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Cristiano Alves de Carvalho

Planejamento
e Avaliação de
Impactos Ambientais
APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Planejamento e Ava-
liação de Impactos Ambientais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao
aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila
é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

Unisa Digital
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... 5
1 IMPACTO AMBIENTAL ........................................................................................................................ 7
1.1 Aspecto Ambiental .........................................................................................................................................................7
1.2 Aspectos Legais ................................................................................................................................................................8
1.3 AIA .........................................................................................................................................................................................9
1.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................11
1.5 Atividades Propostas...................................................................................................................................................12

2 O PROCESSO DE AIA ......................................................................................................................... 13


2.1 Critérios e Métodos para Identificação e Avaliação de Impactos – Como Analisar os Impactos
Ambientais .....................................................................................................................................................................15
2.2 Classificação e Avaliação de Impactos .................................................................................................................16
2.3 Métodos de AIA .............................................................................................................................................................19
2.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................22
2.5 Atividades Propostas...................................................................................................................................................24

3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL – AIA/LICENCIAMENTO ..................................................... 25


3.1 Conteúdo do EIA ...........................................................................................................................................................29
3.2 Conteúdo do RIMA.......................................................................................................................................................31
3.3 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).....................................................................................37
3.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................38
3.5 Atividades Propostas...................................................................................................................................................38

4 O LICENCIAMENTO AMBIENTAL NO ESTADO DE SÃO PAULO – ESTUDO


DE CASO ....................................................................................................................................................39
4.1 EAS .....................................................................................................................................................................................39
4.2 RAP .....................................................................................................................................................................................43
4.3 EIA e RIMA........................................................................................................................................................................44
4.4 Sistema de Licenciamento Ambiental Simplificado (SILIS) ..........................................................................45
4.5 Estudo de Caso ..............................................................................................................................................................47
4.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................49
4.7 Atividades Propostas...................................................................................................................................................49

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 51


REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 55
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a)!

Vamos iniciar o estudo do Planejamento e Avaliação de Impactos Ambientais, que é uma das dis-
ciplinas do curso de Engenharia Ambiental, na modalidade a distância. O estudo desta disciplina vai nos
levar a conhecer os aspectos que envolvem a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), verificando seus
aspectos desde a implementação até o seu estudo em nível internacional e nacional.
Vamos estudar os objetivos da AIA, seus principais termos e seus conceitos mais relevantes para a
elaboração de estudos ambientais que irão fornecer elementos para subsidiar a tomada de decisão no
âmbito da AIA, bem como estabelecer critérios e métodos para fazer a avaliação, identificação e interpre-
tação dos impactos ambientais. Ainda, iremos apresentar os conteúdos básicos exigidos pela legislação
para a elaboração desses estudos ambientais e, com isso, entenderemos como devem ser realizados os
Estudos de Impacto Ambiental (EIAs). Alguns exemplos de EIA serão apresentados, a fim de facilitar sua
compreensão.

Cristiano Alves de Carvalho

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1 IMPACTO AMBIENTAL

Caro(a) aluno(a), x As atividades sociais e econômicas;


x A biota;
x As condições estéticas e sanitárias am-
Vamos iniciar o estudo dos impactos am- bientais;
bientais. De acordo com o art. 1º da Resolução x A qualidade dos recursos ambientais.
CONAMA nº 001/1986, impacto ambiental é
Com isso, concluímos que essa definição
qualquer alteração das propriedades fí- está atrelada a qualquer alteração significativa
sicas, químicas, biológicas do meio am- causada por um empreendimento, podendo ser
biente, causada por qualquer forma de
negativa ou positiva.
matéria ou energia resultante das ativida-
des humanas que afetem diretamente ou A seguir, iremos apresentar uma classifica-
indiretamente: ção dos impactos ambientais.
x A saúde, a segurança, e o bem estar da
população;

Quadro 1 – Classificação dos impactos ambientais.


x Diretos e indiretos. x Imediatos e a médio e longo prazo.
x Temporários e permanentes. x Reversíveis e irreversíveis.
x Benéficos e adversos. x Locais, regionais e estratégicos.
Fonte: São Paulo.

1.1 Aspecto Ambiental

A Revolução Industrial trouxe para a socie- citar alguns exemplos de aspectos ambientais
dade uma nova maneira de viver em sociedade. que não são os objetivos primeiros das atividades
Os anos se passaram e as formas de trabalho, bem humanas e, sim, consequências do desenvolvi-
como as demandas por bens e serviços, evoluí- mento de diversas atividades, como a geração de
ram no sentido da busca contínua de minimizar efluentes, de resíduos ou de ruídos e a emissão de
cada vez mais o impacto gerado nas atividades de poluentes atmosféricos.
produção. Note que temos que ter o cuidado para não
A definição de aspecto ambiental está asso- confundir aspectos ambientais com impactos
ciada aos elementos produzidos nas atividades, ambientais. Por exemplo, podemos achar que a
produtos ou serviços de uma organização que geração de esgoto e ruídos e a emissão de gases
podem interagir com o meio ambiente. Podemos na atmosfera são impactos quando, na verdade,

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não são. Na verdade, são exemplos de aspectos


ambientais que podem desencadear os impactos
caso não seja tomada nenhuma atitude, tanto
para evitar ou reduzir a geração/emissão quanto
para minimizar os impactos prováveis.

Figura 1 – Impactos ambientais.

Fonte: Sanchéz (2008, p. 33).

Podemos ter também os aspectos associa- como mos espaço naturais. Tanto o patrimônio
dos à utilização dos recursos naturais, como, por natural como o cultural podem ser degradados,
exemplo, o consumo de água (recurso renovável), descaracterizados e até destruídos”. No Brasil, a
que, com o tempo, terá sua disponibilidade re- Política Nacional do Meio Ambiente define degra-
duzida para outros usos ou dificultado/limitado dação ambiental como “[...] alteração adversa das
o atendimento de todas as funções de uso desse características do meio ambiente” (BRASIL, 1981,
recurso. art. 3º, inciso II). Concluímos então que, ao ocor-
Para Sanchéz (2008, p. 27), a degradação rer uma alteração nas características do meio, que
ambiental “[...] refere-se a qualquer estado de al- após não retorna ao seu estado original, temos
teração de um ambiente e a qualquer tipo de am- a geração do impacto e é nesse momento que
biente. O ambiente construído degradasse, assim constatamos que o ecossistema foi prejudicado.

1.2 Aspectos Legais

No território nacional existe a União, esta-


dos/Distrito Federal e municípios como partes do Atenção
governo. A abordagem das questões ambientais Os profissionais que trabalham na área am-
é tratada em diferentes níveis de acordo com a es- biental têm de estar atentos e conhecer as
fera em questão. Vamos abordar cada uma delas exigências, normas e procedimentos legais
federais, estaduais e/ou municipais para a
a seguir.
instalação e funcionamento de um deter-
A União estabelece as diretrizes gerais, bem minado empreendimento (BARROS; MONTI-
como as responsabilidades próprias, dos estados CELLI, 1998).
e municípios. As duas outras esferas estabelecem
as normas complementares, podendo ser mais
restritivas (nunca o contrário).

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A seguir, temos um quadro mostrando o


funcionamento do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA). Veja:

Quadro 2 – Estrutura do SISNAMA.


ORGÃOS FINALIDADE
ÓRGÃO SUPERIOR A sua função é auxiliar o Presidente da República na formulação da
Conselho do Governo Política Nacional do Meio Ambiente.
A finalidade do CONAMA é estudar e propor diretrizes e políticas
ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO
governamentais para o meio ambiente e deliberar, no âmbito de
-CONAMA - Conselho Nacional do Meio
sua competência, sobre normas, padrões e critérios de controle
Ambiente
ambiental. O CONAMA assim procede através de suas resoluções.
ÓRGÃO CENTRAL Encarregado de planejar, coordenar e supervisionar as ações
Ministério do Meio Ambiente, dos relativas à Política Nacional do Meio Ambiente. Como órgão federal
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal implementa os acordos internacionais na área ambiental.

ÓRGÃO EXECUTOR
Entidade autárquica, dotada de personalidade jurídica de direito
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio
público e autonomia administrativa, é a encarregada da execução
Ambiente e dos Recursos Naturais
da Política Nacional para o Meio Ambiente e sua fiscalização.
Renováveis

São entidades estaduais responsáveis pela execução de programas


e projetos de controle e fiscalização das atividades potencialmente
ÓRGÃOS SECCIONAIS poluidoras (Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e entidades
supervisionadas como a Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental – CETESB, no estado de São Paulo, e a Fundação Estadual
de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA, do Rio de Janeiro).

São órgãos ou entidades municipais voltadas para o meio ambiente,


ÓRGÃOS LOCAIS responsáveis por avaliar e estabelecer normas, critérios e padrões
Entidades ou Órgãos Municipais relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente
com vistas ao uso racional de seus recursos, supletivamente ao
Estado e à União.
Fonte: IPT/CEMPRE (1995).

1.3 AIA

Caro(a) aluno(a), você sabe o que é a AIA? I - o estabelecimento de padrões de qua-


É uma ferramenta política de planejamento am- lidade ambiental;
biental que tem como principal objetivo prevenir II - o zoneamento ambiental; (Regula-
danos ambientais, sendo, assim, utilizada mun- mento)
dialmente. No território nacional, está prevista na III - a avaliação de impactos ambientais;
Política Nacional do Meio Ambiente, conforme é IV - o licenciamento e a revisão de ativi-
apresentado a seguir: dades efetiva ou potencialmente polui-
doras;

Art. 9º - São Instrumentos da Política Na- V - os incentivos à produção e instalação


cional do Meio Ambiente: de equipamentos e a criação ou absorção

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de tecnologia, voltados para a melhoria ambientais de projetos ou ações que porventura


