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(b)
(a)
Figura 1 – Cilindro de simples ação com retorno por mola: (a) esquema, (b) símbolo.
(a) (b)
Nos cilindros de dupla ação, também denominados de duplo efeito, a força produzida pela
pressão do ar produz o movimento do êmbolo nos dois sentidos, de avanço e retorno do cilindro. O ar
comprimido é admitido e liberado por dois orifícios existentes nos cabeçotes dianteiro e traseiro do
cilindro.
Os cilindros de dupla ação são empregados especialmente quando é realizado trabalho
também no recuo do cilindro. Apesar da possibilidade do curso de deslocamento do pistão ser
grande, em torno de até 2000 mm, existe a limitação decorrente da flexão e/ou flambagem da haste
do cilindro. O critério básico de seleção da haste de um cilindro pneumático está baseado nos
métodos de verificação de estabilidade a flambagem, assunto encontrado em literaturas de
resistência dos materiais.
O modelo de cilindros de dupla ação mais utilizado é mostrado na Figura 3, denominado de
cilindro diferencial ou assimétrico, em decorrência da relação diferencial de áreas de atuação da
pressão nas câmaras de trabalho do cilindro. Isto quer dizer que a área da câmara que contém a
haste é tanto menor quanto maior for o diâmetro da haste e que, por conseqüência, produz uma força
e uma velocidade de retorno diferente em relação à força e a velocidade produzida durante o avanço
do cilindro.
Os cilindros de dupla ação são geralmente comandados por válvulas direcionais 5/2 ou 5/3
em função da compatibilidade de entradas de trabalho do cilindro e das saídas disponíveis na válvula.
(b)
(a)
Amortecimento pistão de
regulável de retorno amortecimento Vedação da haste
(b)
Bucha guia
Câmara haste
Entrada de ar para da haste
câmara da base Entrada
êmbolo de ar
(a)
(a) (b)
(a) (b)
(a) (b)
equivalente a 35304 N, enquanto que um cilindro normal, de mesmo diâmetro e operando a mesma
pressão, atinge somente 5296 N (SCHRADER BELOWS, 19--).
Ao ser comandado, o ar comprimido enviado ao cilindro é retido inicialmente e acumulado na
pré-câmara interna, atuando sobre a pequena área da secção do prolongamento do êmbolo (área C).
Quando a pressão do pistão atinge um valor suficiente para superar o atrito estático, inicia-se o
deslocamento do pistão. Este avança lentamente até que, em um determinado instante, o
prolongamento do êmbolo se desaloja da parede divisória e permite que todo o ar armazenado escoe
rapidamente, atuando sobre a área do êmbolo. No instante em que ocorre a expansão brusca do ar, o
pistão adquire aceleração até atingir a faixa de velocidade, com a qual o cilindro será empregado.
Pos 4 Pos 3 Pos 2 Pos 1
1A1 1A2
1V2
4
2 1V5
4
2
14 12 14 12
5 3 5 3
1 1
1V1 1V4 2
2 1V3 2 2 1V6
1 1 1 1 1 1 1 1
1
2
3
4
2 2 2 2
1S1
1S2
1S3
1S4
1 3 1 3 1 3 1 3
0Z2
0Z1
1
Quando se necessitam de grandes forças durante curtos espaços de tempo, como é o caso
de rebitagens, gravações, cortes etc., este é o equipamento que melhor se adapta. No entanto, ele
não se adapta a trabalhos que exigem grandes deformações, principalmente porque sua velocidade
tende a diminuir rapidamente depois de determinado deslocamento em razão da resistência oferecida
pelo material trabalhado ou pela contra-pressão gerada no cabeçote dianteiro.
(a) (b)
As duas válvulas de retenção mencionadas têm por função permitir que o cilindro retorne à
posição inicial, uma vez que o prolongamento do êmbolo veda a passagem principal do ar, e
possibilitar que a pressão atmosférica atue sobre o êmbolo evitando uma adesão entre a parede
divisória e o êmbolo devido à eliminação quase total de ar entre ambos, o que tenderia à formação de
um vácuo parcial (Figura 11).
V á lv u la d e r e t e n ç ã o P r o lo n g a m e n t o
p a ra e n tra d a d e a r d o ê m b o lo
P ré -c â m a ra d e a r V á lv u la d e r e te n ç ã o
p a r a s a íd a d e a r
A2
2V
1V
A1
1A1
4 2
Y3 Y4
3 5
1V1
1
(a) (b)
Onde:
1 – Tambor (êmbolo); 2 – Corpo do cilindro
3 – Guia de deslizamento 4 – Suporte lateral da guia
5 – Entrada de ar 6 – Canaleta que permite a instalação de sensores
7 – Sensor de fim de curso sem contato
Figura 15 – Cilindro sem haste com fixação direta êmbolo-carga através de pino e vedação da
ranhura do cilindro com tira flexível (BOLLMANN, 1996).
