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932 REVISÃO | REVIEW

Estratégias de educação alimentar e


nutricional na Atenção Primária à Saúde:
uma revisão de literatura
Food and nutrition education strategies in Primary Health Care: a
literature review

Camila de Jesus França1, Vivian Carla Honorato dos Santos de Carvalho2

RESUMO O presente trabalho objetivou revisar de forma sistemática a produção científica


sobre intervenções de educação alimentar e nutricional com indivíduos adultos no campo
da Atenção Primária à Saúde no Brasil, no período de 2006 a 2016. Foram selecionados 11
artigos que responderam aos critérios de elegibilidade. Observou-se uma descrição breve das
bases teórico-metodológicas, limitando a reprodução das intervenções. As práticas educativas
desenvolvidas possuem pouco enfoque na promoção da saúde e uma forte tendência metodo-
lógica clássica, sendo necessários estudos qualitativos, com a percepção da autonomia, e que
ampliem o uso de metodologias ativas nos processos de intervenção.

PALAVRAS-CHAVE Educação alimentar e nutricional. Atenção Primária à Saúde. Serviços de


saúde.

ABSTRACT This study aimed to systematically review the scientific production on interventions
of food and nutritional education with adults individuals in the area of Primary Health Care in
Brazil, in the period from 2006 to 2016.11 articles were selected which responded to the egibili-
lty criteria. A brief description of the theoretical-methodological bases was observed, limiting
the production of interventions. The educational practices developed have little focus on health
promotion and strong classical methodological tendency. It is necessary to perform qualitative
studies with perception of autonomy and that will increase the use of active methodologies in the
intervention processes.

KEYWORDS Food and nutrition education. Primary Health Care. Health service.

1 Universidade Federal da
Bahia (UFBA), Instituto
Multidisciplinar em
Saúde (IMS) – Vitória da
Conquista (BA), Brasil.
mylah12@yahoo.com.br

2 Universidade Federal da

Bahia (UFBA), Instituto


Multidisciplinar em
Saúde (IMS) – Vitória da
Conquista (BA), Brasil.
vihonorato@hotmail.com

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 41, N. 114, P. 932-948, JUL-SET 2017 DOI: 10.1590/0103-1104201711421
Estratégias de educação alimentar e nutricional na Atenção Primária à Saúde: uma revisão de literatura 933

Introdução Nota-se, a partir de então, como a EAN


se torna pertinente no que tange às polí-
A Educação Alimentar e Nutricional ticas públicas de alimentação e nutrição
(EAN) se conceitua como um objeto de devido à necessidade de ampliar a dis-
ação multiprofissional, intersetorial e cussão sobre as possibilidades, limites e o
transdisciplinar, em que o conhecimento modo como a EAN é realizada, resultando
e o aprendizado, contínuo e permanente, em ações governamentais, especialmen-
propõem-se a desenvolver a autonomia e te as desenvolvidas pelos Ministérios do
a voluntariedade ante os hábitos alimen- Desenvolvimento Social e de Combate
tares saudáveis, fazendo o uso de recursos à Fome, levando à construção do Marco
e abordagens educacionais ativas e pro- de Referência de Educação Alimentar e
blematizadoras (BRASIL, 2012B). Dessa forma, Nutricional para as Políticas Públicas, que
a EAN protagoniza importante eixo na reflete uma importante etapa de valoriza-
promoção de hábitos alimentares saudá- ção dessas ações (GREENWOOD; FONSECA, 2016).
veis, sendo uma estratégia indispensável A Atenção Primária à Saúde (APS) é re-
dentro das políticas públicas em alimenta- conhecida como uma estratégia essencial
ção e nutrição (BOOG, 2013). no combate à disparidade da assistência à
A educação nutricional vem sofrendo saúde no Brasil, representando o contato
importantes modificações no decorrer do preferencial dos usuários com os sistemas
tempo. Percebe-se que, na década de 1940, de saúde. No País, o termo APS é conside-
as estratégias se baseavam em ensinar a rado equivalente ao termo Atenção Básica
alimentação dita como correta, com um (AB), sendo os termos utilizados nas polí-
olhar puramente biológico, sendo preva- ticas e literatura nacional. O desenvolvi-
lente o binômio alimentação-educação. A mento das ações na APS parte de técnicas
partir da década de 1970, ocorre um redi- educativas que possam intervir no proces-
recionamento das políticas de alimentação so de saúde-doença da população. Nesse
e nutrição, em que a renda é considerada a sentido, a alimentação e a nutrição fazem
principal dificuldade em se obter uma ali- parte das condições básicas para a pro-
mentação saudável, e não mais a educação. moção e proteção à saúde, sendo que as
Além disso, a educação nutricional passa estratégias de EAN representam papel fun-
a ser vista como uma prática não ética e damental no contexto da AB e, em especial,
desnecessária, com poucos estudos sendo na Estratégia Saúde da Família (ESF), que
desenvolvidos, ficando por duas décadas surge para reorganizar a rede de atenção a
praticamente ausente entre os programas fim de aproximar o trabalho educativo na
de saúde pública (BOOG, 1997; GREENWOOD; comunidade, ampliando o seu campo de in-
FONSECA, 2016). A partir de 1990, surgem tervenções (ALENCAR ET AL., 2016; BRASIL, 2012A; JAIME
então pesquisas relacionadas com a saúde ET AL., 2011; OLIVEIRA; PEREIRA, 2013).
que apontavam a influência dos hábitos Segundo Pimentel et al. (2011), a maior
alimentares como causas para o aumento demanda de atendimentos na ESF é repre-
das doenças crônicas não transmissíveis, sentada pela população adulta. Isso pode
sendo surpreendidos com obesidade como estar relacionado com a alta frequência
um grande problema de saúde pública, de doenças crônicas não transmissíveis
posicionando a EAN como uma medida que acometem essa faixa etária, além das
imprescindível perante a proteção e a mudanças demográficas que vêm ocor-
construção de hábitos saudáveis no en- rendo no Brasil com a diminuição da fe-
frentamento dos problemas alimentares e cundidade e da mortalidade infantil e com
nutricionais do contexto atual (BRASIL, 2012A). o aumento da expectativa de vida. Além