da qualidade ambiental; possam ameaçar ou afetar a saúde e o bem-estar
VI - a criação de espaços territoriais espe- do homem, ou seja, os ecossistemas em que o ho-
cialmente protegidos pelo Poder mem vive, sendo necessário manter a sua quali-
Público federal, estadual e municipal, tais dade ambiental.
como áreas de proteção ambiental, de
relevante interesse ecológico e reservas
extrativistas; (Redação dada pela Lei nº Saiba mais
7.804, de 18.07.89)
VII - o sistema nacional de informações “A construção, instalação, ampliação e funcio-
sobre o meio ambiente; namento de estabelecimentos e atividades uti-
lizadoras de recursos ambientais, considerados
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Ativi-
efetiva ou potencialmente poluidores, bem
dades e Instrumento de Defesa como os capazes, sob qualquer forma, de causar
Ambiental; degradação ambiental, dependerão de prévio li-
cenciamento de órgão estadual competente, in-
IX - as penalidades disciplinares ou com- tegrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente
pensatórias não cumprimento das medi- – Sisnama, e do Instituto Brasileiro do Meio Am-
das necessárias à preservação ou corre- biente e Recursos Naturais Renováveis – Ibama,
ção da degradação ambiental. em caráter supletivo, sem prejuízo de outras li-
X - a instituição do Relatório de Qualida- cenças exigíveis” (BRASIL, 1981, art. 10º).
de do Meio Ambiente, a ser divulgado
anualmente pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e Recursos Naturais
Segundo Sanchéz (2008), a utilização des-
Renováveis - IBAMA; Inciso incluído pela
Lei nº 7.804, de 18.07.89. ses estudos, além de garantir a proteção do meio
ambiente em que o homem vive, pode atender a
XI - a garantia da prestação de informa-
ções relativas ao Meio Ambiente, obri- outros objetivos, tais como:
gando-se o Poder Público a produzi-las,
quando inexistentes; Inciso incluído pela ƒ subsidiar decisões dentro do processo
Lei nº 7.804, de 18.07.89.
de licenciamento de atividades, no âm-
XII - o Cadastro Técnico Federal de ativi-
dades potencialmente poluidoras e/ ou
bito de órgãos de governo, organismos
utilizadoras dos recursos ambientais. Inci- de financiamento e empresas;
so incluído pela Lei nº 7.804, de 18.07.89. ƒ auxiliar na concepção de projetos, in-
(BRASIL, 1981). fluindo na escolha do local para a insta-
lação do empreendimento e do proces-
Um dos objetivos da AIA é garantir o exame so tecnológico a ser adotado;
sistêmico dos impactos ambientais de uma ação ƒ servir como instrumento de gestão am-
proposta, bem como buscar alternativas cujos re- biental para garantir a implantação das
sultados, por meio de uma linguagem simples e medidas de proteção ao meio ambien-
acessível, devem ser repassados aos responsáveis te estabelecidas e avaliar o acerto das
pelas tomadas de decisão e, principalmente, ao previsões, tanto dos impactos ambien-
público em geral. Todos esses procedimentos vi- tais quanto da eficiência das medidas
sam a garantir a adoção de medidas de proteção mitigadoras propostas;
ao meio ambiente. Para realizar a implantação ƒ ser um instrumento de negociação so-
de um projeto, faz-se necessária a elaboração de cial em consequência dos mecanismos
estudos ambientais, a fim de subsidiar o proces- de participação pública que os inte-
so de tomada de decisão. A principal finalidade gram, permitindo a participação do pú-
da realização desses estudos é a identificação, a blico em diferentes níveis.
interpretação e a prevenção de todos os efeitos

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Com essas informações, percebemos que ƒ analisar os impactos ambientais de-


o intuito da AIA é a descrição de todos os danos correntes do processo de produção, da
ambientais originados pela atividade humana utilização e do descarte de um determi-
que porventura possam vir a alterar o ambiente nado produto, sendo também denomi-
de maneira negativa. A AIA também realiza um nada análise de ciclo de vida.
estudo chamado avaliação de dano ambiental ou,
ainda, avaliação de passivo ambiental, que signi-
São muitos os objetivos a ser alcançados
fica o estudo de impactos ambientais de projetos
pela AIA e, por isso, muitas são as ferramentas e
ou atividades implantados no passado.
metodologias utilizadas pelos agentes privados e
Para Sanchéz (2004), uma AIA pode ter públicos para sua execução. O que deve ficar claro
como objetivos: é que a AIA deve antever as consequências sobre
a qualidade ambiental de decisões tomadas hoje.
ƒ prever os impactos potenciais que um
projeto de engenharia poderá ocasio-
nar após sua implantação; Atenção
ƒ estudar as alterações ambientais ocor-
“A Avaliação de Impacto Ambiental envolve
ridas em um local ou região, em decor- atividades para as quais são definidas muitas
rência de uma atividade individual ou siglas. Para evitar confusões acerca da com-
de uma série de atividades humanas, preensão dos conceitos em inglês e em por-
tuguês apresentam-se aqui alguns termos
passadas ou presentes;
muito utilizados:
ƒ identificar ou interpretar os “efeitos e • Em inglês: EIA – Environmental Impact
impactos ambientais” decorrentes das Assesment = em português: AIA – Ava-
atividades de uma organização, nos ter- liação de Impacto Ambiental;
• Em inglês: EIS – Environmental Impact
mos das normas técnicas da série ISO
Statement = em português: EIA – Estudo
14000; de Impacto Ambiental” (SANCHÉZ, 2004,
p. 8).

1.4 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Aqui, apresentaremos as principais informações contidas neste capítulo, mas não se esqueça de
que todas as informações são importantes! Bons estudos!
Neste capítulo, foi possível compreender alguns conceitos e termos importantes relacionados à
AIA, à evolução da preocupação com os impactos ambientais e à geração de impactos. Vimos que, de
acordo com o art. 1º da Resolução CONAMA nº 001/1986, impacto ambiental é

qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem diretamente
ou indiretamente:
x A saúde, a segurança, e o bem estar da população;
x As atividades sociais e econômicas;
x A biota;

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x As condições estéticas e sanitárias ambientais;


x A qualidade dos recursos ambientais.

Foi possível perceber a diferença entre os conceitos de impacto ambiental e aspecto ambiental,
estando a definição de aspecto ambiental associada aos elementos produzidos nas atividades, produtos
ou serviços de uma organização que podem interagir com o meio ambiente.
Os aspectos legais são muito importantes; por isso, segundo Barros e Monticelli (1998), os pro-
fissionais que trabalham na área ambiental têm de estar atentos e conhecer as exigências, normas e
procedimentos legais federais, estaduais e/ou municipais para a instalação e funcionamento de um de-
terminado empreendimento.
Abordamos também o conceito de AIA, que é uma ferramenta política de planejamento ambiental
que tem como principal objetivo prevenir danos ambientais, sendo, assim, utilizada mundialmente.

1.5 Atividades Propostas

1. Diferencie impacto ambiental de aspecto ambiental e exemplifique.

2. Mostre o funcionamento do SISNAMA, identificando cada setor e suas respectivas atribuições.

3. O que é a AIA? Quais são seus principais objetivos?

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2 O PROCESSO DE AIA

Caro(a) aluno(a), Vamos tratar com mais detalhes cada uma


dessas fases.
O processo de AIA segue uma sequência
ordenada de atividades. Com isso, podemos fazer Apresentação da proposta
uma análise crítica sobre os possíveis impactos
ambientais que um determinado empreendimen- É um documento que deve apresentar a ini-
to ou atividade poderá causar ao meio ambiente. ciativa em linhas gerais, indicando a localidade do
Todo esse processo é regulamentado pelos ór- projeto ou a abrangência do plano, programa ou
gãos estaduais, que definem os procedimentos a política. Nesta etapa, iniciamos o processo de AIA.
ser executados. As peculiaridades de cada jurisdi-
ção são respeitadas, priorizando um ou outro pro-
Triagem
cedimento. Vale a pena ressaltar que existem três
etapas básicas que devem ser realizadas:
Nesta fase, faz-se uma seleção de todas as
atividades humanas que podem causar ou que
ƒ etapa inicial;
possuem potencial de causar impactos signifi-
ƒ etapa de análise detalhada;
cativos. Segundo Sanchéz (2004, p. 3), o procedi-
ƒ etapa pós-aprovação. mento empregado nesta etapa é de

Chegou o momento de entendermos um [...] enquadramento do projeto em três


pouco mais sobre cada uma delas. categorias:
(a) São necessários estudos aprofunda-
dos;
Etapa Inicial (b) Não são necessários estudos aprofun-
dados;
(c) Há dúvidas sobre o potencial de cau-
Esta etapa determina a necessidade de rea- sar impactos significativos ou sobre
lizar um estudo minucioso que possui como fina- medidas de controle.
lidade antever os possíveis impactos ambientais
de uma futura ação. É dividida em: Vale a pena ressaltar que temos alguns cri-
térios para o enquadramento das atividades, a
ƒ apresentação da proposta; saber:
ƒ triagem;
ƒ determinação da abrangência e do es- ƒ listas positivas: são listas de projetos
copo do EIA. para os quais é obrigatória a realização
de um estudo detalhado;
ƒ listas negativas: aqui são enquadra-
dos os projetos que causam impactos

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pouco significativos ou para os quais é Etapa de Análise Detalhada


conhecida a eficácia de medidas e téc-
nicas para mitigar os impactos negati- A aplicação desta etapa se faz necessária
vos. São listas de exclusão; quando temos casos em que as atividades pos-
ƒ critérios de corte: são baseados no suem potencial de causar impactos significativos.
porte do empreendimento e devem ser A etapa possui muitas atividades que iniciam com
aplicados para as listas positivas, bem a definição do conteúdo do EIA e vão até a even-
como para as listas negativas; tual aprovação.
ƒ localização do empreendimento:
ocorre com a realização de estudos Elaboração do EIA
completos em áreas consideradas sen-
síveis;
A etapa realiza, por meio de uma equipe
ƒ recursos ambientais potencialmente
multidisciplinar, a atividade central do processo
afetados: utilizados em todos os proje-
de avaliação ambiental. É este o momento em
tos que afetam os ambientes que deve-
que estabelecemos as bases que darão subsídios
mos proteger (como cavernas).
para a análise da viabilidade ambiental do em-
preendimento. Devemos ressaltar que devem ser
Determinação da abrangência e do escopo do EIA feitas propostas de alterações no projeto, com o
objetivo de reduzir e até, se possível, eliminar os
“Quando é julgada necessária a realização impactos negativos.
de um estudo detalhado de impacto ambiental, O relatório final do EIA deve ter uma lingua-
deve-se, antes de iniciá-lo, estabelecer seu esco- gem não técnica, para comunicar os resultados a
po, ou seja, a abrangência e a profundidade dos todas as pessoas interessadas. No Brasil, a confec-
estudos a serem realizados” (SANCHÉZ, 2004, p. ção desse relatório é obrigatória e ele é chamado
3). A conclusão desta etapa ocorre com a elabora- Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
ção de um documento em que são estabelecidas
as diretrizes dos estudos a ser executados. O do- Análise técnica do EIA
cumento é chamado Termo de Referência (TR) ou
instruções técnicas.
O principal objetivo da análise técnica é rea-
Quando se julga que não é necessário um lizar a verificação da conformidade do EIA com
EIA prévio, Sanchéz (2004, p. 1-2) afirma que exis- os TRs, regulamentação ou procedimentos apli-
tem cáveis, devendo uma terceira parte analisar esse
estudo.
[...] outros instrumentos que permitem
um controle governamental sobre essas De maneira geral, quem realiza esse estudo
atividade e seus impactos ambientais [...] é a equipe técnica do órgão governamental en-
como entre outras, normas e padrões de carregado de autorizar o empreendimento.
emissões de poluentes, de destinação de
resíduos sólidos, regras que determinam
a manutenção de uma certa porcenta- Consulta pública
gem de cobertura vegetal e o zoneamen-
to, que estabelece condições e limitações
para o exercício de uma série de ativida- É um processo que pode ser realizado em
des em função da sua localização. diferentes momentos do processo de AIA, por
meio de diferentes procedimentos. Normalmen-
te, logo após a conclusão dos estudos, é realizada
a consulta pública, o que possibilita ter um qua-

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Planejamento e Avaliação de Impactos Ambientais

dro mais amplo sobre as possíveis implicações da Etapa Pós-Aprovação


decisão a ser tomada.
Após a aprovação do empreendimento, faz-
Decisão -se necessária a continuidade da AIA, com a apli-
cação de medidas de gestão para monitorar os
Segundo Sanchéz (2004, p. 5), impactos reais causados pela atividade.

