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Unidade III

Unidade III
3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

As ciências se utilizam de métodos científicos para gerar conhecimento, mas o uso desses métodos
não é exclusivo das ciências.

Segundo Lakatos e Marconi (2003), não há ciência sem o emprego de métodos científicos.

A palavra método vem do grego antigo methodos, por sua vez formada pelas palavras meta (depois)
+ odos (caminho), e significa seguir um caminho. Assim, a palavra metodologia, formada pelas palavras
do grego antigo methodos + logia (estudo), significa estudo dos métodos ou estudo dos caminhos a
seguir (Μ'EΘΟΔΟΣ [MÉTODO], [s.d.]).

Em ciência, temos diversas definições para método. Vejamos algumas.

O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que,


com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo –
conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser
seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista
(LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 83).

Entende-se por método o conjunto de processos empregados na investigação


e na demonstração da verdade (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2009, p. 23).

Durante a observação da realidade, a constituição de hipóteses, as


experiências para comprovar a veracidade dessas hipóteses e a generalização
das teorias científicas, alguns procedimentos são repetidos e aperfeiçoados
nas diversas ciências, procedimentos que denominamos métodos (NETO,
2003, p. 33).

Os métodos fazem parte do nosso dia a dia, desde a forma como nos vestimos pela manhã até
o momento de dormir. Por exemplo, pela manhã, cada um de nós tem um método para se levantar.
Podemos nos levantar da cama logo ao acordar, ou nos espreguiçarmos antes de sair da cama, ou fazer
uma revisão do que temos a realizar naquele dia, ou sermos obrigados a nos levantar porque nossa mãe
nos chama sem parar. Ou seja, cada um cria seus métodos, que inclusive costumam mudar conforme se
fica mais velho.

Em ciência, precisamos todos utilizar um mesmo método, de forma que todos possam entender o
assunto estudado e replicar a pesquisa.
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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Os métodos científicos se desenvolveram através da experiência de cientistas que anotavam seus


procedimentos com o passar do tempo. Esses procedimentos foram sendo analisados, transformados e
melhorados até se tornarem padrões (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2009).

3.1 A invenção da metodologia científica

Como visto antes, o método científico foi inventado por uma série de pensadores europeus entre
1550 e 1700. No entanto, como sua origem remonta aos gregos clássicos, especialmente a Aristóteles,
foi necessário mudar a visão de mundo herdada sobre matéria e movimento para criar uma nova
(DOREN, 2013).

Tomemos como exemplo as considerações de Aristóteles sobre o estado natural das coisas.
Para ele, o estado natural das coisas sublunares, ou seja, as que estão sob a Lua, é a inércia.
Portanto, o movimento não é algo natural – é sempre violento ou é uma correção de um estado
de desequilíbrio, que tende a voltar ao estado de inércia, estado de repouso, quando o movimento
cessa (DOREN, 2013).

Vamos analisar: tudo está inerte ou à procura do repouso – como quando jogamos uma bola e ela
para de quicar e rolar, ficando em repouso até que alguém a pegue e jogue de novo. Aparentemente,
tudo faz sentido.

Essa interpretação feita por Aristóteles foi considerada válida até o século XVII, no Renascimento,
quando Galileu Galilei, ao utilizar um método baseado na experimentação, propôs que, quando se
empurra um objeto, além da força necessária para deslocá-lo, existem outras forças atuantes que se
opõem ao movimento do corpo e, por isso, ele para quando cessa a força para movimentação sobre ele.
Se não houvesse forças contrárias ao movimento, o objeto continuaria infinitamente em movimento
retilíneo e com velocidade constante após o início do deslocamento.

Essa concepção vai contra a ideia inicial de Aristóteles, mas também faz sentido, e foi com ela que
Galileu estabeleceu o conceito de inércia: a propriedade de permanecer em repouso quando em repouso
e em movimento quando em movimento (HAWKING, 2004).

