cursos de Mestrança. Os Cursos de Formação seriam frequentados por alunos com o ciclo
preparatório. Os respetivos planos de estudos e programas passariam a ser inteiramente
coordenados pelo Ministério da Educação Nacional, tendo como objetivo facultar a
educação geral e técnica, necessárias para o ingresso em carreiras de indústrias análogas
ou para o prosseguimento de estudos nos Institutos Industriais. Com o objetivo de
promover o desenvolvimento local e a fixação das populações, institui-se o Estágio
Profissional. Este seria realizado pelos alunos do último ano dos Cursos de Formação, em
fábricas ou oficinas, mediante acordo entre as direções das escolas e as entidades
patronais da respetiva área. Após um estágio profissional de pelo menos seis meses, os
alunos seriam posteriormente submetidos a um exame de aptidão profissional (Brito,
2014). A reforma de 1948 teve essencialmente como objetivo adequar a escola às
necessidades do desenvolvimento económico, promovendo a qualificação da mão-de-
obra e, além disso, “o enquadramento e o controlo, dentro de limites aceitáveis para o
regime político de então, da procura de ensino e das expectativas de ascensão social”
(Cerqueira&Martins, 2011:128).

A partir dos anos 50, encontramos as seguintes variantes nos estabelecimentos de Ensino
Técnico: Escolas Técnicas Elementares, destinadas exclusivamente ao Ciclo
Preparatório; Escolas Industrias; Escolas Comerciais; Escolas Industriais e Comerciais,
podendo qualquer uma delas incluir ou não o Ciclo Preparatório. A complexidade do

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 32


sistema é acentuada com a obrigatoriedade preferencial pela separação dos sexos, quer ao
nível dos alunos, quer ao nível dos docentes (escolas destinadas ao sexo masculino
lecionadas por professores e escolas destinadas ao sexo feminino lecionadas por
professoras). O Ensino Industrial uniformiza o seu plano de estudos criando os cursos de
Formação de Serralheiro, Carpinteiro-Marceneiro, Eletricista, Formação Feminina, e
Geral do Comércio em quase todas as escolas. Mantêm-se, contudo, certas especialidades
nos Cursos Complementares de Aprendizagem e nos Cursos de Especialização
relacionados com o artesanato e industrias manufatureiras, de acordo com a tradição das
regiões do país (por exemplo: Covilhã: técnico de tecelagem; Coimbra e Caldas da
Rainha: ceramista; Gondomar: filigranista; Estremoz: canteiro de arte; Marinha Grande:
vidraria; Peniche: bordados) (Brito, 2014). A duração dos estudos mantem-se nos sete
anos de estudos secundários, dividindo-os em dois ciclos: o curso geral (1º e 2º ciclos) e
um 3º ciclo de dois anos, este destinado preferencialmente à preparação para o ensino
superior. A aproximação curricular entre os primeiros ciclos dos sistemas de ensino
técnico e liceal é justificada com a necessidade de facilitar a transição dos alunos, entre
estes dois sistemas, a partir do 2º ciclo.

Os crescentes efeitos da influência internacional sobre o nosso país durante o Estado


Novo, tornam-se visíveis na relação entre o campo educativo e a preparação para o
trabalho e, por conseguinte, no crescimento do ensino secundário e do ensino técnico-
profissional.

Em 1950, o Ensino Secundário, Liceal e Técnico Profissional, registava um total de


87.129 alunos. O Ensino Liceal público contava com 1.158 professores e 21.966 alunos.
O Ensino Técnico público, com 1.539 professores e 31.159 alunos (Brito, 2014). É neste
ano que surge a organização do Ensino Técnico Médio Agrícola através do decreto-lei
nº38:025 de 2 de Novembro (publicado no Diário do Governo, nº232, 1ª série, de 2 de
Novembro de 1950) e a aprovação do regulamento do Ensino Médio Agrícola através do
decreto nº 38:026, de 2 de Novembro (publicado no Diário do Governo, nº222, 1ª série,
de 2 de Novembro de 1950). Em 1953 são aprovados os Programas do Ensino Técnico
Médio Agrícola e que consta da portaria nº14:524, de 2 de Novembro (publicado no
Diário do Governo, nº191, 1ª série, de 2 de Novembro).

No ano letivo de 1952-1953 a escola de Regentes Agrícolas de Santarém diplomava


Regentes Agrícolas habilitando-os para administradores da grande e média propriedade e
técnicos dos serviços oficiais agrícolas. Este curso tinha a duração de 5 anos letivos,
admitia alunos entre os 13 e 17 anos de idade e com o 1º Ciclo dos Liceus. Neste ano

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 33


letivo tinha matriculados 137 alunos no Curso. No seu plano de estudos compreendia as
seguintes disciplinas:
Quadro nº 2: disciplinas do curso de regentes agrícolas no ano letivo de 1952-1953
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano
*Português *Português *Português *Agricultura *Patologia
*Inglês *Inglês *Inglês Geral Vegetal
*História *História geral (prático) *Patologia *Viticultura
geral e Pátria e Pátria *Zoologia vegetal *Zootecnia
*Botânica *Geografia aplicada *Arboricultura Tecnologia
aplicada *Mineralogia e *Ciências *Zootecnia Agrícola
*Ciências Geologia Físico- Tecnologia *Construções
físico- aplicadas químicas Agrícola Rurais
químicas *Zoologia *Matemática *Mecânica e *Silvicultura e
*Matemática aplicada *Agricultura Máquinas aquicultura
*Desenho *Ciências geral Agrícolas *Administração
*Agricultura físico- *Agrologia e *Hidráulica e contabilidade
Geral químicas Física agrícola Agrícola Agrícolas
(Prática) *Matemática *Mecânica e *Agricultura *Culturas
*Religião e *Desenho Máquinas colonial coloniais
Moral *Agricultura agrícolas *Religião e *Organização
*Trabalhos Geral (Prática) *Topografia Moral Política e
oficinais *Horticultura e *Religião e *Trabalhos Administração
*Ginástica Floricultura Moral oficinais da nação
*Ginástica *Ginástica *Religião e
*Equitação *Equitação Moral
*Trabalhos * Higiene
Oficinais *Trabalhos
Oficinais
*Ginástica
*Equitação
Fonte: Adaptado pelo autor do “Anuário da Escola de Regentes Agrícolas de
Santarém” (1953:7-9)

Também poderiam ingressar neste curso os alunos detentores do Curso Geral dos Liceus
(5º ano), com mais de 16 anos e menos de 20. Estes seriam dispensados da frequência das

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 34


disciplinas de caracter geral e concluem o curso em 3 anos. Do plano de estudos é possível
inferir que a área de Jardinagem é vagamente abordada no currículo com exceção da
disciplina de Horticultura e Floricultura (no 2º ano) e Arboricultura (4º ano). No ano de
1953, na mesma escola, há alteração do plano de estudos acrescendo a disciplina
Horticultura e Floricultura-prática (no 1º ano), passando a integrar dois anos de estudo.

