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Pagamento por Serviços Ambientais

em Unidades de Conservação
Termo de Cooperação MMA/UFERSA
Relatório Final

JULHO, 2015
Termo de Cooperação MMA/UFERSA
Acordo de Cooperação Técnica UFERSA/ITA
Convênio UFERSA/FGD

Coordenador UFERSA/FGD: Prof. Rafael Castelo/UFERSA

Coordenador Técnico: Prof. Wilson Cabral de Sousa Júnior/ITA

Equipe técnica
Bruna Fatiche Pavani (Aluna de Doutorado, ITA)
Thiago Carlos Ribeiro (Aluno de Mestrado, ITA)
Luís César de Aquino Lemos Filho (Professor, UFERSA)
Rafael Castelo Guedes Martins (Professor, UFERSA)
Wilson Cabral de Sousa Júnior (Professor, ITA)

Apoio técnico
Amanda de Mello Teixeira
Demerval Aparecido Gonçalves
Diogo Branquinho Ramos
2

Sumário

1. Introdução ..................................................................................................................................... 5
1.1 Motivação .............................................................................................................................. 6
1.2 Justificativa............................................................................................................................ 7
2. Referencial teórico ........................................................................................................................ 9
2.1 Pagamentos por Serviços Ambientais ................................................................................... 9
2.2 Manutenção do solo e qualidade da água ............................................................................ 12
2.3 Quantificação da erosão ...................................................................................................... 15
2.4 Valoração econômica dos serviços ecossistêmicos de retenção de solos ........................... 20
2.5 Tratamento da água para abastecimento doméstico ............................................................ 21
2.6 Custos de desassoreamento ................................................................................................. 23
3. Aspectos metodológicos ............................................................................................................. 25
4. Unidades de Conservação em análise ......................................................................................... 29
5. Levantamento e processamento de dados ................................................................................... 31
5.1 Bacias de drenagem ............................................................................................................. 32
5.2 Informações fisiográficas .................................................................................................... 32
5.3 Mapas de erosividade .......................................................................................................... 32
6. APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul ..................................................................................... 36
6.1 Histórico e objetivos ............................................................................................................ 36
6.2 Levantamento de dados e informações ............................................................................... 38
6.3 Bacias .................................................................................................................................. 40
6.4 Erosividade .......................................................................................................................... 42
6.5 Erodibilidade ....................................................................................................................... 43
6.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC).......................................... 44
6.7 Cenário hipotético ............................................................................................................... 46
6.8 Modelagem com base no cenário atual de usos e cobertura da terra .................................. 47
6.9 Valoração............................................................................................................................. 49
7. Estação Ecológica Castanhão ..................................................................................................... 53
7.1 Histórico e objetivos ............................................................................................................ 53
7.2 Levantamento de dados e informações ............................................................................... 53
7.3 Bacia de drenagem .............................................................................................................. 56
7.4 Erosividade .......................................................................................................................... 57
7.5 Erodibilidade ....................................................................................................................... 60
7.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC).......................................... 62
3

7.7 Cenário hipotético ............................................................................................................... 63


7.8 Modelagem com base no cenário atual de usos e cobertura da terra .................................. 65
7.9 Valoração............................................................................................................................. 66
8. Floresta Nacional Araripe-Apodi ............................................................................................... 68
8.1 Histórico e objetivos ............................................................................................................ 68
8.2 Levantamento de dados e informações ............................................................................... 68
8.3 Bacia de drenagem .............................................................................................................. 70
8.4 Erosividade .......................................................................................................................... 71
8.5 Erodibilidade ....................................................................................................................... 74
8.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC).......................................... 75
8.7 Cenário hipotético ............................................................................................................... 77
8.8 Modelagem com base no cenário atual de usos e cobertura da terra .................................. 78
8.9 Valoração............................................................................................................................. 80
9. Parque Nacional de Brasília; ...................................................................................................... 81
9.1 Histórico e objetivos ............................................................................................................ 81
9.2 Levantamento de dados e informações ............................................................................... 82
9.3 Bacia de drenagem .............................................................................................................. 84
9.4 Erosividade .......................................................................................................................... 85
9.5 Erodibilidade ....................................................................................................................... 89
9.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC).......................................... 90
9.7 Cenário hipotético ............................................................................................................... 91
9.8 Modelagem com base no cenário atual de usos e cobertura da terra .................................. 93
9.9 Valoração............................................................................................................................. 96
10. Parque Nacional da Chapada dos Guimarães ......................................................................... 98
10.1 Histórico e objetivos ........................................................................................................ 98
10.2 Levantamento de dados e informações ............................................................................ 99
10.3 Bacia de drenagem ........................................................................................................... 99
10.4 Erosividade .................................................................................................................... 100
10.5 Erodibilidade.................................................................................................................. 103
10.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC) .................................... 104
10.7 Cenário hipotético .......................................................................................................... 105
10.8 Modelagem com base no cenário atual de usos e cobertura da terra ............................. 107
10.9 Valoração ....................................................................................................................... 109
11. Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros......................................................................... 114
11.1 Histórico e objetivos ...................................................................................................... 114
11.2 Levantamento de dados e informações .......................................................................... 115
4

11.3 Bacia de drenagem ......................................................................................................... 115


11.4 Erosividade .................................................................................................................... 117
11.5 Erodibilidade.................................................................................................................. 119
11.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC) .................................... 120
11.7 Cenário hipotético .......................................................................................................... 122
11.8 Modelagem com base no cenário atual de usos e cobertura da terra ............................. 123
11.9 Valoração ....................................................................................................................... 124
12. Parque Nacional Mapinguari ................................................................................................ 126
12.1 Histórico e objetivos ...................................................................................................... 126
12.2 Levantamento de dados e informações .......................................................................... 127
12.3 Bacia de drenagem ......................................................................................................... 128
12.4 Erosividade .................................................................................................................... 129
12.5 Erodibilidade.................................................................................................................. 131
12.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC) .................................... 132
12.7 Cenário hipotético .......................................................................................................... 134
12.8 Modelagem com base no cenário atual de usos e cobertura da terra ............................. 135
12.9 Valoração ....................................................................................................................... 137
13. Parque Nacional da Tijuca .................................................................................................... 140
13.1 Histórico e objetivos ...................................................................................................... 140
13.2 Levantamento de dados e informações .......................................................................... 141
13.3 Bacia de drenagem ......................................................................................................... 143
13.4 Erosividade .................................................................................................................... 144
13.5 Erodibilidade.................................................................................................................. 147
13.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC) .................................... 148
13.7 Cenário hipotético .......................................................................................................... 149
13.8 Modelagem com base no cenário atual de usos e cobertura da terra ............................. 151
13.9 Valoração ....................................................................................................................... 152
14. Valoração adicional da perda de florestas e solos................................................................. 154
14.1 Perdas de solos e impactos na atividade agrícola .......................................................... 154
14.2 Perda de cobertura vegetal e estoques de carbono ......................................................... 155
15. Considerações finais ............................................................................................................. 156
Agradecimentos ............................................................................................................................... 159
Referências ....................................................................................................................................... 161
5

1. INTRODUÇÃO

O Termo de Cooperação do Ministério do Meio Ambiente - MMA, por meio do


Departamento de Áreas Protegidas, no âmbito do Programa Nacional do Meio Ambiente II, com a
Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA, e apoio do Instituto Chico Mendes – ICMBio
– e Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA – visa a análise prévia de implantação de
mecanismos de Pagamentos por Serviços Ambientais - PSA, por agentes econômicos, pelos
serviços prestados por Unidades de Conservação, especialmente aqueles associados aos usos da
água para abastecimento e geração de energia elétrica.
Objetiva-se subsidiar o Governo Federal na regulamentação dos artigos 47 e 48 da Lei
Federal 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC,
buscando a arrecadação de recursos para a adequada implantação e ou manutenção das unidades e a
conservação mais efetiva da biodiversidade brasileira.
O presente estudo tem o propósito de realizar avaliação preliminar, técnica e econômica, da
implantação de programas de PSA em Unidades de Conservação nos principais biomas brasileiros.
Como objetivos específicos, pretende-se:
 Estabelecer metodologia de cálculo econômico dos serviços ecossistêmicos prestados
pelas UC para as empresas de abastecimento de água e usinas hidrelétricas;
 Aplicar a metodologia estabelecida para cenários distintos, considerando os seguintes
parâmetros: uso e ocupação do solo; nível de erosão; nível de degradação dos corpos
hídricos; e custos de mitigação de assoreamento associados ao uso hidrelétrico e ou
abastecimento e custos de mitigação (ou evitados) para fins de qualidade da água
(turbidez) no tratamento de água para fins de abastecimento doméstico.
 Realizar o cálculo econômico, através da aplicação da metodologia estabelecida, para
as seguintes unidades, representativas dos principais biomas brasileiros:
 Área de Proteção Ambiental Mananciais do Rio Paraíba do Sul;
 Estação Ecológica Castanhão;
 Floresta Nacional Araripe-Apodi;
 Parque Nacional de Brasília;
 Parque Nacional da Chapada dos Guimarães;
 Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros;
 Parque Nacional do Mapinguari;
 Parque Nacional da Tijuca;
 Estimar o potencial de geração de recursos financeiros dos mecanismos de PSA, nas
6

bacias em estudo, de acordo com os cenários propostos.


Pretende-se instrumentalizar o MMA com uma análise estratégica de suporte à tomada de
decisão sobre investimentos permanentes em infraestrutura verde e PSA, que possam, por sua vez,
gerar e manter benefícios para os sistemas de provisão de água e energia elétrica inseridos nesta
região.

1.1 MOTIVAÇÃO
O crescimento populacional associado às necessidades socioeconômicas gera uma forte
demanda pelo aumento das cidades, da produção de alimentos, da geração de energia elétrica, da
produção de bens de consumo e outros, provocando forte pressão ao ambiente natural. Essa
influência antrópica em uma bacia hidrográfica, juntamente com as características naturais da área
contribuinte, molda o comportamento sedimentológico da bacia (LIMA et al., 2001).
Dependendo da interferência no fluxo natural de sedimentos de um dado curso d’água, seja
pelo aumento da produção e/ou da deposição de sedimentos, os impactos gerados podem ser
irreversíveis. O excesso de sedimentos nos rios constitui um grande problema para sistemas de
bombeamento e de abastecimento, além de causar sérios prejuízos aos usuários de reservatórios. A
manutenção da cobertura florestal nas bacias hidrográficas contribui para retenção de solo das
mesmas e, consequentemente, reduz os custos de tratamento da água para abastecimento público ou
custo com desassoreamento de reservatórios (LIMA et al., 2001).
Ecossistemas naturais preservados conservam e produzem a água utilizada para consumo
humano, uso doméstico, industrial, agrícola, bem como para geração de energia elétrica. A
Convenção da Diversidade Biológica, sob a ótica de serviços ecossistêmicos, está calcada em todo
um volume de conhecimento acumulado que indica a manutenção de volumes de água provida e de
boa qualidade por ambientes naturais – cobertura vegetal natural diminui a velocidade do
escoamento superficial e subsuperficial d’água garantindo maior recarga de sistemas subterrâneos,
além de volume de sedimentos e matéria orgânica carreada para rios e lagos em volumes naturais.
Visando homogeneizar os conceitos, é adotada a definição de “serviços ecossistêmicos” dada
por De Groot et al. (2002), para os quais tais serviços seriam a apropriação humana dos benefícios
das funções ecossistêmicas, definidas por De Groot (1992) como a capacidade de processos naturais
para o provimento de bens e serviços que, direta ou indiretamente, satisfazem necessidades
humanas. Em síntese, ao tratarmos de “serviços ecossistêmicos” estaremos tratando de benefícios
para a atividade humana oriundos de funções do capital natural.
Esta distinção é importante uma vez que a popularização dos termos “serviços ambientais” e
“serviços ecossistêmicos” trouxe também uma profusão de interpretações que muitas vezes ofusca o
7

sentido originalmente proposto para os mesmos. Por outro lado, há proposições com certo grau de
antagonismo, ou generalização, que dificultam a adoção de recortes conceituais. Como exemplo, a
Avaliação Ecossistêmica do Milênio (MA, 2005) adota definição genérica, sem diferir a origem dos
serviços ecossistêmicos (se oriundos do capital natural e/ou antrópico).
Portanto, no que concerne aos serviços ecossistêmicos de redução da erosão do solo e
regularização da vazão de corpos d´água, entende-se que sejam providos a partir da conservação ou
aprimoramento da cobertura vegetal natural e ou uso de práticas conservacionistas no meio rural.
Para que a restauração e a proteção das bacias hidrográficas sejam efetivas, faz-se necessário
que os governos atuem de forma integrada e estabeleçam planos com metas claras, com
instrumentos de governança e gestão, como a cobrança pelo uso da água a todos os usuários. É
importante a implantação de instrumentos econômicos, como o Pagamento por Serviços Ambientais
(PSA), destinados aos proprietários de terras, municípios e Unidades de Conservação que
preservarem essas áreas (SOS MATA ATLÂNTICA, 2014).
Com a incorporação da dimensão ambiental na análise econômica iniciam-se estudos sobre a
valoração monetária dos serviços prestados pelo meio ambiente. A valoração das águas está
relacionada à proteção das bacias hidrográficas, onde a cobertura vegetal se destaca por regular o
ciclo hídrico da água, fazendo a manutenção de vazão, minimizando enchentes, controlando erosões
e assoreamentos, reduzindo o carreamento de sedimentos, e assim, conservando a qualidade da água
(SILVA et al., 2008).
Os serviços de abastecimento público ou geração de energia elétrica podem ser
comprometidos caso não ocorra essa proteção das bacias hidrográficas à montante. Com isso,
justifica-se que seja cobrado daqueles quem se beneficiam da proteção dos recursos hídricos, ao
passo que esses valores devem ser repassados àqueles que ajudam a preservar esses serviços
ecossistêmicos. O resultado final esperado por essa contribuição financeira é a melhoria das
condições hidrológicas da bacia e manutenção da cobertura vegetal (ROSA; KANDEL; DIMAS,
2004).
Estudos acadêmicos realizados por equipes interdisciplinares já produziram material que
serve de subsídio à discussão. No entanto, o entendimento da questão não se encontra plenamente
amadurecido para se proceder à regulamentação e à implantação de sistemas de PSA, que poderia
interferir na atuação de agências reguladoras, impactando concessões e outorgas já concedidas.

1.2 JUSTIFICATIVA
A dificuldade em se tratar da regulamentação destes dois artigos da lei jaz em três aspectos
atinentes à agenda de PSA: a mensuração, quantificação, valoração; o monitoramento do serviço
8

prestado; e a operacionalização/implantação deste mecanismo.


O primeiro entrave está relacionado com a dificuldade de se medir o quanto cada cobertura ou
uso do solo contribui para a retenção de sedimentos, em termos de volume ou de manutenção da
qualidade da água provida, para o abastecimento ou para a produção de energia. Estas medidas
requerem estudos técnicos complexos que podem lançar mão de mais de uma ferramenta ou
referencial teórico, chegando a resultados finais distintos.
Também é necessário acoplar a estas medidas de volume provido e qualidade mantida um
racional de valoração. Estas medidas de valoração deverão considerar os métodos hoje disponíveis
e evitar que se utilizem atalhos que subestimem a contribuição da vegetação da bacia. Métodos
dose-resposta são em geral utilizados para questões relacionadas à água, mas acabam por
subestimar o valor real do serviço provido, ainda que sejam mais defensáveis tecnicamente.
Já existem racionais ou métodos previstos em lei, como os utilizados pela política nacional de
recursos hídricos – PNRH para a cobrança pelo uso da água ou mesmo a dinâmica de cobrança de
royalties por municípios e estados para a exploração de um bem comum. Estas podem servir de
inspiração para a mensuração, no entanto, se caracterizam como metodologias que não absorvem
todo o custo ou a perda para a sociedade em caso de não manutenção ou oferecimento daquele bem
– em geral devido ao caráter educacional da cobrança, que objetiva acostumar a população ou o
setor privado ao pagamento direto para a manutenção de um bem público – efetivamente
subestimando os valores de cobrança.
9

2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
No final do século XX, a diversidade biológica começou a ser vista como um trunfo e não
como um obstáculo ao crescimento econômico. Por outro lado, as intervenções públicas são
limitadas à criação e à manutenção, comumente deficitária, de áreas protegidas. Constatando que
esta estratégia está sendo insuficiente para manter a biodiversidade, coloca-se como saída as
atividades econômicas que conservem ou ampliem a diversidade biológica (VEIGA & EHLERS,
2003).
Todo recurso ambiental possui um valor intrínseco, ou seja, um valor próprio, interior,
inerente ou peculiar. O valor ambiental é qualidade das condições ambientais, por exemplo, da
qualidade da água, da composição gasosa da atmosfera e da temperatura adequada para a
manutenção da vida (CETESB, 2011). Entretanto, do ponto de vista econômico, o valor relevante
de um recurso ambiental é o valor de importância dada pelas pessoas para a tomada de decisão,
representando a contribuição dos recursos para o bem-estar social (ORTIZ, 2003).
Os ecossistemas naturais geram diversos bens e serviços que são refletidos no bem-estar dos
indivíduos. Esses benefícios - como a regulação climática, proteção dos ciclos hidrológicos,
conservação da biodiversidade, regeneração dos solos, entre outros – proporcionam as condições
aos processos que dão suporte à vida e, diretamente ou indiretamente, contribuem para a
sobrevivência e bem-estar humanos (FAO 2007; PEARCE, 1993).
A Avaliação Ecossistêmica do Milênio (Millennium Ecosystem Assessment - MA) divide os
serviços ambientais em quatro categorias: serviços de provisão; reguladores; culturais; e de suporte
(MA, 2005). Ecossistemas conservados e bem manejados, como florestas, mangues, ecossistemas
marinhos, entre outros, têm um papel fundamental na provisão desses serviços. Alguns dos serviços
prestados favorecem a sociedade como um todo, como é o caso da proteção de recursos genéticos,
da beleza cênica, da proteção de espécies endêmicas e da mitigação das mudanças climáticas
(BRASIL, 2012).
Por outro lado, os efeitos combinados de crescimento populacional, desenvolvimento
econômico e maior integração global resultam em desmatamento, degradação dos solos, poluição
do ar e dos corpos de água. Alguns dos seus impactos, apesar de afetarem a utilidade e/ou a
produção de outras partes, não se enquadram em mercados privados e, portanto, seus custos e seus
benefícios não se expressam em valores de mercado, sendo extremamente difíceis de serem
mensurados monetariamente através da teoria econômica “tradicional” (AMAZONAS, 2004;
PEARCE, 1993). Esses custos e benefícios sociais, externos ao mercado, são chamados de
externalidades (AMAZONAS, 2004).
10

Essas externalidades podem gerar resultados ineficientes em análises de custo-benefício,


necessitando de instrumentos econômicos da política do meio ambiente para minimizar as falhas de
mercado. Uma das soluções utilizadas para suprir essa ineficiência é internalizar as externalidades,
ou seja, fazer com que aqueles que usufruem tais benefícios ou aqueles que provoquem tais custos,
paguem por isso (MERICO, 1996).
Para isso, é necessário reconhecer as externalidades ambientais do processo produtivo e a
exigência da internalização econômica dos seus efeitos, contrapondo a ausência do orçamento da
degradação ambiental e do consumo dos recursos naturais (MERICO, 1996). Este processo depende
basicamente da identificação dos impactos ambientais e faz-se necessária a utilização de métodos
adequados de valoração ambiental, que procuram captar e atribuir valores monetários para esses
bens e serviços (AMAZONAS, 2004; FINCO, 2002).
Os tomadores de decisão em diversos cenários ambientais têm utilizado o sistema de
Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) para valorar os serviços oferecidos por determinados
ecossistemas, visando uma alternativa à aplicação de instrumentos de comando-controle. A
capacidade do PSA de internalizar os serviços ambientais que possuem valor de uso indireto é o
grande diferencial deste mecanismo, comparando-o a outros instrumentos da política ambiental
(FAO, 2007; WERTZ-KANOUNNIKOFF, 2006, apud ALTMANN, 2008).
Com a internalização das externalidades positivas, o beneficiário dos serviços ambientais
paga pelos benefícios obtidos dos ecossistemas (princípio usuário-pagador). A despeito da crítica de
que a internalização dos custos da preservação dos serviços ambientais seria onerosa ao
consumidor, basta referir que o custo de recuperar um ecossistema que deixa de prestar um serviço
ecológico essencial seria muito mais dispendioso do que o custo da prevenção (ALTMANN, 2010).
Wunder (2005) define o PSA como uma transação voluntária através da qual um serviço
ecológico específico é “adquirido” por um (ou mais) adquirente de um (ou mais) provedor do
serviço ecológico se, e somente se, o provedor do serviço ecológico assegurar sua provisão. O
conceito de transação voluntária remete a um acordo entre as partes, o que se concretiza através de
um contrato. O segundo requisito concerne à definição do serviço ambiental pelo qual se está
pagando, de modo que não paire dúvidas sobre o objeto da remuneração. O termo adquirente de
serviços ambientais refere-se aos usuários dos serviços ambientais ou beneficiários. Verifica-se que
nem todos aqueles que pagam pelos serviços ambientais necessariamente adquirem tais serviços,
mas sim financiam sua manutenção.
Como exemplo, são considerados provedores de serviços ambientais aqueles detentores de
porções de solo que asseguram a preservação dos ecossistemas sob seus domínios, garantindo a
provisão dos serviços ecossistêmicos, conforme determinado em um arranjo contratual pré-
11

estabelecido.
O pagamento por serviços ambientais é, portanto, um instrumento de valoração ambiental que
visa a realização de um contrato entre provedores e beneficiários, sendo que os beneficiários
remuneram os provedores pela garantia do fluxo contínuo de determinado serviço ambiental, com
intervenção do Estado para operacionalizar o sistema e garantir o cumprimento dos contratos
(ALTMANN, 2010).
A efetividade desse instrumento depende do seu desenho e de sua implantação dentro do
contexto político, socioeconômico e ambiental do projeto. É necessária uma caracterização dos
serviços ambientais oferecidos, assim como suas ofertas e demandas (FAO, 2007; WUNDER,
2005).
Segundo Sousa Junior (2011), a maioria dos projetos de PSA em curso no Brasil é recente ou
está sendo executado há poucos anos, encontrando-se ainda em fase piloto. Dessa forma há poucos
documentos com estudos que sinalizam as melhores práticas, metodologias e lições aprendidas, com
resultados efetivos. Os projetos mais avançados estão especialmente concentrados na Região
Sudeste e no entorno de grandes cidades.
Observa-se uma grande quantidade de modelos de PSA, tanto em relação às atividades
executadas, como nos meios e valores de remuneração e demais benefícios aos proprietários, sem
haver um modelo padrão. No geral, esses projetos possuem dois enfoques de serviços ambientais
principais gerados:
 enfoque na água: projetos que visam à restauração de áreas degradadas e/ou
preservação de fragmentos de florestas, assim como o controle de erosão, para a
conservação e melhoria dos recursos hídricos;
 enfoque no clima (carbono): projetos que visam à restauração de áreas degradadas
para a fixação de carbono atmosférico e/ou a preservação de fragmentos de florestas
para a manutenção de estoques de carbono.
Há ainda alguns projetos de PSA que procuram promover a conservação da biodiversidade
como serviço ambiental, inclusive em propriedades encontradas nas zonas de amortecimento e
sujeitas à desapropriação das UC, estimulando a preservação das áreas pelo particular, enquanto não
ocorre a regularização fundiária.
A implantação destes projetos e programas tem exigido um complexo arranjo institucional,
envolvendo parcerias entre instituições governamentais e não governamentais, além de uma
pequena participação do setor privado. Um dos grandes desafios enfrentados na implantação de
PSA é justamente a definição de quem deve pagar pelo serviço gerado.
A maioria dos projetos de PSA considera o custo de oportunidade (valor de produção de uma
12

unidade do território), como referência-base para o cálculo do valor do pagamento por serviços
ambientais, com acréscimos aplicados a este valor em função da especificidade de cada projeto.
Outro importante aspecto dos programas de PSA é sua fase obrigatória de monitoramento e
verificação, comprovando através do acompanhamento periódico se as ações estão efetivamente
sendo executadas com qualidade. Estas ações são, em geral, de alto custo e requerem
conhecimentos especializados, além de treinamento de equipes de campo.
A avaliação dos projetos em curso no Brasil permite concluir que o reconhecimento dos
esforços conservacionistas dos produtores rurais vem se dando tanto por meio de remuneração
econômica como de benefícios não-financeiros, como a geração de empregos e adequação
ambiental da propriedade, por meio da introdução de práticas sustentáveis na produção, com efeitos
diretos sobre a renda do produtor rural. Uma das questões que estão sendo discutidas por
idealizadores de projetos e programas de PSA é que os mesmos deveriam evitar o caráter
assistencialista.
Um outro importante aspecto de programas de PSA, em geral, é que, além do impacto dos
pagamentos na renda dos proprietários da terra, pode haver benefícios associados ao próprio serviço
ambiental, como a possibilidade de comercialização de produtos não-madeireiros, a redução nos
custos de tratamento de água e a emissão de créditos por redução de gases de efeito estufa, entre
outros.

2.2 MANUTENÇÃO DO SOLO E QUALIDADE DA ÁGUA


A conservação da água não pode ser alcançada sem a conservação de outros recursos naturais,
pois o ciclo hidrológico reflete as condições, os usos e as coberturas do terreno onde a água emana.
O ciclo da água é dependente dos mecanismos de serviços ambientais gerados pelo ecossistema,
como por exemplo, os benefícios que a cobertura vegetal tem em relação à água (LIMA, 1996).
A conservação de mananciais é fundamental para a produção de água de boa qualidade e com
menores riscos para o consumo humano. Sendo assim, a manutenção da cobertura vegetal está
intrinsecamente ligada à qualidade da água do manancial, auxiliando na manutenção do solo. O
aumento de conflitos sobre o uso da água e a ineficiência de ações e ferramentas para regredir a
degradação de mananciais para abastecimento público justifica a implementação de pesquisas que
demonstrem os valores destes custos ambientais (REIS, 2004).
Um estudo recente da Fundação SOS Mata Atlântica (2014) mostra como o desmatamento e a
ocupação irregular de áreas de mananciais contribuíram para agravar os impactos da seca histórica
no sudeste brasileiro. O levantamento avaliou a situação da cobertura florestal natural nas bacias
13

hidrográficas do Sistema Cantareira, do Rio Paraíba do Sul e do Rio Guandu, além da presença de
vegetação nativa nas margens dos rios que abastecem seus reservatórios.
No Sistema Cantareira, principal símbolo dessa crise hídrica, observou-se que cerca de 80%
das áreas de mananciais não contêm cobertura vegetal. Restam apenas 488 km2 (21,5%) de
vegetação nativa na bacia hidrográfica e nos 2.270 km2 do conjunto de seis represas que formam o
sistema. Do total de rios mapeados, somente 1.196 km (23,5%) possuem em seu entorno vegetação
natural.
Nos 56.445 km2 que compõe a Bacia do Rio Paraíba do Sul, a situação não é muito diferente,
já que somente 14.914 km2 (26,4%) contém cobertura natural. A extensão de rios mapeados é de
42.680 km. Desses, apenas 7.599 km (17,8%) encontram-se em áreas com cobertura florestal
superior a 1 hectare. Outros 35.081 km (82,2%) estão em áreas alteradas.
No contexto do provimento de água para as duas principais regiões metropolitanas do país, a
Bacia Hidrográfica do Rio Guandu é a que está em melhor situação, em termos de conservação de
mananciais, com 2.939 km2 (62,2%) de remanescentes naturais em bom grau de conservação e
1.584 km (61,9%) de rios situados em áreas com vegetação nativa. Os bons índices de cobertura
florestal devem-se, sobretudo, às Unidades de Conservação públicas e privadas existentes nessa
região, sendo 1.584 km2 (67% da área preservada).
Ações de recuperação dessas bacias hidrográficas produtoras de água, seja por regeneração
natural ou por meio dos esforços de restauração florestal para proteção das nascentes e das margens
dos rios, são fundamentais para proteção do fluxo hídrico, extraindo umidade do ar, reabastecendo
os lençóis freáticos e impedindo a erosão do solo e o assoreamento de rios, entre outros benefícios.
Um solo bem conservado possui certa quantidade de propriedades que se traduz nos serviços
ecossistêmicos muito úteis para aumentar a produção agrícola: estoque de água, produção de
nutriente, controle de pragas e resiliência (BOUMANNS et al., 2010). A retenção de solo em seu
ecossistema originário mantém uma quantidade de nutrientes, cujo fluxo com o meio biótico é fator
de suporte à manutenção da vegetação associada. A manutenção dos solos implica também em um
menor transporte de sedimentos para o meio hídrico. Embora este conjunto de propriedades dos
solos seja essencial para a produção agrícola, há ainda diversas outras funcionalidades que influem
no funcionamento dos sistemas bióticos.
De acordo com Doran e Parkin (1996), o uso do solo deve considerar seus limites de
resiliência, uma vez que o mesmo tem função tampão para ar, água, produtos químicos e nutrientes.
Assim, deve-se considerar tanto o interesse na produção quanto na manutenção de suas funções
ecológicas.
14

A erosão é um dos principais fatores de impacto sobre os recursos hídricos, associados ao uso
dos solos tanto no meio rural quanto no meio urbano. Anualmente um grande volume de
sedimentos é perdido de solos com algum grau de fertilidade, vindo a sedimentar nos cursos d’água,
afetando os usos mais a jusante dos corpos hídricos. Segundo Manzatto et al (2002), estima-se um
custo agregado de cerca de US$ 2,64 bilhões/ano causados aos produtores diretamente e à
sociedade indiretamente com as perdas de solo em território brasileiro.
A erosão é um fenômeno de origem natural associado à desagregação das porções mais
superficiais do solo a partir da ação de agentes exógenos diversos, sendo a chuva um dos principais
destes agentes. Iniciando-se com a desestruturação física e culminando com o arraste de partículas
do solo ao longo da declividade dos terrenos, por fatores gravitacionais, a erosão pluvial é um dos
principais processos envolvidos na perda da produtividade agrícola, bem como no assoreamento de
cursos d´água.
Ferreira (1981) e Guerra (1999) apresentam ampla revisão sobre este processo, seus agentes e
os principais impactos da perda de solos. Conforme apontam Bertoni & Lombardi Neto (1985), a
cobertura vegetal representa uma defesa natural contra a erosão ao proteger o solo do impacto direto
da chuva, e aumentar a capacidade de infiltração e de retenção de água no solo, por meio da
incorporação da matéria orgânica.
A influência da topografia do terreno na intensidade erosiva verifica-se principalmente pela
declividade e comprimento de rampa (comprimento da encosta). Esses fatores interferem
diretamente na velocidade das enxurradas (GUERRA, 1999).
A interação entre os diversos fatores que conformam os processos erosivos de origem
hidráulica, juntamente com a heterogeneidade da paisagem em uma dada região, dificulta a
quantificação da erosão e, consequentemente, a definição precisa da produção de sedimentos
oriundos destes processos.
O processo de assoreamento numa bacia hidrográfica encontra-se intimamente relacionado
aos processos erosivos, uma vez que este processo é que fornece os materiais que darão origem ao
assoreamento. Quando não há energia suficiente para transportar o material erodido, este material é
depositado (GUERRA, 1995).
O impacto econômico do assoreamento pode ser levantado a partir dos custos de recuperação
dos recursos naturais ou de mitigação dos impactos sobre estes. Reydon et al. (2001) analisaram o
aumento no custo do tratamento de água em função da redução da qualidade dos rios e
demonstraram que o investimento em tratamento de efluentes a montante poderia ser pago por
usuários da água à jusante, num sistema de compensação ambiental.
15

O controle mais efetivo da sedimentação em bacias hidrográficas está na redução do processo


erosivo nas vertentes das bacias. Apesar de os gestores e usuários de água reconhecerem a ligação
existente entre a sedimentação a jusante com o processo de erosão a montante, e apesar de existirem
instrumentos de autofinanciamento para esse tipo de programa (como a cobrança pelo uso dos
recursos hídricos), ainda não existem mecanismos eficazes que demonstrem aos tomadores de
decisão a viabilidade econômica e social de investimentos na conservação do solo ou a contribuição
da manutenção e recuperação da cobertura nativa como instrumento de controle da erosão.
Medeiros e Young (2011) fizeram uma análise dos bens e serviços provisionados pelas
Unidades de Conservação (UC) brasileiras e constataram uma estreita relação entre cobertura
florestal e custos com o tratamento da água. As três áreas do estado de São Paulo (rio Cotia,
Sistema Cantareira e Analândia) que os custos com produtos químicos são mais baixos, inferiores a
R$ 20,00/1000m³ de água tratada, são as que possuem maiores índices de cobertura florestal,
superiores a 15%. Por outro lado, o custo do tratamento das águas (com produtos químicos e
energia elétrica da Estação de Tratamento de Água para 1.000 m³ de água) do rio Piracicaba é 12,7
vezes superior ao custo de tratamento das águas do Sistema Cantareira. A bacia de abastecimento
do Sistema Cantareira mantém 21,5% de sua área com cobertura florestal e a bacia do Piracicaba,
apenas 4,3%.
O estudo de Medeiros e Young (2011) revela ainda que cerca de 34% do volume anual não
sazonal de captação de água são provenientes de fontes de captação localizadas dentro ou a jusante
de unidades de conservação federais.
Com relação ao potencial hídrico, o estudo revela que dos 1.164 empreendimentos de geração
de energia hidrelétrica, incluindo outorgados e em construção, com informações disponíveis, 38,4%
estão localizadas a jusante de unidades de conservação federais. Além disso, dos 120,6 GW
(gigawatts) provenientes de fontes hidrelétricas em operação, construção e outorgadas, 96,9 GW, ou
80,3%, são gerados por fontes hidrelétricas situadas a jusante de unidades de conservação federais,
recebendo contribuição destas através do rio principal ou de seus tributários.

