PEDRO CALHAU

Pedro Filipe Perdigão Calhau

MORADA: rua 5 de Outubro nº24
Évora/ S. Miguel de Machede
7005-763 Portugal
BI: 12134987
EMAIL: calhaupedro@gmail.com
SITE: www.pedrocalhau.com
 CV
PEDRO CALHAU n.1983

Vive e trabalha entre Évora e

SOBRE O TRABALHO Lisboa.

2001-2006 Artes Plásticas- Pin-

tura. Universidade de Évora,
Évora

2006-2010 Ar.Co, Lisboa. Curso

O meu trabalho é uma investigação assente num grupo de pre- Avançado Artes Plásticas. Pro-
missas e directrizes que com o passar do tempo têm vindo possi- jecto Individual.

bilitar a descoberta e a realização de um vasto corpo de trabalho. 2010- 2012 Mestrado em Ensino
Sucintamente podemos dividir aquilo que doravante chamare- das Artes Visuais no 3º Ciclo e
no Secundario,
mos de a “prática” ou a minha “prática” em dois momentos.
Universidade Lusofona
Todo este processo começa invariavelmente com uma provo-
EXPOSIÇÕES COLECTIVAS
cação que vai de encontro aos meus interesses e acciona “um
selecção
gatilho” em direcção a um determinado modo de fazer. Normal- ( o artista expõe desde 2000)
mente este processo, assenta na grande curiosidade que tenho
2018 Drawing Room (stand Ga-
pelo mundo levando-me a seguir caminhos que não conheço na leria Modulo) Sociedade Nacio-
esperança do que posso aprender. nal de Belas Artes, Lisboa

Sendo toda esta ambição algo muito geral e de um ponto de vista

2018 Campo de Visão, Aquisi-
mais pragmático quase insondável, desde 2014 a esta parte, so- ções 2016-17( Curadoria, Sara
Antonia Matos e Pedro Faro)
corro-me de um conjunto de premissas que tomo como um pro-
Cordoari Nacional, Lisboa.
blema inaugural por onde filtro as aspirações criativas do meu
trabalho. 2018 A Arte é uma coisa mental
Módulo -Centro difusor de arte,
Esta metodologia começa quando escolho dois conjuntos ob- Lisboa
jectos com o propósito de a partir deles desenvolver séries de
2018 Imaginatio Módulo -Cen-
desenhos e pinturas. Desta forma o primeiro momento que as-
tro difusor de arte, Lisboa
sinalo na minha prática é o do estúdio ou do atelier. Em boa
2017 Dans le role (curadoria,
verdade, todo o dispositivo tem implicitamente uma função de
Sandro Resende), 2017 Museu
“salvar “ a minha prática de atelier de um universo que milita S. joão de Deus, Telhal, Portugal
por uma semiótica que certamente (segundo o meu ponto de 2017 5/6,Espaço Adães Bermu-
des, Alvito , Portugal
vista) não faz justiça aquilo que pode ser o exercício da pintura
e do desenho. Pessoalmente para poder exercer essas activida- 2017 Estampa (stand Galeria
Modulo) Matadero, Madrid, Es-
des com a verdade e a importância que lhes atribuo necessito de
panha
silêncio, paz e um sentido de desapego que em última instancia
2017 Arco Lisboa (stand Gale-
me afaste de mim (quanto mais melhor). Nos melhores dias de
ria Modulo) Cordoaria Nacional,
trabalho eu fui só um instrumento. Lisboa
O segundo momento da minha prática, surge como um rema-
2
nescente de toda a pesquisa que acabo por fazer para me per- 2017 Tudo o resto (com Ana
Morgadinho, Ricardo Pires, Luis
mitir desfrutar de uma prática de atelier nos termos em que a Silveirinha, José Pedro)
descrevi. Este momento, é também uma oportunidade para me
2016 Olhares Cruzados/ Identi-
debruçar sobre esses assuntos de uma forma mais pragmática
dades Diversas, Módulo- Centro
e racional explorando desse modo, aspectos dos problemas co- Difusor de Arte, Lisboa
locados, que de outra forma, acabariam por ser sonegados para
2016“Periplos / Arte Portugués
segundo plano. de Hoy”, CAC Málaga, Espanha
Deste modo, posso dizer que desenvolvo uma prática artísti-
2014 Coterie, espaço indepen-
ca que num primeiro momento se ocupa de encontrar assunto dente, Lisboa
para pintar e desenhar e num segundo momento, aproveita-se EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

de todo esse conhecimento amealhado, pensando-o , agora, me-

2017 Nous, Módulo -Centro di-
diante novos pontos de vista sobre a forma de múltiplos, na sua fusor de arte, Lisboa
maior parte, livros de artista.
2015 12 Montanhas, Módulo
Concluindo, a minha prática assenta o seu primeiro momento -Centro difusor de arte, Lisboa
na equação
2015 Ukulele, Museu Geologico,