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disso, ressalta-se a importância de com- Estratégias de busca


preender as intervenções aplicadas na
população adulta nos serviços de saúde da Utilizou-se como metodologia a busca bi-
atenção primária e como tal fato é relevan- bliográfica de artigos nas bases de dados
te para a promoção da saúde desse grupo Scientific Electronic Library Online
específico. (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde
Mesmo diante dos avanços e acúmulos e no Periódico Capes (Coordenação de
de conhecimento sobre EAN e sua crescente Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
valorização, sobretudo nas políticas públicas Superior), a fim de reconhecer artigos cientí-
em alimentação e nutrição, seu âmbito de ficos publicados entre os anos de 2006 e 2016.
atuação não está distintamente definido, dis- A busca teve como descritores os termos ‘edu-
pondo de diferentes entendimentos quanto cação alimentar e nutricional’ AND ‘centros
a sua abordagem prática e conceitual, bem de saúde’, AND ‘estratégia saúde da família’,
como um consenso das dificuldades de de- AND ‘atenção primária à saúde’ AND ‘servi-
senvolver intervenções em decorrência da ços de saúde’, bem como seus corresponden-
baixa existência de referenciais teóricos, tes em inglês, ‘food and nutrition education’
metodológicos e operacionais, havendo es- AND ‘health centers’, AND ‘family health stra-
cassas referências quanto aos elementos que tegy’ AND ‘primary health care’, AND ‘health
presidem sua prática (SANTOS, 2012). services’. Os artigos foram pré-selecionados
Diante do exposto, evidencia-se a impor- pelos títulos em que deveriam conter refe-
tância de estudos que favoreçam a promoção rência à EAN e/ou intervenção nutricional
de práticas no âmbito da EAN verdadei- na atenção primária seguido da leitura dos
ramente efetivas. Desse modo, o presente resumos de livre acesso.
estudo teve como objetivo revisar de forma Foi definida APS como descritor, visto
sistematizada a produção científica brasilei- esse ter um reconhecimento internacional
ra sobre intervenções de EAN com indiví- e ser sinônimo do descritor ‘atenção básica’.
duos adultos no campo da APS no Brasil, no
período de 2006 a 2016.
Critérios de elegibilidade
Metodologia Todo o material obtido pelo sistema de
busca referido foi submetido aos seguintes
Esse estudo foi desenvolvido segundo cri- critérios de inclusão: ser artigos originais, de
térios de revisão sistemática, em que ini- acesso livre, ser publicado nos periódicos de
cialmente produziu-se um protocolo para 2006 a 2016, propor intervenções e/ou ava-
conduzir a revisão. De acordo com esse pro- liações de atividades abrangendo a educação
tocolo, foram selecionados todos os estudos nutricional na APS, participantes com idade
cujos títulos ou resumos mencionassem a maior que 20 anos, independentemente do
apresentação de dados originais sobre EAN sexo, etnia e nível socioeconômico, e artigos
e práticas de intervenção em adultos atendi- desenvolvidos no Brasil.
dos na APS no Brasil. Foram utilizados como critérios de exclu-
Para nortear a pesquisa, foi definida como são: ser artigos curtos, teses, trabalhos que
questão de pesquisa: Que intervenções estão não foram publicados no período conside-
sendo utilizadas como instrumento para rado e/ou que não estivessem inseridos nas
EAN com usuários adultos de serviços de referidas bases de dados, estudos sem acesso
saúde na atenção primária no Brasil? livre, além dos artigos que não aplicaram

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Estratégias de educação alimentar e nutricional na Atenção Primária à Saúde: uma revisão de literatura 935

algum tipo de intervenção nesse âmbito, ou no estudo de Ramos, Santos e Reis (2013) que,
seja, não realizaram ou avaliaram atividades dos artigos selecionados, fundamentou-se
de educação nutricional na atenção primária a categorização de periódicos no Qualis/
ou foram desenvolvidos com crianças, ado- Capes, tendo como parâmetro a área de ava-
lescentes, gestantes e lactantes e/ou que não liação de nutrição, sendo que as revistas que
foram desenvolvidos no Brasil. possuem classificação A1 representavam o
Foram incluídas publicações em portu- maior indicativo de qualidade dos veículos
guês e inglês, sendo rejeitados os artigos de divulgação, e C, o menor indicador.
repetidos nas bases de dados. A seleção
dos estudos levantados foi categorizada de
acordo com o tipo de estudo, objetivos, pú- Resultados
blico-alvo, local da pesquisa e ano de publi-
cação do artigo, bem como as revistas em que A busca foi realizada, segundo estratégia
estavam relacionadas, metodologia aplicada predefinida, resultando em um achado de
e seus principais resultados. 2.506 estudos, referenciados em três bases
dados: SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde
e o Periódico Capes, por meio de descrito-
Avaliação dos artigos res em inglês e português, publicados entre
segundo a classificação dos os anos de 2006 e 2016, sendo encontrados:
200 estudos na base SciELO, 1.364 estudos
periódicos na base Biblioteca Virtual em Saúde e 942
estudos na base Periódico Capes. Deste total
Com o intuito de avaliar as revistas a que os de estudos, foram selecionados 11 trabalhos
estudos estavam veiculados, utilizou-se a sobre intervenções em EAN na APS em indi-
classificação de periódicos do Qualis/Capes, víduos adultos com idade acima de 20 anos.
tendo como referência a área de avaliação de A figura 1 apresenta o fluxograma da seleção
nutrição e saúde coletiva, como pode ser visto dos artigos.