Para o caso de cursos mais longos e necessidade de economia de espaço, são usados
cilindros nos quais a haste é substituída por um cabo de aço ou uma tira de aço revestido. A
Figura 16 e a Figura 17 exemplificam um tipo de cilindro, no qual um cabo passa por duas polias,
sendo a carga movimentada por tração. A montagem e fixação da carga é feita no próprio dispositivo
externo que conecta os dois extremos do cabo. Na Figura 16 é mostrado o esquema de um cilindro
sem haste, de tira, com as roldanas embutidas no corpo do atuador. A seção é oval, antigiro, e as
roldanas dispõem de rolamento. O atrito global neste tipo de cilindro é bastante reduzido,
caracterizando-o como uma ótima opção para servoposicionadores. Há cilindros deste tipo que não
possuem mais a típica inflexão de Stribeck na variação da força de atrito com a velocidade de
deslocamento (BOLLMANN, 1996).
Figura 17 – Cilindro sem haste com tira de deslocamento da guia (FESTO DIDACTIC, 1995).
(a) (b)
Figura 21 – Símbolos funcionais de cilindros sem haste: (a) com amortecimento, (b) com acoplamento
magnético (não normalizado).
Quando o diâmetro padrão do orifício não for grande o suficiente, pode-se aumentar o diâmetro dos
orifícios de entrada e de saída, e/ou aumentar a quantidade de orifícios.
PROTEÇÃO PARA HASTE: O uso de proteções se faz necessário em ambientes poluídos,
onde as impurezas tendem a infiltrar-se nos cilindros prejudicando as vedações e o desempenho
funcional dos mesmos. Estas proteções normalmente são feitas em borracha, couro, ou outros
materiais que sejam compatíveis com o ambiente, protegendo a haste envolvendo-a em toda
extensão exposta. A proteção geralmente possui formato sanfonado, pois facilita a extensão e a
retração da haste.
entrada
cremalheira de ar
êmbolo
Engrenagem ligada
ao eixo de saída simbologia
(a) (b)
acrescentadas para aumentar a sua flexibilidade. Amortecedores podem reduzir choques e ruídos,
permitindo ciclos de trabalho mais rápidos. A posição angular para ajuste do deslocamento pode ser
regulada por meio de reguladores de curso ou batentes internos.
(a) (b)
3.4.1. Introdução
Na indústria moderna, o motor pneumático é cada vez mais empregado, especialmente onde
é impossível e perigoso o uso de equipamentos elétricos ou quando a sua manutenção se torna
demasiadamente cara.
O motor pneumático, bem como os demais componentes de ar comprimido, é preferido para
instalações com ambientes úmidos, corrosivos, quentes, ácidos, explosivos, com predominância de
pó, etc. O motor pneumático opera de forma inversa aos compressores, ou seja, ao invés de realizar
a compressão do ar, ele utiliza a energia do ar comprimido e a converte em rotação e torque.
Um motor pneumático funciona com segurança em atmosferas explosivas, apresenta baixo
custo de instalação, aceleração rápida e um alto torque de partida.
Normalmente, são bem menores quando comparados aos motores elétricos de mesma
potência, portanto, são apropriados para aplicações em que se dispõe de pouco espaço no local de
trabalho. Para se ter uma perspectiva, um motor pneumático de palhetas pesa ¼ do peso e ocupa 1/6
do espaço ocupado por um motor elétrico de mesma capacidade (ATLAS COPCO, 2001).
Suas características mais importantes são:
Possibilidade de variação contínua de rotação e torque (grande torque a baixa
rotação).
Podem sofrer sobrecargas ou paradas de rotação com grande solicitação de carga
sem problemas de segurança ou danos. São pouco afetados pelo calor, vibrações,
golpes e corrosão.
Possibilidade de operar com elevada rotação, de até 30.000 rpm em motores de
palhetas, ou 500.000 rpm em turbinas miniaturas.
Fácil reversão do movimento de rotação, obtida com a simples comutação da válvula
de comando.
Construção leve e compacta (baixa relação peso/potência);
Simples instalação do motor e das linhas de ar comprimido. O motor pneumático,
geralmente pode ser usado para trabalhar em qualquer posição.
Insensível contra poeira, água, calor e frio;
É seguro contra explosão;
Apresenta custo de conservação e manutenção insignificantes.
O motor pneumático não é aquecido quando submetido a sobrecargas, o que implica que ele
pode suportar paradas e reversões de carga sem sofrer danos internos.
