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Emergências – Parte I – CBMDF

Prof.ª Fernanda Barbosa

CONCURSO CBM/DF 2016

Sou a professora Fernanda Barboza, graduada em Enfermagem pela Univer-


sidade Federal da Bahia e pós-graduada em Saúde Pública e Vigilância Sani-
tária. Atualmente, sou analista judiciária do Tribunal Superior do Trabalho, na
especialidade de Enfermagem, e professora e coach em concursos. Tenho 10
anos de experiência em concursos, que se iniciou um ano antes da minha for-
matura, quando comecei a estudar para os concursos do Hospital Sarah e do
Governo do Estado da Bahia. Obtive as duas aprovações, 47º no Hospital Sarah
e 10º lugar no Estado da Bahia. Dessa forma, em janeiro de 2006, concluí a
graduação e, em março do mesmo ano, iniciei o treinamento no Hospital Sarah.
Atuei na assistência de enfermagem por 8 anos na Rede Sarah, e, ao longo
desses anos, fui aprovada em diversos concursos na área da enfermagem: 1º
lugar para o Ministério da Justiça; 2º lugar para o Hemocentro-DF; 1º lugar para
fiscal sanitário da Prefeitura de Salvador; 2º lugar no Superior Tribunal Militar
(nomeada pelo TST). Além desses, fui nomeada duas vezes para enfermeira no
estado da Bahia e na SES-DF. E, na área administrativa, fui nomeada no CNJ,
MPU, TRF – 1ª Região e INSS, dentre outras aprovações.
Meu objetivo é utilizar esses conhecimentos e experiências adquiridos para
ajudá-lo a alcançar a sua aprovação!

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INTRODUÇÃO

O concurso do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) já


é realidade. O edital foi lançado no dia 01/07/2016, e a prova será no dia 09 de
outubro de 2016, sendo a banca examinadora o IDECAN. É hora de intensifi-
car os estudos, aprofundar os conhecimentos teóricos e resolver as questões
comentadas para garantir sua aprovação.
Nosso objetivo é fornecer subsídios para você conseguir um excelente desem-
penho em EMERGÊNCIAS PRÉ-HOSPITALARES. Essa matéria é muito impor-
tante para a sua prova, visto que haverá 20 questões de peso 2.
Então concursando(a), já determinou que uma dessas vagas será sua? Acre-
dite em você e faça a sua parte!
Seja bem-vindo ao curso de EMERGÊNCIAS PRÉ-HOSPITALARES para o
concurso do CBM-DF. As aulas seguirão a sequência do Edital para facilitar os
estudos.

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1. ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANAS

A princípio, vamos diferenciar Anatomia e Fisiologia, considerando o manual


de Emergências Pré-Hospitalares do CBM-DF.

Anatomia: ciência que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e


a relação entre seus órgãos, bem como a disposição destes.
Fisiologia: ciência que estuda as funções orgânicas e os processos vitais
dos seres vivos.

1.1 FISIOLOGIA HUMANA

A Fisiologia estuda as funções do nosso organismo, ou seja, como os órgãos


se relacionam. Está diretamente relacionada com a Anatomia. A principal dife-
rença é que a Anatomia descreve a forma e a localização dos órgãos, enquanto
a Fisiologia dedica-se ao estudo da função de cada parte do corpo.

RESUMO

EXERCÍCIO

1. (BIO-RIO/2015/ADAPTADA) Sobre Anatomia é correto afirmar:


a. Anatomia é o estudo científico de como o corpo funciona.

 COMEN T ÁRI
Errado. Anatomia é a estrutura do corpo e descreve a posição dos órgãos.
Esse conceito refere-se à Fisiologia.

b. Anatomia é o estudo científico da forma e estrutura do corpo humano.

 COMEN T ÁRI
Correto. A Anatomia estuda a forma e a estrutura do corpo.

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1.2 POSIÇÃO ANATÔMICA

A posição anatômica é a posição padronizada de descrição do organismo,


empregando-se os termos de posição e de direção.

O corpo humano deverá estar em:

• Posição ortostática;
• Face voltada para frente;
• Olhar dirigido para o horizonte;
• Membros superiores estendidos ao longo do tronco;
• Palmas voltadas para frente; e
• Membros inferiores unidos.

RESUMO

A posição anatômica é a posição padronizada para o estudo do corpo humano.

Esta figura retrata a posição anatômica. Ela é a referência que dá significado


aos termos direcionais utilizados na descrição das partes e regiões do corpo.
Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao
objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posi-
ção padronizada.

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Analisando em detalhes a posição anatômica, o corpo está numa postura


ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com os membros superiores esten-
didos ao lado do tronco e as palmas das mãos voltadas para frente. A cabeça e
os pés também estão apontados para frente e o olhar para o horizonte.

