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FERNANDO &
SOROCABA
Projeto acústico ousado e tecnologia
de ponta no novo estúdio da dupla
LOLLAPALOOZA
BRASIL 2014
OTIMIZANDO Produção, som e transmissão da
terceira edição do festival
SUA MIXAGEM
Como equalizar com eficiência
I S T E M A S DE
S ÇÃO
R I Z A
SINTETIZADORES REAIS SO N O
Grave, controle e ouça PARTs Edo s1is5tema
As caixa
synths via Pro Tools
Jeronymo Cruz: nome histórico na iluminação cênica • Media Composer: Keying, PIP e mais
áudio música e tecnologia | 1
Z&
LU
2 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 1
ISSN 1414-2821
EDITORIAL Áudio Música & Tecnologia
Ano XXVI – Nº 274 /julho de 2014
Fundador: Sólon do Valle
Mundo sertanejo,
Direção geral: Lucinda Diniz -
lucinda@musitec.com.br
Edição jornalística: Marcio Teixeira
consultoria de Pa: Carlos Pedruzzi
22 Notícias do Front
As Partes de um Sistema de Sonorização (Parte 15):
As caixas do sistema (Parte 1)
Renato Muñoz
seções
36 Lollapalooza Brasil 2014
Terceira edição do festival mantém estrutura vitoriosa editorial 2 notícias de mercado 6
de produção, som e transmissão novos produtos 10 índice de anunciantes 95
Rodrigo Sabatinelli
76
show
Samba Repaginado: Projeto de luz de nova turnê do
sambista Thiaguinho foge do comum ao gênero musical
70 por Rodrigo Sabatinelli
82
iluminando
capa História dos profissionais de iluminação cênica
Insular: Luz “de cinema” no DVD no Brasil - Segundo capítulo: Jeronymo Cruz
solo de Humberto Gessinger por Farlley Derze
por Rodrigo Sabatinelli
PRODUTOS ........................................... 66
88
EM FOCO .............................................. 68 media composer
Composições no Media Composer: Keying,
FINAL CUT .............................................. 92
PIP e muito mais
4 | áudio música e tecnologia por Cristiano Moura
áudio música e tecnologia | 5
nacionais de pró-áudio e showbusiness ainda
têm muito a evoluir
notícias de mercado
Divulgação
rendo o Brasil para que técnicos fiquem mais próximos dos consoles
digitais da fabricante, auxiliando também no processo de qualificação
dos profissionais do som ao vivo. Nos dias três e quatro de junho foi a
vez da iniciativa chegar aos shows de lançamento do novo CD da Paula
Toller, na Cidade das Artes, sala Teatro de Câmara, no Rio de Janeiro.
“Queremos que a Midas esteja no rider dos técnicos, por isso o projeto.
André, Emerson e Guilherme: técnicos de Paula
No dia dois fizemos um treinamento com o André Coelho, técnico de PA
Toller aprovaram os consoles Midas Pro 2
da Paula, e o Guilherme, do monitor, e configuramos tudo. No dia três
ensaiamos e já foi realizado o primeiro show. Os dois, que gostaram bastante do Midas Pro 2, agora contam com o equipamento no
rider e solicitarão para os próximos shows da artista”, destacou Emerson.
A cantora apresentou seu novo disco, Transbordada, na íntegra, intercalando canções inéditas com sucessos de sua carreira,
além de ter contado histórias colecionadas em décadas de estrada como líder do Kid Abelha. Os shows contaram com partici-
pações especiais de Hélio Flanders, do Vanguart, de João Barone, baterista dos Paralamas, e do rapper Flávio Renegado, e a
apresentação do dia quatro foi transmitida ao vivo pelo canal BIS.
Anos antes do lançamento oficial do Spotify por aqui, muitos brasileiros já haviam aderido à plataforma, que já conta com mais
de 40 milhões de usuários ativos em todo o planeta. Para acessá-la era preciso contratar empresas que realizavam a operação
internacional de contratação do serviço, então bloqueada para moradores do Brasil. O download do programa de computador
também não era permitido, bem como o do aplicativo para dispositivos móveis, e para solucionar o problema usuários recor-
riam a proxys e a contas internacionais de lojas de apps. Agora tudo pode ser feito de forma bem mais simples. E legal.
O programa para computadores pode ser baixado em www.spotify.com, enquanto o aplicativo para aparelhos móveis é encon-
trado nas lojas virtuais da maioria dos sistemas operacionais.
Divulgação
A chinesa SAE Audio recentemente anunciou o ingresso de três A série XLi, carro-chefe entre as três
novas séries de amplificadores de potência à sua gama de pro- novas linhas, além de contar
dutos. As novas séries DJ, Duo e XLi foram desenvolvidas para com os mesmos módulos DSP
DJs, entusiastas do som profissional e para locais de pequenas de alto desempenho, oferece
dimensões que requeiram funcionalidade e qualidade de som em módulos de potência de alta
um equipamento leve e acessível. Com três modelos de potên- fidelidade para oferecer uma
cias diferentes em cada série, os novos amplificadores da SAE melhor qualidade de som.
são, de acordo com a companhia, boas opções para uso tanto A série, segundo a empre-
em aplicações de PA quanto de monitoração. sa asiática, traz amplifica-
dores ideais para aqueles
A série DJ incorpora a nova geração de módulos de potência digitais que precisam de um equi-
e oferece uma boa relação custo-benefício para o entusiasta do som po acessível e versátil, sendo
profissional, sendo um ponto de referência em facilidade de trans- bastante funcional e capaz de entregar um belo som. Todas as três
porte. A Duo é uma versão avançada da DJ e proporciona um me- séries, já disponíveis no mercado, foram desenvolvidas com um
lhor controle da amplificação e da funcionalidade do sistema graças chassi unibody de alumínio que permite maior leveza, dissipação
ao DSP de alta performance incorporado, que pode ser definido no de calor e resistência a impactos.
painel de controle do equipamento ou através de um computador
conectado via USB e dotado do programa ASR Manager. www.saeaudio.com
Assim como a GT-100, a GT-001 oferece poderosas possibilidades de criação de sons com
dual amps e ordem de efeitos, e opções de roteamento flexíveis. Além disso, a recém-
-desenvolvida função Guitar-to-MIDI permite a você aproveitar o Guitar Friend Jam e ou-
tros programas de computadores a partir de uma entrada de guitarra, sem a necessidade
de captadores especiais. Disponível gratuitamente para download, o software Boss Tone
Studio disponibiliza uma interface gráfica para ajustar timbres do seu computador, e ainda
acesso ao Boss Tone Central para patches gratuitos de estúdio e mais.
www.roland.com
www.roland.com.br
Dotado de cápsula cardioide que, segundo a fabricante, foi especialmente desenvolvida para um melhor o isolamento
acústico do equipamento, o microfone possui uma resposta de frequência de 20 Hz – 20 kHz, oferece baixo nível de
ruído, para perfomances cristalinas, e capacidade de captação extendida. Seu SLP é de até 137 dB.
O MTR 101A, de construção robusta, resistente, e que acompanha pop filter, conta ainda com um sis-
tema shock-mount interno da cápsula que reduz os ruídos causados por vibração. No geral, o produto
oferece ao consumidor uma interessante relação-custo benefício.
www.samsontech.com
www.equipo.com.br
O equipamento tem 25 teclas sensíveis à velocidade que podem transmitir mensagens de notas. Quando o modo CC está habilitado,
Divulgação
podem transmitir mensagens de modificação de controle MIDI. Acionando a tecla Bank o usuário tem acesso a quatro
bancos. Cada um é um conjunto de endereçamentos de parâmetros para os controles (pads, knobs etc.). Ainda
é possível usar o Editor para modificar o endereçamento de cada controle.
O Carbon 25 Mini tem, ainda, oito trigger pads endereçáveis, sensíveis à velocidade, quatro
knobs de controle endereçáveis e quatro sliders de controle endereçáveis. Conta com interface
USB 2.0, e a energia é fornecida pela conexão USB. Compatível com Win XP/Vista e Mac OSX,
o controlador tem suporte Plug’n Play e mede 320 x 190 x 40 mm, pesando 800 gramas.
www.waldman-music.com
www.equipo.com.br
Arquivo pessoal
De estrela do rock a dono
de um dos principais
estúdios do país
Nascido em São Paulo no dia 26 de maio de 1947, Oswaldo
Malagutti Jr. hoje é conhecido pelo seu Mosh Studios, que conta
com uma das maiores estruturas da América Latina para gra-
vação, mixagem e masterização de áudio, produção de DVDs e
vídeos. Mas a conexão de Oswaldo com os sons vem de longa
data. Segundo ele, essa aproximação se deu ali, bem no come-
ço da década de 1960, e a influência familiar foi determinante.
