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em Unidades de Conservação
Termo de Cooperação MMA/UFERSA
Relatório Final
JULHO, 2015
Termo de Cooperação MMA/UFERSA
Acordo de Cooperação Técnica UFERSA/ITA
Convênio UFERSA/FGD
Equipe técnica
Bruna Fatiche Pavani (Aluna de Doutorado, ITA)
Thiago Carlos Ribeiro (Aluno de Mestrado, ITA)
Luís César de Aquino Lemos Filho (Professor, UFERSA)
Rafael Castelo Guedes Martins (Professor, UFERSA)
Wilson Cabral de Sousa Júnior (Professor, ITA)
Apoio técnico
Amanda de Mello Teixeira
Demerval Aparecido Gonçalves
Diogo Branquinho Ramos
2
Sumário
1. Introdução ..................................................................................................................................... 5
1.1 Motivação .............................................................................................................................. 6
1.2 Justificativa............................................................................................................................ 7
2. Referencial teórico ........................................................................................................................ 9
2.1 Pagamentos por Serviços Ambientais ................................................................................... 9
2.2 Manutenção do solo e qualidade da água ............................................................................ 12
2.3 Quantificação da erosão ...................................................................................................... 15
2.4 Valoração econômica dos serviços ecossistêmicos de retenção de solos ........................... 20
2.5 Tratamento da água para abastecimento doméstico ............................................................ 21
2.6 Custos de desassoreamento ................................................................................................. 23
3. Aspectos metodológicos ............................................................................................................. 25
4. Unidades de Conservação em análise ......................................................................................... 29
5. Levantamento e processamento de dados ................................................................................... 31
5.1 Bacias de drenagem ............................................................................................................. 32
5.2 Informações fisiográficas .................................................................................................... 32
5.3 Mapas de erosividade .......................................................................................................... 32
6. APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul ..................................................................................... 36
6.1 Histórico e objetivos ............................................................................................................ 36
6.2 Levantamento de dados e informações ............................................................................... 38
6.3 Bacias .................................................................................................................................. 40
6.4 Erosividade .......................................................................................................................... 42
6.5 Erodibilidade ....................................................................................................................... 43
6.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC).......................................... 44
6.7 Cenário hipotético ............................................................................................................... 46
6.8 Modelagem com base no cenário atual de usos e cobertura da terra .................................. 47
6.9 Valoração............................................................................................................................. 49
7. Estação Ecológica Castanhão ..................................................................................................... 53
7.1 Histórico e objetivos ............................................................................................................ 53
7.2 Levantamento de dados e informações ............................................................................... 53
7.3 Bacia de drenagem .............................................................................................................. 56
7.4 Erosividade .......................................................................................................................... 57
7.5 Erodibilidade ....................................................................................................................... 60
7.6 Uso e cobertura da Terra (Land Use and Land Cover - LULC).......................................... 62
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1. INTRODUÇÃO
1.1 MOTIVAÇÃO
O crescimento populacional associado às necessidades socioeconômicas gera uma forte
demanda pelo aumento das cidades, da produção de alimentos, da geração de energia elétrica, da
produção de bens de consumo e outros, provocando forte pressão ao ambiente natural. Essa
influência antrópica em uma bacia hidrográfica, juntamente com as características naturais da área
contribuinte, molda o comportamento sedimentológico da bacia (LIMA et al., 2001).
Dependendo da interferência no fluxo natural de sedimentos de um dado curso d’água, seja
pelo aumento da produção e/ou da deposição de sedimentos, os impactos gerados podem ser
irreversíveis. O excesso de sedimentos nos rios constitui um grande problema para sistemas de
bombeamento e de abastecimento, além de causar sérios prejuízos aos usuários de reservatórios. A
manutenção da cobertura florestal nas bacias hidrográficas contribui para retenção de solo das
mesmas e, consequentemente, reduz os custos de tratamento da água para abastecimento público ou
custo com desassoreamento de reservatórios (LIMA et al., 2001).
Ecossistemas naturais preservados conservam e produzem a água utilizada para consumo
humano, uso doméstico, industrial, agrícola, bem como para geração de energia elétrica. A
Convenção da Diversidade Biológica, sob a ótica de serviços ecossistêmicos, está calcada em todo
um volume de conhecimento acumulado que indica a manutenção de volumes de água provida e de
boa qualidade por ambientes naturais – cobertura vegetal natural diminui a velocidade do
escoamento superficial e subsuperficial d’água garantindo maior recarga de sistemas subterrâneos,
além de volume de sedimentos e matéria orgânica carreada para rios e lagos em volumes naturais.
Visando homogeneizar os conceitos, é adotada a definição de “serviços ecossistêmicos” dada
por De Groot et al. (2002), para os quais tais serviços seriam a apropriação humana dos benefícios
das funções ecossistêmicas, definidas por De Groot (1992) como a capacidade de processos naturais
para o provimento de bens e serviços que, direta ou indiretamente, satisfazem necessidades
humanas. Em síntese, ao tratarmos de “serviços ecossistêmicos” estaremos tratando de benefícios
para a atividade humana oriundos de funções do capital natural.
Esta distinção é importante uma vez que a popularização dos termos “serviços ambientais” e
“serviços ecossistêmicos” trouxe também uma profusão de interpretações que muitas vezes ofusca o
7
sentido originalmente proposto para os mesmos. Por outro lado, há proposições com certo grau de
antagonismo, ou generalização, que dificultam a adoção de recortes conceituais. Como exemplo, a
Avaliação Ecossistêmica do Milênio (MA, 2005) adota definição genérica, sem diferir a origem dos
serviços ecossistêmicos (se oriundos do capital natural e/ou antrópico).
Portanto, no que concerne aos serviços ecossistêmicos de redução da erosão do solo e
regularização da vazão de corpos d´água, entende-se que sejam providos a partir da conservação ou
aprimoramento da cobertura vegetal natural e ou uso de práticas conservacionistas no meio rural.
Para que a restauração e a proteção das bacias hidrográficas sejam efetivas, faz-se necessário
que os governos atuem de forma integrada e estabeleçam planos com metas claras, com
instrumentos de governança e gestão, como a cobrança pelo uso da água a todos os usuários. É
importante a implantação de instrumentos econômicos, como o Pagamento por Serviços Ambientais
(PSA), destinados aos proprietários de terras, municípios e Unidades de Conservação que
preservarem essas áreas (SOS MATA ATLÂNTICA, 2014).
Com a incorporação da dimensão ambiental na análise econômica iniciam-se estudos sobre a
valoração monetária dos serviços prestados pelo meio ambiente. A valoração das águas está
relacionada à proteção das bacias hidrográficas, onde a cobertura vegetal se destaca por regular o
ciclo hídrico da água, fazendo a manutenção de vazão, minimizando enchentes, controlando erosões
e assoreamentos, reduzindo o carreamento de sedimentos, e assim, conservando a qualidade da água
(SILVA et al., 2008).
Os serviços de abastecimento público ou geração de energia elétrica podem ser
comprometidos caso não ocorra essa proteção das bacias hidrográficas à montante. Com isso,
justifica-se que seja cobrado daqueles quem se beneficiam da proteção dos recursos hídricos, ao
passo que esses valores devem ser repassados àqueles que ajudam a preservar esses serviços
ecossistêmicos. O resultado final esperado por essa contribuição financeira é a melhoria das
condições hidrológicas da bacia e manutenção da cobertura vegetal (ROSA; KANDEL; DIMAS,
2004).
Estudos acadêmicos realizados por equipes interdisciplinares já produziram material que
serve de subsídio à discussão. No entanto, o entendimento da questão não se encontra plenamente
amadurecido para se proceder à regulamentação e à implantação de sistemas de PSA, que poderia
interferir na atuação de agências reguladoras, impactando concessões e outorgas já concedidas.
1.2 JUSTIFICATIVA
A dificuldade em se tratar da regulamentação destes dois artigos da lei jaz em três aspectos
atinentes à agenda de PSA: a mensuração, quantificação, valoração; o monitoramento do serviço
8
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
No final do século XX, a diversidade biológica começou a ser vista como um trunfo e não
como um obstáculo ao crescimento econômico. Por outro lado, as intervenções públicas são
limitadas à criação e à manutenção, comumente deficitária, de áreas protegidas. Constatando que
esta estratégia está sendo insuficiente para manter a biodiversidade, coloca-se como saída as
atividades econômicas que conservem ou ampliem a diversidade biológica (VEIGA & EHLERS,
2003).
Todo recurso ambiental possui um valor intrínseco, ou seja, um valor próprio, interior,
inerente ou peculiar. O valor ambiental é qualidade das condições ambientais, por exemplo, da
qualidade da água, da composição gasosa da atmosfera e da temperatura adequada para a
manutenção da vida (CETESB, 2011). Entretanto, do ponto de vista econômico, o valor relevante
de um recurso ambiental é o valor de importância dada pelas pessoas para a tomada de decisão,
representando a contribuição dos recursos para o bem-estar social (ORTIZ, 2003).
Os ecossistemas naturais geram diversos bens e serviços que são refletidos no bem-estar dos
indivíduos. Esses benefícios - como a regulação climática, proteção dos ciclos hidrológicos,
conservação da biodiversidade, regeneração dos solos, entre outros – proporcionam as condições
aos processos que dão suporte à vida e, diretamente ou indiretamente, contribuem para a
sobrevivência e bem-estar humanos (FAO 2007; PEARCE, 1993).
A Avaliação Ecossistêmica do Milênio (Millennium Ecosystem Assessment - MA) divide os
serviços ambientais em quatro categorias: serviços de provisão; reguladores; culturais; e de suporte
(MA, 2005). Ecossistemas conservados e bem manejados, como florestas, mangues, ecossistemas
marinhos, entre outros, têm um papel fundamental na provisão desses serviços. Alguns dos serviços
prestados favorecem a sociedade como um todo, como é o caso da proteção de recursos genéticos,
da beleza cênica, da proteção de espécies endêmicas e da mitigação das mudanças climáticas
(BRASIL, 2012).
Por outro lado, os efeitos combinados de crescimento populacional, desenvolvimento
econômico e maior integração global resultam em desmatamento, degradação dos solos, poluição
do ar e dos corpos de água. Alguns dos seus impactos, apesar de afetarem a utilidade e/ou a
produção de outras partes, não se enquadram em mercados privados e, portanto, seus custos e seus
benefícios não se expressam em valores de mercado, sendo extremamente difíceis de serem
mensurados monetariamente através da teoria econômica “tradicional” (AMAZONAS, 2004;
PEARCE, 1993). Esses custos e benefícios sociais, externos ao mercado, são chamados de
externalidades (AMAZONAS, 2004).
10
estabelecido.
O pagamento por serviços ambientais é, portanto, um instrumento de valoração ambiental que
visa a realização de um contrato entre provedores e beneficiários, sendo que os beneficiários
remuneram os provedores pela garantia do fluxo contínuo de determinado serviço ambiental, com
intervenção do Estado para operacionalizar o sistema e garantir o cumprimento dos contratos
(ALTMANN, 2010).
A efetividade desse instrumento depende do seu desenho e de sua implantação dentro do
contexto político, socioeconômico e ambiental do projeto. É necessária uma caracterização dos
serviços ambientais oferecidos, assim como suas ofertas e demandas (FAO, 2007; WUNDER,
2005).
Segundo Sousa Junior (2011), a maioria dos projetos de PSA em curso no Brasil é recente ou
está sendo executado há poucos anos, encontrando-se ainda em fase piloto. Dessa forma há poucos
documentos com estudos que sinalizam as melhores práticas, metodologias e lições aprendidas, com
resultados efetivos. Os projetos mais avançados estão especialmente concentrados na Região
Sudeste e no entorno de grandes cidades.
Observa-se uma grande quantidade de modelos de PSA, tanto em relação às atividades
executadas, como nos meios e valores de remuneração e demais benefícios aos proprietários, sem
haver um modelo padrão. No geral, esses projetos possuem dois enfoques de serviços ambientais
principais gerados:
enfoque na água: projetos que visam à restauração de áreas degradadas e/ou
preservação de fragmentos de florestas, assim como o controle de erosão, para a
conservação e melhoria dos recursos hídricos;
enfoque no clima (carbono): projetos que visam à restauração de áreas degradadas
para a fixação de carbono atmosférico e/ou a preservação de fragmentos de florestas
para a manutenção de estoques de carbono.
Há ainda alguns projetos de PSA que procuram promover a conservação da biodiversidade
como serviço ambiental, inclusive em propriedades encontradas nas zonas de amortecimento e
sujeitas à desapropriação das UC, estimulando a preservação das áreas pelo particular, enquanto não
ocorre a regularização fundiária.
A implantação destes projetos e programas tem exigido um complexo arranjo institucional,
envolvendo parcerias entre instituições governamentais e não governamentais, além de uma
pequena participação do setor privado. Um dos grandes desafios enfrentados na implantação de
PSA é justamente a definição de quem deve pagar pelo serviço gerado.
A maioria dos projetos de PSA considera o custo de oportunidade (valor de produção de uma
12
unidade do território), como referência-base para o cálculo do valor do pagamento por serviços
ambientais, com acréscimos aplicados a este valor em função da especificidade de cada projeto.
Outro importante aspecto dos programas de PSA é sua fase obrigatória de monitoramento e
verificação, comprovando através do acompanhamento periódico se as ações estão efetivamente
sendo executadas com qualidade. Estas ações são, em geral, de alto custo e requerem
conhecimentos especializados, além de treinamento de equipes de campo.
A avaliação dos projetos em curso no Brasil permite concluir que o reconhecimento dos
esforços conservacionistas dos produtores rurais vem se dando tanto por meio de remuneração
econômica como de benefícios não-financeiros, como a geração de empregos e adequação
ambiental da propriedade, por meio da introdução de práticas sustentáveis na produção, com efeitos
diretos sobre a renda do produtor rural. Uma das questões que estão sendo discutidas por
idealizadores de projetos e programas de PSA é que os mesmos deveriam evitar o caráter
assistencialista.
Um outro importante aspecto de programas de PSA, em geral, é que, além do impacto dos
pagamentos na renda dos proprietários da terra, pode haver benefícios associados ao próprio serviço
ambiental, como a possibilidade de comercialização de produtos não-madeireiros, a redução nos
custos de tratamento de água e a emissão de créditos por redução de gases de efeito estufa, entre
outros.
hidrográficas do Sistema Cantareira, do Rio Paraíba do Sul e do Rio Guandu, além da presença de
vegetação nativa nas margens dos rios que abastecem seus reservatórios.
No Sistema Cantareira, principal símbolo dessa crise hídrica, observou-se que cerca de 80%
das áreas de mananciais não contêm cobertura vegetal. Restam apenas 488 km2 (21,5%) de
vegetação nativa na bacia hidrográfica e nos 2.270 km2 do conjunto de seis represas que formam o
sistema. Do total de rios mapeados, somente 1.196 km (23,5%) possuem em seu entorno vegetação
natural.
Nos 56.445 km2 que compõe a Bacia do Rio Paraíba do Sul, a situação não é muito diferente,
já que somente 14.914 km2 (26,4%) contém cobertura natural. A extensão de rios mapeados é de
42.680 km. Desses, apenas 7.599 km (17,8%) encontram-se em áreas com cobertura florestal
superior a 1 hectare. Outros 35.081 km (82,2%) estão em áreas alteradas.
No contexto do provimento de água para as duas principais regiões metropolitanas do país, a
Bacia Hidrográfica do Rio Guandu é a que está em melhor situação, em termos de conservação de
mananciais, com 2.939 km2 (62,2%) de remanescentes naturais em bom grau de conservação e
1.584 km (61,9%) de rios situados em áreas com vegetação nativa. Os bons índices de cobertura
florestal devem-se, sobretudo, às Unidades de Conservação públicas e privadas existentes nessa
região, sendo 1.584 km2 (67% da área preservada).
Ações de recuperação dessas bacias hidrográficas produtoras de água, seja por regeneração
natural ou por meio dos esforços de restauração florestal para proteção das nascentes e das margens
dos rios, são fundamentais para proteção do fluxo hídrico, extraindo umidade do ar, reabastecendo
os lençóis freáticos e impedindo a erosão do solo e o assoreamento de rios, entre outros benefícios.
Um solo bem conservado possui certa quantidade de propriedades que se traduz nos serviços
ecossistêmicos muito úteis para aumentar a produção agrícola: estoque de água, produção de
nutriente, controle de pragas e resiliência (BOUMANNS et al., 2010). A retenção de solo em seu
ecossistema originário mantém uma quantidade de nutrientes, cujo fluxo com o meio biótico é fator
de suporte à manutenção da vegetação associada. A manutenção dos solos implica também em um
menor transporte de sedimentos para o meio hídrico. Embora este conjunto de propriedades dos
solos seja essencial para a produção agrícola, há ainda diversas outras funcionalidades que influem
no funcionamento dos sistemas bióticos.
De acordo com Doran e Parkin (1996), o uso do solo deve considerar seus limites de
resiliência, uma vez que o mesmo tem função tampão para ar, água, produtos químicos e nutrientes.
Assim, deve-se considerar tanto o interesse na produção quanto na manutenção de suas funções
ecológicas.
14
A erosão é um dos principais fatores de impacto sobre os recursos hídricos, associados ao uso
dos solos tanto no meio rural quanto no meio urbano. Anualmente um grande volume de
sedimentos é perdido de solos com algum grau de fertilidade, vindo a sedimentar nos cursos d’água,
afetando os usos mais a jusante dos corpos hídricos. Segundo Manzatto et al (2002), estima-se um
custo agregado de cerca de US$ 2,64 bilhões/ano causados aos produtores diretamente e à
sociedade indiretamente com as perdas de solo em território brasileiro.
A erosão é um fenômeno de origem natural associado à desagregação das porções mais
superficiais do solo a partir da ação de agentes exógenos diversos, sendo a chuva um dos principais
destes agentes. Iniciando-se com a desestruturação física e culminando com o arraste de partículas
do solo ao longo da declividade dos terrenos, por fatores gravitacionais, a erosão pluvial é um dos
principais processos envolvidos na perda da produtividade agrícola, bem como no assoreamento de
cursos d´água.
Ferreira (1981) e Guerra (1999) apresentam ampla revisão sobre este processo, seus agentes e
os principais impactos da perda de solos. Conforme apontam Bertoni & Lombardi Neto (1985), a
cobertura vegetal representa uma defesa natural contra a erosão ao proteger o solo do impacto direto
da chuva, e aumentar a capacidade de infiltração e de retenção de água no solo, por meio da
incorporação da matéria orgânica.
A influência da topografia do terreno na intensidade erosiva verifica-se principalmente pela
declividade e comprimento de rampa (comprimento da encosta). Esses fatores interferem
diretamente na velocidade das enxurradas (GUERRA, 1999).
A interação entre os diversos fatores que conformam os processos erosivos de origem
hidráulica, juntamente com a heterogeneidade da paisagem em uma dada região, dificulta a
quantificação da erosão e, consequentemente, a definição precisa da produção de sedimentos
oriundos destes processos.
O processo de assoreamento numa bacia hidrográfica encontra-se intimamente relacionado
aos processos erosivos, uma vez que este processo é que fornece os materiais que darão origem ao
assoreamento. Quando não há energia suficiente para transportar o material erodido, este material é
depositado (GUERRA, 1995).
O impacto econômico do assoreamento pode ser levantado a partir dos custos de recuperação
dos recursos naturais ou de mitigação dos impactos sobre estes. Reydon et al. (2001) analisaram o
aumento no custo do tratamento de água em função da redução da qualidade dos rios e
demonstraram que o investimento em tratamento de efluentes a montante poderia ser pago por
usuários da água à jusante, num sistema de compensação ambiental.
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A = R . K. LS . CP Equação 1
Em que,
A = Perda potencial de solos – média anual (t/ha)
R = Fator de erosividade da chuva (MJ mm/ha.ano)
K = Fator de erodibilidade do solo (t.h/MJ.mm)
LS = Fator topográfico. Obtido a partir da razão entre a inclinação e o comprimento da encosta.
CP = Fator de cobertura do solo e manejo.
Esta equação, desde então, passou a ser a principal referência mundial para a estimativa de
perdas de solos por processos de erosão laminar, com ativação pela chuva. As modificações,
introduzidas ao longo do tempo, estão associadas essencialmente à forma de obtenção dos fatores
17
da equação (é o caso da Revised Universal Soil Loss Equation – RUSLE - e suas variantes). O
trabalho do USDA deu origem a um grande programa de conservação dos solos nos Estados
Unidos, e o esforço vigoroso de levantamento de dados naquele país gerou um banco de dados para
aplicação da EUPS que se mantém sempre atualizado, de forma que os resultados servem de
orientação para os planos de conservação de solos e práticas agrícolas em todo o território.
De posse da estimativa de erosão na bacia, para fins de cômputo do serviço ecossistêmico
associado à redução do impacto da erosão sobre os corpos d´água, é necessário se quantificar o
aporte de sedimentos ao corpo hídrico principal, no exutório da bacia hidrográfica, ou área de
drenagem. Sousa Júnior (2011) propõe o uso de indicadores de características fisiográficas de
bacias hidrográficas para a estimativa da TAS, a partir de equações empíricas, como abordagem
preliminar para o estabelecimento de um mecanismo de PSA.
O uso de equações empíricas para quantificação do aporte de sedimentos a corpos d´água foi
muito difundido nos Estados Unidos nas décadas de 1960 a 1980. Roehl (1962) correlacionou
diversos parâmetros de influência na quantidade de sedimentos em suspensão em corpos d´água a
partir de quantidades conhecidas de erosão de solos, dentre eles a área de drenagem da bacia (A), a
extensão do corpo hídrico principal (C), a diferença entre a maior e menor altitude na bacia (H) e a
relação entre “C” e “H”. Walling (1983) apontou que as taxas de produção de sedimentos em
exutórios variam geralmente entre 10% e 40% da perda total por erosão nas bacias, dados similares
aos levantados por Roehl (1962).