Por outro lado, o motor pneumático tem também algumas limitações. Suas principais
desvantagens são:
Associado ao baixo rendimento dos compressores, o rendimento médio dos motores
é reduzido, na faixa de 15 a 30 %, causado principalmente por problemas de vedação
deficiente, o que ocasiona consideráveis vazamentos internos. Esta deficiência do
motor, no entanto, é limitada aos intervalos de trabalho, o que, em muitos casos,
minimiza o problema (funcionamento intermitente). A seleção de um motor apropriado
pode amenizar o problema do baixo rendimento volumétrico v para algumas
aplicações.
Motores pneumáticos são ruidosos. O ruído gerado no motor é causado
principalmente pela exaustão de ar. O nível de ruído aumenta com a rotação e
alcança patamares máximos à velocidade livre. O problema é frequentemente
resolvido com a utilização e silenciadores. Os silenciadores devem ser
dimensionados de modo a não produzir perda de carga perceptível na saída do
motor.
Menor torque de partida quando comparados a motores elétricos de mesma potência
(aproximadamente à metade).
Frequentemente necessitam de redutores mecânicos de velocidade usados para
compatibilizar a rotação de operação e o torque às condições de trabalho.
Os motores pneumáticos são encontrados comercialmente em tamanhos que variam de 0,1 a
50 CV, com rotações que podem oscilar de 20 a 500.000 rpm.
Legenda:
1. Peça frontal 2. Rotor 3. Palheta
4. Anel estator (cilindro) 5. Tampa de fundo
A pressão do ar comprimido atua em ângulo reto sobre a superfície lateral da palheta. Devido
à diferença de pressão em ambas os lados das palhetas, produz-se a rotação do rotor com
determinado momento torsor, proporcional à superfície das palhetas, o raio interno do anel estator e a
pressão de operação. Com o movimento rotativo, as palhetas são projetadas contra a superfície
interna do anel estator, seja por força centrífuga e pressão aplicada na base das palhetas, seja por
força de molas montadas na base das palhetas.
Assim, entre cada duas palhetas consecutivas, rotor e anel estator, são formadas células de
ar comprimido. Ao contrário de um motor de engrenagens, o volume das células é variável para uma
ampla faixa de deslocamento angular, em função de parâmetros geométricos.
A entrada e a saída do ar comprimido ocorrem por meio de aberturas existentes em tampas
laterais ou no cilindro (anel estator). A separação entre as câmaras de entrada e saída é obtida,
deixando-se um espaço (célula) tão reduzido, de modo que o ar comprimido não possa retornar por
ele. A Figura 25 mostra o esquema de funcionamento do motor de palhetas, onde se acompanha o
deslocamento da célula “b” durante uma revolução completa do rotor, dividida em três etapas: A, B e
C. A célula “a” mostrada é a próxima célula formada quando ocorre a transição da etapa A para B.
De acordo com o modelo construtivo, o motor de palhetas pode operar em um apenas sentido
ou em ambos os sentidos de rotação. Neste último caso, o motor é chamado reversível e necessita
de alterações construtivas no corpo do cilindro externo, o qual é provido por dois pórticos “a” e “b” e
uma saída principal de ar “c”, conforme mostrado na Figura 26.
Dependendo do sentido de rotação, um dos pórticos é usado no suprimento de ar e o outro
pórtico como saída secundária (exaustão). Se o motor operar no sentido horário, tal como mostrado
na Figura 26, o pórtico “a” alimenta o motor e o pórtico “b” é usado como saída de ar. Se o motor
operar no sentido contrário, as funções dos pórticos se invertem. O sentido de rotação de um motor
reversível pode ser alterado facilmente por meio de uma válvula direcional de comando (Figura 27).
Figura 28 – Motor de palhetas com redutor mecânico: (a) redutor de engrenagens planetárias, (b)
redutor de engrenagens cilíndricas helicoidais, (c) redutor de parafuso sem-fim.
O número de palhetas de um motor depende da função que o mesmo irá desempenhar. Para
as aplicações que exijam maior torque deve ser selecionado um motor com um número maior de
palhetas, uma vez que a quantidade de palhetas está diretamente relacionada ao número de células
formadas. O número de células, por sua vez, está também diretamente relacionado ao torque
disponível no eixo do motor, de modo que motores com mais de seis palhetas geralmente operam
com maior torque e menor velocidade. Por outro lado, quando a aplicação exige maior velocidade de
operação, devem ser empregados motores com menor número de palhetas, normalmente entre 3 e 4,
devido à perda de energia por atrito e o desgaste da palheta e da superfície de contato do cilindro.
Se o motor dispuser de um número maior de palhetas, a partida tornar-se-á mais fácil e as
perdas por vazamento interno serão reduzidas, porém, o desgaste por atrito será mais acelerado. A
Figura 29 mostra diferentes tipos de projetos de motores com variação no número, espessura e
profundidade das palhetas.