“Eu devia ter 12, 13 anos. Um tio meu tocava gaita. Era Oswaldo Malagutti Jr. em
amador. De vez em quando eu ia à casa dele com meus pais
seu habitat natural: o Mosh
e ele me chamava para ouvi-lo no quartinho dos fundos, e
então me mostrava músicas muito antigas e chatas. Mas eu
comecei a gostar daquele negócio e pedia para ele me ensi- A profissionalização só veio em 1969, com o Pholhas, que
nar. Dali a pouco eu já estava tocando até melhor que ele”, começou como uma banda de baile. Requisitado, o grupo
recorda Malagutti, que em seguida arrumou amigos com fazia shows de três a quatro vezes por semana, e, em
quem passou a tocar: ele na gaita, um no violão e outro 1972, o sucesso bateu à porta com a contratação pela
na caixa da fanfarra do colégio. “Esse foi o meu começo na RCA. “Gravamos o compacto simples My Mistake, que
música, mas sempre estive ligado a ela. Meu tio tinha aque- vendeu um milhão de cópias. Aí percebi que a música
las vitrolas bem antigas, e nelas já rodava coisas do Elvis, seria a minha profissão”, afirma Malagutti. “Começamos
Paul Anka, Neil Sedaka. Comecei a me interessar por aí”, diz a aparecer bastante. Fantástico, muitos Globo de Ouro,
Oswaldo, que algum tempo depois já estava mexendo no Moacyr Franco Show, Chacrinha. Gravamos mais compac-
violão de outro tio, boêmio, muito amigo do Quincas Gon- tos e discos cheios, sendo que She Made Me Cry também
çalves, irmão de Nelson Gonçalves. “Aí eu me interessei pelo vendeu um milhão de singles. Até o final de 78, 79, acho
instrumento. Logo em seguida, lá por 1961, eu já comecei que foram oito discos gravados, quando eu resolvi sair da
a tocar numa banda que fazia o que hoje o pessoal chama banda por vários motivos. Um deles foi a onda disco, que
de surf music. Tocávamos músicas instrumentais de bandas deixou difícil a situação de todo mundo que tocava. As
como The Shadows e The Ventures”, relembra Malagutti. coisas já não estavam caminhando bem, e então resolvi
largar a banda e me dedicar ao estúdio.”
VIVENDO DE MÚSICA
A HORA DO MOSH
Gaita e violão não eram suficientes, e Malagutti, com fome
de sonoridades diferentes, tornou-se baixista, e tocava em Em 1975, o Pholhas, em sua sede, já tinha um estúdio pró-
quatro bandas, sempre em caráter amador. A situação co- prio com um gravador Teac 3340S de quatro pistas. Lá, o
meçou a ficar um pouco mais séria em 1966, quando o gru- grupo realizava testes e Malagutti chegou a gravar coisas
po de música instrumental Atlantis, que tinha Oswaldo como para amigos. Oswaldo se aproximou ainda mais da área
integrante, venceu um concurso de bandas de colégio na TV técnica ao acompanhar de perto, em 1973, na RCA, a tro-
Record. “Ganhamos equipamentos da Gianinni, como o bai- ca de equipamentos, tanto em São Paulo quanto no Rio,
xo Apollo, o amplificador Tremendão e a guitarra Superso- por consoles Neve Série 80, que têm os famosos módulos
nic, e havia até uma promessa de um contrato com a Jovem 1073. “Naquela época eu já convivia com esse tipo de coisa
Guarda, mas isso não vingou. O que vingou foi uma grava- e me interessava. Desde os anos 60 eu estava envolvido na
ção que a gente fez pela [gravadora] Chantecler”, destaca o construção de nossos próprios amplificadores. Eu, inclusive,
ex-músico iniciante, que lembra que o contrato com a emis- tinha um laboratório de eletrônica na casa que usávamos
sora não se confirmou também porque, coincidentemente, o para ensaiar”, afirma, acrescentando que Issao Yamasaki,
dia da final do concurso foi o mesmo do primeiro incêndio da ex-Gianinni e que desde daquela época trabalha com ele, lhe
Record, que depois ficou fora do ar durante 15 dias. ensinou quase tudo o que conhece sobre eletrônica.
14 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 15
Reprodução
ÁUDIO NO BRASIL
O estúdio, quando era do Pholhas, não tinha nome, e só pas- mos o estúdio A, em
sou a se chamar Mosh quando foi para o bairro da Pompéia, 88, depois o B, C, VIP,
em São Paulo. “Eu tinha um sócio, o Helio Santisteban, que que é onde se encon-
também era da banda. Inclusive, o nome Mosh é uma sigla tra a mesa Neve, e D,
feita com nossos nomes (Malagutti, Oswaldo - Santisteban, que é a sala digital,
Helio)”, declara, desfazendo a ideia que muitos poderiam ter onde há uma mesa
sobre o nome do estúdio ser uma referência ao “mergulho SSL Axiom MT. Mais
na plateia” tão tradicional em shows de rock. recentemente refor-
mamos o estúdio C, Pholhas, com Malagutti
A montagem da estrutura do estúdio na Pompéia foi bem que agora é uma sala (segundo, da esquerda para a
no esquema “faça você mesmo”, com o livro “The Recording grande, de 130 me- direita): músico deixou a banda
Studio Handbook”, de John M. Woram, servindo de guia para tros quadrados. Além
para criar o Mosh Studios
Malagutti, pois explicava tudo sobre como criar seu próprio disso, foi feita uma
estúdio. “Trabalhei com carpinteiro, as ligações foram quase sala de masterização
todas eu que fiz e eu já contava com a ajuda do Issao naquele e uma de edição de vídeo. O engenheiro acústico gaulês Jeff
tempo. Com a experiência que eu tinha no estúdio do Pholhas Forbes, que morou no Brasil por mais de 30 anos, é responsá-
e acompanhando as mudanças na RCA, eu possuía um co- vel por todos os projetos acústicos do Mosh”, aponta.
nhecimento que me permitiu fazer o primeiro Mosh”, destaca.
Oswaldo Malagutti atribui o sucesso do Mosh, onde muitos dos
Segundo Oswaldo, nos primeiros dias de Mosh, um estú- principais artistas populares brasileiros já gravaram – de Rita
dio comercial, dinheiro não era o foco, sendo mais impor- Lee a Chitãozinho e Xororó, de Guilherme Arantes a Zezé Di
tante o desejo de gravar grandes artistas, curtir o som, Camargo e Luciano –, a uma época muito boa da indústria fo-
mexer com os equipamentos. Era uma espécie de hobby nográfica, entre 1990 e 2012. “Eu estava no meio da bagunça.
com potencial. Os primeiros equipamentos adquiridos fo- Quem tá na chuva é pra se molhar, e eu acabei me molhando.
ram um gravador MCI JH-8, de oito canais com fita de Se gravava muito, havia muito trabalho de independentes e
uma polegada. A mesa era uma Kelsey Sound City, antiga, grandes companhias, todo mundo vendia milhões”, lembra. Já
de PA, e nelas as primeiras gravações da casa foram reali- quando o assunto é o seu próprio sucesso profissional, Mala-
zadas, entre 1979 e 1982. Ainda em 82 Malagutti adquiriu gutti acredita que sua persistência e dedicação foram funda-
uma Soundcraft 2400, console que já permitia ao estúdio mentais, mas que ser músico ajuda. “Sendo músico, a gente
começar a encarar gravações de maior qualidade. consegue ver a música de vários ângulos. Dá para ser dono de
estúdio não sendo músico, mas não sei se vai funcionar direito,
PERSISTÊNCIA E SUCESSO pois ele não vai ter feeling para tocar o negócio.”
Na Pompéia, com apenas um estúdio de oito canais, Malagutti Perguntado se a experiência pode beneficiar o seu trabalho atu-
achou que seu trabalho seria fácil, mas não foi. Isso porque, almente, Malagutti diz que sim, mas também afirma que ela
no começo dos anos 80, São Paulo viu o surgimento de es- pode ajudar a deixar a pessoa um pouco descrente e cansada.
túdios de nomes como Som Livre e Transamérica, com equi- “Acho que é meio natural. Você fica muito crítico, e, às vezes,
pamentos bem superiores aos do Mosh. Isso acabou atrasan- para a música, isso não é bom, pois nela você tem que sonhar.
do os planos de Oswaldo, e o estúdio demorou para ‘pegar’. Quando se lida com arte, é bom tentar se iludir um pouco.”
“Mesmo assim fui em frente, e, por volta de 1984, o estúdio
engrenou. Passei a trabalhar com publicidade e já contava SEMPRE MÚSICO
com uma mesa de 24 canais. Em 85, comprei outra máquina
e abri dois estúdios na casa. Eu tive sorte, pois naquela épo- E como os sonhos nunca podem morrer, depois de déca-
ca surgiu uma gravadora aqui chamada 3M. O pessoal de lá das de “chuteiras penduradas” como músico, em 2012
simpatizou com a gente e começou a nos dar bastante servi- Malagutti reuniu alguns amigos, basicamente o mesmo
ço.” Malagutti lembra que a casa passou a ficar pequena para pessoal do Pholhas, pra tocar hard rock dos anos 70
tanto trabalho. Não dava mais para continuar lá. em uma nova banda: o Womp! No setlist, músicas do
Led Zeppelin, Steppenwolf, Deep Purple, Kansas, Yes e
Procurando um novo endereço, e se baseando no tamanho Bloodrock. “Temos órgão Hammond B3, leslies, amplifi-
de estúdios como os da Som Livre e Transamérica, Oswaldo cadores antigos, como Hiwatt e Ampeg, para tirar aquela
arranjou um prédio industrial próximo à TV Cultura, no bairro sonoridade dos anos 70. A banda está meio parada, mas
paulistano da Água Branca. Era um galpão vazio, de 2.200 de vez em quando algum louco nos convida para uma
metros quadrados, onde ele teria que partir do zero. “Fize- exibição. Mas é tudo brincadeira.” •
TRABALHANDO
EM TRACKS
“FECHADOS”
Figura 1
Figura 3
S1 STEREO IMAGER
Este plug-in permite ao usuário “expandir” a ima- Há de se ter cuidado com exageros, pois em áudio
gem estéreo através do parâmetro “Width” (fig. não existe “ganha-ganha”. Você sempre ganha por
3). Ou seja, as informações laterais se afastam um lado, mas perde por outro. Falando de forma
do centro, aumentando a sensação do campo es- “não-técnica”, é importante entender que este tipo
tereofônico. de efeito é atingido deslocando e invertendo a fase
de componentes do áudio. Isso pode ser prejudicial
caso o áudio seja convertido para mono. Ao usar
este plug-in, vale a pena confirmar sua mixagem em
mono e ver se ainda está com o equilíbrio similar ao
da mixagem em estéreo.