O conceito da Taxa de Aporte de Sedimentos, descrito por Walling (1983), representa a razão
entre a parcela sedimentar que atingiria o exutório da bacia hidrográfica e a erosão total (real ou
potencial) da bacia. O impacto deste aporte sedimentar pode ser estimado, portanto, a partir da
Equação 2.
A EUPS gera uma estimativa da erosão total na bacia, o que corresponde à variável “E” na
Equação 2. O uso de modelos de estimativas de erosão baseados na EUPS, ou alguma variante
desta, é amplamente difundido e uma revisão da literatura aponta que as estimativas oriundas destes
modelos têm sido validadas por experimentações locais. Assim, uma forma expedita – desde que
18
todos os dados sejam acessíveis – de se estimar a erosão pode ser estabelecida a partir do cômputo
direto da EUPS, geralmente utilizando um programa de Sistema de Informações Geográficas – SIG.
Já a TAS pode ser estabelecida de diversas formas. Chaves (2010) comparou diversas
equações estimativas da TAS, tendo encontrado uma grande disparidade nos resultados. No entanto,
se consideradas equações que envolvem mais de uma variável, conforme sugere Sousa Júnior
(2011), os resultados apresentam similaridade. O autor propõe o uso da Equação 3, adaptada
daquela desenvolvida por Roehl (1962).
Como alternativa ao uso de modelos cuja preparação é mais trabalhosa, especialmente para o
pré-processamento de dados de entrada, há a possibilidade de se utilizar de modelos empíricos para
a estimativa do aporte de sedimentos a partir dos resultados da EUPS aplicados à bacia em estudo.
Neste caso, a execução da EUPS pode ser realizada de maneira aberta, bastando para isso o uso de
qualquer programa de SIG disponível, de forma a se gerar um mapa de pré-disponibilidade à erosão
para a bacia.
Conforme Sousa Júnior (2011), a relação entre a quantidade de sedimentos na coluna d’água e
a turbidez é bastante estudada e diversos autores apontam coeficientes de correlação entre 85% e
95% (CORSO, 1989; TEIXEIRA E SENHORELO, 2000; PAIVA ET AL., 2002; CARVALHO ET
AL., 2004). Na ausência de relações empíricas locais, mais precisas, o autor sugere a transferência
de funções, a partir de áreas semelhantes. A Equação 4, adaptada de Teixeira e Senhorelo (2000) –
estes autores, em estudo na bacia do rio Jucu, no estado do Espírito Santo, obtiveram coeficiente de
correlação de 92% - foi adotada em estimativas preliminares para algumas regiões similares no
estado de SP.
Cálculo da turbidez3:
T = {ln [SS · (1-Td)] – 1,57}/0,1
Notas: (1) L = Comprimento do principal fluxo d’água; R = Diferença entre maior e menor altitude;
(2) QMLT = Vazão média de longo termo;
(3) Td = Taxa de decantação dos sedimentos;
(4) Fonte: AWWA (1999).
Portanto, com os dados de custos de produção dos sistemas de tratamento de água para
abastecimento, envolvendo as despesas com produtos específicos para remoção da turbidez da água,
é possível estabelecer uma equação que represente a associação econômica entre a turbidez e os
serviços de abastecimento de água. Na Figura 2 é apresentada a curva com ajuste logarítmico,
obtida a partir dos dados da Tabela 1.
23
0,012000
Custo coagulante (R$/m3)
0,010000
0,008000
0,006000
0,004000
0,002000
0,000000
0 100 200 300 400 500 600
Turbidez (UT)
mais eficientes, no que concerne à capacidade de retenção dos solos, proporciona uma menor taxa
de assoreamento nos mananciais hídricos.
Este acúmulo de sedimentos em mananciais hídricos, em especial em reservatórios de
abastecimento – ou de uso hidrelétrico – representa um problema para alguns usuários, no que tange
à redução da capacidade de acumulação de água, característica importante de reservatórios
antrópicos. Os impactos do assoreamento se refletem na redução de calado para o transporte
aquaviário, na redução do volume útil de usinas hidrelétricas, no aumento da propensão a enchentes
em meios urbanos, dentre outros. Todas estas atividades demandam, em maior ou menor grau, a
execução de obras de dragagem ou desassoreamento, de forma a manter a utilidade. No caso dos
reservatórios com finalidade energética, ocorre ainda a redução da capacidade de operação das
comportas de adução e descarga, além de possíveis danos aos equipamentos, por cavitação e
desgaste.
Os custos de dragagem poderiam ser evitados se houvesse uma menor taxa de assoreamento.
Bidone et al (2009) apontam custos da ordem de R$ 10,00 a R$ 30,00 por metro cúbico de
sedimento dragado, valor este corroborado por referências comerciais. Este valor é influenciado
pela composição do material dragado, e pela distância entre o ponto de retirada e de destinação final
do material. Bueno (2010) apresenta custos superiores a R$ 25,00/m3 para desassoreamento de
canais do rio Paraibuna, em trecho à jusante do reservatório hidrelétrico de Paraibuna. Para estes
casos, a valoração é diretamente associada ao custo da retirada de sedimentos, em determinada
periodicidade. Para a valoração é necessário conhecer: i) o custo unitário de dragagem (R$/m3)
praticado na região de interesse; e ii) a frequência de dragagem necessária para manutenção da
utilidade do reservatório.
25
3. ASPECTOS METODOLÓGICOS
O levantamento de dados e informações de cada Unidade de Conservação em estudo aporta as
entradas para o cálculo do Potencial Natural de Erosão (PNE), através da Equação Universal de
Perda de Solo (Universal Soil Loss Equation - USLE).
Para tanto, foi utilizado o modelo Sediment Delivery Ratio do software InVEST - Integrated
Valuation of Ecosystem Services and Tradeoffs, versão 3.2.0. O InVEST é um conjunto de modelos
que explora os benefícios dos serviços ecossistêmicos entre cenários de ordenamento do território a
uma escala regional, indicados principalmente para aplicação em políticas públicas e tomadas de
decisão.
O objetivo deste modelo é mapear a geração de sedimentos por unidade de terra e sua
transferência para o fluxo de água. Essa taxa de transferência de sedimentos (sediment delivery
ratio - SDR) é a proporção da perda de solo que efetivamente atinge a saída de captação de água.
Essas informações são importantes nos estudos de retenção de sedimentos e turbidez da água em
bacias com uso para abastecimento público e geração de energia elétrica. Assim, a qualidade
ecológica da água pode ser valorada economicamente.
O modelo Sediment Delivery Ratio trabalha na resolução espacial do raster de entrada do
Digital Elevation Model - DEM. Para cada célula, o modelo primeiro calcula a quantidade de
sedimento erodido e, em seguida, a taxa de transferência de sedimentos (SDR). Esta abordagem foi
proposta por Borselli et al. (2008).
Este modelo utiliza a Equação Universal de Perda de Solo Revisada (Revised Universal Soil
Loss Equation - RUSLE), que é baseada e contém as mesmas variáveis da USLE (Equação 1), mas
a principal diferença é na determinação do fator de uso e manejo do solo (C). Na USLE o fator C é
obtido a partir do monitoramento constante da perda de solo em parcelas experimentais durante
vários anos, constituindo sério empecilho a sua determinação, principalmente no Brasil. Na RUSLE
o fator C para pastagens é estimado mais rapidamente, a partir de levantamentos de parâmetros do
solo e da vegetação.
A = R . K. LS . CP Equação 1
Em que,
A = Perda potencial de solos – média anual (t/ha)
R = Fator de erosividade da chuva (MJ mm/ha.ano)
K = Fator de erodibilidade do solo (t.h/MJ.mm)
LS = Fator topográfico. Obtido a partir da razão entre a inclinação e o comprimento da encosta.
CP = Fator de cobertura do solo e manejo.
26
O fator LS é obtido através do método desenvolvido por Desmet & Govers (1996) para
superfície de duas dimensões (Equação XX). Para evitar a superestimação do fator LS em paisagens
heterogêneas, comprimentos longos de inclinação são limitados a um valor de 333m.
m+1
(𝐴𝑖−𝑖𝑛 +D2 ) − Am+1
i−in
𝐿𝑆𝑖 = S𝑖 Equação 6
Dm+2 ∗ x𝑚
𝑖 ∗ (22.13)
𝑚
Em que,
Si = fator de inclinação para célula da grade calculado em função da inclinação θ radianos
S = 10,8 * sen(θ) + 0,03, quando θ < 9%
S = 16,8 * sen(θ) – 0,50, quando θ >= 9%
Ai-in = área contribuinte (m2) na entrada de uma célula de grade, que é calculada a partir do método
da direção do fluxo d-infinito
D = dimensão linear da célula de grade (m)
xi = | sem(αi) | + | cos(αi) | onde αi é a direção aspecto de célula de grade i
m = constante dependente da declividade da encosta
m = 0,2 para inclinação <= 1%:
m = 0,3 para 1% < inclinação <= 3,5%
m = 0,4 para 3,5% < inclinação <= 5%
m = 0,5 em 5% < inclinação <= 9%
m = β / (1 + β), onde β = sem(θ) / 0,0986 / (3 * sem(θ)0.8 + 0,56), para inclinação >= 9%
Em tese, o valor econômico total das perdas de solos poderia ser representado pela soma dos
valores associados, direta ou indiretamente, à perda de bem-estar nas diversas atividades impactadas
pelos processos erosivos, a começar pela própria perda da produtividade no meio rural, se
estendendo à cadeia de impactos sobre a água e seus usuários. No entanto, para fins do presente
exercício, importa estimar o valor associado aos benefícios auferidos por usuários de água em
função da adoção de atividades que conservam solo no meio rural. Para esta atribuição de valor, os
métodos indicados são apresentados na Tabela 2.
Cálculo da turbidez3:
T = {ln [SS · (1-Td)] – 1,57}/0,1
Custos de desassoreamento6:
C3 = PRE TAS Td CUD
Notas: (1) L = Comprimento do principal fluxo d’água; R = Diferença entre maior e menor altitude;
(2) QMLT = Vazão média de longo termo
(3) Td = Taxa de decantação dos sedimentos;
(4) “a” e “b” = coeficientes de ajuste;
(5) Fonte: AWWA (1999);
(5) CUD = Custo unitário de dragagem (R$/m3).
Trabalhos recentes, ainda não publicados, têm mostrado que os resultados obtidos a partir
das duas rotas metodológicas ilustradas na Figura 4 (em azul e vermelho), por meio de programas
computacionais ou plataformas de SIG, não apresentam variações significativas entre si.
29
O território brasileiro abrange seis biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pampa e Pantanal. Para este estudo foram considerados os quatro biomas com maiores
representatividades, os quais, somados, correspondem a 96,17% do território nacional: Amazônia,
Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga, em ordem decrescente de área de abrangência (Tabela 3).
Dentro desses biomas foram selecionadas oito Unidades de Conservação que irão compor o
estudo. Além de biomas heterogêneos, as UC apresentam grandes diferenças nas suas áreas totais e
nos ambientes que estão inseridos em seus respectivos estados, abrangendo áreas urbanas, rurais,
costeiras, interioranas, florestais etc.
Na Figura 5 podem ser visualizadas as UC em análise, descritas na Tabela 4.
30
Figura 5. Área de estudo: localização das Unidades de Conservação contempladas neste estudo.
Tabela 5. Dados gerais para todas as Unidades de Conservação contempladas neste estudo.
Uso e Ocupação do Bacias de
UC Erosividade Solo Pontos outorgados
Solo drenagem
APA Paraíba Moreira et al. IAC +
Vieira et al. (2013) DAEE SRTM
do Sul (2006) Embrapa
EE Castanhão UFERSA FUNCEME FUNCEME CAGECE + COGERH SRTM
FLONA
UFERSA FUNCEME FUNCEME SAAEC + COGERH SRTM
Araripe
PN Brasília UFERSA CAESB CAESB CAESB SRTM
PN Guimarães UFERSA IBGE IBGE CAB Cuiabá SRTM
PN Veadeiros UFERSA IBGE IBGE SANEAGO + UHE SRTM
PN
UFERSA IBGE IBGE CAERD SRTM
Mapinguari
PN Tijuca UFERSA IBGE SOS Mata Atlântica CEDAE SRTM
Fonte: elaborado por autores (2015).
Após a aquisição dos dados básicos, foi realizado pré-processamento, o qual consistiu em:
Compatibilizar a projeção das informações: utilizou-se como padrão o SRC 4674 -
Coordenadas Geográficas (SIRGAS 2000);
Realizar os recortes espaciais preliminares para as áreas de interesse da pesquisa;
Organização da informação em Banco de Dados.
al., 1982). Para os estudos desenvolvidos neste trabalho, as UC são representadas pelas estações
pluviométricas convencionais do INMET (Tabela 6 e Figura 6):
Tabela 6. Estações Pluviométricas convencionais do INMET utilizadas como referencial para cada Unidade
de Conservação estudada neste projeto.
Unidade de Conservação Código Estação INMET Latitude Longitude
83075 Guarulhos -SP -23,43 -46,46
83784 Taubaté- SP -23,03 -45,55
APA Mananciais do Rio
83714 Campos do Jordão -22,75 -45,6
Paraíba do Sul
83781 São Paulo - SP -23,5 -46,61
83738 Resende - RJ -22,45 -44,44
82590 Apodi -RN -5,61 -37,81
EE Castanhão 82588 Morada Nova - CE -5,12 -38,37
82686 Iguatu - CE -6,37 -39,30
82784 Barbalha - Ce -7,31 -39,29
FN Araripe-Apodi 82753 Ouricuri - PE -7,90 -40,05
82777 Campos Sales - CE -7,00 -40,38
83377 Brasília - DF -15,78 -47,93
83373 Roncador -15,93 -47,88
PN Brasília
83379 Formosa -GO -15,53 -47,33
83376 Pirenópolis - GO -15,85 -48,97
83361 Cuiaba- MT -15,61 -56,10
PN Chapada dos Guimarães 83364 Padre Ricardo Remetter- MT -15,78 -56,06
83309 Diamantino - MT -14,40 -56,45
83379 Formosa -GO -15,53 -47,33
PN Chapada dos Veadeiros 83332 Posse - GO -14,10 -46,37
83228 Peixe - TO -12,02 -48,35
82723 Lábrea - AM -7,25 -64,83
PN Mapinguari 82915 Rio Branco - AC -9,95 -67,87
82533 Manicore - AM -5,82 -61,30
83743 Rio de Janeiro - RJ -22,88 -43,18
PN Tijuca 83738 Resende - RJ -22,45 -44,44
83718 Cordeiro - RJ -22,02 -42,36
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
Para estimar a erosividade das chuvas das unidades de conservação, foi utilizada a
metodologia proposta por Wischmeier (1959), adaptada por Cabeda (1976), que considera as
chuvas erosivas como sendo ‘chuvas iguais ou superiores a 10,0 mm de altura para uma duração de
30 minutos’. Diante do exposto, as chuvas erosivas foram selecionadas considerando as
precipitações máximas com duração de 30 minutos.
34
EI 30 EC t .I 30
Equação 8
35
Em que:
EI30 = índice de erosividade de chuvas, MJ mm-1 ha-1 h-1;
ECt = energia cinética total da chuva, MJ ha-1; e
I30 = intensidade máxima de chuva com 30 minutos de duração, mm h-1.
O conhecimento atual sobre a UGRHI 02, que envolve a porção paulista da bacia do Paraíba,
apresentado na revisão do Plano da Bacia (2009-2012) aponta significativo comprometimento da
demanda de água com relação à oferta para o Compartimento 3 da bacia (Compartimento Paraíba
do Sul CP3-PS), mesmo quando se considera o reaproveitamento da vazão lançada. Neste
compartimento localizam-se os maiores consumidores de águas do trecho paulista da bacia. Os
subcompartimentos A e B, representados respectivamente pelos municípios Guararema, Jacareí,
Santa Branca (CP3-PS-A) e Caçapava, Monteiro Lobato, São José dos Campos, Taubaté,
Tremembé, Pindamonhangaba e Roseira (CP3-PS-B) apresentam situação crítica, com demanda
50% superior à oferta; enquanto que o subcompartimento CP3-PS-C (Aparecida, Guaratinguetá,
Potim, Lorena, Canas, Cachoeira Paulista, Piquete, Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz) encontra-se em
estado de atenção, com 42,78% da disponibilidade hídrica comprometida.
O processo histórico de uso e ocupação do Vale do Paraíba promoveu a eliminação da maior
parte da cobertura florestal da bacia, restando apenas as regiões mais remotas de elevada altitude ou
declividades acentuadas nas serras do Mar e Mantiqueira. A cobertura vegetal remanescente nas
porções inferiores da bacia são inferiores a 7% do original, de acordo com os mapeamentos de
remanescentes florestais da Mata Atlântica.
De acordo com dados do Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo,
2005, 8 municípios da UGRHI-2 apresentam cobertura florestal menor do que 10%; são eles:
Taubaté, Jambeiro, Santa Branca, Jacareí, Cachoeira Paulista, Caçapava, Potim e Canas, dos quais,
com exceção de Jambeiro, todos se encontram no Compartimento 3 CP3-PS, portanto, dentro da
área considerada comprometida com relação à disponibilidade hídrica.
À baixa cobertura florestal da bacia, somam-se as características naturais da paisagem e do
relevo e as condições climáticas regionais, que, quando sobrepostas imprimem grande
vulnerabilidade a processos erosivos a grandes extensões do terreno. O que, aliado aos métodos
convencionais utilizados nas práticas agropecuárias, resulta em significativos níveis de perda de
solo, escorregamento de encostas e consequente assoreamento, poluição e eutrofização dos corpos
d’água, acarretando custos elevadíssimos de remediação.
A avaliação apresentada no Plano de Bacias, a partir do tratamento dos dados de AGEVAP
(2006) aponta que os compartimentos das Cabeceiras (CP1) e Paraíba do Sul (CP3), são os que
contêm as maiores extensões de terra sob muito alta - alta vulnerabilidade à erosão.
Os dez municípios mais críticos, pela ordem, são: Cunha, São José dos Campos, Natividade
da Serra, São Luís do Paraitinga, Paraibuna, Taubaté, Guaratinguetá, Santa Isabel, Monteiro Lobato
e Jacareí. Para estes municípios está indicada prioridade de ações para a melhoria do quadro atual,
38
“bem como a adoção de ações preventivas e/ou mitigadoras para que se alcance o uso sustentável
dos recursos hídricos”.
Nota-se que dentre os municípios, alguns estão também na categoria de mais baixa cobertura
florestal, como Taubaté e Jacareí; além de fazerem parte do Compartimento Paraíba do Sul, cujos
sub- compartimentos são considerados críticos (CP3-PS-A e CP3-PS-B) ou em estado de atenção
(CP3-PS-C) no que se refere à disponibilidade hídrica, como São José dos Campos, Taubaté,
Guaratinguetá, Monteiro Lobato e Jacareí.
Ações ligadas à manutenção e recomposição da cobertura florestal de bacias hidrográficas
assim como aquelas ligadas à contenção da erosão dos solos têm sido objeto de remuneração a
proprietários, especialmente produtores rurais que se integrem aos assim denominados projetos e
programas de PSA.
A Área de Proteção Ambiental – APA – dos Mananciais do Rio Paraíba do Sul, foi criada
pelo Decreto 87.561/1982, para uma ampla região envolvendo a bacia do rio Paraíba do Sul nos
estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, os limites da UC passam por
revisão e, atualmente, estão homologados no trecho paulista da bacia. Trata-se da única unidade
federal de conservação criada com objetivo específico associado à proteção de mananciais para
abastecimento público. O presente trabalho contempla a porção paulista da APA, cujos limites estão
disponíveis junto ao ICMBio.
caracterizará um novo momento, quando novas linhas de projetos e programas voltados para a
produção de águas poderão ser implantados na bacia.
Iniciativas de Projetos e Programas de PSA em curso na bacia do Paraíba do Sul, no entanto,
já indicam uma nova tendência regional onde as questões de melhoria das águas são tratadas na sua
interdependência com a conservação dos solos e das áreas florestais.
Em 2012, o Comitê Federal da Bacia do Paraíba do Sul – CEIVAP, destinou verba para
implantar 3 projetos-piloto, um em cada estado da bacia – SP, MG e RJ. No trecho paulista, o
município escolhido foi Guaratinguetá, onde uma política visando PSA já vinha sendo gestada por
iniciativa da Prefeitura, incluindo a criação da legislação municipal de Pagamento por Serviços
Ambientais. São José dos Campos também avançou nesse campo e criou sua lei de PSA em 2012 e
está começando a desenvolver seu primeiro projeto. O município de Monteiro Lobato abriga o
projeto-piloto do Programa Estadual de PSA, através do qual serão recuperadas 150 nascentes da
bacia de abastecimento público do município.
Por outro lado, experiências bem-sucedidas de PSA envolvendo comitês de bacias estão em
curso na Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), e na Bacia do Guandu, as quais,
juntamente com a experiência de Extrema, MG, podem servir de referência para o presente projeto.
O panorama socioeconômico e ambiental da bacia do Paraíba do Sul, com um quadro
crescente de consumo de água, por um lado, e de outro um nível elevado de degradação das áreas de
produção de água, aliado à baixíssima rentabilidade das atividades agropecuárias, configuram, na
visão deste projeto, um grande potencial para implantação de programas de Pagamento por Serviços
Ambientais.