Por que surgiu esse questionamento em Galileu? Um dos motivos é que não havia como explicar
movimentos violentos, como o lançamento de um projétil, a partir da ideia de Aristóteles.

Após Galileu, mas ainda no mesmo século, Newton formulou as leis básicas da Mecânica, as Leis de
Newton, que relacionam movimento e força. Como base para o enunciado da primeira lei, Newton usou
o conceito de inércia definido por Galileu. A Primeira Lei de Newton, ou Lei da Inércia, diz que os corpos
têm a tendência de permanecer em seu estado natural de repouso (Aristóteles) ou em movimento
retilíneo e uniforme (Galileu) (HAWKING, 2004).

Para chegar a essa lei, Newton também se utilizou de um método experimental, anotando todas as
suas observações, mas, acima de tudo, valeu-se do método de Descartes, aplicando modelos matemáticos
a problemas físicos (DOREN, 2013).
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O que percebemos, portanto, é que uma ideia inicial pode não ser completa, pode precisar de ajustes,
e cabe aos estudos de cientistas ou pesquisadores complementar ou refutar essas ideias. Porém, sem o
auxílio de um método, é mais difícil comprovar algo.

Assim como Galileu, Descartes e Newton, diversos outros cientistas colaboraram no desenvolvimento
da metodologia científica que, mais tarde, Einstein e outros utilizariam em seus trabalhos.

3.2 Metodologia científica e pesquisa

Os conceitos da Física são criações do espírito humano, e não, como


possam parecer, determinadas pelo mundo externo. Em nosso esforço
para compreender a realidade, a nossa posição lembra a de um homem
que procura adivinhar o mecanismo de um relógio fechado. Esse
homem vê o mostrador e os ponteiros, ouve o tique-taque, mas não
tem meios de abrir a caixa que esconde o maquinismo. Se é um homem
engenhoso, pode fazer ideia de um mecanismo responsável por tudo o
que ele observa exteriormente, mas não poderá nunca ter certeza de
que o maquinismo que ele imagina seja o único que possa explicar os
movimentos exteriores. Não poderá nunca comparar a ideia que forma
do mecanismo interno com a realidade desse mecanismo – nem sequer
pode imaginar a possibilidade ou a significação de tal comparação.
Mas realmente crê que, à medida que o seu conhecimento cresce, a sua
representação da realidade se torna mais e mais simples e explicativa de
mais e mais coisas (EINSTEIN; INFELD, 2008, p. 57).

Segundo Gil (2002), pesquisa é um procedimento racional e sistemático utilizado para


abordar os problemas que são propostos quando não há informação suficiente ou organizada
para responder a eles.

Na pesquisa, utiliza-se a metodologia científica, ou seja, os conhecimentos disponíveis,


métodos, técnicas e outros procedimentos científicos, para a apresentação satisfatória de
resultados (GIL, 2002).

Quais são os conceitos ligados à metodologia científica?

Como visto antes, são a crença, a justificação e a verdade, conceitos que podem ser apresentados de
forma prática através das questões do quadro a seguir:

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Quadro 4 – Conceitos da metodologia científica

Qual o objetivo?
Crença
Qual a ideia a testar?
Como o projeto pode demonstrar esse objetivo?
Quais os resultados previstos em termos mensuráveis?
Como o experimento será executado?
Justificação
Como o experimento testa a hipótese?
Quais as variáveis e os controles do experimento?
Como as medidas dos resultados vão provar ou refutar a hipótese?
Qual a pergunta científica a ser respondida?
Verdade
Qual a conclusão esperada?

Assim, fazer uma pesquisa significa aprender a pôr ordem nas próprias ideias (GOLDENBERG, 2004).
Lakatos e Marconi (2003) apresentam o seguinte fluxograma da sequência utilizada na metodologia
científica:

Problema

Explicação
Sem explicação

Colocação precisa
do problema

Procura de
conhecimento

Tentativa de solução

Solução Solução
satisfatória insatisfatória

Procura por novas ideias


ou levantamento de novos dados

Prova

Satisfatória Não satisfatória

Figura 6 – Fluxograma da metodologia científica

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Antes de tudo, portanto, precisamos determinar o tipo de pesquisa a ser realizado. A pesquisa pode
ser de três tipos:

• segundo os objetivos;

• segundo os procedimentos de coleta de dados;

• segundo as fontes de informação para coleta de dados.

