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Clínica Médica
Terceiro Módulo
Prof. Sandro
O tumor in situ é aquele que está contido ainda pela membrana basal do tecido em
que teve origem.
A presença de invasão dessa membrana basal já caracteriza esse tumor como
“invasivo”.
Diogo Araujo – Med 92
Outra capacidade tumoral importante é a de formar novos vasos e invadir esses vasos.
A metástase à distância depende da capacidade do tumor de se adaptar ao novo
tecido. Se não tiver essa capacidade, a célula entra em apoptose e não consegue
completar o processo.
A disseminação pode ser linfática, sanguínea e intracavitária.
Há situações em que é impossível estadiar a doença. Exemplos:
o Quando não se encontra o tumor primário da doença (primário desconhecido);
o Sem informação para estadiar;
o Diagnóstico perimortem.
Pancreatites
Prof. Cíntia
PANCREATITE AGUDA
mês de gestação. Assim, o suco pancreático passa a ser drenado por dois
ductos (um que se abre na papila maior e outro na papila menor do duodeno).
Contudo, essa drenagem é falha, sendo que parte do suco fica retida dentro
do pâncreas e pode levar à PA.
o A lama biliar (bile bem grossa, espessa) é uma bile litogênica que acaba
funcionando como uma “rolha” dentro da via biliar. Assim, pode causar
pancreatite também e pode preceder o aparecimento de cálculos na vesícula
ou nas vias biliares. Essa lama biliar é rica em cristais de colesterol, cálcio e
bilirrubinato. É causada por estase biliar, jejum prolongado, nutrição
parenteral ou por algum outro processo obstrutivo da via.
São outras causas de PA:
o Álcool, drogas e toxinas
o Metabólica
o Infecciosas
o Vascular
o Traumática
o Pós-CPRE
o Outras
O pâncreas é retroperitoneal e o seu ducto principal é o de Wirsung.
O álcool é a segunda causa de PA e a primeira de PC. Há diferenças entre os dois
quadros no que diz respeito ao álcool:
o Na PA por álcool, o paciente ingeriu uma grande quantidade de álcool
agudamente. Nesse caso, ainda não há o comprometimento arquitetural do
tecido pancreático (há mais edema do órgão e liberação de enzimas);
o Na PC, o paciente ingeriu álcool cronicamente. Há comprometimento da
estrutura do tecido, com formação de rolhas em seus ductos. Esse paciente
apresenta episódios de reagudização da doença.
Não se sabe o porquê de o álcool levar à pancreatite. Acredita-se que ele promova:
o Estímulo à liberação de colecistoquinina (que é um hormônio estimulador do
pâncreas exógeno);
o Ativação do tripsinogênio em tripsina dentro do pâncreas (ductos
pancreáticos); geralmente, ela só é ativada na luz intestinal;
o Alteração no metabolismo lipídico (que leva à formação de mais rolhas de
colesterol dentro do pâncreas);
o Indução do estresse oxidativo (o óxido nítrico é lesivo ao pâncreas);
o Ativação das células estreladas (que são os macrófagos dentro do pâncreas).
O ultrassom de abdome não é bom para ver o pâncreas porque se trata de um órgão
retroperitoneal.
Logo, os exames de imagem ideais para ver o pâncreas são a TC ou a RMN de abdome
com contraste, de preferência dentro de 24 a 48 horas. Elas serão capazes de sugerir
fatores de gravidade.
Mortalidade:
1-2 critérios: 0,9%
3-4 critérios: 16%
5-6 critérios: 40%
>6 critérios: 100%
o APACHE II: usado em UTI para paciente com choque séptico. É muito difícil
decorar os critérios. Não precisa.
o Hidratação venosa
Vigorosa. Repor de 2 a 3 litros de soro por dia (soro fisiológico ou
Ringer Lactato).
o Analgesia
Com meperidina ou tramadol.