2.3 QUANTIFICAÇÃO DA EROSÃO


Em geral, há duas maneiras de se quantificar a perda de solo por processos pluviais: a partir
de medições in situ, geralmente aplicados em estudos localizados, e por estimativas baseadas em
equações empíricas, aplicadas a áreas maiores. No primeiro grupo estão os métodos que demandam
preparação de parcelas experimentais cujas áreas de drenagem, relevo, e níveis de precipitação são
controlados. Embora não haja limites pré-definidos para este tipo de experimento, à medida que se
aumenta a área em análise, diminui a possibilidade de controle e a ocorrência de “vazamentos” pode
16

tornar os resultados subestimados. Além disso, as condições controladas estabelecem


microambientes que, via de regra, não representam adequadamente os ambientes naturais e sua
complexidade.
De forma a minimizar este problema, alguns pesquisadores optam pelo estabelecimento de
bacias experimentais, nas quais são instaladas estações de coleta de dados hidrometeorológicos e
geradas séries de dados que permitem associar precipitação, vazão e aporte de sedimentos ao
exutório da bacia. Nestes casos, quanto maior a área em estudo, menor a representatividade dos
dados coletados – geralmente se faz extrapolações das medidas de precipitação – e quanto menor a
série temporal de aquisição de dados, maiores são os erros de previsão quando se projetam cenários
futuros para a região.
Noutra direção, é possível realizar estimativas de perdas de solo a partir de características
físicas locais e conhecimento do perfil dos fatores exógenos, como precipitação. Tais estimativas,
em função da possibilidade de universalização, dada à simplicidade metodológica, têm sido
extensamente empregadas no cômputo das perdas de solo por erosão hídrica, em todo o mundo.
A sistematização das técnicas para estimativa das perdas de solos por processos erosivos
laminares teve início na década de 1930, a partir dos trabalhos pioneiros de Cook (Wischmeier &
Smith, 1965), o qual havia sugerido o uso dos parâmetros: susceptibilidade do solo à erosão,
potencial erosivo da chuva, escoamento superficial e proteção do solo pela vegetação. A partir
destes fatores e baseado em um amplo estudo de dados empíricos, um grupo de cientistas liderados
por Wischmeier & Smith (1978) junto ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA), estabeleceram o modelo USLE (Universal Soil Loss Equation), traduzido como Equação
Universal de Perdas de Solos (EUPS) (Equação 1).

A = R . K. LS . CP Equação 1
Em que,
A = Perda potencial de solos – média anual (t/ha)
R = Fator de erosividade da chuva (MJ mm/ha.ano)
K = Fator de erodibilidade do solo (t.h/MJ.mm)
LS = Fator topográfico. Obtido a partir da razão entre a inclinação e o comprimento da encosta.
CP = Fator de cobertura do solo e manejo.

Esta equação, desde então, passou a ser a principal referência mundial para a estimativa de
perdas de solos por processos de erosão laminar, com ativação pela chuva. As modificações,
introduzidas ao longo do tempo, estão associadas essencialmente à forma de obtenção dos fatores
17

da equação (é o caso da Revised Universal Soil Loss Equation – RUSLE - e suas variantes). O
trabalho do USDA deu origem a um grande programa de conservação dos solos nos Estados
Unidos, e o esforço vigoroso de levantamento de dados naquele país gerou um banco de dados para
aplicação da EUPS que se mantém sempre atualizado, de forma que os resultados servem de
orientação para os planos de conservação de solos e práticas agrícolas em todo o território.
De posse da estimativa de erosão na bacia, para fins de cômputo do serviço ecossistêmico
associado à redução do impacto da erosão sobre os corpos d´água, é necessário se quantificar o
aporte de sedimentos ao corpo hídrico principal, no exutório da bacia hidrográfica, ou área de
drenagem. Sousa Júnior (2011) propõe o uso de indicadores de características fisiográficas de
bacias hidrográficas para a estimativa da TAS, a partir de equações empíricas, como abordagem
preliminar para o estabelecimento de um mecanismo de PSA.
O uso de equações empíricas para quantificação do aporte de sedimentos a corpos d´água foi
muito difundido nos Estados Unidos nas décadas de 1960 a 1980. Roehl (1962) correlacionou
diversos parâmetros de influência na quantidade de sedimentos em suspensão em corpos d´água a
partir de quantidades conhecidas de erosão de solos, dentre eles a área de drenagem da bacia (A), a
extensão do corpo hídrico principal (C), a diferença entre a maior e menor altitude na bacia (H) e a
relação entre “C” e “H”. Walling (1983) apontou que as taxas de produção de sedimentos em
exutórios variam geralmente entre 10% e 40% da perda total por erosão nas bacias, dados similares
aos levantados por Roehl (1962).
O conceito da Taxa de Aporte de Sedimentos, descrito por Walling (1983), representa a razão
entre a parcela sedimentar que atingiria o exutório da bacia hidrográfica e a erosão total (real ou
potencial) da bacia. O impacto deste aporte sedimentar pode ser estimado, portanto, a partir da
Equação 2.

SED = TAS • E Equação 2


Em que:
SED = produção de sedimentos no exutório da bacia;
TAS = Taxa de aporte de sedimento; e
E = erosão total na bacia.

A EUPS gera uma estimativa da erosão total na bacia, o que corresponde à variável “E” na
Equação 2. O uso de modelos de estimativas de erosão baseados na EUPS, ou alguma variante
desta, é amplamente difundido e uma revisão da literatura aponta que as estimativas oriundas destes
modelos têm sido validadas por experimentações locais. Assim, uma forma expedita – desde que
18

todos os dados sejam acessíveis – de se estimar a erosão pode ser estabelecida a partir do cômputo
direto da EUPS, geralmente utilizando um programa de Sistema de Informações Geográficas – SIG.
Já a TAS pode ser estabelecida de diversas formas. Chaves (2010) comparou diversas
equações estimativas da TAS, tendo encontrado uma grande disparidade nos resultados. No entanto,
se consideradas equações que envolvem mais de uma variável, conforme sugere Sousa Júnior
(2011), os resultados apresentam similaridade. O autor propõe o uso da Equação 3, adaptada
daquela desenvolvida por Roehl (1962).

log TAS = 2,88753 – 0,83291 colog R/L Equação 3


Em que,
R = diferença entre a maior e menor altitude na área de drenagem; e
L = comprimento do curso d´água principal na área de drenagem .

Como alternativa ao uso de modelos cuja preparação é mais trabalhosa, especialmente para o
pré-processamento de dados de entrada, há a possibilidade de se utilizar de modelos empíricos para
a estimativa do aporte de sedimentos a partir dos resultados da EUPS aplicados à bacia em estudo.
Neste caso, a execução da EUPS pode ser realizada de maneira aberta, bastando para isso o uso de
qualquer programa de SIG disponível, de forma a se gerar um mapa de pré-disponibilidade à erosão
para a bacia.
Conforme Sousa Júnior (2011), a relação entre a quantidade de sedimentos na coluna d’água e
a turbidez é bastante estudada e diversos autores apontam coeficientes de correlação entre 85% e
95% (CORSO, 1989; TEIXEIRA E SENHORELO, 2000; PAIVA ET AL., 2002; CARVALHO ET
AL., 2004). Na ausência de relações empíricas locais, mais precisas, o autor sugere a transferência
de funções, a partir de áreas semelhantes. A Equação 4, adaptada de Teixeira e Senhorelo (2000) –
estes autores, em estudo na bacia do rio Jucu, no estado do Espírito Santo, obtiveram coeficiente de
correlação de 92% - foi adotada em estimativas preliminares para algumas regiões similares no
estado de SP.

T = (ln SS – 1,57)/0,1 Equação 4


Em que:
T = turbidez (NTU); e
SS = sólidos suspensos (mg/L).
19

A sequência metodológica adotada para a valoração do aporte sedimentar se baseia na


proposta por Sousa Júnior (2011) e pode ser visualizada na Figura 1.

Figura 1. Diagrama: quantificação da erosão e seu impacto na qualidade da água.

PRE (ton/ano) Cálculo da TAS1 (Roehl, 1962):


log TAS = 2,88753 – 0,83291 colog
R/L
Sólidos em suspensão (SS) na água2:
SS = (PRE  TAS) / QMLT

Cálculo da turbidez3:
T = {ln [SS · (1-Td)] – 1,57}/0,1

Cálculo da geração de lodo – ETA4 :


LETA = 3,5  Q  T0,66

Notas: (1) L = Comprimento do principal fluxo d’água; R = Diferença entre maior e menor altitude;
(2) QMLT = Vazão média de longo termo;
(3) Td = Taxa de decantação dos sedimentos;
(4) Fonte: AWWA (1999).

Fonte: adaptado de Sousa Júnior (2011).

Em seu trabalho, o autor analisa diversas equações aplicadas no contexto de microbacias no


estado de São Paulo e estabelece uma sequência metodológica para a valoração dos serviços
ambientais de manutenção e recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) para a
manutenção ou melhoria da qualidade das águas. Conforme se pode observar na Figura 1, a
associação entre a quantidade de sedimentos em suspensão na água e a turbidez é importante para a
análise do impacto da erosão sobre os recursos hídricos e este último é um dos principais
parâmetros para a valoração econômica destes impactos.
Conforme o quadro apresentado, é possível inferir que a escolha do método de quantificação
da erosão deve considerar o escopo e escala de análise, tanto espacial quanto temporal. A solução
que se mostra mais adequada, do ponto de vista da precisão dos resultados, para a quantificação da
perda de solos em áreas suscetíveis a programas de pagamentos por serviços ecossistêmicos, e,
portanto, não limitadas a parcelas experimentais, é a que envolve o monitoramento contínuo dos
parâmetros indutores da erosão (precipitação) e do transporte de sedimentos (vazão e sedimentos
em suspensão) em escala de bacia hidrográfica. Com estes dados, é possível se estabelecer relações
entre precipitação e aporte de sedimentos sob condições reais de cobertura e usos do solo.
20

2.4 VALORAÇÃO ECONÔMICA DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DE


RETENÇÃO DE SOLOS
O impacto econômico do aporte de sedimentos aos cursos d´água pode ser medido a partir dos
custos de recuperação dos recursos naturais ou de mitigação dos impactos sobre estes, considerando
as atividades usuárias de recursos hídricos à jusante. Neste sentido, o trabalho de Reis (2004)
apontou relações entre a cobertura vegetal sobre mananciais de captação de águas para
abastecimento doméstico e os custos de tratamento da água. Segundo a autora, dentre os mananciais
estudados – sub-bacias do rio Piracicaba –, aqueles com cobertura vegetal inferior a 15% da área da
bacia apresentaram maiores variações na turbidez média entre o período seco e o chuvoso. Tal fato
traz implicações em relação ao custo do tratamento da água naqueles mananciais, numa relação de
causalidade.
Outra abordagem possível, é a de valoração do serviço antrópico que propiciou o serviço
ecossistêmico, seja por auxiliar na conservação de ecossistemas naturais, seja por recuperar áreas
degradadas. De acordo com Bernardes e Sousa Júnior (2010), os programas de PSA associados à
água estabelecidos no Brasil lançam mão de premissas simplificadoras, de forma a tornar exeqüível
sua implantação. Assim, a atribuição de valor ao serviço ecossistêmico, nestes casos, está associada
aos custos de oportunidade da conservação dos solos e ou aos custos de recuperação de áreas
degradadas.
As perdas de solos também poderiam ser valoradas pelo custo de reposição na agricultura,
como demonstram os trabalhos realizados no Brasil por Pugliesi et al. (2011), Rodrigues (2005) e
Kitamura et al. (1982). Estes custos já estão, de alguma maneira, interiorizados na cadeia produtiva
da agricultura, incorporadas no custo de produção, sendo que parte destes representam perdas de
lucratividade do agricultor, e parte são repassados ao consumidor dos produtos agrícolas.
No caso de um sistema de pagamento por serviços ecossistêmicos associados à água,
preliminarmente poder-se-ia levantar uma série de usos e beneficiários à jusante dos locais onde se
aplicam os esforços de conservação. No entanto, quando se elege um único parâmetro de qualidade
(no caso, a quantidade de sedimentos em suspensão, estimada pela turbidez), reduz-se
substancialmente o rol de beneficiários com sensibilidade a este parâmetro e ou os usos para os
quais seja possível mensurar esta sensibilidade.
Dentre os usos da água com sensibilidade à turbidez, destacam-se no Brasil o abastecimento
doméstico, os aproveitamentos hidrelétricos, a irrigação e as atividades de lazer nos ambientes
aquáticos. Para estes dois últimos, entretanto, a obtenção de relações de causa e efeito associadas à
maior ou menor turbidez da água, que pudessem balizar o comportamento dos usuários, e,
consequentemente, sua disposição a pagar, exigiria uma pesquisa envolvente e cuja demanda de
21

dados inviabilizaria projetos de prazos menores.


Portanto, as atividades usuárias de água com sensibilidade à turbidez, ou à deposição de
sedimentos oriundos de processos erosivos, se concentram em dois grupos principais: o
abastecimento doméstico, por influência direta; e os usos que requerem armazenamento de água em
reservatórios, dada a necessidade de retiradas periódicas de sedimentos, como é o caso de algumas
captações para abastecimento e, regra geral, represamentos hidrelétricos.

2.5 TRATAMENTO DA ÁGUA PARA ABASTECIMENTO DOMÉSTICO


As estações de tratamento de água funcionam como verdadeiras fábricas para produzir água
potável. O processo de tratamento de água é dividido em fases e existe um rígido controle de
dosagem de produtos químicos e acompanhamento dos padrões de qualidade. Este processo segue
as seguintes etapas (SABESP, 2010): pré-cloração, pré-alcalinização, coagulação, floculação,
decantação, filtração, pós-alcalinização, desinfecção e fluoretação.
Os custos mais representativos numa Estação de Tratamento de Água são: consumo de
produtos químicos, pessoal (salários e encargos), energia, compra de materiais diversos e transporte.
O custo com produtos químicos representa cerca de 60% do custo final de operação (REIS, 2004).
Os parâmetros cor e turbidez são fundamentais para definir as dosagens de produtos químicos
que serão aplicadas ao tratamento da água bruta. Altos valores de turbidez necessitam de altas
dosagens de produtos químicos e geram maiores descartes de lodo nas Estações de Tratamento da
Água. Esse lodo concentra as impurezas dos processos de tratamento. Possuem sólidos em
abundância que devem ser tratados e dispostos de forma ambientalmente correta, embora poucas
estações tenham essas unidades específicas (REIS, 2004).
De acordo com a Sabesp (2010), a turbidez é considerada a medição da resistência da água à
passagem de luz, provocada pela presença de partículas flutuando na água. A turbidez é um
parâmetro de aspecto estético de aceitação ou rejeição do produto e é um dos principais parâmetros
balizadores da atividade de tratamento de água.
A turbidez pode estar relacionada ao aporte de efluentes, à erosão e aos patógenos, que podem
se adsorver e proliferar entre os sólidos em suspensão que a determinam (OMS, 1995). As
operações envolvidas nas seis primeiras etapas estão ligadas diretamente à turbidez da água,
apresentando um custo variável com a quantidade de sedimentos em suspensão na água in natura.
Dos principais usos da água, o abastecimento doméstico é o que apresenta uma relação direta
com a turbidez. A quantidade de sedimentos em suspensão na água é refletida nos valores de
turbidez e, consequentemente, na percepção de qualidade pelos consumidores.
22

A Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde estabelece que a água produzida e distribuída


para o consumo humano deve ser controlada. A legislação define também a quantidade mínima, a
frequência em que as amostras de água devem ser coletadas e os limites permitidos. O valor
máximo permitido de turbidez na água distribuída é de 5,0 NTU.
No Brasil, as estações de tratamento de água utilizam coagulantes inorgânicos no processo,
para o decaimento da turbidez. Os coagulantes inorgânicos mais utilizados são o sulfato de alumínio
e o sulfato férrico, embora seja crescente o uso de polímeros como o cloreto de polialumínio (PAC).
O sulfato de alumínio tem menor custo absoluto e, por ser produzido em diversas regiões do país,
tem menor custo de transporte. Adicionalmente, em algumas situações, aplicam-se polímeros
sintéticos, iônicos ou não iônicos, como coadjuvante de floculação, de modo a acelerar o processo
de decaimento da turbidez.
No Estado de São Paulo, a empresa Sabesp opera a maior parte das estações de tratamento de
água. A relação entre a turbidez e seus custos de redução (aplicação de coagulante inorgânico, no
caso o sulfato de alumínio) obtida para uma planta padrão da empresa é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1. Turbidez e custos de coagulante (Sulfato de Alumínio)

Turbidez Dosagem Dosagem Dosagem


Custo (R$/m3)
(NTU) Mínima (ppm) Máxima (ppm) Média (ppm)
10 5 17 11 0,002475
15 8 20 14 0,003150
20 11 22 17 0,003713
40 13 25 19 0,004275
60 14 28 21 0,004725
80 15 30 23 0,005063
100 16 32 24 0,005400
150 18 37 28 0,006188
200 19 42 31 0,006863
300 21 51 36 0,008100
400 22 62 42 0,009450
500 23 70 47 0,010463
Fonte: adaptado de Oliveira (2011).

Portanto, com os dados de custos de produção dos sistemas de tratamento de água para
abastecimento, envolvendo as despesas com produtos específicos para remoção da turbidez da água,
é possível estabelecer uma equação que represente a associação econômica entre a turbidez e os
serviços de abastecimento de água. Na Figura 2 é apresentada a curva com ajuste logarítmico,
obtida a partir dos dados da Tabela 1.
23

Figura 2. Curva ajustada: turbidez e custos de tratamento com sulfato de alumínio.

0,012000
Custo coagulante (R$/m3)

0,010000
0,008000
0,006000
0,004000
0,002000
0,000000
0 100 200 300 400 500 600
Turbidez (UT)

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Outra fonte de valoração das externalidades associadas aos sedimentos em suspensão no


tratamento de água para abastecimento advém da destinação adequada do lodo gerado nas Estações
de Tratamento de Água. Para fins de quantificação do lodo gerado nas ETA, utilizamos a equação
empírica sugerida por AWWA (1999), em seu manual de projeto, a qual associa a quantidade de
lodo à turbidez da água na entrada do tratamento (Equação 5):

LETA = 3,5 . T0,66 Equação 5


Em que:
LETA = lodo gerado nas ETA, associado aos sólidos suspensos removidos no tratamento (em
kg/L de água que entra no tratamento);
T = Turbidez (UNT).

Os custos de disposição final de resíduos de Classe II A (inertes), que compreende o lodo de


estações de tratamento de água, situam-se em geral na faixa de R$100 a R$140 por tonelada de
material seco, incluindo despesas com transporte (CGR-OÁSIS, 2010).

2.6 CUSTOS DE DESASSOREAMENTO


A deposição de sedimentos, por decantação, em mananciais hídricos, é conhecida com
assoreamento. Tal processo está diretamente relacionado às taxas de erosão dos solos nas bacias
hidrográficas. Como já mencionado, estas taxas de erosão são condicionadas por atividades de uso
do Terra e práticas de manejo agrícola, no meio rural. Assim, depreende-se que a adoção de práticas
24

mais eficientes, no que concerne à capacidade de retenção dos solos, proporciona uma menor taxa
de assoreamento nos mananciais hídricos.
Este acúmulo de sedimentos em mananciais hídricos, em especial em reservatórios de
abastecimento – ou de uso hidrelétrico – representa um problema para alguns usuários, no que tange
à redução da capacidade de acumulação de água, característica importante de reservatórios
antrópicos. Os impactos do assoreamento se refletem na redução de calado para o transporte
aquaviário, na redução do volume útil de usinas hidrelétricas, no aumento da propensão a enchentes
em meios urbanos, dentre outros. Todas estas atividades demandam, em maior ou menor grau, a
execução de obras de dragagem ou desassoreamento, de forma a manter a utilidade. No caso dos
reservatórios com finalidade energética, ocorre ainda a redução da capacidade de operação das
comportas de adução e descarga, além de possíveis danos aos equipamentos, por cavitação e
desgaste.
Os custos de dragagem poderiam ser evitados se houvesse uma menor taxa de assoreamento.
Bidone et al (2009) apontam custos da ordem de R$ 10,00 a R$ 30,00 por metro cúbico de
sedimento dragado, valor este corroborado por referências comerciais. Este valor é influenciado
pela composição do material dragado, e pela distância entre o ponto de retirada e de destinação final
do material. Bueno (2010) apresenta custos superiores a R$ 25,00/m3 para desassoreamento de
canais do rio Paraibuna, em trecho à jusante do reservatório hidrelétrico de Paraibuna. Para estes
casos, a valoração é diretamente associada ao custo da retirada de sedimentos, em determinada
periodicidade. Para a valoração é necessário conhecer: i) o custo unitário de dragagem (R$/m3)
praticado na região de interesse; e ii) a frequência de dragagem necessária para manutenção da
utilidade do reservatório.
25

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS
O levantamento de dados e informações de cada Unidade de Conservação em estudo aporta as
entradas para o cálculo do Potencial Natural de Erosão (PNE), através da Equação Universal de
Perda de Solo (Universal Soil Loss Equation - USLE).
Para tanto, foi utilizado o modelo Sediment Delivery Ratio do software InVEST - Integrated
Valuation of Ecosystem Services and Tradeoffs, versão 3.2.0. O InVEST é um conjunto de modelos
que explora os benefícios dos serviços ecossistêmicos entre cenários de ordenamento do território a
uma escala regional, indicados principalmente para aplicação em políticas públicas e tomadas de
decisão.
O objetivo deste modelo é mapear a geração de sedimentos por unidade de terra e sua
transferência para o fluxo de água. Essa taxa de transferência de sedimentos (sediment delivery
ratio - SDR) é a proporção da perda de solo que efetivamente atinge a saída de captação de água.
Essas informações são importantes nos estudos de retenção de sedimentos e turbidez da água em
bacias com uso para abastecimento público e geração de energia elétrica. Assim, a qualidade
ecológica da água pode ser valorada economicamente.
O modelo Sediment Delivery Ratio trabalha na resolução espacial do raster de entrada do
Digital Elevation Model - DEM. Para cada célula, o modelo primeiro calcula a quantidade de
sedimento erodido e, em seguida, a taxa de transferência de sedimentos (SDR). Esta abordagem foi
proposta por Borselli et al. (2008).
Este modelo utiliza a Equação Universal de Perda de Solo Revisada (Revised Universal Soil
Loss Equation - RUSLE), que é baseada e contém as mesmas variáveis da USLE (Equação 1), mas
a principal diferença é na determinação do fator de uso e manejo do solo (C). Na USLE o fator C é
obtido a partir do monitoramento constante da perda de solo em parcelas experimentais durante
vários anos, constituindo sério empecilho a sua determinação, principalmente no Brasil. Na RUSLE
o fator C para pastagens é estimado mais rapidamente, a partir de levantamentos de parâmetros do
solo e da vegetação.
A = R . K. LS . CP Equação 1
Em que,
A = Perda potencial de solos – média anual (t/ha)
R = Fator de erosividade da chuva (MJ mm/ha.ano)
K = Fator de erodibilidade do solo (t.h/MJ.mm)
LS = Fator topográfico. Obtido a partir da razão entre a inclinação e o comprimento da encosta.
CP = Fator de cobertura do solo e manejo.
26

O fator LS é obtido através do método desenvolvido por Desmet & Govers (1996) para
superfície de duas dimensões (Equação XX). Para evitar a superestimação do fator LS em paisagens
heterogêneas, comprimentos longos de inclinação são limitados a um valor de 333m.

m+1
(𝐴𝑖−𝑖𝑛 +D2 ) − Am+1
i−in
𝐿𝑆𝑖 = S𝑖 Equação 6
Dm+2 ∗ x𝑚
𝑖 ∗ (22.13)
𝑚

Em que,
Si = fator de inclinação para célula da grade calculado em função da inclinação θ radianos
S = 10,8 * sen(θ) + 0,03, quando θ < 9%
S = 16,8 * sen(θ) – 0,50, quando θ >= 9%
Ai-in = área contribuinte (m2) na entrada de uma célula de grade, que é calculada a partir do método
da direção do fluxo d-infinito
D = dimensão linear da célula de grade (m)
xi = | sem(αi) | + | cos(αi) | onde αi é a direção aspecto de célula de grade i
m = constante dependente da declividade da encosta
m = 0,2 para inclinação <= 1%:
m = 0,3 para 1% < inclinação <= 3,5%
m = 0,4 para 3,5% < inclinação <= 5%
m = 0,5 em 5% < inclinação <= 9%
m = β / (1 + β), onde β = sem(θ) / 0,0986 / (3 * sem(θ)0.8 + 0,56), para inclinação >= 9%

O serviço de retenção de sedimentos fornecidos por paisagens naturais é de grande interesse


para os gestores de recursos hídricos. O conhecimento dos locais onde os sedimentos são
produzidos e transferidos permite projetar melhores estratégias para reduzir a carga de sedimentos.
Já a partir das características fisiográficas das bacias de interesse, definidas para cada ponto
de captação ou uso da água sob influência das UC, serão estabelecidas as Taxas de Aporte de
Sedimentos (TAS), as quais definem a parcela de sedimentos que se estima atingir os corpos
d’água. Assumindo que uma parcela destes sedimentos se mantém em suspensão na coluna d’água e
outra se deposita no leito de rios e reservatórios, estas parcelas alimentam as respectivas equações
de valoração por custos evitados de tratamento de água e desassoreamento. O encadeamento
metodológico do trabalho pode ser visualizado na Figura 3.
27

Figura 3. Fluxograma metodológico

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Em tese, o valor econômico total das perdas de solos poderia ser representado pela soma dos
valores associados, direta ou indiretamente, à perda de bem-estar nas diversas atividades impactadas
pelos processos erosivos, a começar pela própria perda da produtividade no meio rural, se
estendendo à cadeia de impactos sobre a água e seus usuários. No entanto, para fins do presente
exercício, importa estimar o valor associado aos benefícios auferidos por usuários de água em
função da adoção de atividades que conservam solo no meio rural. Para esta atribuição de valor, os
métodos indicados são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Métodos de valoração para benefícios da retenção de solos.


Método de
Atividade Descrição
valoração
Valores associados aos custos evitados pela companhia de
Custos
abastecimento em cenário de obtenção de águas de melhor qualidade,
Abastecimento evitados
como resultado do fornecimento do serviço ecossistêmico.
doméstico
Custos Custos evitados de disposição de lodo residual de Estação de
evitados Tratamento de Água, gerado pelo sólidos em suspensão (sedimentos).
Valores associados aos dispêndios periódicos para retirada de
Aproveitamento Custos de
sedimentos no leito de reservatórios de abastecimento e ou
hidrelétrico mitigação
hidrelétricos, de maneira a manter viável sua operação.
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
28

O fluxograma da Figura 4 completa a ilustração do procedimento metodológico proposto para


a valoração dos benefícios dos serviços ecossistêmicos associados à retenção de solos por áreas
naturais conservadas e ou melhores práticas conservacionistas.

Figura 4. Fluxograma de quantificação e valoração dos SE.

PRE Cálculo da TAS1 (Roehl, 1962):


(ton/ano) log TAS = 2,88753 – 0,83291 colog R/L

Sólidos em suspensão (SS) na água2:


SS = (PRE  TAS) / QMLT

Cálculo da turbidez3:
T = {ln [SS · (1-Td)] – 1,57}/0,1

Custos de tratamento da água4:


C1 = a ln(T) – b
PSE
=
5
Custos de destinação de lodo ETA : C1+C2+C3
C2 = 3,5  T 0,66

Custos de desassoreamento6:
C3 = PRE  TAS  Td  CUD

Notas: (1) L = Comprimento do principal fluxo d’água; R = Diferença entre maior e menor altitude;
(2) QMLT = Vazão média de longo termo
(3) Td = Taxa de decantação dos sedimentos;
(4) “a” e “b” = coeficientes de ajuste;
(5) Fonte: AWWA (1999);
(5) CUD = Custo unitário de dragagem (R$/m3).

Fonte: adaptado de Sousa Júnior (2011).

Trabalhos recentes, ainda não publicados, têm mostrado que os resultados obtidos a partir
das duas rotas metodológicas ilustradas na Figura 4 (em azul e vermelho), por meio de programas
computacionais ou plataformas de SIG, não apresentam variações significativas entre si.
29

4. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM ANÁLISE

O território brasileiro abrange seis biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pampa e Pantanal. Para este estudo foram considerados os quatro biomas com maiores
representatividades, os quais, somados, correspondem a 96,17% do território nacional: Amazônia,
Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga, em ordem decrescente de área de abrangência (Tabela 3).

Tabela 3. Biomas continentais brasileiros e suas respectivas áreas de extensão.


Bioma Área (km2) Área (%)
Amazônia 4.196.9643 49,29
Cerrado 2.036.448 23,92
Mata Atlântica 1.110.182 13,04
Caatinga 844.453 9,92
Pampa 176.496 2,07
Pantanal 150.335 1,76
Total 8.514.877 100
Fonte: IBGE (2004).

Dentro desses biomas foram selecionadas oito Unidades de Conservação que irão compor o
estudo. Além de biomas heterogêneos, as UC apresentam grandes diferenças nas suas áreas totais e
nos ambientes que estão inseridos em seus respectivos estados, abrangendo áreas urbanas, rurais,
costeiras, interioranas, florestais etc.
Na Figura 5 podem ser visualizadas as UC em análise, descritas na Tabela 4.
30

Figura 5. Área de estudo: localização das Unidades de Conservação contempladas neste estudo.

Fonte: elaborado por autores (2015).

Tabela 4. Unidades de Conservação abordadas neste trabalho


Unidade de Conservação Área (ha) UF Bioma
Área de Proteção Ambiental dos Mananciais
292.597,12 SP Mata Atlântica
do Rio Paraíba do Sul
Estação Ecológica do Castanhão 12.574,44 CE Caatinga
Floresta Nacional Araripe-Apodi 972.590,45 CE Caatinga
Parque Nacional de Brasília 42.355,54 DF Cerrado
Parque Nacional Chapada dos Guimarães 32.769,55 MT Cerrado
Parque Nacional Chapada dos Veadeiros 64.795,37 GO Cerrado
Parque Nacional Mapinguari 1.776.914,18 RO Amazônia
Parque Nacional da Tijuca 3.958,47 RJ Mata Atlântica
Fonte: adaptado de ICMBio (2014).
31

5. LEVANTAMENTO E PROCESSAMENTO DE DADOS

Nesta etapa foram realizados os levantamentos da Informação Espacial (arquivos raster:


imagem de satélite e Modelo Digital de Elevação – MDE - e vetores - shapefile), necessária para a
construção do Sistema de Informação Geográfica – SIG – em conjunto com as bases de dados dos
órgãos oficiais, tais como ICMBio, IBAMA, ANA e INPE.
Adicionalmente, foram obtidos os dados e informações gerais, em escalas variadas, para
todas as UC estudadas. O resultado do esforço de levantamento de dados até o momento pode ser
visualizado na Tabela 5.

Tabela 5. Dados gerais para todas as Unidades de Conservação contempladas neste estudo.
Uso e Ocupação do Bacias de
UC Erosividade Solo Pontos outorgados
Solo drenagem
APA Paraíba Moreira et al. IAC +
Vieira et al. (2013) DAEE SRTM
do Sul (2006) Embrapa
EE Castanhão UFERSA FUNCEME FUNCEME CAGECE + COGERH SRTM
FLONA
UFERSA FUNCEME FUNCEME SAAEC + COGERH SRTM
Araripe
PN Brasília UFERSA CAESB CAESB CAESB SRTM
PN Guimarães UFERSA IBGE IBGE CAB Cuiabá SRTM
PN Veadeiros UFERSA IBGE IBGE SANEAGO + UHE SRTM
PN
UFERSA IBGE IBGE CAERD SRTM
Mapinguari
PN Tijuca UFERSA IBGE SOS Mata Atlântica CEDAE SRTM
Fonte: elaborado por autores (2015).

Após a aquisição dos dados básicos, foi realizado pré-processamento, o qual consistiu em:
 Compatibilizar a projeção das informações: utilizou-se como padrão o SRC 4674 -
Coordenadas Geográficas (SIRGAS 2000);
 Realizar os recortes espaciais preliminares para as áreas de interesse da pesquisa;
 Organização da informação em Banco de Dados.

A partir de uma plataforma de geoprocessamento, e da manipulação de dados e informações


espaciais, foram obtidos os seguintes produtos, para cada UC:
 Redes de Drenagem (formato raster)
 Mapas de erosividade
 Mapas de erodibilidade
 Mapas de uso e ocupação
32

 Modelos Digitais de Elevação.

5.1 BACIAS DE DRENAGEM


Foram coletados os modelos digitais de elevação (DEM) do banco de dados
geomorfométricos do Brasil – Topodata, e também do projeto SRTM, disponibilizado pela Serviço
Geológico dos Estados Unidos (USGS), de modo a abranger as áreas das bacias contribuintes para
os pontos de interesse. Após a construção dos mosaicos referentes ao conjunto de bacias de
drenagem de cada unidade de conservação, foram convertidas as projeções para policônica com
datum SIRGAS 2000. Alguns erros de continuidade da rede hidrográfica tiverem que ser corrigidos.
As direções de fluxos da água pela superfície do terreno foram obtidas através da comparação
do valor da altitude de uma célula central com os valores das altitudes das outras oito células ao
redor, indicando o fluxo para aquela que possui o menor valor. Em seguida, foi calculada a
acumulação do fluxo de água, a partir do pixel de maior altitude para aqueles de menor altitude.
A hidrografia foi definida considerando que a partir de um valor de acumulação de fluxo, este
acúmulo representa um corpo hídrico. Foram utilizadas álgebras de mapas para definir o valor 1
para os pixels onde os acúmulos são maiores que um limiar e nulo para os pixels onde estes valores
são menores.
A hidrografia foi então vetorizada. Os pontos de interesse (captações de água e barragens)
foram ajustados com a drenagem gerada. E, por fim, as bacias foram delimitadas por meio dos
pontos analisados e das direções de fluxos.

5.2 INFORMAÇÕES FISIOGRÁFICAS


Para esta etapa foram identificados os maiores corpos hídricos de cada bacia, sendo estes
considerados como curso hídrico principal. Foram medidos seus comprimentos e identificados os
pontos iniciais e finais de cada um deles, utilizados para extrair os valores de maior altitude e menor
altitude de cada curso principal. Foram também calculadas as áreas de cada bacia.