1.3 DIVISÕES DO CORPO HUMANO

Classicamente, o corpo humano é dividido em: cabeça, pescoço, tronco e


membros.
A cabeça é composta pelo crânio e face; o tronco pelo tórax, abdome e pelve;
os membros superiores pelo ombro, braço, antebraço e mão; e os membros infe-
riores pelo quadril, coxa, perna e pés.

RESUMO

Cabeça Crânio e face


Pescoço Pescoço
Tronco Tórax, abdome e pelve
Membro Superior Ombro, braço, antebraço e mão
Membro Inferior Quadril, coxa, perna e pé

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Quadrantes Abdominais

Para tornar mais fácil a localização dos órgãos na grande cavidade abdomi-
nal, os anatomistas dividiram a cavidade abdominal em 9 (nove) regiões, sendo
definidas da seguinte forma: 
1) Hipocôndrio direito;
2) Epigástrio;
3) Hipocôndrio esquerdo;
4) Flanco direito;
5) Mesogástrio;
6) Flanco esquerdo;
7) Fossa ilíaca direita;
8) Hipogástrio; e
9) Fossa ilíaca esquerda.

Essa divisão serve para melhor localizar os órgãos na assistência à saúde e


descrever as informações nos prontuários dos pacientes.

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Percorrendo cada uma dessas regiões, é possível descobrir quais órgãos


estão localizados em cada uma delas:

Região Órgãos
Hipocôndrio direito Fígado e a vesícula biliar
Epigástrio Estômago
Hipocôndrio esquerdo Baço
Flanco direito Rim direito
Mesogástrio Intestino delgado
Flanco esquerdo Rim esquerdo
Fossa ilíaca direita Ceco e o apêndice
Útero, a bexiga, a próstata e vesículas
Hipogástrio
seminais ocupam a região hipogástrica
Fossa ilíaca esquerda Projeção do cólon sigmoide.

Há também outra divisão abdominal. Podemos dividir o abdome em apenas


4 quadrantes, conforme figura a seguir:

São eles:
• Quadrante Superior direito e esquerdo; e
• Quadrante Inferior direito e esquerdo.

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QSD QSE

Maior parte do fígado. Baço.


Vesícula biliar: Maior parte do estômago:
- Parte do intestino delgado; - Parte do intestino grosso;
- Parte do intestino grosso; - Parte do intestino delgado;
- Parte do pâncreas; - Parte do pâncreas;
- Parte do estômago. - Parte do fígado.
QID QIE

- Parte do intestino delgado; - Parte do intestino delgado;


- Parte do intestino grosso; - Parte do intestino grosso;
- Parte do ovário (mulher). - Parte do ovário (mulher).

Esse método é frequentemente utilizado para localizar uma dor ou descrever


a localização de um tumor. Os planos sagital, mediano e transversal passam
através do umbigo e dividem a região abdominal nos quatro quadrantes já cita-
dos.

EXERCÍCIO

2. (IDECAN/2015) “Ao examinar o paciente MSV, 23 anos, que relata perda do


apetite, febre baixa e náuseas e iniciou com forte dor abdominal, o enfermei-
ro percebe que, durante a palpação do abdômen sob o ponto de McBurney,
há expressão facial de dor e defesa voluntária. Algumas horas depois, o pa-
ciente foi encaminhado para o centro cirúrgico para a remoção do apêndice.”
O ponto de McBurney se localiza no quadrante:  
a. Inferior direito.    
b. Superior direito.   
c. Inferior esquerdo.   
d. Superior esquerdo.

 COMEN T ÁRI
Gabarito: a.
O foco da banca IDECAN é a localização do órgão apêndice dentro dos qua-
drantes abdominais. Esse órgão fica localizado no quadrante inferior direito.

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1.5 SISTEMA TEGUMENTAR: PELE, PELOS, UNHAS

Vamos iniciar os estudos do sistema tegumentar. Para tanto, precisamos ana-


lisar os detalhes da pele, pelos e unhas, pois esse embasamento é fundamental
para entender a profundidade da queimadura, que é um assunto de grande rele-
vância no edital.

A Pele

Esse órgão é responsável pela proteção contra possíveis agentes externos.


A pele é o maior órgão do corpo e tem como principal função proteger as estru-
turas vitais.

Outras funções da pele:

• Proteger o corpo de ações do meio ambiente;


• Evitar a perda de líquido e a entrada de substâncias ruins no organismo;
• Regular a temperatura do corpo;
• Garantir a sensibilidade através dos nervos da pele.

Divisão da pele em camadas

A pele é dividida em duas camadas: epiderme e derme.