[...] a decisão final pode caber: (i) à au- Acompanhamento e monitoramento


toridade ambiental; (ii) à autoridade da
área de tutela na qual se subordina o
empreendimento (por exemplo decisões Todas as conclusões apontadas no EIA de-
sobre um projeto florestal cabem ao mi- vem ser acompanhadas e monitoradas para de-
nistério responsável por este setor), ou terminarmos com exatidão a confirmação ou
(iii) ao governo (através de um conselho não de todas as previsões. Para os casos em que
de ministros ou do chefe de governo).
a avaliação de implantação do empreendimento
Há ainda o modelo de decisão colegiada,
através de um conselho com participação é positiva, o trabalho consiste na verificação de
da sociedade civil, muito usado no Brasil, medidas de eliminação, mitigação ou compensa-
onde esses colegiados são subordinados ção dos impactos negativos e na valorização dos
à autoridade ambiental. impactos positivos que estão sendo executados.
Esse processo deve ocorrer todo tempo, ou seja,
Entre os tipos de decisão final, estão: desde a implantação da obra até a fase de desati-
vação ou encerramento.
ƒ não autorizar o empreendimento;
ƒ aprovar o empreendimento incondicio-
nalmente;
ƒ aprovar o empreendimento com con-
dições, solicitando modificações ou a
complementação dos estudos apresen-
tados.

2.1 Critérios e Métodos para Identificação e Avaliação de Impactos – Como


Analisar os Impactos Ambientais

No território nacional, todos os critérios para grau de reversibilidade; suas proprieda-


a análise dos impactos ambientais estão definidos des cumulativas e sinérgicas; a distribui-
ção dos ônus e benefícios sociais.
no art. 6º da Resolução CONAMA nº 001/1986, em
que está determinado que deve acontecer
Concluímos que é responsabilidade da
[...] através de identificação, previsão da equipe técnica selecionar métodos adequados
magnitude e interpretação da importân- para a realização do EIA. Ainda, a AIA deve ser rea-
cia dos prováveis impactos relevantes, lizada pensando nos impactos não apenas sobre
discriminando: os impactos positivos e
negativos (benéficos e adversos), diretos
os meios bióticos e físicos, mas também sobre o
e indiretos, imediatos e a médio e longo meio socioeconômico. Os impactos devem ser
prazos, temporários e permanentes; seu

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analisados não somente na área de implantação Muitas vezes, o empreendimento gera im-
direta do empreendimento; temos, então: pactos que extrapolam as fronteiras físicas de sua
localização e até os limites geográficos municipais,
ƒ Área de Influência Direta (AID): pode sendo, assim, fundamental o diagnóstico para a
ser um bairro próximo ao empreendi- proposição de medidas preventivas e mitigadoras
mento; visando à proteção ambiental, manutenção e/ou
ƒ Área de Influência Indireta (AII): pode melhoria da qualidade de vida de todos os afeta-
ser uma área onde provavelmente refle- dos pela implantação do empreendimento.
tirão os impactos indiretos decorrentes
de instalação e operação do empreen-
dimento;
ƒ Área Diretamente Afetada (ADA): são
as áreas a ser ocupadas pelo empreen-
dimento.

2.2 Classificação e Avaliação de Impactos

Devemos avaliar a extensão do impacto, sua


duração, entre outros aspectos, para que possam Atenção
ser feitas as propostas de medidas mitigadoras e Beanlands (apud SANCHÉZ, 2008) defende
de prevenção. Alguns impactos não poderão ser que deveriam, ao menos, ser considerados
evitados ou mitigados, podendo acarretar a invia- significativos os impactos que:
bilização da obtenção das licenças.
a) afetam a saúde ou a disponibilidade de
Fazer a classificação e interpretação dos im- empregos ou recursos à comunidade local;
pactos tem como finalidade a identificação das b) afetam a média ou variância de determina-
dos parâmetros ambientais;
ações de prevenção e/ou de mitigação que são c) modificam a estrutura ou a função dos
prioritárias. A equipe deve considerar os impac- ecossistemas ou colocam em risco espécies
tos adotando critérios científicos que avaliem o raras ou ameaçadas (significância ecológica);
prejuízo à qualidade de vida da população afe- d) são considerados importantes para o pú-
blico.
tada. Não devemos buscar um padrão para as
AIAs, visto que existem metodologias para cada
caso, o que nos permite uma melhor avaliação do
contexto analisado. Os critérios para a classifica- Feita a identificação dos possíveis impactos
ção dos impactos variam de acordo com a equipe em todas as fases do empreendimento (quando
envolvida com a AIA, mas sempre se deve deixar no caso do licenciamento ambiental), podemos
clara a justificativa das escolhas feitas. utilizar os seguintes aspectos para classificá-los:

ƒ magnitude: indica a dimensão do im-


pacto. A magnitude de um impacto
pode ser: grande, média ou pequena;
ƒ ocorrência: registra a possibilidade de
manifestação do impacto. Temos dois
modos: impacto efetivo (ocorre quan-

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Planejamento e Avaliação de Impactos Ambientais

do podemos observar ou medir o efeito manifesta muito tempo após a ação –


negativo) e impacto provável (ocorre de 10 a 50 anos);
quando o impacto pode vir a ocorrer); ƒ frequência (em função da forma):
ƒ fonte: temos duas possibilidades para ocorre com a manifestação, em inter-
a origem de um impacto. São elas: im- valos de tempo determinados. Temos,
pacto localizado (ocorre quando a fonte então, impacto sazonal (o impacto se
pode ser identificada) e impacto difuso manifesta em determinada época do
(ocorre quando a fonte não pode ser ano) e impacto casual (o impacto se
identificada); manifesta aleatoriamente);
ƒ valor ou sentido: em alguns casos, um ƒ frequência (em função da intensida-
impacto pode trazer benefícios. Temos, de): ocorre com relação à quantidade/
então, impacto positivo ou benéfico frequência de vezes que um impacto é
(ações que resultam na melhoria da sentido. Temos, então, impacto de fre-
qualidade dos parâmetros ambientais) quência alta (ocorre de forma bastante
e impacto negativo ou adverso (ações intensa), impacto de frequência média
que resultam em danos à qualidade de (ocorre de vez em quando) e impacto
parâmetros ambientais); de frequência baixa (ocorre raramente);
ƒ ordem ou origem: este quesito faz ƒ estado evolutivo: este quesito repre-
uma relação de causa e efeito entre a senta as possibilidades de o impacto
geração, a ação e o efeito do impacto. cessar logo após a sua geração ou não.
Temos, então, impacto direto (impacto Temos, então, impacto estacionário (o
proveniente de uma simples relação de impacto não apresenta riscos de expan-
causa e efeito) e impacto indireto (im- dir), impacto retroativo (o impacto ten-
pacto proveniente de uma cadeia de de a cessar ou diminuir) e impacto ex-
reações, ou seja, resultante de uma rea- pansivo (o impacto tende a aumentar);
ção secundária em relação à ação); ƒ distribuição: corresponde à extensão
ƒ extensão espacial: este quesito rela- dos impactos entre os atores afetados
ciona-se às áreas de influência. Temos, por eles. Temos, então, impacto regular
então, impacto local (ações afetam o (ocorre de forma regular entre os en-
próprio sítio e suas imediações), im- volvidos) e impacto irregular (ocorre de
pacto regional (ações afetam além das forma irregular entre os envolvidos);
imediações do próprio sítio) e impacto ƒ duração: corresponde ao tempo pelo
estratégico (ocorre quando o recurso qual os efeitos são sentidos. Temos, en-
ambiental afetado tem relevante inte- tão, impacto de curto prazo (quando
resse coletivo ou nacional); seus efeitos têm duração de até 1 ano),
ƒ desencadeamento: este quesito repre- impacto de médio prazo (quando seus
senta o tempo decorrido entre a ação e efeitos têm duração de 1 a 10 anos) e
o aparecimento do impacto. Temos, en- impacto de longo prazo (quando seus
tão, impacto imediato (o efeito surge no efeitos têm duração de 10 a 50 anos);
instante em que se dá a ação), impacto ƒ acumulação: alguns impactos podem
de curto prazo (o impacto se manifesta ter sua intensidade aumentada por
até 1 ano após a ação), impacto de mé- sucessivas adições de outras ações. Te-
dio prazo (o impacto se manifesta certo mos, então, impacto linear (os efeitos
tempo após a ação – de 1 a 10 anos) e se acumulam linearmente) e impacto
impacto de longo prazo (o impacto se exponencial (os efeitos se acumulam
exponencialmente);

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ƒ sinergia: ocorre quando há a ação de ƒ reversibilidade (em função da inten-


dois ou mais impactos, fazendo com sidade): este quesito relaciona-se à
que o efeito resultante seja maior que capacidade de resiliência do meio de
a soma dos efeitos individuais. Ela pode sofrer uma perturbação e retornar ao
estar presente ou ausente; estado de equilíbrio original. Temos,
ƒ importância: esta classificação é mui- então, grande, média e baixa;
to subjetiva, pois devemos ponderar ƒ reversibilidade (em função da for-
o grau de importância de um impacto ma): este quesito relaciona-se ao retor-
em relação ao fator ambiental afetado. no ao equilíbrio original, logo após ces-
A classificação é dividida em: importan- sar o impacto. Temos, então, impacto
te, moderada e fraca; reversível e impacto irreversível.
ƒ temporalidade: este quesito represen-
ta o tempo de duração no qual os efei- A utilização de quadros sinópticos, como o
tos e os impactos são sentidos. Temos, que será apresentado a seguir, auxilia na aplica-
então, impacto temporário (os efeitos ção de regras de combinação de atributos.
de um impacto têm duração determi-
nada) e impacto permanente (os efeitos
não cessam sua manifestação quando a
ação é executada);

Quadro 3 – Critérios para avaliar a importância de impactos ambientais por meio de um quadro sinóptico.
DURAÇÃO EXTENSÃO MAGNITUDE OU INTENSIDADE
Momentânea Pontual Fraca Fraca Fraca Média
Momentânea Local Fraca Fraca Média Média
Temporária Pontual Fraca Fraca Média Média
Temporária Local Fraca Fraca Média Forte
Momentânea Regional Fraca Média Média Forte
Permanente Pontual Fraca Média Média Forte
Temporária Regional Fraca Média Forte Forte
Permanente Local Fraca Média Forte Forte
Permanente Regional Média Forte Forte Forte
Fonte: Adaptado de Sanchéz (2008).

Magnitude ou Intensidade Saiba mais

No quadro anterior, foram utilizados os atri- Ponderação de atributos


“[...] dar pesos a cada um dos atributos selecio-
butos “duração” e “extensão”, mas outros podem
nados e, em seguida, combiná-los segundo uma
ser utilizados dentro dessa metodologia. função matemática predeterminada. Assim a
principal diferença entre a combinação e a pon-
deração de atributos é que, nesta última, os atri-
butos são ordenados segundo sua importância
para o critério de avaliação, com os atributos
maiores recebendo maiores pesos” (SANCHÉZ,
2008, p. 299).

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2.3 Métodos de AIA

A AIA fala da importância ou significância ƒ dados e informações existentes ou pos-


das modificações ambientais. Para realizá-la, não síveis de obter;
há um único e melhor método a ser adotado. De- ƒ requisitos legais;
vemos considerar: ƒ TR a ser atendido.

ƒ recursos técnicos e financeiros;


Veja, agora, os principais métodos de AIA:
ƒ tempo de duração;

Figura 2 – Principais métodos de AIA.

Fonte: Adaptado de Santos (2007).