5.3 MAPAS DE EROSIVIDADE


Os índices de erosividade da chuva (Fator R na EUPS) foram gerados pela equipe da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido associada ao estudo. Esse fator (R) é um índice
numérico que expressa a capacidade da chuva em provocar erosão, em uma área sem proteção
(BERTONI & LOMBARDI NETO, 1993). Em trabalhos desenvolvidos nos Estados Unidos,
Wicshmeier e Smith concluíram que o índice que possui melhor correlação com a perda de solo é
produto da energia cinética da chuva pela sua intensidade máxima em 30 minutos (CATÂNEO et
33

al., 1982). Para os estudos desenvolvidos neste trabalho, as UC são representadas pelas estações
pluviométricas convencionais do INMET (Tabela 6 e Figura 6):

Tabela 6. Estações Pluviométricas convencionais do INMET utilizadas como referencial para cada Unidade
de Conservação estudada neste projeto.
Unidade de Conservação Código Estação INMET Latitude Longitude
83075 Guarulhos -SP -23,43 -46,46
83784 Taubaté- SP -23,03 -45,55
APA Mananciais do Rio
83714 Campos do Jordão -22,75 -45,6
Paraíba do Sul
83781 São Paulo - SP -23,5 -46,61
83738 Resende - RJ -22,45 -44,44
82590 Apodi -RN -5,61 -37,81
EE Castanhão 82588 Morada Nova - CE -5,12 -38,37
82686 Iguatu - CE -6,37 -39,30
82784 Barbalha - Ce -7,31 -39,29
FN Araripe-Apodi 82753 Ouricuri - PE -7,90 -40,05
82777 Campos Sales - CE -7,00 -40,38
83377 Brasília - DF -15,78 -47,93
83373 Roncador -15,93 -47,88
PN Brasília
83379 Formosa -GO -15,53 -47,33
83376 Pirenópolis - GO -15,85 -48,97
83361 Cuiaba- MT -15,61 -56,10
PN Chapada dos Guimarães 83364 Padre Ricardo Remetter- MT -15,78 -56,06
83309 Diamantino - MT -14,40 -56,45
83379 Formosa -GO -15,53 -47,33
PN Chapada dos Veadeiros 83332 Posse - GO -14,10 -46,37
83228 Peixe - TO -12,02 -48,35
82723 Lábrea - AM -7,25 -64,83
PN Mapinguari 82915 Rio Branco - AC -9,95 -67,87
82533 Manicore - AM -5,82 -61,30
83743 Rio de Janeiro - RJ -22,88 -43,18
PN Tijuca 83738 Resende - RJ -22,45 -44,44
83718 Cordeiro - RJ -22,02 -42,36
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Para estimar a erosividade das chuvas das unidades de conservação, foi utilizada a
metodologia proposta por Wischmeier (1959), adaptada por Cabeda (1976), que considera as
chuvas erosivas como sendo ‘chuvas iguais ou superiores a 10,0 mm de altura para uma duração de
30 minutos’. Diante do exposto, as chuvas erosivas foram selecionadas considerando as
precipitações máximas com duração de 30 minutos.
34

Devido à ausência de dados pluviográficos, as chuvas de duração de 30 minutos foram


determinadas a partir do banco de dados pluviométricos de chuvas diárias das estações
convencionais do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), compreendendo o período de 1983
a 2013 (30 anos), por meio da metodologia de desagregação de chuvas da CETESB (1986), que é
um método das relações das durações de chuvas obtidas por meio de coeficientes de desagregação
(Tabela 7).

Tabela 7. Coeficientes de desagregação para diferentes durações de chuva.


Relação entre alturas pluviométricas Coeficiente de desagregação
5 min para 30min 0,34
10min para 30min 0,54
15min para 30min 0,70
20min para 30min 0,81
25min para 30min 0,91
30min para 1h 0,74
1h para 24h 0,42
2h para 24h 0,48
3h para 24h 0,54
6h para 24h 0,72
8h para 24h 0,78
10h para 24h 0,82
12h para 24h 0,85
24h para 1dia 1,14
Fonte: CETESB (1986).

A Equação 7 representa a energia cinética da chuva, para I  76 mm h-1, já quando I > 76 mm


h-1, Ec = 0,283 MJ ha-1 mm-1, conforme Foster et al. (1981).

Ec  0,119  0,0873. logI  Equação 7


Em que:
Ec = energia cinética da chuva, MJ ha-1 mm-1; e
I = a intensidade da chuva na duração de 30 min, mm h-1.

A Equação 8 representa o índice de erosividade das chuvas de duração de 30 min.

EI 30  EC t .I 30
Equação 8
35

Em que:
EI30 = índice de erosividade de chuvas, MJ mm-1 ha-1 h-1;
ECt = energia cinética total da chuva, MJ ha-1; e
I30 = intensidade máxima de chuva com 30 minutos de duração, mm h-1.

Os índices de erosividade são classificados de acordo com as informações contidas na Tabela


8, em que se pode verificar a classificação do índice de erosividade anual proposta por Carvalho
(2008).

Tabela 8. Classe para interpretação do índice de erosividade anual.


Erosividade (MJ mm-1 (ha h)-1) Classe de erosividade
R  2452 Erosividade fraca
2452  R  4905 Erosividade moderada
4905  R  7357 Erosividade moderada a forte
7357  R  9810 Erosividade forte
R > 9810 Erosividade muito forte
Fonte: Carvalho (2008).

Posteriormente, os resultados da erosividade foram interpolados pelo Método do Inverso do


Quadrado da Distância (Inverse Distance Weighted - IDW) em ambiente de Sistemas de
Informações Geográficas - SIG. De acordo com Costa e Silva (2012), esse método de interpolação
global se baseia no princípio de que quanto mais próximo estiver um ponto do outro, maior deverá
ser a correlação entre seus valores.
As técnicas de espacialização, por meio dos SIG, viabilizam a análise da forma como as
precipitações se distribuem no espaço, assim como a associação com diversos fatores do ambiente,
possibilitando estudos mais abrangentes, com rapidez e precisão (FREITAS et al., 2001). Diversos
trabalhos têm usado métodos de interpolação espacial para efetuar estimativas e espacializar
variáveis climáticas; porém, deve-se atentar para a necessidade de definir qual o método de
interpolação mais adequado para determinado objetivo (RIBEIRO DA SILVA et al., 2007).
36

6. APA MANANCIAIS DO RIO PARAÍBA DO SUL


6.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS
O rio Paraíba do Sul é formado pela união dos rios Paraibuna e Paraitinga, e o seu
comprimento, calculado a partir da nascente do Paraitinga, é de mais de 1.100 km. Entre os
principais afluentes da margem esquerda destacam-se os rios Paraibuna (mineiro), Pomba e Muriaé.
Na margem direita os afluentes mais representativos são os rios Piraí, Piabanha e Dois Rios. Além
dos importantes afluentes acima relacionados constam, atualmente, cadastrados na Agência
Nacional de Águas - ANA, cerca de 90 cursos d’água de domínio federal e 180 de domínio
estadual.
A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul possui área de drenagem de 56.665 km2, sendo
39% situadas em terras fluminenses, 37% mineiras e 24% paulistas. Insere-se no domínio da Mata
Atlântica e seu histórico de uso e ocupação do solo ocasionou a drástica redução de sua cobertura
vegetal original, intensificando as características naturais da região de alta suscetibilidade a
processos erosivos (IPT, 2006).
A respeito da integração dos três estados com área drenada pela bacia, a mesma é regida pela
Lei Federal 9.433/1997 e possui um colegiado gestor responsável pela implantação da Política
Nacional de Recursos Hídricos da bacia como um todo, o Comitê de Integração da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – CEIVAP.
A bacia é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 18,5 milhões de pessoas,
incluindo a região metropolitana do Rio de Janeiro, um significativo complexo industrial entre as
capitais de Rio de Janeiro e São Paulo e as atividades rurais agropecuárias de inúmeros municípios
(OIKOS, 2013). Esse número expressivo de habitantes e atividades necessitam da preservação dos
remanescentes de vegetação nativa, dos quais depende o fluxo de mananciais de águas que
abastecem as cidades.
Na porção paulista da bacia, além dos usos urbano, industrial e rural, propriamente dito, as
atividades de irrigação aparecem com grande demanda pelos recursos hídricos superficiais, de
acordo com dados do DAEE (2009) e ANA (2009).
Essa demanda deverá crescer ainda mais devido às obras de infraestrutura programadas para
esta região, como o Trem de Alta Velocidade - Projeto TAV Brasil (QUEIRÓZ, 2009), que ligará
Campinas - São Paulo - Rio de Janeiro, o aeroporto internacional de cargas, em Pindamonhangaba,
a instalação de novas PCHs, a duplicação de rodovias, as ações relacionadas com o Programa Pré-
Sal, e toda a demanda resultante de um crescimento programado para esta região, com a instituição
da Região Metropolitana do Vale do Paraíba.
37

O conhecimento atual sobre a UGRHI 02, que envolve a porção paulista da bacia do Paraíba,
apresentado na revisão do Plano da Bacia (2009-2012) aponta significativo comprometimento da
demanda de água com relação à oferta para o Compartimento 3 da bacia (Compartimento Paraíba
do Sul CP3-PS), mesmo quando se considera o reaproveitamento da vazão lançada. Neste
compartimento localizam-se os maiores consumidores de águas do trecho paulista da bacia. Os
subcompartimentos A e B, representados respectivamente pelos municípios Guararema, Jacareí,
Santa Branca (CP3-PS-A) e Caçapava, Monteiro Lobato, São José dos Campos, Taubaté,
Tremembé, Pindamonhangaba e Roseira (CP3-PS-B) apresentam situação crítica, com demanda
50% superior à oferta; enquanto que o subcompartimento CP3-PS-C (Aparecida, Guaratinguetá,
Potim, Lorena, Canas, Cachoeira Paulista, Piquete, Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz) encontra-se em
estado de atenção, com 42,78% da disponibilidade hídrica comprometida.
O processo histórico de uso e ocupação do Vale do Paraíba promoveu a eliminação da maior
parte da cobertura florestal da bacia, restando apenas as regiões mais remotas de elevada altitude ou
declividades acentuadas nas serras do Mar e Mantiqueira. A cobertura vegetal remanescente nas
porções inferiores da bacia são inferiores a 7% do original, de acordo com os mapeamentos de
remanescentes florestais da Mata Atlântica.
De acordo com dados do Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo,
2005, 8 municípios da UGRHI-2 apresentam cobertura florestal menor do que 10%; são eles:
Taubaté, Jambeiro, Santa Branca, Jacareí, Cachoeira Paulista, Caçapava, Potim e Canas, dos quais,
com exceção de Jambeiro, todos se encontram no Compartimento 3 CP3-PS, portanto, dentro da
área considerada comprometida com relação à disponibilidade hídrica.
À baixa cobertura florestal da bacia, somam-se as características naturais da paisagem e do
relevo e as condições climáticas regionais, que, quando sobrepostas imprimem grande
vulnerabilidade a processos erosivos a grandes extensões do terreno. O que, aliado aos métodos
convencionais utilizados nas práticas agropecuárias, resulta em significativos níveis de perda de
solo, escorregamento de encostas e consequente assoreamento, poluição e eutrofização dos corpos
d’água, acarretando custos elevadíssimos de remediação.
A avaliação apresentada no Plano de Bacias, a partir do tratamento dos dados de AGEVAP
(2006) aponta que os compartimentos das Cabeceiras (CP1) e Paraíba do Sul (CP3), são os que
contêm as maiores extensões de terra sob muito alta - alta vulnerabilidade à erosão.
Os dez municípios mais críticos, pela ordem, são: Cunha, São José dos Campos, Natividade
da Serra, São Luís do Paraitinga, Paraibuna, Taubaté, Guaratinguetá, Santa Isabel, Monteiro Lobato
e Jacareí. Para estes municípios está indicada prioridade de ações para a melhoria do quadro atual,
38

“bem como a adoção de ações preventivas e/ou mitigadoras para que se alcance o uso sustentável
dos recursos hídricos”.
Nota-se que dentre os municípios, alguns estão também na categoria de mais baixa cobertura
florestal, como Taubaté e Jacareí; além de fazerem parte do Compartimento Paraíba do Sul, cujos
sub- compartimentos são considerados críticos (CP3-PS-A e CP3-PS-B) ou em estado de atenção
(CP3-PS-C) no que se refere à disponibilidade hídrica, como São José dos Campos, Taubaté,
Guaratinguetá, Monteiro Lobato e Jacareí.
Ações ligadas à manutenção e recomposição da cobertura florestal de bacias hidrográficas
assim como aquelas ligadas à contenção da erosão dos solos têm sido objeto de remuneração a
proprietários, especialmente produtores rurais que se integrem aos assim denominados projetos e
programas de PSA.
A Área de Proteção Ambiental – APA – dos Mananciais do Rio Paraíba do Sul, foi criada
pelo Decreto 87.561/1982, para uma ampla região envolvendo a bacia do rio Paraíba do Sul nos
estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, os limites da UC passam por
revisão e, atualmente, estão homologados no trecho paulista da bacia. Trata-se da única unidade
federal de conservação criada com objetivo específico associado à proteção de mananciais para
abastecimento público. O presente trabalho contempla a porção paulista da APA, cujos limites estão
disponíveis junto ao ICMBio.

6.2 LEVANTAMENTO DE DADOS E INFORMAÇÕES


O crescimento de grandes proporções anunciado para a região do Vale do Paraíba onde
problemas de disponibilidade de água já estão diagnosticados, alerta para a necessidade de ações de
planejamento capazes de fazer frente a tais desafios, uma vez que a sustentabilidade dos processos
econômicos, assim como a manutenção da qualidade de vida estão na dependência direta de
recursos hídricos em quantidade e qualidade, um importante serviço prestado pelos ecossistemas
naturais.
A característica de concentração populacional urbana da bacia do Paraíba do Sul fez com que
grandes esforços tenham sido direcionados pelo Comitê Paulista (CBH-PS) e pelo Fundo Estadual
de Recursos Hídricos - FEHIDRO, nos últimos anos, na solução de problemas relacionados com
saneamento básico, especialmente em projetos e obras para coleta e tratamento de efluentes
domésticos.
A Bacia do Paraíba do Sul foi pioneira na implantação da cobrança pelo uso da água, em
2003, sendo uma referência para a criação de modelos semelhantes em outras regiões. No entanto
ainda persistem desafios, como incluir a cobrança pelo uso da água para o setor rural, o que
39

caracterizará um novo momento, quando novas linhas de projetos e programas voltados para a
produção de águas poderão ser implantados na bacia.
Iniciativas de Projetos e Programas de PSA em curso na bacia do Paraíba do Sul, no entanto,
já indicam uma nova tendência regional onde as questões de melhoria das águas são tratadas na sua
interdependência com a conservação dos solos e das áreas florestais.
Em 2012, o Comitê Federal da Bacia do Paraíba do Sul – CEIVAP, destinou verba para
implantar 3 projetos-piloto, um em cada estado da bacia – SP, MG e RJ. No trecho paulista, o
município escolhido foi Guaratinguetá, onde uma política visando PSA já vinha sendo gestada por
iniciativa da Prefeitura, incluindo a criação da legislação municipal de Pagamento por Serviços
Ambientais. São José dos Campos também avançou nesse campo e criou sua lei de PSA em 2012 e
está começando a desenvolver seu primeiro projeto. O município de Monteiro Lobato abriga o
projeto-piloto do Programa Estadual de PSA, através do qual serão recuperadas 150 nascentes da
bacia de abastecimento público do município.
Por outro lado, experiências bem-sucedidas de PSA envolvendo comitês de bacias estão em
curso na Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), e na Bacia do Guandu, as quais,
juntamente com a experiência de Extrema, MG, podem servir de referência para o presente projeto.
O panorama socioeconômico e ambiental da bacia do Paraíba do Sul, com um quadro
crescente de consumo de água, por um lado, e de outro um nível elevado de degradação das áreas de
produção de água, aliado à baixíssima rentabilidade das atividades agropecuárias, configuram, na
visão deste projeto, um grande potencial para implantação de programas de Pagamento por Serviços
Ambientais.
Para o presente estudo de caso, a rota metodológica utilizada envolveu o uso da EUPS para a
determinação da perda potencial de solos e do potencial de lixiviação de sedimentos para os corpos
d’água. A valoração do serviço ecossistêmico de retenção de solos em áreas conservadas ou em
recuperação ambiental e por práticas conservacionistas no meio rural foi realizada a partir do
modelo empírico proposto por Sousa Júnior (2011).
Na Tabela 9 encontram-se a localização e a vazão das microbacias dos pontos de captação de
água outorgados pelo DAEE:

Tabela 9. Localização (UTM – Z 23 Sul) e vazão das microbacias de captações de água para abastecimento
doméstico outorgadas pelo DAEE que interseccionam com a APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
FID Ponto de captação Latitude Longitude Vazão (L/s)
1 Rio da Bocaina 500349 7465250 97,31
2 Ribeirão das Palmeiras 382045 7412780 25,00
3 Córrego da Serrinha 415534 7436980 4,85
40

FID Ponto de captação Latitude Longitude Vazão (L/s)


4 Ribeirão dos Souzas 414232 7444910 0,65
5 Represa Paraibuna 455211 7386990 4,89
6 Rio Paraibuna 432874 7387690 163,50
7 Represa Jaguari 0 373361 7401740 55,56
8 Ribeirão Araraquara 373760 7397840 70,00
9 Rio do Entupido 521526 7482560 27,49
10 Córrego da Couve 401200 7443170 13,63
11 Ribeirão Batedor 497592 7482220 100,00
12 Córrego Fundo 516595 7463420 7,15
13 Represa Jaguari 3 390920 7407880 700,00
14 Represa Jaguari 1 e 2 389976 7407310 300,00
15 Córrego Coura 477944 7474940 3,00
16 Córrego Prata+Cristo 478412 7474890 3,00
17 Ribeirão Lemes 473185 7465860 36,11
18 Rio Guaratinguetá 478036 7452470 450,00
19 Ribeirão Gomeral 462341 7457190 1,39
20 Rio do Braço 511798 7481780 52,08
21 Rio Bananal 568159 7456710 35,00
22 Ribeirão Vermelho 530213 7471710 27,70
23 Rio Una 448544 7427530 494,17
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

6.3 BACIAS
As áreas analisadas foram levantadas com base em 23 pontos de captação sob outorga do
DAEE que interseccionam com a área da APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul. Foram utilizados
estes pontos como referência para obtenção das bacias contribuintes para cada ponto de captação.
Através do DEM foi gerada a hidrografia. Cada célula foi comparada com as células vizinhas, de
modo que a direção dos fluxos de água foi estabelecida no sentido da célula para vizinha que
apresentasse o menor valor de elevação, obtendo-se, ao final, mapas de drenagem para cada bacia.
As áreas objeto de avaliação foram aquelas que formam bacias de drenagem para pontos de
captação de água para abastecimento doméstico, registrados pelo órgão gestor de recursos hídricos
do Estado de São Paulo, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE, 2014), e
interseccionam com os polígonos da APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul. Assim, 23 pontos de
captação e, portanto, 23 microbacias de drenagem foram contempladas neste estudo conforme
informado na Tabela 10 e ilustrado no mapa da Figura 7.

Tabela 10. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pelo DAEE que interseccionam com a APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
41

Maior Menor Maior


FID Ponto de captação Área (km2)
curso (m) altitude (m) altitude (m)
1 Rio da Bocaina 264,95 39.191 532 1.777

2 Ribeirão das Palmeiras 32,64 12.328 694 794

3 Córrego da Serrinha 1,19 1.489 742 891

4 Ribeirão dos Souzas 13,36 7.840 755 1.553

5 Represa Paraibuna 139,72 24.925 780 1.024

6 Rio Paraibuna 4.298,68 194.312 644 1.812

7 Represa Jaguari 0 164,94 32.306 634 1.201

8 Ribeirão Araraquara 18,01 12.269 651 794

9 Rio do Entupido 9,91 8.680 722 2.236

10 Córrego da Couve 5,46 6.241 778 1.789

11 Ribeirão Batedor 21,51 7.379 738 1.009

12 Córrego Fundo 15,94 5.455 628 846

13 Represa Jaguari 3 2,26 1.320 738 1.009

14 Represa Jaguari 1 e 2 1,67 2.134 624 654

15 Córrego Coura 4,36 3.199 867 1.616

16 Córrego Prata+Cristo 2,00 2.009 816 1.420

17 Ribeirão Lemes 11,25 5.680 738 1.009

18 Rio Guaratinguetá 131,13 37.413 532 1.938

19 Ribeirão Gomeral 35,74 12.612 661 1.938

20 Rio do Braço 23,57 12.579 725 2.463

21 Rio Bananal 63,85 15.009 466 1.356

22 Ribeirão Vermelho 36,40 20.730 524 1.078

23 Rio Una 446,01 49.925 562 1.351

Fonte: elaborado pelos autores (2015).


42

Figura 7. Recorte espacial da bacia do Paraíba do Sul, trecho paulista, com as 24 microbacias de captação de
água para abastecimento doméstico que interseccionam com a APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

6.4 EROSIVIDADE
O mapa de erosividade (Figura 8) foi obtido através dos dados gerados por (MOREIRA et al.,
2006), que obteve a erosividade para o estado de São Paulo utilizando dados de 138 estações
pluviométricas. A erosividade para cada estação foi obtida por meio da Equação 9, proposta por
Lombardi Neto e Moldenhauer (1992), a partir de dados de precipitação média anual do período de
1962 a 1990. A soma dos valores dos valores da erosividade mensal dos 12 meses representou o
valor da erosividade da chuva.

0,759
𝑟2
𝐸𝐼𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 = 89,823 ( 𝑃 ) Equação 9

A espacialização foi realizada utilizando uma RNA (Rede Neural Artificial) retroalimentada
do tipo 3-n1-n2-1 – um vetor de entrada com 3 variáveis, duas camadas intermediarias com n1 e n2
neurônios artificiais e um neurônio na camada de saída. O vetor de entrada foi composto dos
valores de latitude e longitude em graus decimais, bem como a altitude de cada estação,
43

considerando 100 estações para interpolação e 38 para testes. O mapa da bacia do rio Paraíba do Sul
no estado de São Paulo foi representado por uma grade de 1030 x 1030 metros.

Figura 8. Mapa geoespacializado do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes à APA
Mananciais do Rio Paraíba do Sul.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

6.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade (Figura 9) foi obtida considerando o mapa pedológico
produzido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e EMBRAPA. O mapa se encontra na
escala de 1:500.000, com Datum Córrego Alegre e sistema de coordenadas geográficas. Esse mapa
resultou da compilação e adequação de uma série de 8 mapas provenientes do Projeto
RADAMBRASIL, que nos anos 70 mapeou o território nacional, e 15 mapas do próprio IAC, além
do antigo mapa de 1960 elaborado pela Comissão de Solos (OLIVEIRA et al., 1999). Os valores de
erodibilidade foram obtidos em Mannigel et al. (2002), tendo os autores utilizado a equação de
Boyoucos para a determinação indireta. Os valores foram atribuídos a cada classe de solo. Os
valores utilizados de erodibilidade conforme utilizados são apresentados na Tabela 11.
44

Tabela 11. Classificação pedológica e fator K para o mapa de erodibilidade.

Solos Classificação Pedológica K (t.ha/MJ.mm)


Gleissolos GM 0,0044
Organossolos OY1 0,0044
LVA1, LVA10, LVA15, LVA16, LVA19, LVA23,
Latossolos 0,0112
LVA26, LVA32, LVA40, LVA53
Argissolos PVA66 0,0228
Cambissolos CX10, CX11, CX12, CX19, CX7, CX8 0,0347
Cambissolos CH1, CH2, CX4, CX5 0,0433
PVA19, PVA23, PVA25,PVA26, PVA45, PVA49,
Argissolos 0,0466
PVA55, PVA63, PVA65, PVA74
Latossolos LA5, LA6 0,057
Fonte: Mannigel et al. (2002).

Figura 9. Mapa geoespacializado do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes à APA
Mananciais do Rio Paraíba do Sul.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

6.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi o apresentado por Vieira et al. (2013).
Corresponde ao uso e cobertura levantado em 2005, e apresenta como classes: água, agropecuária,
área urbana, cana, eucalipto, floresta perene, pastagem e solo exposto. O trabalho utilizou o
mapeamento realizado pela SOS Mata Atlântica para a identificação de florestas; dados do projeto
45

CANASAT/INPE para a delimitação das áreas produtoras de cana; e dados cedidos por Canavesi
(2012) para determinação das áreas de produção de eucalipto. As demais classes de uso e cobertura,
tais como agricultura, solo exposto e pastagem, foram identificadas por meio de interpretação
visual. O mapa de uso e cobertura da terra resultante é apresentado na Figura 10.

Figura 10. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem
referentes à APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.

Fonte: adaptado de Vieira et al. (2013).

Para a tabela biofísica foi necessário definir o fator C para cada uso e cobertura da terra,
sendo baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006), Silva, Schulz &
Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e Ribeiro &
Alves (2007). Para a classe “agropecuária” foi considerado o fator C do cultivo de arroz, maior
modalidade agrícola da região conforme a Secretaria do Meio Ambiente - SMA (SÃO PAULO,
2011). Assim, os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra são
apresentados na Tabela 12.
46

Tabela 12. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica observada nas bacias de drenagem
referentes à APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.

Uso e Cobertura Fator C


Agropecuária 0,15
Água 1
Área urbana 1
Cana 0,3063
Eucalipto 0,3
Floresta perene 0,001
Pastagem 0,01
Solo exposto 1
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

6.7 CENÁRIO HIPOTÉTICO


A fim de estimar a efetividade da proteção dos recursos hídricos pela UC e quantidade de
perda do solo evitada, foi projetado um cenário hipotético em que todas as áreas de “agricultura”
são substituídas por área de “floresta”, indicando os benefícios do serviço ecossistêmico de retenção
de solo pela preservação e recuperação de áreas florestais. Na Figura 11 pode ser visualizado o
mapa com o fator de uso e cobertura da terra para a UC no cenário hipotético.

Figura 11. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para a APA Mananciais do Rio
Paraíba do Sul no cenário hipotético.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).


47

6.8 MODELAGEM COM BASE NO CENÁRIO ATUAL DE USOS E COBERTURA DA


TERRA
Os mapas de erosividade, usos e cobertura do solo e erodibilidade, submetidos a operações de
álgebra de mapas para a EUPS. Os resultados da exportação de sedimentos para cada microbacia
dos pontos de captação outorgados pelo DAEE são apresentados na Tabela 13, para as perdas do
solo absolutas (em t/ano) e relativas (em t/ha.ano) e os mapas são exibidos nas Figuras 12 a 14.

Tabela 13. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pelo DAEE que interseccionam com a APA Rio Paraíba do Sul.

ID Nome do corpo hídrico USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia de captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
1 Rio da Bocaina 905.404 210.724 34,17 7,95
2 Ribeirão das Palmeiras 81.376 47.277 24,93 14,48
3 Córrego da Serrinha 628 310 5,26 2,60
4 Ribeirão dos Souzas 23.996 13.407 17,96 10,04
5 Represa Paraibuna 527.393 480.510 37,75 34,39
6 Rio Paraibuna 33.838.429 33.402.267 78,72 77,70
7 Represa Jaguari 0 327.521 67.188 19,86 4,07
8 Ribeirão Araraquara 55.135 9.331 30,61 5,18
9 Rio do Entupido 70.564 22.315 71,18 22,51
10 Córrego da Couve 29.236 3.797 53,55 6,96
11 Ribeirão Batedor 64.331 30.853 29,90 14,34
12 Córrego Fundo 17.861 9.276 11,20 5,82
13 Represa Jaguari 3 8.246 1.042 36,51 4,61
14 Represa Jaguari 1 e 2 5.044 534 30,27 3,21
15 Córrego Coura 13.283 8.060 30,43 18,47
16 Córrego Prata+Cristo 6.864 5.058 34,32 25,29
17 Ribeirão Lemes 19.843 19.590 17,63 17,41
18 Rio Guaratinguetá 461.788 170.136 35,22 12,97
19 Ribeirão Gomeral 244.265 65.597 68,35 18,35
20 Rio do Braço 84.729 41.960 35,94 17,80
21 Rio Bananal 331.639 140.474 51,94 22,00
22 Ribeirão Vermelho 138.931 111.452 38,17 30,62
23 Rio Una 5.976.304 5.153.002 134,00 115,54
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
48

Figura 12. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 13. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul
no cenário hipotético.
49

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 14. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à APA Mananciais do Rio
Paraíba do Sul entre os dois cenários.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

6.9 VALORAÇÃO
No estado de São Paulo, a empresa SABESP opera a maior parte das estações de tratamento de
água. A relação entre a turbidez e seus custos de redução (aplicação de coagulante inorgânico, no
caso o Sulfato de Alumínio) obtida para uma planta padrão da empresa (adaptado de OLIVEIRA,
2011). O valor utilizado para o Sulfato de Alumínio foi de R$0,1285/kg, conforme Schmidt (2011).
A partir desses dados, é calculada a equação da curva para a associação entre a turbidez e seus
custos de redução. Para encontrar uma equação que expresse essa relação, foram traçadas diversas
linhas de tendência: exponencial, linear, logarítmica, polinominal, potência e de média móvel. O
ajuste da curva que mais se adequou é o ajuste logarítmico observado abaixo, nas Equações 10 e 11.

Se a turbidez é menor ou igual a 10 NTU:


y = 0,0042 . x0,3086 Equação 10

Se a turbidez é maior que 10 NTU:


50

y = 0,0042 . 100,3086 + [0,0018 . ln(x – 10) – 0,0023] Equação 11


Em que,
y = custo com o tratamento de redução da turbidez;
x = turbidez medida.

O gráfico de dispersão que relaciona o custo da redução da turbidez da água (R$/m³) para cada
turbidez observada, explicitando a relação entre o aumento do custo de tratamento de água com
altas taxas de sedimentos em suspensão, ou seja, com a qualidade da água in natura, pode ser
visualizado na Figura 15.

Figura 15. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os valores


de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento urbano e,
posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com pastagem degradada) e futuro
(com alteração de pastagem por floresta perene). Os resultados para cada bacia de drenagem dos
pontos de captações outorgados pelo DAEE são apresentados na Tabela 14.
51

Tabela 14. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias que interseccionam a APA Rio Paraíba do Sul.

Turbidez Turbidez Tratamento Disposição


água lodo Desassoreamento PSA
Bacia Recurso Hídrico de Captação estimada futura PSA (R$/ano)
(R$/ano) (R$/ano) (R$/ano) (R$/ha.ano)
(NTU) (NTU)
1 Rio da Bocaina 99,43 84,85 982,97 2.665,39 1.471.408,48 1.475.056,84 55,68
2 Ribeirão das Palmeiras 83,99 78,56 108,18 266,10 44.079,73 44.454,01 13,62
3 Córrego da Serrinha 60,83 53,78 41,08 75,44 1.018,52 1.135,04 9,52
4 Ribeirão dos Souzas 117,42 111,60 2,06 6,60 34.176,73 34.185,38 28,29
5 Represa Paraibuna 119,67 118,74 2,37 7,83 64.869,28 64.879,48 4,64
6 Rio Paraibuna 124,43 124,30 10,53 35,97 505.887,08 505.933,59 1,19
7 Represa Jaguari 0 92,72 76,88 670,44 1.701,27 444.905,58 447.277,28 27,62
8 Ribeirão Araraquara 71,11 53,34 1.364,86 2.672,92 67.506,45 71.544,23 39,72
9 Rio do Entupido 92,71 81,20 233,89 606,37 189.227,62 190.067,89 195,94
10 Córrego da Couve 90,65 70,24 225,78 547,83 97.133,47 97.907,08 219,45
11 Ribeirão Batedor 73,24 65,89 701,19 1.518,66 74.732,06 76.951,91 41,48
12 Córrego Fundo 87,11 80,56 36,04 90,86 19.758,30 19.885,20 12,47
13 Represa Jaguari 3 39,46 18,77 48.143,71 40.644,80 29.971,95 118.760,46 525,08
14 Represa Jaguari 1 e 2 33,32 10,87 56.049,17 21.005,82 7.113,36 84.168,36 504,68
15 Córrego Coura 99,23 94,23 9,81 27,69 22.784,65 22.822,15 58,78
16 Córrego Prata+Cristo 93,53 90,48 6,34 17,22 8.626,45 8.650,00 45,84
17 Ribeirão Lemes 72,61 72,48 4,21 9,45 621,63 635,29 0,56
18 Rio Guaratinguetá 77,99 68,00 4.057,27 9.136,81 656.468,49 669.662,57 51,10
19 Ribeirão Gomeral 133,01 119,86 8,92 30,83 575.565,25 575.605,00 161,44
20 Rio do Braço 87,31 80,28 281,75 709,96 154.176,10 155.167,80 69,67
21 Rio Bananal 101,87 93,28 195,04 553,82 507.471,51 508.220,37 79,60
22 Ribeirão Vermelho 92,62 90,42 42,51 114,91 54.676,05 54.833,47 15,06
23 Rio Una 99,52 98,04 468,33 1.343,39 1.354.639,69 1.356.451,41 30,41
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
52

Os resultados de economia no tratamento de água para as bacias de Represa do Jaguari 1 e 2 e


Represa do Jaguari 3 apresentam valores representativos para implantação de PSA, sendo R$
56.049,17 e R$ 48.143,71, respectivamente para cada bacia por ano. A implantação é também
justificada pelo valor do PSA que seria arrecadado por hectare de área reflorestada: R$ 336,07 e R$
212,86, respectivamente, por ha/ano. Os resultados de economia no tratamento de água das demais
bacias de drenagem são baixos, não conseguindo justificar a alteração de uso do solo: de pastagem
degradada para floresta perene, devido ao custo de implantação do projeto tender a ser maior que a
arrecadação. O valor calculado para o PSA dessas bacias varia entre R$ 0,01 a 0,76 por ha de área
reflorestada.
Para a economia na disposição do lodo evitado no tratamento da água, as bacias da Represa
Jaguari 1 e 2 e Jaguari 3 também apresentam os maiores valores: R$ 21.005,82 e R$ 40.644,80,
respectivamente. O rio Guaratinguetá também apresenta valores representativos, sendo R$ 9.136,81
para a disposição do lodo e R$ 4.057,27 para o tratamento de água.
Adicionando os valores economizados com o desassoreamento evitado, o PSA apresenta
valores bem elevados. O custo evitado com desassoreamento atinge por R$ 500 mil/ano nas bacias
do Rio Paraibuna, Represa Jaguari 0, Rio Guaratinguetá, Ribeirão Gomeral e Rio Bananal,
chegando a R$ 1,4 milhão no Rio Bocaina e no Rio do Una.
Somando os três custos evitados, as cinco bacias de drenagem com maiores economias por
hectare possuem valores entre R$ 160 e R$ 505, e são elas: Ribeirão Gomeral, Rio Entupido,
Córrego da Couve, Represa Jaguari 1 e 2 e Represa Jaguari 3.
Embora não estejam aqui considerados os custos de restauração de vegetação nativa, os
resultados apontam benefícios (custos evitados) superiores aos custos atuais de oportunidade das
áreas degradadas que intersecionam com a UC, na maior parte das bacias estudadas.
53

7. ESTAÇÃO ECOLÓGICA CASTANHÃO


7.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS
A Estação Ecológica Castanhão (EEC), criada em 27 de setembro de 2001, está localizada nos
Municípios de Jaguaribe e Alto Santo, no Estado do Ceará. Tem como objetivos proteger e
preservar amostras do ecossistema de Caatinga, possibilitar o desenvolvimento de pesquisa
científica e programas de educação ambiental.
A EEC surgiu como compensação ambiental de responsabilide do Departamento Nacional de
Obras Contra a Seca (DNOCS), em decorrência do processo de licenciamento ambiental relativo à
construção do açude Castanhão. A UC tem por finalidade atenuar os impactos negativos causados
ao meio ambiente pela construção do açude.
O Decreto de criação da EEC não levou em consideração as estradas existentes, como a
rodovia estadual CE-273, que a liga o projeto de irrigação do Curupati e a BR-116, localizados
dentro da área delimitada para implantação da UC. Consta ainda sobreposição parcial a dois
assentamentos do INCRA pré-existentes (Sossego-Contendas e Mineiros) e um posterior (Curupati-
Macambira). Também percorre grande parte da UC uma extensa rede de distribuição de energia
elétrica e abastecimento da água para os assentamentos. Estes, dentre outras questões afeitas à
delimitação da UC, motivaram um impasse na implantação definitiva da unidade. Devido esse
impasse, a UC não possui demarcação, cercas, placas indicativas, sede e chefia.
Diante disso, em 2011 foi instituído o Grupo de Trabalho EE Castanhão para avaliar a
possibilidade de redefinição dos limites da unidade, resultando na proposta de um novo polígono
que exclui a maior parte da área atual, e inclui grande parcela da Serra da Micaela, a leste da BR-
116, em virtude de seu bom estado de conservação e ocupação incipiente; o desenho proposto
amplia a superfície da UC dos atuais 12.574 ha para 24.890 ha, abrangendo a Serra da Micaela, os
vales contíguos e a da serra situada imediatamente atrás. A nova delimitação, no entanto, ainda
carece de ato legal.