Abraços.
Figura 2
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius
e os treinamentos em mixagem na ProClass. Também é professor da UFRJ, onde ministra as disciplinas Edição de Trilha Sonora,
Gravação e Mixagem de Áudio e Elementos da Linguagem Musical. Email: cmoura@proclass.com.br
As Partes de
(Parte 15)
um Sistema de
Sonorização
CAIXAS DEDICADAS A
REGIÕES DE FREQUÊNCIAS
Estes novos sistemas de caixas ajudaram bastante Ao terem a liberdade para levantar o sistema, dois pon-
a conseguir uma maior pressão sonora do sistema tos principais foram estabelecidos: a fonte sonora pas-
(utilizando também, para isso, novos amplificadores) sou a ter distâncias mais equivalentes em relação a toda
e melhoraram consideravelmente a inteligibilidade a plateia e a angulação direcionava mais o som para a
destes novos sistemas. Porém, como veremos, elas plateia e evitava superfícies reflexivas.
também causariam uma série de problemas que de-
morariam a ser resolvidos.
É claro que houve muita tentativa e erro. Pendurar os
sistemas não era um trabalho tão fácil. Os grandes e pe-
UM PEQUENO DETALHE QUE
sados sistemas eram divididos em andares, e cada andar
RESOLVEU MUITOS PROBLEMAS
era dimensionado para a cobertura sonora de determi-
Com o surgimento destes novos sistemas, alguns pro- nadas regiões de frequências. Os sistemas de sonoriza-
blemas surgiram, principalmente relativos à interação – ção estavam em pleno desenvolvimento.
ou falta dela – entre as caixas que faziam parte
do sistema. Certamente, muito cancelamento foi
criado. Além disso, o posicionamento de várias
caixas de dimensões e pesos diferentes podia
ser uma bela dor de cabeça.
Sistema WEM PA
NOVAS SOLUÇÕES
Clair Modelo S4
Renato Muñoz é formado em Comunicação Social e atua como instrutor do IATEC e técnico de gravação e PA. Iniciou sua
carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. E-mail: renatomunoz@musitec.com.br
Sertão
High-Tech
Cadu Fernandes
Em entrevista à AM&T, o engenheiro contou deta-
lhes sobre a obra do estúdio, que levou 18 meses
para ser concluída, bem como as dificuldades en-
contradas e superadas ao longo de sua realização.
E para que este “pequeno detalhe” não atrapalhasse No detalhe, o “armário” criado por
os planos de Duttweller, foram tomadas, segundo o Dutweller para guardar instrumentos
próprio, medidas mais que essenciais logo na pri- de Fernando e Sorocaba
meira etapa da elaboração do projeto.
metálica, lã de rocha de alta densidade e chapas so-
brepostas de gesso cartonado, foi feito com laje con-
“Por exemplo, construímos, em blocos de concreto
cretada, na qual foram instalados equipamentos de
estrutural preenchidos com areia, paredes externas
condicionamento de ar com controle de velocidade
que serviram de base para o tradicional conceito
de insuflamento e filtros para retenção de partículas
‘box in the box’. Fizemos o mesmo internamente,
de poluição e caixas d’água”, completou ele.
com paredes levantadas sobre o piso flutuante, que
recebeu uma composição de fibra mineral e lã de ro-
cha, capaz de absorver os impactos e evitar a trans-
SALAS TÊM LAYOUTS,
missão via estrutura”, detalhou o engenheiro. ACABAMENTOS E SONORIDADES
PARTICULARES
“Já o teto, que recebeu forro acústico com estrutura
O estúdio é composto por uma confortável técnica,
que mede 26 m2, e três salas destinadas à cap-
tação de áudio – a principal, que tem 70 m2, pé
Cadu Fernandes
CAPA
Sertão High-Tech
Cadu Fernandes
Em dois ângulos, a sala principal do estúdio de
Fernando e Sorocaba: espaço tem reverberação
controlada e preserva harmônicos de instrumentos
Os layouts destes espaços, bem como seus acaba- o estúdio conta ainda com quatro interfaces SSL Al-
mentos, foram desenvolvidos sob a filosofia da em- pha Link Live e um Atomic Clock Rubidium, além de
presa do engenheiro, defensor confesso do ineditis- monitores estéreo Dynaudio M3XE, dois amplifica-
mo e da originalidade. Para isso, disse ele, durante a dores Lab Gruppen PLM 10000Q, com 2.600 watts
execução do projeto, foi imprescindível dialogar com de potência cada, e monitores 5.1 Dynaudio BM 15
Fernando e Sorocaba, afinal de contas, este contato MKIII, entre muitos outros itens.
com os músicos determinou muito do que utilizou na
elaboração dos ambientes. “[O M3XE] É um monitor muito confiável e sua
resposta é igual à de toda a linha deste fabricante,
“Procurei ‘imprimir’ um pouco de suas persona- não necessitando de equalização. Foram utilizados
lidades, e, com esse intuito, utilizei materiais as BM 15 MK III para o sistema 5.1 para que
exclusivos, que tornaram o projeto distinto, bem fosse mantida a mesma coloração
diferente dos demais já realizados por
nós”, defendeu.
Cadu Fernandes
As estruturas das paredes acústicas
do estúdio foram, ainda de acordo com
Duttweller, feitas em pinus autoclavado,
imune à umidade e ao ataque de insetos.
Além do material, foram instaladas duas
camadas de lã de rocha de alta densidade,
para atenuar a energia gerada dentro do
estúdio, e lã de vidro, para fazer o controle
de reverberação no local.
Facebook
projetos de control room, com teto de
expansão e paredes laterais difusas.
Colocamos um absorvedor de graves
e um difusor difractal para termos um
equilíbrio no trânsito de frequências
na sala”, disse o engenheiro.
Lollapalooza
Brasil 2014
Marcio Teixeira
Externamente, Miles utilizou, dentre outros peri- Durante o show, a dupla operou uma Yamaha
féricos, o BlueTube, um pré-amplificador estéreo PM5D RH, que, na opinião de Anisio, é ideal para
de microfone da PreSonus, com o qual trabalhou festivais, nos quais tudo é muito corrido e é preci-
as ambiências do palco. Além dele, o engenheiro so ter à mão equipamentos de fácil operação. “As
contou com um delay Lexicon PCM 42, usado na mesas da Yamaha, além de terem um som legal,
Marcio Teixeira
No detalhe, os subs e os delays usados como complemento do sistema principal do festival
são muito amigáveis, pois oferecem ao técnico um rá- para o contratempo e para os overs; Shure SM58, usado
pido acesso a todo e qualquer parâmetro. Elas já vêm na voz de Caniço, e Shure Beta 87A, na voz de Digão.
prontas. Não precisam de muita configuração. Isso, em
casos como esse, é essencial”, explicou. PALCO PRINCIPAL TEM TRANSMISSÃO
DE LUXO VIA MIX2GO
Anisio ainda disse que os Raimundos gostam de se ouvir
sem economias. Com um som pesado, os músicos pedem A equipe da Mix2Go, unidade móvel que pertence aos en-
ao técnico que deixe sempre o palco “preenchido”. Para tan- genheiros Beto Neves e Daniel Reis, fez sua estreia no
to, ele usa uma monitoração híbrida, composta por caixas Lollapalooza cuidando da transmissão do áudio do Palco
de chão, sides e monitores in-ear. “Banda de rock é assim: Skol, principal ambiente do evento. Pela primeira vez com
não tem muito o que inventar. É som alto no palco, sem seu console SSL Live em um festival de grande porte, a
medo e sem efeitos. Tudo bem cru. O side, para você ter UM teve, a pedido da Rede Globo, 128 canais disponíveis
uma ideia, soa como se fosse um PA, só que flat”, contou. às mixagens. No entanto, nenhuma das bandas que se
apresentou no festival usou mais do que 48 destas pistas.
Operador de PA da banda, Luciano Amorim trabalhou com
cerca de 28 canais, contando com um sublow de bumbo
O tráfego de sinal que saía do caminhão seguia em
e baixo e duas dobras de vozes. Para captar os instru-
5.1 para o caminhão da Globosat, no qual era feito um
mentos, ele utilizou, na ocasião, microfones como Shure
downmix para 2.0 e era enviado para os canais Multishow
SM57, usados na voz do guitarrista Marquim e na caixa da
e Bis, e em estéreo para a Rede Globo, que, por sua vez,
bateria, AKG D112; usado no bumbo dela; Shure SM81,
fazia um upmix para 5.1. “Pela primeira vez nesse festival
enviamos sinal em digital para a distribuição com todo
mundo em clock”, disse o engenheiro.