Os motores de palhetas podem trabalhar isento de lubrificação. Neste caso, são usadas
palhetas fabricadas com material especial de baixo coeficiente de atrito e empregados mancais com
lubrificação permanente. Para condições mais severas de operação ou quando se deseja prolongar a
vida útil das peças, devem ser usados motores lubrificados a partir da unidade de condicionamento.
Nestes casos, verifica-se um prolongamento entre três a quatro vezes na vida útil das palhetas
(ATLAS COPCO, 2000).
(a) (b)
(a) (b)
3.4.6 Turbomotores
O motor de turbina é formado por uma pequena turbina que converte a energia de pressão
em energia cinética. O princípio de funcionamento é o inverso dos turbo-compressores (Figura 33).
Em função da geometria e ângulo das hélices da turbina, estes motores são usados para trabalhos
leves de baixa pressão e potência, desenvolvendo altas rotações (de 250.000 até 500.000 rpm). Por
esta razão, os turbomotores são geralmente empregados em aplicações com estas características,
como por exemplo, em equipamentos odontológicos e retíficas com altas velocidades. O ajuste de
velocidade para operações realizadas com velocidades moderadas é considerado relativamente
difícil, sendo geralmente evitado.
na entrada no motor. Seu uso é importante em aplicações onde a partida do motor ocorre sem carga
e seja necessário limitar o torque de parada (stall torque).
A rotação do motor também é facilmente alterada por intermédio de uma válvula redutora de
vazão, a qual restringe a vazão do motor. Em geral, a redutora de vazão deve ser instalada na
entrada do motor a fim de reduzir o consumo de ar. Por outro lado, quando se deseja aumentar o
torque de partida, a redutora pode ser instalada na saída do motor.
É importante mencionar que, no caso do ar comprimido, a regulagem da pressão afeta
diretamente o torque do motor, mas também exerce influência sobre a velocidade de trabalho. De
igual modo, a regulagem da vazão afeta, em primeira mão, a velocidade angular do motor, mas
também exerce certa influência sobre o torque no eixo, de modo que existe uma relação de
interdependência entre as variáveis vazão e pressão, requerendo atenção adicional no momento do
ajuste destas variáveis. Além disso, é necessário considerar o fato de que a velocidade de trabalho é
significativamente influenciada pela ação da carga. Para cargas maiores, o motor opera com rotação
reduzida e elevado torque. A Figura 34 ilustra o comportamento das variáveis torque e rotação para
diferentes condições de regulagem.
Rotação [rpm]
Rotação [rpm]
(a) (b)
Figura 34 – Modificação das características de trabalho de um motor pneumático: (a) rotação, (b)
torque.
Em vista das diferentes condições de operação, pode-se definir uma faixa de operação para
os motores pneumáticos, a qual normalmente é limitada por duas condições extremas: velocidade
livre e carga máxima. Define-se velocidade livre como sendo a máxima velocidade de operação do
motor, a qual é obtida quando o motor opera livre de carga. Em contraste, a carga máxima é definida
como sendo a máxima capacidade de carga suportada, a qual faz com que o motor pare. As curvas
de torque rotação de dois modelos de motores pneumáticos são mostradas na Figura 35, aonde se
podem verificar as condições limites de operação.
O gráfico à esquerda mostra que o torque pode ser reduzido para um valor de até 50% do
torque máximo na condição de carga máxima. De igual modo, a rotação também pode ser diminuída
para um valor equivalente a 50% da rotação máxima. A faixa de trabalho apresentada no gráfico à
direita é bem mais ampla, pois mostra que o motor permite uma variação no seu torque de 20 a 100%
de seu valor nominal, e uma variação na rotação de 10 a 100% do valor nominal.
A curva de potência de motores pneumáticos fornecida pelo fabricante, contém uma série de
informações que auxiliarão no dimensionamento e seleção de um modelo específico de motor. A
potência máxima ocorre em aproximadamente 50% da velocidade livre, de acordo com a seguinte
relação:
Ttm . .n
P Ttm . W (3.31)
30
O torque produzido neste ponto é referido como torque à potência máxima (“torque at the
maximum output”). A Figura 36 mostra a curva característica de potência de motores pneumáticos.
Torque [N.m]
Potência [kW]
Máxima
Potência
Torque a
Ponto de
Potência
Operação
máxima
Ponto ótimo de
Operação
(a) (b)
Figura 36 – Motor pneumático: (a) curva característica de potência, (b) ponto de operação.