7.2 LEVANTAMENTO DE DADOS E INFORMAÇÕES


O levantamento dos dados iniciou-se através da localização geoespacializada dos limites da
EE Castanhão e sua respectiva bacia hidrográfica.
Durante a visita técnica à EE Castanhão observou-se que as áreas protegidas pela estação
ecológica auxiliam na retenção de sedimentos do solo e podem contribuir para a extensão da vida
útil do reservatório. Foram ainda identificados outros usos da água na área de amortecimento da
UC, além de captação de água para abastecimento humano, como por exemplo a irrigação,
piscicultura e regularização da vazão do Rio Jaguaribe.
54

Através de contato com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará –


COGERH, foram solicitadas as outorgas de direito de água na área da UC, apontadas na Figura 16.

Figura 16. Outorgas de recursos hídricos à jusante da EE Castanhão.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Junto à Companhia de Água e Esgoto do Ceará - CAGECE foram obtidas informações sobre
as outorgas de todos os sistemas de captação de água da CAGECE à jusante do Açude Castanhão.
Estes estão tabulados na Tabela 15 e totalizam uma vazão de 878 L/s.
55

A vazão da captação CAGECE no Açude é 130 L/s. Foi informada a turbidez média de 5
NTU, utilizando para tratamento 2ppm de Policloreto de Alumínio (PAC) e 0,5ppm de Polímero
Catiônico por dia.
A captação da COGERH no Açude Castanhão é apenas para bombeamento de água para o
Eixão das Águas e o tratamento e o consumo da água acontecem na Região Metropolitana de
Fortaleza. Assim, foram informados apenas os dados de vazão e turbidez. A vazão média é 8900 L/s
e a turbidez média (2004 a 2013) é 2,29 NTU.

Tabela 15. Localização (UTM – Z 24 Sul), vazão das microbacias de captações de água para abastecimento
doméstico outorgadas pela CAGECE e pela COGERH que interseccionam com a EE Castanhão.
Sistema Localidade Latitude Longitude Vazão (L/s)
CAGECE Açude Castanhão 9393879 561297 130,00
COGERH Açude Castanhão 9393879 561297 8900,00
1 Boca do Forno (Arati) 9483296 631004 1,60
2 Banhú (Russas) 9463337 592582 1,96
3 Iracema 9351452 575191 24,82
4 Itaiçaba 9483296 631004 11,43
5 Jaguaruana 9463097 635693 44,66
6 Jardim de São José (Russas) 9445397 605831 6,10
7 Palhano 9485034 628440 16,45
8 Potiretama 9367239 592155 8,01
9 Tabuleiro do Cabreiro 9485070 628446 1,03
10 Tabuleiro do Norte 9423572 595709 47,97
11 Água Verde 9540386 530719 10,67
12 Amanari (Maranguape) 9556324 512746 6,16
13 Aquiraz 9566472 571454 27,66
14 Aracoiaba 9513324 533307 31,67
15 Baturité 9522775 511765 14,78
16 Cascavel 9535125 585647 70,95
17 Guaiúba 9553636 540126 28,80
Integrado Acarape, Redenção, Antônio
18 9536618 523593 94,22
Diogo, Barreira
Integrado Horizonte, Chorozinho,
19 9549810 553062 201,00
Pacajús
20 Itaitinga 9559313 552310 45,64
21 Manguarape 9565802 544882 134,69
22 Pavuna (Pacatuba) 9567271 545414 20,77
23 Tapera (Aquiraz) 9566472 571454 3,91
24 Serra do Felix (Beberibe) 9537952 596496 7,16
25 Capim Grosso (Russas) 9462900 580300 3,81
26 Ibaretama 9469336 531218 11,89
Total 9.907,81
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
56

7.3 BACIA DE DRENAGEM


No açude Castanhão, as captações de água da CAGECE e da COGERH são muito próximas, e
foram consideradas como sendo da mesma bacia de drenagem. A captação da COGERH capta água
para o “Eixão das Águas”, que percorre um longo caminho até o porto PECEM e o sistema hídrico
Pacoti-Gavião-Riachão. O tratamento dessa água é realizado através de uma Estação de Tratamento
de Água da CAGECE.
A captação da CAGECE no Açude Castanhão atende as populações adjacentes à área. A água
residual é transposta por um canal que possui diversas captações da CAGECE para abastecimento
público, indicadas na Tabela 15. Ao final, este fluxo forma o Canal dos Trabalhadores e sua água é
encaminhada para a ETA do sistema Pacoti-Gavião-Riachão.
Com base nestas informações, para os fins deste estudo, e diante da diversidade de captações
ao longo do trajeto, os usos da água à jusante do açude Castanhão foram agregados em uma única
captação, baseada num ponto em comum para COGERH/CAGECE (Tabela 16 e Figura 17),
localizadas na saída de água do Açude Castanhão.

Tabela 16. Caracterização da microbacia de captação de água para abastecimento doméstico pela CAGECE e
COGERH que intersecciona com a EE Castanhão.
Comprimento do
ID Área Menor Maior
Ponto de Captação curso d'água
Bacia (km2) altitude (m) altitude (m)
principal (m)
Açude Castanhão /
0 46.381,90 521.826,00 58,00 951,00
Rio Jaguaribe
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
57

Figura 17. Recorte espacial da microbacia de captação de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela CAGECE e COGERH que intersecciona com a EE Castanhão.

Fonte: elaborado pelos atores (2015).

7.4 EROSIVIDADE
Na Figura 18 e nas Tabelas 17 a 19, são apresentados os resultados de erosividade (R),
determinados com as séries pluviométricas das estações pluviométricas de Apodi - RN (código
82590), Morada Nova – CE (código 82588) e Iguatu – CE (código 82686), respectivamente, para o
período de 1983 a 2013. Estas são as estações mais próximas à área de influência da EE Castanhão.

Tabela 17. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82590 (Apodi, RN)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1984 0,00 369,07 1270,00 241,99 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1881,06
1985 43,89 2573,59 2237,19 4753,38 338,38 286,33 1838,18 0,00 0,00 0,00 0,00 412,30 12483,24
1986 0,00 46,71 2433,96 500,98 844,37 57,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3883,53
1987 231,14 0,00 672,35 0,00 0,00 267,79 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1171,28
1988 0,00 0,00 883,55 423,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1307,22
1989 0,00 0,00 284,62 1505,22 45,89 0,00 639,32 0,00 0,00 0,00 0,00 269,45 2744,50
1990 0,00 247,24 298,48 0,00 474,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1020,54
1991 0,00 205,01 653,07 0,00 945,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1803,90
58

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1992 0,00 0,00 600,73 307,31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 908,04
1993 0,00 0,00 325,39 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 385,68
1994 617,88 292,38 325,39 360,82 51,31 753,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2400,94
1995 0,00 0,00 1294,67 256,33 1006,93 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2753,86
1996 455,41 754,31 60,28 257,81 0,00 0,00 0,00 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 1723,74
1997 0,00 0,00 47,11 344,02 1130,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1521,66
1998 51,31 0,00 2051,27 0,00 0,00 0,00 234,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2336,80
1999 0,00 0,00 0,00 806,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 806,02
2000 835,13 1079,20 52,17 3323,75 208,77 222,75 0,00 596,24 0,00 0,00 0,00 0,00 6318,02
2001 0,00 0,00 319,91 850,77 0,00 319,91 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1490,59
2002 269,46 53,04 2037,05 300,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2659,85
2003 336,51 742,19 46,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 618,31 1743,31
2004 4060,55 2078,54 273,88 785,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7198,74
2005 0,00 247,24 2390,18 234,21 180,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3052,44
2006 0,00 180,81 172,59 1221,79 1645,29 312,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3533,16
2007 0,00 364,70 0,00 182,16 407,16 235,41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1189,43
2008 371,50 0,00 1535,91 1868,16 567,57 385,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4728,76
2009 591,90 563,88 259,58 5323,92 616,25 225,06 0,00 252,46 0,00 0,00 0,00 0,00 7833,05
2010 1267,90 0,00 0,00 970,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2238,50
2011 644,02 3671,64 58,43 989,59 1406,78 0,00 814,72 0,00 0,00 53,04 0,00 0,00 7638,22
2012 1689,97 1296,64 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2986,61
2013 0,00 0,00 0,00 4137,42 0,00 1124,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5262,24
2014 0,00 369,13 749,77 2201,32 515,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3835,55
Média 369,89 488,24 688,19 1037,01 336,98 141,52 113,76 33,70 0,00 1,71 0,00 41,94 3252,92
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Tabela 18. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82588 (Morada Nova, CE).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar Abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1984 213,15 361,26 710,65 5141,56 405,49 59,35 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6891,46
1994 0,00 58,43 58,43 273,08 936,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1781,35 3107,58
1995 229,61 0,00 0,00 1065,07 537,61 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1827,45 3659,75
1996 305,53 1023,50 43,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1456,06 989,32 3818,31
1997 44,29 243,66 243,66 259,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1827,45 2618,64
1998 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1827,45 1827,45
1999 45,09 231,14 231,14 949,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 826,02 1684,09 3966,95
2000 205,01 357,39 308,54 222,05 274,46 907,46 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2274,90
2001 44,29 1011,71 1011,71 711,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2779,42
2003 1377,61 237,07 381,16 601,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2597,64
2004 3489,83 880,66 190,58 472,13 0,00 839,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5872,88
2005 0,00 0,00 0,00 198,74 349,72 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 548,46
2006 0,00 0,00 0,00 1039,01 331,67 832,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2203,52
2007 0,00 2885,69 2885,69 104,51 558,69 912,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7346,64
59

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar Abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2008 269,19 0,00 317,82 1626,06 621,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2834,41
2009 222,05 681,57 681,57 1242,60 4280,25 307,31 0,00 44,69 0,00 0,00 0,00 0,00 7460,03
2010 644,93 0,00 0,00 171,20 0,00 50,03 0,00 0,00 0,00 252,06 0,00 1127,52 2245,74
2011 1967,46 274,46 274,46 0,00 698,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3215,00
2012 208,27 917,56 49,61 0,00 0,00 178,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1353,57
2013 0,00 252,06 252,06 1756,68 264,32 3347,75 0,00 0,00 0,00 0,00 379,58 0,00 6252,44
2014 0,00 318,10 318,10 298,57 422,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1357,50
Média 441,25 463,54 379,00 768,28 461,01 354,03 0,00 2,13 0,00 12,00 126,75 526,89 3534,87
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Tabela 19. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82686 (Iguatu, CE).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 299,17 246,16 246,16 514,51 0,00 143,58 0,00 100,88 0,00 861,30 830,25 521,18 3763,18
1995 482,68 59,35 59,35 0,00 0,00 0,00 0,00 201,76 0,00 99,08 204,44 53,04 1159,71
1996 1020,96 1454,18 583,59 0,00 0,00 287,16 0,00 0,00 0,00 1623,51 1456,06 989,32 7414,78
1997 0,00 321,73 321,73 1058,46 1287,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 643,01 3632,02
1998 1008,45 2713,43 2713,43 653,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1148,94 8238,20
1999 261,21 289,91 289,91 496,08 1674,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1925,41 4936,87
2000 744,93 651,77 3065,70 1058,68 98,70 0,00 0,00 0,00 231,14 0,00 0,00 761,60 6612,52
2001 0,00 225,06 225,06 597,76 0,00 332,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 356,98 1737,63
2002 759,25 0,00 0,00 401,75 264,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 559,29 1984,60
2003 182,16 3534,51 3534,51 179,47 504,78 184,87 0,00 0,00 0,00 207,32 0,00 0,00 8327,61
2004 2809,74 529,52 1597,16 274,46 1417,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6628,65
2005 45,09 0,00 0,00 0,00 50,46 603,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1299,76 1998,97
2006 345,82 0,00 0,00 191,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2009,01 0,00 1817,79 4364,36
2007 622,16 2681,58 2681,58 641,41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 286,33 6913,05
2008 242,47 2167,50 4760,84 1828,24 58,43 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 9057,48
2009 1545,58 963,24 963,24 2469,44 219,06 0,00 0,00 787,92 0,00 0,00 0,00 0,00 6948,48
2010 472,13 394,32 394,32 1634,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 274,35 0,00 0,00 3170,00
2011 1313,40 2904,81 2904,81 4321,84 1236,69 0,00 725,12 0,00 0,00 623,30 0,00 0,00 14029,98
2012 2375,71 1682,47 2419,29 640,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7118,34
2013 310,88 300,23 300,23 219,37 3673,37 179,47 269,45 0,00 0,00 213,78 180,81 0,00 5647,59
2014 0,00 971,71 971,71 1484,49 384,96 45,49 0,00 0,00 0,00 295,00 0,00 0,00 4153,36
Média 706,75 1051,98 1334,89 888,92 517,62 84,62 47,36 51,93 11,01 295,55 127,22 493,46 5611,30
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

O mapa apresentado na Figura 19 é resultante da interpolação da erosividade para as estações


meteorológicas mencionadas (fator R).
60

Figura 19. Mapa geoespacializado do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes à EE
Castanhão.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

7.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pela FUNCEME e valores de referência para o fator K. Os valores utilizados de erodibilidade são
apresentados na Tabela 20 e na Figura 20.

Tabela 20. Fatores K (erodibilidade) para as bacias de drenagem da EE Castanhão.


Pedologia Fator K Referência
Ae 0,0200 Helfer et al (2003)
Água 0,0000 -
AQd 0,0470 Helfer et al (2003)
LVA 0,0112 Mannigel et al. (2002)
LVd 0,0200 Helfer et al (2003)
NC 0,0280 Silva (1978) apud Lopes (2011)
PE 0,0260 Silva (1978) apud Lopes (2011)
PL 0,0270 Silva (1978) apud Lopes (2011)
PV 0,0200 Silva (1978) apud Lopes (2011)
61

Pedologia Fator K Referência


PVA 0,0466 Mannigel et al. (2002)
Re 0,0280 Silva (1978) apud Lopes (2011)
Red 0,0120 Silva (1978) apud Lopes (2011)
REe 0,0110 Silva (1978) apud Lopes (2011)
RL 0,0280 Maia et al. (2014)
SS 0,0260 Silva (1978) apud Lopes (2011)
TC 0,0090 Silva & Andrade (1994)
TC 0,0040 Silva & Andrade (1994)
TRe 0,1500 Scopel & Silva (2001)
V 0,0390 Silva (1978) apud Lopes (2011)
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 20. Mapa geoespacializado do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem da EE Castanhão.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).


62

7.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra foi disponibilizado pela FUNCEME e os fatores C foram
baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz & Camargo
(2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e, principalmente,
Macedo & Ruddorf (2000). Assim, a Tabela 21 e a Figura 21 apresentam os valores e
geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.

Tabela 21. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica observada nas bacias de
drenagem referentes à EE Castanhão.

Uso e Cobertura Fator C


Agricultura 0,2
Agricultura e pecuaria com irrigação 0,18
Agricultura e remanescentes florestais 0,01
Agropecuária < 10% 0,005
Agropecuária 10 a 25% 0,01
Agropecuária 25 a 50% 0,02
Água 1
Área urbanizada 1
Lavoura + mata/floresta 0,01
Lavoura + pastagem 0,02
Lavoura permanente 0,02
Lavoura temporária 0,2
Mata/floresta + lavoura 0,01
Mata/floresta + outros usos 0,05
Mata/floresta + pastagem 0,005
Mata/floresta natural 0,001
Outros usos 1
Pastagem 0,01
Pastagem + lavoura 0,02
Pastagem + mata 0,005
Pastagem + sistema agroflorestal 0,01
Pastagem natural 0,01
Pastagem natural 0,01
Pastagem plantada 0,01
Rios 1
Sistema agroflorestal 0,01
Sistema agroflorestal + usos diversos 0,02
Usos diversificados 1
Vegetação natural 0,001
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
63

Figura 21. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem
referentes à EE Castanhão.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

7.7 CENÁRIO HIPOTÉTICO


A fim de estimar a efetividade da proteção dos recursos hídricos pela UC e quantidade de
perda do solo evitada no cenário atual, foi projetado um cenário hipotético em que não existiria a
área de proteção e seu local seria ocupado pelos usos comuns no entorno.
Assim, foi estipulado um buffer no entorno da UC e seus usos e coberturas da terra foram
projetados para a área que seria “desprotegida” neste cenário hipotético, alterando os fatores C e,
consequentemente, a perda do solo. Abaixo seguem as Figuras 22 e 23 com os fatores de uso e
cobertura da terra para a UC atualmente e no cenário hipotético.
64

Figura 22. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para a EE Castanhão atualmente.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 23. Mapa geoespacializado do Fator C para a EE Castanhão no cenário hipotético.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).


65

7.8 MODELAGEM COM BASE NO CENÁRIO ATUAL DE USOS E COBERTURA DA


TERRA
Os mapas referentes aos fatores da perda de solo referentes à EE Castanhão foram convertidos
em raster e, por meio da álgebra de mapas, foram obtidos os resultados da EUPS. Os resultados da
exportação de sedimentos para cada microbacia dos pontos de captação outorgados pela
CAGECE/COGERH são apresentados na Tabela 22, para as perdas do solo absolutas (em t/ano) e
relativas (em t/ha.ano) nas Figuras 24 a 26.

Tabela 22. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) da microbacia de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAGECE/COGERH que interseccionam com a EE Castanhão.

Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
COGERH/CAGECE
0 48.591.315 50.245.478 10,5 10,8
Castanhão
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 24. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à EE Castanhão atualmente.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 25. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à EE Castanhão no cenário hipotético.
66

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 26. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à EE Castanhão entre os
dois cenários.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

7.9 VALORAÇÃO
Segundo informações da CAGECE, a captação da água do Rio Jaguaribe, a jusante do Açude
Castanhão, é realizada através de um poço que oferece o serviço de filtragem. A turbidez no ponto
67

de captação é muito baixa, não se fazendo necessário tratamento com produtos químicos para sua
redução. O único tratamento realizado é a cloração da água. Assim, foi utilizada a curva de relação
turbidez e custo de tratamento sugerida nas Equações 10 e 11.
Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os valores
de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento urbano e,
posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e futuro
(com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de drenagem). Os
resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são apresentados na
Tabela 23.

Tabela 23. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para a microbacia de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAGECE/COGERH que intersecciona com a EE Castanhão.

Turbidez Turbidez Tratamento Disposição


Recurso Hídrico de água do lodo Desassoreamento PSA
Bacia estimada futura
de Captação (R$/ano) (R$/ano) (R$/ano) (R$/ano)
(NTU) (NTU)
0 Açude Castanhão 77,76 78,09 2.771,77 6.593,83 3.044.797,34 3.054.162,94
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

A bacia do Açude Castanhão é muito extensa, sendo a área de proteção da EE Castanhão bem
pequena quando comparada ao total da bacia de drenagem. Desta forma, os valores associados aos
custos evitados no abastecimento doméstico, R$ 2.771,77 no tratamento de água e R$ 6.593,83 na
disposição do lodo, não seriam suficientes para justificar a implantação do projeto em uma área
deste porte. Entretanto, o custo evitado com a dragagem dos sedimentos que poderiam ser
depositados, caso não houvesse a proteção da UC, atinge o valor de R$ 3.044.797,34.
Cabe ressaltar que o uso predominante à jusante é o de abastecimento doméstico, menos
sensível ao assoreamento de reservatórios que o uso hidrelétrico. Por outro lado, boa parte dos
sedimentos considerados seria retida no próprio Açude Castanhão.
68

8. FLORESTA NACIONAL ARARIPE-APODI


8.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS
A Floresta Nacional Araripe-Apodi (FNAA), criada em 02 de maio de 1946, é composta por
duas glebas distintas, sendo uma na Serra do Araripe, e outra na Serra do Apodi, entre os Estados
do Ceará e do Rio Grande do Norte. Inicialmente esta UC mantinha sobre proteção uma área de
38.331 ha, que foi ampliada em 2012 para 38.919 ha, abrangendo os municípios de: Barbalha (CE),
Crato (CE), Jardim (CE), Missão Velha (CE), Nova Olinda (CE), Santana do Cariri (CE).
A FNNA localiza-se no platô da chapada homônima, divisora de água das bacias do Jaguaribe
e do São Francisco. Representa um relevo tabular, com curvas de nível variando entre 760 e 920 m.
Existem cisternas, para o consumo humano, e algumas escavações impermeabilizadas (barreiros).
A qualidade química das águas dos barreiros é surpreendentemente boa, sendo que eram
esperadas águas salinas já que barreiros não tem saída superficial. Entretanto, a infiltração através
do fundo funciona como lavagem por drenagem superficial.
Em relação aos recursos hídricos subterrâneos, o DNPM (1996) definiu a Bacia Sedimentar
do Araripe em três sistemas aquíferos, juntando informações geológicas individuais em grupos de
comportamento hidráulico semelhantes.
Das 325 fontes que jorram águas do planalto araripense, 263 vertem para o Ceará, 54 para
Pernambuco e 8 para Piauí (FUNDETEC, 1999).
A FNAA tem objetivo de uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e da pesquisa
científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de vegetação nativa da Caatinga.

8.2 LEVANTAMENTO DE DADOS E INFORMAÇÕES


O levantamento dos dados iniciou-se através da localização geoespacializada dos limites da
FN Araripe-Apodi e respectiva bacia hidrográfica.
A visita técnica a FN Araripe-Apodi ocorreu nos dias 05 a 07 de novembro de 2014, durante a
qual foi explorado o entorno da UC além do reconhecimento das principais formações vegetais da
unidade. Além da captação de água, há outros usos na área de amortecimento da UC, tais como a
exploração mineral e a geração de energia elétrica através de usinas hidrelétricas.
Através de contato com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará –
COGERH, foram solicitadas as outorgas de direito de água na área da UC, apresentadas na Figura
27.
69

Figura 27. Outorgas a jusante da FN Araripe-Apodi.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Em visita à Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato - SAAEC – foram adquiridos


dados sobre os sistemas de abastecimento de água provenientes das captações nas bordas da FN
Araripe-Apodi, sendo elas: Coqueiro, Grangeiro, Caiana, Serrano e Batateira. Existem também duas
fontes de captação de água no Complexo Caldas, município de Barbalha, que são provenientes da
FN Araripe-Apodi: Bananeira e Pau Caído (Tabela 24).
Em relação ao tratamento, foi informado que devido ao baixo valor da turbidez de todas as
fontes associadas à FLONA, é utilizada apenas a desinfecção por cloro nas captações. Assim, não
há tratamento de água específico para a turbidez.

Tabela 24. Localização (UTM – Z 24 Sul), vazão e turbidez das microbacias de captação de água outorgadas
pelo SAAEC/COGERH, que interseccionam a FN Araripe-Apodi.
Vazão Turbidez
Bacia Fonte Localidade Latitude Longitude
(L/s) (NTU)
0 Batateira Sítio Luanda 9184449 461685 24,871 0,951
1 Serrano Sítio Belmonte 9195888 451003 12,501 0,891
2 Caiana Sítio Belo Horizonte 9195898 451000 10,421 0,901
70

Vazão Turbidez
Bacia Fonte Localidade Latitude Longitude
(L/s) (NTU)
3 Grangeiro Bairro Grangeiro 9195095 451461 3,882 1,101
4 Coqueiro Sítio Coqueiro 9194811 452279 4,891 1,031
5 Pau Caído Complexo Caldas 9184454 461649 4,233 2,225
5 Bananeira Complexo Caldas 9184458 461689 6,503 0,024
Fontes: adaptado de: 1 – SAAEC, 19/12/2014 - Dados dos Sistemas de Abastecimento de Água Provenientes
das Captações; 2 – COGERH, 14/08/2008 – Medição da Vazão da Fonte “Grangeiro”; 3 – COGERH,
23/07/2013 – e-mail de Claireanne Viana “Projeto PSA/MMA – FN”; 4 – FATEC/LAAE, 25/11/2013 –
Laudo técnico nº 211.3/2013; 5 –FATEC/LAAE, 25/11/2013 – Laudo técnico nº 211.4/2013.

8.3 BACIA DE DRENAGEM


Todas captações de água informadas estão localizadas na borda da FN Araripe-Apodi e suas
bacias de contribuição são em totalidade protegidas pela UC. As informações sobre cada microbacia
estão na Tabela 25 e o mapa com a localização das mesmas pode ser visualizado na Figura 28.

Tabela 25. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela SAAEC e COGERH que interseccionam com a FN Araripe-Apodi.
Comprimento do
Área Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico curso d'água
(km2) altitude (m) altitude (m)
principal (km)
0 SAAEC Batateira 0,52 285,79 698 723
1 SAAEC Serrano 0,32 286,57 716 755
2 SAAEC Caiana 0,38 121,96 694 700
3 SAAEC Grangeiro 0,38 219,85 688 708
4 SAAEC Coqueiro 0,71 598,58 693 810
COGERH Bananeiras /
5 0,64 650,77 763 837
Pau Caído
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
71

Figura 28. Recorte espacial das microbacias de captação de água para abastecimento doméstico gerenciadas
pela outorgadas pela SAAEC e COGERH que intersecciona com a FN Araripe-Apodi.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

8.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 26, 27 e 28, são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação de Barabalha - CE (código 82784), Ouricuri - PE (código
82753) e Campos Sales – CE (82777) respectivamente, para o período de 1983 a 2013. Essas são as
estações pertencentes à Unidade de Conservação da FN do Araripe - Apodi.

Tabela 26. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82784 (Barbalha, CE).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 832,84 221,62 221,62 1936,10 0,00 0,00 0,00 0,00 150,15 689,63 0,00 2619,22 6671,19
1995 2098,67 593,12 593,12 605,19 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3021,44 6911,54
1996 3364,50 359,55 363,20 816,98 0,00 0,00 0,00 0,00 300,29 1379,26 0,00 2216,99 8800,78
1997 635,02 1305,57 1305,57 228,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 234,21 0,00 0,00 3709,05
1998 1573,93 910,85 910,85 873,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 949,25 5218,06
1999 2250,98 407,16 407,16 702,30 652,57 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 56,60 4476,77
2000 628,42 522,75 0,00 1727,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 502,92 3381,17
72

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2001 1439,70 464,96 407,16 291,50 326,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1086,02 4015,62
2002 1968,84 407,16 407,16 518,94 0,00 0,00 5191,31 0,00 0,00 0,00 226,17 642,94 9362,52
2003 1806,88 0,00 0,00 221,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 59,35 284,62 2372,48
2004 4269,31 4709,82 890,30 450,95 345,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10666,21
2005 1057,20 256,33 256,33 221,62 211,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2223,74 4226,91
2006 359,32 1305,84 1305,84 776,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 310,88 4058,37
2007 308,32 4796,32 4796,32 1726,35 57,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 766,95 12451,77
2008 571,10 4015,88 6421,94 59,35 457,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1157,97 12683,98
2009 48,77 305,53 305,53 2532,79 1711,03 0,00 347,26 0,00 0,00 0,00 55,70 403,21 5709,83
2010 2178,32 603,10 603,10 4937,86 0,00 53,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 725,25 9101,56
2011 4568,48 1299,67 1299,67 179,47 262,85 0,00 0,00 0,00 0,00 2478,32 0,00 230,77 10319,23
2012 0,00 700,30 1387,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 47,11 0,00 2134,69
2013 1514,96 219,37 219,37 759,08 693,72 1632,58 0,00 0,00 0,00 0,00 330,93 0,00 5370,00
2014 0,00 2819,07 2819,07 967,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6605,40
Média 1498,84 1248,76 1186,69 977,75 224,72 80,31 263,74 0,00 21,45 227,69 34,25 818,99 6583,20
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 27. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82753 (Ouricuri, PE)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 262,85 797,21 797,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1199,94 0,00 3057,21
1995 57,97 549,95 549,95 1444,19 336,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2938,56
1996 47,11 1170,72 0,00 679,79 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 540,40 0,00 2438,02
1997 648,99 0,00 0,00 300,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 57,06 1006,34
1998 830,02 268,37 268,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 235,41 1602,18
1999 292,38 520,67 520,67 321,73 473,82 0,00 0,00 0,00 220,55 868,92 0,00 448,81 3667,55
2000 45,49 570,71 222,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 680,17 0,00 1518,42
2001 0,00 241,99 241,99 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 50,46 0,00 3154,98 3689,42
2002 4056,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5512,07 9568,80
2003 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3154,98 3154,98
2004 2028,37 2219,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4248,04
2005 2558,08 0,00 0,00 0,00 399,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3357,11 3639,28 9953,51
2006 0,00 407,20 407,20 339,27 199,52 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1353,18
2007 0,00 4958,43 4958,43 0,00 720,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10637,76
2008 0,00 0,00 2582,52 193,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 175,47 2951,12
2009 547,68 704,58 704,58 1608,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1828,10 5393,56
2010 2025,61 0,00 0,00 2072,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 312,12 4410,66
2011 279,52 252,06 252,06 0,00 1033,50 0,00 0,00 0,00 0,00 448,81 226,17 276,14 2768,25
2012 0,00 330,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 330,28
2013 969,79 0,00 0,00 117,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 810,22 1897,40
2014 0,00 1134,24 1134,24 118,55 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 445,17 2832,19
Média 697,65 672,67 601,87 342,66 150,63 0,00 0,00 0,00 10,50 65,15 285,90 954,75 3781,78
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
73

Tabela 28. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82777 (Campos Sales, CE)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1985 321,98 358,37 358,37 873,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 783,40 193,13 2888,98
1994 1490,04 0,00 0,00 0,00 384,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 27,85 185,31 2088,16
1995 0,00 355,47 355,47 0,00 365,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1076,78
1996 284,22 193,13 0,00 1267,14 174,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 55,70 370,61 2344,95
1997 279,52 490,32 490,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 61,22 370,61 0,00 0,00 1691,99
1999 1336,78 262,85 262,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 699,94 2562,42
2000 0,00 452,11 423,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 185,31 0,00 349,97 1410,67
2001 668,39 357,48 262,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 303,76 0,00 55,70 1648,18
2002 329,54 0,00 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 55,70 445,52
2003 0,00 307,31 307,31 307,31 176,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 53,92 0,00 1152,66
2004 2141,22 1615,03 0,00 221,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 382,59 4360,46
2005 316,21 56,60 56,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1702,45 2131,87
2006 0,00 0,00 0,00 216,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1702,45 1918,54
2007 0,00 3138,88 3138,88 427,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 359,32 7064,37
2008 355,47 2587,15 1565,04 46,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 276,14 4830,09
2009 347,26 264,32 264,32 815,26 475,52 0,00 45,49 0,00 0,00 0,00 0,00 605,36 2817,51
2010 46,71 182,16 182,16 3529,64 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 314,48 1073,51 605,36 5934,00
2011 247,24 708,47 708,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 198,74 0,00 0,00 1862,91
2012 925,57 0,00 179,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1105,03
2013 597,13 0,00 0,00 240,43 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 837,56
2014 0,00 256,33 256,33 50,46 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 44,69 637,70 0,00 1245,51
Média 461,30 551,71 419,61 383,60 75,11 0,00 2,17 0,00 2,92 67,50 125,34 359,24 2448,48
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Foi realizada a interpolação dos resultados da erosividade para as estações meteorológicas


mencionadas. O mapa resultante do fator R é apresentado Figura 29.
74

Figura 29. Mapa geoespacializado do Fator R para as bacias de drenagem referentes à FN Araripe-Apodi.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

8.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pela FUNCEME e valores de referência para o fator K. Os valores utilizados de erodibilidade
conforme utilizados são apresentados na Tabela 29 e na Figura 30.