A∩B={x│ x∈A ⋀ x∈B}

Lisboa

2013 Loquitur latine? Palacio D.

Manuel, Évora
Essa premissa ligada à teoria dos conjuntos (matemática) con-
voca-a a reunir diferentes conjuntos de objectos, com o propó- 2004 Adverbio, Associação Cul-
tural Alçude, Évora
sito de desenvolver séries de desenhos ou pinturas, fruto dos
interesses e das afinidades do artista; formando um ecossistema PUBLICAÇÕES
selecção
que se processa em dois momentos. O primeiro tenta responder
a um problema de acordo com as suas diferentes variáveis. O 2018, Rita Salgueiro, Campo
de Visão, Aquisições 2016-17(
segundo, olha para toda a produção de sentido criada e preocu-
Curadoria, Sara Antonia Matos
pa-se em compreendê-la, apropriando-se da narrativa que pro- e Pedro Faro) Catalogo da ex-
duz, para uma crescente interiorização do que é, e do que pode posição.

vir a ser. 2017 Nous (Notas sobre o meu

Deste modo, caracterizo a minha prática como um processo sis- processo criativo). 128 paginas
Livro de Artista Edição limitada
témico e autofágico que se apropria dos interesses e da cultura de 20 exemplares
importantes para o artista para desenvolver um universo de in-
2017 Laura Sequeira Falé,Duplo
teresses que com o tempo se multiplica, possibilitando infindá-
Espaço, P3, Publico
veis pontos de interesse e (espero) um alargado campo para a
reflexão. 2017, Carlos Vidal, Sabado

2016 Catalogo, Portugal: Open

Window. Contemporary Artis-
ts from Portugal (exposição de
grupo)

3
 2015, José Luis Porfirio,
Em 2016 o acto recorrente de descrever o meu processo de tra- Expresso
balho levou-me a considerar que poderia haver uma semelhança
COLECÇÕES
entre o procedimento que estava a usar para o desenvolver e al-
guns aspectos do existente conhecimento adquirido. Depois de O trabalho do artista está repre-
alguma procura constatei que existia uma grande similitude en- sentado nas seguintes colec-
ções:
tre os procedimentos que havia delineado com a teoria dos con-
juntos, onde se considera o esquema de um diagrama de Venn Colecção Fundação Carmona e
Costa, Portugal (PT);
como um instrumento para facilitar a realização de uma serie de Colecção Marin Gaspar, Portu-
exercícios onde se contempla se determinado objecto pertence gal (PT);
Colecção Figueiredo Ribeiro,
ou não a um grupo, bem como as diferentes relações entre dif-
Portugal (PT);
erentes grupos. Colecção Fundação PLMJ, Por-
Desde então considerei a equação que fala da reunião de A com tugal (PT);
Colecção da Câmara Municipal
B como um exemplo universal do meu ponto de partida. de Lisboa, Portugal (PT);
Colecção do Ar.Co, Portugal
(PT);
Colecção Modulo, Portugal (PT)
Colecção Los Bragales , Espa-
nha (ES);
Colecção CAC Málaga, Espanha
(ES)
Luciano Benetton Collection,
Italia (IT)
Entre outras colecções privadas

A∩B={x│ x∈A ⋀ x∈B}

Diagrama de Venn.

A partir daqui continuei esta pesquisa de procura de afinidades

entre os procedimentos da minha prática e elementos do conhe-
cimento formal adquirido e encontrei similitudes também entre
a enunciação e a significação que atribuo aos objectos de onde
estabeleço diferentes grupos com o conceito metafísico dos uni-
versais. De facto, quando enuncio carros ou galáxias (i.e), mais
do que falar de “objectos” estou a falar de instâncias universais
e do seus particulares que selecciono por razões de empatia e
afinidade com a intenção de os reunir nos meus trabalhos de
atelier. Um dos trabalhos que tenho em mãos neste momento é
criação de um livro de artista onde procuro explanar toda esta
rede de ligações que identifico com o meu trabalho .
4
O esquema em cima é um dos exemplos para o dito livro de artista. Apesar de ser um projecto
em desenvolvimento, acredito neste momento que será dividido em dois capítulos. O primeiro
diz respeito à enunciação das diferentes tipologias que compõem as séries que constituem o meu
percurso. O segundo, falará de aspectos mais teóricos que dirão respeito à ontologia criada por
essas dinâmicas. Este projecto esta a ser escrito e criado em inglês dai a presença dessa língua no
esquema acima.