Algumas literaturas, como a Sociedade Brasileira de Dermatologia, incluem a
hipoderme (tecido subcutâneo).
Esse conceito está associado à profundidade da queimadura para classifica-
ção em graus.
a) Primeiro grau: abrange a epiderme;
b) Segundo grau: abrange a epiderme e a derme; e
c) Terceiro grau: abrange estruturas mais profundas.

O assunto de queimadura será abordado na última parte da aula do curso,


porém aproveitamos a abordagem da Anatomia para correlacionar com a patologia.

Epiderme

É formada por várias camadas (estratos) de células achatadas (epitélio pavi-


mentoso) justapostas. Também chamada de cutícula, essa parte da pele encon-
tra-se na camada papilar da derme e pode adquirir espessuras diferentes em
determinadas partes do corpo humano.

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IMPORTANTE!
Não há vasos sanguíneos na epiderme.
A epiderme contém queratina.

Derme

Também chamada de pele verdadeira, a derme é elástica e flexível. É a


camada intermediária da pele que fica abaixo da epiderme. Nela, encontra-se a
elastina e o colágeno, que são responsáveis pela elasticidade.
Ela é um manto denso de fortes fibras brancas (colágeno) e de fibras elás-
ticas amarelas (elastina), por meio das quais os vasos sanguíneos, as células
musculares, as fibras nervosas, os canais linfáticos, os folículos pilosos e as
glândulas estão entremeados. A derme concede força e elasticidade à pele.

Tecido Subcutâneo ou Hipoderme

É formado essencialmente pelo tecido adiposo e tecido conjuntivo frouxo.


Possui as seguintes funções: fixar a pele e isolar o corpo de mudanças extremas
no meio ambiente.
Nesta imagem, percebemos claramente a divisão da pele em epiderme,
derme e hipoderme:

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Coloração da pele

A cor da pele depende da quantidade de pigmentos, da vascularização e da


espessura dos estratos mais superficiais da epiderme. Dentre esses pigmentos,
a melanina é a mais importante e sua quantidade na pele varia de acordo com
a raça.

Inervação e Irrigação da Pele

Aprofundando um pouco, vamos entender a inervação e a irrigação sanguí-


nea da pele?
Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes
de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações
nervosas, ou receptores cutâneos, são especializados na recepção de estímulos
específicos. Porém, na epiderme, não há vasos sanguíneos, e os nutrientes e o
oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme.
Nas regiões da pele providas de pelo, existem terminações nervosas espe-
cíficas nos folículos capilares e outras chamadas terminais ou receptores
de Ruffini. As primeiras, formadas por axônios que envolvem o folículo piloso,
captam as forças mecânicas aplicadas contra o pelo. Os terminais de Ruffini,
com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor.

EXERCÍCIOS

3. (IBFC/2013) Em relação à Anatomia e à Fisiologia da pele, assinale a alter-


nativa correta:
a. A hipoderme é uma camada constituída basicamente de queratina e colá-
geno.
b. A pele é o menor órgão do corpo humano, com uma espessura menor que
0,1 mm e uma superfície aproximada de 1 m2.
c. A pele é composta por duas camadas: uma profunda, chamada hipoder-
me; e outra superficial, chamada epiderme, sendo que as duas camadas
formam a derme.
d. A pele mantém a integridade da superfície corporal pela migração e pela
descamação, podendo recuperar a superfície das feridas pela intensifica-
ção dos mecanismos normais de reposição celular.

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 COMEN T ÁRI
Gabarito: d.
Primeiramente, vamos aproveitar essa questão para reforçar os nossos conhe-
cimentos de Anatomia da pele.

A alternativa “a” está errada. Aprendemos, na teoria supracitada, que a hipo-


derme é uma camada profunda, também chamada de subcutâneo, formada
por tecido adiposo e conjuntivo. A queratina está na epiderme e tem a função
de tornar a pele impermeável a água e proteger o organismo das agressões
do meio ambiente, como atrito, sol, chuvas e ventos. Além disso, o colágeno
está na derme e não na epiderme, conforme afirma a alternativa “a”.
A alternativa “b” também está errada, pois sabemos que a pele é o maior órgão
do corpo humano.
Por fim, a alternativa “c” está errada, porque a pele é formada por 3 camadas:
uma profunda, que é a hipoderme (subcutâneo), e 2 superficiais, que são a
derme e a epiderme.

4. (CESPE/2013) Julgue o item a seguir, relativo às estruturas da pele.


A epiderme, camada mais externa da pele, é composta de células epiteliais
pavimentosas estratificadas.

 COMEN T ÁRI
Gabarito: Certo.
Essa questão do CESPE nos mostra apenas a descrição das células que com-
põem a epiderme, que são as células epiteliais pavimentosas estratificadas.