Tabela 29. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica observada nas bacias de drenagem
referentes à FN Araripe-Apodi.
Pedologia Fator K Referência
Red 0,0120 Silva (1978) apud Lopes (2011)
LVd 0,0240 Silva (1978) apud Lopes (2011)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
75

Figura 30. Mapa geoespacializado do Fator K para as bacias de drenagem referentes à FN Araripe-Apodi.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

8.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pela FUNCEME e os fatores
C foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz &
Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e,
principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). Assim, a Tabela 30 e a Figura 31 apresentam,
respectivamente, os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.

Tabela 30. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica observada nas bacias de
drenagem referentes à FN Araripe-Apodi.
Uso e Cobertura Fator C
Agricultura 0,02
76

Uso e Cobertura Fator C


Agricultura e Remanescentes florestais 0,01
Agropecuária 10 a 25% 0,01
Agropecuária 25 a 50% 0,02
Lavoura + mata/floresta 0,01
Remanescentes florestais 0,005
Vegetação natural 0,001
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 31. Mapa geoespacializado do Fator C para as bacias de drenagem referentes à FN Araripe-Apodi.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


77

8.7 CENÁRIO HIPOTÉTICO


A fim de estimar a efetividade da proteção dos recursos hídricos pela UC e quantidade de
perda do solo evitada no cenário atual, foi projetado um cenário hipotético em que não existiria a
área de proteção e seu local seria ocupado pelos usos comuns no entorno.
Assim, foi estipulado um buffer no entorno da UC e seus usos e coberturas da terra foram
projetados para a área que seria “desprotegida” neste cenário hipotético, alterando os fatores C e,
consequentemente, a perda do solo. Os fatores de uso e cobertura considerados para o tempo atual e
o cenário hipotético podem ser visualizados nas Figuras 32 e 33, respectivamente.

Figura 32. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para a FN Araripe-Apodi atualmente.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


78

Figura 33. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para a FN Araripe-Apodi no cenário
hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

8.8 MODELAGEM COM BASE NO CENÁRIO ATUAL DE USOS E COBERTURA DA


TERRA
Os mapas referentes aos fatores da perda de solo referentes à FN Araripe-Apodi foram
convertidos em raster e, por meio da álgebra de mapas, foram obtidos os resultados da EUPS. Os
resultados da exportação de sedimentos para cada microbacia dos pontos de captação outorgados
pela SAAEC/COGERH são apresentados na Tabela 31, para as perdas do solo absolutas (em t/ano)
e relativas (em t/ha.ano), e os mapas resultantes nas Figuras 34 a 36.

Tabela 31. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela SAAEC/COGERH que interseccionam com a FN Araripe-Apodi.

Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
0 SAAEC Batateira 64.319 64.319 1.230,5 1.230,5
1 SAAEC Serrano 179 15.951 5,6 502,6
2 SAAEC Caiana 1.434 1.434 38,1 38,1
3 SAAEC Grangeiro 212 19.891 5,6 523,2
4 SAAEC Coqueiro 256 45.792 3,6 646,2
79

Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
COGERH Bananeiras /
5 19.340 26.431 303,1 414,2
Pau Caído
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 34. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes à FN Araripe-Apodi atualmente.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 35. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) p/as bacias associadas à FNAA, no cenário hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


80

Figura 36. Diferença de perdas de solo relativas p/ as bacias associadas à FNAA entre os dois cenários.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

8.9 VALORAÇÃO
Para valoração foi utilizada a curva de relação turbidez e custo de tratamento sugerida nas
Equações 10 e 11, calculada para o sistema SABESP de abastecimento público, uma vez que não há
dados para a confecção de um padrão local.
Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os valores
de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento urbano e,
posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e futuro
(com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de drenagem). Os
resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são apresentados na
Tabela 32.

Tabela 32. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela SAAEC/COGERH que interseccionam com a FN Araripe-Apodi.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento PSA
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo
(R$/ano) (R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
0 Batateira 90,29 90,29 - - - -
1 Serrano 39,90 84,82 650,78 1.216,65 56.545,36 58.412,79
2 Caiana 58,87 58,87 - - - -
81

Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição


Desassoreamento PSA
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo
(R$/ano) (R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
3 Grangeiro 51,88 97,27 161,72 358,03 60.984,23 61.503,98
4 Coqueiro 54,21 106,06 215,45 503,53 186.093,49 186.812,48

5 Bananeiras / 87,63 90,75 24,03 63,64 23.819,69 23.907,36


Pau Caído
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Os resultados de economia com o tratamento de água e com a disposição do lodo das bacias
de drenagem da FLONA Araripe-Apodi são baixos devido às pequenas áreas correspondentes às
bacias de drenagem e seus respectivos pontos de captação, não conseguindo subsidiar os custos de
implantação do projeto de PSA. Esses valores são justificados pela proximidade da captação de
água com a nascente. Entretanto, os custos evitados com o desassoreamento, pressupõe uma
arrecadação considerável: entre R$ 23 e 186 mil por ano, para as bacias de drenagem referentes aos
pontos de captação: SAAEC Serrano, SAAEC Granjeiro, SAAEC Coqueiro e COGERH
Bananeiras/Pau Caído, possibilitando a implantação de um projeto de PSA.

9. PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA;


9.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS
O Parque Nacional de Brasília (PNB) foi criado através do Decreto 241, em 29 de novembro
de 1961, considerando que as florestas existentes na área do Distrito Federal, mereceriam proteção e
cuidados especiais por parte dos Poderes Públicos, em virtude de serem elas protetoras de
mananciais existentes na região, e também pela importância dessas florestas na sua função protetora
dos rios que abastecem de água a Capital Federal.
Em 08 de março de 2006, os limites da UC foram revisados através da Lei Ordinária 11285,
abrangendo os municípios de Sobradinho (DF), Brazilândia (DF), Brasília (DF) e Padre Bernardo
(GO). Diversos tipos de vegetação compõem a área do Parque, como: a mata de galeria pantanosa,
mata de galeria não pantanosa, vereda, cerrado sensu stricto, cerradão, mata seca, campo sujo,
campo limpo, campo rupestre, campo úmido e campo de murundus.
O Portaria 80, de 04 de junho de 2001, define a composição do Conselho Consultivo da UC e
indica que a UC está inserida em parte da Área de Proteção Ambiental do Rio Descoberto e em área
de recarga de aqüífero, responsável pelo abastecimento de 70% da população do Distrito Federal.
82

Segundo Cadastro Nacional de Unidade de Conservação (ICMBIO, 2014), o PNB está situado
em um divisor de águas entre as Bacias Amazônica e do Paraná, sendo área de importantes
nascentes. As águas de superfície e subsuperfície presentes nesta UC, por sua abundância e
qualidade, são de importância estratégica para o Distrito Federal. As águas superficiais do sistema
de captação das bacias dos córregos Santa Maria e Torto contribuem atualmente com cerca de 20%
do abastecimento público do DF. Outros reservatórios de superfície estão representados no Parque
por áreas inundadas perenes e sazonais. Destacam-se as áreas representadas pelos campos de
murundus e áreas de solos hidromórficos, as piscinas de água mineral e duas pequenas lagoas.
As águas subterrâneas, embora não exploradas diretamente, apresentam um significativo
papel na regularização das vazões das drenagens e das fontes naturais além da manutenção da
qualidade físico-química e bacteriológica dos aqüíferos. A drenagem do PNB é feita principalmente
pelos ribeirões Torto e Bananal e seus afluentes, que deságuam no braço norte do lago Paranoá e,
secundariamente, por adutoras da Companhia de Águas e Esgotos de Brasília (CAESB).
Os cursos de água presentes no Parque podem ser agrupados em duas Sub-bacias: Sub-Bacia
do Torto e Sub-Bacia do Bananal (Santa Maria). A Sub-Bacia do Torto ocupa pouco mais de 2/3 da
área do Parque, tem como principal curso fluvial o ribeirão do Torto e recebe como principais
tributários: o Ribeirão Tortinho (córregos Boqueirão e Licuri) e os córregos Três Barras, Milho
Cozido, Morrinhos, Vargem Grande, Santa Maria (córregos Barrinha, Barriguda e Morrinhos),
Vauzinho, Invernada e Açude. Já a Sub-Bacia do Bananal ocupa menos de 1/3 da área do Parque e
tem como principal curso o ribeirão Bananal, que recebe contribuições dos seguintes afluentes:
córregos Poço D’Água, Capão Comprido, Rego e Acampamento.

9.2 LEVANTAMENTO DE DADOS E INFORMAÇÕES


O levantamento dos dados iniciou-se através da localização geoespacializada dos limites do
PN Brasília e sua respectiva bacia hidrográfica. A visita técnica ocorreu nos dias 11 e 12 de
novembro de 2014, tendo se iniciado junto ao Departamento de Parques e Jardins, da Companhia
Urbanizadora da Nova Capital, responsável pela captação de água para irrigação na produção de
mudas para jardinagem no Distrito Federal. Posteriormente, foram visitados os pontos de captação
de água e os reservatórios Santa Maria e Torto, ambos instalados dentro dos limites da UC e
operados pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB. Esses pontos
são integrados num mesmo sistema de tratamento e distribuição de água, a Estação de Tratamento
de Água Brasília.
Após a visita à UC, dados foram coletados junto à CAESB, em especial informações sobre as
outorgas de direito de água na área da UC. Foi disponibilizada a sinopse do Sistema de
83

Abastecimento de Água do Distrito Federal – SiAgua 2014, o qual indica as seguintes informações
de interesse sobre o Sistema de Abastecimento Santa Maria/Torto:
 Vazão de referência (l/s): Torto = 673 e Santa Maria = 1260;
 Volume produzido em relação à demanda do DF (%) = 27,63;
 Custo total operacional na produção (%) = 27,32%;
 Disponibilidade hídrica (l/s) = 3.361;
 Vazão média de água produzida = 2.148 l/s;
 Vazão nominal (l/s) = 2.800;
 Volume tratado (l/s) = 1.965,8.
O Sistema é composto por captações superficiais, sendo duas de maior porte - Santa Maria e
Torto -, e outras sete de menor porte, além de 21 captações subterrâneas (poços) operando em 2013.
O Lago Santa Maria apresenta água de excelente qualidade bacteriológica e físico-química.
A Figura 37 apresenta o fluxograma do atual processo de tratamento da ETA Brasília. A água
bruta, proveniente do ribeirão Torto e/ou lago Santa Maria (Tabela 33), chega à caixa de entrada de
água bruta onde é adicionada a solução de cal, para ajuste do pH de coagulação. Após a pré-
alcalinização, a água bruta dos dois mananciais, já misturada, chega à Calha Parshall, onde é
aplicado o coagulante cloreto de poli-alumínio e ocorre a mistura rápida.
A água coagulada é encaminhada para etapa de floculação. Essa unidade possui seis tanques
de floculação em paralelo, sendo que cada tanque possui três câmaras em série. A água floculada é
encaminhada para duas baterias de flotadores, cada uma com quatro flotadores. No sistema de
flotação é aplicada uma mistura – água e ar dissolvido - sendo que os flocos aglutinados se aderem
às microbolhas de ar. Essas bolhas formam um colchão que arrastam os flocos de baixo para cima.
Na superfície é formada uma camada de lodo que é removida por meio de raspadores
mecânicos. Esse lodo é transferido para uma unidade de desidratação e a água clarificada é
encaminhada para a etapa seguinte, de filtração. Na etapa de filtração, os flocos que não foram
removidos na camada de lodo nos flotadores passam pelos filtros.
A água filtrada segue para o tanque de contato aonde é adicionado cloro para desinfecção
final, ácido fluossilícico para prevenção às cáries e cal para correção final do pH. Do tanque de
contato, a água segue para os reservatórios, e destes para o consumo público.
84

Figura 37. Fluxograma do tratamento de água da ETA Brasília.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 33. Localização (UTM – Z 23 Sul), vazão e turbidez das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pelo CAESB que interseccionam com o PN Brasília.
Bacia Recurso Hídrico Latitude Longitude Vazão (L/s)
1 Santa Maria 8265468 183434 1260
2 Torto 8262509 187729 673
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

9.3 BACIA DE DRENAGEM


As captações Santa Maria e Torto estão dentro da área do Parque Nacional de Brasília e as
bacias de contribuição são, em sua totalidade, protegidas pela UC. As informações sobre as
microbacias de drenagem e respectivas ilustrações são apresentadas na Tabela 34 e Figura 38,
respectivamente.

Tabela 34. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela CAESB que interseccionam com o PN Brasília.

Comprimento do
Área Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico curso d'água
(km2) altitude (m) altitude (m)
principal (km)
0 Torto 213,10 25.702,60 1.027 1.226
1 Santa Maria 106,79 19.326,50 1.051 1.226
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
85

Figura 38. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico da
CAESB que interseccionam com o PN Brasília.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

9.4 EROSIVIDADE
Nas tabelas 35 a 38, são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com as
séries pluviométricas da estação de Brasília - DF (código 83377), Roncador – DF (código 83373),
Formosa – GO (código 83379) e Pirenópolis – GO (código 83376), respectivamente, para o período
de 1983 a 2013. Essas são estações pertencentes à Unidade de Conservação do PN de Brasília.

Tabela 35. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83377 (Brasília, DF)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 1814,10 2678,89 2678,89 0,00 197,33 0,00 0,00 0,00 441,80 702,51 427,34 262,13 9202,98
1995 920,84 628,66 628,66 478,91 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 731,40 341,26 1297,88 5027,62
1996 953,88 721,20 721,20 518,88 219,37 0,00 0,00 0,00 210,47 1469,72 274,35 708,31 5797,38
1997 2389,00 178,13 178,13 336,88 48,77 0,00 0,00 0,00 396,31 524,69 568,95 282,28 4903,15
1998 639,04 1391,44 1621,90 2293,80 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 894,74 941,46 1779,86 9622,54
1999 0,00 502,68 502,68 363,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1360,76 1436,20 880,73 5046,11
86

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2000 51,31 0,00 1320,33 303,76 0,00 0,00 0,00 247,99 53,92 3113,99 406,98 552,39 6050,67
2001 0,00 689,05 689,05 1856,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1732,71 1854,61 6822,17
2002 45,89 1019,80 1019,80 685,47 0,00 0,00 0,00 0,00 222,05 178,13 577,98 3107,89 6857,00
2003 390,97 915,66 915,66 239,91 0,00 0,00 0,00 45,49 0,00 269,45 1315,58 665,07 4757,79
2004 1535,26 2715,49 1434,09 309,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 809,12 201,76 462,98 7468,38
2005 1159,43 3356,34 3356,34 0,00 0,00 0,00 0,00 288,05 60,75 206,09 579,14 2309,69 11315,83
2006 245,14 983,36 983,36 548,34 0,00 0,00 0,00 221,62 0,00 5847,62 437,87 1121,47 10388,78
2007 1901,99 866,81 866,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1876,64 2236,31 7748,57
2008 246,04 1188,66 494,45 1385,24 0,00 0,00 0,00 0,00 190,12 0,00 1157,36 1128,09 5789,95
2009 101,62 122,04 122,04 3709,08 0,00 0,00 0,00 212,67 0,00 993,68 247,49 1160,15 6668,78
2010 501,31 954,57 954,57 310,88 0,00 0,00 0,00 339,98 409,94 824,83 419,26 2863,92 7579,26
2011 0,00 195,92 195,92 369,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1033,15 2542,55 608,80 4945,47
2012 578,29 0,00 481,79 522,43 179,47 0,00 0,00 0,00 176,80 1061,69 3271,55 0,00 6272,01
2013 4597,48 1676,18 1676,18 184,87 0,00 0,00 0,00 0,00 289,78 46,71 1138,32 1412,83 11022,34
2014 1067,34 286,78 286,78 316,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1195,84 57,51 2624,06 5834,94
Média 911,38 1003,41 1006,12 701,60 30,71 2,87 0,00 64,56 116,76 1012,58 950,11 1300,93 7101,03
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 36. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83373 (Roncador, DF)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 195,59 1204,80 1899,11 941,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 662,58 2516,34 7420,27
1995 391,18 1110,03 1110,03 1883,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 48,77 1499,70 1439,31 7482,71
1996 0,00 1299,57 2688,20 0,00 0,00 0,00 0,00 294,98 0,00 544,05 0,00 1273,36 6100,15
1059,
1997 1516,20 553,20 553,20 96,34 0,00 0,00 0,00 0,00 246,72 455,74 52,17 4533,51
93
1998 399,40 4520,15 4520,15 381,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 681,40 458,65 349,72 11311,13
1999 61,22 219,06 219,06 253,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1124,88 1426,70 492,21 3796,23
2000 564,69 584,04 924,04 1137,95 0,00 0,00 0,00 276,14 741,71 701,26 924,59 6299,95 12154,36
2001 895,10 114,37 114,37 0,00 54,3 0,00 0,00 0,00 46,71 590,53 502,60 430,89 2748,92
2002 911,88 593,85 593,85 296,72 0,00 0,00 0,00 0,00 922,13 0,00 1248,02 51,31 4617,77
2003 1443,03 253,11 253,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 419,59 470,45 2839,28
2004 1067,14 1843,30 607,76 473,64 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 285,54 6478,17 10755,56
2005 612,98 2853,13 2853,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 675,23 2096,00 2032,95 11123,43
2006 467,36 1383,78 1383,78 226,57 240,4 0,00 0,00 0,00 0,00 1877,52 47,11 1275,04 6901,58
2007 1415,51 0,00 0,00 1001,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 779,10 443,39 3432,48 7072,10
2008 2818,96 803,01 1370,63 1162,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 988,18 6237,91 13380,85
2009 190,35 319,92 319,92 908,07 303,7 0,00 0,00 0,00 0,00 248,25 243,66 59,35 2593,27
2010 1782,81 378,08 378,08 293,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2652,37 1045,66 1180,17 7710,39
2011 0,00 1375,70 1375,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 643,33 1118,67 1353,78 2127,22 7994,40
2012 1189,76 0,00 216,01 0,00 225,0 174,1 1010 198,74 0,00 0,00 988,18 6237,91 10239,85
2013 3619,98 566,68 566,68 0,00 45,4 0,00 0,00 256,33 246,72 485,19 308,32 2127,22 8222,63
2014 46,30 969,54 969,54 0,00 0,00 0,00 54,81 441,70 246,72 485,19 648,25 4182,57 8044,63
Média 977,16 998,79 1097,34 452,83 96,45 8,71 50,50 51,31 130,03 588,70 764,11 2321,27 7478,24
87

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 37. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83379 (Formosa, GO).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 276,88 1280,25 1280,25 1131,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2945,52 2669,64 9583,57
1995 1528,19 57,51 57,51 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 241,45 1344,66 642,82 4068,06
1996 347,26 0,00 1492,17 0,00 0,00 0,00 0,00 207,32 0,00 0,00 1262,95 3179,25 6488,95
1997 307,31 1058,28 1058,28 212,67 0,00 0,00 0,00 0,00 569,82 0,00 1199,94 1427,26 5833,57
1998 0,00 1055,00 3801,52 1492,57 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1185,42 1456,06 989,32 9979,88
1999 611,74 1299,32 1299,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 546,22 1983,97 1622,56 7363,12
2000 2513,66 805,76 445,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 240,43 323,56 640,06 363,61 5332,62
2001 2099,24 319,19 319,19 355,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 660,70 1372,28 7461,94 12588,02
2002 2308,67 897,93 897,93 325,39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 504,86 53,04 858,72 5846,55
2003 1947,53 581,37 581,37 0,00 0,00 0,00 0,00 445,26 0,00 1473,80 282,94 1011,06 6323,32
2004 2679,44 4741,13 1589,78 259,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2012,55 11282,28
2005 630,98 928,45 928,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 477,21 0,00 1173,86 1626,74 5765,69
2006 256,99 868,42 868,42 678,72 0,00 0,00 0,00 0,00 467,08 3935,18 756,52 376,54 8207,86
2007 1023,47 3086,09 3086,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 175,47 1742,68 55,70 9169,50
2008 1558,84 371,32 262,85 1154,03 0,00 0,00 0,00 0,00 101,00 0,00 0,00 3028,99 6477,03
2009 625,02 652,05 652,05 2382,77 0,00 0,00 0,00 400,94 0,00 548,86 614,11 2223,03 8098,84
2010 2589,69 518,22 518,22 216,09 1287,38 0,00 0,00 0,00 0,00 584,61 0,00 1061,31 6775,52
2011 1942,23 0,00 0,00 180,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 378,51 1644,63 931,08 5077,26
2012 675,22 254,48 254,48 0,00 210,22 0,00 0,00 0,00 1045,48 2820,31 210,47 0,00 5470,66
2013 2049,64 839,97 839,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 259,58 179,47 776,29 1972,61 6917,52
2014 283,29 705,52 705,52 633,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1776,74 1092,85 5197,77
Média 1250,25 967,63 997,09 438,99 71,31 0,00 0,00 50,17 150,51 645,64 1011,27 1647,98 7230,84
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 38. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83376 (Pirenópolis, GO).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 1018,23 335,04 146,00 236,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 214,89 1120,26 3071,00
1995 1815,46 50,03 50,03 668,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 795,99 1639,32 1648,21 6667,47
1996 220,99 620,05 241,96 974,62 0,00 0,00 0,00 216,09 0,00 384,15 2183,15 0,00 4841,01
1997 1150,23 312,65 312,65 888,60 228,09 300,23 0,00 0,00 201,58 50,03 57,51 289,76 3791,33
1998 1541,49 496,80 496,80 544,03 46,71 0,00 0,00 0,00 0,00 2447,13 793,20 994,39 7360,54
1999 314,48 230,77 230,77 55,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 829,43 2642,34 1896,99 6200,47
2000 844,65 676,03 490,43 0,00 0,00 0,00 0,00 237,31 261,03 193,13 2100,13 1478,44 6281,16
2001 0,00 0,00 0,00 0,00 57,06 0,00 0,00 0,00 49,19 747,65 455,36 400,39 1709,65
2002 634,82 349,34 349,34 531,74 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 742,75 583,56 3387,48
2003 2727,62 650,30 650,30 48,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1222,15 0,00 5299,13
2004 2182,84 2907,40 2243,89 516,90 53,48 0,00 0,00 0,00 0,00 2190,94 246,72 1703,72 12045,88
2005 4518,22 2514,60 2514,60 387,14 50,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1031,62 5927,88 16944,10
88

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2006 0,00 2394,44 2394,44 329,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 596,24 1123,69 1032,42 7870,30
2007 3326,64 6712,60 6712,60 6594,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 404,32 3423,73 27173,90
2008 1439,65 2298,74 320,29 118,63 0,00 0,00 0,00 0,00 47,53 0,00 1216,36 2151,83 7593,02
2009 675,65 2124,22 2124,22 1564,97 0,00 0,00 0,00 223,89 561,94 1246,76 1046,10 1665,20 11232,95
2010 796,67 1627,61 1627,61 2521,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 812,36 2135,32 4314,10 13835,03
2011 198,74 1032,21 1032,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 424,13 744,59 489,95 3921,85
2012 1987,71 267,79 1168,24 285,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 269,45 1158,38 143,61 5281,06
2013 4605,55 903,18 903,18 45,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 281,21 1372,81 1425,85 9536,86
2014 1056,99 894,72 894,72 1191,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 421,35 1666,85 6125,82
Média 1478,89 1304,69 1185,92 833,46 30,06 14,30 0,00 32,25 53,39 536,60 1092,96 1540,82 8103,33
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Foi realizada a interpolação dos resultados da erosividade para as estações meteorológicas


mencionadas, sendo apresentado a seguir a espacialização do fator R para o PN Brasília (Figura 39).

Figura 39. Mapa do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes ao PN Brasília.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


89

9.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pela CAESB e valores de referência para o fator K. Os valores utilizados de erodibilidade conforme
utilizados são apresentados na Tabela 39 e na Figura 40.

Tabela 39. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica observada nas bacias de drenagem
referentes ao PN Brasília.
Pedologia K Referência
CXbd13 0,0237 Bloise et al. (2001)
CXbd18 0,0237 Bloise et al. (2001)
CXbd2 0,0158 Bloise et al. (2001)
CXbd27 0,0158 Bloise et al. (2001)
CXbd29 0,0158 Bloise et al. (2001)
CXbd3 0,0263 Bloise et al. (2001)
CXbd30 0,0263 Bloise et al. (2001)
CXbd31 0,0263 Bloise et al. (2001)
CXbd4 0,0210 Bloise et al. (2001)
CXbd5 0,0200 Lima et al. (2007)
CXbd9 0,0312 Bioatlanta (2009)
LVAd1 0,0171 Bloise et al. (2001)
LVAd13 0,0171 Bloise et al. (2001)
LVAd2 0,0237 Bloise et al. (2001)
LVAd3 0,0144 Bloise et al. (2001)
LVAd5 0,0354 Adami et al. (2006)
LVAd6 0,0297 Adami et al. (2006)
LVAd7 0,0329 Adami et al. (2006)
LVd1 0,0263 Bloise et al. (2001)
LVd4 0,0105 Bloise et al. (2001)
LVd5 0,0114 Nunes (2013)
PVd2 0,0421 Bloise et al. (2001)
PVd3 0,0340 Andrade (2014)
rio 0,0000
lagoa 0,0000
urbano 0,0000 Gurgel et al (2011)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 40. Mapa do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes ao PN Brasília.
90

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

9.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pela CAESB e adaptado pela
equipe do projeto e os fatores C foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso
et al (2006) Silva, Schulz & Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud
BRITO et al., 1998) e, principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). Assim, a Tabela 40 e a Figura
41 apresentam os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.

Tabela 40. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica observada nas bacias de drenagem
referentes ao PN Brasília.

Uso e Cobertura Fator C


Agricultura 0,2
Agropecuária 10 a 25% 0,01
Agropecuária 25 a 50% 0,02
Água 1
Área urbana 1
Área urbanizada 1
Pastagem 0,01
Pastagem + mata/floresta 0,005
Plantações comerciais 0,2
Vegetação nativa 0,001
91

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 41. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem referentes à PN Brasília.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

9.7 CENÁRIO HIPOTÉTICO


A fim de estimar a efetividade da proteção dos recursos hídricos pela UC e quantidade de
perda do solo evitada no cenário atual, foi projetado um cenário hipotético em que não existiria a
área de proteção e seu local seria ocupado pelos usos comuns no entorno.
Assim, foi estipulado um buffer no entorno da UC e seus usos e coberturas da terra foram
projetados para a área que seria “desprotegida” neste cenário hipotético, alterando os fatores C e,
consequentemente, a perda do solo. Oss fatores de uso e cobertura da terra para a UC, atualmente e
no cenário hipotético, são ilustrados nas Figuras 42 e 43, respectivamente.

Figura 42. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Brasília atualmente.
92

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 43. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Brasília no cenário hipotético.
93

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

9.8 MODELAGEM COM BASE NO CENÁRIO ATUAL DE USOS E COBERTURA DA


TERRA
Os mapas referentes aos fatores da perda de solo referentes à PN Brasília foram convertidos
em raster e, por meio da álgebra de mapas, foram obtidos os resultados da EUPS. Os resultados da
exportação de sedimentos para cada microbacia dos pontos de captação outorgados pela CAESB
são apresentados na Tabela 41, para as perdas do solo absolutas (em t/ano) e relativas (em t/ha.ano),
e ilustrados nas Figuras 44 a 46.

Tabela 41. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pelo CAESB que interseccionam com o PN Brasília.
94

Recurso Hídrico de USLE atual USLE futura USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ano.ha) (t/ano.ha)

0 Torto 26.986 3.325.229 1,3 156,0

1 Santa Maria 16.500 2.799.784 1,5 262,2


Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 44. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Brasília atualmente.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 45. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Brasília no cenário hipotético.
95

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 46. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Brasília entre os
dois cenários.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


96

9.9 VALORAÇÃO
Para encontrar uma equação que relacione o custo de tratamento e a redução de turbidez da
água, foram utilizados os valores cedidos pela CAESB referentes aos gastos com os seguintes
produtos químicos: sulfato de alumínio, polímero e cal hidratada, em cada mês do ano de 2014.
Foi confeccionado um gráfico de dispersão que relaciona o custo da redução da turbidez da água
(R$/m³) para cada turbidez observada (Figura 47), explicitando a relação entre o aumento do custo
de tratamento de água com altas taxas de sedimentos em suspensão, ou seja, com a qualidade da
água in natura.
Após traçadas diversas linhas de tendência, exponencial, linear, logarítmica, polinominal,
potência e de média móvel, o ajuste de curva que mais se adequou foi o exponencial, demonstrado
na Equação 12 (em que, y = custo com o tratamento de redução da turbidez; x = turbidez medida),
para a captação da CAESB.

y = 0,0059. ln(x) + 0,0047 Equação 12

Figura 47. Relação entre a turbidez da água bruta captada de Santa Maria e Torto e os custos de tratamento
na ETA Brasília da CAESB.

CAESB - Santa Maria e Torto


0,018
Custo de Tratamento (R$)

0,016

0,014

0,012

0,010

0,008

0,006
0 1 2 3 4 5 6
Turbidez (NTU)

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os valores


de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento urbano e,
posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e futuro
(com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de drenagem). Os
97

resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são apresentados na
Tabela 42.

Tabela 42. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAESB que interseccionam com o PN Brasília.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo PSA (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
0 Torto 28,88 77,02 229.956,87 139.871,53 10.480.778,35 10.850.606,75
Santa
1 30,80 82,14 122.831,75 77.952,04 9.359.859,80 9.560.643,59
Maria
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Os resultados para as bacias de drenagem do Torto e Santa Maria apresentam valores para
implantação de PSA com economia no tratamento de água e na disposição do lodo, da ordem de R$
230 mil e R$ 140 mil para bacia da captação do Torto e R$ 120 mil e R$ 80 mil para a bacia de
captação Santa Maria, respectivamente. Ambas as bacias estão localizadas quase integralmente
dentro da área da UC e possuem um reservatório que auxilia na decantação dos sedimentos e
proporciona uma turbidez menor nos pontos de captação de água. O custo evitado com o
desassoreamento neste reservatório é alto, devido à grande proteção que a UC exerce nas áreas
dessas captações. Os valores ultrapassam R$ 10 milhões e R$ 9 milhões para o Torto e Santa Maria,
respectivamente. A implantação do projeto de PSA nesta UC é fortemente justificada devido a
importância da manutenção do PN de Brasília, que já é uma UC de proteção integral e sua área
abrange quase totalidade das bacias de drenagem apontadas.
98

10. PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS GUIMARÃES


10.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS
A preocupação com a preservação da área hoje ocupada pelo Parque Nacional da Chapada
dos Guimarães remonta ao início do século passado, quando foi decretada utilidade pública da área,
tornando as terras devolutas da encosta da serra da Chapada, desde sua base até 2 km a partir do
planalto, não alienáveis a nenhum título. Essa preocupação foi motivada pela devastação da
vegetação das cabeceiras dos rios Coxipó-açu, Manso e Cuiabá, com consequente
comprometimento da navegação (IBAMA, 1995).
O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (PNCG) foi então criado, por meio do Decreto
97.656, em 12 de abril de 1989, com o objetivo de proteger e preservar amostra dos ecossistemas ali
existentes, assegurando a preservação de seus recursos naturais, proporcionando oportunidades
controladas para uso pelo público, educação, pesquisa científica e também contribuindo para a
preservação de sítios arqueológicos existentes na área.
Segundo o Cadastro Nacional de Unidade de Conservação, os rios que cortam o PNCG
integram a Bacia do Alto Paraguai e são tributários do rio Cuiabá, um dos principais formadores da
Planície Pantaneira. A proteção destes rios foi um dos motivos que levaram diversos segmentos
sociais a se mobilizarem pela criação do Parque. Ao norte, destacam-se: Ribeirão do Forte e
córregos Água Fria e Estiva (ambos afluentes do rio Quilombo). Ao sul, os cursos mais importantes
são: Coxipó (forma as quedas Cachoeirinha e Véu de Noiva), Claro, Mutuca e Paciência. O córrego
Independência, afluente do rio Coxipó, também ao sul da Unidade, forma as cachoeiras Sete de
Setembro, Sonrizal, Pulo, Degraus, Andorinhas e Independência. Alguns rios nascem dentro do
Parque, como o Aricá e seus afluentes. As nascentes do Rio Paciência, Claro e Mutuca são
afloramentos do Aqüífero Guarani.
A área do Parque Nacional pertence à bacia do rio Cuiabá, que compõe a bacia Platina. A
região possui duas estações bem definidas: uma seca e outra chuvosa, que interfere nos diversos
cursos d’água temporários da região, principalmente os localizados na região dos planaltos e
chapadas.
Um dos principais cursos d’água do PNCG é o rio Coxipó, que tem suas nascentes fora do
Parque, no limite da zona urbanizada da cidade de Chapada dos Guimarães. Na área desta UC, estão
as nascentes de importantes rios da região. A chapada, localizada na região norte, funciona como
um divisor de águas. Nessa região, estão localizadas as nascentes do córrego Água Fria que nascem
no Parque e correm na direção norte-nordeste. Algumas nascentes do córrego da Estiva, que tem
seu fluxo também na direção norte-nordeste, encontram-se na parte norte-nordeste do PNCG. O
córrego da Água Fria e o córrego da Estiva participam da formação do rio Quilombinho, que teve e
99

tem grande importância econômica, histórica e cultural para a região, principalmente relacionada à
mineração de diamantes e à colonização. Atualmente, deságua no lago de Aproveitamento Múltiplo
do Rio Manso (APM Manso).
Nesta mesma parte do Parque Nacional, nascem alguns tributários do rio Coxipó-açu e no
limite externo, a noroeste do PNCG, estão as nascentes do ribeirão do Forte, tributário do Coxipó-
açu e do rio dos Peixes, tributário do rio Coxipó.

10.2 LEVANTAMENTO DE DADOS E INFORMAÇÕES


O levantamento dos dados iniciou-se através da localização geoespacializada dos limites do
PNCG e sua respectiva bacia hidrográfica. Através de contato com a Secretaria de Meio Ambiente
do Mato Grosso - SEMA, foram solicitadas as outorgas de direito de água na área da UC.
Verificando que a empresa responsável pelo abastecimento público na região é a CAB Cuiabá
- Concessionária de Serviços Públicos de Água e Esgoto - foi feito contato com a mesma e
solicitado os dados abaixo para o desenvolvimento do projeto. Segundo informações reveladas pela
CAB Cuiabá, o PN Chapada dos Guimarães protege área de 7 bacias de captação de água da
empresa. As informações sobre cada captação são apresentads na Tabela 43.