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Figura 1. Fluxograma das etapas de seleção dos artigos revisados

Artigos obtidos na pesquisa Artigos excluídos pela leitura dos


bibliográfica: n=2.506 títulos: n=2.431
Texto que não foi possível acesso:
n=36

Artigos selecionados pelo título


para leitura de resumo: n=39

Artigos excluídos após leitura de resumo


com justificativa: n=24
A intervenção não era em Atenção
Primária à Saúde: n=11
O trabalho não estava no formato
de artigo: n=7
Intervenções realizadas em outros
países: n=4
Não era intervenção: n=2

Artigos duplicados: n=2

Artigos em texto completo


avaliados para elegibilidade:
n=13

Número de artigos em texto completo


excluído: n=2
Trabalho apresentava metodologia
não adequada: n=1
Trabalho duplicado: n=1
Estudos selecionados: n=11

Para a identificação das revistas na qual Qualis B2, 36,4% com Qualis B3 e 18,2% dos
os artigos foram publicados utilizou-se o artigos com Qualis B4 e B5, não havendo re-
sistema de classificação Qualis/Capes. Dos vistas que possuíssem classificação A1e C,
artigos selecionados, 45,4% apresentaram como está categorizado no quadro 1.

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Estratégias de educação alimentar e nutricional na Atenção Primária à Saúde: uma revisão de literatura 937

Quadro 1. Classificação dos estudos segundo o Qualis


Estudo Revista Qualis
Deus et al., 2015 Revista Ciência & Saúde Coletiva B2
Mendonça; Lopes, 2012 Revista da Escola de Enfermagem da USP B3
Ribeiro et al., 2012 Revista de Nutrição B2
Gomes et al., 2013 Revista Brasileira em Promoção da Saúde B3
Anunciação et al., 2012 Revista Baiana de Saúde Pública B5
Machado et al., 2016 Revista Ciência & Saúde Coletiva B2
Gandra et al., 2011 Revista Brasileira em Promoção da Saúde B3
Teixeira et al., 2013 Revista Ciência& Saúde Coletiva B2
Silva et al., 2012 Revista de APS – Atenção Primária à Saúde B3
Silva et al., 2013 Revista de Nutrição B2

Silva; Quintão, 2015 Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento B4

USP (Universidade de São Paulo); APS (Atenção Primária à Saúde).

Os estudos que elaboraram alguma inter- os estudos encontrados iniciam-se com o ano
venção com base na educação nutricional de publicação em 2011, não sendo encontra-
realizada dentro da APS no Brasil, e que ava- dos artigos anteriores a esse período. Quanto
liaram os resultados após a execução, foram ao local em que os estudos foram executa-
caracterizados no quadro 2 quanto: ao autor, dos, nota-se que 81,8% dos trabalhos foram
ao ano de publicação, ao local do estudo, ao desenvolvidos no estado de Minas Gerais,
tipo de estudo e à revista em que foram pu- 9,1% no estado de São Paulo e 9,1% no estado
blicados. Observa-se que, mesmo os artigos de Sergipe, demonstrando uma predominân-
sendo refinados no período de 2006 a 2016, cia na região Sudeste.

Quadro 2. Estudos de intervenção em educação alimentar e nutricional em adultos atendidos na APS no Brasil quanto ao local de realização, tipo de
estudo e revista na qual foram publicados no País no período de 2006 a 2016

Estudo Ano Local do Estudo Tipo de Estudo Revista


Deus et al. 2015 Belo Horizonte (Minas Gerais) Intervenção não aleatória Revista Ciência & Saúde Coletiva
Mendonça; Lopes 2012 Região leste de Belo Horizonte Intervenção Quase-experimental Revista da Escola de Enfermagem da USP
(Minas Gerais)
Ribeiro et al. 2012 Porto Firme (Minas Gerais) Intervenção de abordagem qualiquan- Revista de Nutrição
titativa
Gomes et al. 2013 Diadema (São Paulo) Longitudinal e natureza quantitativa, Revista Brasileira em Promoção da Saúde
com intervenção educativa
Anunciação et al. 2012 Ouro Preto (Minas Gerais) Estudo de intervenção Revista Baiana de Saúde Pública
Machado et al. 2016 Área urbana de um município Intervenção longitudinal, comparativo, Revista Ciência & Saúde Coletiva
de pequeno porte do tipo ensaio comunitário
Gandra et al. 2011 Diamantina (Minas Gerais) Estudo de intervenção do tipo antes e Revista Brasileira em Promoção da Saúde
depois
Teixeira et al. 2013 Aracaju (Sergipe) Estudo do tipo pré-teste/pós-teste Revista Ciência& Saúde Coletiva

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938 FRANÇA, C. J.; CARVALHO, V. C. H. S.

Quadro 2. (cont.)

Silva et al. 2012 Belo Horizonte (Minas Gerais) Estudo de intervenção Revista de APS – Atenção Primária à Saúde
Silva et al. 2013 Belo Horizonte (Minas Gerais) Intervenção aberta e não controlada Revista de Nutrição
Silva; Quintão 2015 Muriaé (Minas Gerais) Intervenção do tipo longitudinal, qualita- Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e
tiva e quantitativa Emagrecimento
USP (Universidade de São Paulo); APS (Atenção Primária à Saúde).

