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Documento: 1464581 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2015 Página 1 de 4
Superior Tribunal de Justiça
de Tarso Sanseverino votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.
Brasília, 17 de novembro de 2015 (data do julgamento).
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.522.093 - MS (2014/0248089-8)
RELATÓRIO
Depreende-se dos autos que Devanir Antonia Corbani dos Santos Pereira
opôs, na origem, exceção de pré-executividade arguindo prescrição de cheques, objeto de
execução proposta pelo recorrente contra seu cônjuge.
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Contrarrazões apresentadas (e-STJ, fls. 441-451).
É o relatório.
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.522.093 - MS (2014/0248089-8)
VOTO
1. Legitimidade do cônjuge.
Nesse diapasão, ressalta o prof. Araken de Assis que a opção pelo meio
processual de impugnação da execução de título executivo extrajudicial não fica ao talante
do cônjuge, mas deve ser identificada de acordo com a hipótese concreta sub judice.
Assim, caberia a oposição de embargos à execução sempre que os bens pessoais do
cônjuge, inclusive sua meação, fossem expostos à execução, ou seja, naquelas hipóteses
legais em que os bens do cônjuge respondem efetivamente pela dívida, diante da
solidariedade por dívidas contraídas a bem da família (arts. 1.643 e 1.644 do CC/02).
Trata-se das típicas hipóteses de responsabilidade secundária do cônjuge (art. 592, IV, do
CPC). Noutro viés, não sendo hipótese de responsabilidade secundária, resguardaria-se
ao cônjuge a defesa de sua meação, acaso não observada, pela via dos embargos de
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terceiros. (ASSIS, Araken de. Manual da execução. 17ªed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2015, p. 487).
Esse tem sido também o entendimento albergado pelo STJ, como se pode
verificar do seguinte precedente:
Nota-se que sua admissão não tem sido, em regra, questionada, uma vez
que, no âmbito do STJ, se reconhece a ampla legitimidade para integral defesa do
patrimônio pela via dos embargos do devedor ou de sua meação pela via dos embargos de
terceiros. Nesse cenário, parece irrefutável o interesse da recorrida em provocar a análise
da prescrição por meio da exceção de pré-executividade e, portanto, a sua legitimidade no
presente incidente.
2. Da prescrição.
Por sua vez, o recorrente sustenta que o prazo não se interrompeu com a
apresentação do título a protesto, porquanto o protesto em si não se perfectibilizou diante
da concessão de liminar para sustá-lo. Outrossim, assevera que a propositura da
demanda pelo devedor deve ser tida como marco interruptivo do prazo prescricional, de
forma que, somente após a prática do último ato processual, teria voltado a ter curso a
prescrição.
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propositura da ação cautelar deve ser considerada, in casu, como o ato interruptivo do
prazo prescricional.
Essa tem sido a interpretação que melhor harmoniza o art. 585, §1º, do CPC
e a teleologia do art. 202 do CC/02.
Todavia, nas hipóteses em que não há inércia, mas uma conduta igualmente
leal por parte do credor, que aguarda o acertamento judicial acerca de sua posição
credora, a contagem do prazo prescricional vai de encontro ao próprio escopo do instituto
jurídico. Ao assim se entender, ao invés de a prescrição consolidar a pacificação social,
imbui-se no espírito dos jurisdicionados um sentimento de injusta surpresa, oposta àquele
mote de previsibilidade almejado, fazendo do processo quase que uma armadilha para as
partes.
Por outra via, é notório que o credor recorrente não se manteve inerte, nem
perdeu seu interesse ao longo do desenrolar das ações propostas pelo devedor, tanto que
se manteve ativo na defesa de seu crédito ao longo do processo, cujo resultado inclusive
lhe foi favorável. E tão logo se concluiu a demanda anulatória, o recorrente deu
prosseguimento ao protesto e à execução judicial dos títulos, conforme reconhecido pela
própria recorrida em sua petição de agravo de instrumento, interposto na origem (e-STJ, fl.
19):
É como voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. MÁRIO PIMENTEL ALBUQUERQUE
Secretária
Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : KARLOS CESAR FERNANDES
ADVOGADO : ROBERTO SOLIGO E OUTRO(S)
RECORRIDO : DEVANIR ANTONIA CORBANI DOS SANTOS PEREIRA
ADVOGADOS : ANTÔNIO FRANCO DA ROCHA E OUTRO(S)
PAULO AFONSO MAGALHÃES NOLASCO E OUTRO(S)
ANTÔNIO FRANCO DA ROCHA JUNIOR
INTERES. : BANCO DO BRASIL S/A
INTERES. : ALDAIR DOS SANTOS PEREIRA
INTERES. : BANCO BRADESCO S/A
INTERES. : BUNGE ALIMENTOS S/A
SUSTENTAÇÃO ORAL
Dr(a). ROBERTO SOLIGO, pela parte RECORRENTE: KARLOS CESAR FERNANDES
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Terceira Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, João Otávio de Noronha (Presidente) e Paulo de Tarso
Sanseverino votaram com o Sr. Ministro Relator. Impedido o Sr. Ministro Ricardo Villas Bôas
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Cueva. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.
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