Tabela 43. Localização, vazão e turbidez das microbacias de captações de água para abastecimento
doméstico outorgadas pelo CAB Cuiabá (UTM – Z 21 Sul) que interseccionam com o PNCG.
Vazão
Bacia Captação Recurso Hídrico Latitude Longitude
L/s
0 Aguaçu Rio Coxipó-Açu 8311028 594073 5
1 Nossa Senhora da Guia Rio Coxipó-Açu 8302527 583108 8,3
2 Coxipó do Ouro Rio Coxipó 8291347 609309 5
3 Tijucal I e II Rio Coxipó 8273608 605827 500
3 Tijucal III Rio Coxipó 8273608 605827 500
4 Parque Cuiabá Rio Cuiabá 8268021 599620 50
5 Coophema Rio Cuiabá 8270138 599712 100
Fonte: Declaração de Uso de Recursos Hídricos (CNARH/ANA 51.0.007396/2013).

10.3 BACIA DE DRENAGEM


As microbacias de drenagem foram delimitadas de acordo com a localização das captações
informadas pela CAB Cuiabá. As principais informações sobre cada microbacia encontram-se na
Tabela 44 e a delimitação das bacias de drenagem podem ser visualizadas na Figura 48.
100

Tabela 44. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela CAB Cuiabá que interseccionam com o PN Chapada dos Guimarães.
Comprimento do
Área Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico curso d'água
(km2) altitude (m) altitude (m)
principal (km)
0 Aguaçu 404,72 38.424,40 189 605
1 Nossa Senhora da Guia 567,43 56.531,40 169 605
2 Coxipó do Ouro 420,16 45.810,50 187 730
3 ETA Tijucal I, II e III 611,67 70.375,10 163 730
4 Parque Cuiabá 24.426,80 454.714,00 154 729
5 Coophema 24.401,50 452.416,00 155 729
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 48. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico da CAB
que interseccionam com o PN Chapada dos Guimarães.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

10.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 45, 46 e 47 são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação de Cuiabá - MT (código 83361), Padre Ricardo Remetter - MT
(código 83364) e Diamantino (código 83309), respectivamente, para o período de 1983 a 2013.
Essas são estações mais próximas à Unidade de Conservação do PN da Chapada dos Guimarães.
101

Tabela 45. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83361 (Cuiabá, MT).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr Mai jun jul ago set out nov dez anual
1988 4827,69 1723,16 2162,33 1675,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 402,01 668,69 11459,86
1989 2291,42 1281,73 1281,73 680,74 208,27 174,15 726,84 237,84 0,00 243,56 1447,93 832,97 9407,19
1993 1946,80 0,00 0,00 324,70 208,27 174,15 726,84 237,84 0,00 243,56 1447,93 732,97 6043,07
1995 5266,94 3923,63 3923,63 883,41 0,00 54,36 0,00 0,00 517,10 210,47 1561,70 750,83 17092,07
1998 1395,17 1140,71 1140,71 240,94 190,35 0,00 0,00 0,00 652,71 295,62 1283,19 1622,59 7961,97
1999 2602,14 1230,46 1230,46 368,85 0,00 594,33 0,00 0,00 0,00 1754,27 1087,29 418,21 9286,01
2000 1070,20 3066,01 195,92 44,69 0,00 0,00 0,00 0,00 787,89 651,17 242,47 326,25 6384,60
2001 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1685,18 1018,25 1516,77 4220,21
2002 947,73 1281,18 1281,18 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 286,50 225,06 496,08 1208,62 5786,63
2003 886,85 164,83 164,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 47,53 1274,20 1258,74 266,81 4063,78
2004 650,51 904,05 216,01 0,00 0,00 0,00 361,26 0,00 0,00 439,01 713,76 639,56 3924,16
2005 761,60 2759,08 2759,08 0,00 0,00 0,00 48,35 0,00 2123,86 0,00 615,11 266,81 9333,90
2006 561,39 2194,64 2194,64 306,04 0,00 0,00 0,00 0,00 1020,66 282,00 1472,03 421,34 8452,73
2007 3261,90 2693,31 2693,31 613,27 45,09 0,00 0,00 0,00 0,00 1311,28 1997,41 303,76 12919,33
2008 2531,86 174,15 405,60 0,00 119,11 28,30 427,90 206,34 992,71 707,82 2133,95 303,76 8031,51
2009 2896,88 1433,73 1549,45 104,12 193,13 56,60 855,80 412,69 1985,42 104,37 2270,48 303,76 12166,43
2010 2634,29 6351,60 6351,60 320,57 44,69 0,00 0,00 0,00 0,00 730,92 723,76 44,29 17201,71
2011 1517,82 3535,64 3535,64 1468,88 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 796,80 294,61 671,16 11820,55
2012 2232,24 1501,01 2085,47 0,00 2650,22 0,00 0,00 0,00 51,74 0,00 326,69 1361,23 10208,59
2013 606,97 1229,69 1229,69 0,00 0,00 48,77 0,00 47,94 0,00 792,56 282,56 507,41 4745,59
2014 2733,05 1223,30 1223,30 234,28 1280,96 0,00 48,77 0,00 0,00 0,00 2770,40 0,00 9514,05
Média 1982,07 1800,57 1696,41 346,02 238,11 53,84 152,18 54,41 403,15 559,42 1135,54 627,04 9048,76
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 46. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83364 (Padre Ricardo Remetter, MT).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr Mai jun jul ago set out nov dez anual
1992 1362,35 0,00 475,67 0,00 0,00 46,30 52,61 1557,20 0,00 0,00 2461,46 357,38 6312,97
1993 220,55 571,66 571,66 0,00 0,00 0,00 3478,49 1370,52 2701,77 210,47 1561,70 832,97 11519,79
1994 3019,83 611,39 611,39 309,55 0,00 0,00 373,59 1434,71 2701,77 210,47 1561,70 832,97 11667,37
1995 10836,50 587,38 587,38 309,55 0,00 0,00 1926,04 1402,62 2701,77 210,47 1561,70 832,97 20956,37
1998 1010,20 50,03 50,03 1103,78 0,00 0,00 0,00 0,00 2079,97 44,29 0,00 1365,44 5703,74
1999 875,46 877,57 877,57 243,66 0,00 0,00 0,00 470,20 1458,16 1387,76 0,00 247,24 6437,62
2000 0,00 0,00 45,49 1252,95 493,22 219,06 0,00 0,00 0,00 0,00 402,01 668,69 3081,41
2001 950,47 207,32 207,32 0,00 49,19 0,00 0,00 0,00 0,00 1435,99 869,95 599,76 4320,00
2002 678,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 244,85 284,62 0,00 2710,76 3918,97
2003 2833,69 2950,14 2950,14 2720,61 0,00 0,00 0,00 0,00 122,42 860,31 434,98 225,03 13097,30
2004 388,20 270,87 688,38 387,14 0,00 0,00 505,86 0,00 0,00 535,36 807,03 1124,56 4707,40
2005 761,75 900,32 900,32 230,77 0,00 0,00 0,00 0,00 230,18 379,03 587,91 330,93 4321,21
2006 772,51 242,50 242,50 425,94 0,00 0,00 187,60 625,73 353,50 539,35 303,50 451,83 4144,97
2007 488,87 1195,93 1195,93 298,96 0,00 0,00 47,94 0,00 0,00 0,00 359,85 1172,39 4759,88
2008 1161,39 636,37 356,55 891,96 210,22 0,00 0,00 0,00 0,00 502,10 187,60 9442,84 13389,03
102

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr Mai jun jul ago set out nov dez anual
2009 760,69 1805,16 1805,16 584,72 47,94 421,34 0,00 0,00 448,81 1165,72 1053,52 2669,31 10762,35
2010 2916,44 2795,47 2795,47 2163,85 340,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 522,19 0,00 11533,53
2011 2922,68 2117,30 2117,30 110,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1923,80 9191,73
2012 651,65 200,16 820,50 0,00 347,51 231,14 0,00 0,00 0,00 0,00 2461,46 357,38 5069,79
2013 642,23 384,95 384,95 572,59 0,00 0,00 0,00 0,00 506,00 282,91 334,73 1077,30 4185,66
2014 643,59 1075,45 1075,45 582,53 566,01 0,00 172,83 0,00 0,00 0,00 897,14 1629,34 6642,35
Média 1626,77 889,91 932,20 641,54 108,12 45,87 169,15 207,01 570,92 412,55 649,75 1455,92 7783,72
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 47. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83309 (Diamantino, MT).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1990 2402,11 5225,47 5225,47 310,88 0,00 198,74 0,00 1060,94 791,98 289,78 285,67 1828,88 17619,92
1991 861,06 3033,77 3033,77 364,70 0,00 0,00 0,00 0,00 761,60 1316,76 492,04 1828,88 11692,58
1994 654,70 896,15 896,15 377,65 195,92 0,00 2032,56 893,53 2258,25 1722,08 955,58 1943,23 12825,80
1995 4318,43 4127,41 4127,41 5518,47 0,00 0,00 204,44 0,00 2888,64 2029,60 955,58 1943,23 26113,20
1998 464,83 1109,81 1109,81 3622,72 0,00 0,00 0,00 53,92 53,92 308,90 1321,50 1381,74 9427,15
1999 2379,58 1594,80 1594,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 232,67 240,43 1053,57 1445,50 8541,35
2000 559,01 765,68 1167,61 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 907,12 842,17 3251,78 1634,19 9127,56
2001 381,67 982,15 982,15 644,99 249,91 0,00 0,00 219,37 1857,69 426,84 2201,59 3367,55 11313,89
2002 2850,20 1588,14 1588,14 231,09 429,18 0,00 0,00 0,00 556,85 221,62 51,31 258,15 7774,68
2003 2653,23 6265,39 6265,39 364,04 208,27 0,00 0,00 0,00 267,79 2838,79 1287,38 2219,86 22370,15
2004 6140,32 5288,40 896,35 359,32 239,39 0,00 316,28 0,00 48,35 1434,35 2398,32 1225,36 18346,45
2005 2662,26 435,74 435,74 0,00 0,00 0,00 0,00 286,33 655,69 927,41 2149,23 3923,54 11475,95
2006 288,46 4296,06 4296,06 938,06 0,00 0,00 0,00 0,00 57,97 1087,19 1218,75 2445,79 14628,34
2007 1586,15 8187,20 8187,20 637,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1804,98 7093,00 803,78 28300,19
2008 4294,59 666,61 1818,84 2777,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1826,04 2119,11 947,23 14449,58
2009 0,00 4171,91 4171,91 777,29 308,32 0,00 0,00 516,40 246,72 716,92 802,33 1677,87 13389,68
2010 6782,27 3539,49 3539,49 0,00 0,00 51,31 0,00 0,00 0,00 4448,76 2028,95 2161,40 22551,67
2011 1209,09 2327,47 2327,47 704,24 0,00 304,29 0,00 314,48 54,36 384,98 1504,03 3504,46 12634,88
2012 1559,49 2563,42 518,84 230,77 1773,80 0,00 0,00 0,00 316,28 256,33 547,24 1471,25 9237,42
2013 5115,34 902,70 902,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 183,51 607,88 1119,74 2403,29 11235,15
2014 772,56 3471,96 3471,96 1613,12 0,00 0,00 262,85 0,00 256,92 2643,10 285,67 1828,88 14607,02
Média 2282,64 2925,70 2693,20 927,26 162,13 26,40 134,10 159,28 590,30 1255,95 1577,26 1916,38 14650,60
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Foi realizada a interpolação dos resultados da erosividade para as estações meteorológicas


mencionadas, e a espacialização do fator R para o PN Chapada dos Guimarães pode ser visualizada
na Figura 49.
103

Figura 49. Mapa do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes ao PNCG.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

10.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pelo IBGE e valores de referência para o Fator K. Os valores de erodibilidade utilizados são
apresentados na Tabela 48 e o mapa com sua distribuição espacial pode ser visualizado na Figura
50.

Tabela 48. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica observada nas bacias de drenagem
referentes ao PN Chapada dos Guimarães.
Pedologia Fator K Referência
CX 0,0347 Mannigel et al. (2002)
FF 0,0092 MPB Engenharia (2014)
LVA 0,0112 Mannigel et al. (2002)
PV 0,0178 Mannigel et al. (2002)
PVA 0,0466 Mannigel et al. (2002)
104

Pedologia Fator K Referência


RL 0,0280 Maia et al. (2014)
RQ 0,1448 Mannigel et al. (2002)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 50. Mapa do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes ao PNCG.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

10.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pelo IBGE e os fatores C
foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz &
Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e,
principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). A Tabela 49 e a Figura 51 apresentam,
respectivamente, os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.

Tabela 49. Fatores C para cada classe biofisica observada nas bacias de drenagem do PNCG.
Uso e Cobertura Fator C
Agropecuária < 10% 0,005
Agropecuária 10 a 25% 0,01
Agropecuária 25 a 50% 0,02
Área urbanizada 1
Lavoura 0,2
Lavoura + mata/floresta 0,01
Lavoura + pastagem 0,02
105

Uso e Cobertura Fator C


Lavoura temporária 0,2
Mata/floresta + pastagem 0,005
Mata/floresta natural 0,001
Outros usos 1
Pastagem 0,01
Pastagem + lavoura 0,02
Pastagem + mata 0,005
Pastagem natural 0,01
Pastagem plantada 0,01
Usos diversos 1
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 51. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem referentes ao PNCG.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

10.7 CENÁRIO HIPOTÉTICO


A fim de estimar a efetividade da proteção dos recursos hídricos pela UC e quantidade de
perda do solo evitada no cenário atual, foi projetado um cenário hipotético em que não existiria a
área de proteção e seu local seria ocupado pelos usos comuns no entorno.
Assim, foi estipulado um buffer no entorno da UC e seus usos e coberturas da terra foram
projetados para a área que seria “desprotegida” neste cenário hipotético, alterando os fatores C e,
consequentemente, a perda do solo. Abaixo seguem as Figuras 52 e 53 com os fatores de uso e
cobertura da terra para a UC atualmente e no cenário hipotético.
106

Figura 52. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PNCG.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 53. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PNCG no cenário hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


107

10.8 MODELAGEM COM BASE NO CENÁRIO ATUAL DE USOS E COBERTURA DA


TERRA
Os mapas referentes aos fatores da perda de solo referentes ao PN Chapada dos Guimarães
foram convertidos em arquivos raster e, por meio da álgebra de mapas, foram obtidos os resultados
da EUPS. Os resultados da exportação de sedimentos para cada microbacia dos pontos de captação
outorgados pela CAB Cuiabá são apresentados na Tabela 50, para as perdas do solo absolutas (em
t/ano) e relativas (em t/ha.ano), e podem ser visualizados nas Figuras 54 a 56.

Tabela 50. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAB Cuiabá que interseccionam com o PNCG.

Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
0 Aguaçu 5304760 6625819 131,1 163,7

1 Nossa Senhora da Guia 7370278 8691337 129,9 153,2

2 Coxipó do Ouro 3480719 4493023 82,8 106,9

3 ETA Tijucal I, II e III 3909674 4921979 63,9 80,5

4 Parque Cuiabá 381466746 384399823 156,2 157,4

5 Coophema 381643115 384576192 156,4 157,6


Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 54. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PNCG.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


108

Figura 55. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PNCG no cenário hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 56. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) p/ bacias do PNCG, entre os dois cenários.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


109

10.9 VALORAÇÃO
Para encontrar uma equação que relacione o custo de tratamento e a redução de turbidez da
água, foram utilizados os valores informados pela CAB Cuiabá referentes aos gastos com os
seguintes produtos químicos: sulfato de alumínio, polímero, hipoclorito de sódio, cal hidratada,
barrilha leve, cloreto de sódio e policloreto de alumínio, em cada mês do ano de 2014.
Foram confeccionados gráficos de dispersão que relacionam o custo da redução da turbidez da
água (R$/m³) para cada turbidez observada (Figuras 57 a 62), explicitando a relação entre o
aumento do custo de tratamento de água e o aumento das taxas de sedimentos em suspensão, ou
seja, com a qualidade da água in natura.
Para encontrar uma equação que expresse essa relação, foram traçadas diversas linhas de
tendência: exponencial, linear, logarítmica, polinominal, potência e de média móvel. O ajuste da
curva que mais se adequou é observado abaixo, nas Equações 13 a 18 (em que, y = custo com o
tratamento de redução da turbidez; x = turbidez medida), para cada Estação de Tratamento de Água.

- ETA Tijucal: função exponencial.


y = 0,0065e0,0134x Equação 13

Figura 57. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na ETA Tijucal.

PNCG - Tijucal
0,080
0,070
Custo do Tratamento (R$)

0,060
0,050
0,040
0,030
y = 0,0065e0,0134x
0,020 R² = 0,8279

0,010
-
- 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Turbidez (NTU)

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

- ETA Nossa Senhora da Guia: função polinominal de segundo grau.


y = 7E-07x2 + 7E-05x + 0,0082 Equação 14
110

Figura 58. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na ETA Nossa Senhora da Guia.

PNCG - Nossa Senhora da Guia


0,035
y = 7E-07x2 + 7E-05x + 0,0082
Custo do Tratamento (R$)

0,030
R² = 0,7946
0,025

0,020

0,015

0,010

0,005

-
- 20 40 60 80 100 120 140 160
Turbidez (NTU)

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

- ETA Aguaçu: função logarítmica.


y = 0,0042ln(x) + 0,0018 Equação 15

Figura 59. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na ETA Aguaçu.

PNCG - Aguaçu
0,025
Custo de Tratamento (R$)

0,020

0,015

0,010 y = 0,0042ln(x) + 0,0018


R² = 0,77

0,005

-
- 20 40 60 80 100 120 140
Turbidez (NTU)

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

- ETA Coxipó do Ouro: função logarítmica.


y = 0,0064ln(x) - 0,0035 Equação 16
111

Figura 60. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na ETA Coxipó do Ouro.

PNCG - Coxipó do Ouro


0,035

0,030 y = 0,0064ln(x) - 0,0035


Custo de Tratamento (R$)

R² = 0,7145
0,025

0,020

0,015

0,010

0,005

-
- 10 20 30 40 50 60 70 80
Turbidez (NTU)

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

- ETA Coophema: função exponencial.


y = 0,0303e0,0009x Equação 17

Figura 61. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na ETA Coophema.

PNCG - Coophema
0,050
0,045
Custo de Tratamento (R$)

0,040 y = 0,0303e0,0009x
R² = 0,08
0,035
0,030
0,025
0,020
0,015
0,010
0,005
-
- 20 40 60 80 100 120 140 160
Turbidez (NTU)

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

- ETA Parque Cuiabá: função logarítmica.


y = 0,0099ln(x) - 0,0058 Equação 18
112

Figura 62. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na ETA Parque Cuiabá.

PNCG - Parque Cuiabá


0,050
0,045
Custo de Tratamento (R$)

0,040
0,035
0,030
0,025
0,020 y = 0,0099ln(x) - 0,0058
0,015 R² = 0,8125
0,010
0,005
-
- 20 40 60 80 100 120 140
Turbidez (NTU)

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os valores


de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento urbano e,
posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e futuro
(com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de drenagem). Os
resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são apresentados na
Tabela 51.

Tabela 51. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAB Cuiabá que interseccionam com o PNCG.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo PSA (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
0 Aguaçu 138,20 140,42 10,57 18,14 4.739.193,71 4.739.222,43
Nossa
1 Senhora da 135,19 136,84 168,23 22,51 4.192.043,04 4.192.233,78
Guia do
Coxipó
2 134,31 136,87 19,00 21,02 3.752.552,46 3.752.592,48
Ouro
ETA
3 81,10 83,40 19.041,04 4.494,47 3.263.439,51 3.286.975,01
Tijucal
Parque
4 150,16 150,24 7,96 6,09 4.839.203,90 4.839.217,95
Cuiabá
5 Coophema 143,24 143,32 7,49 12,37 4.845.029,30 4.845.049,17
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
113

Os resultados de PSA para tratamento de água e disposição do lodo das bacias do PN


Chapada dos Guimarães são baixos pois a área protegida pela UC é pequena quando comparada à
área total das bacias de drenagem, não conseguindo subsidiar os custos de implantação do projeto
de PSA. A única bacia de drenagem com um valor de arrecadação considerável é a bacia referente
ao ponto de captação da ETA Tijucal, operada pela CAB Cuiabá, que apresenta os seguintes
valores: R$ 19.041,04 e R$ 4.494,47 para cada um dos serviços. Como nas demais UC, o custo
evitado com o desassoreamento é bem maior que os outros serviços evitados, variando entre R$ 3 e
5 milhões.
114

11. PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS


11.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) tem como objetivo básico a
preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando
a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação
ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Foi criado por meio do
Decreto Federal nº 49.875/1961. Os limites da UC alterados ao longo dos anos 1970 e 1980 para os
atuais 60.000 ha.
O PMCV é identificado como bioma de Cerrado e seu relevo é composto por planícies e
planaltos entremeados por serras e chapadas divisoras de bacias. Abrange os municípios de
Cavalcanti e Alto Paraíso de Goiás (GO) e tem como a principal atividade a visitação e o turismo,
alicerce de boa parte da economia local destes municípios.
Está inserido na Bacia Hidrográfica do Rio Tocantins, e atua como divisor de bacias dos Rios
Paranã e Maranhão. O Parque tem como principal curso d’água o Rio Preto e também protege a
nascente de importantes rios da região, como o rio Montes Claros, rio das Cobras e rio dos Couros,
além de proteger importantes afluentes dos rios da Pedra e São Miguel.
A formação de bacias de recepção dos pequenos cursos d’água, com nascentes nas escarpas,
foi favorecida pelo relevo. Esses vales, que apresentam fundo chato, formam depressões
semicirculares cobertas de matas (capões) que contrastam com os campos dos arredores e é nessa
paisagem de chapadas, vales, matas de galerias, campos e veredas que se encontram os cursos
d’água que caracterizam o PNCV. A região é área de captação e distribuição de águas das chuvas,
que se concentram apenas em uma parte do ano, e abriga centenas de nascentes que mantêm um
fluxo hídrico fundamental para a regularidade e vazão de rios.
Dentro do PNCV, o rio Preto se desenvolve no sentido NE-SW, na imensa planície
intermontana. O local no qual o rio Preto deixa a Chapada dos Veadeiros é marcado por um grande
desnível com cachoeiras. Neste ponto o rio passa a correr fora do Parque em vales estreitos e
rebaixados em meio a terrenos de ondulações suaves.
As margens do rio e seus afluentes apresentam-se modificadas ou cobertas com os diferentes
tipos fisionômicos do Cerrado, indo da mata de galeria ao cerradão, passando pelos campos,
veredas e cerrados. Como consequência, as suas águas oferecem uma beleza cênica sem igual,
fazendo desse rio a principal atração turística do PNCV.
Apesar de ser dotada de grande importância hidrográfica, como dispersor de águas, a área do
PNCV também é caracterizada pela falta de sistemas lacustres, ocorrendo apenas algumas lagoas
115

temporárias, destacando-se a área onde ocorrem sete lagoas sucessivas que propiciam grande beleza
cênica.
Atualmente, a UC encontra-se em processo de isolamento pela construção de várias usinas
hidrelétricas - UHE - em seu entorno, dificultando a conectividade com outras Unidades de
Conservação, devendo-se, portanto, proteger e agilizar o processo de efetivação dos corredores
ecológicos estabelecidos pela RBC - Fase II, as propostas de criação do CECPP e as ações de
ordenamento e manejo de baixo impacto sobre a APA do Pouso Alto.
O Plano de Manejo do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (2009) é um instrumento
balizador das ações a serem desencadeadas na região, no sentido de conduzir ao desenvolvimento
sustentável, incentivando a adoção de instrumentos complementares de gestão bioregional para a
sua efetivação e servindo de garantia à conservação em longo prazo da biodiversidade do bioma
Cerrado na região.

11.2 LEVANTAMENTO DE DADOS E INFORMAÇÕES


O levantamento dos dados iniciou-se através da localização geoespacializada dos limites do
PNCV e sua respectiva bacia hidrográfica. Através de contato com a SANEAGO – Saneamento de
Goiás SA, foram solicitadas as informações a respeito das outorgas de direito de água na área de
influência do PN Chapada dos Veadeiros. A informações obtidas são apresentadas na Tabela 52.
Também foi considerada a UHE Serra da Mesa, que abrange os municípios de Colinas do Sul,
Minaçu e Cavalcanti (GO), sob domínio da Concessionária Furnas Centrais Elétricas.

Tabela 52. Localização (UTM – Z 23 Sul, e UTM – Z 22 Sul), vazão e turbidez nas microbacias de captação
de água outorgadas com interseção com o PNCV.
Vazão Turbidez
Bacia Captações de Água Latitude Longitude
(L/s) (NTU)
0 Teresina de Goiás 8472753 252130 9 0,72
1 Cavalcante 8468036 235306 13,05 1,21
2 Alto Paraíso 8435624 225802 23 0,48
3 São Jorge 8431557 200785 5 1,16
4 UHE Serra da Mesa 8468996 791577 - -
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

11.3 BACIA DE DRENAGEM


As microbacias de drenagem foram delimitadas de acordo com as localizações das captações
informadas pela SANEAGO. A Tabela 53 consta as principais informações sobre cada microbacia e
as mesmas podem ser visualizadas na Figura 63.
116

Tabela 53. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela SANEAGO e UHE Serra da Mesa que interseccionam com o PN Chapada dos Veadeiros.
Comprimento do curso Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico Área (km2)
d'água principal (km) altitude (m) altitude (m)
0 Teresina de Goiás 1,42 584,81 818 877
1 Cavalcante 58,68 17.718,60 794 1.488
2 Alto Paraíso 3,10 1.165,26 1.256 1.274
3 São Jorge 38,38 11.710,20 985 1.165

4 UHE Serra da Mesa 51.427,10 606.353,00 345 889


Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 63. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico da
SANEAGO e UHE Serra da Mesa que interseccionam com o PN Chapada dos Veadeiros.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).


117

11.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 54, 55 e 56, são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação de Formoso - GO (código 83379), Posse – GO (código 83332) e
Peixe – TO (código 83228) para o período de 1983 a 2013. Essas são estações mais próximas ao PN
da Chapada dos Veadeiros.

Tabela 54. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83379 (Formoso, GO).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 276,88 1280,25 1280,25 1131,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2945,52 2669,64 9583,57
1995 1528,19 57,51 57,51 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 241,45 1344,66 642,82 4068,06
1996 347,26 0,00 1492,17 0,00 0,00 0,00 0,00 207,32 0,00 0,00 1262,95 3179,25 6488,95
1997 307,31 1058,28 1058,28 212,67 0,00 0,00 0,00 0,00 569,82 0,00 1199,94 1427,26 5833,57
1998 0,00 1055,00 3801,52 1492,57 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1185,42 1456,06 989,32 9979,88
1999 611,74 1299,32 1299,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 546,22 1983,97 1622,56 7363,12
2000 2513,66 805,76 445,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 240,43 323,56 640,06 363,61 5332,62
2001 2099,24 319,19 319,19 355,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 660,70 1372,28 7461,94 12588,02
2002 2308,67 897,93 897,93 325,39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 504,86 53,04 858,72 5846,55
2003 1947,53 581,37 581,37 0,00 0,00 0,00 0,00 445,26 0,00 1473,80 282,94 1011,06 6323,32
2004 2679,44 4741,13 1589,78 259,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2012,55 11282,28
2005 630,98 928,45 928,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 477,21 0,00 1173,86 1626,74 5765,69
2006 256,99 868,42 868,42 678,72 0,00 0,00 0,00 0,00 467,08 3935,18 756,52 376,54 8207,86
2007 1023,47 3086,09 3086,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 175,47 1742,68 55,70 9169,50
2008 1558,84 371,32 262,85 1154,03 0,00 0,00 0,00 0,00 101,00 0,00 0,00 3028,99 6477,03
2009 625,02 652,05 652,05 2382,77 0,00 0,00 0,00 400,94 0,00 548,86 614,11 2223,03 8098,84
2010 2589,69 518,22 518,22 216,09 1287,38 0,00 0,00 0,00 0,00 584,61 0,00 1061,31 6775,52
2011 1942,23 0,00 0,00 180,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 378,51 1644,63 931,08 5077,26
2012 675,22 254,48 254,48 0,00 210,22 0,00 0,00 0,00 1045,48 2820,31 210,47 0,00 5470,66
2013 2049,64 839,97 839,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 259,58 179,47 776,29 1972,61 6917,52
2014 283,29 705,52 705,52 633,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1776,74 1092,85 5197,77
Média 1250,25 967,63 997,09 438,99 71,31 0,00 0,00 50,17 150,51 645,64 1011,27 1647,98 7230,84
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 55. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83332 (Posse, GO).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 91,75 334,89 894,72 5614,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 503,03 2317,24 201,58 9957,50
1995 0,00 424,64 424,64 858,53 182,16 0,00 0,00 0,00 0,00 325,39 1027,12 46,71 3289,18
1996 183,51 245,14 1862,96 1367,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 386,97 1266,48 471,00 5783,40
1997 1234,80 844,95 844,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 234,21 316,45 666,70 4142,06
1998 445,09 1987,02 1987,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2638,29 1643,61 8701,03
1999 353,85 2339,66 2339,66 0,00 219,06 0,00 0,00 0,00 0,00 975,39 878,14 1227,03 8332,79
2000 718,98 2894,39 899,49 266,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 351,63 1586,78 1828,90 8546,31
118

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2001 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 456,17 1667,50 924,64 3048,32
2002 1243,86 663,85 663,85 0,00 305,63 0,00 0,00 0,00 0,00 527,79 0,00 513,25 3918,23
2003 472,51 1456,38 1456,38 266,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 300,23 540,16 4491,80
2004 1961,93 796,84 889,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 60,28 0,00 266,14 3974,97
2005 421,34 1789,48 1789,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 212,67 0,00 1655,31 3849,09 9717,38
2006 300,02 1680,41 1680,41 2102,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1639,04 1433,62 1470,47 10306,48
2007 445,32 548,77 548,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 351,63 0,00 848,24 2742,73
2008 871,86 111,09 781,68 325,39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1711,70 772,77 4574,49
2009 586,21 330,27 330,27 684,60 280,72 0,00 0,00 0,00 0,00 1330,30 1983,58 1825,98 7351,93
2010 643,21 47,53 47,53 0,00 335,88 0,00 0,00 0,00 54,81 422,93 820,76 1578,27 3950,92
2011 1506,65 0,00 0,00 581,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1113,02 1402,17 1702,13 6305,25
2012 4401,10 222,05 0,00 54,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5037,15 515,90 10231,00
2013 849,30 246,72 246,72 1724,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 249,91 0,00 1669,18 4986,70
2014 554,41 592,31 592,31 286,61 230,77 0,00 0,00 0,00 0,00 735,29 958,75 632,78 4583,22
Média 823,13 836,02 870,51 672,98 74,01 0,00 0,00 0,00 12,74 460,14 1285,78 1104,50 6139,80
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 56. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83228 (Peixe, TO).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 907,95 439,08 592,31 56,15 0,00 650,99 0,00 0,00 0,00 0,00 283,36 743,28 3673,13
1995 370,50 279,75 279,75 624,00 275,26 0,00 0,00 0,00 0,00 553,17 1628,31 1566,67 5577,42
1996 1445,40 598,40 3322,28 2694,55 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 799,88 3504,77 306,97 12672,24
1997 4545,56 406,40 406,40 2595,77 0,00 0,00 0,00 0,00 234,21 827,24 560,37 1792,62 11368,56
1998 2937,24 596,56 596,56 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 637,70 0,00 4768,06
1999 1562,92 942,11 942,11 441,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 376,20 4636,47 2669,52 11570,41
2000 353,55 2160,25 1544,55 1295,65 0,00 0,00 0,00 0,00 1173,02 0,00 380,33 4573,72 11481,06
2001 722,68 46,30 46,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1315,80 293,24 506,73 2931,05
2002 3852,69 1110,24 1110,24 0,00 179,47 0,00 0,00 0,00 55,70 0,00 431,85 6036,78 12776,97
2003 1603,23 837,77 837,77 647,61 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 176,80 0,00 4103,16
2004 1563,76 1036,86 1603,16 461,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1040,01 1394,16 7099,52
2005 4801,87 262,85 262,85 59,35 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 370,88 1668,92 7426,73
2006 398,36 413,43 413,43 836,79 0,00 0,00 0,00 0,00 877,05 1231,28 46,30 1009,27 5225,91
2007 775,72 1501,53 1501,53 57,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 496,16 2161,91 390,18 6885,02
2008 301,74 1470,39 971,14 2661,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1277,17 3203,72 9885,39
2009 1356,07 301,99 301,99 1877,20 186,23 0,00 0,00 0,00 507,30 0,00 178,13 1180,25 5889,17
2010 2016,52 1272,11 1272,11 329,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 414,40 2881,71 46,30 8232,22
2011 1009,95 1325,70 1325,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 353,10 945,82 1409,07 6369,34
2012 1286,12 912,24 471,82 0,00 214,89 0,00 0,00 0,00 445,53 0,00 1272,93 61,22 4664,75
2013 1912,92 219,06 219,06 58,43 54,81 289,76 0,00 0,00 0,00 1012,33 3190,64 4205,18 11162,19
2014 667,27 1543,18 1543,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1209,90 955,58 1943,23 7862,33
Média 1637,71 841,72 931,63 699,83 43,36 44,80 0,00 0,00 156,80 409,02 1278,77 1652,75 7696,41
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
119

Foi realizada a interpolação dos resultados da erosividade para as estações meteorológicas


mencionadas, e o mapa do Fator R para o PN Chapada dos Veadeiros pode ser visualizado na
Figura 64.

Figura 64. Mapa geoespacializado do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem do PNCV.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

11.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pelo IBGE e valores de referência para o fator K. Os valores erodibilidade utilizados são
apresentados na Tabela 57 e o mapa correspondente pode ser visualizado na Figura 65.
120

Tabela 57. Fatores K (erodibilidade) utilizados para as bacias de drenagem do PNCV.