Em 1960 apresentam-se novas condições económicas e sociais que tornaram evidente a


insuficiência quantitativa da formação profissional gerada no sistema educativo,
nomeadamente: a emergência de uma maior procura de mão-de-obra pela indústria, o
aumento do êxodo rural, o aumento da emigração de destino europeu e os problemas
causados pela mobilização militar para a guerra das colónias (cardim, 1999).Esta
conjuntura faz reacender o debate do atraso educacional do país. Generalizou-se neste
período a ideia da necessidade de haver estudos cada vez mais longos e ambiciosos. O
ensino secundário registava um total de 209.283 alunos, dos quais 111.821 frequentavam
o ensino liceal e 97.462, o Ensino Técnico. No final desta década, começa uma fase de
grandes transformações no ensino em Portugal, que teve como principal consequência a
sua rápida expansão e massificação e um incremento na formação dos professores, como
refere Cardim (1999:44), “em 1964 foi criada, no âmbito do FDMO, a Divisão de
Formação Profissional e, em 1965, o Centro Nacional de Formação de Monitores
(CNFM) visando, este último, a preparação do pessoal ao serviço dos centros”. A rede de
centros de formação, entretanto criada, estabiliza, no fim da década, em cerca de 13
unidades. Metodologicamente, estes centros recorriam à «formação profissional
acelerada» utilizada em organismos congéneres europeus (Cardim, 1999). Fruto deste
investimento expansivo, a frequência do Ensino Secundário por mais de 404 mil alunos
em 1970. Três anos depois, atingia os 592.400 alunos. Face à carência de professores para
o Ensino Secundário, modificam-se profundamente as condições de acesso à efetivação:
acaba a discriminação entre os sexos e extinguem-se também o exame de admissão e o
pagamento de propinas, passando os professores estagiários a ser equiparados, para
efeitos remuneratórios, aos professores eventuais (Dec.-Lei 48.868 ) (Brito, 2014).

Apesar das alterações sociais ocorridas nas décadas de 50 e 60, a vida política portuguesa
mantém as grandes linhas do regime, acentuando-se o estado de vigilância. Algumas
mudanças surgem involuntariamente, como a queda de Salazar em 1968 e a sua
substituição por Marcelo Caetano nesse mesmo ano. A partir de finais da década de 50,
com a campanha de Humberto Delgado, o país começara a dar sinais de insurgimento
contra o regime, em iniciativas pontuais mas significativas (Brito, 2014).

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 35


Quadro 3 -Frequência do Ensino Superior em Portugal ano letivo de 1962/1963

Fonte: INE

A criação do Ciclo Preparatório do Ensino Secundário representa o desfecho do plano de


convergência, ao nível do 1º ciclo do Ensino Secundário, entre os sistemas de Ensino
Técnico e Liceal, já indiciado em finais dos anos 40 por uma política educativa de
tendência uniformizadora. Pela Reforma de Galvão Teles, em 1964, a escolaridade
obrigatória passa a ser de seis anos, sendo alargada até aos 14 anos de idade. Institui-se o
Centro de Estudos de Pedagogia Audiovisual, visando uma intensa difusão cultural
através da rádio e da televisão. Em 1967, é criado o Ciclo Preparatório do Ensino
Secundário (Decreto-Lei nº 47.480, de 2 de janeiro de 1967 (fundamenta a criação do
Ciclo Preparatório e alarga a escolaridade obrigatória) e Decreto nº 48546 de 27 de agosto
de 1968 (coloca em paridade os ensinos elementar primário, direto ou em telescola, com
o curso do Ciclo Preparatório).

Esta escolaridade tem agora um tronco comum, tomando as variantes de Ensino


Complementar Primário (5ª e 6ª classes) e Ciclo Preparatório do Ensino Secundário. Com
esta medida, são fundidos os dois primeiros anos dos sistemas de ensino técnico e liceal,
uma unificação que contribui para ultrapassar as barreiras e os preconceitos sociais que
dividiam as crianças pelos dois subsistemas de ensino. O 2º e o 3º ciclos dos dois sistemas
de ensino, Liceal e Técnico, passaram a ter uma estrutura idêntica, mantendo-se contudo
como duas vias diferenciadas. Nos Liceus, poucas alterações ocorreram. Mas nas Escolas
Técnicas houve uma verdadeira revolução: os Cursos Gerais são reduzidos para 3 anos,
sendo criados cursos complementares técnicos de 2 anos, à semelhança dos cursos

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 36


complementares dos liceus. Os currículos, uniformizados na continuidade da Reforma de
1948, deixaram de atender às especificidades locais, ao arrepio do que havia, sido até
então o sentido deste sistema de ensino (Brito, 2014).

Em 1966, pelo DR 26/66, Série I, o então Ministério do Ultramar-Direção Geral do


Ensino, aprovou os programas dos cursos secundários agrícolas nas ex-províncias
ultramarinas onde foram incluídas as primeiras disciplinas de jardinagem (Delgado,
2005:18). A Portaria nº21 848 de 1 de Fevereiro de 1966 aprova os programas dos cursos
secundários agrícolas nas províncias ultramarinas e apresenta para o 1º ciclo, “os
programas estabelecidos para o ciclo preparatório do ensino técnico profissional devendo,
no entanto, os trabalhos manuais, pelo menos parcialmente, ser trabalhos de iniciação
agrícola” .Para o 2º ciclo profissional, “os programas são estabelecidos tendo em conta
que, em cada caso, deve dar-se maior relevância às rubricas que, na província, revistam
maior importância”.

Tabela 4 -Plano de Estudos do Curso de Formação do Ensino Profissional Agrícola

Fonte: Portaria nº21 848 de 1 de Fevereiro de 1966 publicado pelo Ministério do


Ultramar

De apontar, a referência à disciplina de Horticultura e Jardinagem que surge no 1º ano


com 2 aulas teóricas. De acordo com a Portaria a disciplina de Floricultura e Jardinagem
versava temáticas ligadas à floricultura e generalidades sobre jardinagem; às espécies de

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 37


jardins; desenho e traçado de jardins; terreno e amanho; influencias dos fatores
climáticos; propagação de plantas; noções sobre cultura e seleção de plantas; técnicas
culturais; colheita, conservação, embalagem, transporte e comércio de plantas e flores;
pragas e doenças; Jardinagem especial

O Ciclo Preparatório do Ensino Secundário, começou a funcionar no ano letivo 1968-69,


ano em que se publicam também o seu Estatuto e Programas. Destina-se não só a
proporcionar a formação geral adequada ao prosseguimento de estudos, mas também a
permitir a observação individual dos alunos em ordem à sua orientação na escolha desses
mesmos estudos. Cria-se, com este novo ciclo de estudos, um modelo de transição entre
a escolaridade primária e o curso geral do ensino secundário. Relativamente à sua
duração, considerou-se principalmente a questão prática da articulação com o já existente
ensino primário complementar (5ª e 6ª classes), tanto mais que, enquanto a rede escolar
não fosse devidamente alargada, este iria continuar em paralelo e apoiado pela televisão
(a telescola havia sido implementada em 1965). Eliminou-se o exame de admissão ao
ensino secundário, bastando o exame da 4ª classe. O plano de estudos e os programas das
diversas disciplinas haviam de ter um caráter unitário, prevendo-se conjuntos
disciplinares de modo a corresponderem às modalidades fundamentais dos estudos
posteriores e a tornarem mais fácil e segura a orientação escolar. Passariam a designar-se
“Escolas Preparatórias do Ensino Secundário” aquelas que fossem criadas
exclusivamente para este fim, prevendo-se uma escola preparatória em cada concelho.
Enquanto isso não aconteceu, o Ciclo Preparatório, com o seu programa específico e
comum, foi ministrado indiferenciadamente nas escolas industriais e comerciais e nos
liceus existentes (Brito, 2014). Na organização do Ciclo Preparatório, o plano de estudos
contempla cinco conjuntos letivos agrupados de acordo com as seguintes designações:
Formação Espiritual e Nacional; Iniciação Científica; Formação Plástica; Atividades
Musicais e Gimnodesportivas e Línguas Estrangeiras (Brito, 2014). Após a conclusão
deste ciclo de estudos, o aluno submeter-se-ia a um exame de aptidão ao ramo de ensino
secundário (liceal ou técnico) pelo qual optara. Para os alunos que não desejassem
prosseguir estudos, a habilitação do ciclo preparatório seria obtida mediante exame de
fim de ciclo (Brito, 2014).