Para o presente estudo de caso, a rota metodológica utilizada envolveu o uso da EUPS para a
determinação da perda potencial de solos e do potencial de lixiviação de sedimentos para os corpos
d’água. A valoração do serviço ecossistêmico de retenção de solos em áreas conservadas ou em
recuperação ambiental e por práticas conservacionistas no meio rural foi realizada a partir do
modelo empírico proposto por Sousa Júnior (2011).
Na Tabela 9 encontram-se a localização e a vazão das microbacias dos pontos de captação de
água outorgados pelo DAEE:
Tabela 9. Localização (UTM – Z 23 Sul) e vazão das microbacias de captações de água para abastecimento
doméstico outorgadas pelo DAEE que interseccionam com a APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
FID Ponto de captação Latitude Longitude Vazão (L/s)
1 Rio da Bocaina 500349 7465250 97,31
2 Ribeirão das Palmeiras 382045 7412780 25,00
3 Córrego da Serrinha 415534 7436980 4,85
40
6.3 BACIAS
As áreas analisadas foram levantadas com base em 23 pontos de captação sob outorga do
DAEE que interseccionam com a área da APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul. Foram utilizados
estes pontos como referência para obtenção das bacias contribuintes para cada ponto de captação.
Através do DEM foi gerada a hidrografia. Cada célula foi comparada com as células vizinhas, de
modo que a direção dos fluxos de água foi estabelecida no sentido da célula para vizinha que
apresentasse o menor valor de elevação, obtendo-se, ao final, mapas de drenagem para cada bacia.
As áreas objeto de avaliação foram aquelas que formam bacias de drenagem para pontos de
captação de água para abastecimento doméstico, registrados pelo órgão gestor de recursos hídricos
do Estado de São Paulo, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE, 2014), e
interseccionam com os polígonos da APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul. Assim, 23 pontos de
captação e, portanto, 23 microbacias de drenagem foram contempladas neste estudo conforme
informado na Tabela 10 e ilustrado no mapa da Figura 7.
Tabela 10. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pelo DAEE que interseccionam com a APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
41
Figura 7. Recorte espacial da bacia do Paraíba do Sul, trecho paulista, com as 24 microbacias de captação de
água para abastecimento doméstico que interseccionam com a APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
6.4 EROSIVIDADE
O mapa de erosividade (Figura 8) foi obtido através dos dados gerados por (MOREIRA et al.,
2006), que obteve a erosividade para o estado de São Paulo utilizando dados de 138 estações
pluviométricas. A erosividade para cada estação foi obtida por meio da Equação 9, proposta por
Lombardi Neto e Moldenhauer (1992), a partir de dados de precipitação média anual do período de
1962 a 1990. A soma dos valores dos valores da erosividade mensal dos 12 meses representou o
valor da erosividade da chuva.
0,759
𝑟2
𝐸𝐼𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 = 89,823 ( 𝑃 ) Equação 9
A espacialização foi realizada utilizando uma RNA (Rede Neural Artificial) retroalimentada
do tipo 3-n1-n2-1 – um vetor de entrada com 3 variáveis, duas camadas intermediarias com n1 e n2
neurônios artificiais e um neurônio na camada de saída. O vetor de entrada foi composto dos
valores de latitude e longitude em graus decimais, bem como a altitude de cada estação,
43
considerando 100 estações para interpolação e 38 para testes. O mapa da bacia do rio Paraíba do Sul
no estado de São Paulo foi representado por uma grade de 1030 x 1030 metros.
Figura 8. Mapa geoespacializado do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes à APA
Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
6.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade (Figura 9) foi obtida considerando o mapa pedológico
produzido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e EMBRAPA. O mapa se encontra na
escala de 1:500.000, com Datum Córrego Alegre e sistema de coordenadas geográficas. Esse mapa
resultou da compilação e adequação de uma série de 8 mapas provenientes do Projeto
RADAMBRASIL, que nos anos 70 mapeou o território nacional, e 15 mapas do próprio IAC, além
do antigo mapa de 1960 elaborado pela Comissão de Solos (OLIVEIRA et al., 1999). Os valores de
erodibilidade foram obtidos em Mannigel et al. (2002), tendo os autores utilizado a equação de
Boyoucos para a determinação indireta. Os valores foram atribuídos a cada classe de solo. Os
valores utilizados de erodibilidade conforme utilizados são apresentados na Tabela 11.
44
Figura 9. Mapa geoespacializado do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes à APA
Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
6.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi o apresentado por Vieira et al. (2013).
Corresponde ao uso e cobertura levantado em 2005, e apresenta como classes: água, agropecuária,
área urbana, cana, eucalipto, floresta perene, pastagem e solo exposto. O trabalho utilizou o
mapeamento realizado pela SOS Mata Atlântica para a identificação de florestas; dados do projeto
45
CANASAT/INPE para a delimitação das áreas produtoras de cana; e dados cedidos por Canavesi
(2012) para determinação das áreas de produção de eucalipto. As demais classes de uso e cobertura,
tais como agricultura, solo exposto e pastagem, foram identificadas por meio de interpretação
visual. O mapa de uso e cobertura da terra resultante é apresentado na Figura 10.
Figura 10. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem
referentes à APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
Para a tabela biofísica foi necessário definir o fator C para cada uso e cobertura da terra,
sendo baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006), Silva, Schulz &
Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e Ribeiro &
Alves (2007). Para a classe “agropecuária” foi considerado o fator C do cultivo de arroz, maior
modalidade agrícola da região conforme a Secretaria do Meio Ambiente - SMA (SÃO PAULO,
2011). Assim, os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra são
apresentados na Tabela 12.
46
Tabela 12. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica observada nas bacias de drenagem
referentes à APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
Figura 11. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para a APA Mananciais do Rio
Paraíba do Sul no cenário hipotético.
Tabela 13. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pelo DAEE que interseccionam com a APA Rio Paraíba do Sul.
ID Nome do corpo hídrico USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia de captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
1 Rio da Bocaina 905.404 210.724 34,17 7,95
2 Ribeirão das Palmeiras 81.376 47.277 24,93 14,48
3 Córrego da Serrinha 628 310 5,26 2,60
4 Ribeirão dos Souzas 23.996 13.407 17,96 10,04
5 Represa Paraibuna 527.393 480.510 37,75 34,39
6 Rio Paraibuna 33.838.429 33.402.267 78,72 77,70
7 Represa Jaguari 0 327.521 67.188 19,86 4,07
8 Ribeirão Araraquara 55.135 9.331 30,61 5,18
9 Rio do Entupido 70.564 22.315 71,18 22,51
10 Córrego da Couve 29.236 3.797 53,55 6,96
11 Ribeirão Batedor 64.331 30.853 29,90 14,34
12 Córrego Fundo 17.861 9.276 11,20 5,82
13 Represa Jaguari 3 8.246 1.042 36,51 4,61
14 Represa Jaguari 1 e 2 5.044 534 30,27 3,21
15 Córrego Coura 13.283 8.060 30,43 18,47
16 Córrego Prata+Cristo 6.864 5.058 34,32 25,29
17 Ribeirão Lemes 19.843 19.590 17,63 17,41
18 Rio Guaratinguetá 461.788 170.136 35,22 12,97
19 Ribeirão Gomeral 244.265 65.597 68,35 18,35
20 Rio do Braço 84.729 41.960 35,94 17,80
21 Rio Bananal 331.639 140.474 51,94 22,00
22 Ribeirão Vermelho 138.931 111.452 38,17 30,62
23 Rio Una 5.976.304 5.153.002 134,00 115,54
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
48
Figura 12. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
Figura 13. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul
no cenário hipotético.
49
Figura 14. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à APA Mananciais do Rio
Paraíba do Sul entre os dois cenários.
6.9 VALORAÇÃO
No estado de São Paulo, a empresa SABESP opera a maior parte das estações de tratamento de
água. A relação entre a turbidez e seus custos de redução (aplicação de coagulante inorgânico, no
caso o Sulfato de Alumínio) obtida para uma planta padrão da empresa (adaptado de OLIVEIRA,
2011). O valor utilizado para o Sulfato de Alumínio foi de R$0,1285/kg, conforme Schmidt (2011).
A partir desses dados, é calculada a equação da curva para a associação entre a turbidez e seus
custos de redução. Para encontrar uma equação que expresse essa relação, foram traçadas diversas
linhas de tendência: exponencial, linear, logarítmica, polinominal, potência e de média móvel. O
ajuste da curva que mais se adequou é o ajuste logarítmico observado abaixo, nas Equações 10 e 11.
O gráfico de dispersão que relaciona o custo da redução da turbidez da água (R$/m³) para cada
turbidez observada, explicitando a relação entre o aumento do custo de tratamento de água com
altas taxas de sedimentos em suspensão, ou seja, com a qualidade da água in natura, pode ser
visualizado na Figura 15.
Tabela 14. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias que interseccionam a APA Rio Paraíba do Sul.
Junto à Companhia de Água e Esgoto do Ceará - CAGECE foram obtidas informações sobre
as outorgas de todos os sistemas de captação de água da CAGECE à jusante do Açude Castanhão.
Estes estão tabulados na Tabela 15 e totalizam uma vazão de 878 L/s.
55
A vazão da captação CAGECE no Açude é 130 L/s. Foi informada a turbidez média de 5
NTU, utilizando para tratamento 2ppm de Policloreto de Alumínio (PAC) e 0,5ppm de Polímero
Catiônico por dia.
A captação da COGERH no Açude Castanhão é apenas para bombeamento de água para o
Eixão das Águas e o tratamento e o consumo da água acontecem na Região Metropolitana de
Fortaleza. Assim, foram informados apenas os dados de vazão e turbidez. A vazão média é 8900 L/s
e a turbidez média (2004 a 2013) é 2,29 NTU.
Tabela 15. Localização (UTM – Z 24 Sul), vazão das microbacias de captações de água para abastecimento
doméstico outorgadas pela CAGECE e pela COGERH que interseccionam com a EE Castanhão.
Sistema Localidade Latitude Longitude Vazão (L/s)
CAGECE Açude Castanhão 9393879 561297 130,00
COGERH Açude Castanhão 9393879 561297 8900,00
1 Boca do Forno (Arati) 9483296 631004 1,60
2 Banhú (Russas) 9463337 592582 1,96
3 Iracema 9351452 575191 24,82
4 Itaiçaba 9483296 631004 11,43
5 Jaguaruana 9463097 635693 44,66
6 Jardim de São José (Russas) 9445397 605831 6,10
7 Palhano 9485034 628440 16,45
8 Potiretama 9367239 592155 8,01
9 Tabuleiro do Cabreiro 9485070 628446 1,03
10 Tabuleiro do Norte 9423572 595709 47,97
11 Água Verde 9540386 530719 10,67
12 Amanari (Maranguape) 9556324 512746 6,16
13 Aquiraz 9566472 571454 27,66
14 Aracoiaba 9513324 533307 31,67
15 Baturité 9522775 511765 14,78
16 Cascavel 9535125 585647 70,95
17 Guaiúba 9553636 540126 28,80
Integrado Acarape, Redenção, Antônio
18 9536618 523593 94,22
Diogo, Barreira
Integrado Horizonte, Chorozinho,
19 9549810 553062 201,00
Pacajús
20 Itaitinga 9559313 552310 45,64
21 Manguarape 9565802 544882 134,69
22 Pavuna (Pacatuba) 9567271 545414 20,77
23 Tapera (Aquiraz) 9566472 571454 3,91
24 Serra do Felix (Beberibe) 9537952 596496 7,16
25 Capim Grosso (Russas) 9462900 580300 3,81
26 Ibaretama 9469336 531218 11,89
Total 9.907,81
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
56
Tabela 16. Caracterização da microbacia de captação de água para abastecimento doméstico pela CAGECE e
COGERH que intersecciona com a EE Castanhão.
Comprimento do
ID Área Menor Maior
Ponto de Captação curso d'água
Bacia (km2) altitude (m) altitude (m)
principal (m)
Açude Castanhão /
0 46.381,90 521.826,00 58,00 951,00
Rio Jaguaribe
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
57
Figura 17. Recorte espacial da microbacia de captação de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela CAGECE e COGERH que intersecciona com a EE Castanhão.
7.4 EROSIVIDADE
Na Figura 18 e nas Tabelas 17 a 19, são apresentados os resultados de erosividade (R),
determinados com as séries pluviométricas das estações pluviométricas de Apodi - RN (código
82590), Morada Nova – CE (código 82588) e Iguatu – CE (código 82686), respectivamente, para o
período de 1983 a 2013. Estas são as estações mais próximas à área de influência da EE Castanhão.
Tabela 17. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82590 (Apodi, RN)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1984 0,00 369,07 1270,00 241,99 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1881,06
1985 43,89 2573,59 2237,19 4753,38 338,38 286,33 1838,18 0,00 0,00 0,00 0,00 412,30 12483,24
1986 0,00 46,71 2433,96 500,98 844,37 57,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3883,53
1987 231,14 0,00 672,35 0,00 0,00 267,79 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1171,28
1988 0,00 0,00 883,55 423,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1307,22
1989 0,00 0,00 284,62 1505,22 45,89 0,00 639,32 0,00 0,00 0,00 0,00 269,45 2744,50
1990 0,00 247,24 298,48 0,00 474,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1020,54
1991 0,00 205,01 653,07 0,00 945,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1803,90
58
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1992 0,00 0,00 600,73 307,31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 908,04
1993 0,00 0,00 325,39 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 385,68
1994 617,88 292,38 325,39 360,82 51,31 753,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2400,94
1995 0,00 0,00 1294,67 256,33 1006,93 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2753,86
1996 455,41 754,31 60,28 257,81 0,00 0,00 0,00 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 1723,74
1997 0,00 0,00 47,11 344,02 1130,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1521,66
1998 51,31 0,00 2051,27 0,00 0,00 0,00 234,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2336,80
1999 0,00 0,00 0,00 806,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 806,02
2000 835,13 1079,20 52,17 3323,75 208,77 222,75 0,00 596,24 0,00 0,00 0,00 0,00 6318,02
2001 0,00 0,00 319,91 850,77 0,00 319,91 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1490,59
2002 269,46 53,04 2037,05 300,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2659,85
2003 336,51 742,19 46,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 618,31 1743,31
2004 4060,55 2078,54 273,88 785,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7198,74
2005 0,00 247,24 2390,18 234,21 180,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3052,44
2006 0,00 180,81 172,59 1221,79 1645,29 312,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3533,16
2007 0,00 364,70 0,00 182,16 407,16 235,41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1189,43
2008 371,50 0,00 1535,91 1868,16 567,57 385,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4728,76
2009 591,90 563,88 259,58 5323,92 616,25 225,06 0,00 252,46 0,00 0,00 0,00 0,00 7833,05
2010 1267,90 0,00 0,00 970,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2238,50
2011 644,02 3671,64 58,43 989,59 1406,78 0,00 814,72 0,00 0,00 53,04 0,00 0,00 7638,22
2012 1689,97 1296,64 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2986,61
2013 0,00 0,00 0,00 4137,42 0,00 1124,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5262,24
2014 0,00 369,13 749,77 2201,32 515,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3835,55
Média 369,89 488,24 688,19 1037,01 336,98 141,52 113,76 33,70 0,00 1,71 0,00 41,94 3252,92
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
Tabela 18. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82588 (Morada Nova, CE).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar Abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1984 213,15 361,26 710,65 5141,56 405,49 59,35 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6891,46
1994 0,00 58,43 58,43 273,08 936,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1781,35 3107,58
1995 229,61 0,00 0,00 1065,07 537,61 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1827,45 3659,75
1996 305,53 1023,50 43,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1456,06 989,32 3818,31
1997 44,29 243,66 243,66 259,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1827,45 2618,64
1998 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1827,45 1827,45
1999 45,09 231,14 231,14 949,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 826,02 1684,09 3966,95
2000 205,01 357,39 308,54 222,05 274,46 907,46 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2274,90
2001 44,29 1011,71 1011,71 711,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2779,42
2003 1377,61 237,07 381,16 601,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2597,64
2004 3489,83 880,66 190,58 472,13 0,00 839,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5872,88
2005 0,00 0,00 0,00 198,74 349,72 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 548,46
2006 0,00 0,00 0,00 1039,01 331,67 832,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2203,52
2007 0,00 2885,69 2885,69 104,51 558,69 912,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7346,64
59
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar Abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2008 269,19 0,00 317,82 1626,06 621,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2834,41
2009 222,05 681,57 681,57 1242,60 4280,25 307,31 0,00 44,69 0,00 0,00 0,00 0,00 7460,03
2010 644,93 0,00 0,00 171,20 0,00 50,03 0,00 0,00 0,00 252,06 0,00 1127,52 2245,74
2011 1967,46 274,46 274,46 0,00 698,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3215,00
2012 208,27 917,56 49,61 0,00 0,00 178,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1353,57
2013 0,00 252,06 252,06 1756,68 264,32 3347,75 0,00 0,00 0,00 0,00 379,58 0,00 6252,44
2014 0,00 318,10 318,10 298,57 422,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1357,50
Média 441,25 463,54 379,00 768,28 461,01 354,03 0,00 2,13 0,00 12,00 126,75 526,89 3534,87
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
Tabela 19. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82686 (Iguatu, CE).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 299,17 246,16 246,16 514,51 0,00 143,58 0,00 100,88 0,00 861,30 830,25 521,18 3763,18
1995 482,68 59,35 59,35 0,00 0,00 0,00 0,00 201,76 0,00 99,08 204,44 53,04 1159,71
1996 1020,96 1454,18 583,59 0,00 0,00 287,16 0,00 0,00 0,00 1623,51 1456,06 989,32 7414,78
1997 0,00 321,73 321,73 1058,46 1287,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 643,01 3632,02
1998 1008,45 2713,43 2713,43 653,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1148,94 8238,20
1999 261,21 289,91 289,91 496,08 1674,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1925,41 4936,87
2000 744,93 651,77 3065,70 1058,68 98,70 0,00 0,00 0,00 231,14 0,00 0,00 761,60 6612,52
2001 0,00 225,06 225,06 597,76 0,00 332,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 356,98 1737,63
2002 759,25 0,00 0,00 401,75 264,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 559,29 1984,60
2003 182,16 3534,51 3534,51 179,47 504,78 184,87 0,00 0,00 0,00 207,32 0,00 0,00 8327,61
2004 2809,74 529,52 1597,16 274,46 1417,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6628,65
2005 45,09 0,00 0,00 0,00 50,46 603,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1299,76 1998,97
2006 345,82 0,00 0,00 191,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2009,01 0,00 1817,79 4364,36
2007 622,16 2681,58 2681,58 641,41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 286,33 6913,05
2008 242,47 2167,50 4760,84 1828,24 58,43 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 9057,48
2009 1545,58 963,24 963,24 2469,44 219,06 0,00 0,00 787,92 0,00 0,00 0,00 0,00 6948,48
2010 472,13 394,32 394,32 1634,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 274,35 0,00 0,00 3170,00
2011 1313,40 2904,81 2904,81 4321,84 1236,69 0,00 725,12 0,00 0,00 623,30 0,00 0,00 14029,98
2012 2375,71 1682,47 2419,29 640,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7118,34
2013 310,88 300,23 300,23 219,37 3673,37 179,47 269,45 0,00 0,00 213,78 180,81 0,00 5647,59
2014 0,00 971,71 971,71 1484,49 384,96 45,49 0,00 0,00 0,00 295,00 0,00 0,00 4153,36
Média 706,75 1051,98 1334,89 888,92 517,62 84,62 47,36 51,93 11,01 295,55 127,22 493,46 5611,30
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
Figura 19. Mapa geoespacializado do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes à EE
Castanhão.
7.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pela FUNCEME e valores de referência para o fator K. Os valores utilizados de erodibilidade são
apresentados na Tabela 20 e na Figura 20.
Figura 20. Mapa geoespacializado do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem da EE Castanhão.
7.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra foi disponibilizado pela FUNCEME e os fatores C foram
baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz & Camargo
(2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e, principalmente,
Macedo & Ruddorf (2000). Assim, a Tabela 21 e a Figura 21 apresentam os valores e
geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.
Tabela 21. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica observada nas bacias de
drenagem referentes à EE Castanhão.
Figura 21. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem
referentes à EE Castanhão.
Figura 22. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para a EE Castanhão atualmente.
Tabela 22. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) da microbacia de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAGECE/COGERH que interseccionam com a EE Castanhão.
Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
COGERH/CAGECE
0 48.591.315 50.245.478 10,5 10,8
Castanhão
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
Figura 24. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à EE Castanhão atualmente.
Figura 25. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à EE Castanhão no cenário hipotético.
66
Figura 26. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para a bacia referente à EE Castanhão entre os
dois cenários.
7.9 VALORAÇÃO
Segundo informações da CAGECE, a captação da água do Rio Jaguaribe, a jusante do Açude
Castanhão, é realizada através de um poço que oferece o serviço de filtragem. A turbidez no ponto
67
de captação é muito baixa, não se fazendo necessário tratamento com produtos químicos para sua
redução. O único tratamento realizado é a cloração da água. Assim, foi utilizada a curva de relação
turbidez e custo de tratamento sugerida nas Equações 10 e 11.
Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os valores
de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento urbano e,
posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e futuro
(com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de drenagem). Os
resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são apresentados na
Tabela 23.
Tabela 23. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para a microbacia de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAGECE/COGERH que intersecciona com a EE Castanhão.
A bacia do Açude Castanhão é muito extensa, sendo a área de proteção da EE Castanhão bem
pequena quando comparada ao total da bacia de drenagem. Desta forma, os valores associados aos
custos evitados no abastecimento doméstico, R$ 2.771,77 no tratamento de água e R$ 6.593,83 na
disposição do lodo, não seriam suficientes para justificar a implantação do projeto em uma área
deste porte. Entretanto, o custo evitado com a dragagem dos sedimentos que poderiam ser
depositados, caso não houvesse a proteção da UC, atinge o valor de R$ 3.044.797,34.