Pedologia Fator K Referência
CX 0,0347 Mannigel et al. (2002)
LV 0,0061 Mannigel et al. (2002)
LVA 0,0112 Mannigel et al. (2002)
MT 0,0420 Maia et al. (2014)
NV 0,0081 Mannigel et al. (2002)
PV 0,0178 Mannigel et al. (2002)
PVA 0,0466 Mannigel et al. (2002)
RL 0,0280 Maia et al. (2014)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 65. Mapa do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem do PNCV.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

11.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pelo IBGE e os fatores C
foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz &
Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e,
121

principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). Na Tabela 58 e Figura 66 são apresentados os valores e
visualização, respectivamente, dos fatores de usos e cobertura da terra.

Tabela 58. Fatores C (uso e cobertura da terra) nas bacias de drenagem do PNCV.

Uso e Cobertura Fator C


Agropecuária < 10% 0,005
Agropecuária 10 a 25% 0,01
Agropecuária 25 a 50% 0,02
Área urbanizada 1
Lavoura + pastagem 0,02
Lavoura permanente 0,02
Lavoura temporária 0,2
Mata/floresta + pastagem 0,005
Mata/floresta natural 0,001
Outros usos 1
Pastagem 0,01
Pastagem + lavoura 0,02
Pastagem + mata 0,005
Pastagem + outros usos 0,1
Pastagem + sistema agroflorestal 0,01
Pastagem natural 0,01
Pastagem plantada 0,01
Sistema agroflorestal 0,01
Usos diversos 1
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 66. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem do PNCV.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


122

11.7 CENÁRIO HIPOTÉTICO


A fim de se estimar a efetividade da proteção dos recursos hídricos pela UC e quantidade de
perda do solo evitada no cenário atual, foi projetado um cenário hipotético em que não existiria a
área de proteção e seu local seria ocupado pelos usos comuns no entorno.
Assim, foi estipulado um buffer no entorno da UC e seus usos e coberturas da terra foram
projetados para a área que seria “desprotegida” neste cenário hipotético, alterando os fatores C e,
consequentemente, a perda do solo. Os fatores de uso e cobertura da terra para a UC, atual e no
cenário hipotético, podem ser visualizados, respectivamente, nas Figuras 67 e 68.

Figura 67. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PNCV.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 68. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PNCV no cenário hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


123

11.8 MODELAGEM COM BASE NO CENÁRIO ATUAL DE USOS E COBERTURA DA


TERRA
Os mapas referentes aos fatores da perda de solo referentes ao PN Chapada dos Veadeiros
foram convertidos em arquivos raster e, por meio da álgebra de mapas, foram obtidos os resultados
da EUPS. Os resultados da exportação de sedimentos para cada microbacia dos pontos de captação
outorgados pela SANEAGO são apresentados na Tabela 59, para as perdas do solo absolutas (em
t/ano) e relativas (em t/ha.ano), e podem ser visualizados nas Figuras 69 a 71.

Tabela 59. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captação de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela SANEAGO que interseccionam com o PNCV.

Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
0 Teresina de Goiás 655 655 4,6 4,6
1 Cavalcante 75.183 75.278 12,8 12,8
2 Alto Paraíso 65.777 66.616 212,3 215,0
3 São Jorge 5.585 5.585 1,5 1,5
4 UHE Serra da Mesa 480.438.421 480.452.850 93,4 93,4
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 69. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PNCV.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


124

Figura 70. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PNCV no cenário hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 71. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PNCV entre os dois cenários.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

11.9 VALORAÇÃO
Segundo informações da SANEAGO, as captações de água à jusante do PN Chapada dos
Veadeiros apresentam uma turbidez muito baixa, não se fazendo necessário tratamento com
125

produtos químicos para reduzir a turbidez. O único tratamento realizado é o sulfato de alumínio e
em apenas uma captação.
Assim, foi utilizada a curva de relação turbidez e custo de tratamento sugerida nas Equações
10 e 11, calculadas para o sistema SABESP de abastecimento público.
Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os
valores de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento
urbano e, posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e
futuro (com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de
drenagem). Os resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são
apresentados na Tabela 60.

Tabela 60. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captação de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela SANEAGO com interseção com o PNCV.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição Desassoreamento
PSA
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
Teresina de
0 50,40 50,40 - - - -
Goiás
1 Cavalcante 90,69 90,70 0,12 0,31 538,77 539,19
2 Alto Paraíso 80,32 80,45 2,35 5,74 3.423,73 3.431,82
3 São Jorge 70,90 70,90 - - - -
UHE Serra da
4 174,25 174,25 0,00 0,00 37.849,99 37.849,99
Mesa
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Duas bacias de captação não apresentam modificações pelas intersecções com a UC, não
gerando valores para PSA. As outras três bacias de drenagem do PN Chapada dos Veadeiros
apontam valores muito irrisórios para tratamento de água e disposição do lodo, porque as áreas de
intersecção entre a UC e as bacias de drenagem não são representativas. Já os valores de
desassoreamento são maiores, principalmente para a bacia em relação a UHE Serra da Mesa, que
atinge o valor de R$ 37.849,99 de economia por ano, esse valor poderia subsidiar os custos de
implantação do projeto de PSA nesta UC.
126

12. PARQUE NACIONAL MAPINGUARI


12.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS
O Parque Nacional Mapinguari (PNM) foi criado em 2008, com o objetivo de preservar
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, com destaque para
importantes encraves de savana do interflúvio Purus-Madeira, possibilitando a realização de
pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação em
contato com a natureza e de turismo ecológico. Estabelecido inicialmente com 1.572.422 ha, o
PNM teve ampliação da área através da Lei Ordinária nº 12.249/2010, redução da área pela Medida
Provisória nº 542/2011 e revisão dos limites geográficos, em função da instalação da UHE Jirau,
pela Lei Ordinária nº 12.678/2012.
A cobertura vegetal é composta de Floresta Ombrófila Aberta; estão presentes áreas de
Campos Naturais (Savana-Campos) e áreas de tensão Ecológica. Os campos naturais estendem-se
no sentido leste-oeste entre Humaitá e Lábrea; Campos Naturais de Humaitá-Puciari ou Humaitá-
Lábrea. De acordo com Capobianco et al. (2001), a ecorregião Purus-Madeira apresenta elevado
grau de prioridade para conservação botânica, em virtude de parâmetros como riqueza de espécies e
endemismos.
A área é drenada pelas nascentes de afluentes da margem esquerda do Rio Madeira e do Rio
Purus. Esses rios sofrem acentuada migração lateral em função do soerguimento, ainda atuante, da
cadeia andina, que provoca reativação das zonas de fraquezas pré-estabelecidas. Na área ocorre uma
série de aprisionamentos de lagos e migração lateral do leito do rio em mais de um quilômetro, no
sentido oeste para leste. O Rio Purus também apresenta sinuosidade elevada. Os principais rios
presentes no interior do PNM e pertencentes ao interflúvio Madeira-Purus são os rios Açuã,
Mucuim, Inacorrã, Umari, Ciriquiqui, Punicici, Coari, Anaiquê e Coti. As águas subterrâneas,
associadas aos aqüíferos porosos das faixas de terraços da área, apresentam vazões significativas
para abastecimento.
Os principais rios da margem direita do curso do médio rio Purus (rios Mucuim, Inacorrã,
Punaenã, Umari, Paciá, Punicici, Ciriquiqui, Coti e Curuquetê) possuem sua nascentes localizadas
no interior do PN Mapinguari. Estes rios são os principais formadores do rio Purus, sendo que este
por sua vez abastece as cidades localizadas à sua margem.
As outorgas de direito de uso de recursos hídricos no Estado de Rondônia são emitidas pela
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM. Em contato com a instituição,
foram obtidos os dados referentes às outorgas emitidas entre 2010 e 2013, inclusive localização
geoespacial e vazões máximas outorgadas.
127

A cidade de Porto Velho está localizada a jusante do PNM, sua captação e seu tratamento de
água são realizados pela Companhia de Abastecimento Estadual de Rondônia - CAERD.
A hidrelétrica situada imediatamente a jusante do PNM é a UHE Santo Antônio Energia, no
rio Madeira, e há uma segunda hidrelétrica situada na área que foi desafetada da UC, a jusante dos
atuais limites do PN: UHE Jirau, também no rio Madeira. Elas são geridas pela Santo Antônio
Energia e Energia Sustentável do Brasil, respectivamente.
Há duas hidrovias oficiais que cruzam os limites do parque e são o meio de ligação das
cidades de Lábrea e Canutama no Amazonas com Rondônia. As hidrovias são os únicos meios de
escoar a produção, pessoas e insumos destes dois municípios no período das chuvas na região,
sendo que a navegabilidade das hidrovias é totalmente dependente da estabilidade dos barrancos
que é proporcionado pela conservação da vegetação da APP dos rios e igarapés que compõe a
hidrovia e ficam localizados no interior da UC.

12.2 LEVANTAMENTO DE DADOS E INFORMAÇÕES


A visita técnica ao PN Mapinguari ocorreu entre os dias 29 de setembro e 01 de outubro de
2014 e incluiu contatos junto à CAERD e visita à Estação de Tratamento de Água – ETA de Porto
Velho, e o reconhecimento da área da UC, identificando suas principais vegetações e os tipos de
solo. Incluiu ainda visita à UHE Santo Antônio, localizada à jusante da UC.
Junto à CAERD, foram obtidos os dados de vazão de água captada, turbidez no ponto de
captação, e relação de custos com o tratamento da água em relação à turbidez.
Os dados diários de monitoramento da qualidade da água bruta na entrada da ETA II e de
consumo de produtos químicos foram cedidos pela CAERD para todo o ano de 2013. Estes foram
tabulados e são apresentados os valores totais, média e custos na Tabela 61. Apenas os
componentes químicos: sulfato, polímero e cal são relacionados ao tratamento da turbidez.

Tabela 61. Localização (UTM – Z 20 Sul), vazão e turbidez das microbacias da captação de água para
abastecimento doméstico (ETA II – Porto Velho) e das UHE Santo Antônio e Jirau c/ interseção ao PNM.
Captações de Vazão Turbidez
Bacia Latitude Longitude
Água (L/s) (NTU)
0 CAERD 9026438 396291 665 431,37
0 UHE Santo Antônio 9026917 395429 - -
1 UHE Jiráu 8975569 318738 - -
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
128

12.3 BACIA DE DRENAGEM


As microbacias de drenagem foram delimitadas de acordo com as localizações das captações
informadas pela CAERD. A captação de água é realizada na margem do Parque Nacional de
Mapinguari, recebendo influência da área de proteção da UC. Também foram calculadas as bacias
de drenagem para a UHE Santo Antônio e UHE Jirau. As principais informações sobre cada
microbacia encontram-se na Tabela 62 e sua espacialização pode ser visualizada na Figura 72.

Tabela 62. Caracterização das microbacias da captação de água para abastecimento doméstico (ETA II –
Porto Velho) e das UHE Santo Antônio e Jirau que interseccionam com o PN Mapinguari.
Comprimento do curso Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico Área (km2)
d'água principal (km) altitude (m) altitude (m)
CAERD Madeira /
0 157.746 2.784.840,00 55 2.796
UHE Santo Antonio
1 UHE Jirau 140.595 2.664.240,00 71 2.796
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 72. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico (ETA II
– Porto Velho) e das UHE Santo Antônio e Jirau c/ interseção ao PNM.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).


129

12.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 63, 64 e 65 são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação de Lábrea - AM (código 82723), Rio Branco – AC (código
82915) e Manicore – AM (código 82533) para o período de 1983 a 2013. Essas são estações
pertencentes à Unidade de Conservação do PN de Mapinguari.

Tabela 63. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83723 (Lábrea, AM).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 251,41 233,74 233,74 3268,76 0,00 55,70 0,00 1400,91 1413,40 2011,51 4392,75 3317,16 16579,07
1995 0,00 254,58 254,58 267,00 0,00 0,00 264,32 5468,33 1790,77 3584,67 665,70 5367,80 17917,74
1996 3656,82 1873,98 1586,58 0,00 0,00 865,07 0,00 1432,42 1198,55 1716,71 1975,18 357,38 14662,67
1997 4608,39 2200,96 2200,96 1919,31 450,84 0,00 0,00 445,53 0,00 1145,63 2748,30 2049,25 17769,18
1998 47,11 1883,20 1883,20 999,90 603,00 0,00 0,00 0,00 363,20 991,92 629,64 1856,71 9257,89
1999 853,76 4550,35 4550,35 418,92 1246,34 55,70 0,00 498,35 1277,38 0,00 1698,52 636,39 15786,07
2000 289,78 330,74 2313,84 1047,43 300,86 47,94 0,00 0,00 888,25 2169,79 1388,33 498,89 9275,84
2001 5502,45 3377,97 3377,97 2127,72 658,07 0,00 353,60 0,00 369,86 1025,75 1112,12 1672,96 19578,45
2002 696,03 6380,55 6380,55 1158,50 0,00 0,00 0,00 256,33 391,71 697,28 1080,69 3582,19 20623,84
2003 1498,71 1230,82 1230,82 871,78 1245,64 212,67 0,00 1560,17 2092,22 1171,72 1974,85 5023,08 18112,48
2004 1222,45 965,00 253,11 1047,43 300,86 47,94 0,00 0,00 888,25 2169,79 1388,33 498,89 8782,04
2005 1829,38 1249,49 1249,49 548,85 47,11 0,00 963,18 0,00 681,36 4300,97 3858,49 5023,08 19751,41
2006 417,01 1260,65 1260,65 1743,59 223,89 0,00 0,00 226,17 47,11 902,70 963,18 4955,61 12000,57
2007 5447,33 404,05 404,05 762,26 752,38 0,00 0,00 0,00 1245,94 477,88 1008,37 3095,77 13598,02
2008 483,87 325,39 830,53 210,22 274,35 0,00 0,00 543,67 1346,49 2515,58 4938,35 731,17 12199,62
2009 4587,38 1582,44 1582,44 1430,82 0,00 46,30 0,00 0,00 0,00 0,00 580,64 1614,15 11424,17
2010 3034,36 747,72 747,72 700,56 746,34 0,00 0,00 0,00 418,89 284,80 321,94 1230,41 8232,72
2011 2086,74 1260,50 1260,50 906,94 984,70 210,22 0,00 0,00 742,54 47,94 340,25 1185,92 9026,25
2012 3317,68 1786,00 1090,51 228,09 314,46 0,00 0,00 0,00 0,00 102,02 507,63 752,59 8098,97
2013 3305,58 3221,37 3221,37 855,82 423,24 0,00 307,31 219,37 44,69 303,01 1419,75 2003,06 15324,56
2014 1691,25 2228,00 2228,00 3535,74 0,00 0,00 176,80 0,00 633,11 213,15 701,83 366,71 11774,57
Média 2134,64 1778,45 1816,24 1145,22 408,19 73,41 98,34 573,87 753,99 1230,13 1604,52 2181,86 13798,86
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 64. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82915 (Rio Branco, AC).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 1811,12 1887,57 1887,57 3417,90 595,72 0,00 202,84 202,84 0,00 819,23 665,07 1840,71 13330,57
1995 644,27 737,68 737,68 849,13 454,36 0,00 0,00 275,28 656,08 0,00 300,94 60,75 4716,18
1996 927,76 2276,86 2262,98 43,89 49,19 0,00 256,92 289,64 0,00 201,76 1644,29 668,97 8622,28
1997 1813,98 4300,68 4300,68 702,03 0,00 249,64 0,00 695,79 55,25 0,00 1430,17 1831,65 15379,89
1998 4244,62 2276,91 2276,91 223,55 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1355,70 2001,33 5870,07 18249,09
130

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1999 3363,28 505,44 505,44 375,08 279,52 59,35 305,53 316,76 1728,18 707,75 938,66 1224,86 10309,86
2000 108,49 718,20 374,43 384,02 0,00 0,00 47,53 0,00 365,15 592,15 647,65 1313,96 4551,58
2001 1708,00 962,73 962,73 348,78 731,49 57,97 0,00 0,00 0,00 295,12 320,44 1880,07 7267,34
2002 1079,90 1737,98 1737,98 1782,94 274,35 50,03 0,00 584,14 0,00 938,74 455,41 961,70 9603,18
2003 1893,32 2816,36 2816,36 560,04 358,44 0,00 0,00 45,49 1251,24 0,00 0,00 1825,32 11566,58
2004 1069,20 1793,31 6364,64 439,29 313,73 364,70 0,00 0,00 529,58 1593,16 1229,72 292,23 13989,55
2005 57,51 2412,04 2412,04 1434,31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 810,35 614,86 1058,78 8799,90
2006 695,13 3114,94 3114,94 1565,86 252,47 0,00 0,00 298,96 0,00 576,05 1844,98 3178,58 14641,90
2007 2673,03 1391,89 1391,89 440,55 0,00 243,66 0,00 279,52 1060,47 257,95 645,78 1361,19 9745,93
2008 1937,82 687,73 256,33 249,91 271,11 0,00 419,75 0,00 0,00 1027,67 467,10 2232,66 7550,09
2009 750,79 1330,88 1330,88 4544,45 45,89 0,00 0,00 951,09 689,59 833,51 1192,43 1302,00 12971,50
2010 2111,82 2611,41 2611,41 0,00 645,00 0,00 0,00 0,00 0,00 822,82 997,99 995,19 10795,64
2011 370,07 666,75 666,75 727,12 0,00 0,00 0,00 0,00 582,95 179,47 2811,93 0,00 6005,04
2012 3783,27 3188,99 2075,01 321,92 442,27 1164,34 513,57 542,21 53,92 1355,14 3461,21 1032,16 17934,00
2013 1998,76 1002,53 1002,53 0,00 0,00 909,14 0,00 50,46 0,00 243,66 535,84 1532,41 7275,33
2014 3670,31 2276,96 2276,96 760,72 1414,40 0,00 0,00 329,81 2812,71 293,24 1672,02 384,65 15891,78
Média 1748,21 1842,76 1969,82 912,93 291,81 147,56 83,15 231,52 465,96 614,45 1137,04 1468,95 10914,15
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 65. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82533 (Manicore, AM).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 391,84 4237,09 4237,09 1763,95 1083,30 47,11 0,00 0,00 0,00 1312,65 1131,88 3660,52 17865,43
1995 2724,32 1230,06 1230,06 4141,18 3050,03 905,61 0,00 0,00 995,45 5529,14 3113,23 680,01 23599,09
1996 3999,61 2614,90 5634,62 1607,64 292,38 98,93 0,00 48,77 392,08 1814,58 230,77 109,95 16844,21
1997 169,81 2307,56 2307,56 1517,23 983,46 0,00 216,09 51,31 0,00 0,00 60,28 1076,35 8689,67
1998 240,43 779,15 779,15 1304,45 52,17 0,00 0,00 60,28 112,06 2295,38 577,30 0,00 6200,37
1999 3180,99 2355,90 2355,90 3099,43 0,00 362,12 0,00 0,00 55,70 598,33 567,05 928,65 13504,06
2000 1442,02 510,32 5000,83 1996,40 555,03 384,97 0,00 0,00 1266,82 401,41 1237,46 253,11 13048,36
2001 2686,74 3103,82 3103,82 1275,99 485,72 220,49 201,58 0,00 0,00 594,33 961,60 4331,41 16965,52
2002 6165,17 8313,56 8313,56 766,68 0,00 359,32 0,00 0,00 105,62 971,45 289,78 1386,90 26672,03
2003 526,70 1190,50 1190,50 1278,22 855,86 0,00 0,00 0,00 0,00 741,78 833,61 325,39 6942,57
2004 536,04 385,62 217,43 759,38 253,11 0,00 108,03 361,76 51,31 233,08 811,34 2131,31 5848,41
2005 260,61 783,01 783,01 182,16 1848,21 247,24 0,00 0,00 302,63 724,49 602,25 325,39 6059,00
2006 2090,39 1276,04 1276,04 2222,63 930,60 58,43 862,19 106,74 0,00 943,91 1187,07 2105,40 13059,45
2007 347,19 286,33 286,33 985,30 0,00 0,00 0,00 652,99 201,58 3933,83 1796,50 6964,97 15455,02
2008 2838,76 2206,88 249,29 1328,55 237,31 0,00 176,80 418,22 165,13 233,08 1491,78 4535,18 13880,98
2009 5432,03 2866,00 2866,00 5346,24 413,46 422,25 190,35 591,71 0,00 1296,40 1964,07 3010,30 24398,80
2010 3342,75 2697,83 2697,83 2874,08 213,15 736,10 0,00 0,00 47,94 815,26 2156,95 318,01 15899,90
2011 2714,89 3010,01 3010,01 4131,10 1162,82 0,00 0,00 259,58 711,00 2857,14 4704,58 4073,32 26634,46
2012 3767,65 3878,64 3435,95 3884,45 1223,24 584,30 0,00 0,00 321,94 1314,27 300,31 1961,02 20671,77
2013 1525,43 1400,51 1400,51 3825,49 409,94 0,00 49,61 176,80 674,78 578,56 5947,63 441,79 16431,04
2014 1343,32 3125,76 3125,76 557,22 230,70 0,00 255,65 47,11 106,11 684,75 5874,12 2063,78 17414,29
131

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
Média 2177,46 2312,36 2547,68 2135,61 680,02 210,80 98,11 132,16 262,39 1327,32 1706,65 1937,27 15527,83
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Foi realizada a interpolação dos resultados da erosividade para as estações meteorológicas


mencionadas, sendo apresentado a seguir a espacialização do Fator R para o PN Mapinguari (Figura
73).

Figura 73. Mapa do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes ao PN Mapinguari.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

12.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pelo IBGE e valores de referência para o Fator K. Os valores utilizados de erodibilidade conforme
utilizados são apresentados na Tabela 66 e na Figura 74.
132

Tabela 66. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica p/ as bacias de drenagem do PNM.
Pedologia Fator K Referência
AR 0,0000 Borges (2009)
CX 0,0347 Mannigel et al. (2002)
FX 0,067 Silva et al. (1994) apud Macedo et al (2010)
GX 0,0044 Mannigel et al. (2002)
LA 0,057 Mannigel et al. (2002)
LV 0,0061 Mannigel et al. (2002)
LVA 0,0112 Mannigel et al. (2002)
MT 0,0420 Maia et al. (2014)
NV 0,0081 Mannigel et al. (2002)
PV 0,0178 Mannigel et al. (2002)
PVA 0,0466 Mannigel et al. (2002)
RL 0,0280 Maia et al. (2014)
RQ 0,1448 Mannigel et al. (2002)
RU 0,025 Bloise et al (2001b)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 74. Mapa do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes ao PN Mapinguari.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

12.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pelo IBGE e os fatores C
foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz &
133

Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e,
principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). A Tabela 67 e Figura 75 apresentam, respectivamente,
os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.

Tabela 67. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica das bacias de drenagem do PNM.
Uso e Cobertura Fator C
Agropecuária < 10% 0,005
Agropecuária 10 a 25% 0,01
Agropecuária 25 a 50% 0,02
Área urbanizada 1
Lavoura + pastagem 0,02
Lavoura permanente 0,02
Lavoura temporária 0,2
Mata/floresta + outros usos 0,05
Mata/floresta + pastagem 0,005
Mata/floresta natural 0,001
Pastagem 0,01
Pastagem + lavoura 0,02
Pastagem + mata 0,005
Pastagem natural 0,01
Pastagem plantada 0,01
Usos diversos 1
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 75. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem do PNM.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


134

12.7 CENÁRIO HIPOTÉTICO


A fim de estimar a efetividade da proteção dos recursos hídricos pela UC e quantidade de
perda do solo evitada no cenário atual, foi projetado um cenário hipotético em que não existiria a
área de proteção e seu local seria ocupado pelos usos comuns no entorno.
Assim, foi estipulado um buffer no entorno da UC e seus usos e coberturas da terra foram
projetados para a área que seria “desprotegida” neste cenário hipotético, alterando os fatores C e,
consequentemente, a perda do solo. As Figuras 76 e 77 com os fatores de uso e cobertura da terra
para a UC atualmente e no cenário hipotético.

Figura 76. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Mapinguari atualmente.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


135

Figura 77. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Mapinguari no cenário hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

12.8 MODELAGEM COM BASE NO CENÁRIO ATUAL DE USOS E COBERTURA DA


TERRA
Os mapas referentes aos fatores da perda de solo referentes ao PN Mapinguari foram
convertidos em raster e, por meio da álgebra de mapas, foram obtidos os resultados da EUPS. Os
resultados da exportação de sedimentos para cada microbacia dos pontos de captação outorgados
pela CAERD e das UHE Santo Antônio e Jirau são apresentados na Tabela 68, para as perdas do
solo absolutas (em t/ano) e relativas (em t/ha.ano), e podem ser visualizados nas Figuras 78 a 80.

Tabela 68. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias da captação de água para
abastecimento doméstico da CAERD e das UHE Santo Antônio e Jirau com interseção ao PNM.

Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
CAERD Madeira / UHE
0 671.554.119 675.773.286 42,6 42,8
Santo Antonio
1 UHE Jirau 683.515.678 687.767.090 48,6 48,9
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
136

Figura 78. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Mapinguari atualmente.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 79. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PN Mapinguari no cenário hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 80. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PNM entre os dois cenários.
137

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

12.9 VALORAÇÃO
Para encontrar uma equação que relacione o custo de tratamento e a redução de turbidez da
água, foram utilizados os valores informados pela CAERD, referentes aos gastos com os seguintes
produtos químicos: sulfato de alumínio, polímero e cal hidratada, em cada mês do ano de 2013.
Foi confeccionado um gráfico de dispersão que relaciona o custo da redução da turbidez da água
(R$/m³) para cada turbidez observada (Figura 81), explicitando a relação entre o aumento do custo
de tratamento de água com altas taxas de sedimentos em suspensão, ou seja, com a qualidade da
água in natura.
Diversas linhas de tendência foram analisadas e o ajuste da curva que mais se adequou (função
logarítmica) é demonstrado na Equação 19 (em que, y = custo com o tratamento de redução da
turbidez; x = turbidez medida), para a captação da CAERD no Rio Madeira.

y = 0,0114ln(x) - 0,0293 Equação 19

Figura 81. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na captação da CAERD no Rio Madeira.
138

PNM - Rio Madeira


0,080
0,070
Custo de Tratamento (R$)

0,060
0,050
0,040
0,030
0,020
0,010
0,000
0 200 400 600 800 1000 1200
Turbidez (NTU)

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os valores


de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento urbano e,
posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e futuro
(com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de drenagem). Os
resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são apresentados na
Tabela 69.

Tabela 69. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias da captação de água para
abastecimento doméstico da CAERD e das UHE Santo Antônio e Jirau / interseção ao PNM.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo PSA (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
CAERD /
0 UHE Santo 129,03 129,09 116,02 69,75 6.357.898,73 6.358.084,50
Antonio

1 UHE Jirau 129,35 129,41 114,58 69,00 6.496.139,23 6.496.322,81


Fonte: elaborado pelos autores (2015).

A área do PN Mapinguari é muito inferior à bacia em que se insere e os valores de PSA


encontrados para tratamento de água e disposição do lodo se mostraram pouco expressivos. Por
outro lado, as duas bacias têm relativa importância na retenção de sedimentos, evitando custos na
geração de energia hidrelétrica, refletidos nos valores de desassoreamento encontrados. Assim, há
que se considerar os valores referentes ao custo evitado com dragagem, que atingem cerca de R$
6,4 milhões para cada bacia, para um arranjo preliminar de PSA.
139
140

13. PARQUE NACIONAL DA TIJUCA


13.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS
O Parque Nacional do Rio de Janeiro foi criado por Decreto nº 50.923, de 06 de julho de
1961, no então Estado do Rio da Guanabara. Este Decreto considera que as florestas existentes na
área urbana da Cidade do Rio de Janeiro são dignas de proteção e cuidados especiais por parte dos
Poderes Públicos, não só pelas belezas naturais e paisagísticas que oferecem, como por serem elas
protetoras de mananciais existentes na região. Em 1967, o Decreto nº 60.183 altera o nome para
Parque Nacional da Tijuca (PNT) e define as dimensões e demais características da área protegida.
Originalmente com cerca de 3.200 hectares (32 km2), compreende todas as áreas situadas em cotas
superiores aos seus limites, visando a proteção das florestas de domínio público da Tijuca,
Paineiras, Corcovado, Gávea Pequena, Trapicheiro, Andaraí, Três Rios e Covanca. Este se
constituía de três áreas de floresta separadas entre si por vias de circulação e edificações
pertencentes à cidade do Rio de Janeiro. O PNT foi ampliado em 2004, modificando sua área total
para 3.953 ha, acrescentando o Parque Lage, limitado com o Setor Serra da Carioca e, um novo
Setor, constituído pela Serra dos Pretos-Forros/Covanca.
Geograficamente, ele situa-se no centro da cidade do Rio de Janeiro, nas montanhas do
Maciço da Tijuca, entre os paralelos 22°55'S e 23°00'S e os meridianos 43°11'W e 43°19'W. O
Maciço se caracteriza pelo relevo acidentado, compreendendo um bloco falhado da Serra do Mar,
cuja altitude varia entre 80m e 1.021m.
O PNT protege desde fragmentos de Mata Atlântica com alta diversidade biológica e em bom
estado de conservação, as áreas naturais de excepcional beleza cênica, a exemplo do mirante da
Vista Chinesa, e a uma parte do patrimônio histórico-cultural da cidade, em que se destaca a
memorável obra do Monumento do Cristo Redentor.
A revisão do plano de manejo foi concluída em 2008, que se baseia no Roteiro Metodológico
de Planejamento: Parque Nacional, Reserva Biológica, Estação Ecológica (GALANTE et al., 2002).
O roteiro representa uma evolução da metodologia anteriormente citada, adaptada ao planejamento
das unidades de conservação federais brasileiras.
Neste plano de manejo constam as normas que devem orientar o uso e o manejo dos seus
recursos naturais e a implantação das estruturas físicas necessárias. Estas orientações são norteadas
por objetivos específicos, obtidos de um diagnóstico ambiental que analisa tanto o parque como sua
região de entorno, ou seja, a área que o circunda e pode exercer influência sobre este. Também
agrega informações oriundas de projetos especiais para a área.
O objetivo básico do PNT é a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância
ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento
141

de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de


turismo ecológico.
Na interseção com o PNT podem ser distinguidas sete bacias hidrográficas, relacionadas
abaixo: da Baía de Guanabara; microbacias hidrográficas insulares da Baía de Guanabara; da
baixada de Jacarepaguá; da Lagoa Rodrigo de Freitas; microbacia hidrográfica oceânica da Urca,
Leme e Copacabana; das Lagunas de Piratininga e Itaipu; do sistema lagunar de Maricá.
No plano de manejo (ICMBIO, 2008) existem diversos trechos que ressaltam a importância
da proteção do PNT atrelada à proteção dos mananciais para a qualidade e quantidade de água.
Considerando a relevância da vegetação na redução do impacto direto das chuvas no solo,
principalmente pela serapilheira, foram realizados estudos sobre a ação protetora das florestas, em
termos da redução do potencial erosivo das águas pluviais, no Alto Cachoeira, como também
estudos comparativos nas trilhas do PNT (Coelho Netto, 1985, 1992; Vallejo, 1982 apud ICMBIO,
2008). Outros estudos (CASTRO JÚNIOR, 1991; CASTRO JÚNIOR et al., 1989 apud ICMBIO,
2008) abordaram a relação entre as taxas de infiltração dos solos, pluviosidade e o papel dos
paredões rochosos na hidrologia do Maciço da Tijuca.

13.2 LEVANTAMENTO DE DADOS E INFORMAÇÕES


As outorgas de direito de uso de recursos hídricos no Estado do Rio de Janeiro são emitidas
pelo Instituto Estadual de Ambiente – INEA. Em contato com o gestor responsável por essas
outorgas, Alexandre Cruz, foram concedidos todos os dados referentes às outorgas superficiais e
subterrâneas, inclusive localização geoespacializada e vazões máximas outorgadas.
A exploração dos mananciais de água do PNT ocorre de forma oficial pela Companhia de
Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), empresa concessionária dos serviços de água e
esgoto e, de maneira informal por alguns moradores do entorno. Apesar da captação da CEDAE ser
oficial, ela ainda não é regulamentada pelo PNT e nem outorgada pelo Instituto Estadual do
Ambiente - INEA.
Todas as captações e as Unidades de Tratamento (UT) da CEDAE que margeiam o PNT
foram visitadas, sendo elas:
 Floresta da Tijuca: UT Afonso Viseu (na cascatinha), UT Dois Murinhos (na represa
Mayrink) e UT Açude Solidão (nos rios Solidão e Bela Vista).
 Serra da Carioca Gávea Pequena: UT Gávea Pequena (rio Mocke), UT Taylor (nos
contribuintes da bacia do rio Cachoeira) e UT Paineiras e UT Corcovado (nos rios
Paineiras e Represinha).
142

Como muitas das áreas de entorno do PNT não são beneficiadas pela rede pública de
abastecimento (CEDAE), muitas comunidades utilizam a captação informal para terem acesso à
água de qualidade, de maneira menos custosa. A captação informal é realizada de duas maneiras: a
proveniente da canalização direta da água procedente de rios, de fontes ou de poços protegidos pelo
PNT ou através de conexões clandestinas junto à tubulação da CEDAE (MAY, 2006).
As captações informais nas nascentes localizadas dentro do PNT são frequentes, e independe
de classe social, como exemplos, as comunidades de baixa renda moradoras nos bairros do Alto da
Boa Vista - Mata Machado, Tijuaçu, Agrícola, de Maracaí e Biguá, Biquinha, Furnas e Fazenda; de
Jacarepaguá - Inácio Dias, Bela Vista, Vale do Paraíso, Colina, da Nova Divinéia – Borda do Mato,
do Morro da Reunião e do Méier - Ouro Preto, além de comunidades de classe média do Jardim
Botânico, do Horto e algumas residências situadas nas ruas Lopes Quintas e Sara Vilela
(VELLOSO, 2005).
A pressão de captações informais – provocada por ocupações irregulares, crescimento de
favelas e expansão imobiliária – é decorrente, dentre outros aspectos, da forma histórica da
ocupação da cidade e de políticas públicas que não têm como prioridade a proteção e a integração
entre as unidades de conservação e seu entorno (MAY, 2006).
Para o reconhecimento do local e levantamento de dados e informações, foi realizada uma
visita técnica ao PNT nos dias 06 a 08 de outubro de 2014. A primeira visita ocorreu na sede da
CEDAE, para consolidar contatos para a aquisição de informações sobre as captações de água e
permissão para visitá-las. Em seguida foram visitadas todas as captações de água e unidades de
tratamento localizadas no entorno do PNT (Tabela 70). As águas são captadas muito próximas a
suas nascentes e possuem boa qualidade, não se fazendo uso de outros produtos químicos, além do
cloro, para atender as exigências normativas de abastecimento doméstico.
Junto à CEDAE, foram obtidos os seguintes dados: vazão de água captada, população
abastecida, turbidez nos pontos de captação e relação de custos com o tratamento da água em
relação à turbidez.

