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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - FORO CENTRAL DE CURITIBA
1º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CURITIBA (MATÉRIA BANCÁRIA) - PROJUDI
Av. Getúlio Vargas, 2826 - Água Verde - Curitiba/PR - CEP: 80.240-040 - Fone: (41) 3312-6001
Processo: 0001695-14.2017.8.16.0182
Classe Processual: Procedimento do Juizado Especial Cível
Assunto Principal: Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes
Valor da Causa: R$15.000,00
Polo Ativo(s): CLEVERTON DUARTE EPORMUCENA
Polo Passivo(s): BV FINANCEIRA SA CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
SENTENÇA
Vistos e examinados.
Deixo de homologar a minuta de julgamento produzida pelo juiz leigo, passando a proferir sentença
em substituição, conforme o que se segue.
Relatório
Mérito
São pontos controvertidos: a) a existência de apontamento indevido do nome do autor junto aos
órgãos de restrição ao crédito e b) a existência de danos morais desta conduta advinda.
Relata a autora ter feito a entrega do veículo RENAULT, modelo LOGAN EXPRESSION, ano
2008/2009, placas AQF-5038 em função da impossibilidade de adimplemento do contrato. Aduz que a dívida
é indevida na medida em que não teve notícias da existência da venda do veículo.
Neste sentido, observa-se que o banco réu não demonstra, em nenhuma oportunidade, ter
cientificado a autora a respeito da existência do saldo remanescente em seu desfavor, após a venda
extrajudicial do bem.
Ainda que tenha expedido a notificação extrajudicial de movimento 11.4, é de conhecimento do banco
que tal missiva não foi entregue, de acordo com o A.R encaminhado pelos correios.
Frise-se que houve apenas uma tentativa de entrega da notificação, que foi encaminhada em
23/06/2016, ao passo que a restrição data 16/06/2016 (antes da tentativa de ciência ao consumidor),
demonstrando irregularidade na conduta do banco réu.
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante
alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente
PROJUDI - Processo: 0001695-14.2017.8.16.0182 - Ref. mov. 18.1 - Assinado digitalmente por Antonio Franco Ferreira da Costa Neto
05/06/2017: JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO. Arq: Sentença
de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
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expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e
das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de
contas. (grifo)
Do referido texto, extrai-se que apenas após a realização do leilão e da comunicação ao devedor a
respeito de saldo remanescente é o valor passa a ser exigível.
O dano, no caso em análise, é o que a doutrina denomina presumido, in re ipsa, objetivo ou puro, ou
seja, que não é necessária a demonstração efetiva de suas consequências, porque a simples ocorrência do
fato é suficiente para sua caracterização.
Enunciado N.º 12.15- Dano moral - inscrição e/ou manutenção indevida: É presumida a existência de
dano moral, nos casos de inscrição e/ou manutenção em órgão de restrição ao crédito, quando indevida.
Outrossim, configurado o dano moral in re ipsa, com fundamento no art. 944, caput, do Código Civil,
mostra-se suficiente para a reparação do dano e sua prevenção - considerando-se, ainda, o valor do contrato
e a capacidade econômica da parte ré - o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), mediante a aplicação do
princípio da proporcionalidade, observando-se o caráter ressarcitório e pedagógico da medida.
Dispositivo
Diante do exposto, resolvo o mérito da demanda e julgo procedente a inicial, com fulcro no art. 487, I
do CPC, para
PROJUDI - Processo: 0001695-14.2017.8.16.0182 - Ref. mov. 18.1 - Assinado digitalmente por Antonio Franco Ferreira da Costa Neto
05/06/2017: JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO. Arq: Sentença
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a) Determinar que o banco réu exclua o apontamento negativo noticiado em movimento 1.8 dos
autos, no valor de R$ 10.202,95 (dez mil, duzentos e dois reais e noventa e cinco centavos), referente ao
contrato nº 12024000270229, com vencimento para 16/06/2016, eis que lançado antes que o autor tivesse
conhecimento a respeito do saldo remanescente.
b) condenar a BV Financeira ao pagamento de R$ 8.000,00 (oito mil reais) em favor do autor, a título
P.R.I.