Beto Neves
um downmix para 2.0 e era enviado para os canais mos todos os cuidados possíveis com a alimentação dos
Multishow e Bis, e em estéreo para a Rede Globo, palcos
Na e os caminhões,
ocasião, Gama dissepor exemplo,
que e nos como
em eventos garantimos,
o
que, por sua vez, fazia um upmix para 5.1. “Pela inclusive, nos nos
Lollapalooza, áudios de acâmeras
quais em standby
transmissão para casos
é extremante
primeira vez nesse festival enviamos sinal em digital mais delicados,
importante, pois mesmo
é preciso emcom
trabalhar um ambiente controlado
redundância, ou
para a distribuição com todo mundo em clock”, disse existem
seja, imprevistos”,
garantindo explicou.
a qualidade e a segurança da trans-
o engenheiro. missão e minimizando qualquer tipo de risco relacio-
EPAH!
nado ESTÚDIOS
a ela. “Tomamos COMANDA SOM possíveis
todos os cuidados
Como de costume, alguns dos artistas não enviaram PARA
com TV EM DOIS
a alimentação dosOUTROS PALCOS
palcos e os caminhões, por
seus áudios em multitrack para a UM, fornecendo a exemplo, e nos garantimos, inclusive, nos áudios de
ela somente um L/R da mix para ser reenviado às câmeras
O Epah! em standby
Estúdios para casos
também maispresença
marcou delicados,
nopois
festival
TVs. Casos como o do Muse, que inicialmente ha- mesmo
com duas emdeum ambiente
suas unidadescontrolado existem
móveis, a U.M.A. 3,impre-
que foi de-
via vetado, inclusive, a exibição de seu show, e, na vistos”,
dicada aoexplicou.
palco Ônix, onde se apresentaram artistas como
última hora, voltou atrás e liberou, por meio de sua Imagine Dragons, Cage The Elephant, Nine Inch Nails, Jo-
Yamaha PM5D RH foi opção para
equipe, um L/R já mixado. ESTRETÍTULO: EPAH! eESTÚDIOS
hnny Marr e Soundgarden, COMANDA
a U.M.A. 1, dedicada ao Palco
diversos técnicos de monitor
SOM PARApor
Interlagos, TVonde
EM DOIS OUTROS
passaram PALCOS
Café Tacvba, Lorde, Nação
O engenheiro
FOTO: 05 contou
YAMAHA ainda que desta vez nenhum téc- Zumbi, Apanhador Só e New Order, entre outros.
nicoCRÉDITO:
de banda foi mixar
Beto Neves o áudio para a TV em seu cami- O Epah! Estúdios também marcou presença no fes-
nhão, algo bastante
LEGENDA: Yamaha PM5D comum emRHfestivais do gênero.
foi opção A
para di- tival com com
Equipada duasuma
de suas unidades
DigiCo SD7 B,móveis,
capaz dea gravar
U.M.A.1283, ca-
exceção ficou por conta da
versos técnicos de monitor presença de Shawn Everett, que
nais foi dedicada
utilizando 107aoplug-ins
palco Ônix,
Waves,onde se apresenta-
a U.M.A. 3 foi operada
produtor musical de Julian Casablancas + The Voidz, pri- ram artistasFreitas,
por Marcelo como Imagine
enquantoDragons, Cage
que a U.M.A. 1, The Ele- por
equipada
meiro trabalho
“Eles têm umasolo autonomia
do vocalista do grupo
grande. The Strokes,
Trata-se de uma phant, NineAvid
um console InchProfile,
Nails, foi
Johnny Marr
pilotada e Soundgarden,
por Guido Baldacin.
que banda
se apresentou no festival.
que viaja com tudo. Tudo mesmo. De cabos a e a U.M.A. 1, dedicada ao Palco Interlagos, por onde
microfones, passando por multicabos, backline, con- passaram
“No [Palco]CaféÔnix,Tacvba,
mixamos Lorde, Nação Zumbi,
praticamente todos osApa-
artistas
“Na soles
ocasião, apesar
como de estar
os Midas XL4no caminhão,
e Pro6 Shawn àseilumi-
e chegando limi- nhador
partindoSó doemultitrack
New Order, entreFoi
deles. outros.
assim com praticamente
tou anação.
dar dicas e me deixou super à vontade para trabalhar,
Chegam e só perguntam onde ficam as toma- todo mundo, exceto Imagine Dragons e Nine Inch Nails, que
acompanhando a mix as
das para ligarem sem maiores
coisas. intervenções”,
Mesmo comple-
sendo restritivos, FOTOS:
por meio07de EPAH
seus técnicos nos enviaram um L/R mixado,
tou ele, que dividiu as mixagens com outros profissionais,
enviando somente o L/R, eles mixaram muito bem o CRÉDITO:
pronto para Markinho
a TV, com Maluf
canais centrais e subs processados
como Ricardo Gostei
material. Gama, muito
gerente
dode operações
som de áudio
que recebi. Muitoda TV
bem LEGENDA: Equipe
para o 5.1. Esse do enviado
sinal foi Epah!:deempresa
nossa UM levou
para o ca-
Globo; Mauricio Rezende, engenheiro da emissora,
definido, bom para o envio à TV”, disse Beto. e Diego duas
minhãodeda
suas unidades
GloboSat móveis
em oito para
canais o festival
– 5.1 e o L/R – via
Moreno, seu parceiro de estrada na Mix2Go. multicabo e fibra ótica”, disse Marcelo, que mixou o show
O engenheiro contou ainda que desta vez nenhum Equipada com uma
de Soundgarden DigiCo
assistido porSD7
um B, capaz de gravar
representante técnico da
Na ocasião,
técnico Gama dissefoi
de banda que em eventos
mixar o áudiocomo
para oaLollapa-
TV em 128
banda.canais utilizando
“Já no 107 plug-ins
[Palco] Interlagos, ondeWaves, a U.M.A. ar-
se apresentaram
looza,
seu caminhão, algo bastante comum em importante,
nos quais a transmissão é extremante festivais do 3 foi operada
tistas de menorpor Marcelo
porte, Freitas,com
trabalhamos enquanto
100% que a
dos canais
é preciso trabalhar
gênero. com ficou
A exceção redundância,
por contaouda
seja, garantin-
presença de U.M.A.
abertos,1, equipada
o que pormelhor
é sempre um console
para aAvid
mix”,Profile, foi
completou. •
do aShawn
qualidade e a segurança da transmissão e minimi-
Everett, produtor musical de Julian Casablan- pilotada por Guido Baldacin.
zando
casqualquer tipo de
+ The Voidz, risco relacionado
primeiro a do
trabalho solo ela.vocalista
“Toma-
Markinho Maluf
do grupo The Strokes, que se apresentou no festival. “No [Palco] Ônix, mixamos praticamente todos os
artistas partindo do multitrack deles. Foi assim com
Beto Neves
“Na ocasião, apesar de estar no caminhão, Shawn praticamente todo mundo, exceto Imagine Dragons
se limitou a dar dicas e me deixou super à vontade e Nine Inch Nails, que por meio de seus técnicos nos
para trabalhar, acompanhando a mix sem maiores enviaram um L/R mixado, pronto para a TV, com
intervenções”, completou ele, que dividiu as mixa- canais centrais e subs processados para o 5.1. Esse
gens com outros profissionais, como Ricardo Gama, sinal foi enviado de nossa UM para o caminhão da
gerente de operações de áudio da TV Globo; Mauricio GloboSat em oito canais – 5.1 e o L/R – via multi-
Rezende, engenheiro da emissora, e Diego Moreno, cabo e fibra ótica”, disse Marcelo, que mixou o show
seu parceiro de estrada na Mix2Go. de Soundgarden assistido por um representante téc-
nico da banda. “Já no [Palco] Interlagos, onde se
FOTO: 06 DIEGO apresentaram artistas de menor porte, trabalhamos
CRÉDITO: Beto Neves com 100% dos canais abertos, o que é sempre me-
LEGENDA: Diego Moreno mixou alguns shows lhor para a mix”, completou.
para a TV na unidade móvel da Mix2Go
Diego Moreno mixou alguns shows para Equipe do Epah!: empresa levou duas de
a TV na unidade móvel da Mix2Go suas unidades móveis para o festival
Villa Mix
em BH
AVID E YAMAHA NA
HOUSE E NO PALCO
Em cima do palco, para uso dos técnicos de moni- usados na caixa e nos tons da bateria; Shure 81 nos
tores, havia outras duas mesas, as Yamaha PM5D overs e nos efeitos de percussão; Shure SM57 nas
RH V1, além de oito elementos ativos HDL 20A, da guitarras e em percussões como timbau e congas, e
italiana RCF, operando no modo side fill, sendo qua- Sennheiser SKM5000 nas vozes.
tro por lado; 18 monitores de chão ativos RCF, divi-
didos entre 12 unidades do modelo TT45-SMA, que Quem também levou sua “bagagem” para o evento
é composto por dois falantes de 12” e um driver de foi Renato Carneiro. Responsável pelo PA de Bru-
3,5”, e seis unidades do TT25-SMA, composto por no & Marrone, ele esteve diante de uma das duas
um falante de 15” e um driver coaxial. Digico SD8 que viajam com a equipe da dupla – a
outra foi utilizada para os monitores – e disse que
“Também trouxemos equipamentos como amplifi- “a opção pelo equipamento, de 37 faders, se dá
cadores de guitarra e baixo, nos modelos JCM900, em razão de sua flexibilidade e da sonoridade dife-
da Marshall, acompanhados da caixa 1960A; Twin renciada oferecida às mixagens ao vivo”.