Em 1970, José Veiga Simão é nomeado Ministro da Educação do Governo de Marcelo


Caetano tendo-se afirmado como defensor da democratização do ensino e, a 6 de Janeiro
de 1971, apresenta um projeto de reforma do sistema educativo para ser levado a
discussão pública. Em 25 de julho de 1973, é apresentada ao Parlamento a Lei 5/73, pela

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 38


qual são aprovadas as Bases do Sistema Educativo. Para a Reforma dos sistemas de
Ensino Técnico e Liceal, Veiga Simão convoca os melhores professores de cada área
curricular e forma equipas para a revisão dos programas na especialidade (Brito, 2014).
O alargamento da escolaridade obrigatória, de 6 para 8 anos, a expansão do ensino
preparatório, do ensino secundário complementar e da formação técnico-profissional e a
possibilidade de prosseguimento de estudos superiores para um conjunto maior de cursos
de carater qualificante de nível secundário contam-se entre as medidas mais emblemáticas
desta reforma. A expansão do ensino secundário unificado teve consequências diretas no
rápido aumento do acesso ao secundário complementar e, posteriormente, no crescimento
rápido da procura do ensino superior (Cardim, 1999). Na reforma educativa do início dos
anos 70, as duas vias do secundário foram aproximadas pela criação de cursos gerais do
ensino técnico (equivalentes ao 5.º ano do liceu). Foram criados cursos gerais técnicos
nas áreas de agricultura, mecânica, eletricidade, química, construção civil, têxtil,
administração e comércio, formação feminina e artes visuais (Cardim, 1999). Os cursos
gerais davam acesso a cursos complementares da respetiva área profissional, com duração
de dois anos, e a sua conclusão permitia o ingresso no ensino superior.

As reformas educativas criam para os professores necessidades de progressão através de


cursos de especialização, o que leva a que se iniciem pequenos cursos de 40 horas com
áreas específicas ligadas à jardinagem e hortas pedagógicas, implementando também nas
disciplinas de Ciências Naturais, cada vez mais, o contacto dos alunos com a natureza.
Nas Faculdades de Ciências é criado um ramo educacional para as licenciaturas em
Matemática, Física, Química, Geologia e Biologia (Dec-Lei 443/71, de 23 de Outubro),
segundo o modelo da formação integrada. Uma das finalidades preconizadas pelo sistema
educativo, seria “preparar todos os portugueses (...) como agentes e beneficiários do
progresso do País” (ponto 2, Base III, da Lei nº 5/73) sendo a formação profissional um
dos fins do mesmo sistema, visando “habilitar para o exercício de uma profissão”, mas
sem abdicar de “uma educação de ordem cultural e científica que favoreça o
desenvolvimento da personalidade e a adaptação às exigências sociais e profissionais”
contemplando “a frequência, com aproveitamento, de grupos de disciplinas incluídas
noutras modalidades do sistema escolar” (Base XII, da Lei nº 5/73) “prevendo, desta
forma, disciplinas comuns em cursos de natureza diversa o que certamente era inovador
à época” como opinam Cerqueira&Martins (2011:132).

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 39


Pós 25 de Abril de 1974
Na sequência da mudança do quadro do regime político e das mudanças registadas entre
as décadas de 1960 e 1970, o ensino secundário começa a ter uma expressão mais evidente
após o 25 de Abril.

“No ano letivo de 1974/75, o ensino secundário sofreu profundas mudanças. A


separação entre o ensino liceal e o ensino técnico é alvo de uma enorme
contestação, impondo-se rapidamente a exigência da sua unificação. Desde
1973 que se previa a fusão do ensino liceal e técnico até ao 8º ano (Lei nº 5 /
73) e, na sequência do 25 de Abril de 1974, esta é uma das primeiras medidas a
ser implementada. Em 1975, os sistemas de ensino técnico e liceal são extintos
e em 1976 começa a entrar em funcionamento o “Ensino Secundário
Unificado”. No ano letivo de 1976-77 entra em funcionamento o 7º ano
unificado, no ano seguinte, o 8º ano e em 1978/79, o 9º ano. A partir do 9º ano
diversificavam-se as áreas curriculares constituídas por grupos de disciplinas
optativas de carácter pré-vocacional, incluindo alguns dos cursos
anteriormente ministrados no ensino técnico. Suprime-se a “formação
feminina” e instaura-se a coeducação. A unificação do ensino secundário gerou
um largo consenso social, pois julgou-se que desta forma se poria fim à
discriminação social no ensino” (Brito, 2014:190).

Em 1975 dá-se a unificação do Ensino Secundário: extinção do Ensino Técnico


Comercial e Técnico (em Junho). O acesso à escola começa a ser encarado como elemento
essencial da própria cultura democrática e torna-se um reflexo da construção política do
estado como referem Cerqueira e Martins (2011), permite romper com a dualidade ensino
liceal- ensino técnico, com a educação formal-educação não formal. Como refere Cardim
“a extinção do ensino técnico evidenciou uma carência educativa tradicional na sociedade
portuguesa: o mau desempenho do secundário profissionalizante, que não formava
contingentes expressivos de «quadros médios» com uma preparação profissional
adequada às necessidades da economia” (1999:35).

Extinto o curso de Regente Agrícola em 1976, após a revolução do 25 de Abril, foram as


Escolas de Coimbra e Santarém transformadas em Escolas Superiores Agrárias e
integradas nos Institutos Politécnicos, juntamente com outras que então foram criadas tais
como em Beja, Castelo Branco e Bragança. A escola de Évora também extinta veio a ser
integrada conjuntamente com a sua exploração agrícola na Universidade de Évora.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 40


No ano letivo de 1978-79, é publicada uma reformulação dos programas para o Ensino
Preparatório. No geral, mantém-se o plano curricular anterior, embora com algumas
alterações. Pormenoriza-se a articulação horizontal e vertical do currículo e, para a
apresentação do programa, privilegia-se uma organização mais esquemática ou em
grelha, onde se podem observar, em correspondência e simultaneamente, os vários itens
do plano de estudos das várias disciplinas (objetivos; conteúdos programáticos; resultados
da aprendizagem e outros, conforme a organização de cada programa) (Brito, 2014). Em
1979 foi reformada a anterior estrutura de formação profissional sob tutela do Ministério
do Trabalho, tendo sido criado o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP),
por integração dos anteriores organismos. Fala-se pela primeira vez na universalidade e
gratuitidade do ensino básico. Assim, de acordo com o primeiro artigo do Decreto-Lei
538/79 «o ensino básico é universal, obrigatório e gratuito», ficava assim garantida a
escolaridade obrigatória para todas as crianças portuguesas.

