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DISCURSO E DIREITO: ABORDAGEM A PARTIR DA TEORIA DOS 4


DISCURSOS DE ARISTÓTELES (ESTIPULANDO OS PRESSUPOSTOS
TEÓRICOS)

Kleverton Halleysson Bibiano de Oliveira1


1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, viu-se florecer um renascimento dos estudos embasados em


perspectivas não formalistas para o entendimento do fenômeno jurídico. Dentre estas, por
sua inolvidável influência para a civilização ocidental, destacam-se as obras de
Aristóteles, que, recepcionadas e, muitas vezes, reinterpretadas, continua a ser uma fone
segura para aqueles que buscam o conhecimento.
Suas obras dedicadas à temática são objeto de diversas teorias contemporãneas do
direito. Não são incomuns que juristas contemporâneos inspirem-se no Estagirita em suas
cogitações toréticas e práticas, destacando-se os estudos sobre a retórica e a dialética.
Pode-se afirmar que as obras de Aristóteles, sobretudo em função do esgotamento do
formalismo jurídico diante dos horrores perpetrados pelo Nazismo, caíram bem ao
ambiente cultural no qual, não obstante se desejasse recharçar a perspectiva positivista,
não almejava o retorno à Filosofia Jurídica fincada em bases jusnaturalistas.
É neste contexto que autores como Viehweg e Perelman desenvolveram suas
teorias jurídicas, inspirando-se, respectivamente, na dialética e na retória aristotélica. Esta
forma de enxergar o Direito foi continuada, constituindo uma verdadeira Teoria da
Argumentação do Direito.
Todavia, pouco se indaga acerca da “correçã” de uma recepção parcial do corpus
aristotélico dedicado à linguagem. Em outros termos: é possível desenvolver apenas um
de seus aspectos, secundando ou desprezando os demais?
Para clarificar a problemática, utilizar-se-á a orginal interpretação realizada por
Olavo de Carvalho. O filósofo paulista desenvolveu a chamada Teoria dos Quatro
Discursos de Aristóteles cuja tese central poderia ser assim definida: poética, retórica,
dialética e lógica fazem parte de uma mesma ciência, possuindo, além de seus princípios
particulares, princípios comuns, que possibilitam a comunicação humana. Ou seja, não se
deveria secundar analítica em favor da retórica, ou da poética em relação à dialécica, ou
vice-versa. Pois usar um outro recurso é uma questão de ênfase.

1
Mestrando em Direito pela Universidade Federal de Alagoas.
2

Parece-nos que tal perspectiva encerra uma visão que se adequa melhor ao estudo
do Direito, vez que este vocábulo é plurívoco. Ora se utiliza para referir-se aos estudos
que tomam por objeto o fenômeno de adaptação social direito, ora para se defender, por
exemplo,a importância do conhecimento dos direitos, ora na própria prática forense. Não
soa razoável pensar que a lógica, a dialética, a retórica ou a poética sozinhos, apartadas
dos demais instrumentais discursos, possa ser o meio para expresar-lhe todas as suas
facetas. O discurso de um advogado defendendo os interesses de seu patrocinado não é
expresso da mesma maneira do que o estudo de um professor dedicado à dogmática
jurídica.
Antes, porém, de apresentar esta perspectiva, num primeiro momento, inquiririr-
se-á sobre os conceitos fundamentais utilizados atualmente na filosofia do direito para o
conhecimento da retórica. Depois, mostrar-se-á como foi a recepção da perspectiva
retórica na teoria jurídica contemporâne, destacando os principais autores que dissertaram
sobre a temática: Viehweg e Perelman. Por fim, estudar-se-á, em poucas linlas, aquilo
que pensamos ser o seu produto mais acabado: a teoria da Argumentação Jurídica
desenvolvida por Atienza.

2. RETÓRICA E FILOSOFIA DO DIREITO: EM BUSCA DE CONCEITOS


FUNDAMENTAIS

Defende-se, neste tópico, a tese de que a retórica é empregada não exclusivamente


nos processos de convencimento mais explícitos, como, por exemplo, a defesa
apresentada por advogado em tribunal do júri. Sua importância é encontrada, também, na
ciência, ainda que não apresentada de forma tão contundente e, muitas vezes, esteja
ocultada sob forma de lógica. Afinal de contas, o cientista objetiva ter suas teses
prevalecentes na comunidade jurídica, seu auditório imediato, ou, ao menos, consideradas
relevantes, isto é, utilizáveis por seus pares.
Embora a teorização sobre a retórica remonte aos gregos e seu emprego seja
constante, a mesma não gozou do prestígio da lógica. Isto é, apesar de presente no
cotidiano dos juristas, poucos afirmam que ela seria o traço distintivo de sua atividade.
Reale assevera que a aversão por esta técnica é fruto do pensamento formalista.2

2
Sobre o desprestígio da retórica Reale sentencia: “Se há bem poucos anos alguém se referisse à arte ou
técnica da argumentação, como um dos requisitos essenciais à formação do jurista suscitaria sorrisos
irônicos e até mordazes, tão forte e generalizado se tornara o propósito positivista de uma Ciência do Direito
3

Perquirindo mais a questão, percebe-se que remonta à própria cosmovisão ocidental,


fortemente influenciada pela metafísica. Intui-se no estudo da história da filosofia antiga,
mormente, nas discussões travadas por Sócrates, Platão e Aristóteles contra os sofistas.
O pensamento lógico seria reputado verdadeiro e o retórico, relativista.
Nesse sentido, Platão a concebe como um tipo de imitação pela qual o emissor
objetiva persuadir sobre a correção de algo sem que, no entanto, a mensagem guarde
relação com a ideia sobre a qual trata, isto é, com sua essência, o que a descredenciaria
como um tipo de conhecimento.3 Seria apenas doxa: mera opinião. E, por isso mesmo,
sofístico, uma vez que não “verdadeiro”.
De fato, o “movimento sofístico” foi identificado com a arte da persuasão. E esta
seria contrária à verdade, pois a relativizava, constituindo um saber aparentemente
despido de maiores aprofundamentos. O certo é que, embora os sofistas a tenha presente
no seu labor, ela não é sinônima de sofismo. Em outros termos: não há identidade
necessária entre os termos, haja vista que nem todo retórico é sofista, usando a palavra no
sentido mais nobre. Aristóteles, o sistematizador da ontologia, por exemplo, também
teceu considerações sobre esta “arte”. Assim, encontram-se estudos sobre o
convencimento tanto em autores de cosmovisão metafísica quanto naqueles de
cosmovisão mais ligada propriamente à tradição retórica, isto é, os que negam a existência
de essências.
Aristóteles definiu-a como “(...) a faculdade de ver teoricamente o que, em cada
caso, pode ser capaz de gerar a persuasão.”4 Infere-se que, na visão do estagirita, a retórica
constituir-se-ia numa arte, e não no próprio ato argumentativo. Aquela daria ao orador o
instrumental necessário para que escolhesse adequadamente os argumentos de acordo
com a situação encontrada. Assim, “Sua tarefa não consiste em persuadir, mas em
discernir os meios de persuadir a propósito de cada questão, como sucede com todas as
demais artes.”5
Há quem defenda que ela não faria parte da filosofia. Seria, no máximo, uma
“metodologia do persuadir”, pois aparentemente afastada da questão dos valores e da