No quadro a seguir, podemos ter uma visão dos tipos de pesquisa, suas subdivisões, objetivos e
formas de obtenção de informações.

Quadro 5 – Tipos de pesquisa

Tipo Subdivisão Objetivo Forma


Prospecção de materiais que Levantamento bibliográfico,
Exploratória levam a maior entendimento do entrevistas com profissionais da área
problema
Objetivos

Levantamento das características Recolhimento de informações,


Descritiva conhecidas do problema observação do problema
Desenvolvimento de teoria sobre o Verificação dos fatores que levam ao
Explicativa problema problema
Reprodução do fato ou fenômeno Seleção de variáveis e controles e
Experimento
Procedimentos de coleta de dados

de forma controlada análise dos resultados obtidos


Observação direta do fato ou Formulários, questionários, entrevistas
Levantamento fenômeno e posterior tabulação e análise
Seleção de um objeto de pesquisa
Estudo de caso Observação individual e análise
restrito
Livros, periódicos, relatórios de
Compilação de informações a
Documental simpósios/seminários, anais de
partir de fontes já publicadas congressos
Pesquisa

Relatórios de empresas, documentos


Compilação de informações a arquivados em repartições públicas,
Bibliográfica partir de fontes não publicadas fotografias, correspondências
particulares ou comerciais
Realizada no local onde ocorre o Observação direta, levantamento
para coleta de dados
Fonte de informação

Pesquisa de campo fato/fenômeno de dados, estudo de caso


Reprodução artificial e controlada Observação, levantamento de dados,
Laboratório do fato/fenômeno compilação
Livros, periódicos, relatórios de
Compilação de informações a
Bibliografia simpósios/seminários, anais de
partir de fontes já publicadas congressos

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Quanto ao texto ou formato da apresentação da pesquisa, ele pode ser dividido em:

Quadro 6 – Formato de apresentação da pesquisa

Pesquisa Formato de apresentação


Resenha Análise crítica
Relatório Descrição do que foi observado
Organização e apresentação analítica e avaliativa de dados
Monografia levantados
Relatório ou monografia apresentada para obtenção do grau de
Dissertação mestre
Relatório ou monografia apresentada para obtenção do grau de
Tese doutor
Pequeno texto que apresenta uma obra, podendo conter opiniões
Sinopse sobre ela
Texto que apresenta as ideias essenciais de uma obra
Resumo mantendo‑se fiel a ela
Artigo científico Publicação dos resultados de um estudo
Publicação dos resultados de um estudo de campo ou de
Artigo-relatório laboratório
Paper/comunicação científica Texto sobre ideias apresentadas em congressos, palestras etc.
Comunicação de resultados parciais de uma pesquisa em
Informe científico andamento ou resultados finais de um estágio da pesquisa
Ensaio científico Desenvolvimento de uma visão pessoal a respeito de um assunto

Saiba mais

Neste texto, você pode aprender mais sobre metodologia científica:

O MÉTODO científico. Proficiência, [s.d.]. Disponível em: <http://www.


proficiencia.org.br/article.php3?id_article=487>. Acesso em: 9 mar. 2017.

3.3 Método e técnica

Se procurarmos no dicionário o significado das palavras método e técnica, vamos encontrar:

Método: “processo racional para chegar a determinado fim; maneira de proceder; processo racional
para chegar ao conhecimento ou demonstração da verdade” (MÉTODO, 2013).

Técnica: “parte material de uma arte; conjunto dos processos de uma arte; prática” (TÉCNICA, 2013).

