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Introdução
Estrutura do Módulo
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Estas organizações de ensino, que podem ser de grande porte, como é o caso das
universidades, lidam tipicamente com o conhecimento. Mais do que isto, geram
conhecimento e têm como parte de sua missão serem as responsáveis pela
disponibilização deste. Contudo, constata-se que o desempenho, destas organizações
como gestoras do conhecimento por vezes deixa a desejar. Embora o conhecimento
seja seu principal produto, seus processos mostram-se ainda compartimentalizados e
lineares. A estrutura organizacional destas instituições parece não favorecer a
articulação (no âmbito da comunicação e da ação) entre seus departamentos e demais
divisões. Além disto, considerando que a gestão do conhecimento também pode ser
compreendida como o processo de criação de um ambiente de ensino-aprendizagem, a
partir da criatividade, do julgamento e do diálogo entre os indivíduos, espera-se que no
contexto da sociedade do conhecimento estimulem-se nas instituições, em especial as
de ensino formal, a proatividade, a flexibilidade, a multi/interdisciplinaridade e a
abertura para novos ensinamentos (Sveiby, 1998).Contudo, a história destas
instituições, e da própria educação brasileira, mostram que não é bem isto o que
acontece.
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No âmbito das organizações, a década de 1990 foi marcada por críticas aos sistemas
de medição de desempenho tradicionais com enfoque em indicadores exclusivamente
financeiros. Em instituições educacionais, um enfoque deste tipo não é questionável
apenas por sua eficácia, mas por razões éticas, visto que educação não pode ser um
campo de prestação de serviços pautado no lucro ou até mesmo no número de
aprovações entre alunos. O trabalho de formar pessoas apresenta singularidades que
exigem indicadores de diferentes níveis e dimensões. Sabemos que indicadores de
desempenho apenas indicam caminhos e possibilidades. É importante levar em conta
que as condições de trabalho sofrem mudanças constantes e estão sujeitas a múltiplas
influências. Sendo fundamental entendermos os indicadores de forma contextualizada,
para garantir sua relevância e sentido, faz-se obrigatório levarmos em conta a cultura
da organização e analisar se sua prática mostra-se voltada para a gestão de dados e
informações.
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Saiba mais
Disponível em:
http://www.facape.br/ruth/adm-
comport_organ/Conceito_de_cultura_e_clima_organizacional.pdf
Acesso em 10/01/2011
Tome nota
Do que falamos quando nos referimos à relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade
no âmbito dos currículos escolares? E na sociedade de um modo geral?
Bazzo et al. (2003, p.125) afirma que os estudos CTS definem hoje um campo de
trabalho recente e heterogêneo, ainda que bem consolidado, de caráter crítico - em
relação à tradicional imagem essencialista da ciência e da tecnologia- e de caráter
Interdisciplinar- por convergirem nele disciplinas como a filosofia e a história da ciência
e da tecnologia, a sociologia do conhecimento científico, a teoria da educação e a
economia da mudança técnica.
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Como bem afirma Chrispino (2008) os estudos CTS buscam compreender a dimensão
social da ciência e da tecnologia, tanto desde o ponto de vista dos seus antecedentes
sociais como de suas conseqüências sociais e ambientais, ou seja, tanto no que diz
respeito aos fatores de natureza social, política ou econômica que modulam a mudança
científico-tecnológica, como pelo que concerne às repercussões éticas, ambientais ou
culturais dessa mudança. O aspecto mais inovador deste novo enfoque se encontra na
caracterização social dos fatores responsáveis pela mudança científica. Propõe-se em
geral entender a ciência-tecnologia não como um processo ou atividade autônoma que
segue uma lógica interna de desenvolvimento em seu funcionamento ótimo (resultante
da aplicação de um método cognitivo e um código de conduta), mas sim como um
processo ou produto inerentemente social onde os elementos não-epistêmicos ou
técnicos (por exemplo: valores morais, convicções religiosas, interesses profissionais,
pressões econômicas, etc.) desempenham um papel decisivo na gênese e na
consolidação das idéias científicas e dos artefatos tecnológicos.
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A admissão das conexões entre a ciência e a sociedade implica que o ensino não se
limite aos aspectos internos à investigação científica, mas à correlação destes com
aspectos políticos, econômicos e culturais. Os alunos passam a estudar conteúdos
científicos relevantes para sua vida, no sentido de identificar os problemas e buscar
soluções para os mesmos. Surgem projetos que incluem temáticas como poluição, lixo,
fontes de energia, economia de recursos naturais, crescimento populacional,
demandando tratamento interdisciplinar. Essas demandas dependiam tanto dos temas
abordados como da organização escolar.
Para Gil Pérez (2001), esta “neutralidade” da Ciência seria resultado do que ele
denomina uma visão deformada, que transmite uma imagem descontextualizada e
socialmente neutra da ciência, quando são ignoradas as complexas relações entre
ciência, tecnologia, sociedade (CTS) e proporciona-se uma imagem também
deformada dos cientistas como seres “acima do bem e do mal”, fechados em torres de
marfim e alheios à necessidade de fazer opções. A avaliação de atitudes dos cientistas
é, quase sempre, esquecida, senão mesmo ignorada.
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Para Apple (1982 apud Teixeira 2003 p. 178), a ciência que é ensinada nas
escolas, ainda sustenta uma imagem idealizada e distante da realidade do trabalho dos
cientistas, omitindo antagonismos, conflitos e lutas que são travadas por grupos
responsáveis pelo progresso científico. A conseqüência disso é a construção de uma
visão ingênua de uma ciência altruísta, desinteressada e produzida por indivíduos
igualmente portadores destas qualidades (Leal e Selles, 1997 apud Teixeira 2003 p.