Cabe ressaltar que o uso predominante à jusante é o de abastecimento doméstico, menos
sensível ao assoreamento de reservatórios que o uso hidrelétrico. Por outro lado, boa parte dos
sedimentos considerados seria retida no próprio Açude Castanhão.
68
Tabela 24. Localização (UTM – Z 24 Sul), vazão e turbidez das microbacias de captação de água outorgadas
pelo SAAEC/COGERH, que interseccionam a FN Araripe-Apodi.
Vazão Turbidez
Bacia Fonte Localidade Latitude Longitude
(L/s) (NTU)
0 Batateira Sítio Luanda 9184449 461685 24,871 0,951
1 Serrano Sítio Belmonte 9195888 451003 12,501 0,891
2 Caiana Sítio Belo Horizonte 9195898 451000 10,421 0,901
70
Vazão Turbidez
Bacia Fonte Localidade Latitude Longitude
(L/s) (NTU)
3 Grangeiro Bairro Grangeiro 9195095 451461 3,882 1,101
4 Coqueiro Sítio Coqueiro 9194811 452279 4,891 1,031
5 Pau Caído Complexo Caldas 9184454 461649 4,233 2,225
5 Bananeira Complexo Caldas 9184458 461689 6,503 0,024
Fontes: adaptado de: 1 – SAAEC, 19/12/2014 - Dados dos Sistemas de Abastecimento de Água Provenientes
das Captações; 2 – COGERH, 14/08/2008 – Medição da Vazão da Fonte “Grangeiro”; 3 – COGERH,
23/07/2013 – e-mail de Claireanne Viana “Projeto PSA/MMA – FN”; 4 – FATEC/LAAE, 25/11/2013 –
Laudo técnico nº 211.3/2013; 5 –FATEC/LAAE, 25/11/2013 – Laudo técnico nº 211.4/2013.
Tabela 25. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela SAAEC e COGERH que interseccionam com a FN Araripe-Apodi.
Comprimento do
Área Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico curso d'água
(km2) altitude (m) altitude (m)
principal (km)
0 SAAEC Batateira 0,52 285,79 698 723
1 SAAEC Serrano 0,32 286,57 716 755
2 SAAEC Caiana 0,38 121,96 694 700
3 SAAEC Grangeiro 0,38 219,85 688 708
4 SAAEC Coqueiro 0,71 598,58 693 810
COGERH Bananeiras /
5 0,64 650,77 763 837
Pau Caído
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
71
Figura 28. Recorte espacial das microbacias de captação de água para abastecimento doméstico gerenciadas
pela outorgadas pela SAAEC e COGERH que intersecciona com a FN Araripe-Apodi.
8.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 26, 27 e 28, são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação de Barabalha - CE (código 82784), Ouricuri - PE (código
82753) e Campos Sales – CE (82777) respectivamente, para o período de 1983 a 2013. Essas são as
estações pertencentes à Unidade de Conservação da FN do Araripe - Apodi.
Tabela 26. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82784 (Barbalha, CE).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 832,84 221,62 221,62 1936,10 0,00 0,00 0,00 0,00 150,15 689,63 0,00 2619,22 6671,19
1995 2098,67 593,12 593,12 605,19 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3021,44 6911,54
1996 3364,50 359,55 363,20 816,98 0,00 0,00 0,00 0,00 300,29 1379,26 0,00 2216,99 8800,78
1997 635,02 1305,57 1305,57 228,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 234,21 0,00 0,00 3709,05
1998 1573,93 910,85 910,85 873,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 949,25 5218,06
1999 2250,98 407,16 407,16 702,30 652,57 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 56,60 4476,77
2000 628,42 522,75 0,00 1727,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 502,92 3381,17
72
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2001 1439,70 464,96 407,16 291,50 326,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1086,02 4015,62
2002 1968,84 407,16 407,16 518,94 0,00 0,00 5191,31 0,00 0,00 0,00 226,17 642,94 9362,52
2003 1806,88 0,00 0,00 221,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 59,35 284,62 2372,48
2004 4269,31 4709,82 890,30 450,95 345,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10666,21
2005 1057,20 256,33 256,33 221,62 211,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2223,74 4226,91
2006 359,32 1305,84 1305,84 776,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 310,88 4058,37
2007 308,32 4796,32 4796,32 1726,35 57,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 766,95 12451,77
2008 571,10 4015,88 6421,94 59,35 457,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1157,97 12683,98
2009 48,77 305,53 305,53 2532,79 1711,03 0,00 347,26 0,00 0,00 0,00 55,70 403,21 5709,83
2010 2178,32 603,10 603,10 4937,86 0,00 53,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 725,25 9101,56
2011 4568,48 1299,67 1299,67 179,47 262,85 0,00 0,00 0,00 0,00 2478,32 0,00 230,77 10319,23
2012 0,00 700,30 1387,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 47,11 0,00 2134,69
2013 1514,96 219,37 219,37 759,08 693,72 1632,58 0,00 0,00 0,00 0,00 330,93 0,00 5370,00
2014 0,00 2819,07 2819,07 967,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6605,40
Média 1498,84 1248,76 1186,69 977,75 224,72 80,31 263,74 0,00 21,45 227,69 34,25 818,99 6583,20
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 27. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82753 (Ouricuri, PE)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 262,85 797,21 797,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1199,94 0,00 3057,21
1995 57,97 549,95 549,95 1444,19 336,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2938,56
1996 47,11 1170,72 0,00 679,79 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 540,40 0,00 2438,02
1997 648,99 0,00 0,00 300,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 57,06 1006,34
1998 830,02 268,37 268,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 235,41 1602,18
1999 292,38 520,67 520,67 321,73 473,82 0,00 0,00 0,00 220,55 868,92 0,00 448,81 3667,55
2000 45,49 570,71 222,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 680,17 0,00 1518,42
2001 0,00 241,99 241,99 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 50,46 0,00 3154,98 3689,42
2002 4056,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5512,07 9568,80
2003 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3154,98 3154,98
2004 2028,37 2219,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4248,04
2005 2558,08 0,00 0,00 0,00 399,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3357,11 3639,28 9953,51
2006 0,00 407,20 407,20 339,27 199,52 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1353,18
2007 0,00 4958,43 4958,43 0,00 720,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10637,76
2008 0,00 0,00 2582,52 193,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 175,47 2951,12
2009 547,68 704,58 704,58 1608,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1828,10 5393,56
2010 2025,61 0,00 0,00 2072,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 312,12 4410,66
2011 279,52 252,06 252,06 0,00 1033,50 0,00 0,00 0,00 0,00 448,81 226,17 276,14 2768,25
2012 0,00 330,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 330,28
2013 969,79 0,00 0,00 117,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 810,22 1897,40
2014 0,00 1134,24 1134,24 118,55 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 445,17 2832,19
Média 697,65 672,67 601,87 342,66 150,63 0,00 0,00 0,00 10,50 65,15 285,90 954,75 3781,78
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
73
Tabela 28. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82777 (Campos Sales, CE)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1985 321,98 358,37 358,37 873,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 783,40 193,13 2888,98
1994 1490,04 0,00 0,00 0,00 384,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 27,85 185,31 2088,16
1995 0,00 355,47 355,47 0,00 365,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1076,78
1996 284,22 193,13 0,00 1267,14 174,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 55,70 370,61 2344,95
1997 279,52 490,32 490,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 61,22 370,61 0,00 0,00 1691,99
1999 1336,78 262,85 262,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 699,94 2562,42
2000 0,00 452,11 423,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 185,31 0,00 349,97 1410,67
2001 668,39 357,48 262,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 303,76 0,00 55,70 1648,18
2002 329,54 0,00 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 55,70 445,52
2003 0,00 307,31 307,31 307,31 176,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 53,92 0,00 1152,66
2004 2141,22 1615,03 0,00 221,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 382,59 4360,46
2005 316,21 56,60 56,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1702,45 2131,87
2006 0,00 0,00 0,00 216,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1702,45 1918,54
2007 0,00 3138,88 3138,88 427,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 359,32 7064,37
2008 355,47 2587,15 1565,04 46,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 276,14 4830,09
2009 347,26 264,32 264,32 815,26 475,52 0,00 45,49 0,00 0,00 0,00 0,00 605,36 2817,51
2010 46,71 182,16 182,16 3529,64 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 314,48 1073,51 605,36 5934,00
2011 247,24 708,47 708,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 198,74 0,00 0,00 1862,91
2012 925,57 0,00 179,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1105,03
2013 597,13 0,00 0,00 240,43 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 837,56
2014 0,00 256,33 256,33 50,46 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 44,69 637,70 0,00 1245,51
Média 461,30 551,71 419,61 383,60 75,11 0,00 2,17 0,00 2,92 67,50 125,34 359,24 2448,48
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 29. Mapa geoespacializado do Fator R para as bacias de drenagem referentes à FN Araripe-Apodi.
8.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pela FUNCEME e valores de referência para o fator K. Os valores utilizados de erodibilidade
conforme utilizados são apresentados na Tabela 29 e na Figura 30.
Tabela 29. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica observada nas bacias de drenagem
referentes à FN Araripe-Apodi.
Pedologia Fator K Referência
Red 0,0120 Silva (1978) apud Lopes (2011)
LVd 0,0240 Silva (1978) apud Lopes (2011)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
75
Figura 30. Mapa geoespacializado do Fator K para as bacias de drenagem referentes à FN Araripe-Apodi.
8.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pela FUNCEME e os fatores
C foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz &
Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e,
principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). Assim, a Tabela 30 e a Figura 31 apresentam,
respectivamente, os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.
Tabela 30. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica observada nas bacias de
drenagem referentes à FN Araripe-Apodi.
Uso e Cobertura Fator C
Agricultura 0,02
76
Figura 31. Mapa geoespacializado do Fator C para as bacias de drenagem referentes à FN Araripe-Apodi.
Figura 32. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para a FN Araripe-Apodi atualmente.
Figura 33. Mapa geoespacializado do Fator C (uso e cobertura da terra) para a FN Araripe-Apodi no cenário
hipotético.
Tabela 31. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela SAAEC/COGERH que interseccionam com a FN Araripe-Apodi.
Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
0 SAAEC Batateira 64.319 64.319 1.230,5 1.230,5
1 SAAEC Serrano 179 15.951 5,6 502,6
2 SAAEC Caiana 1.434 1.434 38,1 38,1
3 SAAEC Grangeiro 212 19.891 5,6 523,2
4 SAAEC Coqueiro 256 45.792 3,6 646,2
79
Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
COGERH Bananeiras /
5 19.340 26.431 303,1 414,2
Pau Caído
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 34. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes à FN Araripe-Apodi atualmente.
Figura 35. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) p/as bacias associadas à FNAA, no cenário hipotético.
Figura 36. Diferença de perdas de solo relativas p/ as bacias associadas à FNAA entre os dois cenários.
8.9 VALORAÇÃO
Para valoração foi utilizada a curva de relação turbidez e custo de tratamento sugerida nas
Equações 10 e 11, calculada para o sistema SABESP de abastecimento público, uma vez que não há
dados para a confecção de um padrão local.
Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os valores
de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento urbano e,
posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e futuro
(com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de drenagem). Os
resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são apresentados na
Tabela 32.
Tabela 32. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela SAAEC/COGERH que interseccionam com a FN Araripe-Apodi.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento PSA
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo
(R$/ano) (R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
0 Batateira 90,29 90,29 - - - -
1 Serrano 39,90 84,82 650,78 1.216,65 56.545,36 58.412,79
2 Caiana 58,87 58,87 - - - -
81
Os resultados de economia com o tratamento de água e com a disposição do lodo das bacias
de drenagem da FLONA Araripe-Apodi são baixos devido às pequenas áreas correspondentes às
bacias de drenagem e seus respectivos pontos de captação, não conseguindo subsidiar os custos de
implantação do projeto de PSA. Esses valores são justificados pela proximidade da captação de
água com a nascente. Entretanto, os custos evitados com o desassoreamento, pressupõe uma
arrecadação considerável: entre R$ 23 e 186 mil por ano, para as bacias de drenagem referentes aos
pontos de captação: SAAEC Serrano, SAAEC Granjeiro, SAAEC Coqueiro e COGERH
Bananeiras/Pau Caído, possibilitando a implantação de um projeto de PSA.
Segundo Cadastro Nacional de Unidade de Conservação (ICMBIO, 2014), o PNB está situado
em um divisor de águas entre as Bacias Amazônica e do Paraná, sendo área de importantes
nascentes. As águas de superfície e subsuperfície presentes nesta UC, por sua abundância e
qualidade, são de importância estratégica para o Distrito Federal. As águas superficiais do sistema
de captação das bacias dos córregos Santa Maria e Torto contribuem atualmente com cerca de 20%
do abastecimento público do DF. Outros reservatórios de superfície estão representados no Parque
por áreas inundadas perenes e sazonais. Destacam-se as áreas representadas pelos campos de
murundus e áreas de solos hidromórficos, as piscinas de água mineral e duas pequenas lagoas.
As águas subterrâneas, embora não exploradas diretamente, apresentam um significativo
papel na regularização das vazões das drenagens e das fontes naturais além da manutenção da
qualidade físico-química e bacteriológica dos aqüíferos. A drenagem do PNB é feita principalmente
pelos ribeirões Torto e Bananal e seus afluentes, que deságuam no braço norte do lago Paranoá e,
secundariamente, por adutoras da Companhia de Águas e Esgotos de Brasília (CAESB).
Os cursos de água presentes no Parque podem ser agrupados em duas Sub-bacias: Sub-Bacia
do Torto e Sub-Bacia do Bananal (Santa Maria). A Sub-Bacia do Torto ocupa pouco mais de 2/3 da
área do Parque, tem como principal curso fluvial o ribeirão do Torto e recebe como principais
tributários: o Ribeirão Tortinho (córregos Boqueirão e Licuri) e os córregos Três Barras, Milho
Cozido, Morrinhos, Vargem Grande, Santa Maria (córregos Barrinha, Barriguda e Morrinhos),
Vauzinho, Invernada e Açude. Já a Sub-Bacia do Bananal ocupa menos de 1/3 da área do Parque e
tem como principal curso o ribeirão Bananal, que recebe contribuições dos seguintes afluentes:
córregos Poço D’Água, Capão Comprido, Rego e Acampamento.
Abastecimento de Água do Distrito Federal – SiAgua 2014, o qual indica as seguintes informações
de interesse sobre o Sistema de Abastecimento Santa Maria/Torto:
Vazão de referência (l/s): Torto = 673 e Santa Maria = 1260;
Volume produzido em relação à demanda do DF (%) = 27,63;
Custo total operacional na produção (%) = 27,32%;
Disponibilidade hídrica (l/s) = 3.361;
Vazão média de água produzida = 2.148 l/s;
Vazão nominal (l/s) = 2.800;
Volume tratado (l/s) = 1.965,8.
O Sistema é composto por captações superficiais, sendo duas de maior porte - Santa Maria e
Torto -, e outras sete de menor porte, além de 21 captações subterrâneas (poços) operando em 2013.
O Lago Santa Maria apresenta água de excelente qualidade bacteriológica e físico-química.
A Figura 37 apresenta o fluxograma do atual processo de tratamento da ETA Brasília. A água
bruta, proveniente do ribeirão Torto e/ou lago Santa Maria (Tabela 33), chega à caixa de entrada de
água bruta onde é adicionada a solução de cal, para ajuste do pH de coagulação. Após a pré-
alcalinização, a água bruta dos dois mananciais, já misturada, chega à Calha Parshall, onde é
aplicado o coagulante cloreto de poli-alumínio e ocorre a mistura rápida.
A água coagulada é encaminhada para etapa de floculação. Essa unidade possui seis tanques
de floculação em paralelo, sendo que cada tanque possui três câmaras em série. A água floculada é
encaminhada para duas baterias de flotadores, cada uma com quatro flotadores. No sistema de
flotação é aplicada uma mistura – água e ar dissolvido - sendo que os flocos aglutinados se aderem
às microbolhas de ar. Essas bolhas formam um colchão que arrastam os flocos de baixo para cima.
Na superfície é formada uma camada de lodo que é removida por meio de raspadores
mecânicos. Esse lodo é transferido para uma unidade de desidratação e a água clarificada é
encaminhada para a etapa seguinte, de filtração. Na etapa de filtração, os flocos que não foram
removidos na camada de lodo nos flotadores passam pelos filtros.
A água filtrada segue para o tanque de contato aonde é adicionado cloro para desinfecção
final, ácido fluossilícico para prevenção às cáries e cal para correção final do pH. Do tanque de
contato, a água segue para os reservatórios, e destes para o consumo público.
84
Tabela 33. Localização (UTM – Z 23 Sul), vazão e turbidez das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pelo CAESB que interseccionam com o PN Brasília.
Bacia Recurso Hídrico Latitude Longitude Vazão (L/s)
1 Santa Maria 8265468 183434 1260
2 Torto 8262509 187729 673
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 34. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela CAESB que interseccionam com o PN Brasília.
Comprimento do
Área Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico curso d'água
(km2) altitude (m) altitude (m)
principal (km)
0 Torto 213,10 25.702,60 1.027 1.226
1 Santa Maria 106,79 19.326,50 1.051 1.226
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
85
Figura 38. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico da
CAESB que interseccionam com o PN Brasília.
9.4 EROSIVIDADE
Nas tabelas 35 a 38, são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com as
séries pluviométricas da estação de Brasília - DF (código 83377), Roncador – DF (código 83373),
Formosa – GO (código 83379) e Pirenópolis – GO (código 83376), respectivamente, para o período
de 1983 a 2013. Essas são estações pertencentes à Unidade de Conservação do PN de Brasília.