isenta de riqueza verbal, apenas adstrita à fria lógica das formas ou fórmulas jurídicas”. REALE, Miguel.
Lições preliminares de direito. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006 , p.88.
3
Interessante a seguinte passagem; “Assim a retórica, pelo que parece, é uma produtora de persuasão para
a crença, e não para a instrução no que diz respeito ao justo e ao injusto.” PLATÃO. Diálogos II: Górgias
(ou da retórica), Eutidemo (ou da disputa), Hípias maior (ou do belo), Hípias menor (ou do falso). Bauru:
EDUPRO, 2007, p. 54.
4
ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte Poética. Bauru: Edipro, p. 29.
5
ARISTÓTELES. Arte retórica e arte poética. Bauru: Edipro, p. 31.
4

verdade.6 Por outra banda, Adeodato argumenta acerca da impropriedade de uma visão
restritiva da filosofia, aceita, muitas vezes, até por retóricos, que desconsideram a
pertença desta naquela. Segundo seu pensamento, houve uma apropriação, por parte dos
ontológicos, da filosofa. No entanto, dado que sua função é pesquisar a sabedoria, e não
a verdade conteria também os estudos retóricos.7 Ou seja, a retórica e filosofia não seriam
antagônicas.
Ressalte-se que Eric Voegelin rechaça a opinião de que uma visão não ontológica
faria parte da filosofia. O filósofo germânico parte da ideia de que para os gregos,
especialmente em Platão, haveria um par de significação, sendo que um conceito
possuiria um contrário. Deste modo, um sofista ou arrivista, nesta perspectiva, jamais
poderia ser chamado por Filósofo, amigo da sabedoria, mas um “Filódoxo”. Em suas
palavras,

A perda faz-se sentir da maneira mais incômoda no segundo par


que temos agora de considerar, philosophos e philodoxos. Temos
filósofos na linguagem atual, mas não filódoxos. (...) No uso
moderno, portanto, chamamos de filósofos precisamente as
pessoas a que Platão, como filósofo, estava em oposição. E um
entendimento da metade positiva do par é praticamente
impossível, exceto por alguns poucos especialistas, porque
pensamos em filódoxos quando falamos em filósofos.8

Entretanto, a visão apresentada por Adeodato, isto é, identificadora dos dois


saberes citados, não foi a mais recorrente. Certamente contribuiu para isso o
obscurecimento da retórico e somente recente reabilitação, visto que, por exemplo, no
meio jurídico, ocorreu no século XX com as obras de Perelman e Viehweg. Na dogmática
jurídica, em vez, sempre foi recorrente a tentativa logicizante, seja afirmando que o
raciocínio jurídico era silogístico seja que a descrição do objeto da ciência seria feita por
meios lógicos. No máximo, se aceitava que a retórica era presente e importante no labor
prático dos juristas, isto é, na atuação dos mesmos na resolução direta das lides, mas quase
nunca que ela relevante, também, para a ciência jurídica.

6
REALE, Giovanni; ANTISEREI, Dario. História da filosofia: antigüidade e idade média. 9ª ed. São
Paulo: Paulus, 2005, p.
7
ADEODATO, João Maurício. Uma teoria retórica da norma jurídica e do direito subjetivo. São Paulo:
Noeses, 2011, p. 2.
8
VOEGELIN, Eric. Ordem e História: Platão e Aristóteles. Vol 3. São Paulo: Loyola, 2009, p. 126.
5

Para isso, contribuiu, certamente, uma concepção racionalista, sobretudo, aquela


de matriz cartesiana, influenciadora do modelo de ciência prevalecente desde o século
XVII.9
Parece que entender a teoria da argumentação é útil ao jurista, pois a teoria do
silogismo é insuficiente para que ele descreva e prescreva a realidade por meio das
proposições científicas. Na composição de artigos, livros e comunicações, não seobedece
ao caminho silogístico. O que não quer dizer que não construa também silogismos com
função persuasiva. Isto é, argumentos que apesar de guardarem a forma apodítica, não
inferem verdades a partir das premissas, até porque as sentenças- os enunciados- dos
juristas alicerçam-se em lugares comuns.
Esse não é um entendimento unívoco como se vê na citação seguinte: “(...) o
silogismo não é o meio retórico, e menos ainda o meio lógico, efetivamente utilizado para
atingir a decisão no processo estatal.” 10
Em relação à última consideração, não parece haver dúvida, pois, como ficou
evidenciado no trabalho, pode-se fazer ciência jurídica de forma apartada dos ditames
enunciados pela lógica. Ou melhor dizendo, essa é forma corriqueira de fazê-la.
Quanto à primeira, discorda-se. O silogismo encerra função retórica. Acontece
que, Aristóteles não aceita a presença de silogismos erísticos: próprio dos sofistas, os
quais basear-se-iam em premissas ou infeririam conclusões falsas. Quando Adeodato
objeta a presença deles na argumentação, parece que o está utilizando no sentido acima
exposto: o silogismo sofístico. Este diferiria do entimema, ou silogismo retórico, bem
como do dialético e, sobretudo, do apodítico.
Silogismo apodítico é o mesmo que silogismo. Já o silogismo retórico ou
entimema diferenciar-se-ia do dialético ou epiquirema pelo fato de que este, à semelhança
do apodítico, é demonstrável, enquanto que aquele é persuasivo, pois tem a ver com o
provável e não no verificável.11