Vamos aproveitar e aprender os tipos de epitélio?

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A epiderme reveste a pele e também órgãos, como, por exemplo, bexiga,


esôfago, estômago e outros. Porém, a composição celular e a união dessas
células serão diferentes a depender da localização.
As células do tecido epitelial da pele são muito unidas, sendo este um epité-
lio estratificado. Já o tecido epitelial que reveste os órgãos, onde há trocas de
substâncias, é simples. Essa diferença ocorre porque a função da pele é evitar
que corpos estranhos entrem no nosso organismo, agindo como uma espécie de
barreira. Protege ainda contra o atrito, efeitos solares e produtos químicos.
Já no revestimento dos órgãos, o tecido não pode ser tão grosso, pois nele
há trocas de substâncias.
O tecido epitelial na pele apresenta vários tipos de funções, como a prote-
ção e o revestimento. O estômago tem a função de secreção; o intestino, a de
secreção e absorção; e a bexiga, a de impermeabilização.
O tecido epitelial reveste o corpo humano e suas cavidades. Compõe-se
quase exclusivamente de células justapostas, ou seja, muito unidas, com pouca
ou até nenhuma substância intercelular entre elas, aderidas firmemente umas às
outras por meio de junções intercelulares.

5. (CESPE/2013) A hipoderme, estrutura que se localiza abaixo da epiderme,


é composta por tecidos conjuntivos que contém fibras colágenos e fibras
elásticas. Essa combinação de estrutura é responsável pela extensibilidade
e elasticidade da pele.

 COMEN T ÁRI
A questão está errada. A banca utilizou o conceito de derme e relacionou com
a hipoderme, tornando a questão errada. A hipoderme é o tecido subcutâneo,
formado por tecido adiposo.

6. (CESPE/2013) A função do epitélio é o revestimento da superfície externa do


corpo (pele), além do revestimento dos órgãos e cavidades corporais internas.

 COMEN T ÁRI
A questão está certa. Além de formar a pele, o epitélio também reveste as cavi-
dades internas e os órgãos. A diferença é que, a depender do órgão onde está
se formando, o epitélio terá forma diferenciada.

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7. (CESPE/2013) A derme, conhecida como tecido adiposo subcutâneo ou


fáscia superficial é constituída por tecido conjuntivo frouxo, vasos sanguí-
neos, linfáticos, nervos e tecido adiposo.

 COMEN T ÁRI
O item está errado. O CESPE costuma elaborar questões dessa forma, a
saber, conceituar uma estrutura e referir-se a outra. Nesta questão, por exem-
plo, estamos falando de tecido subcutâneo, ou seja, de hipoderme. A banca
está o associando à derme, tornando a questão errada.

Anexos da Pele: Unhas e Pelos

Fazem parte do sistema tegumentar e recebem o nome de anexo. São eles:


pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas e unhas.

Unhas

São estruturas elásticas e achatadas que se encontram na superfície dorsal


das falanges distais. A unha é formada pela borda livre, o corpo da unha e a raiz
(matriz).

Partes da Unha Humana:

• Eponíquio;
• Paroníquia;
• Hiponíquio;
• Lâmina Ungueal;
• Leito Ungueal;
• Prega Ungueal;
• Lúnula: a lúnula é a parte na base da unha mais esbranquiçada (ela tem
essa cor porque não fica totalmente aderido ao tecido conjuntivo).

Pelos

São encontrados em todo o corpo com várias espessuras, cores e compri-


mentos. São apêndices que possuem uma estrutura composta de haste e raiz.
Nos seres humanos, eles são importantes para proteger a pele, diminuir a fricção
e manter a temperatura do corpo.

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Os pelos são constituídos de queratina e criados através do folículo piloso.


Eles recebem lubrificação do sebo criado pelas glândulas sebáceas e a pigmen-
tação vem da melanina existente no corpo.
As glândulas sudoríparas servem para controlar a temperatura do corpo atra-
vés do suor. Suas divisões são:

1. Glândulas Sudoríparas: membrana encontrada em quase toda extensão


da pele e responsável pela liberação do suor. Este, por sua vez, libera substân-
cias tóxicas do corpo e regula a temperatura corporal.
Nos seres humanos, há dois tipos de glândulas sudoríparas:
a) Glândulas Sudoríparas Écrinas: dispostas por toda a superfície do corpo
humano e responsáveis pela produção de suor e temperatura do corpo.
b) Glândulas Sudoríparas Apócrinas: essas glândulas são encontradas nas
axilas e próximas a área genital. São responsáveis pelo odor causado pelo suor.