Ao nível do Ensino Superior são os diplomados do curso de regentes agrícolas, aprovado


em 1931 que em 1977 e em 1979 adquirem equivalência formativa nas então criadas
Escolas Superiores Agrárias. É em 1979 que é criada a rede do Ensino Superior
Politécnico (Decreto-Lei 513-T/79, de 26 de Dezembro, ratificado pela Lei 29/80, de 28
de Julho, e alterado pelos Decretos-Lei 303/80, de 16 de Agosto 395/82, de 21 de
Setembro). Aquele diploma cria escolas superiores agrárias em diferentes regiões do país.
É definido o regime de instalação para os estabelecimentos de ensino superior politécnico
(Decreto-lei n.º 513-L1 /79, de 27 de Dezembro, com as alterações constantes do Decreto
- Lei n.º 131/80, de 17 de Maio). É através do Decreto Regulamentar nº53/79, de 11 de
Novembro, e pelo Decreto-Lei nº128/81, de 21 de Outubro, que o Instituto Superior de
Agronomia passa a professar quatro licenciaturas: Engenharia Agronómica, Engenharia
Florestal, Engenharia Agro-Industrial e Arquitetura Paisagista – mantendo contudo os
cursos superiores de Agronomia Tropical e de Silvicultura Tropical.

Os anos oitenta serão marcados pela diversificação dos modelos e modalidades de


formação de professores, mas também de consolidação das ciências da educação, o
sistema continuava a assentar em larga medida em professores sem profissionalização,
mas já com um vínculo ao Ministério da Educação. A partir de 1980 como referem
Cerqueira e Martins (2011) o discurso politico volta a ser fortemente marcado pela
ideologia dos recursos humanos, o que faz que a qualificação profissional um elemento
naturalmente integrante da política educativa portuguesa. O desenvolvimento de políticas
de educação e formação, com a consequente diversificação das vias vocacionais, ganha

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 41


nesta época maior consistência e visibilidade. Uma primeira iniciativa de
restabelecimento do ensino profissionalizante foi realizada, em 1980, com a criação do
12.º ano do ensino secundário, oferecendo 31 cursos de formação pré-profissional
(Cardim, 1999).

José Augusto Seabra através do Despacho Normativo nº 194-A/83 de 21 de Outubro


impulsiona um conjunto de reformas lançando os Cursos Técnico-Profissionais com a
duração de 3 anos, e Cursos Profissionais, com duração de ano e meio acrescido de um
estágio profissional de 6 meses, a ministrar após o 9º ano de escolaridade, “estabelecendo
as normas de estruturação e funcionamento dos respetivos cursos primeiros, permitiam a
dupla certificação (escolar e técnico-profissional) de nível secundário e o prosseguimento
de estudos superiores, os segundos, só permitiam a obtenção de um diploma profissional
e o ingresso na profissão. O sistema de aprendizagem inclui uma tripla componente de
formação: escolar, profissional e em empresa, visando, para além da qualificação
profissional, uma certificação escolar. Os Cursos Profissionais “foram-se
progressivamente extinguindo por dificuldades de organização dos estágios e por falta de
inscrições de alunos” como refere Cardim (1999:45). Joaquim Azevedo (1999 in
Cerqueira&Martins, 2011:135) refere que “em 1984, apenas 3% dos jovens que
prosseguiam estudos pós-básicos o faziam em cursos de tipo técnico e profissional”.

Ao nível do Ensino Superior, em 1982 é criado o Curso de Bacharelato em Produção


Agrícola na Escola Superior Agrária de Coimbra (Decreto n.º 2/82, de 2 de Janeiro com
plano de estudos aprovado pela Portaria nº807-A2/83 de 30 de Julho), e em 1983
(portaria/83 de 26 de Agosto) na Escola Superior Agrária de Castelo Branco. Neste curso
é integrada a área da Jardinagem com a inclusão da disciplina de Floricultura e
Jardinagem de carater semestral e que integra o 3ª ano dos estudos.
Tabela 5-Plano de estudos do Curso de Bacharelato de Produção Agrícola
1º ano 2º ano 3º ano
*Atividades agrícolas *Agricultura Geral, *Instalações e Equipamentos
*Matemática e Máquinas Agrícolas Agrícolas
elementos de estatística e *Culturas *Economia Agrícola II
*Química Orgânica Arvenses *Organização e gestão de
*Química-Física *Arboricultura empresa Agrícola
*Mesologia *Horticultura *técnicas de Regadio
*Biologia *Produção Animal I *Proteção vegetal II
*Motores e tratores *Economia Agrícola *Produção Animal II

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 42


*Botânica Agrícola *Prados e Pastagens
Microbiologia *Tecnologia da Conservação de
*Solos e Fertilidade Forragens ou Proteção vegetal
Topografia III
*Fruticultura Especial Ou
Viticultura
*Culturas protegidas
*Floricultura e Jardinagem
Adaptação do autor da Portaria nº 807-A2/83 de 30 de Julho.

Em 1986 dá-se a reforma do ensino secundário: escolas profissionais; criação de duas


vias para o ensino secundário- geral e tecnológico. “Em 1986, é publicada a Lei de
Bases do Sistema Educativo (Lei nº 46/86 de 14 de outubro), pela qual é extinto o
“Ensino Unificado”, cuja designação correspondeu a um período e a um plano de
ajustamento curricular entre os extintos sistema técnico e liceal. Decreta-se que o Ensino
Básico passaria a compreender três ciclos de escolaridade segundo um plano curricular
unificado (Art.8º); que o Ensino Secundário passaria a oferecer vias diferenciadas através
de cursos orientados para a vida ativa ou para o prosseguimento dos estudos (Art. 10º)”
(Brito, 2014:191). Verifica-se que após o cumprimento do ensino obrigatório de nove
anos, os jovens portugueses que desejassem manter-se no sistema de ensino poderiam
escolher entre o ensino secundário geral e duas formas de ensino profissional: cursos
tecnológicos e escolas profissionais. Os cursos tecnológicos conferem um certificado de
nível III — técnicos intermédios. Os cursos desenvolvidos nas escolas profissionais
terminam também com qualificações profissionais de nível III (excecionalmente de nível
II) e têm como objetivo prioritário a oferta de ensino profissional orientada para as
necessidades locais e regionais. Estes dois tipos de formação profissional conferem
acesso ao ensino superior. A Assembleia da República institui então o ensino universal,
obrigatório e gratuito por um período que se alarga para os nove anos distribuídos em três
etapas sequenciais: um primeiro ciclo de quatro anos, um segundo ciclo com a duração
de dois anos e um terceiro ciclo com três anos de frequência obrigatória (Lei 46/86).
Apesar do crescente cumprimento da escolaridade obrigatória e escolarização da
população portuguesa, registam-se iniciativas dirigidas à sua consolidação,
nomeadamente para públicos-alvo não escolarizáveis de forma convencional e, também,

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 43


a benefício de grupos em idade escolar com dificuldades no cumprimento da escolaridade
convencional.

Para acelerar processo de profissionalização dos professores em exercício, em 1988, é


lançado o sistema da formação em serviço (Dec-Lei 287/88, de 19 de Agosto). A
formação, em princípio, teria a duração de dois anos, abrangendo duas componentes
distintas: a) a teórica que é confiada às escolas superiores de educação e universidades;
b) a prática que decorria numa escola sob a responsabilidade conjunta de uma instituição
de ensino superior e do conselho pedagógico da respetiva escola, onde o formando-
professor realizasse o estágio. Atendendo ao tempo de serviço a formação é reduzida para
muitos professores apenas a um ano. É neste contexto que é reativada a Universidade
Aberta, que promove "à distância" uma modalidade rápida da formação em serviço.
Muitos dos professores do ensino básico a lecionar ciências agrárias puderam
profissionalizar-se nesta área (grupo de recrutamento 560-ciências agropecuárias) e que
os habilita para a docência na área de jardinagem.