9
“O raciocínio more geométrico era o modelo proposto aos filósofos desejosos de construir um pensamento
que pudesse alcançar a dignidade de ciência.” PERELMAN, Chaïm; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie.
Tratado da argumentação: a nova retórica. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p.2.
10
ADEODATO, João Maurício. Ética e retórica: para uma teoria da dogmática jurídica. 4ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2009, p. 329. Isto contradiz a afirmação seguinte: “(...) retórica não consiste apenas em persuasão,
no estudo e aplicação dos meios de persuadir, vai além disso. Nem sequer a retórica estratégica(que é apenas
um tipo de retórica), na qual a persuasão ocupa sem dúvida o lugar principal, reduz-se às metodologias
persuasivas.” O autor defende que há uma retórica material identificada com a própria linguagem. Assim
sendo, se intuiria que qualquer ato comunicativo se constituiria um meio retórico. ADEODATO, João
Maurício. Uma teoria retórica da norma jurídica e do direito subjetivo. São Paulo: Noeses, 2011, p. 3.
11
ADEODATO, João Maurício. Ética e retórica: para uma teoria da dogmática jurídica. 4ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2009, p. 339. Ademai, “
6

No entanto, o estagirita pondera que o entimema constitui um silogismo, ainda


que incompleto12. Ora, o principal meio da retórica deveria ser desconsiderado? Ou,
atualmente, não são considerados outros instrumentos que não os pensados por
Aristóteles para efetivar a persuasão?
Certo é que a força argumentativa da lógica é grande. E, às vezes, até necessária.
A grande questão da dogmática contemporânea é, pois, a decibilidade. Neste sentido,
construir uma argumentação sólida, isto é, pretensamente isenta de contradições constitui
o caminho para influenciar nos processos decisórios.
Nesse mister, é preciso persuadir: usando a distinção proposta por Perelman,
argumentar tendo em vista a adesão de um auditório particular, e não do universal, caso
em que se falaria de convencimento.13 O dogmata, geralmente, não pretende convencer a
totalidade dos seres racionais, e sim um parcela do todo acerca da adequação de suas
teses.
Por isso mesmo,

O raciocínio silogístico é tão convincente e conhecido que os advogados e


juízes, sempre ávidos por fazer sua atividade parecer o mais objetiva possível,
tentam fazer com que o raciocínio lógico pareça mais silogístico possível. 14

Acrescentar-se-ia apenas à citação o substantivo cientista. Este, também, vale-se


desse recurso. E com isso o próprio Paulo de Barros Carvalho, que defende uma teoria
formalista do Direito, concorda. Com efeito, há a defesa, em sua obra, da presença da
lógica, todavia essa teria um emprego preciso, já que “O expediente favorece a retórica e
aumenta consideravelmente a força expositiva da mensagem.” 15
Na gradação sobre a sua presença na epistemologia jurídica, se é certo que não
seria o máximo também o é que não seria mínimo.
Conseguintemente, defende-se que, em muitas ocasiões, o uso da lógica, mais que
relacionada à adequação formal dos enunciados, encerra função retórica. Não seria, pois,

12
“Os meios para demonstrar realmente ou na aparência são, como na Dialética, a indução, o silogismo e,
finalmente, o silogismo aparente: são estes pontos que têm em comum, pois o exemplo é uma indução e o
entimema é um silogismo”ARISTÓTELES. Arte retórica e arte poética. Bauru: Edipro, p. 34.
13
PERELMAN, Chaïm; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da argumentação: a nova retórica. 2ª
ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p.31.
14
POSNER, Richard A. Problemas de filosofia do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 52.
15
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 3ª ed. São Paulo: Noeses,
2009, p. XXVII. Interessante é que alguns programas de pós-graduação em direito, para demonstrar o grau
de excelência da produção intelectual de seus docentes, afirmam que as suas argumentações são acolhidas
nos tribunais superiores do país. Mais que descrever, a ciência jurídica visa convencer.
7

algo relacionado à sua natureza: ciência sem lógica não seria ciência, no entanto recurso
para torná-la mais crível pelos interlocutores. Esse seria seu fim precípuo. O que não nega
o emprego na função habitual da lógica. Isso é possível. Exemplo encontra-se na
informática jurídica.
Nega-se, todavia, uma generalização ou necessidade dela para o cientista do
direito. Ao fazê-lo, far-se-ia uma afirmação reducionista. O direito e sua ciência são mais
que lógica.

2. A PARCIAL RECEPÇÃO DE ARISTÓTELES NA TEORIA JURÍDICA


CONTEMPORÂNEA: DIREITO NÃO É (SOMENTE) RETÓRICA

Serão analisadas, nesta secção, algumas características principais presentes nas


concepções que tomam a retórica como um meio importante para o conhecimento do
fenômeno jurídico. As contribuições de de Viehweg e Perelman constituem o seu objeto
central. O primeiro destacou o papel da Dialética enquanto queo segunto, o da retórica.
Busca-se destacar o liame que as une ao pensamento aristotélico e, ao mesmo tempo, as
suas limitações, mormente quando há abuso na utilização da retórica. Assim, engendra-
se demonstrar que, embora constitua um instrumental útil para o entendimento da
interpretação e aplicação do direito, não se pode absolutizá-la, ou seja, recepcionar
parcialmente a Filosofia de Aristóteles.
Em seu livro “Tópica e Jurisprudência”, Viehweg destaca que seu intento é dar
uma contribuição à pesquisa sobre os próprios fundamentos da ciência jurídica. Por outras
palavras, as investigações por ele desenvolvidas demonstraria o que é o próprio Direito.
A definição de direito, isto é, sua diferença específica em relação aos outros meios de
adaptação social, indentificar-se-ia com a tópica.16
Embora reconheça que a tópica elaborada por Cícero17 tenha sido a mais influente
no Ocidente que a de Aristóteles, Viehweg reconhece-o como o verdadeiro fundador da
matéria, tendo sido responsável, além da primeira sistematização, pela sua própria
denominação.18 É notório que no conjunto de obras posteriormente denominado de
Órganon, há um livro denominado Tópica.
Nesta obra, o estagirita apresenta sua contribuição à teoria dialética. Identificando-
a como “ (…) o procedimento racional não demonstrativo; dialético é o silogismo que,

16
VIEHWEH, Theodor. Tópica y Jurisprudencia. Taurus, Madrid, 1986, p.
17
MARCO ANTONIO CÍCERO foi....
18
VIEHWEH, Theodor. Tópica y Jurisprudencia. Taurus, Madrid, 1986, p. 37.
8

em vez de partir de premissas verdadeiras, parte de premissas prováveis, geralmente


admitidas.”19
Deste modo, Viehweg a define como uma técnica voltada para a resolução de
problemas. Em suas palavras:

La tópica es una técnica del pensamiento problemático, que fue


desenvuelta por la retórica y que es el desarrollo de una
contextura espiritual, que incluso en sus particularidades se
distingue en una forma inequívoca del esíritu deductivo
sistemático.20