Métodos Ad Hoc Listagens de Controle

São realizados por meio de painéis ou reu- São divididas em:


niões com especialistas. Suas principais caracte-
rísticas são: ƒ listagens de controle simples: listam
somente os fatores ambientais e seus
ƒ avaliações em tempo curto e quando indicadores;
há carência de dados;
ƒ listagens descritivas: apresentam a
ƒ rapidez e baixo custo; relação de parâmetros ambientais e
ƒ não permite análise sistemática dos im- podem ter a forma de um questionário
pactos; para a análise dos impactos;
ƒ alto grau de subjetividade dos resulta- ƒ listagens de controle escalar: apre-
dos. sentam atribuições de valores numéri-
cos ou em forma de símbolos (letras e
sinais) para cada fator ambiental.

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Matrizes de Interação
Atenção
Atividades/empreendimentos sujeitos ao São compostas de duas listagens de contro-
licenciamento com AIA le. Nas colunas, são dispostas as ações ou ativida-
• Parques temáticos e aquáticos.
• Complexos turísticos e hoteleiros. des impactantes (causa) e, nas linhas, os fatores
• Hidroelétrica. ambientais e sociais que podem ser afetados por
• Linhas de transmissão ou subestação. essas ações (efeito). Nessas matrizes, cada célu-
• Abertura de barras e embocaduras.
la de interseção representa a relação de causa e
• Canalização, retificação ou barramento de
cursos d’água. efeito geradora do impacto. A matriz mais utiliza-
• Sistema de irrigação. da no âmbito da AIA é a de Leopold, que é uma
• Transposição de bacias hidrográficas. representação que utiliza uma listagem de 100
• Sistema de abastecimento de água.
• Aeroportos.
ações ou atividades impactantes e 88 fatores ou
• Portos. atributos ambientais, resultando em 8.800 intera-
• Terminal de cargas. ções. Veja:
• Ferrovias.
• Rodovias.
• Corredor de transporte metropolitano.
• Oleoduto.
• Gasoduto.
• Projeto agrossilvopastoril.
• Projeto de assentamento rural e de colo-
nização.
• Loteamento ou conjunto habitacional.
• Loteamento misto com uso industrial.
• Distrito ou loteamento industrial.
• Zona estritamente industrial.
• Agroindústria – destilaria de álcool e usina
de açúcar.
• Depósito ou comércio atacadista de pro-
dutos químicos ou inflamáveis.
• Complexo industrial.
• Aterro industrial e de codisposição.
• Aterro sanitário.
• Sistemas de tratamento de resíduos sóli-
dos urbanos.
• Sistemas de tratamento de resíduos sóli-
dos industriais, associados ou não a insta-
lações industriais.
• Sistemas de tratamento e disposição final
de resíduos de serviços de saúde.
• Transbordo de resíduos sólidos.
• Atividade minerária.
• Sistema de tratamento e disposição de es-
goto sanitário.
• Centrais termoelétricas.

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Planejamento e Avaliação de Impactos Ambientais

Figura 3 – Matriz de Leopold.

Temos, também, outros tipos de matriz. São Veja um exemplo de matriz cromática:
elas:

ƒ matriz de correlação;
ƒ matriz cromática.

Quadro 4 – Matriz cromática.


FATORES DE IMPACTO AO AMBIENTE Meio Antrópico Meio Físico Meio Químico Meio Biológico
1. Geração de empregos
2. Implantação de infraestrutura
3. Mudança das características das águas
4. Vetores de doenças
5. Alteração do relevo natural
6. Ocorrência de erosão
7. Obtenção de material de cobertura
8. Alteração de espécies da fauna e flora
9. Tráfego
10. Geração de biogás
11. Odores
12. Mudança dos níveis de ruído
13. Alteração da paisagem

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Legenda

IMPACTO COR
POSITIVO BAIXO
MÉDIO
ALTO
NEGATIVO BAIXO
MÉDIO
ALTO
INDIFERENTE

Superposição de Cartas o funcionamento dos sistemas ambientais. Suas


aplicações se estendem a diagnósticos e prog-
O método utiliza a superposição de cartas nósticos sobre a qualidade ambiental da área de
em transparência visando à obtenção da distri- influência do projeto.
buição espacial dos impactos e sua extensão em
termos geográficos. A superposição resulta em Redes de Interação
uma carta-síntese de aptidão da área e respec-
tivos fatores ambientais com os usos propostos, Este método apresenta uma grande vanta-
possibilitando a identificação e a avaliação quali- gem, que é a boa visualização da interação entre
tativa de prováveis impactos. os componentes, além do fato de não se restrin-
gir aos efeitos diretos; as redes de interação sim-
Modelos de Simulação ples são as mais empregadas para o diagnóstico
e prognóstico. O método utiliza fluxogramas ou
Ocorrem com a utilização de modelos mate- gráficos da sucessão de impactos, por meio da co-
máticos computadorizados que irão representar nexão entre ações e fatores ambientais.

2.4 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Aqui, apresentaremos as principais informações contidas neste capítulo, mas não se esqueça de
que todas as informações são importantes! Bons estudos!
Vimos que o processo de AIA segue uma sequência ordenada de atividades. Com isso, podemos
fazer uma análise crítica sobre os possíveis impactos ambientais que um determinado empreendimento
ou atividade poderá causar ao meio ambiente. Vale a pena ressaltar que existem três etapas básicas que
devem ser realizadas:

ƒ etapa inicial;
ƒ etapa de análise detalhada;
ƒ etapa pós-aprovação.

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Planejamento e Avaliação de Impactos Ambientais

A AIA deve ser realizada pensando nos impactos não apenas sobre os meios bióticos e físicos, mas
também sobre o meio socioeconômico. Os impactos devem ser analisados não somente na área de
implantação direta do empreendimento.
Fazer a classificação e interpretação dos impactos tem como finalidade a identificação das ações de
prevenção e/ou de mitigação que são prioritárias. Feita a identificação dos possíveis impactos em todas
as fases do empreendimento (quando no caso do licenciamento ambiental), podemos utilizar os seguin-
tes aspectos para classificá-los:

ƒ magnitude;
ƒ ocorrência;
ƒ fonte;
ƒ valor ou sentido;
ƒ ordem ou origem;
ƒ extensão espacial;
ƒ desencadeamento;
ƒ frequência (em função da forma);
ƒ frequência (em função da intensidade);
ƒ estado evolutivo;
ƒ distribuição;
ƒ duração;
ƒ acumulação;
ƒ sinergia;
ƒ importância;
ƒ temporalidade;
ƒ reversibilidade (em função da intensidade);
ƒ reversibilidade (em função da forma).

Para realizar a AIA, não há um único e melhor método a ser adotado. Devemos considerar:

ƒ recursos técnicos e financeiros;


ƒ tempo de duração;
ƒ dados e informações existentes ou possíveis de obter;
ƒ requisitos legais;
ƒ TR a ser atendido.

Vimos, então, os principais métodos de AIA:

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Figura 4 – Principais métodos de AIA.

Fonte: Adaptado de Santos 2007.

2.5 Atividades Propostas

1. Como funciona o processo de AIA?

2. Qual é a finalidade da classificação e interpretação dos impactos ambientais?

3. Quais são os principais métodos de AIA?

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL – AIA/
3 LICENCIAMENTO

Caro(a) aluno(a), rais de qualquer espécie, quer pelo setor público,


quer pelo privado, será admitida se houver res-
A seguir, vamos apresentar a legislação am- guardo do meio ambiente ecologicamente equi-
biental referente à AIA, ao licenciamento e à pre- librado.
venção contra a poluição no estado de São Paulo
e em nível federal. Resolução CONAMA nº 001, de 23 de Janeiro
de 1986
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei
Federal nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981) Art. 2º Dependerá de elaboração de Es-
tudo de Impacto Ambiental e respectivo
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, a
O art. 10º determina que a instalação de serem submetidos à aprovação do órgão
estadual competente, e do IBAMA em ca-
atividades que utilizem recursos ambientais, con-
ráter supletivo, o licenciamento de ativi-
siderados efetiva e potencialmente poluidores, dades modificadoras do meio ambiente
bem como os capazes, sob qualquer forma, de [...].
causar degradação ambiental, dependerá de pré-
vio licenciamento de órgão estadual competente,
Resolução CONAMA nº 009, de 3 de Dezembro
sem prejuízo de outras licenças exigíveis.
de 1987

Constituição Federal de 1988


Determina a realização de audiência públi-
ca sempre que esta for considerada necessária ou
O inciso VI do art. 225 determina a possibili- quando for solicitada por entidade civil, pelo Mi-
dade de ser exigido EIA prévio para instalação de nistério Público ou por 50 ou mais cidadãos. O ór-
atividades ou obras potencialmente poluidoras gão de meio ambiente, a partir da data do recebi-
causadoras de significativa degradação ambien- mento do RIMA, fixará em edital e anunciará pela
tal, na forma estabelecida pela legislação regu- imprensa local a abertura do prazo, que será no
lamentar (Resoluções CONAMA nº 237/1997 e mínimo de 45 dias, para solicitação de audiência
001/1986). pública. No caso de haver solicitação de audiên-
cia pública e na hipótese de o órgão estadual não
Constituição do Estado de São Paulo (1989), realizá-la, a licença concedida não terá validade.
Acrescida das Alterações das Emendas
Constitucionais Resolução CONAMA nº 237, de 19 de
Dezembro de 1997
O art. 192 estabelece que a execução de
obras, atividades, processos produtivos e em- Dispõe sobre o licenciamento ambiental,
preendimentos e a exploração de recursos natu- estabelecendo critérios para a definição de com-

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petências e lista as atividades sujeitas ao licencia- Resolução CONAMA n° 9/1990


mento.
Dispõe sobre normas específicas para o li-
Lei Federal nº 9.605, de 12 de Fevereiro de cenciamento ambiental de extração mineral das
1998 classes I a IX, exceto a classe II.

Dispõe sobre as sanções penais e adminis- Resolução SMA n° 42, de 29 de Dezembro de


trativas para as condutas e atividades lesivas ao 1994
meio ambiente. O art. 60 considera crime am-
biental a construção, ampliação, instalação e fun- Determina que o pedido de licença será
cionamento de estabelecimentos e obras poten- analisado desde que instruído com o Relatório
cialmente poluidores sem licença ou autorização Ambiental Preliminar (RAP), sendo facultado ao
dos órgãos ambientais competentes. órgão exigir a apresentação de EIA/RIMA ou dis-
pensá-la.
Lei Estadual nº 997, de 31 de Maio de 1976
Deliberação CONSEMA nº 6, de 21 de Junho
Dispõe sobre o controle da poluição do de 1995
meio ambiente e condiciona a instalação de fon-
tes de poluição à prévia autorização do órgão es- Regulamenta a Resolução SMA nº 42/1994
tadual de controle da poluição do meio ambiente, e estabelece a forma e o padrão de publicação
mediante expedição de Licença Ambiental Prévia dos requerimentos de licença para atender ao
(LAP), de Licença Ambiental de Instalação (LAI) e/ princípio da publicidade.
ou de Licença Ambiental de Operação (LAO).