178).
Reconhece-se hoje que a ciência não é uma atividade neutra e o seu
desenvolvimento está diretamente imbricado com os aspectos sociais, políticos,
econômicos, culturais e ambientais. Portanto a atividade científica não diz respeito
exclusivamente aos cientistas e possui fortes implicações para a sociedade. Sendo
assim, ela precisa ter um controle social que, em uma perspectiva democrática, implica
em envolver uma parcela cada vez maior da população nas tomadas de decisão sobre
C&T. Essa necessidade do controle público da ciência e da tecnologia contribuiu para
uma mudança nos objetivos do ensino de Ciências, que passou a dar ênfase na
preparação dos estudantes para atuarem como cidadãos no controle social da ciência.
Esse processo teve início nos países europeus e da América do Norte e resultou no
desenvolvimento de diversos projetos curriculares CTS destinados ao Ensino Médio.
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O ensino de Ciências para ação social responsável implica considerar aspectos
relacionados aos valores e às questões éticas. Uma decisão responsável é
caracterizada por uma explícita consciência dos valores que a orientou. Além disso,
deve-se considerar que a ciência não é uma atividade política e eticamente neutra.
Como aponta Fourez (1995), todo discurso científico é ideológico. Assim, a tomada de
decisão relativa à C&T tem um forte componente ideológico que necessita ser levado
em consideração. Para se tomar uma decisão é fundamental que se entenda o
contexto político e econômico em que se produz C&T.
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Aikenhead (apud Santos e Mortimer 2001 p. 98), por exemplo, apresenta dados
sobre as concepções dos estudantes que mostram que a televisão tem mais influência
sobre as crenças dos estudantes sobre a Ciência do que os cursos de Ciências das
escolas. Ele usou esses dados para levantar uma crítica ao ensino convencional de
Ciências que, ao ignorar o contexto social e tecnológico da mesma, contribuiria para
que os estudantes confiassem mais na versão da mídia popular do que na ciência e no
que os cientistas fazem. Segundo o autor, mesmo quando o conteúdo do currículo
escolar é apropriado, estudantes ainda parecem encontrar alguma dificuldade em
passar do domínio do conhecimento do senso comum, caracterizado por interações
sociais e pelo consenso, para o domínio do conhecimento científico formal,
caracterizado pelo raciocínio lógico, quando vão discutir questões sociais. Somente
alguns são bem sucedidos nisto, embora todos contribuam bem para as discussões a
partir do seu próprio conhecimento informal e de seus sistemas de valores pessoais.
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Saiba mais:
Conheça os resultados de uma pesquisa sobre a percepção pública da Ciência,
realizada em 2002 (na Argentina) e em 2003 (no Brasil, Uruguai e Espanha), sob
os auspícios da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e a Rede Ibero-
Americana de Indicadores de Ciência e Tecnologia (RICYT/CYTED), que deram início
ao Projeto Ibero-Americano de Indicadores de Percepção Pública, Cultura Científica e
Participação dos Cidadãos.
Disponível em:
www.redhucyt.oas.org/ricyt/interior/biblioteca/Percepcion.pdf.
Acesso em 10/01/2011
Tome nota
A ciência dos currículos escolares ainda sustenta uma imagem idealizada e distante da
realidade do trabalho dos cientistas, omitindo antagonismos, conflitos e lutas que são
travadas por grupos responsáveis pelo progresso científico. Isto colabora na
construção de uma visão ingênua e neutra da ciência e dos cientistas, como altruístas
e desinteressados.
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Embora as escolas já se defrontem com o desafio do uso educativo das novas TICs,
percebe-se que as velhas tecnologias e recursos ainda são subutilizados e não devem
ser descartados na hora de planejar situações de aprendizagem. Ainda há espaço e
importância para o uso do quadro de giz, murais de parede, retroprojetores, etc. Sem
falar no livro didático.
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Como o professor pode explorar o potencial pedagógico das TICs? Todo educador
constata que já existe- independente da classe social- uma intensa atividade e
interesse por parte dos jovens na produção de fotologs e blogs, constituindo-se estes
objetos virtuais como espaços de comunicação e “convivência”, estabelecendo
comunidades onde há trocas de idéias, expressão de sentimentos e estabelecimento
de vínculos afetivos. Muitos desses espaços já são utilizados, inclusive, para
divulgação de trabalhos escolares, mas a maioria dos gestores e professores ignora ou
subestima suas potencialidades na atividade educativa formal. Isto corrobora a idéia de
que ainda é grande o distanciamento entre mestres e alunos no conhecimento e uso
dos recursos tecnológicos, o que é representa um obstáculo para a educação.
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Saiba mais
Leia o livro de um dos principais estudiosos brasileiros no campo das TICs e EAD:
MORAN J.M. (Org). Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas. PAPIRUS
2000.
Tome nota
Resumo
BAZZO, Walter; LISINGEN, Irlan von e PEREIRA, Luiz T. do V.Introdução aos Estudos
CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Cadernos de Ibero América. OEI-Organização
dos estados Iberoamericanos para a Educação, a Ciência e a Cultura. Espanha:
Madrid, 2003.
GANDIN, D. Planejamento como prática educativa. 10. ed. São Paulo: Loyola, 1999.
LEVY, P. A inteligência coletiva. São Paulo: Loyola, 1998- Cibercultura. São Paulo: Ed,
34, 1999
UNESCO: A ciência para o século XXI: uma nova visão e uma base de ação; Texto
baseado na "Conferência Mundial sobre Ciência, Santo Domingo, 10-12 mar, 1999" e
na "Declaração sobre Ciências e a Utilização do Conhecimento Científico, Budapeste,
1999. Brasília: 2003. 72p.