Segundo Amado, existem três elementos na tópica relacionados ao seu objeto, do


seu instrumento operatio e seu tipo de atividade. Em realação ao primeiro, seria, pois uma
técnica do pensamento problemático. Em relação ao segundo, caracterizar-se-ia pela
noção de topos ou lugares comuns. Em relação a terceira, entendende-se por tópica a
insvestigação e análise das premissas, centrando-se, conseguintemente, mais nas
premissas que nas conclusções.21 A Tópica, neste sentido, juntamente com as Refutações
Sofísticas, não faz parte da Analítica, mas ao terreno da dialética,22
O autor de “Tópica e Jurisprudência” esclarece que, ao contrário de Aristóteles,
preocupado em apresentar, ainda que não exclusivamente, uma teoria da tópica como
expressão da dialética, Cícero intentou apenas aplicar um catálogo de de tópicos, e isso,
23
em razão de seu apelo prático, tornou a última mais influente. Em todo caso, debe-se
notar que Viehweg, seja na tópica aristotélica seja na ciceroniana, entende-as como
modos de que dispõe o jurista para fazer valer um prisma não dedutivista do direito.
Semelhante é posicionamento de Perelman. Seu intento é construir uma nova
retórica, sem, todavia, olvidar das contribuições dos clássicos para o desenvolvimento da
disciplina. Segundo Atienza, almejando ampliar o espectro da razão inserindo nela os
racicionios próprios das ciências humanas, com percularidades não presentes nas ciências
dedutivas, o professor da Universidade de Bruxelas centrava suas observações nas

19
20
VIEHWEG, Theodor. Tópica y Jurisprudencia. Taurus, Madrid, 1986, p. 24.
21
AMADO, Juan García. Tópica, derecho y método jurídico. In: Doxa: Cuadernos de Filosofía del
Derecho. Alicante: Universidad de Alicante, 1987, pp. 190.
22
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2015, 316.
23
VIEHWEG, Theodor. Tópica y Jurisprudencia. Taurus, Madrid, 1986, p. 49.
9

estruturas das argumentações não se preocupando com seus aspectos externos, tais como
os psicologicos. Deste modo, intentando renovar a análise dos raciocionios produzidos
em ambientes argumentativos , construindo para tanto uma teoria de argumentação
jurídica, que ele denominou de ‘’A nova retórica’’. 24
De fato, ‘’ O raciocinio move geometrico era o modelo proposto aos filósofos
desejosos de construir um sistema de pensamento que pudesse alcançar a dignidade de
uma ciência.’’ Como se tem um tópico precedente, deixe-se o apogeu desta perpesctiva
com a prevalência da filosofia racionalista, que tem em Descartes em de seus primeiros
expoentes. Sabendo-se que ‘’ O Campo da argumentação é o do verossimil , da causivel,
do provavel, na medida em que está ultima escapa ás certezas de rácula’’. Os adeptos do
racionalismo, afirma Perelman, a segundo plano, uma vez que não sendo analiticos sejam
despidos da caracteristica necessidade. 25
Em razão disto, encerra como um dos pressupostos da argumentação a noção de
auditório que a teoria da argumentação tem por objetivo o conhecimento dos individuos,
aquele que argumenta deve conhecer o destinatário dos argumentos, o qual, no fim das
contas, constituem o ponto central no ambiente discursivo.
Neste sentido, Perelman o define como conjunto daqueles queo o orador quer
influenciar com sua argumentação. Cada orador pensa, de uma forma mais ou menos
consciente, naqueles que procuram persuadir e que contextua o auditório ao qual se
dirigem seus discursos. 26 Todavia, Perelman acredita que a

(…) essa concepção que fundamenta a retórica na ignorância e no


provavel, á mingua do verdadeiro e do certo – e que não dá
espaço algum ao juízo de acordo a deixa, á primeira vista, num
estado de inferioridade que explicará o seu declinio posterior. 27

De forma mais enfática Perelman indagará se entender a retórica como algo


secundário não representaria a sua própria decadência, visto que não serica
contraproducente empreender esforços no sentido de un fazer que encerraria uma visão

24
ATIENZA, MANUEL. As Razões do Direito: Teorias da Argumentação Jurídica. São Paulo; Landy,
2003, p. 38.
25
PERELMAN, Chaïm; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da argumentação: a nova retórica. 2ª
ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p.2.
26
PERELMAN, Chaïm; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da argumentação: a nova retórica. 2ª
ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p.2.
27
PERELMAN, Chaïm. Retóricas. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 66.
10

falaciosa da realidade: “Em vez de ocupar-se com a retórica e com opiniões enganadoras,
não será melhor amparado na filosofia , procurar conhecer o verdadeiro?”28 Pois, segundo
seu parecer, Aristóteles aceitava a retórica tão somente em razão da ignorância acerca do
instrumental requerido para bem argumentar seja pela ignorância dos interloctures que
não conseguiriam acompanhar o raciocínio do orador.29
Parece, portanto, que Perelman, além de opos a retórica á logica, parece favorecer
uma oposição entre esta e a dialética. O seguinte trecho, a pesar de longo, é explicativo
de seu modo de pensar:

A ilusão que esse metódo produz consiste em que, pese o fato de


o interlocutor admitir cada elo da argumentação, acredita-se já
não estas no domínio da opinião mas no da verdade, e fica-se
convencido que as preposições enunciadas estão muito mais
socialmente fundamentadoas da que na argumentação retórica na
qual não se pode fazer a prova de cada argumento. 30
Assim, Perelman entende que deve-se a Platão aquilo que ele pensa constituir um
equívoco.A identificação do método dialético à lógica, isto é, estratificando-o acima da
retórica, pois ao que lhe parece seria mais correto a identificação dialética a retórica, uma
vez que esta última não se ocuparia do verdadeiro. 31
Todavia, se, por um lado, desde a Idade Moderna, houve uma tendência de
logicizar a ciência do Direito, por outro lado, nas últimas décadas, verificou-se uma
tendência diversa, absolutizando os meios não formais em detrimento dos aspectos
formais. Trata-se igualmente de um expediente reducionista. O Direito não é só
retórica.Mais à frente, apresentar-se-á uma proposta filosófica contrária a uma visão
parcial. Antes, todavia, apresentar-se-á a contribuição de Manuel Atienza para o
desenvolvimento da matéria com sua sua Teoria da Argumentação Jurídica.