O exemplo em cima descreve os diferentes passos que considero para a realização de uma nova
série de trabalho.
5
 2018.
Série inédita de trabalho ain-
FORECAST da em desenvolvimento. Para
esta série considerei como
conjuntos de objectos iniciais
a “ideia de mapa”, um livro de
6
palavras cruzadas sobre poe-
tas portugueses e um catálo-
go de alimentos. Sendo assim
sempre que me dispunha a
fazer um destes desenhos
escolhia uma determinada
palavra cruzada do livro, que
combinava com uma deter-
minada tipologia de mapa
(recolhida de manuais esco-
lares de geografia), que por
sua vez, tirava partido da sil-
hueta de uma determinada
imagem de um ingrediente
alimentar.
O “mapa mundi” em cima,
encerra em siv a maioria dos
diferentes territórios bem
como a colecção de todas as
pistas para poder completar
todas as palavras cruzadas
que foram utilizadas.
Nos exemplos das páginas
seguintes encontramos a
7
 repetição de uma determina- Em cima
Forecast_13
da fronteira em duas tipolo- 2018
Tecnica Mista (guache, lapis, ecol-
gias de mapa diferentes.
ine e tinta de aerografo sobre papel
fabrianno
140x 100cm
8
Pagina 6-7 Em cima
Forecast_9 Forecast_14
2018 2018
Tecnica Mista (guache, lapis, ecol- Tecnica Mista (guache, lapis, ecol-
ine e tinta de aerografo sobre papel ine e tinta de aerografo sobre papel
fabrianno fabrianno
140x 200 cm 140x 100cm
9
 2018 as particularidades que me
QUID Esta série (ainda em desen- interessavam explorar nes-
PRO volvimento) representa a ta série são muito simples,
volta à pintura depois de um e podemos dizer ideias de
QUO período dedicado ao desenho pintura universais. Interes-
na série OFF. Os objectos ou sava-me a ideia de reflexo a
10
dicotomia entre a água e o
vulcão e a linha que demar-
ca essas duas dimensões. O Pagina10 Em cima
nome da série Quid pro quo Quid pro quo #D Quid pro quo #B
2018 2018
que no latim mais literal se oleo sobre tela oleo sobre tela
180x150 cm 180x150 cm
traduz “uma coisa pela outra” Colecção Privada
11
 é certamente espelho desta
ambição. Por outro lado, este
momento dá continuidade
ao assunto da paisagem que
Em cima
amiúde tem sido importante Quid pro quo #F
2018
em outras séries de trabalho. oleo sobre tela
180x150 cm
12
 Em cima
Quid pro quo #H
2018
oleo sobre tela
180x150 cm
13
 2017-2018 sava-me ter contacto com a
OUR Esta série considerou aspec- técnica do marmoreado que
FOUNDING tos diferentes das demais. estudei pelos meus meios,
Primeiro que tudo interes- durante algum tempo, até ter
14
FATHERS
uma solução viável que me
permitisse levar acabo esta
serie. Desde o início sabia
que queria fazer alguma coi-
sa que apontasse uma ideia
de retrato sobre um fundo. A
oportunidade para material-
izar essa ideia surgiu quando
resolvi desenhar uma série de
bustos de gesso que tinha fei-
to em 2015 e que sem razão
aparente nunca saíram do
15
 atelier. Depois de uma ten-
tativa falhada de desenho à
vista de um deles, resolvi tirar
uma série de fotos que fixas-
sem esta ideia de retrato que
me interessava conservar. Dai
resultou uma série de mate-
rial que espero poder a breve
trecho compilar num livro de
artista. No entanto, o seu uso
primordial for permitir-me
poder desenhar sem ter de
pensar em enquadramentos
escalas e relações de com-
posição, tudo isso vinha deste
16
referente pré-existente. A id- Pagina 15
Our Founding Fathers n 016
eia expressa na expressão our 2018
Tinta Flashe e Gouache sobre papel
founding fathers deu nome
Sommerset
à série enquanto lhe confere 112x76 cm
um conjunto de novos signifi- Em cima à direita
Our Founding Fathers n 008
cados.
2018
Desta série resultaram vári- Tinta Flashe e Gouache sobre papel
Sommerset
as dezenas de desenhos, que 112x76 cm
conto mostrar no decorrer do
Pagina 14
ano de 2019. Our Founding Fathers n 010
2018
Tinta Flashe e Gouache sobre papel
Sommerset
112x76 cm
Em cima à esquerda
Our Founding Fathers n 033
2018
Tinta Flashe e Gouache sobre papel
Sommerset
112x76 cm
Em cima : Uma das imagens tiradas que serviu de motivo para a serie de desenho.