Resolução SMA nº 19, de 22 de Março de 1996


Decreto Estadual nº 8.468, de 8 de Setembro
de 1976
Estabelece critérios e procedimentos para
o licenciamento ambiental dos sistemas urbanos
Aprova o regulamento da Lei nº 997, de 31 de esgotamento sanitário.
de maio de 1976, e estabelece em seu art. 57 as
atividades consideradas “fontes de poluição” para
efeito de obtenção de LAI e LAO. Resolução SMA nº 55, de 13 de Outubro de
1995

Resolução CONAMA n°9/1987


O art. 1º trata da criação, na Coordenadoria
de Licenciamento Ambiental e Proteção de Re-
Dispõe sobre os procedimentos para as au- cursos Naturais (CPRN), de um grupo técnico de
diências públicas. apoio às unidades de licenciamento, com a atri-
buição de analisar e emitir pareceres técnicos, a
Resolução CONAMA n° 10/1990 fim de subsidiar o processo de licenciamento.

Dispõe sobre normas específicas para o li- Resolução CONAMA nº 237/1997


cenciamento ambiental de extração mineral da
classe II. Dispõe sobre os procedimentos e critérios
utilizados no licenciamento ambiental e no exer-

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Planejamento e Avaliação de Impactos Ambientais

cício da competência, bem como as atividades e Resolução SMA nº 54/2004


empreendimentos sujeitos ao licenciamento am-
biental. Dispõe sobre procedimentos para o licen-
ciamento ambiental no âmbito da Secretaria do
Resolução SMA nº 30/2000 Meio Ambiente.

Dispõe sobre o cadastro e o licenciamento Resolução SMA nº 49/2004


ambiental de intervenções destinadas às áreas de
apoio de obras rodoviárias em locais sem restri- Dispõe sobre procedimentos para o licen-
ção ambiental. ciamento ambiental no âmbito da Secretaria do
Meio Ambiente.
Resolução SMA nº 41/2002
Resolução SMA nº 39/2005
Dispõe sobre procedimentos para o licen-
ciamento ambiental de aterros de resíduos iner- Altera o valor do custo das horas técnicas
tes e da construção civil no estado de São Paulo. despendidas em análises para expedição de li-
cenças, autorizações, pareceres técnicos e outros
Resolução SMA nº 33/2002 documentos, na forma do Decreto n° 47.400, de 4
de dezembro de 2002.
Dispõe sobre a simplificação do licencia-
mento ambiental das intervenções destinadas Resolução SMA nº 33/2005
à conservação, manutenção e pavimentação de
estradas vicinais que se encontrem em operação. Dispõe sobre procedimentos para o geren-
ciamento e licenciamento ambiental de sistemas
Resolução SMA nº 32/2002 de tratamento e disposição final de resíduos de
serviços de saúde humana e animal no estado de
Dispõe sobre os procedimentos de licencia- São Paulo.
mento em Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
Resolução CONAMA n° 378/2006
Resolução SMA nº 4/2002
Define os empreendimentos potencialmen-
Estabelece os procedimentos para o cadas- te causadores de impacto ambiental nacional ou
tro e o licenciamento ambiental de estruturas regional para fins do disposto no inciso III, § 1º,
localizadas nas margens e nas águas interiores e art. 19 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
de mar aberto, destinadas ao acesso de pessoas e dá outras providências.
e coisas às embarcações de esporte e recreio e ao
acesso destas e daquelas às mesmas águas no es- Resolução CONAMA n° 377/2006
tado de São Paulo, e dá providências correlatas.
Dispõe sobre o licenciamento ambiental
simplificado de sistemas de esgotamento sanitá-
rio.

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Resolução SMA nº 56/2006 transmissão de energia e respectivas subestações


no território do estado de São Paulo.
Estabelece a gradação de impacto ambien-
tal para fins de cobrança de compensação am- Resolução SMA nº 88/2008
biental decorrente do licenciamento ambiental
de empreendimentos de significativo impacto Define as diretrizes técnicas para o licen-
ambiental. ciamento de empreendimentos do setor sucroal-
cooleiro no estado de São Paulo.
Resolução SMA nº 51/2006
Resolução SMA nº 73/2008
Disciplina o licenciamento ambiental das
atividades minerárias no estado de São Paulo, in- Estabelece os procedimentos para o licen-
tegrando os procedimentos dos órgãos públicos ciamento ambiental das atividades de manejo de
responsáveis. fauna silvestre, nativa e exótica no estado de São
Paulo e dá providências correlatas.
Resolução SMA nº 42/2006
Resolução SMA nº 67/2008
Estabelece critérios e procedimentos para o
licenciamento ambiental prévio de destilarias de Define as diretrizes técnicas para o licen-
álcool, usinas de açúcar e unidades de fabricação ciamento de empreendimentos do setor sucroal-
de aguardente. cooleiro no estado de São Paulo.

Resolução SMA nº 54/2007 Resolução SMA nº 21/2008

Dispõe sobre o licenciamento ambiental e Estabelece os procedimentos para o licen-


regularização de empreendimentos urbanísticos ciamento ambiental de estruturas de apoio desti-
e de saneamento básico considerados de utilida- nadas ao acesso de pessoas e cargas às embarca-
de pública e de interesse social e dá outras provi- ções de esporte e recreio no estado de São Paulo
dências. e dá providências correlatas.

Resolução SMA nº 22/2007 Resolução SMA nº 03/2008

Dispõe sobre a execução do Projeto Am- Dispõe sobre procedimentos do licencia-


biental Estratégico “Licenciamento Ambiental mento ambiental de empreendimentos e ativida-
Unificado”, que visa a integrar e unificar o licencia- des localizados na Região Metropolitana de São
mento ambiental no estado de São Paulo, altera Paulo e sujeitos ao regime do Balcão Único.
procedimentos para o licenciamento das ativida-
des que especifica e dá outras providências.
Resolução SMA nº 80/2009

Resolução SMA nº 5/2007


Define critérios do licenciamento ambiental
de utilização de cascalheiras nos casos especifica-
Dispõe sobre procedimentos simplifica- dos.
dos para o licenciamento ambiental de linhas de

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Planejamento e Avaliação de Impactos Ambientais

Resolução SMA nº 22/2009 Leis Orgânicas e Planos Diretores Municipais

Dispõe sobre a apresentação de certidões Podem exigir a obtenção de licenças para a


municipais de uso e ocupação do solo, sobre o exa- implantação de obras ou atividades que possam
me e manifestação técnica pelas prefeituras muni- degradar o meio ambiente e prejudicar a saúde e
cipais nos processos de licenciamento ambiental o bem-estar das pessoas.
realizado no âmbito do Sistema Estadual de Ad-
ministração da Qualidade Ambiental, Proteção,
Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e
Uso Adequado dos Recursos Naturais (SEAQUA) e
sobre a concessão de LAO para empreendimentos
existentes e dá outras providências.

3.1 Conteúdo do EIA

Como já foi abordado, a Resolução CONA-


MA nº 001/1986 (art. 6º, inciso I) estabelece o con-
teúdo obrigatório para o EIA da área de influência
do projeto, incluindo toda a descrição, bem como
uma análise dos recursos ambientais e suas inte- Saiba mais
rações. Temos os seguintes conteúdos:
A Resolução CONAMA nº 001/1986 (art. 6º, incisos
II, III e IV) também determina a obrigatoriedade
ƒ meio físico: subsolo, águas, ar e clima, dos seguintes conteúdos:
destacando os recursos minerais, topo-
grafia, tipos e aptidões de solo, corpos • análise dos impactos ambientais do projeto,
com a identificação dos impactos positivos
d’água, regime hidrológico, correntes
e negativos/diretos e indiretos, a previsão
marinhas e correntes atmosféricas; da magnitude dos impactos imediatos e ge-
ƒ meio biológico e ecossistemas na- rados em médio e longo prazo, temporários
e permanentes, e o grau de reversibilidade
turais: fauna e flora, destacando as
desses impactos. Esta é a ação relativa à previ-
espécies indicadoras da qualidade am- são e à avaliação dos impactos que constitui
biental, de valor científico e econômico, a elaboração do prognóstico explicado por
raras e/ou ameaçadas de extinção e as Sánchez (2008), que tem nos estudos de base
(diagnóstico) os subsídios necessários à sua
de preservação permanente; formulação;
ƒ meio socioeconômico: uso e ocupa- • definição das medidas mitigadoras dos im-
ção do solo, da água e socioeconômi- pactos negativos.
• elaboração do programa de acompanhamen-
ca, destacando os sítios e monumentos to e monitoramento dos impactos positivos e
arqueológicos, históricos e culturais da negativos, indicando os fatores e os parâme-
comunidade, relações de dependência tros a ser considerados.
na sociedade local e potencial utiliza-
ção futura desses recursos.

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A equipe deve descrever, logo na fase de ƒ alternativas tecnológicas e de localiza-


identificação e análise dos impactos ambientais ção, levando em consideração a hipó-
do projeto, todas as intercorrências ambientais e tese da não realização do empreendi-
sociais durante a construção e a operação de uma mento;
atividade dentro da realidade diagnosticada, le- ƒ objetivos e justificativas do projeto;
vando em consideração as relações de causa e ƒ localização geográfica (planta, bacia hi-
efeito que todas as atividades irão desencadear. drográfica);
Os aspectos que devem ser gerenciados, bem
ƒ planos e programas governamentais
como todas as atividades, necessitam ser listados,
relacionados;
com o objetivo de minimizar os impactos possí-
veis. Durante a fase de identificação de impactos, ƒ descrição do projeto: insumos, mão de
a equipe pode contar com: obra, fontes de energia, processos e téc-
nicas operacionais, efluentes, emissões,
resíduos e geração de empregos dire-
ƒ experiência prévia da equipe técnica;
tos e indiretos.
ƒ verificação de efeitos em casos de em-
preendimentos semelhantes;
ƒ pesquisa bibliográfica; O conteúdo pode variar em função das ca-
racterísticas de cada atividade e, consequente-
ƒ consulta a trabalhos similares;
mente, das exigências técnicas legais que devem
ƒ visita a campo para conhecer o local do ser seguidas. Vamos exemplificar, a seguir, o con-
empreendimento; teúdo para a caracterização de aterros sanitários
ƒ consulta a mapas topográficos da re- ou industriais.
gião e cartas temáticas disponíveis;
ƒ visita a empreendimentos similares; Caracterização de Aterros Sanitários e/ou
ƒ elaboração de uma lista das atividades Industriais
que compõem o empreendimento (re-
lação causa e efeito), em que as ações ƒ Apresentação de uma alternativa de
tecnológicas são a causa de alterações de localização (nascentes e divisores de
processos ambientais, que, por sua vez, águas).
modificam a qualidade do ambiente.
ƒ Apresentação de um projeto geotécni-
co (terraços, taludes).
Assim, é possível analisar os impactos iden- ƒ Origem de material de cobertura.
tificados e a metodologia utilizada para a realiza- ƒ Técnicas de drenagem do percolado e
ção da atividade, além do diagnóstico do meio destino do lodo.
físico, biológico e socioeconômico. Por meio des-
ƒ Impermeabilização da base.
ses dados, estabelecem-se as medidas mitigado-
ras para os impactos identificados e o plano de ƒ Quantidade e procedência dos resíduos
monitoramento. Todas essas informações e análi- recebidos.
ses fazem parte do conteúdo do EIA e são a base
para a obtenção das licenças. O empreendedor deve ter conhecimento
Outros aspectos devem ser apresentados de que o EIA deverá ser realizado por uma equi-
pelo EIA antes do conteúdo do diagnóstico, do pe multidisciplinar capacitada e habilitada, que
prognóstico (identificação e avaliação de impac- não tenha vínculos de dependência com o pro-
tos ambientais) e do programa de monitoramen- ponente. Além de pagar o preço das licenças, o
to. Inicialmente, a redação de um EIA deve pos- proponente deverá arcar com a hora técnica da
suir: equipe e, também, com todas as despesas neces-

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Planejamento e Avaliação de Impactos Ambientais

sárias para o desenvolvimento dos estudos, que ƒ roteiro básico estabelecido pela Resolu-
envolvem: ção CONAMA nº 001/1986;
ƒ roteiros detalhados dos fatores ambien-
ƒ coleta e aquisição dos dados e informa- tais definidos pelos órgãos ambientais
ções; estaduais;
ƒ inspeções e trabalhos de campo; ƒ TR aprovado pelo órgão ambiental es-
ƒ todas as análises de laboratório; tadual (plano de trabalho);
ƒ acompanhamento e monitoramento ƒ planejamento do conteúdo com a equi-
dos impactos; pe técnica em função da natureza e ca-
ƒ estudos técnicos e científicos dos im- racterísticas básicas do empreendimen-
pactos; to;

ƒ elaboração do RIMA e fornecimento de, ƒ delimitações preliminares das áreas de


pelo menos, cinco cópias. estudo e de influência.

