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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
EU
Nº 70075529891 (Nº CNJ: 0317104-29.2017.8.21.7000)
2017/CÍVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO


PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. RETIRADA DE
POSTES DE ENERGIA ELÉTRICA. AUSÊNCIA
DOS PRESSUPOSTOS DO ART. 300, DO
CPC/2015.
1. Caso em que não se verifica a presença
dos requisitos autorizadores para a
concessão da tutela de urgência
objetivando a imediata remoção de postes
de energia elétrica localizados no imóvel
da empresa autora, no mínimo, há mais de
dezessete anos.
2. Tutela de urgência deferida na origem.
AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO QUARTA CÂMARA CÍVEL

Nº 70075529891 (Nº CNJ: 0317104- COMARCA DE SÃO FRANCISCO DE


29.2017.8.21.7000) PAULA

RGE - RIO GRANDE ENERGIA AGRAVANTE

COMERCIO DE CEREAIS BELEBAS AGRAVADO


LTDA - ME

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Desembargadores integrantes da Quarta


Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em dar
provimento ao agravo de instrumento.

Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além do signatário, os


eminentes Senhores DES. FRANCESCO CONTI E DES. ANTONIO
VINICIUS AMARO DA SILVEIRA.

Porto Alegre, 31 de janeiro de 2018.

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
EU
Nº 70075529891 (Nº CNJ: 0317104-29.2017.8.21.7000)
2017/CÍVEL

DES. EDUARDO UHLEIN,


Relator.

R E L AT Ó R I O

DES. EDUARDO UHLEIN (RELATOR)

Trata-se de agravo de instrumento interposto pela RGE –


RIO GRANDE ENERGIA S/A contra a decisão proferida pelo MM. Juízo da
Vara Judicial da Comarca de São Francisco de Paula que, nos autos da
ação ajuizada por COMÉRCIO DE CEREAIS BELEBAS LTDA. – ME,
deferiu a tutela de urgência para determinar à concessionária proceder à
retirada dos postes e a readequação física da rede de energia elétrica que
passa no imóvel da empresa/autora, no prazo de 15 dias, sob pena de
multa diária de R$ 10.000,00.

A decisão restou assim redigida:

Vistos.
Comércio de Cereais Belebas Ltda ¿ ME ajuizou a
presente ação ordinária em face de RGE ¿ Rio
Grande Energia aduzindo, em apertada síntese, que
existe uma linha de transmissão da requerida no
imóvel da sua empresa, se estendendo por todo o
imóvel, sem que haja servidão administrativa.
Postulou, no mérito, a retirada dos postes e
realocação da rede para a área fora da sua
propriedade.
A ré foi citada e contestou, alegando que a linha de
transmissão está no local desde 1975 em
decorrência de servidão, postulando a improcedência
da demanda.
A autora replicou.
Foi decretada a revelia da requerida (fl. 83).
Foi realizada prova pericial, com juntada do laudo
nos autos (fls. 102/107).
O autor postulou, em sede de tutela de urgência,
seja determinada a remoção dos postes.
Decido.

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Nos termos do art. 300 do CPC, tenho como


presentes os requisitos autorizadores para a
concessão da medida pleiteada. A tese trazida em
contestação não tem sustentação fática.
O direito buscado pela autora acarreta apenas o
deslocamento de 2 postes da rede. Por outro lado, a
documentação carreada demonstra que não há
servidão administrativa gravada sobre o imóvel,
sendo que a rede, cortando parte da área de terras
do autor, está causando evidente prejuízo ao direito
de propriedade, desvalorizando seu imóvel e
dificultando a utilização.
O perito nomeado por este Juízo, em sua análise,
deixa claro que a localização dos postes vem
causado insegurança no local, já tendo ocasionado
acidente com um caminhão basculante. Esta
insegurança pode ser observada pelas fotografias
juntadas pelo expert, que demonstram que os postes
estão localizados no meio do pátio da empresa, em
local visivelmente inadequado e certamente dificulta
até a realização de manutenção pela concessionária.
Por outro lado, mesmo que a demandada afirme que
os postes são seguros, não se pode descartar a
possibilidade de um outro acidente com um dos
veículos da autora, situação que ensejaria na queda
de fios de alta tensão sobre pavilhões e pessoas.
Destaco que os postes, conforme fotografias, são de
madeira e o perito afirma que o ideal seriam torres
metálicas.
Ainda, o técnico em segurança do trabalho
contratado pela parte autora descreve em seu laudo
(fls. 89/92):
[...]
Diante do exposto, DEFIRO a liminar,
DETERMINANDO que a RGE proceda a retirada dos
postes e a readequação física da rede de energia
elétrica que passa no imóvel do autor, no prazo de
15 dias, sob pena de multa diária de R$10.000,00.
Intime-se pessoalmente.
Ciência aos procuradores.
D.L.