A morfina tem uma contraindicação relativa nesses casos porque ela
pode causar contração do esfíncter de Oddi (piorando a obstrução da
via biliar) ou estimular a liberação de secreção pancreática por via
vagal (o que não está de acordo com a intenção de deixar esse
pâncreas “em repouso”).
o Outros medicamentos
Inibidor da bomba de prótons (não é obrigatório, mas ajuda na
prevenção da úlcera de estresse).
Somatostatina (tem efeito de diminuição da pressão intraductal do
pâncreas; mas não se administra sempre, porque não se sabe se ele
realmente muda o prognóstico do paciente).
o Antibiótico
Somente para pancreatite com necrose infectada (para isso, usa-se
imipenem ou ciprofloxacino + metronidazol).
PANCREATITE CRÔNICA
Os pseudocistos são as complicações mais frequentes da PC. Eles são formados através
da secreção de suco pancreático para dentro da cavidade abdominal, com retenção
desse líquido pelas estruturas abdominais. Assim, com o tempo, forma-se uma cápsula
inflamatória ao redor da contensão desse líquido. Se o cisto for menor que 5cm, faz-se
somente o acompanhamento. Se for maior que 5cm, há que se fazer intervenção:
tratamento endoscópico ou cirúrgico.
Observação: Os cistos do pâncreas são aqueles que têm cápsula e estão dentro do
pâncreas. Geralmente, são pequenos e raramente se infectam ou complicam.
Os derrames cavitários (derrame pleural, abdominal e pericárdico) acontecem por
ruptura do pseudocisto ou do próprio ducto pancreático.
Pode acontecer também do tecido pancreático necrosado sofrer infecção.
Abscessos, fístulas (entre o pseudocisto e uma víscera oca) e hemorragia digestiva alta
também são complicações possíveis.
Síndrome nefrótica
Prof. Pedro
A síndrome nefrótica (SN) tem uma história da doença de característica mais crônica
do que a síndrome nefrítica (que, geralmente, é aguda).
Mas... como ela acontece?
A barreira de filtração glomerular é responsável por conter a perda de proteínas na
urina. Essa barreira é constituída pelo capilar presente no glomérulo, pela membrana
basal e pelos podócitos do folheto visceral da cápsula de Bowman.
Essa barreira tem carga elétrica negativa.
A albumina, principal proteína sérica, também é negativa. Logo, a barreira repele a
proteína e a impede de cair no filtrado.
Logo, a filtração proteica glomerular tem dois elementos principais:
o A barreira de filtração glomerular em si (com podócitos, membrana basal e
endotélio);
Diogo Araujo – Med 92
o IRA (pré-renal ou renal; ou seja, pode haver IRA porque há pouco líquido
dentro dos vasos [em virtude do edema] ou porque a própria lesão dos
glomérulos reduz brutalmente a filtração glomerular);
Pelo fato do colesterol estar elevado, esses pacientes com SN têm maior chance de
IAM e AVC.
Colagenoses
Prof. Kozak
No início da história de uma colagenose, alguns pacientes passam por uma fase
chamada de Doença Indeterminada do Tecido Conjuntivo (DITC). Geralmente, esses
pacientes apresentam sinais e sintomas que não são específicos de uma colagenose,
mas comuns a grande parte delas. São pessoas que tem fator antinuclear (FAN)
presente, fenômeno de Raynaud e artropatias, por exemplo. Alguns pacientes
apresentam DITC para sempre, sem evoluir para uma colagenose específica. Mas a
maioria deles evolui para uma das colagenoses stricto sensu.
As alterações radiográficas costumam ser tardias (após anos de doença não tratada ou
não responsiva ao tratamento).
A RMN pode ser utilizada como exame para detecção precoce da doença,
principalmente se o paciente não tiver uma clínica muito exuberante. Ela é capaz de
mostrar alterações muito sutis das articulações, sendo um excelente exame.
Como foi dito, em alguns pacientes, a AR pode se manifestar além das articulações.