3. DESDOBRAMENTOS DO USO DA RETÓRICA NO DIREITO: TEORIA DA


ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA

28
PERELMAN, Chaïm. Retóricas. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 66.
29
PERELMAN, Chaïm. Retóricas. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 64.
30
PERELMAN, Chaïm. Retóricas. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 73.
31
PERELMAN, Chaïm. Retóricas. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 73.
11

Manuel Atienza32, catedrático de Filosofia do Direito na Universidade de


Alicante/ Espanha, é um autor cujas obras são bastante conhecidas nas faculdades de
direito brasileiras, sobretudo por causa do livro “As Razões do Direito: Teorias da
Argumentação Jurídica”, onde elenca as principais contribuições teóricas
contemporâneas para o desenvolvimento da disciplina.
Em 2013, lançou o seu “Curso de Argumentação Jurídica”. Enganar-se-ia quem
imaginasse que é um “curso” convencional. Trata-se, na verdade, de uma obra de
maturidade. Nela o autor apresenta de forma sistemática os principais aspectos da
argumentação realizada pelos operadores do direito. É, por conseguinte, uma síntese
teórica e prática, fruto de seu magistério na academia espanhola, em que se apresenta a
sua própria visão de argumentação.
Não obstante a difusão de Atienza, seu curso não tem sido objeto de grandes
debates na academia brasileira. Diferentemente, em outros países, para além de uma
postura reverencial, o livro suscitou um proficiente intercâmbio de ideias. Neste sentido,
Mauro Barberis, por exemplo, levantou uma série de objeções às teses defendidas pelo
jurista espanhol em artigo publicado na prestigiosa Revista Doxa, que, aliás, é dirigida
pelo próprio Atienza.33 No mesmo periódico, embora publicado antes do Curso de
Argumentação Jurídica, ou seja, quando ainda as ideias nele versadas estavam a
amadurecer, seu autor defendeu sua teoria da argumentação.34
A tradução para o português, vinda à lume quatro anos depois de sua versão
original, além de preencher uma lacuna nas letras jurídicas nacionais- haja vista que, em
relação a este tema, ainda o Brasil está prenhe de contributos verdadeiramente originais-
é um fator que pode suscitar o debate faltante e que é a maior homenagem que se pode
dar a um autor: ver sua obra analisada de forma científica pelos seus pares.35

3.1.UMA TEORIA ECLÉTICA DA ARGUMENTAÇÃO?

32
Manuel Atienza nasceu em Oviedo, Espanha, em 1951, licenciou-se em Direito na Universidade de
Oviedo (1973), onde também alcançou o grau de doutor em Direito (1976). É Professor Catedrático de
Filosofia do Direito na Universidade de Alicante. Diretor da Revista “Doxa: Cuadernos de Filosofía del
Derecho” e do Mestrado em Argumentação Jurídica daquela Universidade espanhola.
33
BARBERIS, Mauro. ¿ Imperialismo de la Argumentación? Comentários al Curso de Argumentación
Jurídica de Manuel Atienza. In: Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho. Alicante: Universidad de
Alicante, 2014, pp. 325-335.
34
ATIENZA, Manuel. Crítica de la Crítica Crítica. Contra Enrique Haba y Consortes. In: Doxa: Cuadernos
de Filosofía del Derecho. Alicante: Universidad de Alicante, 2010, pp. 361-367.
35
A tradução é lavra de Cláudia Roesler, professora de Direito na Universidade de Brasília, e foi lançada
em 2017. É o primeiro volume da coleção “Direito, Retórica e Argumentação”.
12

Manuel Atienza não elenca como um objetivo de seu Curso desenvolver uma
teoria original. Sua finalidade, ao contrária, seria sistematizar diversas concepções de
argumentação que, embora aparentemente conflitantes, teriam pontos de intersecção.
Neste sentido, advoga uma visão não parcial da atividade argumentativa. Isto é, intenta
desenvolver uma teoria eclética ou, como prefere denominar, uma “teoria mosaico”. Se o
autor parece modesto em relação ao alcance teórico de sua obra, não o é em relação aos
efeitos práticos que intenta, a saber: superar as principais teorias da argumentação
(Teorias Standards). 36
Em suas palavras, propõe apresentar “um conjunto de ideias(...) que conseguia
superar bastante as limitações que podem ser encontradas no que se qualificou como
teoria standard da argumentação jurídica.” 37
São aparentemente contraditórios estes
objetivos. Como superar um conjunto mais ou menos sólidos de teorias (capitaneadas por
autores como Perelman ou Alexy, por exemplo) se não se intenta ser original?
Na verdade, o critério que orienta Atienza é da utilidade das teorias na prática
jurídica. Não seria importante superar, no plano teorético, obras que estão já consagradas.
Mas extrair-lhes um significado prático no plano profissional. Isto é, auxiliar juízes,
advogados na elaboração de argumentos mais sólidos, dotando- lhes de um instrumental
analítico para a avaliação de todo processo argumentativo. Revela, por um lado, uma
postura realista sobre as próprias limitações do autor e, por outro, a própria base filosófica
em que se apoia. 38
Para alcançar seu intento, o autor divide seu livro em duas partes: geral e
específica. Ambas são compostas de cinco capítulos. Na primeira, busca-se uma definição
de argumentação. Já na segunda busca-se “resposta às perguntas argumentativas, às quais
um jurista tem que fazer frente em sua prática (...).”39
No primeiro capítulo denominado “Direito e Argumentação”, o caráter eclético
do livro fica de pronto evidenciado. O professor espanhol defende que o Direito não pode
se reduzir à argumentação. Mas que, no entanto, ela pode contribuir de forma decisiva
para a prática e, também, para a dimensão teórica do direito. Destaca que as principais

36
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 9.
37
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 9.
38
Ver as obras do autor: “Marx y los derechos humanos” e o mais recente “Filosofía del Derecho e
Transformación Social”.
39
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 10.
13

teorias jurídicas do século XX descuidaram deste aspecto. O autor espanhol, destarte,