O quadro 3 discrimina os artigos quanto: associando a prática de exercício físico com


aos objetivos do estudo, à metodologia a intervenção em EAN. Os outros artigos dis-
desenvolvida e aos principais resultados punham de intervenções sobre uma popula-
obtidos. Sobre os objetivos, observou-se que ção específica com alguma Doença Crônica
36,4 % dos estudos tinha por objetivo avaliar Não Transmissível (DCNT), como hiper-
uma intervenção em EAN sobre um grupo tensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e
específico que estivesse vinculado à APS, obesidade, sem associação com a prática de
mais precisamente sobre o público que fre- exercícios físicos apenas com o desenvolvi-
quentava a Academia da Saúde, como pode mento de atividades em EAN.
ser visto em 4 dos 11 estudos selecionados,

Quadro 3. Categorização dos artigos que apresentam estudos de intervenção em educação alimentar e nutricional em adultos atendidos na APS no
Brasil quanto aos objetivos, metodologia e principais resultados, publicados no Brasil no período de 2006 a 2016

Metodologia
Objetivos Principais resultados
Público-alvo Período Intervenção Avaliação da intervenção
Deus et al., 2015
Avaliar o impacto de inter- 124 mulheres 11 meses Participantes expostas à Antropometria e indicadores Impacto positivo no perfil
venção nutricional associa- participantes do intervenção nutricional com dietéticos antes da inter- alimentar e antropomé-
da à prática de exercícios Programa Acade- o uso de ilustrações por venção e após 11 meses de trico.
físicos sobre o perfil ali- mia da Saúde de meio de materiais educati- seu início.
mentar e antropométrico Belo Horizonte, vos e lúdicos, como réplicas,
de usuárias do Programa MG. fotos de alimentos e medi-
Academia da Saúde no das caseiras, além de jogos
município de Belo Horizon- educativos e teatro, bem
te (MG). como da atividade física
pelo educador físico.
Mendonça; Lopes, 2012
Avaliar o efeito de inter- 167 usuários que 7 meses A intervenção contou com Após a intervenção, houve a Adoção de hábitos ali-
venções nutricionais rela- realizavam exer- a avaliação por meio de reavaliação antropométrica, mentares saudáveis e
cionados com os exercícios cício físico regular anamnese nutricional, an- aferição da PA e aplicação redução da CC eadequa-
físicos regulares e hábitos na academia tropometria e aferição da do questionário ‘Como está ção da PA sistólica.
alimentares, sobre asmedi- desaúde. PA,atendimento nutricional sua alimentação?’.
das físicas de usuários de coletivo e individual e a
um serviço de promoção prática de exercício físico.
da saúde, a Academia da
Saúde de Belo Horizonte –
Minas Gerais, Brasil.

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Estratégias de educação alimentar e nutricional na Atenção Primária à Saúde: uma revisão de literatura 939

Quadro 3. (cont.)

Ribeiro et al., 2012


Analisar a importância, a 27 mulheres entre 5 meses As participantes foram alo- Foram realizadas entrevis- O grupo que recebeu as
efetividade e as limitações 45 e 60 anos, cadas em dois grupos. Um tas e GF para conhecer a VD apresentou melhorias
de estratégias de educação com diagnóstico grupo com oficinas mensais percepção das participantes na avaliação clínica, com
em saúde, relacionadas confirmado de com vídeos, dinâmicas e sobre as atividades educa- redução dos parâmetros
com as orientações dieté- HAS. palestras, e outro grupo que tivas e as mudanças nos de IMC, da PA sistólica
ticas, no enfrentamento da participou das oficinas e hábitos alimentares. Antes e glicemia, enquanto o
problemática da adesão recebeu orientação individu- e após a intervenção, houve grupo que não recebeu
ao tratamento da HAS, no alizada e familiar no domicí- a avaliação antropométrica, orientações domiciliares
contexto do Programa de lio por nutricionista. aferição da PA, dos níveis de teve redução apenas da
Saúde da Família. glicemia ecolesterol. CC.
Gomes et al., 2013
Avaliar o impacto de um 63 pacientes de 7semanas Desenvolveram a educação Foi realizado com aplicação Redução das medidas
programa de educação ambos os sexos, nutricional por meio de de questionários no inicio e antropométricas, com
nutricional sobre o estado adultos e idosos, aulas expositivas e conver- no final de cada encontro, redução de peso, evolu-
nutricional e conhecimento alfabetizados, sas em grupo, discutindo com o intuito de avaliar ção no estado nutricional
alimentar de pacientes frequentadores diferentes temas referentes a compreensão de cada e melhoria no conheci-
com excesso de peso. de um grupo de à alimentação saudável e participante em relação ao mento sobre alimenta-
educação alimen- aplicação de questionários assunto desenvolvido na ção saudável.
tar para pessoas para avaliar o nível de co- educação nutricional e a
com excesso de nhecimento dos pacientes. avaliação antropométrica
peso. pré e pós-intervenção.
Anunciação et al., 2012
Avaliar o conhecimento 33 usuários, Out. e A educação nutricional se Entre o 7º e 20º dia após Não houve diferença entre
sobre alimentação entre adultos e idosos nov. de deu mediante avaliação an- a realização da dinâmica tempo de diagnóstico
pacientes com diagnóstico de ambos os 2010 tropométrica e aplicação de educativa, foram realizadas da doença e o nível de
de DM tipo 2 atendidos na sexos atendidos formulário para obtenção de visitas domiciliares para conhecimento acerca
UBS Bauxita, bem como na UBS Bauxita, dados sobre conhecimento uma nova aplicação do teste da alimentação. Entre
avaliar o perfil nutricional com diagnóstico em alimentação e fatores com o propósito de avaliar a os usuários de insulina,
dessas pessoas e sua de DM tipo 2. que possam interferir na eficácia de tal atividade. houve melhor nível de
relação com o nível de sua realização. Logo após, conhecimento do que
conhecimento acerca da foi realizada uma dinâmica aqueles que fazem uso do
doença. de grupo intitulada ‘Bingo medicamento oral.
Nutricional’.
Gandra et al, 2011
Avaliar o efeito de um pro- 23 pacientes 12 meses As atividades educativas Foi realizado por meio de Observou-se uma me-
grama de educação no co- diabéticos do tipo foram conduzidas por meio questionário semiestrutura- lhora no nível de conheci-
nhecimento e nas atitudes 1 ou 2, atendidos de técnicas instrucionais do, aplicado antes a após a mento dos participantes
sobre o DM de pacientes por duas UBS. como preleção dialogada, intervenção. após o trabalho educativo.
diabéticos acompanhados demonstração, teatro,
por duas UBS cidade de brainstorming, discussão e
Diamantina (MG). tarefa dirigida.
Teixeira et al., 2013
Avaliar a eficácia de dois 60 mulheres com 2 meses Divididos em dois grupos: Aplicação de questionário A intervenção nutricional
métodos de intervenção idade entre 19 e intervenção nutricional contendo 12 perguntas de educativa mais intensiva
nutricional educativa entre 59 anos partici- educativa menos intensiva, conhecimento a respeito por dois meses e de cará-
mulheres praticantes de pantes do Progra- realizada em um único do assunto. Avaliaram-se ter prático produziu efeito
atividade física regular ma Academia da momento com aula dinâmi- também as modificações desejado na mudança de
visando à modificação e à Cidade, vincula- ca, e intervenção nutricional realizadas na alimentação e comportamento alimentar
adoção de práticas alimen- das a cinco polos educativa mais intensiva, seus principais motivos con- e na redução do peso cor-
tares saudáveis. do programa. com 7encontros. duzidos ao final da interven- poral no grupo estudado.
ção e aferição das medidas
antropométricas.