Tabela 35. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83377 (Brasília, DF)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 1814,10 2678,89 2678,89 0,00 197,33 0,00 0,00 0,00 441,80 702,51 427,34 262,13 9202,98
1995 920,84 628,66 628,66 478,91 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 731,40 341,26 1297,88 5027,62
1996 953,88 721,20 721,20 518,88 219,37 0,00 0,00 0,00 210,47 1469,72 274,35 708,31 5797,38
1997 2389,00 178,13 178,13 336,88 48,77 0,00 0,00 0,00 396,31 524,69 568,95 282,28 4903,15
1998 639,04 1391,44 1621,90 2293,80 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 894,74 941,46 1779,86 9622,54
1999 0,00 502,68 502,68 363,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1360,76 1436,20 880,73 5046,11
86
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2000 51,31 0,00 1320,33 303,76 0,00 0,00 0,00 247,99 53,92 3113,99 406,98 552,39 6050,67
2001 0,00 689,05 689,05 1856,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1732,71 1854,61 6822,17
2002 45,89 1019,80 1019,80 685,47 0,00 0,00 0,00 0,00 222,05 178,13 577,98 3107,89 6857,00
2003 390,97 915,66 915,66 239,91 0,00 0,00 0,00 45,49 0,00 269,45 1315,58 665,07 4757,79
2004 1535,26 2715,49 1434,09 309,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 809,12 201,76 462,98 7468,38
2005 1159,43 3356,34 3356,34 0,00 0,00 0,00 0,00 288,05 60,75 206,09 579,14 2309,69 11315,83
2006 245,14 983,36 983,36 548,34 0,00 0,00 0,00 221,62 0,00 5847,62 437,87 1121,47 10388,78
2007 1901,99 866,81 866,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1876,64 2236,31 7748,57
2008 246,04 1188,66 494,45 1385,24 0,00 0,00 0,00 0,00 190,12 0,00 1157,36 1128,09 5789,95
2009 101,62 122,04 122,04 3709,08 0,00 0,00 0,00 212,67 0,00 993,68 247,49 1160,15 6668,78
2010 501,31 954,57 954,57 310,88 0,00 0,00 0,00 339,98 409,94 824,83 419,26 2863,92 7579,26
2011 0,00 195,92 195,92 369,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1033,15 2542,55 608,80 4945,47
2012 578,29 0,00 481,79 522,43 179,47 0,00 0,00 0,00 176,80 1061,69 3271,55 0,00 6272,01
2013 4597,48 1676,18 1676,18 184,87 0,00 0,00 0,00 0,00 289,78 46,71 1138,32 1412,83 11022,34
2014 1067,34 286,78 286,78 316,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1195,84 57,51 2624,06 5834,94
Média 911,38 1003,41 1006,12 701,60 30,71 2,87 0,00 64,56 116,76 1012,58 950,11 1300,93 7101,03
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 36. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83373 (Roncador, DF)
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 195,59 1204,80 1899,11 941,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 662,58 2516,34 7420,27
1995 391,18 1110,03 1110,03 1883,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 48,77 1499,70 1439,31 7482,71
1996 0,00 1299,57 2688,20 0,00 0,00 0,00 0,00 294,98 0,00 544,05 0,00 1273,36 6100,15
1059,
1997 1516,20 553,20 553,20 96,34 0,00 0,00 0,00 0,00 246,72 455,74 52,17 4533,51
93
1998 399,40 4520,15 4520,15 381,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 681,40 458,65 349,72 11311,13
1999 61,22 219,06 219,06 253,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1124,88 1426,70 492,21 3796,23
2000 564,69 584,04 924,04 1137,95 0,00 0,00 0,00 276,14 741,71 701,26 924,59 6299,95 12154,36
2001 895,10 114,37 114,37 0,00 54,3 0,00 0,00 0,00 46,71 590,53 502,60 430,89 2748,92
2002 911,88 593,85 593,85 296,72 0,00 0,00 0,00 0,00 922,13 0,00 1248,02 51,31 4617,77
2003 1443,03 253,11 253,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 419,59 470,45 2839,28
2004 1067,14 1843,30 607,76 473,64 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 285,54 6478,17 10755,56
2005 612,98 2853,13 2853,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 675,23 2096,00 2032,95 11123,43
2006 467,36 1383,78 1383,78 226,57 240,4 0,00 0,00 0,00 0,00 1877,52 47,11 1275,04 6901,58
2007 1415,51 0,00 0,00 1001,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 779,10 443,39 3432,48 7072,10
2008 2818,96 803,01 1370,63 1162,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 988,18 6237,91 13380,85
2009 190,35 319,92 319,92 908,07 303,7 0,00 0,00 0,00 0,00 248,25 243,66 59,35 2593,27
2010 1782,81 378,08 378,08 293,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2652,37 1045,66 1180,17 7710,39
2011 0,00 1375,70 1375,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 643,33 1118,67 1353,78 2127,22 7994,40
2012 1189,76 0,00 216,01 0,00 225,0 174,1 1010 198,74 0,00 0,00 988,18 6237,91 10239,85
2013 3619,98 566,68 566,68 0,00 45,4 0,00 0,00 256,33 246,72 485,19 308,32 2127,22 8222,63
2014 46,30 969,54 969,54 0,00 0,00 0,00 54,81 441,70 246,72 485,19 648,25 4182,57 8044,63
Média 977,16 998,79 1097,34 452,83 96,45 8,71 50,50 51,31 130,03 588,70 764,11 2321,27 7478,24
87
Tabela 37. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83379 (Formosa, GO).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 276,88 1280,25 1280,25 1131,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2945,52 2669,64 9583,57
1995 1528,19 57,51 57,51 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 241,45 1344,66 642,82 4068,06
1996 347,26 0,00 1492,17 0,00 0,00 0,00 0,00 207,32 0,00 0,00 1262,95 3179,25 6488,95
1997 307,31 1058,28 1058,28 212,67 0,00 0,00 0,00 0,00 569,82 0,00 1199,94 1427,26 5833,57
1998 0,00 1055,00 3801,52 1492,57 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1185,42 1456,06 989,32 9979,88
1999 611,74 1299,32 1299,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 546,22 1983,97 1622,56 7363,12
2000 2513,66 805,76 445,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 240,43 323,56 640,06 363,61 5332,62
2001 2099,24 319,19 319,19 355,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 660,70 1372,28 7461,94 12588,02
2002 2308,67 897,93 897,93 325,39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 504,86 53,04 858,72 5846,55
2003 1947,53 581,37 581,37 0,00 0,00 0,00 0,00 445,26 0,00 1473,80 282,94 1011,06 6323,32
2004 2679,44 4741,13 1589,78 259,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2012,55 11282,28
2005 630,98 928,45 928,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 477,21 0,00 1173,86 1626,74 5765,69
2006 256,99 868,42 868,42 678,72 0,00 0,00 0,00 0,00 467,08 3935,18 756,52 376,54 8207,86
2007 1023,47 3086,09 3086,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 175,47 1742,68 55,70 9169,50
2008 1558,84 371,32 262,85 1154,03 0,00 0,00 0,00 0,00 101,00 0,00 0,00 3028,99 6477,03
2009 625,02 652,05 652,05 2382,77 0,00 0,00 0,00 400,94 0,00 548,86 614,11 2223,03 8098,84
2010 2589,69 518,22 518,22 216,09 1287,38 0,00 0,00 0,00 0,00 584,61 0,00 1061,31 6775,52
2011 1942,23 0,00 0,00 180,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 378,51 1644,63 931,08 5077,26
2012 675,22 254,48 254,48 0,00 210,22 0,00 0,00 0,00 1045,48 2820,31 210,47 0,00 5470,66
2013 2049,64 839,97 839,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 259,58 179,47 776,29 1972,61 6917,52
2014 283,29 705,52 705,52 633,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1776,74 1092,85 5197,77
Média 1250,25 967,63 997,09 438,99 71,31 0,00 0,00 50,17 150,51 645,64 1011,27 1647,98 7230,84
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 38. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83376 (Pirenópolis, GO).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 1018,23 335,04 146,00 236,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 214,89 1120,26 3071,00
1995 1815,46 50,03 50,03 668,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 795,99 1639,32 1648,21 6667,47
1996 220,99 620,05 241,96 974,62 0,00 0,00 0,00 216,09 0,00 384,15 2183,15 0,00 4841,01
1997 1150,23 312,65 312,65 888,60 228,09 300,23 0,00 0,00 201,58 50,03 57,51 289,76 3791,33
1998 1541,49 496,80 496,80 544,03 46,71 0,00 0,00 0,00 0,00 2447,13 793,20 994,39 7360,54
1999 314,48 230,77 230,77 55,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 829,43 2642,34 1896,99 6200,47
2000 844,65 676,03 490,43 0,00 0,00 0,00 0,00 237,31 261,03 193,13 2100,13 1478,44 6281,16
2001 0,00 0,00 0,00 0,00 57,06 0,00 0,00 0,00 49,19 747,65 455,36 400,39 1709,65
2002 634,82 349,34 349,34 531,74 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 742,75 583,56 3387,48
2003 2727,62 650,30 650,30 48,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1222,15 0,00 5299,13
2004 2182,84 2907,40 2243,89 516,90 53,48 0,00 0,00 0,00 0,00 2190,94 246,72 1703,72 12045,88
2005 4518,22 2514,60 2514,60 387,14 50,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1031,62 5927,88 16944,10
88
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2006 0,00 2394,44 2394,44 329,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 596,24 1123,69 1032,42 7870,30
2007 3326,64 6712,60 6712,60 6594,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 404,32 3423,73 27173,90
2008 1439,65 2298,74 320,29 118,63 0,00 0,00 0,00 0,00 47,53 0,00 1216,36 2151,83 7593,02
2009 675,65 2124,22 2124,22 1564,97 0,00 0,00 0,00 223,89 561,94 1246,76 1046,10 1665,20 11232,95
2010 796,67 1627,61 1627,61 2521,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 812,36 2135,32 4314,10 13835,03
2011 198,74 1032,21 1032,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 424,13 744,59 489,95 3921,85
2012 1987,71 267,79 1168,24 285,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 269,45 1158,38 143,61 5281,06
2013 4605,55 903,18 903,18 45,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 281,21 1372,81 1425,85 9536,86
2014 1056,99 894,72 894,72 1191,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 421,35 1666,85 6125,82
Média 1478,89 1304,69 1185,92 833,46 30,06 14,30 0,00 32,25 53,39 536,60 1092,96 1540,82 8103,33
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 39. Mapa do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes ao PN Brasília.
9.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pela CAESB e valores de referência para o fator K. Os valores utilizados de erodibilidade conforme
utilizados são apresentados na Tabela 39 e na Figura 40.
Tabela 39. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica observada nas bacias de drenagem
referentes ao PN Brasília.
Pedologia K Referência
CXbd13 0,0237 Bloise et al. (2001)
CXbd18 0,0237 Bloise et al. (2001)
CXbd2 0,0158 Bloise et al. (2001)
CXbd27 0,0158 Bloise et al. (2001)
CXbd29 0,0158 Bloise et al. (2001)
CXbd3 0,0263 Bloise et al. (2001)
CXbd30 0,0263 Bloise et al. (2001)
CXbd31 0,0263 Bloise et al. (2001)
CXbd4 0,0210 Bloise et al. (2001)
CXbd5 0,0200 Lima et al. (2007)
CXbd9 0,0312 Bioatlanta (2009)
LVAd1 0,0171 Bloise et al. (2001)
LVAd13 0,0171 Bloise et al. (2001)
LVAd2 0,0237 Bloise et al. (2001)
LVAd3 0,0144 Bloise et al. (2001)
LVAd5 0,0354 Adami et al. (2006)
LVAd6 0,0297 Adami et al. (2006)
LVAd7 0,0329 Adami et al. (2006)
LVd1 0,0263 Bloise et al. (2001)
LVd4 0,0105 Bloise et al. (2001)
LVd5 0,0114 Nunes (2013)
PVd2 0,0421 Bloise et al. (2001)
PVd3 0,0340 Andrade (2014)
rio 0,0000
lagoa 0,0000
urbano 0,0000 Gurgel et al (2011)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 40. Mapa do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes ao PN Brasília.
90
9.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pela CAESB e adaptado pela
equipe do projeto e os fatores C foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso
et al (2006) Silva, Schulz & Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud
BRITO et al., 1998) e, principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). Assim, a Tabela 40 e a Figura
41 apresentam os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.
Tabela 40. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica observada nas bacias de drenagem
referentes ao PN Brasília.
Figura 41. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem referentes à PN Brasília.
Figura 42. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Brasília atualmente.
92
Figura 43. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Brasília no cenário hipotético.
93
Tabela 41. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pelo CAESB que interseccionam com o PN Brasília.
94
Recurso Hídrico de USLE atual USLE futura USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ano.ha) (t/ano.ha)
Figura 44. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Brasília atualmente.
Figura 45. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Brasília no cenário hipotético.
95
Figura 46. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Brasília entre os
dois cenários.
9.9 VALORAÇÃO
Para encontrar uma equação que relacione o custo de tratamento e a redução de turbidez da
água, foram utilizados os valores cedidos pela CAESB referentes aos gastos com os seguintes
produtos químicos: sulfato de alumínio, polímero e cal hidratada, em cada mês do ano de 2014.
Foi confeccionado um gráfico de dispersão que relaciona o custo da redução da turbidez da água
(R$/m³) para cada turbidez observada (Figura 47), explicitando a relação entre o aumento do custo
de tratamento de água com altas taxas de sedimentos em suspensão, ou seja, com a qualidade da
água in natura.
Após traçadas diversas linhas de tendência, exponencial, linear, logarítmica, polinominal,
potência e de média móvel, o ajuste de curva que mais se adequou foi o exponencial, demonstrado
na Equação 12 (em que, y = custo com o tratamento de redução da turbidez; x = turbidez medida),
para a captação da CAESB.
Figura 47. Relação entre a turbidez da água bruta captada de Santa Maria e Torto e os custos de tratamento
na ETA Brasília da CAESB.
0,016
0,014
0,012
0,010
0,008
0,006
0 1 2 3 4 5 6
Turbidez (NTU)
resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são apresentados na
Tabela 42.
Tabela 42. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAESB que interseccionam com o PN Brasília.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo PSA (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
0 Torto 28,88 77,02 229.956,87 139.871,53 10.480.778,35 10.850.606,75
Santa
1 30,80 82,14 122.831,75 77.952,04 9.359.859,80 9.560.643,59
Maria
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
Os resultados para as bacias de drenagem do Torto e Santa Maria apresentam valores para
implantação de PSA com economia no tratamento de água e na disposição do lodo, da ordem de R$
230 mil e R$ 140 mil para bacia da captação do Torto e R$ 120 mil e R$ 80 mil para a bacia de
captação Santa Maria, respectivamente. Ambas as bacias estão localizadas quase integralmente
dentro da área da UC e possuem um reservatório que auxilia na decantação dos sedimentos e
proporciona uma turbidez menor nos pontos de captação de água. O custo evitado com o
desassoreamento neste reservatório é alto, devido à grande proteção que a UC exerce nas áreas
dessas captações. Os valores ultrapassam R$ 10 milhões e R$ 9 milhões para o Torto e Santa Maria,
respectivamente. A implantação do projeto de PSA nesta UC é fortemente justificada devido a
importância da manutenção do PN de Brasília, que já é uma UC de proteção integral e sua área
abrange quase totalidade das bacias de drenagem apontadas.
98
tem grande importância econômica, histórica e cultural para a região, principalmente relacionada à
mineração de diamantes e à colonização. Atualmente, deságua no lago de Aproveitamento Múltiplo
do Rio Manso (APM Manso).
Nesta mesma parte do Parque Nacional, nascem alguns tributários do rio Coxipó-açu e no
limite externo, a noroeste do PNCG, estão as nascentes do ribeirão do Forte, tributário do Coxipó-
açu e do rio dos Peixes, tributário do rio Coxipó.
Tabela 43. Localização, vazão e turbidez das microbacias de captações de água para abastecimento
doméstico outorgadas pelo CAB Cuiabá (UTM – Z 21 Sul) que interseccionam com o PNCG.
Vazão
Bacia Captação Recurso Hídrico Latitude Longitude
L/s
0 Aguaçu Rio Coxipó-Açu 8311028 594073 5
1 Nossa Senhora da Guia Rio Coxipó-Açu 8302527 583108 8,3
2 Coxipó do Ouro Rio Coxipó 8291347 609309 5
3 Tijucal I e II Rio Coxipó 8273608 605827 500
3 Tijucal III Rio Coxipó 8273608 605827 500
4 Parque Cuiabá Rio Cuiabá 8268021 599620 50
5 Coophema Rio Cuiabá 8270138 599712 100
Fonte: Declaração de Uso de Recursos Hídricos (CNARH/ANA 51.0.007396/2013).
Tabela 44. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela CAB Cuiabá que interseccionam com o PN Chapada dos Guimarães.
Comprimento do
Área Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico curso d'água
(km2) altitude (m) altitude (m)
principal (km)
0 Aguaçu 404,72 38.424,40 189 605
1 Nossa Senhora da Guia 567,43 56.531,40 169 605
2 Coxipó do Ouro 420,16 45.810,50 187 730
3 ETA Tijucal I, II e III 611,67 70.375,10 163 730
4 Parque Cuiabá 24.426,80 454.714,00 154 729
5 Coophema 24.401,50 452.416,00 155 729
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
Figura 48. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico da CAB
que interseccionam com o PN Chapada dos Guimarães.
10.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 45, 46 e 47 são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação de Cuiabá - MT (código 83361), Padre Ricardo Remetter - MT
(código 83364) e Diamantino (código 83309), respectivamente, para o período de 1983 a 2013.
Essas são estações mais próximas à Unidade de Conservação do PN da Chapada dos Guimarães.
101
Tabela 45. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83361 (Cuiabá, MT).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr Mai jun jul ago set out nov dez anual
1988 4827,69 1723,16 2162,33 1675,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 402,01 668,69 11459,86
1989 2291,42 1281,73 1281,73 680,74 208,27 174,15 726,84 237,84 0,00 243,56 1447,93 832,97 9407,19
1993 1946,80 0,00 0,00 324,70 208,27 174,15 726,84 237,84 0,00 243,56 1447,93 732,97 6043,07
1995 5266,94 3923,63 3923,63 883,41 0,00 54,36 0,00 0,00 517,10 210,47 1561,70 750,83 17092,07
1998 1395,17 1140,71 1140,71 240,94 190,35 0,00 0,00 0,00 652,71 295,62 1283,19 1622,59 7961,97
1999 2602,14 1230,46 1230,46 368,85 0,00 594,33 0,00 0,00 0,00 1754,27 1087,29 418,21 9286,01
2000 1070,20 3066,01 195,92 44,69 0,00 0,00 0,00 0,00 787,89 651,17 242,47 326,25 6384,60
2001 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1685,18 1018,25 1516,77 4220,21
2002 947,73 1281,18 1281,18 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 286,50 225,06 496,08 1208,62 5786,63
2003 886,85 164,83 164,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 47,53 1274,20 1258,74 266,81 4063,78
2004 650,51 904,05 216,01 0,00 0,00 0,00 361,26 0,00 0,00 439,01 713,76 639,56 3924,16
2005 761,60 2759,08 2759,08 0,00 0,00 0,00 48,35 0,00 2123,86 0,00 615,11 266,81 9333,90
2006 561,39 2194,64 2194,64 306,04 0,00 0,00 0,00 0,00 1020,66 282,00 1472,03 421,34 8452,73
2007 3261,90 2693,31 2693,31 613,27 45,09 0,00 0,00 0,00 0,00 1311,28 1997,41 303,76 12919,33
2008 2531,86 174,15 405,60 0,00 119,11 28,30 427,90 206,34 992,71 707,82 2133,95 303,76 8031,51
2009 2896,88 1433,73 1549,45 104,12 193,13 56,60 855,80 412,69 1985,42 104,37 2270,48 303,76 12166,43
2010 2634,29 6351,60 6351,60 320,57 44,69 0,00 0,00 0,00 0,00 730,92 723,76 44,29 17201,71
2011 1517,82 3535,64 3535,64 1468,88 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 796,80 294,61 671,16 11820,55
2012 2232,24 1501,01 2085,47 0,00 2650,22 0,00 0,00 0,00 51,74 0,00 326,69 1361,23 10208,59
2013 606,97 1229,69 1229,69 0,00 0,00 48,77 0,00 47,94 0,00 792,56 282,56 507,41 4745,59
2014 2733,05 1223,30 1223,30 234,28 1280,96 0,00 48,77 0,00 0,00 0,00 2770,40 0,00 9514,05
Média 1982,07 1800,57 1696,41 346,02 238,11 53,84 152,18 54,41 403,15 559,42 1135,54 627,04 9048,76
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 46. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83364 (Padre Ricardo Remetter, MT).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr Mai jun jul ago set out nov dez anual
1992 1362,35 0,00 475,67 0,00 0,00 46,30 52,61 1557,20 0,00 0,00 2461,46 357,38 6312,97
1993 220,55 571,66 571,66 0,00 0,00 0,00 3478,49 1370,52 2701,77 210,47 1561,70 832,97 11519,79
1994 3019,83 611,39 611,39 309,55 0,00 0,00 373,59 1434,71 2701,77 210,47 1561,70 832,97 11667,37
1995 10836,50 587,38 587,38 309,55 0,00 0,00 1926,04 1402,62 2701,77 210,47 1561,70 832,97 20956,37
1998 1010,20 50,03 50,03 1103,78 0,00 0,00 0,00 0,00 2079,97 44,29 0,00 1365,44 5703,74
1999 875,46 877,57 877,57 243,66 0,00 0,00 0,00 470,20 1458,16 1387,76 0,00 247,24 6437,62
2000 0,00 0,00 45,49 1252,95 493,22 219,06 0,00 0,00 0,00 0,00 402,01 668,69 3081,41
2001 950,47 207,32 207,32 0,00 49,19 0,00 0,00 0,00 0,00 1435,99 869,95 599,76 4320,00
2002 678,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 244,85 284,62 0,00 2710,76 3918,97
2003 2833,69 2950,14 2950,14 2720,61 0,00 0,00 0,00 0,00 122,42 860,31 434,98 225,03 13097,30
2004 388,20 270,87 688,38 387,14 0,00 0,00 505,86 0,00 0,00 535,36 807,03 1124,56 4707,40
2005 761,75 900,32 900,32 230,77 0,00 0,00 0,00 0,00 230,18 379,03 587,91 330,93 4321,21
2006 772,51 242,50 242,50 425,94 0,00 0,00 187,60 625,73 353,50 539,35 303,50 451,83 4144,97
2007 488,87 1195,93 1195,93 298,96 0,00 0,00 47,94 0,00 0,00 0,00 359,85 1172,39 4759,88
2008 1161,39 636,37 356,55 891,96 210,22 0,00 0,00 0,00 0,00 502,10 187,60 9442,84 13389,03
102
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr Mai jun jul ago set out nov dez anual
2009 760,69 1805,16 1805,16 584,72 47,94 421,34 0,00 0,00 448,81 1165,72 1053,52 2669,31 10762,35
2010 2916,44 2795,47 2795,47 2163,85 340,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 522,19 0,00 11533,53
2011 2922,68 2117,30 2117,30 110,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1923,80 9191,73
2012 651,65 200,16 820,50 0,00 347,51 231,14 0,00 0,00 0,00 0,00 2461,46 357,38 5069,79
2013 642,23 384,95 384,95 572,59 0,00 0,00 0,00 0,00 506,00 282,91 334,73 1077,30 4185,66
2014 643,59 1075,45 1075,45 582,53 566,01 0,00 172,83 0,00 0,00 0,00 897,14 1629,34 6642,35
Média 1626,77 889,91 932,20 641,54 108,12 45,87 169,15 207,01 570,92 412,55 649,75 1455,92 7783,72
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 47. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83309 (Diamantino, MT).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1990 2402,11 5225,47 5225,47 310,88 0,00 198,74 0,00 1060,94 791,98 289,78 285,67 1828,88 17619,92
1991 861,06 3033,77 3033,77 364,70 0,00 0,00 0,00 0,00 761,60 1316,76 492,04 1828,88 11692,58
1994 654,70 896,15 896,15 377,65 195,92 0,00 2032,56 893,53 2258,25 1722,08 955,58 1943,23 12825,80
1995 4318,43 4127,41 4127,41 5518,47 0,00 0,00 204,44 0,00 2888,64 2029,60 955,58 1943,23 26113,20
1998 464,83 1109,81 1109,81 3622,72 0,00 0,00 0,00 53,92 53,92 308,90 1321,50 1381,74 9427,15
1999 2379,58 1594,80 1594,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 232,67 240,43 1053,57 1445,50 8541,35
2000 559,01 765,68 1167,61 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 907,12 842,17 3251,78 1634,19 9127,56
2001 381,67 982,15 982,15 644,99 249,91 0,00 0,00 219,37 1857,69 426,84 2201,59 3367,55 11313,89
2002 2850,20 1588,14 1588,14 231,09 429,18 0,00 0,00 0,00 556,85 221,62 51,31 258,15 7774,68
2003 2653,23 6265,39 6265,39 364,04 208,27 0,00 0,00 0,00 267,79 2838,79 1287,38 2219,86 22370,15
2004 6140,32 5288,40 896,35 359,32 239,39 0,00 316,28 0,00 48,35 1434,35 2398,32 1225,36 18346,45
2005 2662,26 435,74 435,74 0,00 0,00 0,00 0,00 286,33 655,69 927,41 2149,23 3923,54 11475,95
2006 288,46 4296,06 4296,06 938,06 0,00 0,00 0,00 0,00 57,97 1087,19 1218,75 2445,79 14628,34
2007 1586,15 8187,20 8187,20 637,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1804,98 7093,00 803,78 28300,19
2008 4294,59 666,61 1818,84 2777,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1826,04 2119,11 947,23 14449,58
2009 0,00 4171,91 4171,91 777,29 308,32 0,00 0,00 516,40 246,72 716,92 802,33 1677,87 13389,68
2010 6782,27 3539,49 3539,49 0,00 0,00 51,31 0,00 0,00 0,00 4448,76 2028,95 2161,40 22551,67
2011 1209,09 2327,47 2327,47 704,24 0,00 304,29 0,00 314,48 54,36 384,98 1504,03 3504,46 12634,88
2012 1559,49 2563,42 518,84 230,77 1773,80 0,00 0,00 0,00 316,28 256,33 547,24 1471,25 9237,42
2013 5115,34 902,70 902,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 183,51 607,88 1119,74 2403,29 11235,15
2014 772,56 3471,96 3471,96 1613,12 0,00 0,00 262,85 0,00 256,92 2643,10 285,67 1828,88 14607,02
Média 2282,64 2925,70 2693,20 927,26 162,13 26,40 134,10 159,28 590,30 1255,95 1577,26 1916,38 14650,60
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 49. Mapa do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes ao PNCG.