São as manifestações extra-articulares da doença:
Diogo Araujo – Med 92
LÚPUS
Inicialmente, o lúpus foi descrito como uma doença de pele, mas, posteriormente,
descobriu-se que acometia vários outros órgãos.
Trata-se de uma doença autoimune em que há formação maciça de anticorpos contra
a estrutura nuclear das células. No entanto, o principal mecanismo fisiopatológico não
é o ataque direto dos anticorpos contra os tecidos, mas a sua deposição em forma de
imunocomplexos e o desencadeamento de reações inflamatórias. Contudo, há certos
tecidos que sofrem pela ação direta do autoanticorpo formado (como as hemácias,
por exemplo).
No lúpus, todos os tecidos do organismo estão susceptíveis a lesões.
Existem duas formas da doença: o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e o lúpus
eritematoso cutâneo (LEC).
O LEC acomete somente a pele. Já o LES pode acometer qualquer tecido do organismo
(inclusive a pele também).
5% dos pacientes com LEC evoluem para LES.
As lesões de pele estão presentes no LEC e no LES. Elas podem ser lesões específicas
do lúpus ou inespecíficas (ou seja, que estão presentes no lúpus e em outras doenças
também).
Mas por que as lesões cutâneas são tão presentes nos pacientes lúpicos?
o As lesões cutâneas acontecem no lúpus porque a pele apresenta alta taxa de
renovação dos queratinócitos, que diariamente entram em apoptose e
ascendem nas camadas da pele. Quando eles entram em apoptose, há grande
atração de autoanticorpos produzidos na doença. Logo, as camadas da pele
(principalmente a camada basal) sofrem grande ataque, com deposição de
grande quantidade de anticorpos nesse local e formação de lesões cutâneas.
O UV aumenta a apoptose e as lesões cutâneas no lúpus. Logo, é recomendação geral
para o paciente lúpico que não se exponha ao sol.
Diogo Araujo – Med 92
o Lúpus agudo
Erupção malar: comumente chamado de “eritema malar”, consiste, na
realidade, não só em eritema, mas em pápulas, descamação, necrose
e crostas em dorso de nariz e região malar. Tende a poupar os sulcos
nasogenianos.
Erupções em regiões expostas à radiação UV (que não sejam malares).
Úlceras orais: rasas, geralmente em palato duro e indolores.
o Lúpus subagudo
A lesão subaguda consiste em placas eritematosas arredondadas e de
centro atrófico. Apresenta aspecto policíclico e confluente e está
presente mesmo em áreas não fotoexpostas.
Em se tratando de serosites, os pacientes com lúpus podem ter todas elas, em especial
a pleurite.
o Os pacientes com LES podem ter derrame pleural. No entanto, em
contraposição ao que acontece na AR, o exsudato apresenta glicose em níveis
normais.
o Os lúpicos podem ter também pericardite e peritonite lúpica.
O sistema nervoso central e o periférico também podem ser acometidos. Com isso, o
paciente pode apresentar convulsões, síndrome mental (com psicose e delirium), AVC,
cefaleia e mielite transversa.
Etapas da carcinogênese
Prof. Sandro
A visão mais simples sobre o câncer é a de que ele é fruto de células que se
multiplicam sem controle.
Atualmente, acredita-se que o tumor não seja somente a proliferação de tecido
mutado. Hoje em dia, já se sabe que ele possui relações íntimas com os outros tecidos
corporais para conseguir sobreviver dentro do organismo.
As etapas da carcinogênese são momentos necessários para que o tumor exista. São
elas:
1. Autonomia do crescimento
As células adquirem a capacidade de crescerem independentemente
de outros fatores externos (do microambiente). Logo, ela é autônoma
quanto ao seu crescimento. Isso porque ela é capaz de produzir
fatores solúveis de crescimento, remover os fatores de crescimento do
meio e sofrer influência de cascatas internas de crescimento.