Torque [N.m]
Potência [kW]
Rotação [rpm]
Como já mencionado, o motor deve operar próximo ao ponto de máxima potência. Como
ambos os modelos atendem o requisito T n, seleciona-se o motor à direita, modelo LZB 33 A005,
pois seu ponto de operação situa-se um pouco acima da região de máxima potência. Isto implica que
a velocidade do motor será mais estável, uma vez que para pequenas alterações nas condições de
trabalho, o motor ainda terá uma “reserva” de torque e irá operar mais próximo da região de melhor
desempenho. Além do mais, observa-se neste modelo uma maior disponibilidade de torque de
partida, o que é compatível com a localização do ponto de operação (relação linear torque rotação).
Para o modelo à esquerda, caso haja aumento de carga também existirá uma reserva de
torque, porém, neste caso, a potência do motor tende a decrescer, afastando seu funcionamento do
ponto ótimo de operação.
Note que para haver a compatibilização do motor com as condições de operação, será
necessária regular a vazão e a pressão de trabalho por meio das válvulas redutora de vazão e
redutora de pressão, anteriormente mencionadas.
Rotação [rpm]
Figura 40 – Curva de potência para a seleção de um motor pelo critério do torque de parada e
velocidade livre.
Observe que os valores de torque e rotação estão um pouco acima do valor especificado,
mais precisamente T = 14 N.m e n livre = 550 rpm. No entanto, caso seja necessário operar exatamente
com os valores especificados, pode-se realizar a regulagem da pressão e/ou vazão conforme já
mencionado, até alcançar o ponto de trabalho desejado.
Solução:
A potência requerida para esta aplicação é:
n T 150rpm 20Nm
P 314 W 0,314 kW
30 30
Com base na potência requerida no eixo do motor, selecionam-se os modelos de motores que
forneçam valores próximos e imediatamente superiores a esta potência. A Figura 41 mostra o ponto
de operação na curva de potência de três modelos de motores, fabricante Atlas Copco, que atendem
a especificação.
Figura 41 – Curva de potência para a seleção de um motor pelo critério de vida útil.
Mediante a análise em cada uma das curvas, observa-se que o modelo LZB 33 A0030 à
esquerda, opera muito próximo às condições de torque à potência máxima e rotação livre, o que
implica em uma condição de operação sem reservas.
O modelo LZB 42 A005, na figura do meio, trabalha a uma rotação bem abaixo da velocidade
livre. Nesta condição, pode-se assumir que haverá um prolongamento na vida útil das palhetas. No
entanto, o torque requerido iguala-se ao torque disponível a potencia máxima, o que significa que nas
condições de operação citadas, poderá haverá uma limitação na vida útil das engrenagens de
transmissão.
Por fim, o modelo LZB 42 A0030 à direita, opera com um torque e uma velocidade
equivalente a aproximadamente à metade do torque à potência máxima e da velocidade livre
respectivamente. Com estas características, pode-se inferir que haverá um aumento considerável na
vida útil das palhetas e das engrenagens sendo, portanto, este modelo o que melhor atende ao
critério de seleção.
baixa pressão p1 (x), e uma segunda de saída de fluido à alta pressão p 2 (y). O fluido de baixa
pressão, quando dirigido para a tomada de entrada do intensificador, age contra a área maior do
êmbolo. A força resultante da aplicação da pressão sobre essa área tende a deslocar o êmbolo no
sentido da menor área. Essa força faz com que a haste empurre o fluido situado na câmara menor
para fora do intensificador a alta pressão.
F1 = p1 A1
F2 = p2 A2
F1 F2
A2
A1
entrada em baixa saída em alta
pressão pressão
Em outras palavras, pode-se dizer que a diferença entre as áreas dos êmbolos produz o
aumento de pressão na área menor A2. As relações de multiplicação mais usuais são 4:1, 8:1, 16:1 e
32:1. A pressão pneumática máxima recomendada é de 10 bar. (FESTO DIDACTIC, 1995). Define-se
então que a força de deslocamento F é dada pelo produto entre pressão de entrada p 1 e a área maior
do pistão A1. A força é transmitida integralmente da câmara 1 para a câmara 2 através da haste, de
modo que:
A (3.1)
F1 p1 A1 F2 p2 A2 portanto p2 1 p1
A2
Outra relação importante observada nos intensificadores de pressão provém da relação entre
as velocidades de deslocamento do pistão:
v1 v 2 onde qv A v
(3.2)
A
qv 2 2 qv1
A1
qv1 A1 = qv2 A2
Através destas relações conclui-se que em um intensificador é possível elevar a pressão em
um sistema, para uma dada aplicação sem adição de potência. A simbologia funcional de
intensificador de pressão linear e rotativos, conforme ISO 1219-1, é mostrada na Figura 43.
y x y
x
(a) (b)
y
x
y y
x
x
(a) (b)
Fa
p1 e A 1 K
FL
dh
p2 = p o
qv1 qv2
(3.4)
p1 .A1 K .s Fa p1 .A1 K .s m
Fa
p1 e A 1
FL
dh
p2 e A 2
qv1 qv2
v
p1 .A1 p2 .A2 Fa FL m.
t (3.5)
v
p1 .A1 . m p2 .A2 FL m.
t
A força de atrito Fa varia entre 2 e 20% da força aplicada nos cilindros. Normalmente estima-
se para cilindros comercialmente disponíveis no mercado, um percentual entre 5% e 10% da força
aplicada.