10.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pelo IBGE e valores de referência para o Fator K. Os valores de erodibilidade utilizados são
apresentados na Tabela 48 e o mapa com sua distribuição espacial pode ser visualizado na Figura
50.
Tabela 48. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica observada nas bacias de drenagem
referentes ao PN Chapada dos Guimarães.
Pedologia Fator K Referência
CX 0,0347 Mannigel et al. (2002)
FF 0,0092 MPB Engenharia (2014)
LVA 0,0112 Mannigel et al. (2002)
PV 0,0178 Mannigel et al. (2002)
PVA 0,0466 Mannigel et al. (2002)
104
Figura 50. Mapa do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes ao PNCG.
10.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pelo IBGE e os fatores C
foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz &
Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e,
principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). A Tabela 49 e a Figura 51 apresentam,
respectivamente, os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.
Tabela 49. Fatores C para cada classe biofisica observada nas bacias de drenagem do PNCG.
Uso e Cobertura Fator C
Agropecuária < 10% 0,005
Agropecuária 10 a 25% 0,01
Agropecuária 25 a 50% 0,02
Área urbanizada 1
Lavoura 0,2
Lavoura + mata/floresta 0,01
Lavoura + pastagem 0,02
105
Figura 51. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem referentes ao PNCG.
Figura 53. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PNCG no cenário hipotético.
Tabela 50. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAB Cuiabá que interseccionam com o PNCG.
Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
0 Aguaçu 5304760 6625819 131,1 163,7
Figura 54. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PNCG.
Figura 55. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PNCG no cenário hipotético.
Figura 56. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) p/ bacias do PNCG, entre os dois cenários.
10.9 VALORAÇÃO
Para encontrar uma equação que relacione o custo de tratamento e a redução de turbidez da
água, foram utilizados os valores informados pela CAB Cuiabá referentes aos gastos com os
seguintes produtos químicos: sulfato de alumínio, polímero, hipoclorito de sódio, cal hidratada,
barrilha leve, cloreto de sódio e policloreto de alumínio, em cada mês do ano de 2014.
Foram confeccionados gráficos de dispersão que relacionam o custo da redução da turbidez da
água (R$/m³) para cada turbidez observada (Figuras 57 a 62), explicitando a relação entre o
aumento do custo de tratamento de água e o aumento das taxas de sedimentos em suspensão, ou
seja, com a qualidade da água in natura.
Para encontrar uma equação que expresse essa relação, foram traçadas diversas linhas de
tendência: exponencial, linear, logarítmica, polinominal, potência e de média móvel. O ajuste da
curva que mais se adequou é observado abaixo, nas Equações 13 a 18 (em que, y = custo com o
tratamento de redução da turbidez; x = turbidez medida), para cada Estação de Tratamento de Água.
PNCG - Tijucal
0,080
0,070
Custo do Tratamento (R$)
0,060
0,050
0,040
0,030
y = 0,0065e0,0134x
0,020 R² = 0,8279
0,010
-
- 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Turbidez (NTU)
Figura 58. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na ETA Nossa Senhora da Guia.
0,030
R² = 0,7946
0,025
0,020
0,015
0,010
0,005
-
- 20 40 60 80 100 120 140 160
Turbidez (NTU)
PNCG - Aguaçu
0,025
Custo de Tratamento (R$)
0,020
0,015
0,005
-
- 20 40 60 80 100 120 140
Turbidez (NTU)
Figura 60. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na ETA Coxipó do Ouro.
R² = 0,7145
0,025
0,020
0,015
0,010
0,005
-
- 10 20 30 40 50 60 70 80
Turbidez (NTU)
PNCG - Coophema
0,050
0,045
Custo de Tratamento (R$)
0,040 y = 0,0303e0,0009x
R² = 0,08
0,035
0,030
0,025
0,020
0,015
0,010
0,005
-
- 20 40 60 80 100 120 140 160
Turbidez (NTU)
Figura 62. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na ETA Parque Cuiabá.
0,040
0,035
0,030
0,025
0,020 y = 0,0099ln(x) - 0,0058
0,015 R² = 0,8125
0,010
0,005
-
- 20 40 60 80 100 120 140
Turbidez (NTU)
Tabela 51. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CAB Cuiabá que interseccionam com o PNCG.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo PSA (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
0 Aguaçu 138,20 140,42 10,57 18,14 4.739.193,71 4.739.222,43
Nossa
1 Senhora da 135,19 136,84 168,23 22,51 4.192.043,04 4.192.233,78
Guia do
Coxipó
2 134,31 136,87 19,00 21,02 3.752.552,46 3.752.592,48
Ouro
ETA
3 81,10 83,40 19.041,04 4.494,47 3.263.439,51 3.286.975,01
Tijucal
Parque
4 150,16 150,24 7,96 6,09 4.839.203,90 4.839.217,95
Cuiabá
5 Coophema 143,24 143,32 7,49 12,37 4.845.029,30 4.845.049,17
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
113
temporárias, destacando-se a área onde ocorrem sete lagoas sucessivas que propiciam grande beleza
cênica.
Atualmente, a UC encontra-se em processo de isolamento pela construção de várias usinas
hidrelétricas - UHE - em seu entorno, dificultando a conectividade com outras Unidades de
Conservação, devendo-se, portanto, proteger e agilizar o processo de efetivação dos corredores
ecológicos estabelecidos pela RBC - Fase II, as propostas de criação do CECPP e as ações de
ordenamento e manejo de baixo impacto sobre a APA do Pouso Alto.
O Plano de Manejo do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (2009) é um instrumento
balizador das ações a serem desencadeadas na região, no sentido de conduzir ao desenvolvimento
sustentável, incentivando a adoção de instrumentos complementares de gestão bioregional para a
sua efetivação e servindo de garantia à conservação em longo prazo da biodiversidade do bioma
Cerrado na região.
Tabela 52. Localização (UTM – Z 23 Sul, e UTM – Z 22 Sul), vazão e turbidez nas microbacias de captação
de água outorgadas com interseção com o PNCV.
Vazão Turbidez
Bacia Captações de Água Latitude Longitude
(L/s) (NTU)
0 Teresina de Goiás 8472753 252130 9 0,72
1 Cavalcante 8468036 235306 13,05 1,21
2 Alto Paraíso 8435624 225802 23 0,48
3 São Jorge 8431557 200785 5 1,16
4 UHE Serra da Mesa 8468996 791577 - -
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
Tabela 53. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela SANEAGO e UHE Serra da Mesa que interseccionam com o PN Chapada dos Veadeiros.
Comprimento do curso Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico Área (km2)
d'água principal (km) altitude (m) altitude (m)
0 Teresina de Goiás 1,42 584,81 818 877
1 Cavalcante 58,68 17.718,60 794 1.488
2 Alto Paraíso 3,10 1.165,26 1.256 1.274
3 São Jorge 38,38 11.710,20 985 1.165
Figura 63. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico da
SANEAGO e UHE Serra da Mesa que interseccionam com o PN Chapada dos Veadeiros.
11.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 54, 55 e 56, são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação de Formoso - GO (código 83379), Posse – GO (código 83332) e
Peixe – TO (código 83228) para o período de 1983 a 2013. Essas são estações mais próximas ao PN
da Chapada dos Veadeiros.
Tabela 54. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83379 (Formoso, GO).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 276,88 1280,25 1280,25 1131,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2945,52 2669,64 9583,57
1995 1528,19 57,51 57,51 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 241,45 1344,66 642,82 4068,06
1996 347,26 0,00 1492,17 0,00 0,00 0,00 0,00 207,32 0,00 0,00 1262,95 3179,25 6488,95
1997 307,31 1058,28 1058,28 212,67 0,00 0,00 0,00 0,00 569,82 0,00 1199,94 1427,26 5833,57
1998 0,00 1055,00 3801,52 1492,57 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1185,42 1456,06 989,32 9979,88
1999 611,74 1299,32 1299,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 546,22 1983,97 1622,56 7363,12
2000 2513,66 805,76 445,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 240,43 323,56 640,06 363,61 5332,62
2001 2099,24 319,19 319,19 355,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 660,70 1372,28 7461,94 12588,02
2002 2308,67 897,93 897,93 325,39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 504,86 53,04 858,72 5846,55
2003 1947,53 581,37 581,37 0,00 0,00 0,00 0,00 445,26 0,00 1473,80 282,94 1011,06 6323,32
2004 2679,44 4741,13 1589,78 259,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2012,55 11282,28
2005 630,98 928,45 928,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 477,21 0,00 1173,86 1626,74 5765,69
2006 256,99 868,42 868,42 678,72 0,00 0,00 0,00 0,00 467,08 3935,18 756,52 376,54 8207,86
2007 1023,47 3086,09 3086,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 175,47 1742,68 55,70 9169,50
2008 1558,84 371,32 262,85 1154,03 0,00 0,00 0,00 0,00 101,00 0,00 0,00 3028,99 6477,03
2009 625,02 652,05 652,05 2382,77 0,00 0,00 0,00 400,94 0,00 548,86 614,11 2223,03 8098,84
2010 2589,69 518,22 518,22 216,09 1287,38 0,00 0,00 0,00 0,00 584,61 0,00 1061,31 6775,52
2011 1942,23 0,00 0,00 180,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 378,51 1644,63 931,08 5077,26
2012 675,22 254,48 254,48 0,00 210,22 0,00 0,00 0,00 1045,48 2820,31 210,47 0,00 5470,66
2013 2049,64 839,97 839,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 259,58 179,47 776,29 1972,61 6917,52
2014 283,29 705,52 705,52 633,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1776,74 1092,85 5197,77
Média 1250,25 967,63 997,09 438,99 71,31 0,00 0,00 50,17 150,51 645,64 1011,27 1647,98 7230,84
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 55. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83332 (Posse, GO).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 91,75 334,89 894,72 5614,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 503,03 2317,24 201,58 9957,50
1995 0,00 424,64 424,64 858,53 182,16 0,00 0,00 0,00 0,00 325,39 1027,12 46,71 3289,18
1996 183,51 245,14 1862,96 1367,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 386,97 1266,48 471,00 5783,40
1997 1234,80 844,95 844,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 234,21 316,45 666,70 4142,06
1998 445,09 1987,02 1987,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2638,29 1643,61 8701,03
1999 353,85 2339,66 2339,66 0,00 219,06 0,00 0,00 0,00 0,00 975,39 878,14 1227,03 8332,79
2000 718,98 2894,39 899,49 266,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 351,63 1586,78 1828,90 8546,31
118
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2001 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 456,17 1667,50 924,64 3048,32
2002 1243,86 663,85 663,85 0,00 305,63 0,00 0,00 0,00 0,00 527,79 0,00 513,25 3918,23
2003 472,51 1456,38 1456,38 266,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 300,23 540,16 4491,80
2004 1961,93 796,84 889,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 60,28 0,00 266,14 3974,97
2005 421,34 1789,48 1789,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 212,67 0,00 1655,31 3849,09 9717,38
2006 300,02 1680,41 1680,41 2102,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1639,04 1433,62 1470,47 10306,48
2007 445,32 548,77 548,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 351,63 0,00 848,24 2742,73
2008 871,86 111,09 781,68 325,39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1711,70 772,77 4574,49
2009 586,21 330,27 330,27 684,60 280,72 0,00 0,00 0,00 0,00 1330,30 1983,58 1825,98 7351,93
2010 643,21 47,53 47,53 0,00 335,88 0,00 0,00 0,00 54,81 422,93 820,76 1578,27 3950,92
2011 1506,65 0,00 0,00 581,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1113,02 1402,17 1702,13 6305,25
2012 4401,10 222,05 0,00 54,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5037,15 515,90 10231,00
2013 849,30 246,72 246,72 1724,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 249,91 0,00 1669,18 4986,70
2014 554,41 592,31 592,31 286,61 230,77 0,00 0,00 0,00 0,00 735,29 958,75 632,78 4583,22
Média 823,13 836,02 870,51 672,98 74,01 0,00 0,00 0,00 12,74 460,14 1285,78 1104,50 6139,80
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 56. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83228 (Peixe, TO).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 907,95 439,08 592,31 56,15 0,00 650,99 0,00 0,00 0,00 0,00 283,36 743,28 3673,13
1995 370,50 279,75 279,75 624,00 275,26 0,00 0,00 0,00 0,00 553,17 1628,31 1566,67 5577,42
1996 1445,40 598,40 3322,28 2694,55 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 799,88 3504,77 306,97 12672,24
1997 4545,56 406,40 406,40 2595,77 0,00 0,00 0,00 0,00 234,21 827,24 560,37 1792,62 11368,56
1998 2937,24 596,56 596,56 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 637,70 0,00 4768,06
1999 1562,92 942,11 942,11 441,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 376,20 4636,47 2669,52 11570,41
2000 353,55 2160,25 1544,55 1295,65 0,00 0,00 0,00 0,00 1173,02 0,00 380,33 4573,72 11481,06
2001 722,68 46,30 46,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1315,80 293,24 506,73 2931,05
2002 3852,69 1110,24 1110,24 0,00 179,47 0,00 0,00 0,00 55,70 0,00 431,85 6036,78 12776,97
2003 1603,23 837,77 837,77 647,61 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 176,80 0,00 4103,16
2004 1563,76 1036,86 1603,16 461,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1040,01 1394,16 7099,52
2005 4801,87 262,85 262,85 59,35 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 370,88 1668,92 7426,73
2006 398,36 413,43 413,43 836,79 0,00 0,00 0,00 0,00 877,05 1231,28 46,30 1009,27 5225,91
2007 775,72 1501,53 1501,53 57,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 496,16 2161,91 390,18 6885,02
2008 301,74 1470,39 971,14 2661,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1277,17 3203,72 9885,39
2009 1356,07 301,99 301,99 1877,20 186,23 0,00 0,00 0,00 507,30 0,00 178,13 1180,25 5889,17
2010 2016,52 1272,11 1272,11 329,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 414,40 2881,71 46,30 8232,22
2011 1009,95 1325,70 1325,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 353,10 945,82 1409,07 6369,34
2012 1286,12 912,24 471,82 0,00 214,89 0,00 0,00 0,00 445,53 0,00 1272,93 61,22 4664,75
2013 1912,92 219,06 219,06 58,43 54,81 289,76 0,00 0,00 0,00 1012,33 3190,64 4205,18 11162,19
2014 667,27 1543,18 1543,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1209,90 955,58 1943,23 7862,33
Média 1637,71 841,72 931,63 699,83 43,36 44,80 0,00 0,00 156,80 409,02 1278,77 1652,75 7696,41
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
119
Figura 64. Mapa geoespacializado do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem do PNCV.
11.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pelo IBGE e valores de referência para o fator K. Os valores erodibilidade utilizados são
apresentados na Tabela 57 e o mapa correspondente pode ser visualizado na Figura 65.
120
11.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pelo IBGE e os fatores C
foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz &
Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e,
121
principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). Na Tabela 58 e Figura 66 são apresentados os valores e
visualização, respectivamente, dos fatores de usos e cobertura da terra.
Tabela 58. Fatores C (uso e cobertura da terra) nas bacias de drenagem do PNCV.
Figura 66. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem do PNCV.
Figura 68. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PNCV no cenário hipotético.
Tabela 59. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captação de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela SANEAGO que interseccionam com o PNCV.
Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
0 Teresina de Goiás 655 655 4,6 4,6
1 Cavalcante 75.183 75.278 12,8 12,8
2 Alto Paraíso 65.777 66.616 212,3 215,0
3 São Jorge 5.585 5.585 1,5 1,5
4 UHE Serra da Mesa 480.438.421 480.452.850 93,4 93,4
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 70. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PNCV no cenário hipotético.
Figura 71. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PNCV entre os dois cenários.
11.9 VALORAÇÃO
Segundo informações da SANEAGO, as captações de água à jusante do PN Chapada dos
Veadeiros apresentam uma turbidez muito baixa, não se fazendo necessário tratamento com
125
produtos químicos para reduzir a turbidez. O único tratamento realizado é o sulfato de alumínio e
em apenas uma captação.
Assim, foi utilizada a curva de relação turbidez e custo de tratamento sugerida nas Equações
10 e 11, calculadas para o sistema SABESP de abastecimento público.
Aplicando o modelo empírico, conforme metodologia proposta, foram estabelecidos os
valores de custos de tratamento de turbidez em estações de tratamento de água para abastecimento
urbano e, posteriormente, os valores para PSA em dois cenários: atual (com área da UC protegida) e
futuro (com substituição da área da UC pelos usos e ocupações do solo comuns na bacia de
drenagem). Os resultados para cada bacia de drenagem dos pontos de captações outorgados são
apresentados na Tabela 60.
Tabela 60. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captação de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela SANEAGO com interseção com o PNCV.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição Desassoreamento
PSA
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
Teresina de
0 50,40 50,40 - - - -
Goiás
1 Cavalcante 90,69 90,70 0,12 0,31 538,77 539,19
2 Alto Paraíso 80,32 80,45 2,35 5,74 3.423,73 3.431,82
3 São Jorge 70,90 70,90 - - - -
UHE Serra da
4 174,25 174,25 0,00 0,00 37.849,99 37.849,99
Mesa
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Duas bacias de captação não apresentam modificações pelas intersecções com a UC, não
gerando valores para PSA. As outras três bacias de drenagem do PN Chapada dos Veadeiros
apontam valores muito irrisórios para tratamento de água e disposição do lodo, porque as áreas de
intersecção entre a UC e as bacias de drenagem não são representativas. Já os valores de
desassoreamento são maiores, principalmente para a bacia em relação a UHE Serra da Mesa, que
atinge o valor de R$ 37.849,99 de economia por ano, esse valor poderia subsidiar os custos de
implantação do projeto de PSA nesta UC.
126
A cidade de Porto Velho está localizada a jusante do PNM, sua captação e seu tratamento de
água são realizados pela Companhia de Abastecimento Estadual de Rondônia - CAERD.
A hidrelétrica situada imediatamente a jusante do PNM é a UHE Santo Antônio Energia, no
rio Madeira, e há uma segunda hidrelétrica situada na área que foi desafetada da UC, a jusante dos
atuais limites do PN: UHE Jirau, também no rio Madeira. Elas são geridas pela Santo Antônio
Energia e Energia Sustentável do Brasil, respectivamente.
Há duas hidrovias oficiais que cruzam os limites do parque e são o meio de ligação das
cidades de Lábrea e Canutama no Amazonas com Rondônia. As hidrovias são os únicos meios de
escoar a produção, pessoas e insumos destes dois municípios no período das chuvas na região,
sendo que a navegabilidade das hidrovias é totalmente dependente da estabilidade dos barrancos
que é proporcionado pela conservação da vegetação da APP dos rios e igarapés que compõe a
hidrovia e ficam localizados no interior da UC.
Tabela 61. Localização (UTM – Z 20 Sul), vazão e turbidez das microbacias da captação de água para
abastecimento doméstico (ETA II – Porto Velho) e das UHE Santo Antônio e Jirau c/ interseção ao PNM.
Captações de Vazão Turbidez
Bacia Latitude Longitude
Água (L/s) (NTU)
0 CAERD 9026438 396291 665 431,37
0 UHE Santo Antônio 9026917 395429 - -
1 UHE Jiráu 8975569 318738 - -
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
128
Tabela 62. Caracterização das microbacias da captação de água para abastecimento doméstico (ETA II –
Porto Velho) e das UHE Santo Antônio e Jirau que interseccionam com o PN Mapinguari.
Comprimento do curso Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico Área (km2)
d'água principal (km) altitude (m) altitude (m)
CAERD Madeira /
0 157.746 2.784.840,00 55 2.796
UHE Santo Antonio
1 UHE Jirau 140.595 2.664.240,00 71 2.796
Fonte: elaborado pelos autores (2015).
Figura 72. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico (ETA II
– Porto Velho) e das UHE Santo Antônio e Jirau c/ interseção ao PNM.
12.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 63, 64 e 65 são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação de Lábrea - AM (código 82723), Rio Branco – AC (código
82915) e Manicore – AM (código 82533) para o período de 1983 a 2013. Essas são estações
pertencentes à Unidade de Conservação do PN de Mapinguari.