Assim, podemos concluir que, na metodologia científica, método é o processo racional de


demonstração da pesquisa, e técnica é o conjunto de procedimentos utilizados para essa demonstração.

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3.4 Métodos

Métodos não são modelos, fórmulas ou receitas, mas sim um conjunto ordenado de procedimentos
comprovadamente eficientes que auxiliam a inteligência e a capacidade de reflexão do pesquisador
(CERVO; BERVIAN; SILVA, 2009).

Os métodos utilizados na pesquisa científica são o racional e o experimental. O método a ser


usado dependerá do objeto da pesquisa, ou seja, do que está sendo estudado (CERVO; BERVIAN;
SILVA, 2009).

Observação

O empirismo, ao contrário do racionalismo, enfatiza o papel da


experiência sensível no processo do conhecimento.

Tomemos como exemplo a Física teórica, que questiona a própria realidade. O método usado é o
racional, partindo da observação da realidade questionada e seguindo com a dedução ou a indução.
Assim, as técnicas empregadas por esse método são a observação, a análise, a comparação, a síntese, a
dedução, a indução, a hipótese e a teoria. O método experimental da Física prática, por sua vez, utiliza‑se
das mesmas técnicas, mas para testar ou comprovar uma hipótese, que pode ter sido levantada pela
Física teórica.

Saiba mais

Para aprender mais sobre forma racional e experimental de pesquisa,


consulte o livro:

ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à


Filosofia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1993.

3.5 Técnicas

Cada ciência utiliza técnicas específicas de pesquisa. No entanto, algumas técnicas são comuns a
todas as ciências, sendo preciso realizar adaptações quando são necessárias técnicas especializadas.

Segundo Cervo, Bervian e Silva (2009), essas técnicas têm os seguintes propósitos:

• formular questões, levantar problemas, levantar hipóteses;

• efetuar observações e medidas;

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

• registrar detalhadamente os dados observados;

• responder perguntas ou comprovar hipóteses através dos dados observados;

• elaborar ou rever ideias, explicações, conclusões que estejam em desacordo com o observado;

• generalizar as conclusões obtidas;

• realizar previsões.

As técnicas comuns a todo tipo de pesquisa – a observação, a descrição, a comparação, a análise e a


síntese – são apresentadas a seguir.

3.5.1 Técnica de observação

Trata-se da aplicação atenta dos sentidos físicos para a obtenção de conhecimento claro e preciso
sobre o objeto da pesquisa.

Deve ser, acima de tudo, exata, completa, sucessiva e metódica.

A observação é algo que fazemos o tempo todo, mas é uma observação ao acaso, ao contrário da
observação científica, que é orientada para a explicação dos fatos.

Muitas vezes, o uso dos nossos sentidos não é o suficiente, e passa a ser necessário utilizar instrumentos
que tornam a observação precisa e objetiva, ao mesmo tempo que permitem a quantificação do que
está sendo observado.

A observação científica não é uma simples observação de fatos. É preciso saber selecionar os dados
mais relevantes, utilizar um critério que auxilie na solução do problema, bem como olhar além dos fatos
utilizando o conhecimento adquirido.

Por exemplo, em 1643, quando se limpavam os poços de água de Florença, verificou-se que
a água não subia a mais de 10,33 metros. Torricelli, ao ser chamado, explicou que se tratava da
existência da pressão atmosférica. Esse fato, a pressão atmosférica, não era algo óbvio para as
pessoas que observavam perplexas o fenômeno. Assim, Torricelli teve que criar um nome para o
fenômeno e explicá-lo.

A observação emprega medidas numéricas para tudo o que for quantitativo e, nesse caso, deve
utilizar a técnica estatística para melhor visualizar os resultados.