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940 FRANÇA, C. J.; CARVALHO, V. C. H. S.

Quadro 3. (cont.)
Silva et al., 2012
Realizar intervenção nutri- 15 usuários dos 3 meses A educação nutricional se No primeiro e último encon- Foram verificadas modi-
cional integrada à prática serviços da UBS. deu em6 encontros, com tro foi aplicado o questioná- ficações importantes nos
de atividade física com oficinas educativas e de rio ‘Como está sua alimen- hábitos alimentares, na
usuários hipertensos que como cultivar hortas em tação?’, realizada avaliação qualidade de vida, com
praticam Lian Gong em locais pequenos, palestras antropométrica e da PA. redução significativa da
uma UBS de Belo Hori- dialogadas sobre alimenta- CC e da RCQ.
zonte. ção saudável e adequada na
prática de atividade física.
Silva et al., 2013
Avaliar as oficinas, com O número de 4 meses As intervenções educacio- Realizado com aplicação de A intervençãoteve poten-
foco na aquisição de in- participantes nais foram por meio de ofici- dois questionários: um para cial para a aquisição de
formações em nutrição e variou entre 71 e nas, baseadas nos 10 passos a avaliação da aquisição de informações em nutrição
na percepção de mudança 132 usuários. para uma alimentação informações e outro após e a adoção de hábitos
de hábitos alimentares de saudável e o guia alimentar três meses do encerra- alimentares saudáveis,
usuários de uma Academia para a população brasileira, mento das atividades, de como a redução do con-
da Cidade (MG) e avaliar dinâmica de perguntas e seguimento autopreenchido sumo de óleos, açúcares
a viabilidade de executar respostas, uso da pirâmide acerca de sua percepção e refrigerantes e aumento
essa intervenção nesse alimentar e demonstração quanto às mudanças ocorri- do consumo de frutas e
serviço, considerando-se da recomendação de sal, das no período. hortaliças.
sua estrutura física e seus açúcar, além de contar com
recursos disponíveis. os exercícios físicos em três
dias da semana com dura-
ção de uma hora.
Silva; Quintão, 2015
Avaliar a eficácia da 70 pessoas aten- 4 meses As ações de educação Aplicação do questionário Houve melhora no estado
intervenção nutricional didas em quatro nutricional foram realizada- com perguntas sobre os nutricional dos partici-
nas mudanças do hábito UBS do município sem sete encontros. Após hábitos alimentares e aferi- pantes, com diminuição
alimentar e no perfil antro- de Muriaé entre uma semana, foi entregue a ção das medidas antropo- em todos os índices ou
pométrico de participantes adolescentes, cada participante um plano métricas. medidas.
dos grupos ‘De bem com a adultos e idosos alimentar. Os próximos
balança’ assistidos nas UBS de ambos os encontros foram realizados
do município de Muriaé- sexos. quinzenalmente para avalia-
-MG. ção antropométrica e parti-
cipação nas palestras sobre
alimentação e saúde.
HAS: (Hipertensão Arterial Sistêmica); IMC (Índice de Massa Corporal); CC (Circunferência da Cintura); DM (Diabetes Mellitus); PA (Pressão Arterial); VD (Visita
Domiciliar); MG (Minas Gerais); UBS (Unidade Básica de Saúde); RCQ (Razão Circunferência Quadril); GF (Grupo Focal).

Quanto à metodologia desenvolvida nos e até mesmo a realização de visitas domici-


estudos, nota-se que as intervenções foram liares. O período de duração em que foram
realizadas de diferentes formas, apresentan- desenvolvidas as intervenções variou nos
do, na maior parte dos trabalhos, mais de uma estudos entre 7 semanas e 15 meses.
estratégia desenvolvida em um único grupo, As avaliações das intervenções se deram
utilizando tanto ferramentas lúdicas como por meio da aplicação pré e pós-interven-
teatro, apresentação de vídeos, fotos, como ção, com avaliação antropométrica para a
a avaliação antropométrica e bioquímica, observação quanto ao estado nutricional,
palestras, preenchimento de questionários além da aplicação de questionário sobre