Tabela 63. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83723 (Lábrea, AM).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 251,41 233,74 233,74 3268,76 0,00 55,70 0,00 1400,91 1413,40 2011,51 4392,75 3317,16 16579,07
1995 0,00 254,58 254,58 267,00 0,00 0,00 264,32 5468,33 1790,77 3584,67 665,70 5367,80 17917,74
1996 3656,82 1873,98 1586,58 0,00 0,00 865,07 0,00 1432,42 1198,55 1716,71 1975,18 357,38 14662,67
1997 4608,39 2200,96 2200,96 1919,31 450,84 0,00 0,00 445,53 0,00 1145,63 2748,30 2049,25 17769,18
1998 47,11 1883,20 1883,20 999,90 603,00 0,00 0,00 0,00 363,20 991,92 629,64 1856,71 9257,89
1999 853,76 4550,35 4550,35 418,92 1246,34 55,70 0,00 498,35 1277,38 0,00 1698,52 636,39 15786,07
2000 289,78 330,74 2313,84 1047,43 300,86 47,94 0,00 0,00 888,25 2169,79 1388,33 498,89 9275,84
2001 5502,45 3377,97 3377,97 2127,72 658,07 0,00 353,60 0,00 369,86 1025,75 1112,12 1672,96 19578,45
2002 696,03 6380,55 6380,55 1158,50 0,00 0,00 0,00 256,33 391,71 697,28 1080,69 3582,19 20623,84
2003 1498,71 1230,82 1230,82 871,78 1245,64 212,67 0,00 1560,17 2092,22 1171,72 1974,85 5023,08 18112,48
2004 1222,45 965,00 253,11 1047,43 300,86 47,94 0,00 0,00 888,25 2169,79 1388,33 498,89 8782,04
2005 1829,38 1249,49 1249,49 548,85 47,11 0,00 963,18 0,00 681,36 4300,97 3858,49 5023,08 19751,41
2006 417,01 1260,65 1260,65 1743,59 223,89 0,00 0,00 226,17 47,11 902,70 963,18 4955,61 12000,57
2007 5447,33 404,05 404,05 762,26 752,38 0,00 0,00 0,00 1245,94 477,88 1008,37 3095,77 13598,02
2008 483,87 325,39 830,53 210,22 274,35 0,00 0,00 543,67 1346,49 2515,58 4938,35 731,17 12199,62
2009 4587,38 1582,44 1582,44 1430,82 0,00 46,30 0,00 0,00 0,00 0,00 580,64 1614,15 11424,17
2010 3034,36 747,72 747,72 700,56 746,34 0,00 0,00 0,00 418,89 284,80 321,94 1230,41 8232,72
2011 2086,74 1260,50 1260,50 906,94 984,70 210,22 0,00 0,00 742,54 47,94 340,25 1185,92 9026,25
2012 3317,68 1786,00 1090,51 228,09 314,46 0,00 0,00 0,00 0,00 102,02 507,63 752,59 8098,97
2013 3305,58 3221,37 3221,37 855,82 423,24 0,00 307,31 219,37 44,69 303,01 1419,75 2003,06 15324,56
2014 1691,25 2228,00 2228,00 3535,74 0,00 0,00 176,80 0,00 633,11 213,15 701,83 366,71 11774,57
Média 2134,64 1778,45 1816,24 1145,22 408,19 73,41 98,34 573,87 753,99 1230,13 1604,52 2181,86 13798,86
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 64. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82915 (Rio Branco, AC).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 1811,12 1887,57 1887,57 3417,90 595,72 0,00 202,84 202,84 0,00 819,23 665,07 1840,71 13330,57
1995 644,27 737,68 737,68 849,13 454,36 0,00 0,00 275,28 656,08 0,00 300,94 60,75 4716,18
1996 927,76 2276,86 2262,98 43,89 49,19 0,00 256,92 289,64 0,00 201,76 1644,29 668,97 8622,28
1997 1813,98 4300,68 4300,68 702,03 0,00 249,64 0,00 695,79 55,25 0,00 1430,17 1831,65 15379,89
1998 4244,62 2276,91 2276,91 223,55 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1355,70 2001,33 5870,07 18249,09
130
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1999 3363,28 505,44 505,44 375,08 279,52 59,35 305,53 316,76 1728,18 707,75 938,66 1224,86 10309,86
2000 108,49 718,20 374,43 384,02 0,00 0,00 47,53 0,00 365,15 592,15 647,65 1313,96 4551,58
2001 1708,00 962,73 962,73 348,78 731,49 57,97 0,00 0,00 0,00 295,12 320,44 1880,07 7267,34
2002 1079,90 1737,98 1737,98 1782,94 274,35 50,03 0,00 584,14 0,00 938,74 455,41 961,70 9603,18
2003 1893,32 2816,36 2816,36 560,04 358,44 0,00 0,00 45,49 1251,24 0,00 0,00 1825,32 11566,58
2004 1069,20 1793,31 6364,64 439,29 313,73 364,70 0,00 0,00 529,58 1593,16 1229,72 292,23 13989,55
2005 57,51 2412,04 2412,04 1434,31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 810,35 614,86 1058,78 8799,90
2006 695,13 3114,94 3114,94 1565,86 252,47 0,00 0,00 298,96 0,00 576,05 1844,98 3178,58 14641,90
2007 2673,03 1391,89 1391,89 440,55 0,00 243,66 0,00 279,52 1060,47 257,95 645,78 1361,19 9745,93
2008 1937,82 687,73 256,33 249,91 271,11 0,00 419,75 0,00 0,00 1027,67 467,10 2232,66 7550,09
2009 750,79 1330,88 1330,88 4544,45 45,89 0,00 0,00 951,09 689,59 833,51 1192,43 1302,00 12971,50
2010 2111,82 2611,41 2611,41 0,00 645,00 0,00 0,00 0,00 0,00 822,82 997,99 995,19 10795,64
2011 370,07 666,75 666,75 727,12 0,00 0,00 0,00 0,00 582,95 179,47 2811,93 0,00 6005,04
2012 3783,27 3188,99 2075,01 321,92 442,27 1164,34 513,57 542,21 53,92 1355,14 3461,21 1032,16 17934,00
2013 1998,76 1002,53 1002,53 0,00 0,00 909,14 0,00 50,46 0,00 243,66 535,84 1532,41 7275,33
2014 3670,31 2276,96 2276,96 760,72 1414,40 0,00 0,00 329,81 2812,71 293,24 1672,02 384,65 15891,78
Média 1748,21 1842,76 1969,82 912,93 291,81 147,56 83,15 231,52 465,96 614,45 1137,04 1468,95 10914,15
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 65. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 82533 (Manicore, AM).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 391,84 4237,09 4237,09 1763,95 1083,30 47,11 0,00 0,00 0,00 1312,65 1131,88 3660,52 17865,43
1995 2724,32 1230,06 1230,06 4141,18 3050,03 905,61 0,00 0,00 995,45 5529,14 3113,23 680,01 23599,09
1996 3999,61 2614,90 5634,62 1607,64 292,38 98,93 0,00 48,77 392,08 1814,58 230,77 109,95 16844,21
1997 169,81 2307,56 2307,56 1517,23 983,46 0,00 216,09 51,31 0,00 0,00 60,28 1076,35 8689,67
1998 240,43 779,15 779,15 1304,45 52,17 0,00 0,00 60,28 112,06 2295,38 577,30 0,00 6200,37
1999 3180,99 2355,90 2355,90 3099,43 0,00 362,12 0,00 0,00 55,70 598,33 567,05 928,65 13504,06
2000 1442,02 510,32 5000,83 1996,40 555,03 384,97 0,00 0,00 1266,82 401,41 1237,46 253,11 13048,36
2001 2686,74 3103,82 3103,82 1275,99 485,72 220,49 201,58 0,00 0,00 594,33 961,60 4331,41 16965,52
2002 6165,17 8313,56 8313,56 766,68 0,00 359,32 0,00 0,00 105,62 971,45 289,78 1386,90 26672,03
2003 526,70 1190,50 1190,50 1278,22 855,86 0,00 0,00 0,00 0,00 741,78 833,61 325,39 6942,57
2004 536,04 385,62 217,43 759,38 253,11 0,00 108,03 361,76 51,31 233,08 811,34 2131,31 5848,41
2005 260,61 783,01 783,01 182,16 1848,21 247,24 0,00 0,00 302,63 724,49 602,25 325,39 6059,00
2006 2090,39 1276,04 1276,04 2222,63 930,60 58,43 862,19 106,74 0,00 943,91 1187,07 2105,40 13059,45
2007 347,19 286,33 286,33 985,30 0,00 0,00 0,00 652,99 201,58 3933,83 1796,50 6964,97 15455,02
2008 2838,76 2206,88 249,29 1328,55 237,31 0,00 176,80 418,22 165,13 233,08 1491,78 4535,18 13880,98
2009 5432,03 2866,00 2866,00 5346,24 413,46 422,25 190,35 591,71 0,00 1296,40 1964,07 3010,30 24398,80
2010 3342,75 2697,83 2697,83 2874,08 213,15 736,10 0,00 0,00 47,94 815,26 2156,95 318,01 15899,90
2011 2714,89 3010,01 3010,01 4131,10 1162,82 0,00 0,00 259,58 711,00 2857,14 4704,58 4073,32 26634,46
2012 3767,65 3878,64 3435,95 3884,45 1223,24 584,30 0,00 0,00 321,94 1314,27 300,31 1961,02 20671,77
2013 1525,43 1400,51 1400,51 3825,49 409,94 0,00 49,61 176,80 674,78 578,56 5947,63 441,79 16431,04
2014 1343,32 3125,76 3125,76 557,22 230,70 0,00 255,65 47,11 106,11 684,75 5874,12 2063,78 17414,29
131
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
Média 2177,46 2312,36 2547,68 2135,61 680,02 210,80 98,11 132,16 262,39 1327,32 1706,65 1937,27 15527,83
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 73. Mapa do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes ao PN Mapinguari.
12.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pelo IBGE e valores de referência para o Fator K. Os valores utilizados de erodibilidade conforme
utilizados são apresentados na Tabela 66 e na Figura 74.
132
Tabela 66. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica p/ as bacias de drenagem do PNM.
Pedologia Fator K Referência
AR 0,0000 Borges (2009)
CX 0,0347 Mannigel et al. (2002)
FX 0,067 Silva et al. (1994) apud Macedo et al (2010)
GX 0,0044 Mannigel et al. (2002)
LA 0,057 Mannigel et al. (2002)
LV 0,0061 Mannigel et al. (2002)
LVA 0,0112 Mannigel et al. (2002)
MT 0,0420 Maia et al. (2014)
NV 0,0081 Mannigel et al. (2002)
PV 0,0178 Mannigel et al. (2002)
PVA 0,0466 Mannigel et al. (2002)
RL 0,0280 Maia et al. (2014)
RQ 0,1448 Mannigel et al. (2002)
RU 0,025 Bloise et al (2001b)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 74. Mapa do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes ao PN Mapinguari.
12.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pelo IBGE e os fatores C
foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al (2006) Silva, Schulz &
133
Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et al., 1998) e,
principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). A Tabela 67 e Figura 75 apresentam, respectivamente,
os valores e geoespacialização dos fatores de usos e cobertura da terra.
Tabela 67. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica das bacias de drenagem do PNM.
Uso e Cobertura Fator C
Agropecuária < 10% 0,005
Agropecuária 10 a 25% 0,01
Agropecuária 25 a 50% 0,02
Área urbanizada 1
Lavoura + pastagem 0,02
Lavoura permanente 0,02
Lavoura temporária 0,2
Mata/floresta + outros usos 0,05
Mata/floresta + pastagem 0,005
Mata/floresta natural 0,001
Pastagem 0,01
Pastagem + lavoura 0,02
Pastagem + mata 0,005
Pastagem natural 0,01
Pastagem plantada 0,01
Usos diversos 1
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 75. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem do PNM.
Figura 76. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Mapinguari atualmente.
Figura 77. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Mapinguari no cenário hipotético.
Tabela 68. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias da captação de água para
abastecimento doméstico da CAERD e das UHE Santo Antônio e Jirau com interseção ao PNM.
Recurso Hídrico de USLE atual USLE futuro USLE atual USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano) (t/ha.ano) (t/ha.ano)
CAERD Madeira / UHE
0 671.554.119 675.773.286 42,6 42,8
Santo Antonio
1 UHE Jirau 683.515.678 687.767.090 48,6 48,9
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
136
Figura 78. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Mapinguari atualmente.
Figura 79. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PN Mapinguari no cenário hipotético.
Figura 80. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PNM entre os dois cenários.
137
12.9 VALORAÇÃO
Para encontrar uma equação que relacione o custo de tratamento e a redução de turbidez da
água, foram utilizados os valores informados pela CAERD, referentes aos gastos com os seguintes
produtos químicos: sulfato de alumínio, polímero e cal hidratada, em cada mês do ano de 2013.
Foi confeccionado um gráfico de dispersão que relaciona o custo da redução da turbidez da água
(R$/m³) para cada turbidez observada (Figura 81), explicitando a relação entre o aumento do custo
de tratamento de água com altas taxas de sedimentos em suspensão, ou seja, com a qualidade da
água in natura.
Diversas linhas de tendência foram analisadas e o ajuste da curva que mais se adequou (função
logarítmica) é demonstrado na Equação 19 (em que, y = custo com o tratamento de redução da
turbidez; x = turbidez medida), para a captação da CAERD no Rio Madeira.
Figura 81. Relação entre a turbidez e os custos de tratamento na captação da CAERD no Rio Madeira.
138
0,060
0,050
0,040
0,030
0,020
0,010
0,000
0 200 400 600 800 1000 1200
Turbidez (NTU)
Tabela 69. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias da captação de água para
abastecimento doméstico da CAERD e das UHE Santo Antônio e Jirau / interseção ao PNM.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo PSA (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
CAERD /
0 UHE Santo 129,03 129,09 116,02 69,75 6.357.898,73 6.358.084,50
Antonio
Como muitas das áreas de entorno do PNT não são beneficiadas pela rede pública de
abastecimento (CEDAE), muitas comunidades utilizam a captação informal para terem acesso à
água de qualidade, de maneira menos custosa. A captação informal é realizada de duas maneiras: a
proveniente da canalização direta da água procedente de rios, de fontes ou de poços protegidos pelo
PNT ou através de conexões clandestinas junto à tubulação da CEDAE (MAY, 2006).
As captações informais nas nascentes localizadas dentro do PNT são frequentes, e independe
de classe social, como exemplos, as comunidades de baixa renda moradoras nos bairros do Alto da
Boa Vista - Mata Machado, Tijuaçu, Agrícola, de Maracaí e Biguá, Biquinha, Furnas e Fazenda; de
Jacarepaguá - Inácio Dias, Bela Vista, Vale do Paraíso, Colina, da Nova Divinéia – Borda do Mato,
do Morro da Reunião e do Méier - Ouro Preto, além de comunidades de classe média do Jardim
Botânico, do Horto e algumas residências situadas nas ruas Lopes Quintas e Sara Vilela
(VELLOSO, 2005).
A pressão de captações informais – provocada por ocupações irregulares, crescimento de
favelas e expansão imobiliária – é decorrente, dentre outros aspectos, da forma histórica da
ocupação da cidade e de políticas públicas que não têm como prioridade a proteção e a integração
entre as unidades de conservação e seu entorno (MAY, 2006).
Para o reconhecimento do local e levantamento de dados e informações, foi realizada uma
visita técnica ao PNT nos dias 06 a 08 de outubro de 2014. A primeira visita ocorreu na sede da
CEDAE, para consolidar contatos para a aquisição de informações sobre as captações de água e
permissão para visitá-las. Em seguida foram visitadas todas as captações de água e unidades de
tratamento localizadas no entorno do PNT (Tabela 70). As águas são captadas muito próximas a
suas nascentes e possuem boa qualidade, não se fazendo uso de outros produtos químicos, além do
cloro, para atender as exigências normativas de abastecimento doméstico.
Junto à CEDAE, foram obtidos os seguintes dados: vazão de água captada, população
abastecida, turbidez nos pontos de captação e relação de custos com o tratamento da água em
relação à turbidez.
Tabela 70. Localização (UTM – Z 23 Sul), vazão e turbidez das microbacias de captações de água do PNT.
Vazão Turbidez População
Bacia Captações de Água Latitude Longitude
(L/s) (NTU) abastecida
0 Corcovado 7461416 682958 0,8 1,74 -
1 Paineiras 7461396 683029 5 1,71 3000
2 Açude Solidão 7459916 675618 2 400
3 Dois Murinhos 7460132 676592 2,7 3,15 720
4 Afonso Viseu/ Cascatinha 7459959 676626 60 3,27 16965
5 Taylor 7459435 677205 1,33 1,67 295
143
Nas respectivas Unidades de Tratamento de Água das captações citadas acima, há apenas
tratamento de água para desinfecção por hipoclorito de cálcio ou de sódio; adicionalmente, na UTA
Afonso Viseu, há fluoretação por fluorsilicato de sódio. Devido à baixa turbidez medida nas
captações de água, não há qualquer tratamento e nem custo associado à redução da turbidez.
A última visita foi à ETA Guandu, que demonstra um ambiente totalmente diferenciado, pois
está instalada num rio urbano e possui a maior capacidade de captação de água do mundo; assim, a
ETA apresenta todos os processos de tratamento de água em grande escala, fazendo grande uso de
produtos químicos para tratamento da turbidez e outros parâmetros.
Para redução da turbidez, são utilizados quatro produtos químicos: sulfato de alumínio
líquido, cloreto férrico, policloreto de alumínio e polieletrólito em emulsão, representando um custo
anual de R$ 26.453.877. A vazão de água captada no mesmo período (outubro de 2013 a setembro
de 2014) é de 1.436.911.194 m3, sendo uma vazão média de 46.197 L/s. Assim, o custo com a
redução da turbidez é aproximadamente R$ 0,01841 por m3.
Tabela 71. Caracterização das microbacias de captações de água para abastecimento doméstico outorgadas
pela CEDAE que interseccionam com o PN Tijuca.
Comprimento do
Área Menor Maior
Bacia Recurso Hídrico curso d'água
(km2) altitude (m) altitude (m)
principal (km)
0 Corcovado 0,70 1.149,34 365 527
1 Paineiras 0,82 1.239,00 336 527
2 Açude Solidão 0,86 738,00 413 600
3 Dois Murinhos 3,71 2.663,17 406 680
4 Afonso Viseu/ Cascatinha 3,75 2.881,93 371 680
5 Taylor 0,21 305,81 368 486
6 Gávea Pequena 0,26 118,29 327 341
144
Figura 82. Recorte espacial da duas microbacias de captação de água para abastecimento doméstico pela
CEDAE que interseccionam com o PN Tijuca.
13.4 EROSIVIDADE
Nas Tabelas 72, 73 e 74, são apresentados os resultados de erosividade (R), determinados com
as séries pluviométricas da estação do Rio de Janeiro - RJ (código 83743), Resende – RJ (código
83738) e Cordeiro – RJ (código 83718) para o período de 1983 a 2013. Essas são estações
pertencentes à Unidade de Conservação do PN da Tijuca.