A maioria das áreas internas dos atuadores lineares é considerada circular, sendo seu valor
dado pelas seguintes expressões:
Área sem a haste (cilindro diferencial)
2
.D1 (3.6)
A1
4
Área com a haste (cilindro diferencial e simétrico)
A2
4
2
D1 d h 2
2
(3.7)
No caso de deslocamento de carga na posição vertical, antes que o pistão comece se mover,
a pressão do ar deve alcançar um valor suficiente para gerar uma força superior às resistências
impostas pela carga e o atrito das vedações do êmbolo, haste, carga, etc. Depois que a pressão do ar
na câmara sem haste equilibra a carga e as forças resistivas, qualquer alteração nas condições de
trabalho provocará o deslocamento do êmbolo até que o equilíbrio de forças seja novamente
estabelecido. Além disso, tornam-se difíceis paradas intermediárias de carregamento ou
descarregamento, pois o êmbolo tende a manter o movimento em função da compressibilidade do ar
e da inércia adquirida pelo conjunto.
Em termos gerais, a força do cilindro deve ser superior à força produzida pela carga, em
aproximadamente 25%. Para se obter alta velocidade de deslocamento, o cilindro precisa possuir
uma força pelo menos duas vezes superior à força de resistência da carga (SCHRADER, BELOWS,
19--).
O deslocamento em posição horizontal e com atrito de deslizamento é apropriado para
trabalhos que exigem alta velocidade, sem controle de vazão e baixo atrito. Em casos onde houver
grande atrito e avanço lento, é aconselhável usar um atuador hidropneumático. A força inicial
requerida pelo cilindro em tarefas com baixo nível de lubrificação é de aproximadamente 1/2 a 3/4 do
peso da carga, sendo necessária para superar o atrito estático, porém necessitando de menos força
durante o movimento (SCHRADER, BELOWS, 19--).
A força exigida para o deslocamento da carga é de F = P sendo F a força exigida, P o
peso da carga e coeficiente de atrito seco das superfícies em contato. Os valores de dependem
da natureza do estado das superfícies de atrito.
Os valores do coeficiente de atrito estático e seco são reduzidos drasticamente quando o
contato de deslizamento é substituído pelo contato de rolamento entre as superfícies com movimento
relativo.
2 .E.I
FF (3.8)
L2 .C.S g
Sendo:
FF = força ou carga de flambagem [N]
E = módulo de elasticidade do material da haste, geralmente aço [N/cm²] = 2,1.10 7
N/cm²
L = curso do cilindro [cm]
Sg = fator de segurança
C = fator de curso, conforme Figura 48, dependente das formas de fixação do cilindro
e da haste.
I = momento de inércia da haste [cm4], sendo dado por:
4
d .π (3.9)
I h
64
É usual adotar-se fatores de segurança Sg da ordem de 5 a 15 (BOLLMANN, 1996).
Na Figura 48 apresentam-se valores orientativos para o fator de curso C em situações típicas
de fixação do cilindro e da haste.
Nota: para tamanhos médios e grandes de cilindros, é comum se dispor, junto aos
fabricantes, de três diâmetros de haste padronizados para cada diâmetro de cilindro.
Figura 48 – Fatores de curso de formas típicas de fixação dos cilindros e das hastes (SCHRADER
BELLOWS, 19--).
A.s.i Vd
q va A.v .i i (3.10)
t t
Onde o volume deslocado de ar Vd em m³ por ciclo de operação de cilindro simétrico é,
Vd 2 A. s (3.11)
Vd A1 A2 s (3.12)
Observe que para os atuadores diferenciais, as áreas das câmaras internas do cilindro não
são iguais, ou seja, A1 A2, o que significa que as velocidades de avanço e retorno irão diferir de
acordo com a relação diferencial de áreas. Além disso, não foram levados em consideração os
possíveis vazamentos decorrentes de problemas de vedação nos cilindro, os quais geralmente são
quantificados pelo rendimento volumétrico v do componente, onde,
qv u qv a qv f qv
vc 1 f (3.14)
qv a qv a qv a
Onde:
vc = rendimento volumétrico do cilindro
qvu = vazão volumétrica responsável pela velocidade efetiva do pistão
qva = vazão de suprimento de ar
qvf = vazão de fuga
Em caso de cilindros pneumáticos, os vazamentos podem ser considerados mínimos, o que
justifica a exclusão do rendimento volumétrico na expressão da vazão.