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As formas de observação podem ser divididas conforme este quadro:

Quadro 7 – Técnicas de observação

Forma de observação Características


Assistemática Espontânea, informal, sem emprego de técnica ou instrumento
Planejada e controlada, com emprego de instrumentos técnicos,
Sistemática mecânicos e eletrônicos
Não participante Quando o pesquisador não se envolve com o objeto da observação
Participante Quando o pesquisador passa a fazer parte do objeto da observação
Individual Somente o próprio pesquisador realiza a observação
Quando a pesquisa é realizada de forma simultânea e com o mesmo
Em equipe propósito por várias pessoas, inclusive em locais e tempos distintos
Recriação artificial do objeto da pesquisa para a descoberta de seus
Laboratorial mecanismos internos de funcionamento
Computacional Simulação numérica de um problema de difícil reprodução material ou física

3.5.2 Técnica de descrição

Tem a finalidade de permitir ao leitor a compreensão do que foi observado e de cada um dos passos
da pesquisa, de forma que ela possa ser replicada (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2009).

Por exemplo, uma descrição verbal do efeito de gravidade seria: solte uma bola e ela cairá.

Esse é um fato bastante evidente, mas vago. A descrição exige mais informações, como:

• Com que velocidade a bola cai?

• Cai em velocidade constante ou acelerada?

• Uma bola mais pesada cairia mais depressa?

• Quando chega ao chão, ela para?

• Quanto tempo ela demora para chegar ao chão?

• Qual a distância que ela percorre?

Assim, na utilização dessa técnica, é necessário fazer o maior número de indagações possível, observar
e anotar tudo. Se houver condições, filmar ou fotografar, para poder recorrer a novas observações,
perguntas e dados.

As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno, ou então o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 2002).

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Um dos aspectos mais significativos dessa técnica é a utilização de procedimentos padronizados de


coleta de dados, como o questionário e a observação sistemática, especialmente nas pesquisas que têm
por objetivo estudar as características de um grupo.

3.5.3 Técnica de comparação

Visa a separar as semelhanças e destacar as diferenças sempre que houver dois ou mais termos com
as mesmas propriedades gerais ou características particulares (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2009).

Essa técnica exige a utilização de uma técnica complementar: análise e síntese.

3.5.4 Técnica de análise e síntese

Essa técnica é baseada em dois procedimentos inseparáveis: a análise e a síntese (CERVO; BERVIAN;
SILVA, 2009).

A análise é uma operação mental, quando o método é racional, ou física, quando o método é
experimental. Consiste na decomposição de um todo em tantas partes quantas forem possíveis, de
forma a dividir as dificuldades para que possam ser mais bem compreendidas.

A síntese é o contrário da análise e consiste na reunião de todas as partes para a obtenção de um


todo, a fim de enxergar o conjunto, e não apenas as partes.

3.5.5 Técnica de análise estatística

Deve ser usada em todas as pesquisas quantitativas, uma vez que trabalham com grandes quantidades
de informação.

A estatística tem a função de auxiliar na visualização dos resultados e deve ser utilizada com cautela
para evitar conclusões falsas.

“A estatística é a arte de torturar os números até que eles confessem. E eles sempre confessam”, diz
Abraham Laredo Sicsú, do Departamento de Informática e Métodos Quantitativos da Fundação Getulio
Vargas (apud VIEIRA, 2011).

Deve-se recorrer à estatística no planejamento da obtenção de dados, de forma a possibilitar uma


análise adequada através do agrupamento dos dados.

A técnica consiste em:

• definição das categorias dos dados a serem coletados;

• definição das variáveis;

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• experimento;

• observação e obtenção de dados;

• comparação, análise e síntese.

Observação

Nunca utilizar a estatística apenas como forma de complementar a


pesquisa com quadros, gráficos e dados.

3.5.6 Técnica de experimento

Conjunto de processos utilizados para verificar a hipótese.

A experimentação se baseia no seguinte princípio: nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas


produzem os mesmos efeitos (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2009).