2. Glândulas Sebáceas: são microscópicas e guardam uma matéria oleosa,


chamada sebo, que é usada para lubrificar e proteger a pele. São encontradas
principalmente no rosto e no couro cabeludo, e não há glândulas sebáceas na
planta dos pés e nas mãos.

EXERCÍCIOS

8. (CESPE/2010) Após a puberdade, o odor vulvar é regulado pela secreção


apócrina das glândulas sudoríparas comumente presentes na região.

 COMEN T ÁRI
A questão está correta. Essa questão, apesar de ser antiga, serve apenas
para reforçar o conhecimento acima e para observarmos que as glândulas
sudoríparas liberam o suor, e as que se encontram especificamente na região
vulvar e axilar são chamadas de apócrinas.

9. (MARINHA/2015) Segundo Tortora e Nielsen (2013), qual a função da pele


que permite que ela receba quantidades significativas de vitaminas liposso-
lúveis, medicamentos, gases, materiais tóxicos, sais de metais pesados e
esteroides?
a. Termorregulação.
b. Reservatório de sangue.
c. Excreção e absorção
d. Proteção.
e. Sensibilidade cutânea.

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 COMEN T ÁRI
O gabarito é a letra “c”. É por meio do mecanismo de absorção que a pele
recebe todos esses componentes: vitamina D, medicações, gases e os demais
citados nos enunciados. O mecanismo de excreção da pele manifesta-se por
meio da liberação do suor.

1.6 SISTEMA MUSCULAR

Esse sistema envolve o estudo dos músculos, bem como das suas funções,
movimentos e mecanismos de contração muscular.
A parte da Anatomia limita-se a descrever o músculo, sua localização ─
origem (onde o músculo começa) e inserção (onde o músculo termina) ─ e os
grupos musculares que trabalham durante o movimento. Já a Fisiologia analisa
a contração muscular.

Conceito de Músculos 

São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e, por


meio de contrações, são capazes de transmitir movimento. Este é efetuado por
células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou
pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de trans-
formar energia química em energia mecânica. 

Características

O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de


pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares. 
Os músculos representam 40 a 50% do peso corporal total.
 
Funções dos Músculos

1.  Produção dos movimentos corporais: movimentos globais do corpo,


como andar e correr;
2. Estabilização das posições corporais: a contração dos músculos esque-
léticos estabiliza as articulações e participa da manutenção das posições corpo-
rais, como a de ficar em pé ou sentar; 
3.  Regulação do volume dos órgãos: a contração sustentada das faixas
anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de
um órgão oco;

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4. Movimento de substâncias dentro do corpo: as contrações dos múscu-


los lisos das paredes dos vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo do
sangue. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas
do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o
retorno do sangue para o coração; 
5. Produção de calor e manutenção da temperatura corporal: quando o
tecido muscular se contrai, ele produz calor e grande parte desse calor liberado
pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal. 

Grupos Musculares

São 9 (nove), vejamos: 


1. Cabeça
2. Pescoço
3. Tórax
4. Abdome
5. Região posterior do tronco
6. Membros superiores
7. Membros inferiores
8. Órgãos dos sentidos
9. Períneo

RESUMO

Principais funções dos músculos:


1. Movimento;
2. Regular a temperatura corporal;
3. Estabilizar a posição corporal; e
4. Regular o fluxo sanguíneo pela contração do vaso e dos músculos.

Classificação dos Músculos

O assunto acerca dos músculos é complexo e extenso. Porém, vamos dire-


cionar os estudos para o que pode cair na sua prova.
Agora, analisaremos a classificação dos músculos quanto à situação; à forma;
à disposição das fibras; à origem e inserção e aos tipos.

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Quanto à situação: 

Os músculos podem ser superficiais ou profundos.

a)  Superficiais: estão logo abaixo da pele e apresen-


tam, no mínimo, uma de suas inserções na camada pro-
funda da derme. Estão localizados na cabeça (crânio e
face), no pescoço e na mão.

b) Profundos: Estão localizados abaixo da fáscia super-


ficial. Na maioria das vezes, inserem-se em ossos.

 Obs.: a fáscia é uma estrutura fibrosa que reveste os músculos.

Quanto à forma:

Os músculos podem ser curtos, longos  e largos.

a) Longos: são encontrados especialmente nos membros.


Os mais superficiais são os mais longos, podendo passar
duas ou mais articulações. Exemplo: bíceps braquial.

b) Curtos: encontram-se nas articulações em que os


movimentos têm pouca amplitude. Exemplo: músculos
da mão.

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c) Largos: caracterizam-se por serem laminares. São


encontrados nas paredes das grandes cavidades (tórax
e abdome). Exemplo: diafragma.

IMPORTANTE!
O músculo diafragma é um dos responsáveis pelo movimento da respiração.