Quando for considerado o número de ciclos de trabalho realizado por unidade de tempo invés
de se considerar a velocidade de movimentação do atuador, o cálculo da vazão será dado por:
Onde n é o número de ciclos realizados pelo atuador linear dado em ciclos por segundo.
A unidade para o consumo de ar é dada em metros ou litros cúbicos por minuto referidos à
pressão atmosférica po, também referida de metros cúbicos por minuto normais (Nm³/min.) ou litros
por minuto normais (Nlpm).
Nos cálculos mais precisos de consumo de ar, deve-se considerar o volume das regiões
secundárias dos cilindros, as quais podem ocupar até 20% do espaço total de atuadores de pequeno
tamanho (FESTO DIDACTIC, 1995).
Para fins de ilustração, a Tabela 1 apresenta os cilindros normalizados conforme ISO 6431/
VDMA Série P1E e a Tabela 2 apresenta os mesmos parâmetros para os cilindros Pneumáticos
Heavy Duty Série 3520, fabricante Parker.
Tabela 1 – Cilindros ISO 6431/ VDMA, Série P1E: PARKER AUTOMATION.
Diâmetro do cilindro Diâmetro da haste Área Efetiva (mm²) Área Efetiva (mm²)
(mm) (mm) Avanço Retorno
32 12 804,25 691,15
40 16 1256,64 1055,58
50 20 1963,50 1649,34
63 20 3117,25 2803,09
80 25 5026,55 4535,67
100 25 7853,98 7363,11
125 32 12271,85 11467,60
160 40 20106,19 18849,56
200 40 21415,93 30159,29
Diâmetro do cilindro Diâmetro da haste Área Efetiva (mm²) Área Efetiva (mm²)
(pol.) (pol.) Avanço Retorno
5” 1” 12667,69 12160,98
5” 1 3/8” 12667,69 11709,69
6” 1 3/8” 18241,47 17283,48
6” 1 ¾” 18241,47 16689,68
8” 1 3/8” 32429,28 31471,28
8” 1 ¾” 32429,28 30877,49
10” 1 ¾” 50670,75 49118,96
10” 2” 50670,75 48643,92
12” 2” 72965,88 70939,05
12” 2 1/5” 72965,88 69798,96
Solução do problema:
(a) Cálculo do tamanho nominal do cilindro
De acordo com a Equação (3.5), o balanço de forças em um cilindro diferencial é:
(3.5)
p1 .A1 . m p 2 .A2 FL m.a
Como para este trabalho não se faz nenhuma exigência quanto à resposta dinâmica do
cilindro, pode-se excluir o termo relativo a aceleração “a” da Equação (3.5), ou seja,
(3.5)
p1 .A1 . m p2 .A2 FL
Como inicialmente não dispomos das dimensões do cilindro, podemos inicialmente admitir
que p2 0 bar, o que permite que a Equação (3.5) seja rescrita como,
FL 1500 N
A1 287,08.10 5 m 2 2870,8 mm 2
p1 . m 5,5.10 Pa 0,95
5
De acordo com a Tabela 3 – Cilindros ISO 6431/ VDMA, Série P1E: PARKER AUTOMATION,
seleciona-se um diâmetro normalizado DN = 63 mm, A1 = 3117,25 mm², A2 = 2803,09 mm², diâmetro
da haste dh = 20 mm.
Observe que não foi necessário acrescentar à força do cilindro o percentual de 25% acima da
força de carga, uma vez que o contato com a carga ocorre somente quando o cilindro já está em sua
velocidade máxima, não necessitando de energia extra para superar o atrito estático nem para
produzir a aceleração do atuador + carga. Além disso, como o diâmetro normalizado é
consideravelmente maior que o diâmetro teórico requerido, esta diferença pode ser considerada como
uma parcela disponível de energia que pode ser usada durante a operação.
Desta forma, a pressão mínima requerida pelo cilindro será:
FL p2 .A2
p1 (3.5)
A1 m
po p1
qva (m 3 / s ) n.i .Vd Vd .n. (3.15)
po
Onde
Vd = (A1 + A2).s = (3117,25 + 2803,09) mm² . 400 mm = 23.681,36 mm² = 2,37 litros
p1 = pressão de projeto = 5,5 bar
Substituindo os valores numéricos.
10 1,013 5,5
qva (m 3 / s ) 2,37 litros. . bar 152,4 lpm
min . 1,013
Cálculo da velocidade de avanço e retorno do atuador
De acordo com a Equação (3.10):
Avanço do atuador:
q (m 3 / s )
152,4
60.000
m3 / s
v 1 va 0,1267 m / s (3.10)
A1 .i 1,013 5,5
311,725.10 5 m 2 .