critica o normativismo positivista, o realismo e o jusnaturalismo, pois, ao seu parecer, por
serem parciais não seriam eficazes em um Estado de Direito Constitucional.40
É, no entanto, surpreendente a que chega: “Todas estas concepções do Direito
parecem ter entrado em crise como consequência do surgimento, nas últimas décadas do
século XX, do paradigma do constitucionalismo (para alguns, neoconstitucionalismo).”41
Não parece adequado tributar ao neoconstitucionalismo o destino de perspectivas
jurídicas- que estão inexoravelmente atreladas à movimentos culturais mais amplos- tão
díspares como o positivismo, o jusnaturalismo ou realismo. Na verdade, o que se vê é
que, na maioria das vezes, há momentos de florescimento, acompanhado de declínio e de
renascimento. O paradigma do constitucionalismo, embora seja importante para entender
o modo como os juízes brasileiros decidem, não parece, contudo, que esteja tão firmado
a ponto de ser considerado a causa do ocaso das correntes jusfilosóficas citadas.
Isso torna-se óbvio quando o próprio autor defende que elas não devem ser
abandonadas, “pois nessas tradições teóricas estão contidos elementos imprescindíveis
para desenvolver um elemento um enfoque argumentativo do direito.”
Contudo, não deixa claro que elementos imprescindíveis seriam estes. Sobre o
jusnaturalismo, por exemplo, sentencia que “parece não desempenhar praticamente
nenhum papel, que não seja o de contribuir para identificar (ainda que não de maneira
explícita a Constituição como uma espécie de direito natural, um conjunto de princípios
indiscutíveis(...)”42 Em outra passagem mais eloquente Atienza afirma que “Caberia
pensar, no entanto, que essa apelação a um ‘Direito supralegal’ deixou de fazer sentido
nos Direitos do estado constitucional.” 43Pelo exposto, não resta função alguma ao direito
natural que chancelar a própria constituição, o que contrariaria a própria noção elementar
de jusnaturalismo que invoca um direito superior ao direito positivado. Em que a visão
de Atienza sobre o jusnaturalismo ajudaria na argumentação jurídica permanece uma
incógnita. Diga-se o mesmo em relação ao Positivismo e ao Realismo Jurídico.
Nos demais capítulos da primeira parte, o autor busca responder acerca do que é
a argumentar (capítulo II), a concepção formal (capítulo III), a concepção material
(capítulo IV) e a concepção pragmática (capítulo V). A questão central tratada seria de

40
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, pp. 22-23.
41
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 31.
42
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 23.
43
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 29.
14

que a dimensão argumentativa do direito abarca componentes formais, materiais e


pragmáticos.44 O que mais uma vez ressalta o caráter de “Teoria-mosaico” de sua
contribuição.
Sua perspectiva vai de encontro às teorias que enfatizam o caráter material da
argumentação em detrimento das dimensões formais45 e pragmáticas. Contudo, fica
evidente, até pela topologia da apresentação dos capítulos, que há uma gradação de
importância para a argumentação. Os elementos materiais teriam uma importância
superior aos elementos formais e os elementos pragmáticos seriam superiores a ambos.
O que seria deletério, na perspectiva de Atienza, seria olvidar algum desses
aspectos. É verdade que “O que caracterizou os percussores, nos anos 50 do século XX,
foi a tese de que o raciocínio jurídico não poderia ser visto como um tipo de raciocínio
dedutivo.”46 Acontece que, além do conteúdo de verdade e correção que preside a
concepção material da argumentação47, há indubitavelmente aspecto formal na
argumentação, haja vista que todos os argumentos têm uma determinada forma. 48 Não se
pode olvidar, outrossim, que, no âmbito da lógica clássica “O argumento,pelo contrário,
refere-se à ação de provar (probatio) . E é o meio empregado para estabelecer uma
conclusão de maneira pura e simples (absolutamente falando), levando em conta, pois
não só a forma as também a matéria da argumentação.”49
Somando-se a isto, inegavelmente há um ponto de união entre aquilo que Atienza
chama de elementos formais e elementos materiais: análise da linguagem falaciosa. De
fato, ao menos no que tange à identificação das falácias formais, uma verificação lógica
das premissas e inferências faz-se necessário. Neste sentido, a própria lógica teria uma
dimensão pragmática, já que “ tem grande valor analítico e estratégico: permite saber que
premissa haveria que pressupor para que o argumento fosse sólido, em que direção
devemos dirigir nossos objetivos quando se trata de refutar ou debilitar um argumento
etc.”50
Nota-se que mais uma vez Atienza não intenta a originalidade, vez que as Teorias
Standards também objetivam a intersecção de aspectos materiais e formais tendo-se em

44
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 99.
45
Por exemplo, Perelman, Chaïn. Lógica Jurídica. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
46
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 33.
47
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 69.
48
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 49
49
MARITAIN, Jacques. Elementos de Filosofia II: A Ordem dos conceitos- Lógica Menor. Rio de Janeiro:
Agir: 2001, p.183.
50
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 68.
15

vista a dimensão pragmática. Neste sentido poder-se-ia exemplificar a Teoria da


Argumentação de Robert Alexy.51
Seguindo-se ao capítulo que trata dos elementos pragmáticos, inicia-se, no
capítulo VI, a segunda parte da obra, tratando da análise da argumentação. Depois, no
capítulo VI, discute-se como avaliar a argumentação; no VIII, como argumentar e, no IX,
os contextos da argumentação.
Então, que seria argumentar? Atienza entende que “O que dá sentido em se falar
de argumentação é a colocação de um problema que requer uma solução, em favor da
qual devem ser apresentadas razões.”52 Com este fito, elenca quatro fases para a resolução
dos problemas da argumentação jurídica, quais sejam: (a) identificação do problema;(b)
proposta de uma solução (c)comprovação e revisão do problema, se necessário; (d)
53
redação do texto ou roteiro de exposição oral. Aqui, parece que o momento decisivo
seria a proposta de solução, pois ela que vai orientar todo o desenvolvimento da
argumentação, isto é, vai nortear a tentativa de resolução dos problemas da vida trazidos
para os operadores do direito.
Neste sentido, o professor da Universidade de Alicante defende que o juiz,
consciente ou não, parte de uma ideia de solução correta para o caso, de tal sorte que a
correção seria uma espécie de “ideal regulativo”. Assim, em se tratando de magistrados,
seria coerente, no parecer de Atienza, a ideia de uma única resposta correta. 54 A
argumentação, contudo, para ser eficaz, deve concomitantemente ser analisada e avaliada.
Por análise Atienza entende a representação dos argumentos, sobretudo em
argumentações mais complexas, e a identificação dos seus elementos e partes
55
constituintes distinguíveis. Seria útil nesta fase identificar as questões processuais,
questões de prova, questões de qualificação, questões de aplicação, questões de validade
questões de interpretação, questões de discricionariedade e questões de ponderação. Em
resumo, na análise busca-se: “identificar o ponto (ou os pontos) da controvérsia tem uma
importância fundamental para entender a argumentação analisada (...).”56
Por sua vez, a avaliação busca coligir argumentos bons. Segundo Atienza, “Uma
boa argumentação em sentido técnico significa uma argumentação hábil, baseada em