17
 2015-2017
NOUS A serie ou conjunto de tra-
balho mais prolifera até
agora. Dividiu-se em duas
colecções de pintura e out-
ras três de desenhos. Veio
do encontro com o livro
18
Siderius Nuncius (mensage-
iro das estrelas) de Galileu
Galilei, que de uma forma
espontânea me levou a crer
fazer pintura de uma pais-
agem nocturna com uma
figura em primeiro plano.
Desse modo acabei por fazer
dois grupos um de carros ( na
sua maioria americanos dos
anos 60 e 70) e um conjunto
de imagens providenciadas
por um site da NASA que to-
dos os dias publica uma nova
foto do espaço. Dentro deste
contexto, desenvolvi pintura,
desenho e também outros
objectos como um mapa e
um livro de artista, que reú-
nem alguma da informação
sobre o trabalho e são o
primeiro esforço concertado
na direcção de uma sistema-
tização do problema inicial.
Por essa razão a serie Nous
configura-se não tanto como
um momento isolado onde
desenvolvi um trabalho par-
19
20
 Nous (British: / naʊs /; [1] EUA: / NUS /), às vezes
NOUS

equiparado ao intelecto ou inteligência, é um termo

filosófico para a faculdade da mente humana, que é
descrito na filosofia clássica como necessário para
NOTAS SOBRE O MEU PROCESSO CRIATIVO

entender o que é verdadeiro ou real. Para descrever a

atividade desta faculdade, além de verbos com base
na "compreensão", a palavra "intelectualização" é por
vezes utilizada em contextos filosóficos, e as palavras
gregas Noesis e noein às vezes são usados também.
Esta actividade é entendida de um modo semelhante,
pelo menos em alguns contextos, à concepção mod-
erna da intuição.
Em filosofia, traduções inglesas comuns incluem
"compreensão" e "mente"; ou às vezes "pensamen-
to" ou "razão" (no sentido daquele que esta certo, e
não sobre a atividade de raciocínio). Também é fre-
quentemente descrito como algo equivalente a uma
percepção eque trabalha dentro da mente ( "olho
da mente"). Sugeriu-se que o significado básico é
algo como "consciência". Em Inglês Britânico, nous
também denota "bom senso", que está perto de um
significadpo diário o que significa que tivemos na Gré-
cia Antiga.
Em trabalhos influentes de Aristóteles, o termo foi
cuidadosamente distinguido da percepção sensorial,
imaginação e razão, embora esses termos estão es-
treitamente inter-relacionados. O termo foi aponta-
do por filósofos anteriores, como Parmênides, cujas
obras estão em grande parte perdido. Em discussões
pós-aristotélicas, os limites exatos entre a percepção,
compreensão da percepção e raciocínio nem sempre

NOUS
concordou com as definições de Aristóteles, apesar de
PEDRO CALHAU

sua terminologia continua a ser influente.

No esquema aristotélico, nous é o conhecimento
básico ou a consciência que permite que os seres hu-
manos consigam pensar racionalmente. Para Aristóte-
les, este é distinto da percepção sensorial, incluindo o N O TA S S O B R E O M E U P R O C E S S O C R I A TI V O
uso da imaginação e da memória, que outros animais
não podem fazer.
2016

PEDRO CALHAU 2016

21
 ticular com uma motivação e
resultado próprios, mas sim,
um período de exploração
que me permitiu desenvolver
esta ideia de um mensagei-
ro da estrelas, da paisagem
nocturna e do trabalhar e
organizar toda a informação
recolhida.
22
Na pagina 20 podemos ver
o mapa que não é mais que
uma reinterpretação de toda
a informação contida no liv-
ro de artista, desta vez, me-
diante um mapa celeste. As
coordenadas encontradas
do mapa não são mais que o
ponto onde determinada im-
agem de galáxia e determi-
nada imagem de um carro se
intersectam segundo o eixo
daquela da abobada celeste.
No verso encontramos a infor-
mação correspondente a cada
uma das imagens reunida sob
a alçada da sua referência no
mapa. Este objecto é inédito e
nunca foi publicado.
 Pagina 21
Pagina 18
Em cima
SN014. SN015.
2017. 2017.
oleo sobre tela oleo sobre tela
180x150cm 180x150cm
Colecção Privada Colecção Privada

Pagina 19 Em baixo
SN005. Nous (Notas sobre o meu processo
2016. criativo)
oleo sobre tela 2017
180x150cm 128 paginas (pgs)
Colecção Privada Edição limitada de 20 exemplares

Pagina 20 Pagina 22
Mapa Nous (frente e verso)
2017 Estrelas nº6.
84x118 cm 2015
Inédito oleo sobre tela
200x 180cm
Colecção Privada

Em cima
Nous
(2ª serie)
2017
Guache e acrilico sobre papel
79.5x113 cm
Colecção Privada
23
24