A equipe terá de seguir um roteiro e as


orientações contidas em alguns documentos, a
saber:

3.2 Conteúdo do RIMA

O RIMA deve conter todas as conclusões do da de decisão quanto à viabilidade ambiental do


EIA e ser elaborado em linguagem simples, com empreendimento, que terá a oportunidade de
o objetivo de facilitar a comunicação dos resul- analisar o estudo antes de sua participação na au-
tados entre a equipe técnica do proponente e a diência pública.
comunidade interessada em participar da toma-

Atenção
A Resolução CONAMA nº 001/1986 (art. 9º) determina que o RIMA, no mínimo, deve apresentar o seguinte con-
teúdo:

• os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e pro-
gramas governamentais;
• a descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um deles, nas
fases de construção e operação, a área de influência, as matérias-primas, a mão de obra, as fontes de energia,
os processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões e resíduos de energia, os empregos
diretos e indiretos a ser gerados;
• a síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental da área de influência do projeto;
• a descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, considerando o pro-
jeto, suas alternativas e os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas
e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação;
• a caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da
adoção do projeto e suas alternativas, bem como a hipótese de sua não realização;
• a descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, men-
cionando aqueles que não puderam ser evitados e o grau de alteração esperado;
• o programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
• a recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral).

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Para melhor entendimento, vamos analisar


um exemplo.

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Medidas Mitigadoras ou entidades federais incluirão, no orçamento de


cada projeto ou obra, dotações correspondentes,
Por definição, mitigar o impacto é uma ten- no mínimo, a 1% do mesmo orçamento destina-
tativa de evitar o impacto negativo e, sendo im- das à prevenção ou à correção desses efeitos”.
possível evitá-lo, procurar corrigi-lo, recuperando
o ambiente. É função do EIA fazer a definição de Medidas Compensatórias
todas as medidas mitigadoras dos impactos ne-
gativos. Nessa definição, deve constar uma lista- O EIA, entre as medidas mitigadoras pre-
gem com todos os equipamentos de controle e vistas, prevê a compensação dos possíveis danos
também todos os sistemas de tratamento de des- como forma de indenização. De acordo com a Re-
pejos, em que será avaliada a eficiência de cada solução nº 10/1987, para todo licenciamento de
um deles. empreendimentos que podem causar a destrui-
De acordo com o Decreto Federal nº ção de quaisquer ecossistemas, devemos prever
95.733/1988, “identificados efeitos negativos de alguma medida compensatória, como, por exem-
natureza ambiental, cultural ou social, os órgãos plo, a construção de um parque ecológico.

3.3 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)

O PRAD foi definido pelo  Decreto Federal a recuperação visando ao retorno do sítio degra-
nº 97.632/1989, que determina a apresentação e dado a uma forma de utilização.
aprovação pelo órgão ambiental competente de O PRAD também se aplica a outras ativida-
um plano de recuperação de área degradada no des potencialmente degradadoras do meio am-
caso de empreendimentos voltados à exploração biente, incluindo o desmatamento de matas cilia-
mineral e institui como objetivo do PRAD garantir res e áreas de reserva legal para práticas agrícolas
e pecuárias.

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3.4 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Aqui, apresentaremos as principais informações contidas neste capítulo, mas não se esqueça de
que todas as informações são importantes! Bons estudos!
Abordamos, neste capítulo, a legislação ambiental referente à AIA, ao licenciamento e à prevenção
contra a poluição no estado de São Paulo e em nível federal. Vimos que o Conselho Nacional do Meio Am-
biente (CONAMA) é o órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA e foi instituído pela Lei nº 6.938/1981,
que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto nº 99.274/1990. O
CONAMA é composto por Plenário, Comitê de Integração de Políticas Ambientais (CIPAM), grupos asses-
sores, câmaras técnicas e grupos de trabalho, é presidido pelo ministro do Meio Ambiente e sua secreta-
ria executiva é exercida pelo secretário executivo do mesmo ministério.
De maneira resumida, podemos caracterizar o EIA/RIMA da seguinte forma:

ƒ informações gerais: localizam, informam, sintetizam e identificam o empreendimento;


ƒ caracterização do empreendimento: refere-se ao planejamento, implantação, operação e
desativação da obra;
ƒ área de influência: limita sua área geográfica, representando-a em mapa;
ƒ diagnóstico ambiental: caracterização ambiental da área antes da implantação do empreen-
dimento;
ƒ qualidade ambiental: expõe as interações e descreve as inter-relações entre os componentes
bióticos, abióticos e antrópicos do sistema, apresentando-os em um quadro sintético;
ƒ fatores ambientais: meio físico, meio biótico, meio antrópico, sua pormenorização dependerá
da relevância dos fatores em função das características da área onde se desenvolverá o projeto;
ƒ análise dos impactos ambientais: identificação e interpretação dos prováveis impactos ocor-
ridos nas diferentes fases do projeto. Leva-se em conta a repercussão do empreendimento so-
bre o meio;
ƒ medidas mitigadoras: por definição, mitigar o impacto é uma tentativa de evitar o impacto
negativo e, sendo impossível evitá-lo, procurar corrigi-lo, recuperando o ambiente.

Já o PRAD é o plano que qualifica os impactos ambientais causados pelo empreendimento e indica
quais atividades devem ser implementadas para a recuperação da área, identificando as medidas mitiga-
doras que devem ser desenvolvidas para a diminuição desses impactos.

3.5 Atividades Propostas

1. Qual é o conteúdo obrigatório para o EIA?


2. O que o RIMA deve conter? Qual é sua relação com o EIA?

3. O que são medidas mitigadoras e compensatórias?

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O LICENCIAMENTO AMBIENTAL NO
4 ESTADO DE SÃO PAULO – ESTUDO DE
CASO

Caro(a) aluno(a), O passo inicial para fazer a solicitação do


licenciamento é o pedido da LAP, que pode ser
Neste capítulo, iremos trabalhar com o solicitada após a apresentação dos seguintes es-
exemplo do estado de São Paulo, que utiliza, para tudos:
fazer o licenciamento ambiental de empreendi-
mentos, os estudos de meio ambiente definidos ƒ Estudo Ambiental Simplificado (EAS);
nas Resoluções CONAMA nº 01/1986 e 237/1997 ƒ RAP;
e na Resolução SMA nº 54/2004, considerando ƒ EIA.
que a última especifica as ações e os procedimen-
tos para o estado e institui dois instrumentos pre-
liminares ao EIA/RIMA: o RAP e o TR.

4.1 EAS

Este tipo de documento é necessário para ƒ exigir a apresentação de RAP;


todas as atividades que podem gerar ou geram ƒ exigir a apresentação de EIA e RIMA.
impactos pequenos e não significativos. A seguir,
estão listadas algumas atividades que devem
Para solicitação de LAP, devemos considerar
apresentar um EAS:
os seguintes procedimentos:

ƒ parques temáticos;
ƒ obras hidráulicas;
ƒ pequenas centrais hidroelétricas;
ƒ rodovia;
ƒ terminal portuário;
ƒ linha de transmissão e subestações;
ƒ pistas de pouso.

Logo após a realização da análise do EAS, os


órgãos competentes poderão:

ƒ indeferir o pedido de licença;


ƒ deferir o pedido de licença;

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DOCUMENTAÇÃO BÁSICA PARA REQUERIMENTO DA LICENÇA PRÉVIA

Para protocolização dos pedidos de Licença Prévia, instruídos com EAS, RAP ou EIA deverão ser
apresentados:
1- Formulário SD preenchido (a ficha com o formulário encontra-se logo abaixo)
2- Apresentação dos Estudos Ambientais, ou seja:
a) 03 vias em papel e uma via digital, quando o licenciamento for realizado com EAS
b) 04 (quatro) vias em papel e uma via digital, quando o licenciamento for realizado com Relatório
Ambiental Preliminar – RAP;
c) 06 (seis) vias em papel e uma via digital, quando o licenciamento for realizado com EIA/Rima.
3- ART - Anotação de Responsabilidade Técnica - Referente à elaboração do estudo ambiental (EAS,
RAP ou EIA).
4- Declaração da Prefeitura Municipal quanto a sua posição em relação à questão ambiental do
empreendimento, e sua impossibilidade técnica para efetivar o licenciamento.
5- Certidão da prefeitura municipal relativa ao uso do solo, nos termos da Res. Conama 237/97, ar-
tigo 10,§1º. Certidões sem prazo de validade só serão aceitas até 180 dias após sua emissão.
6- Comprovante de pagamento do preço de análise de EAS, exceto quando o interessado for isento
do pagamento (Decreto Est. 48.919/2004). Neste caso apresentar a Solicitação de Dispensa de Pagamen-
to do Preço de Análise.
7- Cópia do protocolo de entrega ao IPHAN dos estudos arqueológicos solicitados, no caso do li-
cenciamento realizado com base em EIA/Rima.
Para a protocolização do Plano de Trabalho, deverão ser encaminhadas duas vias em papel e uma
via digital do referido Plano.
Para protocolização das informações complementares na CETESB, deverão ser:
a) 3 vias em papel e uma copia digital, caso o licenciamento seja conduzido por EAS;
b) 4 vias em papel e uma via digital, se o licenciamento estiver sendo realizado com RAP;
c) 6 vias em papel e uma via digital, para os licenciamentos realizados com base em EIA/Rima.

Fonte: CETESB (2010).

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A seguir, apresentaremos o formulário de


solicitação da LAP com EAS ou RAP.

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Fonte: CETESB (2010).

Saiba mais

“A Imprensa Oficial é o órgão responsável pela publicação dos atos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciá-
rio do Estado de São Paulo. O Diário Oficial publica diariamente os atos oficiais no âmbito do governo estadual.
São mais de duas mil páginas diárias, divididas em nove cadernos: Executivos I e II, Legislativo, Empresarial com
Junta Comercial, Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, além do Diário Oficial do Município
de São Paulo” (SÃO PAULO, 2010).
“Todos os dias, o conteúdo do Diário Oficial do Estado de São Paulo é publicado integralmente no DO.online”
(SÃO PAULO, 2010).

