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Os estados de Cristo podem ser considerados como a sua relação com a lei de
Deus e a condição de sua pessoa resultante deste fato. Os teólogos reformados
consideram os estados de Cristo relativos à sua pessoa
– O Verbo de Deus – e não à sua natureza humana ou divina, sendo esta
também, a ideia aqui colocada.
A EXALTAÇÃO DE CRISTO
Filipenses 2,9-11: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o
nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.
– Ressurreição:
A ressurreição está em conexão direta com a segunda volta de Cristo, por ela
Deus fez ver a todos que Cristo é o Filho de Deus, e pela ressurreição foi
exaltado acima de toda a potestade e todo poder foi dado a ele, que desta
forma foi acreditado e destinado eternamente a vencer o poder da morte,
levantando da mesma forma, pela ressurreição dos mortos, todos os homens e
mulheres para o julgamento final.
1 Coríntios 15,55: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu
aguilhão?”
Pela sua morte Cristo venceu o poder do pecado, conseguindo o perdão de seu
povo que lhe foi dado por Deus e pela ressurreição conseguiu a justificação
deste mesmo povo diante de Deus, completando assim o seu trabalho.
Calvino: “De que natureza seja isto, melhor se exprime nas palavras de Paulo, pois
diz que ele morreu por causa de nossos pecados e ressuscitou por causa de nossa
justificação [Rm 4.25], como se estivesse a dizer que o pecado foi removido por
sua morte, a justiça restaurada e restabelecida por sua ressurreição. Ora, como,
em morrendo, nos podia ele livrar da morte, se ele próprio à morte fosse
sucumbido? Como nos haveria adquirido a vitória, se houvesse fracassado na
luta? Pelo que, assim dividimos a matéria de nossa salvação entre a morte e a
ressurreição de Cristo, que, mediante aquela (morte), o pecado foi aniquilado e
extinta a morte; através desta
(ressurreição) a justiça foi restaurada e a vida, restabelecida; por isso aquela
(morte) exibe sua força e eficácia para conosco em virtude desta (ressurreição)”.
Romanos 4,25: “O qual foi entregue por causa das nossas transgressões e
ressuscitou por causa da nossa justificação”.
Mais uma vez, seguindo Calvino, é preciso dizer que todas as vezes que se faz
menção de sua morte, compreende-se, ao mesmo tempo, o que é próprio da
ressurreição, da mesma forma, quando se faz menção de sua ressurreição
compreende-se ao mesmo tempo, o que é próprio de sua morte.
– Ascensão:
É preciso lembrar aqui, que a pessoa de Jesus é o Verbo de Deus, desta forma
todo o seu trabalho é válido em todos os tempos, os portões celestiais estão
abertos em Cristo eternamente, todos os eleitos de Deus em todos os tempos
do mundo receberam a salvação em Cristo.
1 Coríntios 15,19: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida,
somos os mais infelizes de todos os homens”.
Agostinho: “Por sua morte Cristo haveria de ir para a destra de Deus, donde
haveria de vir para julgar vivos e mortos em presença corpórea segundo a sã
doutrina e a regra de fé, pois, em presença espiritual, com eles haveria de vir após
sua ascensão.”
Mateus 28,20: “Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E
eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.
O juízo final:
Pela sua exaltação, Cristo adquiriu o poder do julgamento definitivo, sua volta
em glória no dia do juízo é a realização suprema da exaltação.
Já vimos acima, que, pela ressurreição Cristo foi exaltado acima de toda a
potestade, todo poder e todo domínio, para que desta forma, tenha em si o
poder e o nome que está sobre todo o nome, pois o julgamento requer
autoridade, e a autoridade de Cristo vem de sua exaltação, que é acima de
todas as coisas.
Mateus 16,27: “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os
seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras”.
Pela exaltação de Cristo, pode-se dizer que o cristianismo não é uma religião
baseada em um homem piedoso que morreu para salvar a humanidade, não é
uma religião baseada em um grande mestre que serve de exemplo para a
salvação dos homens, não é uma religião de um homem altamente
espiritualizado através de muitas reencarnações, mas sim, uma religião baseada
em um Deus Todo-Poderoso e Redentor, um Deus vivo e eternamente presente
ao lado de seus filhos.