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Estratégias de educação alimentar e nutricional na Atenção Primária à Saúde: uma revisão de literatura 941

conhecimento em nutrição e hábitos alimen- temática nos últimos anos, sendo reforçada
tares e aferição da pressão arterial. Outros com o ‘Marco de Referência de Educação
métodos de análise das intervenções também Alimentar e Nutricional para as Políticas
foram utilizados em alguns trabalhos, em Públicas’, publicado no ano de 2012, contri-
menor expressão como o grupo focal relata- buindo para o aumento progressivo e signi-
do em apenas um estudo. ficativo do interesse sobre o tema e para a
Os estudos selecionados descreveram valorização de suas ações.
como resultados a melhora do perfil ali- É indiscutível a crescente importância da
mentar, das medidas antropométricas, do EAN atualmente. Entretanto, das publica-
estado nutricional dos usuários, bem como ções encontradas, nenhuma estava veiculada
dos parâmetros bioquímicos, quanto à glice- em revista que apresentasse o Qualis/Capes
mia, colesterol, da pressão arterial, além de no estrato indicativo de qualidade mais
melhorar a adesão ao tratamento quanto à levado. Tal fato nos leva a alguns questiona-
hipertensão, diabetes e obesidade. Todavia, mentos quanto à relevância atribuídos a essa
percebe-se uma fragilidade quando se ana- temática no meio cientifico, já que não foram
lisam as questões referentes às estratégias encontradas produções em revistas que esti-
metodológicas de EAN, visto que 63,6% dos vessem classificadas, na área avaliada, com o
estudos possuem um período de interven- maior grau de qualidade que o Qualis/Capes
ção menor ou igual a 5 meses, não propondo determina. Fato semelhante foi percebido
um trabalho contínuo e permanente como também no estudo de Ramos, Santos e Reis
preconizado. Além disso, apenas um estudo (2013), em que foi realizada uma revisão bi-
realizou avaliação qualitativa, na perspectiva bliográfica sobre a EAN em escolares.
de compreender a percepção do participante Quanto aos objetivos dos artigos seleciona-
e as questões inerentes ao empoderamento e dos, cerca de 27% tinham por propósito a in-
autonomia do sujeito sobre os seus hábitos tervenção com base na adesão ao tratamento
alimentares. Quanto ao uso de abordagens de doenças como a hipertensão arterial sistê-
educacionais ativas e problematizadoras, mica e o diabetes mellitus tipo 2, que, segundo
apenas um dos artigos utilizou tais ferra- Reiners et al. (2008), a adesão ao tratamento de
mentas para o desenvolvimento das oficinas. tais enfermidades é algo ainda insatisfatório,
sendo um desafio constante nos serviços de
saúde. Contudo, predominou entre os estudos
Discussão o objetivo de avaliar a intervenção a partir
de seu efeito sobre o grupo escolhido. Dessa
A seleção dos artigos com essa temática forma, entende-se que as metodologias apli-
partiu da necessidade de conhecer quais cadas estão baseadas somente nos resultados,
intervenções de EAN estão sendo aplicadas diminuindo o processo educativo, que é fazer
para os usuários adultos na atenção primá- com que a aprendizagem alcance a modifi-
ria no Brasil, visto que o baixo número de cação do comportamento alimentar e o em-
achados reflete como a EAN ainda precisa poderamento em relação a sua saúde (RAMOS;
ser amplamente discutida, ressaltando a ur- SANTOS; REIS, 2013).
gência da construção de novas perspectivas Dada a crescente demanda de indivídu-
para a sua aplicação. os com algum tipo de DCNT, muitos dos
Destaca-se que os estudos analisados ini- estudos encontrados relacionam suas ações
ciaram as suas publicações a partir do ano de EAN com grupos que já atingidos com
de 2011, mesmo tendo a pesquisa um inter- alguma dessas doenças, que são o grande
valo de 10 anos, entre 2006 e 2016. Tal fato público atendido na APS. Fazem-se então
pode ser referente à maior ênfase dada à necessárias ações que atendam não somente

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a esse público, mas também intervenções ferramenta para o desenvolvimento das ofi-
voltadas para a prevenção de doenças e pro- cinas. Nota-se, portanto, uma forte tendência
moção da saúde que sejam permanentes e metodológica clássica aderida aos termos ‘aulas
contextualizadas na realidade dos indivídu- expositivas’ ou ‘palestras dialogadas’ percebida
os, tornando essencial compreender os con- de forma relevante nos estudos analisados, além
ceitos que envolvem a promoção da saúde, do uso de recursos como as dramatizações,
uma vez que a EAN baseia-se na promoção vídeos, fotos e cartazes, entre outros recursos
da alimentação adequada e saudável como abordados. Segundo Santos (2012), o uso de tais
forma de construir ambientes saudáveis, artifícios busca melhorar a interação do grupo
afim de proporcionar uma qualidade de vida com o tema exposto, porém acabam caindo em
melhor à população (BRASIL, 2016C). tipos de técnicas associadas a um modelo de
Observou-se que, entre o público-alvo educação tradicional, de transmissão de conhe-
dos estudos, predominou, entre os usu- cimentos e verticalidade na relação entre edu-
ários adultos da APS, o sexo feminino; o cador e educando.
que, segundo Gomes et al. (2013), justifica-se Encontram-se também intervenções,
devido ao fato de as mulheres fazerem mais entre os estudos selecionados, baseadas no
o uso dos serviços de saúde e do interesse modelo do aconselhamento dietético, como
maior de participar de estudos em que são oficinas culinárias, visitas domiciliares e com
desenvolvidos temas de promoção à saúde. olhar da educação ambiental, como as hortas
Entre a faixa etária dos participantes, pre- cultivadas em pequenos espaços. Contudo,
ponderaram usuários maiores de 20 anos, em parte dos trabalhos, as intervenções não
porém ressalta-se a presença de idosos em são descritas em detalhes, apenas citam su-
cerca de 100% dos estudos, que mesmo não perficialmente aspectos como o período, os
sendo a busca prioritária neste estudo, essa conteúdos abordados e as técnicas utiliza-
população é pertinente entre aqueles que das, corroborando o estudo de Santos (2012),
frequentam a APS. que reforça a predominância de estudos que
Segundo Martins et al. (2014), essa presen- não descrevem de forma aprofundada as
ça marcante dos idosos nos serviços de saúde atividades desenvolvidas no processo educa-
se deve ao envelhecimento populacional no tivo. Ressalta-se, portanto, a importância de
País e o fortalecimento do cuidado à saúde da ampliar o uso das ferramentas que incluem a
população idosa que passou a ser uma prio- culinária e o fortalecimento da cultura local
ridade no Sistema Único de Saúde. Destaca- e familiar, ainda pouco abordados nas práti-
se também a presença de um adolescente cas descritas.
em um dos estudos selecionados, porém os Diante disso, a EAN deve basear-se na am-
autores não discutem a relevância nem a pliação da autonomia e no fortalecimento da
consequência de tal inclusão. Entretanto, participação ativa dos sujeitos, aumentando
sabe-se que intervenções podem e devem ser a capacidade de escolha dos indivíduos, bem
específicas para as diferentes faixas etárias, como o de transformar e produzir em sua
a fim de garantir a compreensão e a adesão própria realidade (BRASIL, 2012A). Destaca-se que
correta do que será proposto na intervenção. educar não é adestrar, dessa forma, a trans-
Várias são as formas de ações educativas missão de conhecimento limita as ações da
que foram utilizadas, bem como a variedade EAN, pois alimentar-se envolve muito mais
de intervenções aplicadas em um mesmo que ingerir nutrientes necessários a uma boa
grupo de estudo, prevalecendo, sobretu- qualidade de vida, a alimentação compreende
do, o uso de palestras e aulas com métodos um universo de significados que perpassa do
expositivos, sendo relatada em apenas um prazer pessoal até fatores socioculturais nos
dos artigos o uso da problematização como quais o indivíduo está inserido.