Reverb 65, da Fender; SVT-4 Pro, da Ampeg, com a
caixa SVT 810, e SVT-3, com as caixas SVT 410, que O engenheiro mostrou ainda que a captação dos
foram utilizados pelos músicos dos artistas que se instrumentos e das vozes é feita com um grande
apresentaram no festival”, disse Anderson. mix de marcas. Na bateria, por exemplo, ele utiliza
um kit Sennheiser, com os 904 para os tambores,
OS TÉCNICOS E além de um Shure SM91 para o bumbo e um par
SUAS PREFERÊNCIAS de microfones Superlux Pro 228A para a caixa.
Os mesmos modelos Superlux foram empregados
Operador de PA de Jorge & Mateus, Marcelo Félix mi- na captação de percussões como congas, bongôs,
xou o show da dupla na Profile disponibilizada pela timbaus, timbales e pandeiros.
Vigor Som. Admirador da mesa, ele, no entanto,
não restringiu seu uso ao equipamento, e, durante “Para a voz de Bruno”, disse o engenheiro, “traba-
a apresentação dos artistas com os quais trabalha, lhamos com um Shure Beta 58, que, para mim, é o
lançou mão de um rack particular de periféricos, mais indicado a aplicações como a nossa, afinal de
contendo, dentre outros itens, um SPL Stereo Vita- contas, nosso palco é alto e somente um microfo-
lizer MKII, um HEDD 192 e um Manley Stereo Va- ne dinâmico seria capaz de suportar tanto volume
riable MU, e de microfones como Sennheiser E604, sem sujar a mixagem”, explicou.
Logic no
Audiovisual
(PARTE 2)
Crie um template exclusivo para cada tipo de trabalho e dê início à sua produção
musical sem perder tempo com configurações básicas
No Desafiando a Lógica do mês passado eu comecei a Audio Number = 8 e nomeá-los da forma que melhor nos
mostrar como funciona meu ambiente de produção mu- atender, como, por exemplo, 01st – REF; (caso haja al-
sical no Logic no que diz respeito ao trabalho desenvol- guma referência musical enviada pelo cliente); 02 - ME-
vido para vídeo. Vamos avançar, desta vez, com uma su- TAIS; 03 - COROS; 04 - PERCUSSÃO; 05 - CORDAS; 06
gestão pessoal de template que utilizo para criar trilhas - GUITARRA; 07 - FX; 08 - BAIXO; 09 - WOODWINDS.
sonoras tanto para o cinema quanto para publicidade e
vídeo em geral. Com isso, espero que você se estimule a À essa altura já podemos criar um Template para que, caso
criar seus próprios esquemas a partir de suas ferramen- algum imprevisto ocorra, não percamos nosso trabalho. File
tas. Aqui, vamos criar um projeto baseado em Kontakt. > Save as Template... e nomeie como “ProdMusicalVideo”.
CONFIGURAÇÕES INICIAIS Procure associar uma cor para cada grupo de instrumen-
tos. Com tempo, você irá se acostumar com isso, o que
Crie um projeto vazio em File > New > Explore > Empty
Project, começando com apenas um canal de áudio es-
téreo – é o mínimo demandado pelo Logic para criar seu
projeto inicial. Vamos salvar logo o projeto como “Pro-
duçãoMusical”, sem esquecer de marcar a opção Include
Assets na caixa de diálogo que vai surgir. Ela também
oferece a opção de reunir na mesma pasta do projeto
o vídeo importado, além de presets gerados pelo uso
de instrumentos virtuais do Logic. Vamos marcar Copy
EXS Instruments to Project Folder, bem como Copy EXS
Samples to Project Folder e Copy Movie Files to Project
Folder. Assim você garante que todo conteúdo do seu
projeto se concentrará na mesma pasta, evitando sur-
presas desagradáveis (muitas vezes utilizamos sons im-
portados de outro HD, por exemplo).
Comece com o básico: crie pistas, nomeando-
Vamos criar oito canais de áudio mono em New Tracks > as com instrumentos típicos de sua produção
Agora vamos mandar cada canal para o seu respectivo auxiliar cli-
cando na saída Stereo Out, após selecionar cada um deles. Nomeie
cada subgrupo correspondente, como AUX PERC, AUX COROS, AUX
CORDAS, ou algo parecido. Os dois auxiliaries restantes serão respon-
sáveis pelas mandadas de efeitos. Vamos inserir um REVERB no Aux
09 e um DELAY no Aux 10. Não se esqueça de nomeá-los. Selecione
todos os canais de áudio; clique no primeiro slot de mandada, embaixo
de Send; Selecione o Bus 09 e, posteriormente, o Bus 10. Agora você
pode mandar o quanto quiser – se quiser – desses canais para uma
sala de REVERB ou DELAY à sua escolha, economizando a valiosa per-
formance de seu(s) processador(es).
você tivesse que fazer isso toda vez que fosse começar
Sua pista guia de som direto ou referência pode ser visu-
um projeto. E ainda tem muita gente que não o faz, des-
alizada num dos canais da janela de arranjos Vá em File
perdiçando horas de trabalho criativo.
> Import Audio from Movie. Dessa maneira, fica mais
fácil visualizar a onda sonora. Isso facilita nosso proces-
COMEÇANDO A TRABALHAR COM VÍDEO
so criativo, pois caso algum diálogo ou som esteja nos
atrapalhando, podemos gerar automações de volume ou
- Importando
mesmo edições com maior facilidade.
- Marcadores
Dica do mês
http://www.homerecordingshow.com
– Mais um podcast de altíssimo nível.
Os bem-humorados Ryan Canestro e
Jon Tidey são um show à parte, espe-
cialmente o primeiro. A relação entre
os dois lembra um pouco O Gordo e o
Magro em certos aspectos, mas a coi-
sa fica séria quando o assunto é áu-
dio e produção musical. Muitas vezes
apresentam entrevistados especiais,
que contam sobre suas experiências
em montagem de estúdios e trata-
mento acústico. Imperdível.
SINTETIZADORES REAIS
Gravando, controlando e ouvindo
sintetizadores via Pro Tools
Sem querer fazer retrospectiva no meio do ano seguinte, com apelo low-fi digno de qualquer produção dos gênios e
digo que 2013 foi – no mínimo – tenso. Atentado na mara- ilustres vovôs Ralf Hütter e Florian Schneider (Kraftwerk),
tona de Boston, meteorito na Rússia, fogo na Boate Kiss, mas também interessante para meus filhos pequenos e
tufão nas Filipinas e denúncias do Edward Snowden. Mas, igualmente perfeito para aqueles que gostam de circuit
apesar de tanta tragédia, 2013 ficará marcado positivamen- bending. Vimos surgir o Mini Brute, da Arturia, indicado
te para mim como o ano da nova safra de sintetizadores, para leads melancólicos a la Adrian Utley (Portishead),
após longos anos de jejum tecnológico no mercado, com o Prophet, com 12 notas de polifonia do excelentíssimo
apenas alguns lançamentos interessantes, porém pontuais, Dave Smith (responsável pelo som de várias gerações de
e a grande maioria sendo de produtos chochos. músicos pop mundiais desde a década de 1970), e, para
completar o time, o mais vermelho dos synths: o Nord
Foi nesse ano que surgiu o elegante, enigmático e alta- Lead 4; feito à mão na fria Europa, mas detentor de som
mente desejável Moog Sub Phatty, um misto de Minimoog quente e rechonchudo, digno de comparação com qual-
modelo D e algo novo, indicado tanto para leads macios quer sintetizador analógico e útil para todo e qualquer
dignos do Sr. Evángelos Odysséas Papathanassíu (mais astro da síntese, de qualquer magnitude. Ufa! Quantos
conhecido como Vangelis), assim como para se fazer dis- sintetizadores magníficos juntos em um ano apenas!
torcidíssimos wopwoppings (verbo novo), característicos
do gênero musical de John Moore (também conhecido Isso mostra também que no mercado tem bastante gente
como Skrillex), e até para devaneios extrassensoriais-alie- animada em comprar sintetizador e não é raro ver gente
nígenas ao estilo de Contatos Imediatos do Terceiro Grau, produzindo música hoje utilizando MIDI entrando e saindo
de John Williams (este conhecido pelo próprio nome). do Pro Tools a la old school, em vez de ficar populan-
do pistas de instrumentos com plug-ins de instrumentos
Nesse mesmo ano surgiu o Korg KingKorg, com sons virtuais. Obviamente existem instrumentos virtuais mara-
que pareciam ter saído direto da transição de décadas vilhosos por aí, especialmente os da Arturia, Native Ins-
de 1980 para 1990 e que se encaixam perfeitamente truments, Reason e os do próprio Pro Tools, mas, quer sa-
nos estilos de Quentin Leo Cook (Fatboy Slim), Tim Ber- ber? Um sintetizador de verdade faz diferença, para mim.
gling (Avicii) e no dos colegas de estrada Guy-Manuel de Mesmo sendo digital e baseado em síntese virtual. Não sei
Homem-Christo e Thomas Bangalter (Daft Punk). Quase se é psicológico, se é o arsenal de botões no painel que o
junto veio o Korg MS-20 Mini, edição “diet” do
MS-20, mas com os mesmos filtros e sonori-
dade inconfundíveis, eternizados na história
musical eletrônica através do Vince Clarke
(Depeche mode e Erasure, para quem gos-
ta!), pelas mãos do estranho Danny Wol-
fers (Legowelt, para quem está no clima!)
e pelo soturno Richard David James
(Aphex Twin, para quem o entende!),
entre tantos outros, décadas afora.