Quanto à disposição da fibra:

a) Reto: paralelo à linha média. Exemplo: reto abdominal. 


b) Transverso: perpendicular à linha média. Exemplo: transverso abdominal. 
c) Oblíquo: diagonal à linha média. Exemplo: oblíquo externo. 

Quanto à origem e inserção:

a) Origem: quando se origina de mais de um tendão. Exemplo: bíceps, qua-


dríceps. 
b) Inserção: quando se insere em mais de um tendão. Exemplo: flexor longo
dos dedos. 

RESUMO

O músculo começa da origem e termina na inserção, ou seja, ele sai de uma estrutura (origem) e
se fixa na outra (inserção).

Quanto à função:

a) Agonistas: eles se contraem ativamente para produzir um movimento


desejado. São os flexores dos dedos. Exemplo: pegar um objeto.
b) Antagonistas: são músculos que se opõem à ação dos agonistas. Quando
o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um
movimento suave. Exemplo: ao pegar um objeto, os antagonistas são os exten-
sores dos dedos. 

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c) Sinergistas: são aqueles que participam estabilizando as articulações


para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Exem-
plo: para pegar um objeto, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo
e ombro. 
d) Fixadores: estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir
mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando se move
a parte distal. 

IMPORTANTE!

Agonista: faz o movimento.


Antagonista: efeito contrário ao movimento, pois relaxa para permitir o movimento.
Sinergista: estabiliza a articulação.
Fixadores: estabiliza o membro enquanto ocorre o movimento.

Agora, vamos aprender os tipos de músculos. Tenha bastante atenção nesse


tópico, pois é o mais cobrado em provas dentro dessa temática.

Tipos de Músculos

a) Músculos Estriados Esqueléticos: contraem-se


por influência da nossa vontade, ou seja, são volun-
tários. O tecido muscular esquelético é chamado de
estriado porque faixas alternadas claras e escuras
(estriações) podem ser vistas no microscópio óptico.

b)  Músculos Lisos: estão localizados nos vasos


sanguíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da
cavidade abdominal. A ação involuntária é contro-
lada pelo sistema nervoso autônomo.

c) Músculo Estriado Cardíaco: representa a arquitetura cardíaca. É um


músculo estriado, porém involuntário – autorritmicidade. 
A figura a seguir retrata um ótimo resumo dos tipos de músculos e da locali-
zação de cada um deles:

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RESUMO

EXERCÍCIOS

10. (COSEAC /2015) Encontram-se músculos lisos em:


a. Tendão.
b. Víscera.
c. Osso longo.
d. Esqueleto.
e. Nervo.

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 COMEN T ÁRI
Gabarito: b.
Vamos aproveitar essa questão para relembrar os tipos de músculo. Lembre-se
de que foi alertado que essa parte é a mais cobrada dentro desse assunto. Então,
foque nesse assunto de modo a entender e a gravar essas informações.

Músculo esquelético: membros superiores e inferiores.


Músculo esquelético cardíaco: coração.
Músculo liso: vasos sanguíneos e vísceras.
A alternativa “a” está incorreta, pois o tendão não é um músculo, ele simples-
mente fixa os músculos nos ossos.
As alternativas “c”, “d” e “e” estão erradas pois o osso, o esqueleto e o nervo
não são músculos.

11. (COSEAC/2015) Encontra-se músculo de contração involuntária em:


a. Esqueleto. 
b. Pele. 
c. Cartilagem. 
d. Coração. 
e. Osso. 

 COMEN T ÁRI
Gabarito: d.
Os músculos de contração involuntária são de dois tipos: os esqueléticos car-
díacos (coração) e os lisos (vasos e vísceras). Dessa forma, a alternativa cor-
reta é a letra “d”.
As demais opções não são músculos.

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Componentes Anatômicos dos Músculos


Estriados

a) Ventre Muscular: é a porção contrátil do


músculo, constituída por fibras musculares
que se contraem. Constitui o corpo do mús-
culo (porção carnosa). 
b) Tendão: é um elemento de tecido conjun-
tivo, rico em fibras colágenas, e que serve
para fixação do ventre em ossos, no tecido
subcutâneo e em cápsulas articulares.
Possui aspecto morfológico de fitas ou de
cilindros. 
c)  Aponeurose: é uma estrutura formada
por tecido conjuntivo. É uma membrana que
envolve grupos musculares. Geralmente
se apresenta em forma de lâminas ou em
leques.
d) Bolsas Sinoviais: são encontradas entre os músculos ou entre um mús-
culo e um osso. São pequenas bolsas forradas por uma membrana serosa que
possibilita o deslizamento muscular. 