51
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 96.
52
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 145.
53
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 150.
54
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 151.
55
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 100.
56
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 119.
16

argumentos potencialmente eficazes para atingir certa finalidade.”57 O autor, no entanto,


não desvincula a argumentação de uma dimensão ética. Seguindo os passos de
Quintiliano, assevera que aquele que argumenta será prejudicado se não possuir
credibilidade junto ao auditório, pois o orador é “um homem bom perito em falar bem.”58
Viu-se no início desta secção que, em resumo, Manuel Atienza intenta com sua
teoria da argumentação unir teoria e práxis. Entretanto, o curso do jurista espanhol não
foi traduzido na totalidade para o português. De fato, a versão espanhola possui 870
páginas, enquanto que a portuguesa apenas 254! Na verdade, como salienta o autor no
prefácio à edição traduzida, “o esta edição brasileira recolhe é a parte teórica, isto é, o
núcleo da teoria da argumentação jurídica ali apresentada, e não os seus desenvolvimentos
práticos (...)”.59 É, pois, uma falha a prejudicar o entendimento e alcance desta obra.
Logicamente, os exemplos trazidos por Atienza se referiam ao Direito do Reino de
Espanha. Mas o tradutore, através de notas, poderia trazer exemplos do próprio
ordenamento jurídico brasileiro (Talvez o motivo tenha sido econômico: uma obra de
filosofia do direito de grandes dimensões poderia ser comercialmente inviável no Brasil.
No entanto, retirar a parte prática de uma obra voltada para fins pragmáticos é extrair-lhe
sua própria vitalidade.

3.2. UMA TEORIA EFICAZ DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA?

Manuel Atienza, no já mencionado livro “As razões do Direito: As Teorias da


Argumentação Jurídica”, esboça um projeto de teoria da argumentação. São apresentadas
críticas às teorias mais difundidas, destacando-se que as avalia a partir de seu objeto, seu
método e sua função. Isso porque “têm interesse limitado para o teórico e para o prático
do Direito, na medida em que são insuficientemente críticas com relação ao Direito
positivo, considerado tanto estática quanto dinamicamente.” 60
Dentre as críticas, destacar-se-ão as que seguem. A argumentação deveria não
somente centrar-se na dogmática jurídica e interpretação e aplicação jurídica, mas
também cuidar do âmbito da própria produção normativa. Por sua vez,
metodologicamente as Teorias Standards seriam falhas porque não representariam

57
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 122.
58
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, pp. 156-157.
59
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 10.
60
ATIENZA, MANUEL. As Razões do Direito: Teorias da Argumentação Jurídica. São Paulo; Landy,
2003, p. 212.
17

adequadamente como os juristas fundamentam sua decisão. Quantos aos critérios de


correção, critica-se o fato de que os critérios de racionalidade propostos são critérios
mínimos, não sendo aptos determinar a racionalidade da argumentação, mas tão somente
descartar os argumentos tidos irracionais. Além do que “Pode-se dizer que a teoria da
argumentação jurídica dominante se centra nas questões- os casos difíceis- relativas à
interpretação do Direito e que são propostas nos órgãos superiores da administração da
Justiça.”61
Conseguintemente, quando Atienza lança sua obra magna, há de se indagar se
conseguiu construir uma teoria da argumentação que supere as teorias consagradas nos
aspectos supracitados. Deveras, transcender tais críticas é o fator determinante para
avaliação de seu desempenho como uma teoria determinada pela prática com vistas à
transformação social. Não obstante o esforço empreendido pelo autor, parece que não
atingiu o seu objetivo, tratando-se, por conseguinte, de uma teoria da argumentação
dispensável na faina argumentativa.
No intuito de congregar diversas teorias provindas de tradições filosóficas
distintas, Atienza acaba repetindo os erros que aponta nas demais teorias da argumentação
jurídica. Em outras palavras, o operador do direito não vai encontrar no seu curso um
caminho seguro para argumentar de maneira mais sólida. Logicamente, são trazidas
informações úteis, mas nada que não se encontre em outras obras de referência ou que se
possa dizer imprescindível para a argumentação.
Deveras, embora Atienza entenda que uma boa teoria da argumentação deve-se
tratar não só do momento de aplicação/ interpretação jurídica, mas também fornecer
subsídios para o processo legislativo de formação das leis, seu Curso centra-se na
argumentação realizada pelos juristas no labor interpretativo. E mais não todo jurista, mas
os juízes. É verdade que, no capítulo IX, apresente os contextos da argumentação,
sublinhando a argumentação dos advogados, legisladores e doutrinadores. No entanto, a
tônica do livre é a argumentação judicial. Neste sentido, “Dissemos que a perspectiva em
que nos situávamos para responder à pergunta sobre como argumentar era essencialmente
a de um juiz de instância superior.”62
Por outro lado, não consegue avançar no que tange à avaliação dos argumentos,
pois os critérios aludidos por Atienza não abarcam uma racionalidade “máxima”, vez que

61
ATIENZA, MANUEL. As Razões do Direito: Teorias da Argumentação Jurídica. São Paulo; Landy,
2003, p. 18 e p.212 e ss.
62
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 158.
18

a questão permanece residual, de tal sorte que apenas afasta os argumentos absurdos,
pouco revelando sobre a correção de sua utilização em determinado contexto
argumentativo, já que a análise, ainda que alicerçada em elementos formais, materiais e
pragmáticos, centrar-se-ia somente em: “ identificar o ponto (ou os pontos)da
controvérsia [ que] tem uma importância fundamental para entender a argumentação
analisada e, como se verá, para argumentar.”63 Ressalte-se que, neste particular, Atienza
defende a plausibilidade da existência de uma única resposta correta, sobretudo no
contexto da argumentação judicial.64Ademais, construção de diagramas65 não parece ser
um modo adequado para representação da argumentação. Parece mais um recurso
didático que um ensinamento a ser posto em prática pelos profissionais.

4. A TEORIA DOS QUATRO DISCURSOS COMO MEIO IMPORTANTE PARA


O CONHECIMENTO DO DIREITO

Nos tópicos procedentes ficou evidenciado que Aristóteles legou contribuições


para o desenvolvimento da lógica, da retórica e da dialética. E muito do que atualmente
se teoriza sobre o direito deve-se às suas cogitações. No entanto, pode-se perceber que,
em vários ocasiões, sua influencia tendeu-se a ser parcial, ficando um ou outro aspecto
obscurecido ou relegado. Contra esta visão parcial, parece ser adequada a interpretação
do corpus aristotelicos desenvolvida pelo filósofo, Olavo de carvalho, que advoga,
acrescentando a póetica, defenda que existe uma unidade entre eles, formando aquilo que
denomina Teoria dos 4 discursos de Aristoteles.
Neste sentido, A essa idéia denomina Teoria dos Quatro
discursos. Pode ser resumida em uma frase: o discurso humano é
uma potência única, que se atualiza de quatro maneiras diversas:
a póetica, a retórica, a dialética e a analítica(lógica). ‘’A
diversificação mesma em quatro ciências subordinadas tem se de
assentar-se na razão da unidade do objeto que enfocam-se, sob
pena de falharmos a regra aristotelica de divisão.66