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4.2 RAP

Este tipo de documento é necessário para A seguir, temos um modelo para a elabora-
todas as atividades que podem gerar ou geram ção do texto para publicação:
impactos efetivamente, sendo causadoras de de-
gradação ambiental. Para solicitar a LAP, é preci-
so encaminhar o RAP com toda a documentação
para o órgão licenciador e, em seguida, realizar a
publicação do pedido em Diário Oficial, em jor-
nais e em revistas de grande circulação na região,
devendo-se apresentar o comprovante após a
publicação.

1) Requerimento da LAP em separado da LAI


(razão social do empreendimento)
Torna público que requereu na CETESB a Licença Prévia para (especificação da atividade a ser desenvol-
vida no empreendimento), à (endereço do empreendimento).

2) Requerimento da LAP concomitante com a LAI


(razão social do empreendimento)
Torna público que requereu na CETESB de forma concomitante a Licença Prévia e a Licença de Instalação
para (especificação da atividade a ser desenvolvida no empreendimento), à (endereço do empreendimento).

3) Recebimento da LAP sem a intenção de dar continuidade imediata ao processo


(razão social do empreendimento)
Torna público que recebeu da CETESB a Licença Prévia nº _____________ para (especificação da ativida-
de a ser desenvolvida no empreendimento), à (endereço do empreendimento).

4) Recebimento da LAP e requerimento da LAI


(razão social do empreendimento)
Torna público que recebeu da CETESB a Licença Prévia nº _____________ e requereu a Licença de Insta-
lação para (especificação da atividade a ser desenvolvida no empreendimento), à (endereço do empreendi-
mento).

O RAP é um documento que indica a neces-


sidade ou não da elaboração de EIA/RIMA para
conseguir as três licenças previstas (LAP, LAI e
LAO).

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Atenção
Observe o significado de cada sigla:
• TR: deverá conter um sumário do plano de elaboração do EIA/RIMA a ser previamente aprovado pelo órgão
ambiental estadual;
• LAP: fase preliminar do planejamento da atividade, contendo requisitos básicos a ser atendidos nas fases
de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do
solo. É nesta fase que deve ser solicitado, quando for o caso, o EIA;
• LAI: autoriza o início da implantação, de acordo com as especificações constantes no projeto executivo
aprovado;
• LAO: autoriza, após as verificações necessárias, o início da operação da atividade licenciada e o funciona-
mento de seus equipamentos, de acordo com o estabelecido na LAP e LAI.

Os empreendimentos/atividades para os ƒ resíduos sólidos;


quais o RAP pode ser utilizado para a solicitação ƒ sistema de irrigação;
da LAP são: ƒ transportes viários;
ƒ turismo e lazer;
ƒ aterro de inertes e da construção civil;
ƒ usinas de açúcar, álcool e cogeração de
ƒ distrito industrial; energia;
ƒ estrutura de apoio a embarcações; ƒ dutos (em fase de revisão);
ƒ extração mineral (em fase de revisão); ƒ geral – destinado a atividades não lista-
ƒ linha de transmissão; das;
ƒ obras hidráulicas; ƒ orientação para a produção de material
ƒ pequenas centrais hidroelétricas; cartográfico.
ƒ projeto urbanístico;

4.3 EIA e RIMA

O EIA é um documento necessário para a que a atividade/empreendimento pode causar.


obtenção de licenças a todas as atividades que De acordo com a necessidade, o empreendedor
podem gerar ou geram impactos ambientais de tem que fazer a publicação em Diário Oficial e em
grande significância. Diferentemente das solicita- canais de comunicação de grande circulação por
ções realizadas com o EAS ou o RAP, em que se duas vezes antes da obtenção da LAP, no prazo
faz necessária a solicitação do EIA, o solicitante de:
tem que realizar seu pedido apresentando, além
da documentação básica, outros documentos, os ƒ 15 dias após a entrega do plano de tra-
quais deverão conter todos os detalhes do em- balho, sendo que a população possui
preendimento. Deverá apresentar, também, um um tempo maior em que poderá solici-
diagnóstico simplificado da área de influência. tar um nível maior de detalhamento do
Os órgãos ambientais podem manifestar re- estudo: 45 dias;
comendações das metodologias escolhidas para ƒ 15 dias após a entrega do EIA/RIMA, mo-
a previsão dos impactos, solicitando revisões, mento em que é protocolado o pedido
se necessário, de acordo com o tipo de impacto de LAP. Logo após, o EIA deve ser con-

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feccionado, no prazo de 180 dias após a ƒ apontar a viabilidade ambiental do em-


entrega do plano de trabalho. Vale res- preendimento, com as condições para a
saltar que a Companhia de Tecnologia LAI e a LAO.
de Saneamento Ambiental (CETESB) irá
definir o TR, cujo conteúdo deve con-
Para fazer a análise do EIA, é preciso aten-
ter um escopo dos estudos que serão
der à legislação ambiental vigente; ela é feita pelo
realizados com base na análise feita no
Plenário do Conselho Estadual de Meio Ambien-
plano de trabalho. Ademais, a popula-
te (CONSEMA), por meio de uma solicitação do
ção terá 45 dias para se manifestar por
secretário do Meio Ambiente ou por decisão do
escrito à CETESB.
Plenário, mediante requerimento de um quarto
de seus membros. O CONSEMA emite uma deli-
Após essas etapas, a CETESB estuda o EIA e beração com a aprovação do empreendimento
emite um parecer técnico que poderá apresentar e a encaminha à CETESB, que em seguida libera
as seguintes possibilidades de decisão: uma LAP, estabelecendo seu prazo de validade e
fazendo, ainda, a publicação da concessão da li-
ƒ indeferir o pedido de licença, publican- cença no Diário Oficial do Estado.
do no Diário Oficial do Estado o indefe-
rimento;

4.4 Sistema de Licenciamento Ambiental Simplificado (SILIS)

O SILIS é um sistema inovador do estado de


São Paulo, que utiliza a certificação digital, ou seja,
os documentos e relatórios são enviados on-line,
dentro do sistema desenvolvido e instalado no sí-
tio eletrônico da CETESB. Além desse diferencial,
outras vantagens são apresentadas, como emis-
são de LAP, LAI e LAO em um único documento,
simplificando e dando maior agilidade para as
atividades que têm baixo potencial de causar im-
pacto ambiental e que não são fontes de polui-
ção. Portanto, esse sistema foi criado para facilitar
a obtenção de licenças para os empreendimentos
que são classificados como baixos poluidores. O
SILIS também pode ser utilizado para pedidos de
renovação da LAO.

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Atenção
“Poderão utilizar o SILIS, os empreendimentos que:
• Desenvolvam atividades passíveis de municipalização do licenciamento, conforme previsto no Anexo 9 do
Regulamento da Lei Estadual N° 997, de 31 de maio de 1.976, aprovado pelo Decreto Estadual N° 8.468, de 8
de outubro de 1.976, e suas alterações;
• Para sua implantação não realizem intervenções que obriguem consulta ao Departamento Estadual de Pro-
teção dos Recursos Naturais – DEPRN;
• No seu processamento industrial não realizem operações de tratamento térmico, tratamento superficial e
fundição de metais;
• No seu processamento industrial não realizem operações de lavagem e/ou desinfecção de material plástico
para recuperação;
• Tenham capacidade de armazenamento de Gás Liqüefeito de Petróleo – GLP inferior a 4.000 kg; e
• Atendam aos critérios de porte
• Além dos critérios acima, na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, somente poderão utilizar o SILIS
empreendimentos que:
• Estejam localizados fora de Área de Proteção de Mananciais – APM;
• Desenvolvam atividades classificadas como Categoria ID, conforme estabelecido na Lei Estadual Nº 1.817/78,
de 27 de outubro de 1.978, seu regulamento e alterações; e
• Não realizem queima de combustíveis” (CETESB, 2010).

A seguir, apresentamos algumas atividades


que podem fazer o licenciamento com o SILIS:

Figura 5 – Atividades autorizadas a utilizar o SILIS.

Fonte: CETESB (2010).

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4.5 Estudo de Caso

Para obter a LAP, qualquer estudo deve con-


ter as alternativas de localização e de produtos e
processos, de acordo com seus objetivos refe-
rentes à etapa de planejamento do projeto. Para
ilustrar, apresentamos alternativas sugeridas para
um empreendimento:

“Alternativas Locacionais
Considerando que a área destinada à implantação da ETE, localiza-se em zona 18 (área a ser protegida
devido a interesse ambiental e/ou sócio-cultural), porém esta classificação foi devido à respectiva área
pertencer à área de praça do loteamento industrial do Pólo de Alta Tecnologia da CIATEC, caracterizado
por uma área no entorno bem mais ampla e que pertence à zona 16 (área estritamente industrial com
características específicas de distritos industriais), como pode-se observar mais adiante, através das
Ilustrações 2.4 com cadastramento de indústrias na área de contribuição do sistema Boa Vista e 5.51 -
Uso do Solo que a ocupação no entorno é estritamente industrial podendo ser identificadas algumas
indústrias mais próximas à área como a Air Liquide Brasil Ltda, Instituto Nacional da Tecnologia da
Informação, Ceralit S.A Indústria e Comércio, APW Brasil Ltda, Ashland Resinas Ltda. A área prevista
para a ETE Boa Vista apresenta, portanto, compatibilidade com o zoneamento urbano, sendo que a
SANASA já possui uma ETE na mesma área, a qual deverá ser desativada após implantação da ETE Boa
Vista. Outro fator determinante para implantação da ETE no local pretendido é que SANASA através
do Decreto Municipal nº 14.057 de 03 de setembro de 2002, que permite o uso de para aquisição da
mesma, além do que os impactos causados pela atual ETE CIATEC serão minimizados ou potencializados
com a instalação de uma nova ETE que deverá aumentar a capacidade de tratamento de esgoto para
a mesma bacia de contribuição, partindo dos atuais 25 l/s para 384 l/s, no ano 2020. A área da ETE
localiza-se ainda no setor de menor cota dentro da bacia de contribuição o que reduz a necessidade
de energia para recalque de esgoto para tratamento. Outro fator a se considerar é a facilidade de
acesso à ETE existente, já conhecidos pela SANASA, sendo os acessos os mesmo para a Futura ETE, a
ser instalada em área contígua à existente. Portanto considerando todos estes fatores, a SANASA não
estudou outras alternativas locacionais para instalação da futura ETE, sendo que sua localização pode
ser observada nas Ilustrações 1.1 e 1.2” (SANASA, 2003, p. 17).

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A seguir, temos as fases do licenciamento


no estado de São Paulo:

Figura 6 – Fases do licenciamento.

Fonte: São Paulo (2006, p. 10).

Na elaboração do projeto para obtenção da ƒ verificar os impactos reais do projeto


LAI, a equipe do empreendedor deve estar atenta antes e depois da implantação;
a: ƒ fazer um comparativo com as previsões;
ƒ ser um dispositivo de alerta para a ne-
ƒ entradas e saídas, bem como processos cessidade de intervenção no caso de os
dos insumos; impactos ultrapassarem certos limites;
ƒ processo produtivo; ƒ avaliar a capacidade do EIA de fazer
ƒ produtos e resíduos gerados, devendo previsões válidas e formular recomen-
ser consideradas as medidas de contro- dações para a melhoria de futuros EIAs
le adequadas. de projetos similares ou localizados no
mesmo tipo de meio.