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Estratégias de educação alimentar e nutricional na Atenção Primária à Saúde: uma revisão de literatura 943

Segundo Boog (1997), essa abordagem de padronização e a fragilidade que tais ins-
clássica e prática que instrui o outro a como trumentos podem apresentar, podendo levar
proceder negligenciando os conflitos e con- à falta de credibilidade da metodologia uti-
tradições não resulta em uma abordagem lizada. Esse entendimento parte da hipótese
eficaz da EAN, devendo então haver uma questionada por Gazzinelli et al. (2005), de
aproximação mais abrangente no desenvolvi- que a apreensão de saber instituído sempre
mento de novos métodos, a fim de gerar situa- leva à aquisição de novos comportamentos e
ções de reflexão, com base na problematização práticas. No entanto, a simples avaliação do
e na busca de soluções alternativas, compre- conhecimento adquirido por si só não leva à
endendo toda a singularidade que envolve o confirmação de mudança de comportamen-
indivíduo e sua relação com a alimentação, que, to alimentar dos sujeitos, é necessária uma
para Santos (2012), convencionou-se chamar de avaliação mais crítica da intervenção, par-
‘experiências exitosas’, pois leva o indivíduo a tindo da complexidade dos sujeitos, e não se
entender e relacionar o problema com a prática apoiar somente em resultados objetivos.
real e a mudança possível. A antropometria foi também um dos
Entende-se que um trabalho multiprofis- métodos utilizados para a avaliação da in-
sional compreende o cuidado de um objeto tervenção, visto que o conhecimento sobre
por diferentes disciplinas, não devendo a alimentação saudável leva a hábitos ali-
haver desacordos entre as concepções e mentares mais adequados, acarretando uma
as estratégias traçadas (ALVARENGA ET AL., 2013). melhoria do estado nutricional. Todavia,
Partindo da compreensão de EAN, como segundo Friedrich, Schuch e Wagner (2012),
um serviço multiprofissional, intersetorial intervenções isoladas não promovem mu-
e transdisciplinar, dos trabalhos analisados, danças no Índice de Massa Corporal (IMC),
verifica-se que mais de 50% dos estudos e isso pode ser explicado devido às mudan-
tiveram o envolvimento de outros profis- ças na massa corporal não ocorrerem em
sionais para o desenvolvimento do projeto, período curto de tempo, sendo necessária
prevalecendo a presença do educador físico, uma maior duração na intervenção, sendo
entre outros profissionais, como farmacêu- que os estudos apresentaram períodos que
ticos e fisioterapeutas. Assim, percebe-se variaram entre 7 semanas e 15 meses. Assim,
a importância do trabalho interdisciplinar, a educação nutricional é um processo que
em que se caracteriza como uma integração demanda tempo para obter resultados posi-
das disciplinas por concepções e métodos, tivos; e, como qualquer ação educativa, exige
quando se refere à EAN, visto que questões manutenção e continuidade, tornando-se
relacionadascom a alimentação tange diver- um desafio para os profissionais de saúde.
sos outros pontos que transcendem a pratici- Dentre os espaços escolhidos para o de-
dade de só se alimentar; ou relações somente senvolvimento das intervenções, além de
com a nutrição superam a centralização na dispor da Unidade Básica de Saúde (UBS) e
doença, perpassando pelo desenvolvimento da ESF, destaca-se o Programa Academia da
de estratégias que abordem a complexidade Saúde (PAS), que conta com uma infraestru-
pertinente à saúde (FERIOTTI, 2009). tura, equipamentos e profissionais qualifica-
As avaliações das intervenções propostas dos para a orientação de práticas corporais,
se deram a partir do conhecimento dos par- atividade física, lazer e modos de vida saudá-
ticipantes por meio de questionários antes veis (BRASIL, 2011). Assim, o uso de tais espaços
e após a intervenção, partindo do total de para a implementação das atividades é visto
números de acertos. Entretanto, apenas um como um potencializador das ações de cui-
questionário utilizado nos diferentes estudos dados individuais e coletivos na atenção
era validado, o que demonstra a inexistência básica, de modo que a melhora nos hábitos