Em 1988 é estabelecido um protocolo entre este Instituto e a Associação Portuguesa de


Arquitetos Paisagistas (APAP) o qual visava a instituição de um programa de recuperação
de jardins históricos e a formação de jovens profissionais de arquitetura paisagista nesta
área da conservação e recuperação e ainda de jardineiros. Para além dos efeitos que o
protocolo IPPC/APAP teve na promoção do debate dos conceitos subjacentes à
conservação de jardins e sítios, na sensibilização para a defesa e conservação deste
património e no trabalho prático em jardins com valor histórico e cultural, outros efeitos
foram sentidos, nomeadamente a nível institucional.

Neste contexto é criado o subsistema das escolas profissionais (Decreto-Lei n.º 26/89 de
21 de Janeiro) como uma modalidade alternativa de escolarização de nível secundário. Já
nesta altura esta modalidade é defendida como um vetor de modernização da educação
portuguesa e de contributo fundamental para a redução do insucesso escolar, a redução
do desemprego jovem e o desenvolvimento económico local, objetivos que seriam
realizados através da multiplicação acelerada da oferta de formação profissional e
profissionalizante e do apoio à implementação de um rede de escolas profissionais
eminentemente locais.

Em 1991 pelos decreto-Lei 401/91 e 405/91 a formação profissional foi legalmente


enquadrada pela LBSE (Lei de Bases do Sistema Educativo), apresentando um quadro
geral para a formação profissional, abrangendo a formação inserida no sistema de ensino

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 44


e a inserida no mercado de emprego. Particularmente na «formação inserida no mercado
de emprego» operam um grande número de entidades, de estatuto público ou privado,
cofinanciadas pelos diversos programas de apoio. Neste mesmo sentido, foi criada em
1991 a Direção-Geral do Emprego e Formação Profissional (DGEFP), tendo por objetivo
conceber políticas e prestar apoio técnico e normativo nos domínios do emprego e da
formação profissional. A orgânica do IEFP (Instituto de Emprego e Formação
profissional) foi revista em 1992 e reformulada em 1997. A preocupação na ação
educativa faz criar novas entidades com competência nos domínios da investigação e do
apoio à educação-formação, nomeadamente: o Observatório do Emprego e Formação
Profissional (OEFP; 1991), a Comissão Permanente de Certificação (CPC; 1992), o
Instituto de Inovação Educacional (IIE; 1993), o Centro Nacional de Recursos para a
Orientação (CENOR; 1993), o Instituto para a Inovação na Formação (Inofor; 1997).

É à data de 1998, que a Lei de Bases (LBSE), é implementada no sistema educativo em


educação pré-escolar, educação escolar e educação extra-escolar. A educação escolar é
por sua vez organizada em ensino básico, ensino secundário e ensino superior. A LBSE
referencia ainda um conjunto de modalidades especiais de ensino destacando-se, entre
elas, o ensino recorrente, a formação profissional realizada nas escolas profissionais, a
educação especial, o ensino à distância e o ensino de português no estrangeiro. O ensino
básico é obrigatório (inicia-se com a idade de 6 anos e termina aos 15 anos), unificado e
gratuito e tem a duração de nove anos compreendendo três ciclos sequenciais organizados
da seguinte forma:
• no 1.° ciclo, de quatro anos, o ensino é de carácter geral, em regime de professor
único (podendo este ser coadjuvado por outros professores de apoio ou de áreas
específicas);
• no 2.° ciclo, de dois anos, o ensino organiza-se em áreas interdisciplinares (5º e 6º
ano de escolaridade);
• no 3.° ciclo, de três anos, o ensino organiza-se por disciplinas, segundo um plano
curricular unificado (7º, 8º e 9º ano de escolaridade).
Os alunos que concluem a escolaridade obrigatória e querem prosseguir a sua atividade
formativa são confrontados com a oferta do ensino secundário (geral e profissional),
podendo ainda optar por outras modalidades formativas fora do sistema educativo. Em
qualquer ciclo do ensino básico, o currículo «normal» pode ser substituído por currículos
alternativos, concebidos e promovidos pelas escolas, e mais adequados à especificidade
dos contextos e públicos.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 45


As escolas profissionais consolidaram-se como instituições educativas (Dec. Lei nº 4/98
de 8 de Janeiro), e enfatizaram-se as articulações, por um lado, entre a estrutura escolar e
a formação profissional, e por outro entre as organizações escolares e as instituições
económicas, profissionais e associativas socioculturais. Implementam-se os cursos de
«educação-formação», criados em 1997, destinados a jovens que possuam o diploma do
9.° ano de escolaridade, sem qualquer qualificação profissional, e que não pretendam
prosseguir estudos no ensino secundário, bem como a jovens que, tendo frequentado o
9.° ano, não o tenham concluído. Estes cursos, com a duração de um ano, permitem a
obtenção de uma qualificação profissional (nível II) e, no caso dos alunos que não
concluíram anteriormente o 9.° ano, conferem o diploma do 3.° ciclo do ensino básico.
No que diz respeito ao Ensino Secundário é opcional para todos os que completam com
aproveitamento o ensino básico. Tem a duração de três anos (10.°, 11.° e 12.° anos de
escolaridade) e compreende:
•cursos de carácter geral, ou cursos predominantemente orientados para o
prosseguimento de estudos, nomeadamente para o acesso ao ensino superior;
• cursos tecnológicos, ou cursos predominantemente orientados para a preparação para
o ingresso na vida ativa, permitindo a obtenção de uma qualificação profissional (nível
III).
A matriz curricular dos cursos tecnológicos contempla uma formação de cariz técnico,
tecnológico, profissionalizante, incluindo também língua e cultura portuguesas. É
garantida a equivalência de certificados destes dois tipos de cursos.
O ensino superior compreende o ensino universitário e o ensino politécnico, podendo,
ambos, ser públicos ou privados. No ensino superior são conferidos os graus de bacharel
(3 a 4 anos), licenciado (4 a 6 anos) e qualificações profissionais (níveis IV e V). Ao nível
das pós-graduações, são conferidos os graus de mestre e de doutor.
Em 1998/99, devido à alteração na Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE), passa a
ser permitido às Escolas Superiores Agrárias ministrar cursos de Licenciatura e conferir
o respetivo título académico. Por via da regulamentação da LBSE foi estabelecido o
quadro geral de reorganização e desenvolvimento da educação de adultos nas vertentes
de ensino recorrente e de educação extra-escolar. Foi criado o Instituto Nacional de
Acreditação de Formação de Professores (Inafop; 1998) e em 1998, criado o Grupo de
Missão para o Desenvolvimento da Educação e da Formação de Adultos, com vista à
implementação de projetos mais flexíveis e que integrem, simultaneamente, as
componentes educativas e profissionais, prevendo-se, a partir deste Grupo, a criação de
uma Agência de Educação e Formação de Adultos (Cardim, 1997). A Educação e