63
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 119.
64
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 10
65
ATIENZA, Manuel. Curso de Argumentação Jurídica. Curitiba: Alteridade, 2017, p. 104.
66
CARVALHO, Olavo. Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos.
Campinas: Vide Editorial, 2013, p. 22.
19

Segundo Olavo de Carvalho, uma vez que são ciências do discurso, a Poética e a
Retórica, juntamente com a lógica e a dialética, também constituem a Órganon, isto é, o
conjunto de obras introdutórias, que em consequencia disto, não podem ser classificadas
com ciências teóricas, práticas ou técnicas. Assim, as ciências do discursos teriam como
objeto de investigação as maneiras que se utiliza com o fito de influciar a outo ou a si
próprio, mudando-se tão somente o grau de credibilidade presente em cada discurso.67
Para entender esta perspectiva, faz-se necessário aclarar alguns conceitos
fundamentais. Por discurso, entende-se o ‘’trânsito do acreditado ao acreditável, por meio
de um encadeamento de nexos.” A credibilidade, por sua vez, diz respeito á aceitação da
modificação exercida pelo emissor pelos receptores, dividindo-se em credibilidade inicial
e credibilidade final, a primeira referir-se a disposição preliminar em aceitar, ainda que
provisoriamente, o discurso do emissor. Já a segunda, seria a plena aceitação da
modificação proposta’’, Nota-se, portanto, que não somente a retórica visa modificar as
disposições de outrem, mas todo e qualquer discurso, Isto porque: ‘’Mudar de opinião é
ser modificado; receber uma informação é ser modificado, sentir uma emoção é ser
modificado.”68
O que diferiria cada tipo de discurso seria sua posição na escala de premissas isto
é, com seu grau de credibilidade alcançalvel. Esta caracteristica é tão importante na teoria
dos 4 discursos que Carvalho afirma que “A escala de credibilidade – quer das premissas,
quer das conclusões – é uma condição de possibilidade da existência do discurso.’’ De
fato, parece, deveras ser imprescindivel um escanolamento dos critérios da credibilidade,
já que o seu grau vai marcar a função e eficácia de cada um dos discursos apresentados.69
Em uma escala de credibilidade, o grau máximo de credibilidade pertence ao
absolutamente verdadeiro enquanti que o grau mínimo, ao minimamente verdadeiro: o
que é meramente possível: ‘’ O grau mínimo não poderia caber ao absolutamente falso,
porque o admitido como falsa não é jamais tomado como uma premissa de nada,
precisamente porque já impugnado’’. 70

67
CARVALHO, Olavo. Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos.
Campinas: Vide Editorial, 2013, p. 29-30.
68
CARVALHO, Olavo. Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos.
Campinas: Vide Editorial, 2013, p. 64-65.
69
CARVALHO, Olavo. Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos.
Campinas: Vide Editorial, 2013, p. 67.
70
CARVALHO, Olavo. Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos.
Campinas: Vide Editorial, 2013, p. 67.
20

Como foi assinalado acima, a Teoria dos Quatro discursos entende-os como
instrumentos, isto é, como parte do Órganon. É equivocado, portanto, absolutizá-los,
quaisquer que sejam. Não foram poucas as teorias jurídicas que buscaram identificar o
Direito com um desses aspectos: Direito é lógica, parece demodê, tendo dado espaço a
incontáveis teorias que apenas sublinham os aspectos formais: Direito é retórica.
Ora, pelo menos na espistemologia aristotélica nenhum desses discursos fazia
parte de seu conjunto. Afirmações como as acimas citadas não tem razão de existir
justamente por faltar aos discursos o caráter epistêmico. Assim, seriam apenas meios para
se galgar o conhecimeto, nunca o próprio conhecimento.
Direito se expressa através da poética ( que poderíamos atualmente chamar de
literatura), pela retórica, pela dialética e pela lógica. É notável que algumas das conquistas
civilizacionais tenham surgido no campo da imaginação litérária antes de fazerem parte
do rol de direitos defendidos pelos juristas. A noção de direitos oponíveis ao poder estatal
apareceu na tragédia grego na obra Antígona de Sófocles.
Deste modo,
A Antígona não é um drama de tese, mas através da acção e do
sofrimento destas personagens, manifesta-se com suficiente
clareza o problema de o Estad poder aspirar a ter a última palabra
ou também ele debe também debe respeitar leis que não tiverem
a sua origem nele e que, portanto, permanecem sempre subtraídas
à sua intervenção.71

Também, é inegável que diretos sociais antes da penada dos legisladores e


filósofos tenham entrado no imaginário coletivo através de obras como o Germinal, do
mesmo autor do “J’Acuse”. O discurso da literatura, por assim dizer, tem sua
credibilidade relacionada a uma “forma de participação consentida numa vivência
contemplativa proposta pelo poeta.”72 Treina, portanto, o imaginário para o mundo das
possibilidades.
João Maurício Adeodato é um dos principais partidários do prisma que nos parece
parcial. O professor da Universidade Federal de Pernambuco advoga que a própria
retórica é constituinte da realidade. Deste modo, o conhecimento da realidade somente

71
LASKY, Albin. História da Literatura Grega. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1995. P. 309
72
CARVALHO, Olavo. Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos.
Campinas: Vide Editorial, 2013, p. 74
21

poderia ser realizado por seu meio. Causa estranheza o fato de que toma de Aristóteles
algumas de suas premissas como a teoria do entimema, mas recusa-se não só as cogitações
do estagirita acerca de disciplinas essenciais da filosofia como a metafísica, cosmologia,
ética, etc, mas as próprias ciências do discurso que diferem da retórica.73 Assim, eleva-o
a um patamar inimaginável em Aristóteles, tornando-se a própria teoria do conhecimento.
Evidentemente, uma tal perspectiva gozou de grande prestígio na academia
brasileira e alhures a partir da década de 90. Todavia, parece ter se esgotado. A Teoria
dos Quatro Discursos parece ser um meio útil para entender o Direito como um fenômeno
que, ao menos tempo, se caracteriza pelo constante desenvolvimento e pelo ideal de
fixação, pois, valores como segurança jurídica, mais do que nunca necessários, sobretudo
em momentos de crisses e desintegrações semelhantes a que o Brasil atravessa.

6. REFERÊNCIAS

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4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010
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Derecho. Alicante: Universidad de Alicante, 2014, pp. 325-335.

73
ADEODADO, João Maurício. Ética e Retórica: Por uma Teoria da Dogmática Jurídica. 4ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2010, p. 329 e ss.
22

CARVALHO, Olavo. Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro


Discursos. Campinas: Vide Editorial, 2013.
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