Essa independência provém de mutações gênicas com: aumento da
expressão de receptores dos fatores de crescimento, produção de
maneira autócrina dos fatores de crescimento necessários para a sua
proliferação, formação de um microambiente tumoral com fatores de
crescimento, mutações em receptores para fator de crescimento de
maneira que o estímulo dessa via ocorra mesmo sem a presença do
ligante no receptor (autoativação), mutações em receptores nucleares
podem garantir status de proliferação continuada independentemente
da presença do fator de proliferação no meio.
2. Crescimento independente
A célula se torna independente de fatores que estimulam ou inibem o
crescimento (proliferação) celular.
Os principais sinais inibitórios são:
Fatores solúveis
Dispersos na matriz extracelular
Adesão célula-célula
A célula tumoral perde a capacidade de diferenciação terminal e,
muitas vezes, não entra em fase de quiescência.
O que regula o ciclo celular são as ciclinas, que, uma vez ativadas pelas
cininas, são capazes de estimular o ciclo proliferativo.
Colagenoses II
Prof. Kozak
LÚPUS [continuação]
Por que existe uma relação entre a gravidez e o surgimento de lúpus nas mulheres
gestantes?
o Visto que o organismo materno tem de acolher um novo ser em seu interior
(com uma carga genética diferente da mãe), a gravidez por si só conta com um
processo de mudança imune. Nele, a resposta imune tende a ser
prioritariamente Th2. Além disso, há redução da imunidade celular e aumento
da imunidade humoral. Pensando nesse último aspecto, pode-se perceber o
porquê da formação de grande quantidade de anticorpos, por vezes contra
estruturas do próprio. Logo, o lúpus (que é uma doença basicamente humoral)
pode surgir ou tende a se agravar durante a gravidez. Já outras doenças (que
dependem mais da imunidade celular) tendem a apresentar melhora.
Só se recomenda que uma mulher lúpica engravide quando a doença tem caráter leve
e está sob controle há pelo menos 6 meses.
MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS
Essa doença não tem uma fisiopatologia clara. Mas o fato é que, nela, os fibroblastos
produzem colágeno em excesso, o que resulta em uma derme muito espessa e cheia
de colágeno. Os pelos caem e o pigmento cutâneo muda (porque também há
inflamação das camadas superficiais).
Diogo Araujo – Med 92
A doença, então, começa com uma fase inflamatória (eritema difuso), que evolui para
esclerose da pele (mais espessa, dura).
No entanto, o maior problema da doença não é resultante da hiperprodução de
colágeno. O maior problema é vascular: o endotélio se modifica e fica mais susceptível
à ação de fatores constrictores (como a endotelina). Então, o vaso se remodela
(hipertrofia das camadas íntima e média), o que resulta em obstrução da luz dos vasos.
Assim, o sangue não circula adequadamente nas regiões irrigadas. O resultado é a
formação de úlceras e infartos cutâneos dolorosos. Pode haver até mesmo absorção
das polpas digitais, com isquemia acral.
o Cardiomiopatia isquêmica
o Hipertensão arterial pulmonar
o Fibrose de esôfago (porque o músculo liso desse órgão vai sendo substituído
por colágeno, resultando em disfagia e refluxo)
o Crise renal esclerodérmica (em que há fechamento dos vasos renais). O
paciente apresenta anúria, insuficiência renal e hipertensão maligna. Contudo,
trata-se de uma condição altamente sensível a iECA.
Essa colagenose é assim chamada porque o paciente não consegue se encaixar nas
demais colagenoses. Nada é bem delimitado. Contudo, há duas características:
o São pacientes que carregam o edema difuso de mãos por muito tempo;
o Possuem muito fenômeno de Raynaud (não tanto quanto os pacientes com
ES).