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 46


Formação de Adultos (EFA) foi definida inicialmente no DC n.º 1083/2000 e com a
tónica, entre outras, no desenvolvimento da empregabilidade e na necessidade de prevenir
todas as formas de exclusão, priorizando a Formação Profissional para ativos menos
qualificados, e ainda como estratégia de combate aos ainda subsistentes défices de
qualificação e certificação.
Em 2002, com a publicação da Lei Orgânica do Ministério da Educação foi apontado
como um dos objetivos estruturais da reforma da educação reclamado pelo desafio da
qualificação dos recursos humanos no que refere ao papel de Portugal na União Europeia
e no mundo.
A partir de 2004 aplicam-se reformas no Ensino Secundário/Revisão Curricular do
Ensino Profissional com a introdução dos cursos profissionais nas escolas secundárias
públicas e a criação dos Cursos de Educação e Formação de Jovens (CEF) (reforma do
ensino secundário de 2004, Decreto-Lei nº 74/2004 de 26 de Março, alterado pelo
Decreto-Lei n.º 24/2006 de 6 de Fevereiro). A partir desta altura, o ensino profissional
passou a constituir-se politicamente como uma oferta educativa primordial na rede
pública de estabelecimentos de ensino (Portaria n.º 550-C/2004 de 21 de Maio, alterada
pela Portaria n.º 797/2006 de 10 de Agosto). Os cursos profissionais de nível secundário
apresentam-se como um percurso alternativo assente numa estrutura curricular modular
e numa dimensão predominantemente técnica e prática da aprendizagem, preparando para
o exercício profissional qualificado, numa perspetiva de Aprendizagem ao Longo da Vida
(ALV). A tendência de evolução do sistema educativo contempla uma maior
diversificação de currículos.
Em 2007 é lançado um programa de modernização das escolas públicas, que contempla
em larga escala as escolas secundárias, nomeadamente ao nível da edificação e
reconstrução de edifícios destinados ao ensino e dos equipamentos dos espaços escolares.
Sabe-se, através de dados emitidos pelo Instituto Nacional de Estatística, que em 2006 só
49,6% da população portuguesa, entre os 20 e os 24 anos, tinha concluído o ensino
secundário, quando por exemplo, a média europeia “a média para a União Europeia, em
2007 (Education at a Glance, 2009 in Cerqueira&Martins, 2011) é de 85%, e de que a
proporção de população ativa com este nível de ensino é de somente 15,3% (INE, 2008),
para cerca de 70% na OCDE” (Cerqueira&Martins, 2011:125).
Em todo o caso o crescimento do ensino e a sua massificação têm sido uma realidade,
emergindo a par da diversificação de percursos escolares de carácter qualificante,
nomeadamente o ensino técnico-profissional, no ensino profissional e vocacional. Estas
mudanças culminaram na constituição de um sistema estruturado para a qualificação

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 47


profissional da população jovem e adulta que se sustenta num programa governamental
lançado recentemente, a Iniciativa Novas Oportunidades e na instituição do Sistema
Nacional de Qualificações (SNQ).

Atualidade
Atualmente alterações ao sistema educativo nacional têm vindo a ser impulsionadas pela
comunidade internacional (OCDE, UNESCO, BANCO MUNDIAL, União Europeia),
com expressão no desenvolvimento da empregabilidade e na necessidade de prevenir
todas as formas de exclusão, na convergência de modelos e políticas da educação.
De referência é o ano letivo 2012/2013 onde se dá início ao alargamento da escolaridade
obrigatória para o ensino secundário, tal como prevê a Resolução do Conselho de
Ministros 44/2010. A partir do ano letivo 2012/2013, esta foi alargada para os 12 anos,
passando a incluir todos os alunos que frequentam estabelecimentos de educação ou de
formação entre os 5 e os 18 anos de idade. O referido documento tem vários objetivos,
sendo que o principal é então a obrigatoriedade de cumprir um percurso académico
mínimo de 12 anos para todos os alunos. Paralelamente, o Ministério da Educação e
Ciência pretendeu ainda dar continuidade à reorganização da rede escolar que teve início
em 2005 para que houvesse “cada vez mais igualdade de oportunidades no acesso à
educação em Portugal, adequando as escolas à promoção do sucesso escolar e ao combate
ao abandono” (Resolução do Conselho de Ministros 44/2010, p. 1997). Estamos perante
grandes reformas no sistema de ensino assegurando a universalidade da educação escolar,
a obrigatoriedade e a gratuitidade ao nível da educação básica (1º, 2º e 3º ciclo) e
secundária.

As mais recentes atualizações no sistema de ensino nacional estão definidas no decreto-


Lei 139/2012 de 5 de julho. De acordo com este diploma, as medidas a implementar
passam, “essencialmente, por um aumento da autonomia das escolas na gestão do
currículo, por uma maior liberdade de escolha das ofertas formativas, pela atualização da
estrutura do currículo, nomeadamente através da redução da dispersão curricular, e por
um acompanhamento mais eficaz dos alunos, através de uma melhoria da avaliação e da
deteção atempada de dificuldades”(Decreto-lei 139/2012).

Não é possível abordar a atualidade do ensino/ formação em Portugal sem referir os factos
que emergem do Quadro Europeu de Qualificações que nos dias de hoje atribui níveis
de aprendizagem e qualificações e que as uniformiza no espaço europeu. Desde 2000,
com o Conselho Europeu de Lisboa, que se consagrou a importância da transparência das

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 48


qualificações. Os relatórios da Comissão e do Conselho de 2004 a 2006 reforçam a
necessidade de se instituir um Quadro Europeu de Qualificações (QEQ). O Sistema
Nacional de Qualificações (SNQ), criado pelo Decreto-lei nº396/2007, de 31 de
Dezembro, tem, entre outros, o objetivo de promover a qualificação escolar e profissional
dos cidadãos através da formação de dupla certificação inserida no Catálogo Nacional de
Qualificações (CNQ). É este quadro europeu de referência comum que permite fazer
corresponder os sistemas de qualificações de vários países uma vez que funciona como
um dispositivo de tradução/comparação dos níveis de qualificação de diferentes países.
O CNQ é entendido “como o instrumento de gestão estratégica das qualificações de nível
não superior, sendo que os referenciais de formação aí definidos visam assegurar uma
melhor adequação das respostas formativas às necessidades atuais e emergentes das
empresas, dos setores económicos e dos cidadãos, estando organizados numa lógica de
dupla certificação, escolar e profissional e estruturados em níveis de qualificação do
Quadro Nacional de Qualificações (QNQ)” (Portaria n. 74.A/2015 de 15 de fevereiro,
artigo 2º, nº2). Enquadra todas as vias de aprendizagem: formais, informais e não formais
e visa tornar as qualificações mais claras e compreensíveis entre diferentes sistemas e
promover a mobilidade dos aprendentes e trabalhadores. Utiliza os resultados de
aprendizagem como ponto de referência comum (Knowledge, Skills, Competence).
Contempla 8 níveis de qualificação, cada um definido por um conjunto de indicadores
que especificam os resultados de aprendizagem correspondentes às qualificações nesse
nível, em qualquer sistema de qualificações. Os resultados de aprendizagem (learning
outcomes) é o que o aprendente conhece, compreende e é capaz de fazer aquando da
conclusão de um processo de aprendizagem, descrito em termos de conhecimentos,
aptidões e competência (Knowledge, skills and competence).
Tabela6-Níveis de Qualificação (QEQ)