Tabela 70. Localização (UTM – Z 23 Sul), vazão e turbidez das microbacias de captações de água do PNT.
Vazão Turbidez População
Bacia Captações de Água Latitude Longitude
(L/s) (NTU) abastecida
0 Corcovado 7461416 682958 0,8 1,74 -
1 Paineiras 7461396 683029 5 1,71 3000
2 Açude Solidão 7459916 675618 2 400
3 Dois Murinhos 7460132 676592 2,7 3,15 720
4 Afonso Viseu/ Cascatinha 7459959 676626 60 3,27 16965
5 Taylor 7459435 677205 1,33 1,67 295
143

Vazão Turbidez População


Bacia Captações de Água Latitude Longitude
(L/s) (NTU) abastecida
6 Gávea Pequena 7458665 677497 9,25 1,7 2855
Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Nas respectivas Unidades de Tratamento de Água das captações citadas acima, há apenas
tratamento de água para desinfecção por hipoclorito de cálcio ou de sódio; adicionalmente, na UTA
Afonso Viseu, há fluoretação por fluorsilicato de sódio. Devido à baixa turbidez medida nas
captações de água, não há qualquer tratamento e nem custo associado à redução da turbidez.
A última visita foi à ETA Guandu, que demonstra um ambiente totalmente diferenciado, pois
está instalada num rio urbano e possui a maior capacidade de captação de água do mundo; assim, a
ETA apresenta todos os processos de tratamento de água em grande escala, fazendo grande uso de
produtos químicos para tratamento da turbidez e outros parâmetros.
Para redução da turbidez, são utilizados quatro produtos químicos: sulfato de alumínio
líquido, cloreto férrico, policloreto de alumínio e polieletrólito em emulsão, representando um custo
anual de R$ 26.453.877. A vazão de água captada no mesmo período (outubro de 2013 a setembro
de 2014) é de 1.436.911.194 m3, sendo uma vazão média de 46.197 L/s. Assim, o custo com a
redução da turbidez é aproximadamente R$ 0,01841 por m3.

13.3 BACIA DE DRENAGEM


As captações de água são realizadas nas bordas do Parque Nacional da Tijuca, recebendo
proteção integral pela área da UC. As microbacias de drenagem foram delimitadas de acordo com
as localizações das captações informadas pela CEDAE. Na Tabela 71 são apresentadas as principais
informações sobre cada microbacia e as mesmas podem ser visualizadas na Figura 82.

Tabela 71. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela CEDAE que interseccionam com o PN Tijuca.
Comprimento do
Área Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico curso d'água
(km2) altitude (m) altitude (m)
principal (km)
0 Corcovado 0,70 1.149,34 365 527
1 Paineiras 0,82 1.239,00 336 527
2 Açude Solidão 0,86 738,00 413 600
3 Dois Murinhos 3,71 2.663,17 406 680
4 Afonso Viseu/ Cascatinha 3,75 2.881,93 371 680
5 Taylor 0,21 305,81 368 486
6 Gávea Pequena 0,26 118,29 327 341
144

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

Figura 82. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico pela
CEDAE que interseccionam com o PN Tijuca.

Fonte: elaborado pelos autores (2015).

13.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 72, 73 e 74, são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação do Rio de Janeiro - RJ (código 83743), Resende – RJ (código
83738) e Cordeiro – RJ (código 83718) para o período de 1983 a 2013. Essas são estações
pertencentes à Unidade de Conservação do PN da Tijuca.

Tabela 72. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83743 (Rio de Janeiro, RJ).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1973 4166,01 768,14 768,14 0,00 284,58 0,00 0,00 0,00 301,99 46,71 0,00 279,52 6615,07
1974 52,17 0,00 0,00 403,40 0,00 45,49 0,00 0,00 0,00 442,65 0,00 1550,21 2493,92
145

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1975 773,48 0,00 0,00 310,88 2170,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 325,39 344,69 3925,43
1979 1210,26 0,00 0,00 0,00 0,00 892,82 0,00 562,67 0,00 0,00 325,39 344,69 3335,84
1980 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 102,02 507,63 752,59 1362,24
1981 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 288,46 409,94 824,83 419,26 2863,92 4806,41
1982 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 865,39 0,00 0,00 976,18 1034,07 2875,64
1983 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2596,16 0,00 0,00 2928,55 3102,20 8626,91
2002 863,72 0,00 109,68 220,32 461,65 319,19 0,00 0,00 243,56 0,00 811,73 1384,59 4414,44
2003 1524,59 0,00 0,00 440,64 0,00 238,86 0,00 242,47 431,50 1327,65 201,76 176,80 4584,28
2004 202,84 0,00 219,37 0,00 203,01 59,82 432,91 0,00 0,00 423,09 816,72 381,32 2739,07
2005 424,11 2467,56 2467,56 340,30 0,00 300,23 0,00 0,00 179,47 780,54 960,58 941,98 8862,34
2006 2832,78 508,29 508,29 710,38 478,91 0,00 0,00 0,00 0,00 353,02 287,49 282,00 5961,15
2007 59,82 448,81 448,81 191,74 477,21 0,00 0,00 0,00 0,00 2832,39 338,38 990,10 5787,26
2008 314,23 0,00 1066,14 52,17 0,00 0,00 52,61 0,00 0,00 0,00 940,77 282,91 2708,84
2009 1640,43 250,85 250,85 0,00 0,00 57,97 0,00 0,00 286,49 906,69 235,41 517,95 4146,64
2010 2941,53 308,32 308,32 5882,71 0,00 0,00 310,88 0,00 0,00 527,79 0,00 3329,04 13608,58
2011 538,40 0,00 0,00 3441,71 0,00 0,00 0,00 0,00 157,83 167,11 324,80 0,00 4629,83
2012 1186,91 0,00 228,09 0,00 219,37 235,76 0,00 0,00 555,01 0,00 293,24 0,00 2718,37
2013 1983,85 49,61 49,61 428,69 0,00 272,78 182,16 349,72 0,00 0,00 303,76 1713,26 5333,43
2014 5951,55 148,83 148,83 1286,06 0,00 818,35 546,47 1049,16 0,00 0,00 911,28 5139,77 16000,30
Média 1269,84 235,73 313,03 652,81 204,56 154,35 72,62 283,53 122,18 415,93 567,06 1210,08 5501,71
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 73. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83738 (Resende, RJ).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 386,71 1821,88 1821,88 529,91 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 370,61 1093,23 1744,75 7768,97
1995 4991,01 247,97 247,97 190,35 0,00 0,00 0,00 0,00 803,24 474,23 1343,24 687,51 8985,53
1996 634,68 1952,75 558,63 0,00 0,00 365,15 1095,48 0,00 799,78 2081,77 954,44 989,32 9432,00
1997 797,88 605,83 605,83 176,80 0,00 0,00 0,00 0,00 312,06 2301,83 98,39 951,62 5850,24
1998 359,32 1625,42 1625,42 0,00 248,44 0,00 0,00 174,15 398,36 252,46 250,89 687,51 5621,98
1999 338,38 817,70 817,70 0,00 60,75 0,00 0,00 0,00 0,00 234,21 1253,49 5916,56 9438,79
2000 1636,98 1336,71 53,48 242,47 0,00 0,00 0,00 266,14 61,22 1142,28 2235,52 989,32 7964,13
2001 340,25 581,75 581,75 0,00 0,00 0,00 0,00 133,07 30,61 688,24 1744,51 3452,94 7553,14
2002 988,62 959,23 317,62 121,24 0,00 0,00 0,00 0,00 246,72 230,77 59,82 1089,67 4013,68
2003 1617,20 462,37 462,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1347,93 1653,47 106,59 5649,92
2004 2225,33 825,48 0,00 242,47 57,06 0,00 182,16 0,00 0,00 520,85 121,43 472,40 4647,17
2005 2256,43 1593,92 1593,92 394,86 210,22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 704,43 507,95 7261,74
2006 553,53 2803,18 2803,18 183,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1217,05 1175,54 1837,89 10573,87
2007 4279,88 783,96 783,96 233,08 0,00 0,00 46,30 0,00 0,00 387,14 559,89 52,61 7126,81
2008 1768,90 4270,93 1018,21 47,11 0,00 0,00 0,00 178,13 0,00 56,15 1377,40 259,58 8976,41
2009 2092,92 1983,02 1983,02 240,43 0,00 0,00 0,00 0,00 633,41 812,87 2139,82 3378,48 13263,97
2010 3082,13 0,00 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 0,00 595,99 367,11 1240,22 6189,81 11535,55
2011 707,08 3612,83 3612,83 507,70 0,00 0,00 0,00 0,00 503,76 325,39 318,10 2104,04 11691,73
146

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2012 234,21 373,59 1196,71 390,97 0,00 51,31 0,00 0,00 0,00 397,97 0,00 869,73 3514,49
2013 4276,71 1190,61 1190,61 0,00 0,00 0,00 669,13 0,00 0,00 59,35 2181,08 1059,78 10627,26
2014 203,92 252,99 252,99 330,09 0,00 0,00 240,43 0,00 351,63 720,89 2209,97 964,76 5527,67
Média 1608,19 1338,20 1025,15 185,30 27,45 19,83 106,36 35,79 225,56 666,15 1081,66 1633,94 7953,57
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Tabela 74. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83718 (Cordeiro, RJ).

EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 339,15 560,65 229,26 0,00 115,38 0,00 0,00 0,00 60,62 111,02 1238,30 1252,42 3906,81
1995 2266,53 511,41 840,82 25,23 0,00 97,96 0,00 0,00 45,09 513,55 929,79 2119,17 7349,55
1996 1279,40 98,70 757,52 50,46 0,00 195,92 0,00 0,00 410,44 0,00 2388,52 1999,15 7180,11
1997 3253,66 924,13 924,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 279,52 186,23 2299,31 890,96 8757,92
1998 750,15 2348,86 2348,86 0,00 201,76 0,00 0,00 0,00 0,00 317,82 439,80 271,82 6679,08
1999 684,66 312,07 312,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100,54 949,82 2359,16
2000 908,34 1536,04 210,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 242,47 0,00 1252,85 849,10 4999,26
2001 149,42 235,52 235,52 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 121,24 0,00 676,70 899,46 2317,87
2002 528,88 885,78 223,00 0,00 230,77 0,00 0,00 0,00 0,00 222,05 1799,90 1605,37 5495,74
2003 1474,32 242,47 242,47 267,79 0,00 0,00 0,00 197,33 0,00 183,51 654,86 392,97 3655,73
2004 205,88 1260,88 437,67 44,69 359,32 0,00 0,00 0,00 0,00 248,51 1871,51 965,77 5394,23
2005 1500,15 794,25 794,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1179,44 356,77 4624,86
2006 294,50 619,01 619,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1212,66 2152,69 922,39 5820,26
2007 12573,33 709,28 709,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 548,43 932,45 1496,18 16968,95
2008 2448,11 1003,03 967,81 0,00 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 49,61 573,13 4428,81 9666,42
2009 2671,36 293,69 293,69 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 204,44 0,00 3572,96 1977,52 9209,58
2010 333,21 231,14 231,14 254,72 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 440,37 1511,43 1655,53 4657,54
2011 1678,06 544,78 544,78 258,15 58,89 0,00 0,00 330,93 0,00 187,60 898,90 3318,44 7820,52
2012 6835,52 186,23 1164,02 0,00 236,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 54,81 404,05 8880,91
2013 618,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 240,43 1462,93 3318,44 5640,47
2014 94,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1706,56 1861,24 3662,63
Média 1947,05 633,23 575,51 52,24 66,59 13,99 0,00 25,15 64,94 212,47 1318,92 1520,73 6430,84
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Foi realizada a interpolação dos resultados da erosividade para as estações meteorológicas


mencionadas, e o Fator R para o PN Tijuca pode ser visualizado na Figura 83.
147

Figura 83. Mapa geoespacializado do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes ao PNT.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

13.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pelo IBGE e valores de referência para o Fator K. Os valores de erodibilidade utilizados são
apresentados na Tabela 75 e sua espacialização pode ser visualizada na Figura 84.

Tabela 75. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica nas bacias de drenagem do PNT.
Pedologia Fator K Referência
LVAd4 0,0118 Bloise et al (2001b)
AR 0,0000 Borges (2009)
urbano 0,0000 Gurgel et al (2011)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
148

Figura 84. Mapa geoespacializado do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes ao PNT.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

13.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pelo SOS Mata Atlântica e
pelo IBGE e os fatores C foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al
(2006) Silva, Schulz & Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et
al., 1998) e, principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). Os valores e geoespacialização dos fatores
de usos e cobertura da terra encontram-se, respectivamente, na Tabela 76 e Figura 85.

Tabela 76. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica nas bacias do PNT.
Uso e Cobertura Fator C
Área urbana 1
Mata 0,001
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
149

Figura 85. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem referentes ao PNT.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

13.7 CENÁRIO HIPOTÉTICO


A fim de estimar a efetividade da proteção dos recursos hídricos pela UC e quantidade de
perda do solo evitada no cenário atual, foi projetado um cenário hipotético em que não existiria a
área de proteção e seu local seria ocupado pelos usos comuns no entorno.
Assim, foi estipulado um buffer no entorno da UC e seus usos e coberturas da terra foram
projetados para a área que seria “desprotegida” neste cenário hipotético, alterando os fatores C e,
consequentemente, a perda do solo. Os fatores de uso e cobertura da terra para a UC, atuais e no
cenário hipotético, podem ser visualizados nas Figuras 86 e 87, respectivamente.
150

Figura 86. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Tijuca atualmente.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 87. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Tijuca no cenário hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


151

13.8 MODELAGEM COM BASE NO CENÁRIO ATUAL DE USOS E COBERTURA DA


TERRA
Os mapas referentes aos fatores da perda de solo referentes ao PN Tijuca foram convertidos
em raster e, por meio da álgebra de mapas, foram obtidos os resultados da EUPS. Os resultados da
exportação de sedimentos para cada microbacia dos pontos de captação outorgados pela CEDAE
são apresentados na Tabela 77, para as perdas do solo absolutas (em t/ano) e relativas (em t/ha.ano),
e sua espacialização pode ser observada nas Figuras 88, 89 e 90.

Tabela 77. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CEDAE que interseccionam com o PN Tijuca.

Recurso Hídrico de USLE atual USLE atual USLE futuro USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano.ha) (t/ano) (t/ano.ha)
0 Corcovado 27.461 262.909 393,4 3.766,4
1 Paineiras 27.459 261.544 334,3 3.184,4
2 Açude Solidão 32.994 58.653 385,2 684,8
3 Dois Murinhos 49 49 0,1 0,1
4 Afonso Viseu/ Cascatinha 5.185 16.672 13,8 44,5
5 Taylor 5.775 138.120 273,3 6.535,4
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 88. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Tijuca atualmente.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).


152

Figura 89. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Tijuca no cenário hipotético.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Figura 90. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PN Tijuca entre os dois cenários.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

13.9 VALORAÇÃO
Segundo informações da CEDAE, as captações de água localizadas na borda do PN
apresentam turbidez muito baixa, não se fazendo necessário tratamento com produtos químicos para
153

reduzir a turbidez. Assim, foi utilizada a relação linear do custo de tratamento, referente à turbidez,
por m3 calculada para a ETA Guandu, também operada pela CEDAE, expressa na Equação 20 (em
que, y = custo com o tratamento de redução da turbidez; x = vazão de água):

y = 0,01841. x Equação 20

Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os valores


de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento urbano e,
posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e futuro
(com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de drenagem). Os
resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são apresentados na
Tabela 78.

Tabela 78. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CEDAE que interseccionam com o PN Tijuca.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo PSA (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
0 Corcovado 117,87 140,46 8,63 30,27 854.893,89 854.932,80
1 Paineiras 99,87 122,41 63,51 198,72 877.928,97 878.191,21
Açude
2 112,67 118,42 6,19 20,01 115.184,54 115.210,74
Solidão
Dois
3 41,33 41,33 - - - -
Murinhos
Afonso
4 Viseu/ 57,04 68,72 755,30 1.499,46 37.776,28 40.031,03
Cascatinha
5 Taylor 100,40 132,14 22,72 73,36 661.720,90 661.816,99
Gávea
6 76,86 107,41 197,64 531,93 386.061,64 386.791,21
Pequena
Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Os resultados de economia de tratamento de água e disposição de lodo das bacias geradas para
cada captação de água no entorno do PN Tijuca são baixos, não conseguindo subsidiar os custos de
implantação do projeto. Esses valores são justificados pela proximidade da captação de água com a
nascente, gerando pequenas bacias de drenagem e, consequentemente, baixos valores para perda do
solo acumulada. Entretanto, como nas demais bacias de drenagem estudadas, os custos de
desassoreamento evitados são maiores, atingindo valores maiores que R$ 800 mil nas bacias que
correspondem às captações Corcovado e Paineiras da CEDAE.
154

14. VALORAÇÃO ADICIONAL DE FLORESTAS E SOLOS


14.1 PERDAS DE SOLOS E IMPACTOS NA ATIVIDADE AGRÍCOLA
As perdas de solos, conforme computadas ao longo deste trabalho, aplicada às UC, além de
indicarem perdas de serviços ecossistêmicos, como a manutenção da qualidade da água – objeto
central deste trabalho – também implicam em outras perdas, cuja agregação ao PSA poderia
contribuir para a completude do método. Conforme alertado por Sousa Júnior (2011), o foco em
apenas alguns poucos serviços ecossistêmicos num programa de PSA pode ser motivo para
barreiras de implantação, geradas pela assimetria de participação entre beneficiários dos serviços
como um todo e pagadores, restritos estes aos serviços efetivamente valorados.
O método do custo de reposição (MCR) é a reparação de um dano provocado, baseando-se no
custo de reposição ou restauração de um bem danificado sendo esse custo uma medida do seu
benefício (PEARCE, 1993). Considera a agregação dos gastos efetuados na reparação dos efeitos
negativos provocados por algum distúrbio na qualidade ambiental de um recurso utilizado numa
função de produção. Neste caso, os gastos com todo o processo de recuperação do bem, ou do
serviço ambiental, servem como medida aproximada do benefício que a sociedade aufere por ter um
determinado recurso.
A aplicação do método do custo de reposição de nutrientes é a quantificação das perdas de
nutrientes usando como parâmetro a equivalência de preços de fertilizantes encontrados no
mercado. Inicialmente calcularam-se as quantidades de fertilizantes necessárias para repor a
fertilidade do solo, perdida no processo de erosão. Em seguida, calcula-se o custo monetário com
base nos preços de mercado dos fertilizantes considerados e agrega o custo de aplicação dos
fertilizantes.
Para dois tipos de cultivos de cana-de-açúcar, Tosto et al. (2011) apontam custos de reposição
de fertilizantes (despesas com fertilizantes e aplicações) bem diferentes, sendo R$ 19,49/ha para a
cana mecanizada e de R$ 72,98/ha para a cana queimada. Marques et al. (2005) apontam valor de
R$ 24,12/ha para a reposição de nutrientes em uma área com agricultura de base familiar, onde os
produtos agrícolas de maior importância econômica foram: hortaliças, frutíferas, café, pastagens,
cana de açúcar, milho e mandioca. Os autores citam também que parte desses nutrientes pode ser
regenerado naturalmente, diminuindo as perdas ao valor de R$ 13,50/ha. Andrade et al. (2011)
calcularam o custo de reposição de nutrientes na área de um empreendimento sucroalcooleiro no
município de Catanduva; os valores encontrados foram, em média, R$ 33,92/ha na cana queimada e
R$ 21,12/ha para a cana crua.
155

Sarcinelli (2008) analisou a viabilidade econômica da mitigação de impactos agro-ambientais


diagnosticados na microbacia do córrego Oriçanguinha. Avaliou-se que 59% das APP’s de
vegetação ripária encontram-se ocupadas por atividades agropecuárias e que o custo de reposição
dos nutrientes é, em média, R$ 61,37/ha. O autor calculou o custo específico para cada sistema
agrícola: produção de eucalipto (R$ 55,52/ha), cafeicultura (R$ 61,92/ha), pastagem (R$ 34,00/ha),
cana-de-açucar (R$ 86,98/ha), produção de milho (R$ 120,87/ha) e olericultura (R$ 86,93/ha).
Tais valores poderiam ser considerados, na implantação de programas de PSA-Água,
agregando ao sistema os valores associados à proteção dos solos, protagonizada pelas UC, em
algumas situações específicas, ampliando, assim, o alcance do programa.

14.2 PERDA DE COBERTURA VEGETAL E ESTOQUES DE CARBONO


A valoração do serviço ecossistêmico de sequestro e armazenamento de carbono nas áreas das
UC pode ser calculada através da quantificação dos estoques de carbono, e posteriormente, sua
valoração através do preço comercializado por créditos de carbono no mercado voluntário de
REDD (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation). Da mesma maneira,
pode-se estimar o balanço de carbono entre diferentes cenários.
Para subsidiar a importância da conservação das áreas protegidas, a valoração deste outro
serviço ecossistêmico foi realizada para o PN Brasília, já que este apresentou os melhores
resultados para o PSA de água para abastecimento público. Utilizou-se o módulo “Carbon” do
modelo InVEST, desenvolvido pelo Natural Capital Project, para quantificar, valorar e mapear o
armazenamento de carbono através de mapas de uso do solo, tabelas biofísicas com os estoques de
carbono e dados econômicos do mercado de carbono.
Os resultados apontaram que, no cenário atual, a UC agrega aproximadamente 7,4 milhões de
toneladas de carbono em sua paisagem. Caso a UC seja desafetada e considerando a ocupação no
entorno como um cenário futuro hipotético, esse armazenamento de carbono seria reduzido para 3,3
milhões de toneladas de carbono. Assim, estima-se uma perda de 4,1 milhões de toneladas de
carbono para as alterações de uso e ocupação da terra entre os dois cenários indicados. Essa perda
de carbono é valorada em aproximadamente 111 milhões de dólares, caso todo o carbono que seria
eventualmente disponibilizado para atmosfera fosse comercializado num mercado de REDD.
156

15. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho é realizada uma análise prévia de implantação de mecanismo de PSA pelos
serviços ecossistêmicos associados aos usos da água sob proteção de UC. É proposto um modelo
para a conservação ambiental em microbacias a partir do estabelecimento de relações dose-resposta
associadas ao custo de tratamento/mitigação da degradação do meio hídrico, tendo como parâmetro
balizador a turbidez da água. Neste modelo, os pagadores seriam os usuários de água beneficiados
pela manutenção da quantidade e qualidade de água à jusante da unidade de conservação, sensíveis
às variações de sedimentos em suspensão na água.
Para este estudo, os usos considerados foram o abastecimento doméstico, cujo tratamento
reflete os custos de mitigação da turbidez, e aproveitamento hidrelétrico em reservatórios de
acumulação, cuja manutenção exige a dragagem periódica dos sedimentos acumulados, de forma a
manter a capacidade de geração.
Os resultados gerados apontam viabilidade de programas de PSA associados ao tratamento de
água em quatro bacias de drenagem, referentes aos seguintes pontos de captação de água: Represa
do Jaguari (APA Paraíba do Sul), Torto e Santa Maria (PN Brasília) e ETA Tijucal (PN Chapada
dos Guimarães). As mesmas bacias, com exceção da ETA Tijucal, também apresentam os maiores
valores para o custo evitado com a disposição do lodo.
Nas bacias do Torto e de Santa Maria, as captações de água operadas pela CAESB, podem
justificar o pagamento pela proteção do recurso hídrico exercida pelo Parque e auxiliar a
conservação dessas áreas e continuidade do provimento do serviço ecossistêmico.
Para a Represa de Jaguari, a iniciativa do PSA subsidiaria a recuperação de pastagem
degradada por áreas de floresta perene, diminuindo a perda do solo e, consequentemente, o custo no
tratamento de água captado pela SABESP.
No caso da FN Araripe-Apodi e do PN Tijuca, os valores baixos são justificados pela
proximidade das captações de água com as nascentes, gerando pequenas bacias de drenagem e,
consequentemente, baixo valor de perda do solo acumulada. Entretanto, considerando que o projeto
de PSA nessas áreas auxiliaria na conservação de áreas já protegidas pelas UC, podem apresentar
um baixo custo de implantação, sua adoção deveria ser objeto de avaliação.
As demais UC apresentam áreas de intersecção pouco representativas quando comparadas ao
tamanho das bacias de drenagem, indicando a ineficiência em aplicação de PSA, a considerar
apenas os usos para abastecimento doméstico.
No que concerne ao desassoreamento, quase todas as bacias apresentaram valores elevados
referentes aos custos evitados de dragagem. Estes valores podem ser considerados como possíveis
157

benefícios no caso das UC que suportam reservatórios, que contribuem com proteção de água para
geração de energia elétrica (PN Chapada dos Veadeiros e PN Mapinguari) ou mesmo para redução
de custos com manutenção periódica visando abastecimento doméstico (PN Brasília).
O levantamento de custos de oportunidade da conservação ambiental nas microbacias,
refletida pela lucratividade dos diversos usos do solo, em nível do produtor rural, também é uma
fonte importante de dados para o modelo e carece de aprimoramento. Seu conhecimento permitiria
avaliar os custos e benefícios de implantação de programas de PSA, especialmente nos casos em
que este se destina à recuperação de áreas degradadas ou conversão de atividades agropastoris em
iniciativas de conservação (caso da APA Mananciais do Paraíba do Sul).

15.1 RESSALVAS
Embora se tenha buscado suprir lacunas de dados primários para a elaboração do modelo,
especialmente àqueles relacionados diretamente à função dose-resposta central, ou seja, a taxa de
aporte de sedimentos das microbacias, a carência de medições in situ de vazão, transporte de
sedimentos pelos exutórios das bacias e estudos de granulometria – que pudessem prover
inferências sobre a tendência, maior ou menor, à sedimentação –, pode comprometer estes
resultados. No entanto, uma vez que o modelo utilizou dados reais e ou equações empíricas
consolidadas, é de se esperar que uma posterior calibração não apresente diferenças consideráveis
nos resultados finais.
Um fator crítico em praticamente todas as bacias estudadas é a carência, ou completa
ausência, de dados históricos e instantâneos de vazão. Como o modelo utiliza esta informação
acoplada à Taxa de Aporte de Sedimentos, a ausência de um bom referencial de vazão nas bacias
estudadas é um fator importante de distorção dos resultados finais. Nas bacias onde esta informação
não estava disponível, foi considerada a vazão de captação (para fins de abastecimento doméstico)
como entrada para o modelo. Tal fato tende a gerar uma superestimativa dos valores de PSA,
atenuada sempre que a vazão de captação se aproxima à vazão real do corpo d’água em estudo.
Somando-se a isso a ocorrência de erros sistemáticos nas informações espacialmente
explícitas, em especial nos dados de usos do solo e mapas de erodibilidade, fica reduzida a
possibilidade de aplicação direta dos resultados deste trabalho, e, portanto, estes dados devem ser
analisados com cautela. Neste sentido, os valores aqui transcritos devem ser analisados a partir de
suas ordens de grandeza, para fins de uma investigação preliminar e tomada de decisão em nível
estratégico. A efetiva realização de um programa de PSA em qualquer das UC analisadas exigiria
um estudo em escala apropriada e, sempre que possível, com funções dose-resposta estabelecidas a
partir de uma base de dados empíricos coletados localmente. De qualquer forma, o trabalho mostrou
158

a viabilidade da associação da proteção ambiental de áreas de mananciais com o serviço


ecossistêmico da qualidade da água, a partir de um único parâmetro agregador, no caso a turbidez
ou a quantidade de sedimentos em suspensão.
Há que se ressaltar os efeitos de adicionalidade não contemplados e que podem gerar
demandas por compensação ambiental ou pela implantação de outros fatores no sistema de PSA.
Um exemplo disso está relacionado aos fluxos de carbono, alterados quando da recuperação de
áreas degradadas, objeto do PSA.

15.2 RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se, portanto, como trabalhos complementares, o estudo específico do aporte de
sedimentos ao meio hídrico e o transporte destes pelos corpos d’água principais nas bacias em
análise, de forma a validar as estimativas obtidas a partir de referências secundárias.
O desenvolvimento de uma rede sistemática de coleta de dados ambientais em caráter
permanente é ação necessária para a obtenção de resultados mais confiáveis associados aos serviços
ecossistêmicos com reflexo na água. Neste contexto, dados de vazão e sedimentos em suspensão
deveriam ser priorizados.
Por outro lado, é importante também estender o levantamento de custos e benefícios dos
diversos usos dos solos, em nível local, preferencialmente captando dados primários junto aos
produtores. Estes valores possuem uma grande variação local, com possibilidade de alteração muito
grande no resultado final.
Embora possa ser calculada uma tarifa para o PSA/Água, existem diversos outros impactos
aos serviços que não foram considerados. Uma questão a ser considerada, por exemplo, é o caráter
de dupla cobrança quando beneficiários dos serviços ecossistêmicos serão também submetidos à
cobrança pelo uso da água. Ainda que os princípios, instrumentos e a legislação de origem sejam
diferentes, não é trivial o processo de esclarecimento e adesão dos eventuais envolvidos nos dois
mecanismos.
159

AGRADECIMENTOS

Um projeto desta envergadura não seria possível sem o apoio e dedicação de uma equipe
muito maior que a inicialmente elencada para o trabalho. Este apoio, muitas vezes concedido de
maneira voluntária, foi fundamental para a execução das atividades, pelo qual expressamos aqui
nossa real gratidão. Assim, iniciamos esta seção agradecendo a todos que possibilitaram o
desenvolvimento deste projeto, em especial, ao Ministério do Meio Ambiente, por meio do
Programa Nacional do Meio Ambiente II e da Secretaria de Biodiversidade e
Florestas/Departamento de Áreas Protegidas, que, reconhecendo a importância dos serviços
ecossistêmicos, subsidiou esse estudo, especialmente representado pelos servidores que propiciaram
a iniciativa e acompanharam os trabalhos, realizando uma necessária e permanente interlocução
interinstitucional: Renato Rosenberg, Camila Satiro Praxedes, Sérgio Henrique Collaço de Carvalho
e André Lima.
Agradecemos ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio – que
demonstrou grande interesse na execução do projeto e apoiou integralmente a realização de todos as
visitas técnicas e consultas para levantamento de dados e informações realizadas ao longo do
desenvolvimento do mesmo, especialmente os servidores Karina Sales, Alexandre Caminha de
Brito, Arlino Gomes Filho, Carla Marcon, da Coordenação Regional 6 do ICMBio, responsável
pela EE Castanhão; Pedro Augusto Carlos Monteiro e Willian Brito, da FLONA Araripe-Apodi;
Julia Zapata Rachid Dau, Juliana Alvez e Paulo Carneiro, do PARNA Brasília; Eduardo Muccilo
Bica de Barcellos e Cintia Brazão, do PARNA Chapada dos Guimarães; Rafael Amaral, Luciana
Nars, Carla Cristina Guaitanele, do PARNA Chapada dos Veadeiros; Tatiane Rodrigues Lima e
Wilhan Rocha Candido Assunção, do PARNA Mapinguari; João Felipe Heerema Martins da Silva,
Jaqueline Peluzo e Ernesto Viveiros de Castro, do PARNA Tijuca; e Fernando Regis de Siqueira e
Maria Alice Correa Tocantins, da APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
Agradecimentos também aos técnicos e gestores de empresas de saneamento, órgãos de
estado e organizações não governamentais, responsáveis pelo repasse de dados e informações sob
sua tutela, em especial à José Ulisses de Souza, do DNOCS/Complexo Açude Castanhão;
Alexandra Andrade e Tiaraju Fialho, do Instituto OIKOS; Margareth Benício Carvalho, da
FUNCEME; Claireanne Viana, Yarley Brito, Thiago Alves e Eduardo Cesar Araujo, da COGERH;
João Bosco Sá Cavalcante, do Balneário Caldas; Weber Andrade de Girão e Silva, do Projeto
Soldadinho do Araripe; Alan Delamaykon da Silva Lima, da SAAEC; Abraão Evangelista Sampaio,
da CAGECE; Raquel de Carvalho Brostel, Patricia Magalhães Gomes e Georgenis Trigueiro
Fernandes, da CAESB; Álvaro Jose Camargo Da Silva, Helio Luiz Castro e Luciana Lusia Da Silva
160

Calçada, da CAB Cuiabá; Albani Moura Santos, da SANEAGO; Vagner Marcolino Zacarini, da
CAERD; Fábio Balbino, Júlio Cesar Oliveira Antunes, Flávio Carvalho Filho, Eduardo Cordeiro,
Sérgio Marquez, Jose Roberto Da Costa Dantas, da CEDAE; e Luana Pereira e Alexandre Cruz, do
INEA/RJ.
Agradecemos à Demerval Aparecido Gonçalves, Allan Yu Iwama de Mello, Carlos Eduardo
Nakao Inouye e Thiago Carlos Lopes Ribeiro, pelo apoio técnico de geoprocessamento,
imprescindível em algumas fases do estudo.
Agradecemos ainda à Daniela de Oliveira e Silva, Laís Martins Soares e Ana Paula Silva
Ferreira, do WWF-Brasil, pelo apoio para a realização da Oficina de PSA, envolvendo analistas
ambientais das UC estudadas e gestores do MMA e ICMBio, realizada durante os trabalhos do
projeto, atividade esta essencial para o intercâmbio de informações e conhecimentos, e análise
crítica dos resultados dos estudos.
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