EXERCÍCIOS

12. (COSEAC/2015) A estrutura muscular que tem como função fixar o múscu-
lo ao osso é a:
a. Fáscia.
b. Tendão.
c. Fibra muscular.
d. Perimísio.
e. Endomísio.

 COMEN T ÁRI
Gabarito: b.
O tendão é uma estrutura fibrosa que fixa os músculos aos ossos e nas carti-
lagens.
Para comentar essa questão, é necessário relembrar o conceito de cada estru-
tura mencionada nas alternativas.

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A fáscia é um tecido fibroso que reveste e dá forma aos músculos.


A fibra muscular é o músculo propriamente dito, ou seja, o músculo é formado
pela união dessas fibras. A função delas é exercer a contração muscular.
Para tanto, é necessário apreender os componentes anatômicos do tecido con-
juntivo que circundam o músculo para descartarmos as alternativas “d” e “e”:

Componentes Anatômicos do Tecido Conjuntivo

a) Fáscia Superficial: separa os músculos da pele.


b) Fáscia Muscular: é uma lâmina ou faixa larga de tecido conjuntivo fibroso,
que, abaixo da pele, circunda os músculos e outros órgãos do corpo.
c) Epimísio: é a camada mais externa de tecido conjuntivo, que circunda
todo o músculo.
d) Perimísio: circunda grupos de 10 a 100 ou mais fibras musculares indivi-
duais, separando-as em feixes chamados fascículos. Os fascículos podem ser
vistos a olho nu.
e) Endomísio: é um fino revestimento de tecido conjuntivo que penetra no
interior de cada fascículo e separa as fibras musculares individuais de seus vizi-
nhos.

RESUMO

O endomísio é um fino revestimento que separa as fibras musculares. Por outro lado, o perimísio
reveste um conjunto de fibras (fascículos). Ainda temos o epimísio, que circunda todo o músculo.

Esquematizando de dentro para fora:

Agora, vamos analisar uma questão que descreve a principal função dos
músculos: a contração. Em seguida, vamos detalhar esse processo fisiológico.

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13. Segundo Hamill e Knutzen (2012), o músculo esquelético tem propriedades


básicas que determinam seu desempenho. Como se chama a capacidade
do músculo de gerar tensão e encurtar ao receber estimulação suficiente?
a. Irritabilidade.
b. Extensibilidade.
c. Elasticidade.
d. Excitabilidade.
e. Contratilidade.

 COMEN T ÁRI
Gabarito: e.
A principal função dos músculos é a contração e a realização de movimentos,
e geralmente isso ocorre por um estímulo nervoso, com exceção do músculo
cardíaco que é auto excitável.
Existem as contrações reflexas e involuntárias. Exemplos desse tipo de con-
tração são os movimentos respiratórios produzidos pelos músculos responsá-
veis pela respiração.
Outro tipo de contração é a tônica, que ocorre no repouso para manter a nossa
postura, e só se encontra ausente quando a pessoa está inconsciente ou após
uma lesão nervosa que cause uma paralisia.
A contração fásica é dividida em contração isotônica na qual o músculo muda
de comprimento quando há produção do movimento e a contração isomé-
trica que não provoca mudança no comprimento do músculo, assim o movi-
mento em si não ocorre, o que acontece na verdade é um aumento da força e,
dessa forma, é chamada de tensão muscular.

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Esquematizando:

O grupo de contração isotônica se divide em concêntrica (encurta o mús-


culo) e excêntrica (alonga).

A Contração Muscular

Para compreender a Fisiologia muscular e a contração dos músculos, é


necessário entender as fibras musculares.
O tecido muscular é especializado, formado por fibras agrupadas. Cada fibra
possui um filamento de actina (fino) e outro de miosina (grosso). A fibra de actina
desliza sobre a fibra de miosina para proporcionar a contração.
A contração muscular depende da disponibilidade de íons cálcio, e o relaxa-
mento muscular está na dependência da ausência desses íons. O fluxo de íons
cálcio é regulado pelo retículo sarcoplasmático (RS), para a realização rápida
dos ciclos de contração muscular. O RS é uma rede de cisternas do retículo
endoplasmático liso, que envolve e separa em feixes cilíndricos grupos de mio-
filamentos.

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O Processo de Contração

O impulso elétrico chega às terminações das fibras musculares pelo nervo


motor, por meio do potencial de ação. Nessas terminações, o nervo secreta
uma quantidade pequena de substância que irá conduzir o estímulo elétrico.
Essa substância é a acetilcolina. A acetilcolina irá agir em um local da mem-
brana da fibra muscular para abrir múltiplos canais. A abertura desses canais
fará com que ocorra a difusão de grande quantidade de íons cálcio para o lado
de dentro da membrana das fibras musculares. É essa perfusão que desenca-
deia o potencial de ação da membrana.
O potencial se propaga por toda a extensão da membrana de fibra muscular
e é conduzido pelo centro da fibra. Os filamentos de miosina e actina se movi-
mentam e desencadeiam o processo contrátil através de forças atrativas
ativadas pelos íons cálcio.