Daniel Raizer é especialista de produtos sênior da Quanta Brasil, coordenador técnico da Quanta Educacional, músico, autor do livro Como fazer músi-
ca com o Pro Tools (lançado pela editora Música & Tecnologia e já em sua segunda edição) e autor do blog pessoal www.danielraizer.blogspot.com.br.
MIXAGEM | Fábio Henriques
OTIMIZANDO
(Parte 4)
SUA MIXAGEM
Equalizando com eficiência
Existem quatro domínios em que trabalhamos em uma trabalho técnico e artístico. Iremos aqui nos concentrar nas
mixagem: o domínio das frequências, através dos equa- frequências, e em como otimizar o trabalho neste domínio.
lizadores; o domínio dos volumes, via compressores e
faders; o panorama, com o controle de PAN, e o domínio EQUALIZAR OU NÃO
dos tempos, usando reverbs, delays e outros efeitos.
A primeira coisa que precisa ficar bem clara a alguém que
Quaisquer outros efeitos usados são uma combinação se inicia no mundo das mixagens é que a gente não é
ou especialização destes. Por exemplo, ao distorcer obrigado a equalizar um canal. Tem gente que se sente
propositalmente um áudio, estamos aplicando au- culpada se não equaliza, mas ela nem sempre é neces-
mento de volume, e por causa da mudança na forma sária. Existem duas motivações básicas para equalizar: a
de onda original, aumentando o conteúdo harmônico corretiva e a criativa. Vejamos como são estas situações.
da informação. Ao usar um chorus, estamos combi-
nando delays e pitch shifters, que, por sua vez, são Equalizar corretivamente consiste em atenuar regiões
elementos que atuam no domínio das frequências. de frequência em que um instrumento não atua e tam-
bém compensar os excessos/deficiências resultantes
Assim, através destes quatro campos de atuação, podemos do processo de gravação. No primeiro caso, temos o
criar uma série praticamente infinita de possibilidades. Isto exemplo do hi-hat, em que podemos filtrar fortemente
confere uma enorme riqueza em termos de ferramentas de as frequências abaixo de, digamos, 800 Hz. Como o ins-
MASCARAMENTO
Neste ponto, já temos condições de conhecer uma das diretrizes mais im-
portantes envolvendo equalizações: uma mixagem não é a soma do som
mais bonito de cada canal, mas a soma do som mais eficiente de cada canal.
Um iniciante é levado a solar cada canal, deixando o som o mais bonito pos-
sível, e depois ouvir solado o próximo canal, repetindo o processo, e assim
sucessivamente. O problema é que, por causa (principalmente) do masca-
Divulgação Olivier Auriol
tal “air” de que precisava. O resultado foi, de fato, tante é que não percamos de vista o objetivo original,
uma forte presença de agudos, mas nitidamente não que é oferecer ao ouvinte um espectro o mais amplo
era tão extrema quanto os 18 kHz em que o equa- possível de frequências, de acordo com os instrumentos
lizador foi situado. O que o colega esqueceu é que que compõem o arranjo (não adianta esperar um “gra-
quando se coloca a frequência de um shelving com vão” em uma música com apenas voz e violão).
12 dB em 18 kHz, estamos dando ganho provavel-
mente desde uns 8 a 10 kHz, e foi o incremento de Em uma situação ideal, o espectro todo será preenchi-
alguns dB nesta região que forneceu a sensação de do com toda as regiões de frequência equilibradas en-
ar, e não os 12 dB em 18 kHz. Só que como era um tre si. Se você observar mais para o final do trabalho
shelving, toda a informação de extremo agudo foi que sua mix como um todo precisa de algum ajuste
fortemente acentuada, resultando na introdução de do tipo tirar médias baixas, ou colocar mais agudos,
ruídos indesejados e enorme aspereza sonora. minha sugestão é que se evite colocar um equalizador
no master e corrigir. Isto até pode resolver o seu pro-
QUE EQUALIZADOR UTILIZAR? blema imediato, mas você não terá aprendido nada
com a situação e haverá uma boa possibilidade dela
Já pudemos, em outras oportunidades, discutir aqui acontecer de novo. Procure, então, investigar o que
como o processo de elaboração de uma opinião a o levou aos excessos e faltas. Pode ter sido a mera
respeito do som é fundamental, e também como es- inexperiência ou a influência do cliente/produtor, ou a
colher dentre as inúmeras ferramentas disponíveis. sua monitoração (o que é mais frequente) etc.
É claro que os diferentes modelos de equalizadores
(de hardware e software) têm suas individualidades, Qualquer que tenha sido o fato gerador, minha su-
e que o ajuste dos mesmos parâmetros com iguais gestão é que se atue individualmente nos canais que
valores em equipamentos diferentes pode resultar contribuíram para essa deficiência na equalização
em sonoridades definitivamente distintas. O que não geral. Afinal, se o problema não é extremo, o fato de
se pode esquecer, porém, é que o “juiz” do som e ainda contar com uma masterização acabará produ-
do equalizador é o nosso ouvido. Ou seja, quando zindo, no mínimo, o mesmo resultado que uma equa-
equalizamos, o que determina o ponto em que o som lização no master fader. Por segurança, você pode
está ok é nossa opinião e não uma regulagem deter- até mesmo alertar o masterizador de que desconfia
minada do equalizador. que há falta ou excesso desta ou daquela região.
EQUALIZAÇÃO NA MIXAGEM
COMO UM TODO
Como vimos, equalizar envolve correções e O importante é oferecer um espectro o mais amplo
criação, e ao longo do desenvolvimento de possível de frequências, mas sempre levando em conta os
uma mixagem podemos rever e alterar várias instrumentos que compõem o arranjo. Não adianta esperar
vezes o ajuste que fizemos de início. O impor- um supergrave em uma música de voz e violão.
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora Música & Tecnologia. É
responsável pelos produtos da gravadora Canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor musical. Visite www.
facebook.com/GuiaDeMixagem, um espaço para comentários e discussões a respeito de mixagens, áudio e música. Comente este artigo em
www.facebook.com/GuiaDeMixagem.
MEDIA COMPOSER
Criando efeitos
diretamente na ferramenta
luminária de LED; o Series 2 é uma ferramenta artística de nível profissional que permitirá as opções
de design mais excitantes." É assim que o Source Four LED Series 2 é apresentado em vídeo produzido
pela fabricante e legendado para o português graças à colaboração da sua distribuidora no Brasil, a
Telem (confira em http://tinyurl.com/sourcefour2). O equipamento chama a atenção por apresentar
cores mais vivas e com o dobro de brilho oferecido pelo Source Four LED original. E a nova luminária
vai ainda mais longe, fazendo com que algumas cores sejam até três vezes mais brilhantes.
Quanto ao design citado na abertura, o Source Four LED Series 2 é muito versátil, po-
dendo ser usado em diferentes posições e tipos de instalação, e nisso estão incluídas
longas distâncias. Junto ao Source Four LED series 2, a ETC também está colo-
cando nas prateleiras o Source Four LED CYC – adaptador que leva o source
four e o sistema de cores x7 para cicloramas.
www.etcconnect.com
www.telem.com.br
Divulgação
em Sunset, Flórida, EUA, é perfeito para aplicações dos mais diversos tipos. E um dos
pontos de destaque do item é sua lâmpada brilhante Osram Sirius 132 W HRI, que per-
mite que o feixe do R1 atravesse névoa, neblina e qualquer outro tipo de atmosfera. O
Rogue R1 Beam possui 17 gobos rotativos e uma roda de cor fixa única, com 14 cores
mais branco, que torna possível não apenas dividir as cores, mas também obter uma
velocidade de deslocamento contínua e variável de toda a roda de cores.
www.chauvetlighting.com
www.equipo.com.br
O equipamento, que é construído em alumínio fundido sob pressão para assegurar anos
de operação confiável, oferece um ângulo de feixe de 60 ou 30 graus de cobertura e tem
bandoor como opcional, para ângulo mais estreitos. São três os seus canais DMX e o
equipamento permite escurecimento eletrônico de 0-100% e escurecimento suave sem
flick, o que faz dele um item ideal para TV. Entre outras características estão estrobo de
1/10 flashes por segundo, master/slave, modo Auto/Som e operação a 90~240 V/50~60 Hz.
www.hotmachine.ind.br
66 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 67
em fo c o
Divulgação
ciou em maio a realização de um convênio de cooperação tec- 2000, a ABTU produz televi-
nológica com a Associação Brasileira da Televisão Universitária são educativa e cultural com
(ABTU). O acordo prevê a troca de informações entre as duas o objetivo de fazer com que
instituições no momento em que o país passa pela transição da o conhecimento científico
televisão analógica para a digital. gerado nas universidades
chegue ao público de forma
De acordo com Olímpio José Franco, presidente da SET, a as- rápida e eficiente em todas
sinatura do convênio é importante porque os novos formatos as tecnologias disponíveis
de produção de conteúdo de televisão exigem apoio pontu- de televisão: ondas eletro-
al dos engenheiros e da parte técnica. “Hoje, para se fazer magnéticas (VHF e UHF),
televisão, é necessário uma simbiose de expertises, tanto cabo, satélite e internet.
tecnológica quando de produção de conteúdo”, destacou. “O
desafio dos novos formatos é algo que temos de enfrentar e A parceria entre as duas
Segundo Olímpio José Franco,
essa união deverá acarretar num saldo muito positivo.” instituições já está em vigor presidente da SET, cooperação
e os primeiros resultados será proveitosa
Para Fernando Moreira, presidente da ABTU, a aproximação serão apresentados durante
dos dois setores é necessária para o desenvolvimento das no- o SET Expo 2014, que acontece em São Paulo entre 24 e 27
vas plataformas que a transição da televisão analógica para a de agosto, e também nos eventos regionais da SET.