Em suas razões, sustentou, em síntese, o não preenchimento


dos requisitos do art. 300, do CPC/2015 para a concessão da tutela de
urgência. Segundo alegou, os postes de energia elétrica estão localizados
no imóvel da demandante há mais de 17 anos, o que evidencia a

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ausência de urgência a possibilitar a concessão da medida. Defendeu,


ainda, que o prazo concedido na origem é insuficiente para cumprir a
medida, pois para deslocamento dos postos impugnados implica em
deslocamento de várias outras estruturas adjacentes em uma extensão
de 1,2km (reconstrução total da linha), investimento no valor de
aproximadamente R$ 1.601.468,44. Referiu que a multa, além de
aplicada em valor exorbitante, não teve fixado o limite temporal.
Requereu a concessão do efeito suspensivo e, ao final, o provimento do
recurso.

Recebido o recurso, restou deferido o efeito suspensivo.

Em contrarrazões, a parte agravada pugnou pela


manutenção da decisão hostilizada.

Com vista dos autos, o Ministério Público opinou pelo


conhecimento e provimento do agravo de instrumento.

É o relatório.

VOTOS

DES. EDUARDO UHLEIN (RELATOR)

Eminentes Colegas!

De início, a preliminar de preclusão suscitada pela agravada


não merece prosperar.

Isso porque da decisão que deferiu a tutela de urgência, a


concessionária somente foi intimada, por meio de seus procuradores,
através da Nota nº 114/2017 (fl. 67), disponibilizada no Diário da Justiça
Eletrônico do dia 21/09/2017. Dessa forma, a partir do primeiro dia útil
seguinte a data da publicação daquela nota, ou seja, 25/09/2017
(segunda-feira), é que se iniciou o prazo de 15 para interposição de
recurso contra a decisão, sendo que o agravo foi protocolizado
eletronicamente perante esta Corte no dia 11/10/2017, antes, portanto,
do término do prazo que foi o dia 16/10/2017.

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Rejeita-se, pois, a preliminar.

No mérito, ao analisar inicialmente a questão devolvida a


esta Corte, deferi o efeito suspensivo pleiteado pela recorrente, na forma
da decisão abaixo transcrita, a qual submeto ao crivo deste órgão
fracionário:

Presentes os pressupostos legais, recebo o presente


recurso de agravo de instrumento, e o faço inclusive
no efeito suspensivo (art. 1019, I, do NCPC).
Pelo que se colhe dos documentos acostados ao
recurso, a autora, ora agravada, adquiriu o imóvel
em 27/07/2000 e, naquela época, já existiam os
postes de energia elétrica (P17 e P18), conforme
consta da inicial de fls. 27-34, sendo que a ação
postulando a retirada dos postes e realocação da
rede de energia elétrica somente foi ajuizada quinze
anos depois (ação proposta em 28/09/2015), sob
alegação de que “o referidos postes restaram
implantados próximo ao pavilhão da Demandante, e
em toda a extensão da área de sua propriedade uma
rede elétrica que além de limitar totalmente o uso
da propriedade, põe em risco todos os funcionários
que trabalham na empresa como também toda a
atividade econômica da Demandante” (fl. 28).
Prevê o art. 300, do Código de Processo Civil/2015,
como pressupostos para a concessão da tutela de
urgência, a existência de elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.
No caso em tela, e atendo às alegações da
agravante, não vislumbro a presença dos requisitos
autorizadores para a concessão da tutela de
urgência objetivando a imediata remoção de postes
de energia elétrica localizados no imóvel da empresa
autora, no mínimo, há mais de dezessete anos.
É evidente, e vale destacar, que não se desconhece
eventuais transtornos e limitações que os postes e a
própria rede de transmissão de energia elétrica
possam causar no imóvel da demandante, todavia,
não se pode deixar de considerar que a
determinação de imediata retirada dos postes e de
readequação física da rede de transmissão envolve
obra de maior vulto e complexidade, o que demanda
rigorosa prudência, principalmente porque não se
verifica o perigo de dano ou o risco ao resultado útil

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do processo, a justificar a concessão da medida,


neste momento processual.
Isto posto, confiro efeito suspensivo ao presente
recurso e suspendo a douta decisão que
determinou a imediata remoção dos postes de
energia elétrica localizados no imóvel da agravada,
ao menos até o julgamento deste recurso pelo
Colegiado.

Nesse panorama, não vindo aos autos qualquer elemento


novo capaz de alterar o entendimento já manifestado, a reforma da
decisão hostilizada é medida que se impõe.

Impende ressaltar, por fim, que o parecer do ilustre


Procurador de Justiça LUIZ ACHYLLES PETIZ BARDOU também é pelo
provimento do agravo, por considerar que “não se verifica o alegado
perigo de ano ou o risco ao resultado útil do processo, a justificar a
concessão da medida antecipatória. Assim, a revogação da antecipação
de tutela de urgência é medida que se impõe.”.

O voto, pois, na esteira do que exposto, é no sentido de dar


provimento ao agravo de instrumento para cassar a tutela de urgência
deferida na origem.

DES. FRANCESCO CONTI - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. ANTONIO VINICIUS AMARO DA SILVEIRA - De acordo com o(a)


Relator(a).

DES. ALEXANDRE MUSSOI MOREIRA - Presidente - Agravo de


Instrumento nº 70075529891, Comarca de São Francisco de Paula:
"DERAM PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO. UNÂNIME."

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Julgador(a) de 1º Grau:

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