ORÇAMENTO PÚBLICO

I-CRESCIMENTO DAS DESPESAS PÚBLICAS

No Brasil houve crescimento a partir do término da Segunda Guerra Mundial. Na década de 70 houve uma redução da carga
tributária (bruta e líquida), diminuição de tamanho do setor público. Teria crescido o outro lado do setor publico: o Estado-
empresário, com as estatais.

O Plano Real estabilizou os preços. Trouxe, entre seus efeitos, a extinção do imposto inflacionário, importante mecanismo de
financiamento das despesas publicas.

 Razões do crescimento das despesas

Interpretações neoclássicas e keynesianas.

Lei do Crescimento Incessante das Atividades Estatais – Lei de Wagner: À medida que cresce o nível de renda em países, o setor
público cresce sempre a taxas mais elevadas.

Causas: o crescimento das funções administrativas e de segurança; das demandas por maior bem-estar social, especialmente
educação e saúde e maior intervenção direta e indireta do governo no processo produtivo.

Efeito Translação ou Efeito Limite: Em situações de excepcional gravidade - guerras, por exemplo -, o equilíbrio e rompido, pois os
indivíduos, reconhecendo a importância da ação pública nesse momento, não opõem maior resistência ao aumento da carga
tributaria; posteriormente, ao cessar a anormalidade, continuam aceitando os novos níveis tributários.

No Brasil tais efeitos ocorreram por conta das fortes depressões econômicas e dos surtos inflacionários.

Outros motivos para o aumento das despesas: O crescimento da renda per capita e o aumento da demanda por bens e serviços
públicos. Tecnologia. Aumento populacional. Custos do serviço público (Dificuldades em reduzir), Transferências de renda
(Redistribuição de renda –Bolsa Família), Alternativas para tributação, Efeito limite e Fatores políticos e sociais.

Interpretações neoinstitucionalistas e importância da burocracia

Public choice: O aumento das despesas se dá pela diversidade existente entre o processo político e o processo de mercado. Já que
este último distribui renda de forma desigual. As classes de menor renda - as principais marginalizadas do sistema de mercado -
utilizarão mais o processo político na busca de um incremento, mesmo indireto, de suas rendas

Comportamento Burocrata: Configura a organização produtora encarregada da provisão de bens e serviços a certa clientela,
recebendo do setor patrocinador (os níveis políticos do governo, inclusive o Legislativo) determinado volume de recursos
programados (o orçamento). Na concepção do modelo, o burocrata é um maximizador do orçamento, por não ter a propriedade do
resíduo fiscal de sua repartição, o qual será sempre aplicado na expansão das atividades

II- PRINCÍPIOS DO ORÇAMENTO PÚBLICO

Unidade: O Orçamento deve ser uno, no âmbito de cada esfera do governo (União, Estados e Municípios)

Está ligado ao princípio da totalidade, prevê a coexistência de múltiplos orçamentos (o fiscal, o de investimentos das
empresas estatais e o da seguridade social) devendo ser consolidados em uma só LOA

Universalidade: O orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes que integram a esfera de governo
(União, Estados e Municípios)

Lei 4320/1964 Art. 3: A LOA compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.

Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por antecipação da receita, as emissões de papel-
moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.

EXCEÇÃO: Orçamento operacional das Empresas Estatais INDEPENDENTES, e ingressos/dispêndios extra-orçamentárias.

Orçamento Bruto: Todas as receitas e despesas constarão da Lei Orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.
Proibindo a inclusão de valores líquidos
Anualidade: As estimativas de receita e despesas devem referir-se a um período limitado de tempo, em geral, um ano ou chamado
“exercício financeiro”, período de vigência do orçamento. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

EXCEÇÃO: A possibilidade de abertura de créditos especiais e extraordinários pelos saldos não utilizados no exercício,
quando autorizados nos últimos quatro meses do exercício, que serão incorporados ao exercício seguinte.

Não-Afetação de Receitas: Nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos e
determinados gastos

Esse princípio refere-se apenas aos impostos, não inclui taxas e contribuições.

EXCEÇÃO: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) ; Ações e serviços públicos de saúde;
vinculação de impostos estaduais e municipais para prestação de garantia ou contra garantia à União; garantias às
operações de crédito por antecipação de receita (ARO); atividades da administração tributária

Especificação, Especialização ou Discriminação: As receitas e as despesas devem aparecer no orçamento de maneira discriminada,
de tal forma que se possa saber, a origem dos recursos e sua aplicação, que facilite a análise por parte das pessoas.

EXCEÇÃO: Programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se às normas gerais de execução da
despesa que poderão ser custeadas por dotações globais. Art.20 Lei 4320/1964. (Classificadas de Despesas de capital)

Exclusividade: Não é permitido camuflar matéria orçamentária em leis de outra natureza. As leis que tratam de orçamento são
exclusivas, excluindo-se dela qualquer dispositivo estranho

EXCEÇÕES: não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Equilíbrio: As despesas não devem ultrapassar as receitas previstas para o exercício financeiro.

Princípios Características
Exige que as informações orçamentário-financeiras sejam divulgadas em linguagem facilitada, de forma que as
Clareza pessoas comuns consigam entendê-las.

O conteúdo orçamentário deve ser divulgado para o conhecimento público e para a eficácia de sua validade
Publicidade enquanto ato oficial.
A legislação permite, em determinadas situações, a realização de despesas de caráter sigiloso.

Deve existir grande preocupação com a realidade e com a efetiva capacidade do setor publico de nela intervir de
Exatidão forma positiva por intermédio do orçamento

Deve evidenciar os programas de trabalho, servindo como instrumento de administração do Governo, facilitando
a fiscalização, gerenciamento e planejamento. Todas as despesas são inseridas no Orçamento sob a forma de
programa.
Programação
Programa é o instrumento que o Governo utiliza para organizar suas ações de maneira lógica e racional, a fim de
otimizar a aplicação dos recursos públicos

É vedado: a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação

para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa.

Não Estorno Exceção: Se houver extinção, transformação, transferência, incorporação ou desmembramento de órgãos e
entidades, ou alterações de suas competências/atribuições, o Poder Executivo poderá transpor, remanejar ou
transferir mediante decreto.

III-CLASSIFICAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

 DESPESA