Resultados de aprendizagem Nível


(learning outcomes)
Resultado da assimilação Nível 1: Conhecimentos gerais básicos
da informação através do Nível 2: Conhecimentos factuais básicos numa área
processo de aprendizagem. de trabalho ou estudo
Constituem o acervo de Nível 3: Conhecimentos de factos, princípios,
factos, princípios, teorias e processos e conceitos gerais numa área de estudo
Conhecimentos

práticas relacionado com o ou de trabalho


(Knowledge)

domínio de estudos ou Nível 4: Conhecimentos factuais e teóricos em


atividade profissional. O contextos alargados numa área de estudo ou
QEQ define os trabalho
conhecimentos como
teóricos e/ou factuais.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 49


Capacidade de aplicar o
Nível 1: Aptidões básicas necessárias à realização
conhecimento e utilizar os
de tarefas simples
recursos adquiridos para
Nível 2: Aptidões cognitivas e práticas básicas
concluir tarefas e
necessárias para a aplicação da informação
solucionar problemas. O
adequada à realização de tarefas e à resolução de
Aptidões (Skills)
QEQ descreve as Aptidões
problemas correntes por meios de regras e
como cognitivas (incluindo
instrumentos simples
a utilização de pensamento
Nível 3: Uma gama de aptidões cognitivas e
lógico, intuitivo e criativo)
práticas necessárias para a realização de tarefas e a
e práticas (implicando
resolução de problemas através da seleção e
destreza manual e o recurso
aplicação de métodos, instrumentos, materiais e
a métodos, materiais,
informações básicas
ferramentas e
Nível 4: Uma gama de aptidões cognitivas e
instrumentos).
práticas necessárias para conceber soluções para
problemas específicos numa área de estudo ou
trabalho
O QEQ descreve a Nível 1: Trabalhar ou estudar sob supervisão direta
competência em termos de num contexto estruturado
responsabilidade e Nível 2: Trabalhar ou estudar sob supervisão, com
Competência (Competence)

autonomia. certo grau de autonomia


Nível 3: Assumir responsabilidades para executar
tarefas numa área de estudo ou de trabalho. Adaptar
o seu comportamento às circunstâncias para fins da
resolução de problemas
Nível 4: Gerir a própria atividade no quadro das
orientações estabelecidas em contextos de estudo
ou de trabalho, geralmente previsíveis, mas
susceptiveis de alteração. Supervisionar as
atividades de rotina de terceiros, assumindo
determinadas responsabilidades e matéria de
avaliação e melhoria das atividades em contextos
de estudo ou de trabalho
Fonte: Portaria nº782/2009, de 23 de Julho, adaptado de Caramujo (2009:6-7)

A recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à instituição do QEQ


para a aprendizagem ao longo da vida propõe aos Estados-Membros que “Correlacionem
os seus SNQ com o QEQ até 2010, através de uma remissão transparente dos seus níveis
de qualificações para os níveis do QEQ e, se for caso disso, do desenvolvimento de
Quadros Nacionais de Qualificações (…). Adotem medidas, de modo a que, até 2012,
todos os novos certificados de qualificações e, diplomas e documentos Europass,
emitidos pelas entidades competentes, contenham uma referência clara ao nível adequado
do QEQ (…). Recorram a uma abordagem baseada nos resultados de aprendizagem para
definir e descrever qualificações e promovam a validação da aprendizagem não formal e
informal (…). Designem Pontos de Coordenação Nacional para apoiar e orientar a
referenciação dos sistemas nacionais de qualificações e o QEQ (..)”(Caramujo, 2009:8).

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 50


O Quadro Nacional de Qualificações (QNQ) é o Ponto de Coordenação Nacional do
QEQ, classifica as qualificações nacionais por níveis em função de requisitos associados
a descritores de resultados de aprendizagem e é o instrumento concebido para a
classificação de qualificações segundo um conjunto de critérios para a obtenção de níveis
específicos de aprendizagem. Tem como Objetivos conforme Portaria nº728/2009, de 23
de Julho:

•Integrar e articular as qualificações obtidas no âmbito dos diferentes subsistemas de


educação e formação, num quadro único
•Melhorar a transparência e a comparabilidade das qualificações (entre subsistemas de
educação e formação e entre estes e o mercado de trabalho)
•Definir referenciais para os resultados de aprendizagem associados aos diferentes níveis
de qualificação
•Correlacionar as qualificações nacionais com o Quadro Europeu de Qualificações

Abrange: os ensinos, básico, secundário e superior, a formação profissional e os


processos de reconhecimento, validação e certificação de competências obtidas por vias
não formais e informais desenvolvidos no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações

Estrutura-se: em 8 níveis definidos em função de 3 descritores que especificam os


resultados de aprendizagem: Conhecimentos, Aptidões e Atitudes

Entrou em vigor: em 1 de Outubro de 2010.

O Catálogo Nacional de Qualificações, Define qualificações nacionais (de dupla


certificação) por saída profissional.

Tabela 7- Níveis de qualificação (QNQ)

O Quadro Nacional de Qualificações (QNQ)


Níveis Qualificações
1 2.º ciclo do ensino básico.
2 3.º ciclo do ensino básico obtido no ensino básico ou por percursos de
dupla certificação.
3 Ensino secundário vocacionado para prosseguimento de estudos de nível
superior.
4 Ensino secundário obtido por percursos de dupla certificação ou ensino
secundário vocacionado para prosseguimento de estudos de nível superior
acrescido de estágio profissional - mínimo de 6 meses.
5 Qualificação de nível pós-secundária não superior com créditos para
prosseguimento de estudos de nível superior.
6 Licenciatura.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 51


7 Mestrado.
8 Doutoramento.
Fonte: Portaria nº782/2009, de 23 de Julho ; adaptado de Caramujo, 2009.

Atualmente, o CNQ integra 270 qualificações que abrangem a maioria dos setores de
atividade. Trata-se de um instrumento dinâmico, concebido para responder às
necessidades de qualificação do tecido empresarial, encontrando-se em permanente
atualização através de dois modelos: os Conselhos Setoriais para a Qualificação (CSQ) e
o Modelo Aberto de Consulta. Os CSQ são grupos de trabalho técnico-consultivos, nos
quais têm assento entidades formadoras, parceiros sociais, autoridades competentes,
peritos independentes, empresas, etc., com o principal objetivo identificar as necessidades
de atualização do CNQ, considerando as evoluções e alterações ocorridas nos diferentes
setores da sociedade. Atualmente existem 16 CSQ: i)Agroalimentar; ii) Artesanato e
Ourivesaria; iii) Comércio e Marketing; iv) Construção Civil e Urbanismo; v) Cultura,
Património e Produção de Conteúdos; vi) Energia e Ambiente; vii) Indústrias Químicas,
Cerâmicas, Vidro e Outras; viii) Informática, Eletrónica e Telecomunicações; ix)
Madeira, Mobiliário e Cortiça; x) Metalurgia e Metalomecânica; xi) Moda; xii) Serviços
às Empresas; xii) Serviços Pessoais; xiv) Saúde e Serviços a Comunidade; xv)
Transportes e Logística; xvi) Turismo e Lazer.