A experimentação, conforme Bacon (apud CERVO; BERVIAN; SILVA, 2009), deve seguir algumas
regras apresentadas no quadro a seguir:

Quadro 8 – Regras da experimentação

Regra Função
Aumentar aos poucos e o mais possível a intensidade da causa para
Alargar verificar se a intensidade do efeito aumenta na mesma proporção
Variar Aplicar a mesma causa a objetos de estudo diferentes
Aplicar a causa contrária à causa suposta para verificar se é produzido
Inverter
um efeito contrário
Recorrer Verificar casos de experiências anteriores

3.5.7 Técnica de coleta de dados

Trata-se das formas de se obter dados para análise, especialmente quando não há registros ou fontes
documentais sobre o assunto.

Para efetuar a coleta de dados, é necessário:

• identificar as variáveis e os controles;

• agrupar as variáveis e controles em categorias.

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As formas de coleta de dados mais utilizadas são:

Quadro 9 – Formas de coleta de dados mais utilizadas

Forma Apresentação Vantagens Desvantagens


Não é possível obter valores
Conversa orientada a um Possibilita a observação de
Entrevista exatos, pois depende da
objetivo definido comportamentos e atitudes memória do entrevistado
Permite uma resposta mais rápida, Necessita de instruções
Formulário com questões o recebimento de informações detalhadas e específicas,
Questionário a serem respondidas de grandes e variados grupos, que podem não ser seguidas
pelos participantes e o anonimato, deixando os adequadamente
questionados mais à vontade
Formulário com questões Possibilita questionamentos mais Demanda tempo do
Formulário a ser preenchido pelo complexos e permite uniformidade
pesquisador na interpretação dos dados pesquisador

Observação

Para obter sucesso na aplicação dos instrumentos de coleta de dados


é importante fazer um pré-teste, ou seja, testar uma pequena parte da
população ou da amostra antes da aplicação definitiva. Dessa forma,
evitam-se resultados falsos. Caso seja observada alguma falha, é feita uma
reformulação, garantindo o êxito da coleta de dados.

Saiba mais

Para obter mais conhecimentos sobre as técnicas de pesquisa,


sugiro a leitura do livro Como elaborar projetos de pesquisa, de
Antônio Carlos Gil, que oferece uma visão bem abrangente sob uma
perspectiva prática:

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

Sugiro ainda que assista ao filme:

O ÓLEO de Lorenzo. Dir. George Miller. Estados Unidos: Universal


Pictures; Kennedy Miller, 1992. 129 minutos.

Nesse filme, conta-se a história de um casal que começa a estudar e a


pesquisar sozinho a doença do filho, na esperança de descobrir algo que
possa deter o avanço dela.

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Unidade III

Resumo

O método científico foi inventado por uma série de pensadores europeus


entre 1550 e 1700.

Os métodos científicos se desenvolveram através da experiência de cientistas


que anotavam seus procedimentos com o passar do tempo. Esses procedimentos
foram sendo analisados, transformados e melhorados até se tornarem padrões.

Pesquisa é um procedimento racional e sistemático utilizado para


abordar os problemas que são propostos quando não há informação
suficiente ou organizada para responder a eles.

Na pesquisa, utiliza-se a metodologia científica, ou seja, os


conhecimentos disponíveis, métodos, técnicas e outros procedimentos
científicos, para a apresentação satisfatória de resultados.

Os métodos utilizados na pesquisa científica são o racional e o


experimental. O método a ser usado dependerá do objeto da pesquisa, ou
seja, do que está sendo estudado.

Cada ciência utiliza técnicas específicas de pesquisa. No entanto,


algumas técnicas são comuns a todas as ciências, sendo preciso realizar
adaptações quando são necessárias técnicas especializadas.

As técnicas têm os seguintes propósitos:

• formular questões, levantar problemas, levantar hipóteses;


• efetuar observações e medidas;
• registrar detalhadamente os dados observados;
• responder perguntas ou comprovar hipóteses através dos dados observados;
• elaborar ou rever ideias, explicações, conclusões que estejam em
desacordo com o observado;
• generalizar as conclusões obtidas;
• realizar previsões.

As técnicas comuns a todo tipo de pesquisa são a observação, a


descrição, a comparação, a análise e a síntese.

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