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alimentares, associados à prática de ativida- encontradas nos artigos analisados. Contudo,


de física contribui para a redução do risco de os estudos trazem resultados positivos
desenvolvimento das doenças crônicas não quanto às intervenções aplicadas, destacan-
transmissíveis (TEIXEIRA ET AL., 2013). do as mudanças relatadas quanto ao perfil
A crescente importância da EAN no con- alimentar, bem como do estado nutricional
texto da promoção da saúde e da alimentação e dos parâmetros bioquímicos, quanto à gli-
saudável é vista como uma estratégia impres- cemia e colesterol, com melhora da pressão
cindível no enfrentamento de novos desafios arterial e no conhecimento sobre alimenta-
nos campos da saúde, alimentação e nutrição. ção saudável.
No entanto, cabe ressaltar as poucas referên- Além disso, alguns estudos trazem suas
cias sobre o arcabouço teórico, metodológico próprias limitações no desenvolvimento das
e operacional, que norteiam as políticas pú- intervenções como dificuldades de logística
blicas no campo da educação nutricional. Os e infraestrutura, a não alocação aleatória dos
vazios de ordem conceitual, ideológica e or- grupos, o curto espaço de tempo, o tamanho
ganizacional no desenvolvimento das ações da amostra, perdas amostrais do grupo, au-
da EAN, referidos na literatura, norteiam a sência de grupo controle, entre outras, di-
necessidade de pensar nas escolhas das ativi- ficuldades estas que podem ser explicadas
dades de participação coletiva baseados em devido ao local e ao público escolhido para a
metodologias ativas como rodas de conversa, aplicação das intervenções.
as oficinas e a problematização como estra- Outras dificuldades que podem ser ob-
tégias facilitadoras (BOTELHO ET AL., 2016), sendo servadas relacionadas com o cotidiano dos
importante privilegiar o uso de métodos que serviços de saúde para o desenvolvimento de
promovam a participação coletiva, propi- intervenções de EAN, limitações estas ine-
ciando relatos da realidade e aproximando rentes ao próprio serviço – como a grande
profissionais e usuários. rotatividade dos usuários e de profissionais,
Ante essas necessidades, foram publi- o abandono do tratamento, a falta de apoio
cados, no ano de 2016, pelo Ministério da da gestão para as atividades de educação
Saúde e a Universidade Federal de Minas em saúde –, muitas vezes visam somente à
Gerais, trabalhos importantes que trazem produtividade, e não à qualidade do serviço
essa discussão sobre a urgência de desempe- prestado, ao perfil e ao conhecimento do
nhar ações de promoção da saúde elencadas profissional de saúde sobre a temática, às
na autonomia e no empoderamento, bem condições de vida e de pobreza local, fatos
como que sejam efetivas e contextualiza- estes levantados no estudo de Vasconcelos e
das na realidade dos sujeitos, ferramentas Magalhães (2016) como barreiras para a reali-
imprescindíveis para a construção de inter- zação de ações de nutrição contínuas e con-
venções educativas pautadas na EAN (BRASIL, sistentes dentro da ESF, que para superá-las
2016A, 2016B, 2016C). requerem atuações que busquem a melhoria
Como não há um padrão de metodologias dos serviços em um âmbito macro das políti-
a serem desenvolvidas nas intervenções de cas públicas de saúde.
EAN, nem do tamanho amostral nem tam-
pouco variáveis a serem analisadas, isso traz
limitações para a discussão dos resultados, Conclusões
pois dificulta a comparação dos métodos
desenvolvidos nas intervenções. Dificuldade Este estudo demonstra a relevância da
também levantada nos estudos de Barbosa EAN para o fortalecimento das ações de
et al. (2016) e Barros, Saunders e Leal et al. nutrição, auxiliando no empoderamento
(2008), devido às metodologias diversificadas dos indivíduos e no desenvolvimento da

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Estratégias de educação alimentar e nutricional na Atenção Primária à Saúde: uma revisão de literatura 945

autonomia diante de suas escolhas alimen- um serviço de saúde auxiliando os profis-


tares. Entretanto, para que alcancem tais sionais na tomada de decisão.
objetivos de forma efetiva, são necessários Faz-se também necessária uma delibe-
estudos que descrevam de forma detalhada ração política para o desenvolvimento das
as técnicas aplicadas, com uso de ferramen- ações de EAN dentro da APS, com descri-
tas coesas e validadas, a serem empregadas ção dessas atividades nos planos municipais
nas diferentes situações. de saúde e no planejamento das práticas
Existem, atualmente, ferramentas im- educativas nas unidades, possibilitando o
portantes aplicadas à prática da EAN na investimento e o apoio gerencial e logístico
atenção básica, como o Instrutivo: meto- necessário para o seu efetivo desenvolvi-
dologia de trabalho em grupos para ações mento a fim de garantir não só a realização,
de alimentação e nutrição na atenção mas também a continuidade dessas ativida-
básica; e Desmistificando dúvidas sobre des dentro dos serviços de saúde.
alimentação e nutrição: material de apoio Nessa perspectiva, ressalta-se a urgência
para profissionais de saúde, que visam à de redirecionamento das pesquisas relacio-
valorização da cultura alimentar dos su- nadas com a EAN no âmbito da APS no Brasil,
jeitos, bem como de sua comunidade e sendo pertinente a necessidade de maiores
família, e dos alimentos acessíveis em sua esforços para o delineamento e a condução
localidade. Tais instrumentos reforçam de estudos que evidenciem modelos de in-
conceitos importantes levantados na EAN, tervenção com métodos ativos e inovadores
e como alcançá-los na prática da rotina de de educação em saúde. s

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TEIXEIRA, P. D. S. et al. Intervenção nutricional


Recebido para publicação em dezembro de 2016
educativa como ferramenta eficaz para mudança de Versão final em junho de 2017
Conflito de interesses: inexistente
hábitos alimentares e peso corporal entre praticantes
Suporte financeiro: não houve
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SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 41, N. 114, P. 932-948, JUL-SET 2017

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