Tabela 8- Tabela de modalidades de dupla certificação do Sistema Nacional


de Qualificações Português
Dupla Formação de Jovens Educação e Formação
certificação de Adultos
6 º ano e nível 1 *Cursos de Educação e *Cursos de Educação e
de formação Formação (CEF) Formação de Adultos
profissional *Cursos Vocacionais
(EFA)
*Formações Modulares
9 º ano e nível 2 *Cursos de Educação e
de formação Formação (CEF) Certificadas
profissional *Cursos Vocacionais *Processo de
Reconhecimento,
*Cursos de Educação e Validação e
12º ano e nível 4 Formação (CEF)
Certificação de
de formação *Cursos Vocacionais
profissional * Cursos de Aprendizagem competências
*Cursos Profissionais

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 52


12º ano e nível 5
de formação Cursos de Especialização Tecnológica (CET)
profissional
Fonte: Adaptação do autor do SNQ.

O Education Policy Outlook, é um relatório anual publicado desde 2012 e que tem como
objetivo oferecer uma perspetiva sobre as reformas no sector da Educação que têm vindo
a ser seguidas pelos países da OCDE (Organização para a cooperação e desenvolvimento
económico). Este anuário, Education Policy Outlook, considera “coerente” a estratégia
para o ensino e formação profissional que tem sido seguida por Portugal, mas também
aponta limitações ao sistema de ensino nacional, sobretudo no que toca às altas taxas de
abandono e insucesso escolar. Para a OCDE, o caminho seguido tem permitido colocar a
formação profissional no ensino secundário como uma alternativa “ao mesmo nível” dos
programas de carácter geral. A organização internacional elenca o papel que têm tido a
alteração legal que permitiu definir Escolas de Referência do Ensino Profissional e os
compromissos do país para o alargamento da oferta neste sector, bem como para a
implementação do ensino dual, como principais contributos. O objetivo do Governo a
médio prazo é o de que haja 200 mil estudantes inscritos nas vias profissionais de ensino
até 2020. Atingir essa meta implicaria um aumento de 30% no número de inscritos,
reforçando a tendência atual de crescimento da procura nos cursos profissionais — o
número de inscritos cresceu de cerca de 30 mil em 2001 para mais de 100 mil em 2012
—, acentuada, desde 2005, quando a oferta destas formações foi generalizada a todas as
escolas públicas. Apesar das mudanças ao nível do ensino profissional, o relatório não
deixa de dar atenção às limitações da Educação Nacional. A OCDE identifica, desde logo,
limitações ao financiamento (a parcela do PIB-produto Interno bruto, destinada ao ensino
fica aquém da do conjunto dos 34 países avaliados) e à autonomia das escolas, colocada
também abaixo da média. Tendo em conta o baixo nível de qualificações dos portugueses,
o documento defende ainda que o país deve incluir nos seus objetivos o aumento do
número dos que completam o Ensino Secundário e a Educação de Nível Superior. A
organização internacional também aponta as altas taxas de repetência e de abandono
escolar, reforçando no documento que “Portugal enfrenta o desafio de garantir que todos
os alunos completam o ensino obrigatório”, bem como “alcançar uma educação inclusiva
e de qualidade para todos os alunos”.
No sentido de responder a essas duas realidades, é sublinhado o contributo do Programa
de Combate ao Insucesso e Abandono Escolar de 2012, que concede um apoio extra aos

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 53


alunos em risco de não concluir o ano no Ensino Básico, bem como a terceira geração
dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP). Este programa incide sobre
áreas geográficas com população socialmente desfavorecida, cobrindo 16% das escolas
nacionais. O desenvolvimento da formação profissional inicial inserida no sistema
educativo, e especificamente a realizada no âmbito do ensino secundário, tem sido
realizado através da concretização do modelo legislado, conduzindo: ao aperfeiçoamento
das suas estruturas e organização, à diversificação do ensino tecnológico e profissional, e
à revisão dos curricula e programas de ensino. Na perspetiva de Cerqueira & Martins
(2011:125) “a resposta a inúmeras solicitações quer de carácter social, cultural, quer
económico ou político fazem com que o ensino secundário possua valor instrumental para
a sociedade atual, sobretudo no que diz respeito às relações entre educação e o mercado
de trabalho e à possibilidade de resposta a dar ao número de jovens que ainda saem do
sistema escolar sem terminar o ensino secundário e que não possuem qualificações para
o trabalho”.

De referir que a grande aposta no ensino profissional é foi reforçada através dos
mecanismos de financiamento estabelecidos, nomeadamente através do Programa
Operacional do Potencial Humano (POPH), que veio substituir o PRODEP (Programa de
Desenvolvimento Educativo para Portugal), criado no âmbito dos Quadros Comunitários
de Apoio (QCA), do Fundo Social Europeu e que terminou em 2013.
Uma das características da formação profissional em Portugal reside pois numa
expressiva oferta formativa sectorial (tutelada por serviços públicos) que, partindo das
necessidades concretas sentidas nos sectores de atividade, se constituiu como adequada
aos mesmos e, em muitos casos, como alternativa aos grandes sistemas nacionais. A
análise dos sistemas de formação parte da descrição das estruturas dos dois ministérios
com responsabilidade horizontal, para a análise da formação desenvolvida no âmbito dos
sectores, em particular os da agricultura, indústria, turismo e saúde, que são os sectores
mais expressivos em termos organizativos.

A formação profissional inicial inserida no sistema educativo abrange os cursos


desenvolvidos por estabelecimentos de ensino secundário. São, nomeadamente, os cursos
tecnológicos, os cursos das escolas profissionais, os cursos de educação-formação, e os
cursos do ensino recorrente (com componente de formação profissional ou vocacional).

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 54


Tabela 9. Áreas de formação e família profissionais

Fonte: Disponível em http\\Agência Nacional para a Qualificação e


o Ensino Profissional2, IP.mht. Acedido a 6 de fevereiro 2016

Nas áreas de formação dos cursos profissionais encontramos a família profissional de


Floricultura e Jardinagem. Os programas foram/são elaborados por escolas
profissionais/secundárias que se prestaram/prestam a colaborar com a antiga Direção-
Geral de Formação Vocacional/ Ministério de Educação.
Os Cursos Profissionais, de nível secundário, são desenvolvidos pela rede das escolas
públicas, particulares e cooperativas, escolas profissionais e centros de gestão direta e
participada do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) ou outras entidades
formadoras acreditadas.
Como aponta Marteleira (2010:45), o impacto que a criação dos Cursos Profissionais tem,
nas escolas secundárias públicas, reflete-se no número de alunos inscritos que tem vindo
a aumentar significativamente:

Tabela 10- Alunos inscritos nos cursos profissionais


Ano letivo 2004/2005 3 676
Ano letivo 2008/2009 62 996
Fonte: Marteleira (2010)

Em Escolas Secundárias, públicas e privadas e em Escolas Profissionais, os Cursos


Profissionais já abrangem 22,32% da totalidade dos alunos inscritos no Ensino
Secundário (Ministério da Educação, 2009; Gonçalves & Martins, 2008 in Marteleira,

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 55


2001045). O ensino profissional/vocacional, em particular de nível secundário, torna-se
assim uma das principais áreas chave da estratégia nacional (e europeia) para os sistemas
de educação e formação.

Tabela 11- Esquema do percurso escolar aprovado pelo Ministério da Educação, 2015

Fonte: Adaptação do autor.

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 56


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Portugal (2007). Carta Educativa. Câmara Municipal de Espinho: Espinho

“Da semente ao jardim, do Hortulanus ao jardineiro…” 70

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