Câncer de pulmão
CARCINOMA EPIDERMÓIDE
ADENOCARCINOMA
BRONQUIOLOALVEOLAR
Ele pode ter várias apresentações: ser mais localizado, em múltiplos nódulos ou com
padrão pneumônico (e que, muitas vezes, é realmente confundido com pneumonia
aos exames de imagem).
Produz tosse com expectoração mucoide profusa.
Diogo Araujo – Med 92
Prof. Kozak
SÍNDROME DE SJÖGREN
A xerostomia (sensação de boca seca) pode acometer até 30% da população adulta.
Em geral, pode ser acompanhada de:
o Disfagia
o Halitose
o Estomatite
o Lábios fissurados
o Fissura lingual
o Cárie
São causas de xerostomia:
o Estresse
o Fármacos
Como antipsicóticos, antidepressivos, diuréticos, etc.
o Desidratação
o Doenças sistêmicas
Sjögren, esclerose sistêmica, amioloidose, VIH, sarcoidose, etc.
o Idiopáticos
A partir deste ponto, entraremos nas vasculites. A doença de Behçet é uma vasculite, mas
será discutida separadamente por ter muito conteúdo e acometer vasos de qualquer calibre.
DOENÇA DE BEHÇET
“A doença de Behçet é entendida como uma vasculite sistêmica que envolve vasos de
qualquer calibre. Ainda que algumas manifestações sejam características, como a
aftose bipolar, não existem alterações laboratoriais ou histopatológicas definitivas da
doença, sendo o diagnóstico dependente de uma avaliação clínica criteriosa. A doença
de Behçet é potencialmente grave, especificamente quando da verificação de uveíte,
envolvimento do sistema nervoso central ou de comprometimento inflamatório de
grandes vasos, como aortite. O diagnóstico precoce e a instituição de tratamento
adequado são determinantes do prognóstico.” Fonte:
http://www.scielo.br/pdf/rbr/v45n2/v45n2a07.pdf
Tem como manifestação mais importante a afta: 100% dos indivíduos com Behçet têm
aftas com frequência e em grande quantidade. São, no mínimo, 3 episódios por ano.
Ela pode acometer áreas incomuns (como lábios).
Podem ser aftas grandes, que levam mais de 1 mês para cicatrizar.
Há um espectro de outras manifestações que acompanham as aftas. São elas:
o Aftas genitais (em áreas periqueratinizadas ou na mucosa genital) presentes
em metade dos pacientes;
o Artrite (geralmente monoartrite intermitente) presente em metade dos
pacientes;
o Envolvimento cutâneo: eritema nodoso (nódulos eritematosos) e
pseudofoliculite;
Diogo Araujo – Med 92
o Acometimento ocular por uveíte (que pode acometer desde a íris e o músculo
ciliar até a retina e a coróide). Dizemos que há dois tipos de uveíte:
Uveíte anterior: há acometimento da íris e do músculo ciliar. Pode
haver pus na câmara anterior do olho. Responde bem ao tratamento
com corticoide e tem bom prognóstico.
Uveíte posterior (ou coriorretinite): o acometimento da retina pode
causar cegueira. O tratamento tem de ser muito intenso.
A doença de Behçet é bem mais comum em alguns grupos étnicos: é muito raro em
africanos e muito comum em turcos e japoneses, por exemplo.
No Brasil, é uma doença rara. Mas, no Japão, é a principal causa de cegueira.
O diagnóstico da doença de Behçet não conta com nenhum outro exame
complementar: é puramente clínico.
O tratamento é feito nas fases inflamatórias da doença e de acordo com os sintomas.
Se a doença acometer os olhos, o tratamento deve ser intenso e com uso de
corticoides.
(OUTRAS) VASCULITES
o Poliarterite nodosa
Mais comum em homens.
30% dos pacientes têm hepatite B.
É pleomórfica, com possibilidade de acometimento de vários órgãos:
Rim (70%): insuficiência renal, hipertensão
Articular (64%)
Pele
Sistema nervoso periférico
Testículos
Nervos (pelo acometimendo dos vasa nervorum)
o Poliangeíte microscópica
É muito similar à granulomatose com poliangeíte (Wegener).