1,013
Retorno do atuador:
q (m 3 / s )
152,4
60.000
m3 / s
v 2 va 0,141 m / s (3.10)
A2 .i 1,013 5,5
280,309 .10 5 m 2 .
1,013
qvf A
F
qvm
Tm, n
qvm= qve rm
qvs T,n
p pe ps
Simbologia funcional.
As câmaras de entrada e saída são delimitadas de um lado pela palheta e de outro por uma
parede virtual. A pressão de entrada pe é a pressão de trabalho determinada pela resistência
oferecida pela carga acoplada ao eixo do motor, e a pressão de saída ps é proporcional à perda de
carga produzida pelos componentes instalados na linha de exaustão do motor, cujo valor é bastante
reduzido, podendo normalmente ser considerado equivalente à pressão atmosférica, ou seja, ps = po.
Com o movimento do rotor em um giro de 360 o, o volume de fluido deslocado a montante e a
jusante da palheta, considerando o perímetro médio do motor, será
Onde
dm = diâmetro médio (m)
O cálculo para a vazão volumétrica é dado por:
(3.17)
qv t A.v .i
dm
v rm (3.18)
2
e
(3.19)
2 n
sendo
= velocidade angular (rad/s)
rm = raio (m)
n = rotação (rps)
Como o motor opera com movimentação angular, a substituição das Equações (3.18) e (3.19)
na Equação (3.17), resulta
A. .d m .i 2 A. .d m .i .n
qv tm A. .d m .i .n Vdm .i .n (3.20)
2 2
Que é a vazão volumétrica teórica do motor rotativo.
Para os motores pneumáticos, em função de limitações construtivas, a vazão de entrada do
motor qve = qvm é maior do que a vazão efetivamente utilizada, em decorrência de vazamentos
internos de ar qvf, ou seja,
qv m qv tm qv f (3.21)
qv tm qv m qv f qv
v 1 f (3.22)
qv m qv m qv m
Combinando as Equações (3.20) e (3.22) e rearranjando em função da vazão efetiva do
motor, obtém-se:
Vdm .n.i
qv m (3.23)
v
O deslocamento volumétrico ou a vazão do motor é comumente fornecido através do catálogo
dos fabricantes, sendo geralmente designado pelo volume de ar deslocado pelo motor para cada
revolução, em litros/ rotação ou em unidade de tempo, Nm³/min.
F .d m (3.24)
Tt = F.rm=
2
Vdm
A (3.25)
.d m
Será,
Por definição, o rendimento mecânico m expressa a relação entre os torques real e teórico,
ou seja,
(3.28)
Tm Ttm Ta
m
Ttm Ttm
Combinando as Equações (3.26) e (3.28) e rearranjando em função do torque real do motor,
obtém-se:
Vdm .p
Tm m (3.29)
2
dW dx
P i v i v F. i v F .v i v p.A.v v p qv tm p.qv m(3.30)
dt dt
Onde a potência P é dada em [N.m/s] = [Joule/s] = watts.
Um rendimento volumétrico reduzido do motor implica que uma potência adicional deverá ser
acrescida para compensar a vazão de fuga qvf.
Cálculo da potência disponível no eixo do motor:
dW dx
P m m .F m .F .v m .F . .r m .Ttm . Tm .2. .n (3.31)
dt dt
Um rendimento mecânico reduzido implica que haverá uma potência também reduzida na
saída do eixo do motor, resultado que está em conformidade com as equações (3.22) e (3.28) que
definem os rendimentos mecânico e volumétrico de um motor hidrostático.
Onde W = trabalho (N.m ou joules)
Rendimento global G :
(3.32)
G m .v
Legenda:
G = rendimento global componente
m = rendimento mecânico (função do atrito)
v = rendimento volumétrico (função de vazamentos internos)
A = área (m²)
d = distância (m)
dm = diâmetro médio (m)
dh = diâmetro da haste do cilindro (m)
D = diâmetro interno do cilindro [m]
F = força (N)
Fa = força de atrito (N)
i = taxa de compressibilidade do ar (adim)
K = constante de rigidez da mola (N/m)
n = número de ciclos ou rotações (por unidade de tempo)
P = potência (watts)
p = pressão (Pa)
qm = vazão mássica (kg/s)
qva = vazão volumétrica de ar comprimido (m³/s)
= ponto de saturação [kg/m³]
qv = vazão volumétrica (m³/s)
r = raio (m)
s = curso do cilindro (m)
t = tempo (s)
v = velocidade (m/s)
V = volume (m³)
Vdm = deslocamento volumétrico do motor (m³/rot)
x = deslocamento ou distância (m)
= rotação ou velocidade angular [rad/s]