O empreendedor só poderá dar início à


construção, reforma, instalação ou ampliação de Vamos apresentar alguns conteúdos que
seu empreendimento após a obtenção da LAI. Ele podem constar em um plano de controle e moni-
poderá solicitar a LAO assim que obter a LAI e co- toramento de impactos:
meçar a construção do projeto.
No plano de gestão elaborado, devem ƒ programa de comunicação social;
constar todas as medidas mitigadoras, compen- ƒ programa de educação ambiental para
satórias e de valorização dos impactos positivos. a mão de obra;
Outro plano, chamado plano de monitoramento, ƒ programa de recomposição da mata ci-
deve ser desenvolvido, tendo como objetivos: liar;

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ƒ programa de monitoramento da fauna;


ƒ plano de monitoramento da qualidade
da água;
ƒ plano de monitoramento da eficiência
da estação de tratamento de esgoto;
ƒ programa de monitoramento de ero-
são/assoreamento;
ƒ programa de recuperação das áreas de
canteiros de obras.

4.6 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Aqui, apresentaremos as principais informações contidas neste capítulo, mas não se esqueça de
que todas as informações são importantes! Bons estudos!
Tivemos a oportunidade de estudar conceitos relacionados aos procedimentos do licenciamento
ambiental, enfatizando definições e as fases do licenciamento. Vimos também um estudo de caso basea-
do no exemplo do licenciamento ambiental no estado de São Paulo.

4.7 Atividades Propostas

1. O que se faz necessário para solicitar a LAP?

2. Em que consiste o SILIS?

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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS

CAPÍTULO 1

1. Devemos ter cuidado para não confundir aspectos ambientais com impactos ambientais. De
acordo com o art. 1º da Resolução CONAMA nº 001/1986, impacto ambiental é

qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem diretamente
ou indiretamente:
x A saúde, a segurança, e o bem estar da população;
x As atividades sociais e econômicas;
x A biota;
x As condições estéticas e sanitárias ambientais;
x A qualidade dos recursos ambientais.

Essa definição está atrelada a qualquer alteração significativa causada por um empreendimen-
to, podendo ser negativa ou positiva. Já a definição de aspecto ambiental está associada aos
elementos produzidos nas atividades, produtos ou serviços de uma organização que podem
interagir com o meio ambiente. Podemos citar alguns exemplos de aspectos ambientais que
não são os objetivos primeiros das atividades humanas e, sim, consequências do desenvol-
vimento de diversas atividades, como a geração de efluentes, de resíduos ou de ruídos e a
emissão de poluentes atmosféricos. Podemos achar que a geração de esgoto e de ruídos e a
emissão de gases na atmosfera são impactos, quando, na verdade, não são. Estes são exemplos
de aspectos ambientais que podem desencadear os impactos caso não seja tomada nenhuma
atitude, tanto para evitar ou reduzir a geração/emissão quanto para minimizar os impactos
prováveis.

2. Os profissionais que trabalham na área ambiental têm de estar atentos e conhecer as exigências,
normas e procedimentos legais federais, estaduais e/ou municipais estabelecidos para a insta-
lação e funcionamento de um determinado empreendimento (BARROS; MONTICELLI, 1998). Os
órgãos são divididos em:

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ORGÃOS FINALIDADE

ÓRGÃO SUPERIOR A sua função é auxiliar o Presidente da República na formulação


Conselho do Governo da Política Nacional do Meio Ambiente.

A finalidade do CONAMA é estudar e propor diretrizes e políticas


ÓRGÃO CONSULTIVO E
governamentais para o meio ambiente e deliberar, no âmbito de
DELIBERATIVO -CONAMA - Conselho
sua competência, sobre normas, padrões e critérios de controle
Nacional do Meio Ambiente
ambiental. O CONAMA assim procede através de suas resoluções.
ÓRGÃO CENTRAL
Encarregado de planejar, coordenar e supervisionar as ações
Ministério do Meio Ambiente, dos
relativas à Política Nacional do Meio Ambiente. Como órgão
Recursos Hídricos e da Amazônia
federal implementa os acordos internacionais na área ambiental.
Legal

ÓRGÃO EXECUTOR
Entidade autárquica, dotada de personalidade jurídica de direito
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio
público e autonomia administrativa, é a encarregada da execução
Ambiente e dos Recursos Naturais
da Política Nacional para o Meio Ambiente e sua fiscalização.
Renováveis

São entidades estaduais responsáveis pela execução de


programas e projetos de controle e fiscalização das atividades
potencialmente poluidoras (Secretarias Estaduais de Meio
ÓRGÃOS SECCIONAIS Ambiente e entidades supervisionadas como a Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental-CETESB, no estado de São
Paulo, e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente-
FEEMA, do Rio de Janeiro).
São órgãos ou entidades municipais voltadas para o meio
ambiente, responsáveis por avaliar e estabelecer normas, critérios
ÓRGÃOS LOCAIS
e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade
Entidades ou Órgãos Municipais
do meio ambiente com vistas ao uso racional de seus recursos,
supletivamente ao Estado e à União.
Fonte: IPT/CEMPRE (1995).

3. A AIA é uma ferramenta política de planejamento ambiental que tem como principal objetivo
prevenir danos ambientais, sendo, assim, utilizada mundialmente. Para Sanchéz (2004), uma
AIA pode ter como objetivos:
ƒ prever os impactos potenciais que um projeto de engenharia poderá ocasionar após sua
implantação;
ƒ estudar as alterações ambientais ocorridas em um local ou região, em decorrência de uma
atividade individual ou de uma série de atividades humanas, passadas ou presentes;
ƒ identificar ou interpretar os “efeitos e impactos ambientais” decorrentes das atividades de
uma organização, nos termos das normas técnicas da série ISO 14000;
ƒ analisar os impactos ambientais decorrentes do processo de produção, utilização e descar-
te de um determinado produto, sendo também denominada análise de ciclo de vida.

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Planejamento e Avaliação de Impactos Ambientais

CAPÍTULO 2

1. O processo de AIA segue uma sequência ordenada de atividades. Com isso, é possível fazer
uma análise crítica sobre os possíveis impactos ambientais que um determinado empreendi-
mento ou atividade poderá causar ao meio ambiente. Todo esse processo é regulamentado
pelos órgãos estaduais, que irão definir os procedimentos a ser executados. As peculiaridades
de cada jurisdição são respeitadas, priorizando um ou outro procedimento. Vale a pena ressal-
tar que existem três etapas básicas que devem ser realizadas:
ƒ etapa inicial: determina a necessidade de realizar um estudo minucioso que possui como
finalidade antever os possíveis impactos ambientais de uma futura ação;
ƒ etapa de análise detalhada: sua aplicação se faz necessária quando temos casos em que
as atividades possuem potencial de causar impactos significativos;
ƒ etapa pós-aprovação: após a aprovação do empreendimento, faz-se necessária a conti-
nuidade da AIA, com a aplicação de medidas de gestão para monitorar os impactos reais
causados pela atividade.

2. Fazer a classificação e interpretação dos impactos tem como finalidade a identificação das
ações de prevenção e/ou mitigação que são prioritárias. A equipe deve considerar os impactos
adotando critérios científicos que avaliem o prejuízo à qualidade de vida da população afetada.
Não devemos buscar um padrão para as AIAs, visto que existem metodologias para cada caso,
o que nos permite uma melhor avaliação do contexto analisado. Os critérios para a classificação
dos impactos irão variar de acordo com a equipe envolvida com a AIA, mas sempre se deve
deixar clara a justificativa das escolhas feitas.

3. Os principais métodos são:

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Cristiano Alves de Carvalho

CAPÍTULO 3

1. Temos os seguintes conteúdos:


ƒ meio físico: subsolo, águas, ar e clima, destacando os recursos minerais, topografia, tipos e
aptidões de solo, corpos d’água, regime hidrológico, correntes marinhas e correntes atmos-
féricas;
ƒ meio biológico e ecossistemas naturais: fauna e flora, destacando as espécies indicado-
ras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e/ou ameaçadas de extin-
ção e as de preservação permanente;
ƒ meio socioeconômico: uso e ocupação do solo, da água e socioeconômica, destacando
os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, relações de
dependência na sociedade local e potencial utilização futura desses recursos.

2. O RIMA deve conter todas as conclusões do EIA e ser elaborado em linguagem simples, com o
objetivo de facilitar a comunicação dos resultados entre a equipe técnica do proponente e a
comunidade interessada em participar da tomada de decisão quanto à viabilidade ambiental
do empreendimento, que terá a oportunidade de analisar o estudo antes de sua participação
na audiência pública.

3. Por definição, mitigar o impacto é uma tentativa de evitar o impacto negativo e, sendo impos-
sível evitá-lo, procurar corrigi-lo, recuperando o ambiente. Entre as medidas mitigadoras previs-
tas, prevê-se a compensação dos possíveis danos como forma de indenização. De acordo com
a Resolução nº 10/1987, para todo licenciamento de empreendimentos que possam causar a
destruição de quaisquer ecossistemas, devemos prever alguma medida compensatória, como,
por exemplo, a construção de um parque ecológico.

CAPÍTULO 4

1. Para solicitar a LAP, é preciso encaminhar o RAP com toda a documentação para o órgão licen-
ciador e, em seguida, realizar a publicação do pedido em Diário Oficial, em jornais e em revistas
de grande circulação na região. Esse tipo de documento é necessário para todas as atividades
que podem gerar ou geram impactos efetivamente, sendo causadoras de degradação ambien-
tal.

2. É um sistema que foi criado para facilitar a obtenção de licenças para os empreendimentos que
são classificados como baixos poluidores. Também pode ser utilizado para pedidos de reno-
vação da LAO. O SILIS é um sistema inovador do estado de São Paulo, que utiliza a certificação
digital, ou seja, os documentos e relatórios são enviados on-line, dentro do sistema desenvolvi-
do e instalado no sítio eletrônico da CETESB. Além desse diferencial, outras vantagens são apre-
sentadas, como a emissão de LAP, LAI e LAO em um único documento, simplificando e dando
maior agilidade para as atividades que têm baixo potencial de causar impacto ambiental e que
não são fontes de poluição.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº
001, de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 fev. 1986. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 5 jan. 2010.

______. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n. 237, de 19
de dezembro de 1997. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 dez. 1997. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html>. Acesso em: 5 jan. 2010.

COMPANHIA Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.


br/>. Acesso em: 5 jan. 2010a.

______. Legislação ambiental. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamentoo/


legislacao/federal/constituicao/constituicao.asp>. Acesso em: 5 jan. 2010b.

______. Licenciamento ambiental simplificado. Disponível em: <http://silis.cetesb.sp.gov.br/index.


php>. Acesso em: 5 jan. 2010c.

SANCHÉZ, L. H. Avaliação de impacto ambiental. Notas de aula do curso de Pós-Graduação em Gestão


Ambiental. São Paulo, mar./abr. 2004.

______. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.

SOCIEDADE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO (SANASA). Elaboração dos projetos básico


e executivo e apresentação de Relatório Ambiental Preliminar (RAP) da estação de tratamento de
esgotos do sistema Boa Vista, em Campinas/SP. Relatório ambiental preliminar. Campinas, 2003.

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