Acomete rim e pulmão, mas não leva a quadro de sinusite.
[Parênteses]
Prof. Cíntia
Lesivo à mucosa
Aumenta a permeabilidade sanguínea
o Dieta
Carboidratos e dieta pobre em frutas
o Infecção
Parecem ser fatores desencadeantes da doença, uma vez que eles
estimulam o sistema imune e provocam uma reação imunológica que
não cessa mais.
Vírus do sarampo (parece estar mais relacionado com a DC)
E. coli, Listeria monocytogenes, Mycobacterium
paratuberculosis
o Amamentação
A criança amamentada parece ter maior proteção pela presença do
IgA materno no leite. Assim, ela tem menos infecções na primeira
infância, o que reduz o risco de DII.
Essas DII estão relacionadas com sintomas que são extra-gastrointestinais. São
exemplos:
o Colangite esclerosante primária está muito associada com a RCU.
o Espondilite anquilosante
o Artrite
o Patologia ocular
o Doenças cutâneas
Existem estudos que mostram que os pacientes com DII poderiam se beneficiar pelo
uso de probióticos (bactérias não patogênicas que, quando ingeridas, reduzem a
proliferação de bactérias mais agressivas e patogênicas) e prebióticos (substâncias que
promovem o crescimento e a atividade de bactérias não-patogênicas; são carboidratos
de baixo peso molecular [como inulina e lactulose]). Contudo, ainda não há evidência
de que esses pacientes teriam benefício real com esse tipo de terapêutica.
A DII pode ser classificada segundo a sua atividade em doença leve, moderada ou
grave, tomando como base critérios clínicos e laboratoriais. Em algumas classificações,
são consideradas também as condições da mucosa intestinal através do uso de
colonoscopia.
Observação: na DC, a lesão do tubo digestório pode acometer todas as suas camadas,
sendo dita transmural. Com isso, às vezes, essa lesão consegue ser palpada pela
formação de uma massa abdominal. Logo, dizemos que há uma tumoração abdominal.
o Suores noturnos
o Retardo de crescimento
o Amenorreia primária
Exames endoscópicos:
o Colonoscopia (para ambos)
o EDA (DC)
o Enteroscopia (DC)
As complicações da DC são:
o Lesões perianais
o Abscessos intra-abdominais
o Fístulas internas
o Megacólon tóxico
o Estenose
o Neoplasia de delgado
Para a RCU:
o Inicia-se o tratamento com a mesalazina durante a fase aguda da doença,
mantendo-a para o resto da vida do paciente e sem reduzir a dose.
Ela também pode ser usada nas formas de supositório ou enema (no
caso dos pacientes com retite grave).
o Quando o quadro é grave, associa-se a mesalazina com corticoide.
o Se não houver melhora, usa-se um imunomodulador (azatioprina ou 6-
mercaptopurina). Após 4 meses, se o paciente estiver melhor, pode-se fazer o
desmame do corticoide e manter somente a mesalazina e a azatioprina.
o Na RCU, não é preconizada a terapia com fármacos biológicos (como o anti-
TNF).
Na DC, não se usa mais a mesalazina. Então, a imunossupressão é feita logo após o
diagnóstico.
o Ao diagnóstico, já se introduz o corticoide (prednisona ou hidrocortisona nas
formas moderadas a graves). Além disso, administra-se antibiótico e
imunossupressor também (azatioprina, por exemplo).
o Se o paciente tiver uma DC refratária ou tiver fístulas, associa-se também a
terapia biológica (o anticorpo contra o fator de necrose tumoral - anti-TNF).
Depois que o paciente melhora, retira-se o corticoide e o paciente passa a
tomar somente a azatioprina e o anti-TNF. O anti-TNF, uma vez iniciado, deve
ser usado para o resto da vida do paciente.