Tendo já marcas de áudio de grande força no seu guarda-chu- “Depois de conhecer a visão comercial de Daniel Vinagre de
va, a VGL queria oferecer aos seus clientes, segundo comuni- se expandir, com todos os riscos que isso traz dentro do com-
cado divulgado, “iluminação de qualidade” (…) e “uma solução petitivo mercado da iluminação profissional, e de saber que
o engenheiro de áudio Cristian Osorio, uma referência inter-
nacional do Chile, era parte do projeto, decidimos que era o
Divulgação
insular
Felipe Garchet
Luz “de cinema” no DVD solo de Humberto Gessinger
Eterno líder do grupo Engenheiros do Hawaii, o can- redo, empresário do Humberto, fiz um rider adap-
tor e compositor gaúcho Humberto Gessinger está tando o trabalho de Chicão, iluminador que está na
prestes a lançar seu primeiro DVD solo, o sétimo de estrada [com o artista] desde o lançamento de Insu-
uma carreira que está prestes a comemorar 30 anos. lar [disco solo do músico que deu origem à turnê]”.
Produzido pela Drive Filmes, o trabalho foi gravado
em duas etapas. A primeira delas na Casa Valduga, LUZ DE CINEMA NO
uma vinícola localizada no Vale dos Vinhedos, na ci- MEIO DA SERRA GAÚCHA
dade de Bento Gonçalves, serra gaúcha, e a segunda
no Citibank Hall, em Belo Horizonte, Minas Gerais. A sessão de gravação realizada na Casa Valduga
teve, além do próprio Humberto, convidados como
O desenho de luz do projeto ficou a cargo de os músicos gaúchos Bebeto Alves, Luiz Carlos Bor-
Binho Schaefer, iluminador com passagens pe- ges e Duca Leindecker, líder do Cidadão Quem? e
las equipes de Djavan e do próprio Engenheiros, seu parceiro no projeto Pouca Vogal, além do ex-
dentre outros, e que atualmente está na estrada -companheiro de Engenheiros, o baterista Glaucio
com a cantora e compositora Ana Carolina. Em Ayala. Na ocasião, foram registradas, quatro músi-
entrevista à Luz & Cena ele contou detalhes da cas: O Voo do Besouro, Milonga Orientao, Deserto
criação das cenas do show e falou sobre as adap- Freezer e A Ponte Para o Dia.
tações que teve de fazer em função da captação
de imagens do DVD. Para iluminar o local, Binho utilizou equipamen-
tos como refletores PAR, mini bruttes e Fresneis
“Trabalhamos juntos nas turnês Acústico MTV e No- de 1.000 e 2.000 watts. Com eles, o lighting de-
vos Horizontes, e, agora, a convite de Márcio Figuei- signer desenhou a luz do set como se estivesse
Felipe Garchet
Dois momentos distintos da sessão de gravação na Casa Valduga:
locação foi iluminada por refletores PAR, fresneis e bruttes
iluminando uma cena de cinema. Em outras pala- contraluz, por exemplo, o lighting designer traba-
vras, usando luzes para “fotografar” o ambiente, lhou com 12 aparelhos XR 700, da PR Lighting, dis-
ou melhor, a locação. “Fiz, literalmente, o papel tribuídos em três varas. Para a frente, iluminando a
de um diretor de fotografia, pois trabalhei com banda, ele usou 24 PAR 64 e 20 elipsoidais.
luzes estáticas – até mesmo os bruttes – usadas
exclusivamente para o ambiente e os artistas, ex- Para o cenário, feito com um material translúcido,
plorando sombras e valorizando o cenário, natu- disponibilizou 12 Robe MMX, sendo seis deles ao
ralmente interessante”, explicou. chão; cinco Robe Wash 575 e 36 PAR LED, e, para
a plateia, lançou mão de 60 PAR 64, oito Martin
MIX DE MARCAS NO RIDER DO SHOW Mac 600 e 10 mini bruttes, sendo seis de fren-
te para ela e quatro a seu fundo. “Esses bruttes
No projeto criado por Binho para a gravação do DVD
que pegaram o público de costas serviram para
foram usados equipamentos como moving lights,
criar uma sombra diferente, que será mostrada
refletores PAR e elipsoidais, dentre outros. Para o
no DVD pela câmera da grua”, disse
Binho, que operou tudo em um con-
Felipe Garchet
VELHAS CANÇÕES,
NOVAS LUZES
Mas não foi somente a intensidade de luz que fez Binho também procurou criar novas cenas para
com que Binho trabalhasse pensando no vídeo. as músicas do CD Insular, que marcam o debut
Segundo o próprio iluminador, também foi preciso da carreira solo de Humberto. As luzes dessas
corrigir a temperatura de cor de alguns refleto- canções, desenhadas inicialmente por Chicão,
res, como, por exemplo, as PAR e os elipsoidais, iluminador que acompanha o artista nesta turnê,
que receberam gelatinas CTB 3402, responsáveis eram, segundo o lighting designer, mais calcadas
por “aproximar” o tom dessas luzes do tom das em efeitos como os de estrobo, dentre outros.
luzes dos moving lights. Para o DVD, elas ganharam novo tratamento.
Samba
REPAGINADO
Projeto de luz de nova turnê do sambista Thiaguinho foge do comum ao gênero musical
Cantor, compositor e uma das grandes estrelas época iluminador dele, e, hoje, lighting designer
da música brasileira, Thiaguinho está de volta à de Belo [cantor e compositor]. Na sequência, ini-
cena com dois projetos distintos: o programa Mú- ciamos a produção de um novo rider, utilizando os
sica Boa ao Vivo, exibido semanalmente pelo canal equipamentos que pertenciam à equipe do artista e
Multishow, e a turnê de seu último disco, Outro adicionando algumas coisas, como, por exemplo, os
Dia, Outra História. módulos de Jarag LED”, disse ele.
O projeto do novo show, homônimo, foi desenvolvi- A princípio, o projeto desta turnê, que seria registra-
do por Menga Cruz, operador de artistas como Ale- da em DVD em dezembro passado, teria a assinatu-
jandro Sanz e Maná e também sócio da Image4U, ra de Guillermo Herrero, lighting designer e também
empresa especializada em geração de conteúdo sócio de Image4U. No entanto, como a gravação foi
para espetáculos ao vivo. Indicado pelo amigo Adwie adiada para dezembro de 2014, Menga, que já esta-
Thiago, iluminador do cantor Péricles, Menga contou va habituado ao show, acabou assinando o trabalho.
com o aval de Pirituba, produtor de Thiaguinho, e
João Marcos, diretor musical do cantor, para inovar “Chegamos à conclusão de que era hora de fazer-
por completo no conceito visual da turnê. mos algo totalmente diferente do que vinha sen-
do feito, a começar pelo uso dos painéis de LED,
“Há alguns meses operei a luz de cinco shows de que assim como as lâmpadas PAR, foram abolidos
Thiaguinho, substituindo o amigo Nenê Gomes, na do show”, explicou.
CONTRALUZ É
ADOTADO
COMO CONCEITO
Operador de artistas como Maná e Menga também disse que, na época em que criou
Alejandro Sanz e sócio da Image4U, as cenas do novo espetáculo, Ricardo Reis – ex-ilu-
Menga Cruz é o lighting designer da minador do grupo Inimigos da HP e atual iluminador
nova turnê de Thiaguinho de Thiaguinho – foi uma espécie de braço direito,
Além dos elogios aos dois modelos, Menga também fez ques-
JARAG “DE
CARA NOVA”
Os fabricantes estrangeiros enviavam seus téc- Era a época do presidente Collor de Mello, que
nicos para ensinar o manuseio dos equipamen- havia liberado a importação de produtos ele-
tos que vendiam. Era uma novidade trabalhar trônicos. Em pouco tempo a GCB percebeu que
numa mesa eletrônica com canais que agrupa- era mais barato comprar um produto impor-
vam as luzes. Era muito sofisticado para a épo- tado do que fabricar, sendo que ainda havia
ca, tendo em vista que até então se dependia despesas como a referente ao pagamento dos
de reostato de carvão ou «barrica de água e honorários do engenheiro eletrônico contra-
sal» para dimmerizar a luz. A precariedade tec- tado, cuja experiência vinha de seu trabalho
nológica fez circular no boca-a-boca os termos com a fabricação de máquinas caça-níqueis e
«ribalta» e «gambiarra» em alusão à realidade outras usadas em cassinos.
de como se fazia luz no Brasil.