Tabela 72. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83743 (Rio de Janeiro, RJ).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1973 4166,01 768,14 768,14 0,00 284,58 0,00 0,00 0,00 301,99 46,71 0,00 279,52 6615,07
1974 52,17 0,00 0,00 403,40 0,00 45,49 0,00 0,00 0,00 442,65 0,00 1550,21 2493,92
145
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1975 773,48 0,00 0,00 310,88 2170,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 325,39 344,69 3925,43
1979 1210,26 0,00 0,00 0,00 0,00 892,82 0,00 562,67 0,00 0,00 325,39 344,69 3335,84
1980 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 102,02 507,63 752,59 1362,24
1981 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 288,46 409,94 824,83 419,26 2863,92 4806,41
1982 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 865,39 0,00 0,00 976,18 1034,07 2875,64
1983 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2596,16 0,00 0,00 2928,55 3102,20 8626,91
2002 863,72 0,00 109,68 220,32 461,65 319,19 0,00 0,00 243,56 0,00 811,73 1384,59 4414,44
2003 1524,59 0,00 0,00 440,64 0,00 238,86 0,00 242,47 431,50 1327,65 201,76 176,80 4584,28
2004 202,84 0,00 219,37 0,00 203,01 59,82 432,91 0,00 0,00 423,09 816,72 381,32 2739,07
2005 424,11 2467,56 2467,56 340,30 0,00 300,23 0,00 0,00 179,47 780,54 960,58 941,98 8862,34
2006 2832,78 508,29 508,29 710,38 478,91 0,00 0,00 0,00 0,00 353,02 287,49 282,00 5961,15
2007 59,82 448,81 448,81 191,74 477,21 0,00 0,00 0,00 0,00 2832,39 338,38 990,10 5787,26
2008 314,23 0,00 1066,14 52,17 0,00 0,00 52,61 0,00 0,00 0,00 940,77 282,91 2708,84
2009 1640,43 250,85 250,85 0,00 0,00 57,97 0,00 0,00 286,49 906,69 235,41 517,95 4146,64
2010 2941,53 308,32 308,32 5882,71 0,00 0,00 310,88 0,00 0,00 527,79 0,00 3329,04 13608,58
2011 538,40 0,00 0,00 3441,71 0,00 0,00 0,00 0,00 157,83 167,11 324,80 0,00 4629,83
2012 1186,91 0,00 228,09 0,00 219,37 235,76 0,00 0,00 555,01 0,00 293,24 0,00 2718,37
2013 1983,85 49,61 49,61 428,69 0,00 272,78 182,16 349,72 0,00 0,00 303,76 1713,26 5333,43
2014 5951,55 148,83 148,83 1286,06 0,00 818,35 546,47 1049,16 0,00 0,00 911,28 5139,77 16000,30
Média 1269,84 235,73 313,03 652,81 204,56 154,35 72,62 283,53 122,18 415,93 567,06 1210,08 5501,71
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 73. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83738 (Resende, RJ).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 386,71 1821,88 1821,88 529,91 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 370,61 1093,23 1744,75 7768,97
1995 4991,01 247,97 247,97 190,35 0,00 0,00 0,00 0,00 803,24 474,23 1343,24 687,51 8985,53
1996 634,68 1952,75 558,63 0,00 0,00 365,15 1095,48 0,00 799,78 2081,77 954,44 989,32 9432,00
1997 797,88 605,83 605,83 176,80 0,00 0,00 0,00 0,00 312,06 2301,83 98,39 951,62 5850,24
1998 359,32 1625,42 1625,42 0,00 248,44 0,00 0,00 174,15 398,36 252,46 250,89 687,51 5621,98
1999 338,38 817,70 817,70 0,00 60,75 0,00 0,00 0,00 0,00 234,21 1253,49 5916,56 9438,79
2000 1636,98 1336,71 53,48 242,47 0,00 0,00 0,00 266,14 61,22 1142,28 2235,52 989,32 7964,13
2001 340,25 581,75 581,75 0,00 0,00 0,00 0,00 133,07 30,61 688,24 1744,51 3452,94 7553,14
2002 988,62 959,23 317,62 121,24 0,00 0,00 0,00 0,00 246,72 230,77 59,82 1089,67 4013,68
2003 1617,20 462,37 462,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1347,93 1653,47 106,59 5649,92
2004 2225,33 825,48 0,00 242,47 57,06 0,00 182,16 0,00 0,00 520,85 121,43 472,40 4647,17
2005 2256,43 1593,92 1593,92 394,86 210,22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 704,43 507,95 7261,74
2006 553,53 2803,18 2803,18 183,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1217,05 1175,54 1837,89 10573,87
2007 4279,88 783,96 783,96 233,08 0,00 0,00 46,30 0,00 0,00 387,14 559,89 52,61 7126,81
2008 1768,90 4270,93 1018,21 47,11 0,00 0,00 0,00 178,13 0,00 56,15 1377,40 259,58 8976,41
2009 2092,92 1983,02 1983,02 240,43 0,00 0,00 0,00 0,00 633,41 812,87 2139,82 3378,48 13263,97
2010 3082,13 0,00 0,00 60,28 0,00 0,00 0,00 0,00 595,99 367,11 1240,22 6189,81 11535,55
2011 707,08 3612,83 3612,83 507,70 0,00 0,00 0,00 0,00 503,76 325,39 318,10 2104,04 11691,73
146
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
2012 234,21 373,59 1196,71 390,97 0,00 51,31 0,00 0,00 0,00 397,97 0,00 869,73 3514,49
2013 4276,71 1190,61 1190,61 0,00 0,00 0,00 669,13 0,00 0,00 59,35 2181,08 1059,78 10627,26
2014 203,92 252,99 252,99 330,09 0,00 0,00 240,43 0,00 351,63 720,89 2209,97 964,76 5527,67
Média 1608,19 1338,20 1025,15 185,30 27,45 19,83 106,36 35,79 225,56 666,15 1081,66 1633,94 7953,57
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Tabela 74. Valores de erosividade (R) para a estação meteorológica 83718 (Cordeiro, RJ).
EI_30 - (MJ/mm/ha/h)
ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez anual
1994 339,15 560,65 229,26 0,00 115,38 0,00 0,00 0,00 60,62 111,02 1238,30 1252,42 3906,81
1995 2266,53 511,41 840,82 25,23 0,00 97,96 0,00 0,00 45,09 513,55 929,79 2119,17 7349,55
1996 1279,40 98,70 757,52 50,46 0,00 195,92 0,00 0,00 410,44 0,00 2388,52 1999,15 7180,11
1997 3253,66 924,13 924,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 279,52 186,23 2299,31 890,96 8757,92
1998 750,15 2348,86 2348,86 0,00 201,76 0,00 0,00 0,00 0,00 317,82 439,80 271,82 6679,08
1999 684,66 312,07 312,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100,54 949,82 2359,16
2000 908,34 1536,04 210,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 242,47 0,00 1252,85 849,10 4999,26
2001 149,42 235,52 235,52 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 121,24 0,00 676,70 899,46 2317,87
2002 528,88 885,78 223,00 0,00 230,77 0,00 0,00 0,00 0,00 222,05 1799,90 1605,37 5495,74
2003 1474,32 242,47 242,47 267,79 0,00 0,00 0,00 197,33 0,00 183,51 654,86 392,97 3655,73
2004 205,88 1260,88 437,67 44,69 359,32 0,00 0,00 0,00 0,00 248,51 1871,51 965,77 5394,23
2005 1500,15 794,25 794,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1179,44 356,77 4624,86
2006 294,50 619,01 619,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1212,66 2152,69 922,39 5820,26
2007 12573,33 709,28 709,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 548,43 932,45 1496,18 16968,95
2008 2448,11 1003,03 967,81 0,00 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 49,61 573,13 4428,81 9666,42
2009 2671,36 293,69 293,69 195,92 0,00 0,00 0,00 0,00 204,44 0,00 3572,96 1977,52 9209,58
2010 333,21 231,14 231,14 254,72 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 440,37 1511,43 1655,53 4657,54
2011 1678,06 544,78 544,78 258,15 58,89 0,00 0,00 330,93 0,00 187,60 898,90 3318,44 7820,52
2012 6835,52 186,23 1164,02 0,00 236,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 54,81 404,05 8880,91
2013 618,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 240,43 1462,93 3318,44 5640,47
2014 94,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1706,56 1861,24 3662,63
Média 1947,05 633,23 575,51 52,24 66,59 13,99 0,00 25,15 64,94 212,47 1318,92 1520,73 6430,84
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 83. Mapa geoespacializado do Fator R (erosividade) para as bacias de drenagem referentes ao PNT.
13.5 ERODIBILIDADE
A espacialização da erodibilidade foi obtida considerando o mapa pedológico disponibilizado
pelo IBGE e valores de referência para o Fator K. Os valores de erodibilidade utilizados são
apresentados na Tabela 75 e sua espacialização pode ser visualizada na Figura 84.
Tabela 75. Fatores K (erodibilidade) para cada classe pedológica nas bacias de drenagem do PNT.
Pedologia Fator K Referência
LVAd4 0,0118 Bloise et al (2001b)
AR 0,0000 Borges (2009)
urbano 0,0000 Gurgel et al (2011)
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
148
Figura 84. Mapa geoespacializado do Fator K (erodibilidade) para as bacias de drenagem referentes ao PNT.
13.6 USO E COBERTURA DA TERRA (LAND USE AND LAND COVER - LULC)
O mapa de uso e cobertura da terra utilizado foi disponibilizado pelo SOS Mata Atlântica e
pelo IBGE e os fatores C foram baseados em referências encontradas na literatura: Farinasso et al
(2006) Silva, Schulz & Camargo (2004), Tomazini et. al (2005), Stein et al. 1987 (apud BRITO et
al., 1998) e, principalmente, Macedo & Ruddorf (2000). Os valores e geoespacialização dos fatores
de usos e cobertura da terra encontram-se, respectivamente, na Tabela 76 e Figura 85.
Tabela 76. Fatores C (uso e cobertura da terra) para cada classe biofisica nas bacias do PNT.
Uso e Cobertura Fator C
Área urbana 1
Mata 0,001
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
149
Figura 85. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para as bacias de drenagem referentes ao PNT.
Figura 86. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Tijuca atualmente.
Figura 87. Mapa do Fator C (uso e cobertura da terra) para o PN Tijuca no cenário hipotético.
Tabela 77. Perdas de solo absolutas (t/ano) e relativas (t/ha.ano) das microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CEDAE que interseccionam com o PN Tijuca.
Recurso Hídrico de USLE atual USLE atual USLE futuro USLE futuro
Bacia
Captação (t/ano) (t/ano.ha) (t/ano) (t/ano.ha)
0 Corcovado 27.461 262.909 393,4 3.766,4
1 Paineiras 27.459 261.544 334,3 3.184,4
2 Açude Solidão 32.994 58.653 385,2 684,8
3 Dois Murinhos 49 49 0,1 0,1
4 Afonso Viseu/ Cascatinha 5.185 16.672 13,8 44,5
5 Taylor 5.775 138.120 273,3 6.535,4
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Figura 88. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Tijuca atualmente.
Figura 89. Perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias referentes ao PN Tijuca no cenário hipotético.
Figura 90. Diferença de perdas de solo relativas (t/ha.ano) para as bacias do PN Tijuca entre os dois cenários.
13.9 VALORAÇÃO
Segundo informações da CEDAE, as captações de água localizadas na borda do PN
apresentam turbidez muito baixa, não se fazendo necessário tratamento com produtos químicos para
153
reduzir a turbidez. Assim, foi utilizada a relação linear do custo de tratamento, referente à turbidez,
por m3 calculada para a ETA Guandu, também operada pela CEDAE, expressa na Equação 20 (em
que, y = custo com o tratamento de redução da turbidez; x = vazão de água):
y = 0,01841. x Equação 20
Tabela 78. Parâmetros e resultados de valoração do PSA para as microbacias de captações de água para
abastecimento doméstico outorgadas pela CEDAE que interseccionam com o PN Tijuca.
Recurso Turbidez Turbidez Tratamento Disposição
Desassoreamento
Bacia Hídrico de estimada futura de água do lodo PSA (R$/ano)
(R$/ano)
Captação (NTU) (NTU) (R$/ano) (R$/ano)
0 Corcovado 117,87 140,46 8,63 30,27 854.893,89 854.932,80
1 Paineiras 99,87 122,41 63,51 198,72 877.928,97 878.191,21
Açude
2 112,67 118,42 6,19 20,01 115.184,54 115.210,74
Solidão
Dois
3 41,33 41,33 - - - -
Murinhos
Afonso
4 Viseu/ 57,04 68,72 755,30 1.499,46 37.776,28 40.031,03
Cascatinha
5 Taylor 100,40 132,14 22,72 73,36 661.720,90 661.816,99
Gávea
6 76,86 107,41 197,64 531,93 386.061,64 386.791,21
Pequena
Fonte: elaborada pelos autores (2015).
Os resultados de economia de tratamento de água e disposição de lodo das bacias geradas para
cada captação de água no entorno do PN Tijuca são baixos, não conseguindo subsidiar os custos de
implantação do projeto. Esses valores são justificados pela proximidade da captação de água com a
nascente, gerando pequenas bacias de drenagem e, consequentemente, baixos valores para perda do
solo acumulada. Entretanto, como nas demais bacias de drenagem estudadas, os custos de
desassoreamento evitados são maiores, atingindo valores maiores que R$ 800 mil nas bacias que
correspondem às captações Corcovado e Paineiras da CEDAE.
154
Neste trabalho é realizada uma análise prévia de implantação de mecanismo de PSA pelos
serviços ecossistêmicos associados aos usos da água sob proteção de UC. É proposto um modelo
para a conservação ambiental em microbacias a partir do estabelecimento de relações dose-resposta
associadas ao custo de tratamento/mitigação da degradação do meio hídrico, tendo como parâmetro
balizador a turbidez da água. Neste modelo, os pagadores seriam os usuários de água beneficiados
pela manutenção da quantidade e qualidade de água à jusante da unidade de conservação, sensíveis
às variações de sedimentos em suspensão na água.
Para este estudo, os usos considerados foram o abastecimento doméstico, cujo tratamento
reflete os custos de mitigação da turbidez, e aproveitamento hidrelétrico em reservatórios de
acumulação, cuja manutenção exige a dragagem periódica dos sedimentos acumulados, de forma a
manter a capacidade de geração.
Os resultados gerados apontam viabilidade de programas de PSA associados ao tratamento de
água em quatro bacias de drenagem, referentes aos seguintes pontos de captação de água: Represa
do Jaguari (APA Paraíba do Sul), Torto e Santa Maria (PN Brasília) e ETA Tijucal (PN Chapada
dos Guimarães). As mesmas bacias, com exceção da ETA Tijucal, também apresentam os maiores
valores para o custo evitado com a disposição do lodo.
Nas bacias do Torto e de Santa Maria, as captações de água operadas pela CAESB, podem
justificar o pagamento pela proteção do recurso hídrico exercida pelo Parque e auxiliar a
conservação dessas áreas e continuidade do provimento do serviço ecossistêmico.
Para a Represa de Jaguari, a iniciativa do PSA subsidiaria a recuperação de pastagem
degradada por áreas de floresta perene, diminuindo a perda do solo e, consequentemente, o custo no
tratamento de água captado pela SABESP.
No caso da FN Araripe-Apodi e do PN Tijuca, os valores baixos são justificados pela
proximidade das captações de água com as nascentes, gerando pequenas bacias de drenagem e,
consequentemente, baixo valor de perda do solo acumulada. Entretanto, considerando que o projeto
de PSA nessas áreas auxiliaria na conservação de áreas já protegidas pelas UC, podem apresentar
um baixo custo de implantação, sua adoção deveria ser objeto de avaliação.
As demais UC apresentam áreas de intersecção pouco representativas quando comparadas ao
tamanho das bacias de drenagem, indicando a ineficiência em aplicação de PSA, a considerar
apenas os usos para abastecimento doméstico.
No que concerne ao desassoreamento, quase todas as bacias apresentaram valores elevados
referentes aos custos evitados de dragagem. Estes valores podem ser considerados como possíveis
157
benefícios no caso das UC que suportam reservatórios, que contribuem com proteção de água para
geração de energia elétrica (PN Chapada dos Veadeiros e PN Mapinguari) ou mesmo para redução
de custos com manutenção periódica visando abastecimento doméstico (PN Brasília).
O levantamento de custos de oportunidade da conservação ambiental nas microbacias,
refletida pela lucratividade dos diversos usos do solo, em nível do produtor rural, também é uma
fonte importante de dados para o modelo e carece de aprimoramento. Seu conhecimento permitiria
avaliar os custos e benefícios de implantação de programas de PSA, especialmente nos casos em
que este se destina à recuperação de áreas degradadas ou conversão de atividades agropastoris em
iniciativas de conservação (caso da APA Mananciais do Paraíba do Sul).
15.1 RESSALVAS
Embora se tenha buscado suprir lacunas de dados primários para a elaboração do modelo,
especialmente àqueles relacionados diretamente à função dose-resposta central, ou seja, a taxa de
aporte de sedimentos das microbacias, a carência de medições in situ de vazão, transporte de
sedimentos pelos exutórios das bacias e estudos de granulometria – que pudessem prover
inferências sobre a tendência, maior ou menor, à sedimentação –, pode comprometer estes
resultados. No entanto, uma vez que o modelo utilizou dados reais e ou equações empíricas
consolidadas, é de se esperar que uma posterior calibração não apresente diferenças consideráveis
nos resultados finais.
Um fator crítico em praticamente todas as bacias estudadas é a carência, ou completa
ausência, de dados históricos e instantâneos de vazão. Como o modelo utiliza esta informação
acoplada à Taxa de Aporte de Sedimentos, a ausência de um bom referencial de vazão nas bacias
estudadas é um fator importante de distorção dos resultados finais. Nas bacias onde esta informação
não estava disponível, foi considerada a vazão de captação (para fins de abastecimento doméstico)
como entrada para o modelo. Tal fato tende a gerar uma superestimativa dos valores de PSA,
atenuada sempre que a vazão de captação se aproxima à vazão real do corpo d’água em estudo.
Somando-se a isso a ocorrência de erros sistemáticos nas informações espacialmente
explícitas, em especial nos dados de usos do solo e mapas de erodibilidade, fica reduzida a
possibilidade de aplicação direta dos resultados deste trabalho, e, portanto, estes dados devem ser
analisados com cautela. Neste sentido, os valores aqui transcritos devem ser analisados a partir de
suas ordens de grandeza, para fins de uma investigação preliminar e tomada de decisão em nível
estratégico. A efetiva realização de um programa de PSA em qualquer das UC analisadas exigiria
um estudo em escala apropriada e, sempre que possível, com funções dose-resposta estabelecidas a
partir de uma base de dados empíricos coletados localmente. De qualquer forma, o trabalho mostrou
158
15.2 RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se, portanto, como trabalhos complementares, o estudo específico do aporte de
sedimentos ao meio hídrico e o transporte destes pelos corpos d’água principais nas bacias em
análise, de forma a validar as estimativas obtidas a partir de referências secundárias.
O desenvolvimento de uma rede sistemática de coleta de dados ambientais em caráter
permanente é ação necessária para a obtenção de resultados mais confiáveis associados aos serviços
ecossistêmicos com reflexo na água. Neste contexto, dados de vazão e sedimentos em suspensão
deveriam ser priorizados.
Por outro lado, é importante também estender o levantamento de custos e benefícios dos
diversos usos dos solos, em nível local, preferencialmente captando dados primários junto aos
produtores. Estes valores possuem uma grande variação local, com possibilidade de alteração muito
grande no resultado final.
Embora possa ser calculada uma tarifa para o PSA/Água, existem diversos outros impactos
aos serviços que não foram considerados. Uma questão a ser considerada, por exemplo, é o caráter
de dupla cobrança quando beneficiários dos serviços ecossistêmicos serão também submetidos à
cobrança pelo uso da água. Ainda que os princípios, instrumentos e a legislação de origem sejam
diferentes, não é trivial o processo de esclarecimento e adesão dos eventuais envolvidos nos dois
mecanismos.
159
AGRADECIMENTOS
Um projeto desta envergadura não seria possível sem o apoio e dedicação de uma equipe
muito maior que a inicialmente elencada para o trabalho. Este apoio, muitas vezes concedido de
maneira voluntária, foi fundamental para a execução das atividades, pelo qual expressamos aqui
nossa real gratidão. Assim, iniciamos esta seção agradecendo a todos que possibilitaram o
desenvolvimento deste projeto, em especial, ao Ministério do Meio Ambiente, por meio do
Programa Nacional do Meio Ambiente II e da Secretaria de Biodiversidade e
Florestas/Departamento de Áreas Protegidas, que, reconhecendo a importância dos serviços
ecossistêmicos, subsidiou esse estudo, especialmente representado pelos servidores que propiciaram
a iniciativa e acompanharam os trabalhos, realizando uma necessária e permanente interlocução
interinstitucional: Renato Rosenberg, Camila Satiro Praxedes, Sérgio Henrique Collaço de Carvalho
e André Lima.
Agradecemos ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio – que
demonstrou grande interesse na execução do projeto e apoiou integralmente a realização de todos as
visitas técnicas e consultas para levantamento de dados e informações realizadas ao longo do
desenvolvimento do mesmo, especialmente os servidores Karina Sales, Alexandre Caminha de
Brito, Arlino Gomes Filho, Carla Marcon, da Coordenação Regional 6 do ICMBio, responsável
pela EE Castanhão; Pedro Augusto Carlos Monteiro e Willian Brito, da FLONA Araripe-Apodi;
Julia Zapata Rachid Dau, Juliana Alvez e Paulo Carneiro, do PARNA Brasília; Eduardo Muccilo
Bica de Barcellos e Cintia Brazão, do PARNA Chapada dos Guimarães; Rafael Amaral, Luciana
Nars, Carla Cristina Guaitanele, do PARNA Chapada dos Veadeiros; Tatiane Rodrigues Lima e
Wilhan Rocha Candido Assunção, do PARNA Mapinguari; João Felipe Heerema Martins da Silva,
Jaqueline Peluzo e Ernesto Viveiros de Castro, do PARNA Tijuca; e Fernando Regis de Siqueira e
Maria Alice Correa Tocantins, da APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
Agradecimentos também aos técnicos e gestores de empresas de saneamento, órgãos de
estado e organizações não governamentais, responsáveis pelo repasse de dados e informações sob
sua tutela, em especial à José Ulisses de Souza, do DNOCS/Complexo Açude Castanhão;
Alexandra Andrade e Tiaraju Fialho, do Instituto OIKOS; Margareth Benício Carvalho, da
FUNCEME; Claireanne Viana, Yarley Brito, Thiago Alves e Eduardo Cesar Araujo, da COGERH;
João Bosco Sá Cavalcante, do Balneário Caldas; Weber Andrade de Girão e Silva, do Projeto
Soldadinho do Araripe; Alan Delamaykon da Silva Lima, da SAAEC; Abraão Evangelista Sampaio,
da CAGECE; Raquel de Carvalho Brostel, Patricia Magalhães Gomes e Georgenis Trigueiro
Fernandes, da CAESB; Álvaro Jose Camargo Da Silva, Helio Luiz Castro e Luciana Lusia Da Silva
160
Calçada, da CAB Cuiabá; Albani Moura Santos, da SANEAGO; Vagner Marcolino Zacarini, da
CAERD; Fábio Balbino, Júlio Cesar Oliveira Antunes, Flávio Carvalho Filho, Eduardo Cordeiro,
Sérgio Marquez, Jose Roberto Da Costa Dantas, da CEDAE; e Luana Pereira e Alexandre Cruz, do
INEA/RJ.
Agradecemos à Demerval Aparecido Gonçalves, Allan Yu Iwama de Mello, Carlos Eduardo
Nakao Inouye e Thiago Carlos Lopes Ribeiro, pelo apoio técnico de geoprocessamento,
imprescindível em algumas fases do estudo.
Agradecemos ainda à Daniela de Oliveira e Silva, Laís Martins Soares e Ana Paula Silva
Ferreira, do WWF-Brasil, pelo apoio para a realização da Oficina de PSA, envolvendo analistas
ambientais das UC estudadas e gestores do MMA e ICMBio, realizada durante os trabalhos do
projeto, atividade esta essencial para o intercâmbio de informações e conhecimentos, e análise
crítica dos resultados dos estudos.
161
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