O NOME “ILUMINADOR”
A chegada da tecnologia estrangeira estimulou
a criação de uma empresa paulistana, em 1970, Em 1964, a palavra “iluminador não existia. Ha-
chamada GCB, da qual Jeronymo Cruz se tornou via o “eletricista”, que era, ao mesmo tempo, o
sócio juntamente com outros pioneiros da ilu- “operador” de luz. Quem criava a luz era o pró-
minação cênica na cidade: Gian Carlo Bortolotti prio diretor do espetáculo. O operador trabalhava
(GCB), Giba, Nezito Reis e Zé Luís. Diante das baseado naquilo que o diretor queria, em termos
circunstâncias tecnológicas da época e do dese- de posicionamento dos refletores, bem como no
jo de se adquirir conhecimento técnico, a firma que dizia respeito às cores. Com os ensaios, o
GCB passou a ser referência em montagem e operador de luz adquiria o ritmo do espetáculo.
desmontagem de equipamentos, e logo passou
a fabricar mesas de luz mais adaptadas à expe- Cruz afirma que o primeiro operador de luz au-
riência do brasileiro, com menos recursos para todenominado “iluminador” foi o carioca Jorgi-
APRENDIZAGEM E PRAZER
Cruz percebe que os pioneiros da operação de
luz aprenderam muito com os ensinamentos do
polonês-brasileiro Ziembinski, do italiano Giani
Rato e do brasileiro Flávio Rangel – todos dire-
Ziembinski, em retrato autografado:
tores de teatro. O sentido que o diretor queria
um dos fundadores do moderno teatro
dar com aquela luz foi aos poucos capturado
brasileiro, segundo Cruz, ensinou muito
durante a prática do profissional que operava a
aos pioneiros nacionais da operação de luz
luz. Nos dias de hoje, quando alguém o procu-
ra para começar nessa profissão de iluminador,
nho de Carvalho. Ele tinha muita coisa a favor ele gosta de ir aos ensaios para acompanhar
dele: gente muito boa, talentoso e muito bem a operação de luz e depois perguntar: “o que
relacionado com o pessoal do Teatro Clara Ma- você enxergou?”
chado na década de 1960. Cruz e Jorginho de
Carvalho se conheceram no aeroporto do Rio Cruz acredita que o profissional da iluminação
de Janeiro quando viajaram juntos em 1967, cênica tem em suas mãos uma capacidade de
na primeira vez em que Jorginho saiu do Rio gerar ambiências com luz a partir daquilo que
de Janeiro para operar a luz. Iam para São foi pensado pelo diretor e pelo cenógrafo. Con-
Luís, no Maranhão, trabalhar em um espetácu- tudo, o maior prazer de Cruz é operar a luz. É
lo cujos atores eram Tônia Carrero, Cecil Thiré sentir o tempo do espetáculo, acompanhar o
e Jardel Filho. texto, participar do espetáculo. Vivê-lo.
Farlley Derze é professor do Instituto de Pós-Graduação, diretor de Gestão e Pesquisa da empresa Jamile
Tormann Iluminação Cênica e Arquitetural e membro do Núcleo de Estética e Semiótica da UnB. Doutorando
em Arquitetura. E-mail: diretoria@jamiletormann.com
COMPOSIÇÕES NO
MEDIA COMPOSER
Keying, PIP e muito mais
KEYING
O Chroma Key (fig. 1) talvez seja Fig. 2 – Ordem das pistas
um dos processos mais populares, em que uma pes-
soa ou objeto é filmado diante de fundo verde ou
azul para depois ser substituído por qualquer outra No caso do chroma, você está em busca de recortar/
imagem, mas existem muitos outros mecanismos chavear a imagem baseado em cor, e a ferramenta
para construir composições diretamente dentro do recomendada neste caso é o Spectramatte, locali-
Media Composer. zado na categoria Key. Repare que
existe também o RGB Keyer, que
se trata de um efeito antecessor ao
Spectramatte e muito inferior. Ele
está lá apenas para fins de compati-
bilidade com versões anteriores, en-
tão não se preocupe com ele.
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro
Tools e treinamentos em mixagem na ProClass-RJ.
Figura 3
Observe que todos esses itens a seguir (figura 8), como Ex-
tended, Audio, EXIF, IPTC e Settings, referem-se a visualização
ou ao acréscimo de informações de MetaData. Ainda existe a
possibilidade de acrescentar um setup personalizado de Meta-
Data em Add Custon MetaData Field, e, em seguida, salvar os
dados em Save MetaData Views As...
Figura 6
Figura 9
Figura 8 Figura 10
Repare que o MetaData do Final não é tão completo desligado após a etapa de edição em um software, por
quanto o do MetaData do software proprietário. Isso exemplo, de cor, como o DaVinci Resolve.
vale para a maioria dos fabricantes.
Veja na figura 10 um exemplo de Camera Raw
Agora um exemplo de arquivo de RED com R3D nativo
de arquivos nativos RED com R3D. Importante:
e sua janela de MetaData com recursos de modificação
se você não baixar o drive no site da RED, não
de Camera Raw através de drive instalado. Note que
conseguirá abrir arquivos de RED no FCPX...
se você tiver a intensão de trabalhar com arquivos de
RED, é importante entrar no site da fabricante (red.
com) e abaixar drivers para FCPX. Você contará com Observe o botão Modify RED RAW Settings. Ao clicar
a facilidade de modificar o Camera Raw diretamente nele você poderá modificar várias opções do Câme-
na janela Info. Isso passa a ser um recurso extrema- ra Raw da RED (veja nas figuras 11 a, b e c). A
mente valioso para a primeira montagem, já que esse qualquer momento você poderá retornar ao formato
recurso é considerado um Display. Ou seja, ele pode ser original ou manter o formato modificado.
Figura 11a
Envie suas sugestões e dúvidas para ricardo@studiomotion.com.br. Seu e-mail poderá ser publicado na
revista.
94 | áudio música e tecnologia Até o mês que vem, com mais um caderno Luz & Cena!
INDÍCE DE ANUNCIANTES
Mix Gourmet
O que faz com que uma mixagem seja boa? Responder essa pergunta pode ser tão difícil quanto
responder o que faz uma comida ser gostosa. Já ouvimos diversas expressões pra isso... “parece
comida da mamãe” ou “comida bem caseira” ou “comida bem leve e natural”... ou ainda “os pratos
lá são bem sofisticados, gourmet”. Mas pensem bem: nenhuma das frases acima, de fato, descreve
com exatidão o gosto do prato. É bem mais fácil explicar algo ruim: “tá sem sal”, “tá passado”, ou
“amargo”, “azedo”, “apimentado demais”. Ou seja, quando é ruim, vamos direto no motivo. Quando
é bom, a única coisa que sabemos descrever é a sensação que tivemos.
Em mixes, a situação é mais ou menos a mesma. Até porque, se pensarmos bem, em ambos os
casos estamos tratando de misturas que geram um resultado final que tem como objetivo causar
uma sensação em quem o degusta, escuta, ou vivencia.
E então, o que faz de um prato um bom prato? E o que faz de uma mix uma boa mix? Se continu-
armos a analogia, vamos perceber que em ambos os casos temos ingredientes completamente dis-
tintos e que “dão certo” quando se complementam de alguma forma. Ainda que um exista apenas
para gerar um contraste no outro. Aliás, isso que acabei de falar não é “apenas”, pois contrastes são
aspectos dos mais importantes em uma mix, seja ela musical ou gastronômica!
Que tal botar umas gostas de Tabasco puras na boca? Ou uns grãos de feijão sem absolutamente nenhum
tempero? Vamos num exemplo melhor... Já perceberam que um pedaço de laranja tem um gosto, mas
quando aquela mesma laranja está na feijoada ela tem um sabor totalmente diferente? E se compararmos
uma mordida em uma banana com um pedaço de banana no meio da farofa, ou ainda esta mesma
banana embaixo de três bolas de sorvete... Deu fome? Bem-vindos ao mundo das mixagens.
Nos meus treinamentos, bato sempre numa mesma tecla: o som de um instrumento solado é um. O
som deste mesmo instrumento dentro de uma base (ou de uma mix) é completamente outro. Ou me-
lhor: eles têm exatamente o mesmo som, mas nossos ouvidos os percebem diferentes, dependendo
do que comemos antes, e do gosto que ficou na boca. Ou melhor, dependendo do que acabamos de
ouvir, segundos antes, e da memória sônica que ficou em nossos ouvidos e em nossa mente.
É muito comum ouvirmos falar do som da caixa de uma mix, do som do baixo de outra, do som do
reverb de outra. Mas estes sons todos não causam estas sensações em nossos cérebros sozinhos.
Eles todos estão num contexto, e soam como soam devido ao que ouvimos junto com eles. Quem
nunca experimentou importar todos os plug-ins da voz de uma música em outra mix, para então
descobrir que aquela ótima sonoridade curiosamente não soa bem nesta mix? Pois é...
Mostrei aqui que nossos ouvidos se equalizam com o que eles vêm ouvindo e com o que toca junto
com eles. Não só em equalização, mas em volume também. Assim como nosso paladar muda seus
sensores de acordo com o que comemos (já deu um gole de Coca-Cola com um Halls na boca?).
Trabalhe os contrastes de suas mixes como os grandes chefs. Bom apetite!
Enrico De Paoli é chef gourmet de mixes e masters em engenharia de música. Conheça suas produções, mixes, masters
e treinamentos em www.EnricoDePaoli.com.