Esquematizando:

IMPORTANTE!
A contração é o deslizamento entre as fibras de actina sobre a miosina,
estimuladas pelo nervo motor que liberou a acetilcolina (um neurotransmissor
– o sistema nervoso se comunica enviando substâncias, e uma delas é a
acetilcolina).
Após alguns segundos, os íons cálcio voltam para o retículo sarcoplasmático,
por um sistema de bomba específico. Lá permanecem armazenados até que
novo potencial de ação muscular se inicie. É essa retirada de íons cálcio das
miofibrilas que faz com que a contração muscular cesse.

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EXERCÍCIOS

14. (IADES/2014) No que se refere aos músculos esqueléticos que apresentam


o fenômeno da contratilidade, proporcionando o encurtamento de suas fibras
e o consequente movimento, é correto afirmar que eles realizam contração:
a. Isométrica.
b. Concêntrica.
c. Excêntrica.
d. Isotônica.
e. Mista.

 COMEN T ÁRI
Gabarito: b.
A contração em que o músculo encurta e exerce movimento é a concêntrica.
A contração excêntrica aumenta o cumprimento do músculo (alonga), e, na
isométrica, o músculo apenas fica tenso, sem realizar movimentos.
A contração isotônica é a contração com movimento que é subdividida em
concêntrica (encurta) e excêntrica (alonga), ou seja, não pode ser a alternativa
correta.

Tipos de Contrações

Há vários tipos de contração, a depender se o músculo se encurta, se alonga


ou apenas se contrai sem realizar movimentos.

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a) Contração Concêntrica: o músculo se encurta e traciona outra estru-


tura, como um tendão, reduzindo o ângulo de uma articulação. Exemplo:
trazer um livro que estava sobre a mesa ao encontro da cabeça. 
b) Contração Excêntrica: é quando aumenta o comprimento total do mús-
culo durante a contração. Exemplo: recolocar o livro sobre a mesa. 
c) Contração Isométrica: serve para estabilizar as articulações enquanto
outras são movidas. Gera tensão muscular sem realizar movimentos. É respon-
sável pela postura e sustentação de objetos em posição fixa. Exemplo: sustentar
um livro.

1.7. SISTEMA ESQUELÉTICO

O sistema esquelético é composto por ossos e cartilagens.


No edital, esse tema aparece da seguinte forma: 1.7 Sistema esquelético:
funções, divisão anatômica do esqueleto, ossos, crânio, coluna vertebral, articu-
lações.

Conceitos do Sistema Esquelético

Conceito de Ossos: são órgãos esbranquiçados, muito duros e que se unem


por intermédio das articulações para constituírem o esqueleto.
O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Ele é altamente especializado
e é o principal apoio do corpo. O tecido ósseo participa de um contínuo processo
de remodelamento dinâmico, produzindo osso novo e degradando o velho. 
O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso,
conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e tecidos formadores de sangue. 

Irrigação dos ossos

Quanto à irrigação do osso, temos os canais de Volkman e os canais de


Havers. O tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periós-
teo, que tem drenagem linfática.  
Canais de Havers são uma série de tubos em torno de estreitos canais.
Esses canais percorrem o osso no sentido longitudinal levando, dentro de sua
luz, vaso sanguíneos e nervos que são responsáveis pela nutrição do tecido
ósseo. Ele faz com que os vasos sanguíneos passem pelo tecido ósseo.  
Canais de Volkmann são canais encontrados no osso compacto, perpendi-
culares aos Canais de Havers. Os canais de Volkmann também podem transpor-
tar pequenas artérias em todo o osso.

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No interior da matriz óssea, existem espaços chamados lacunas, que contêm


células ósseas chamadas osteócitos. Cada osteófito tem prolongamentos, cha-
mados canalículos, que se estendem a partir das lacunas e se unem aos canalí-
culos das lacunas vizinhas, formando, assim, uma rede de canalículos e lacunas
em toda a massa de tecido mineralizado. 

RESUMO

O osso é formado por osteófitos, prolongamentos canalículos e lacunas. Essa organização permite
que o osso seja mais leve e esponjoso.

Conceito de Cartilagem: é uma forma elástica de tecido conectivo semirrí-


gido, que forma partes do esqueleto que possibilitam movimentos (articulações).
A cartilagem não possui suprimento sanguíneo próprio, pois suas suas células
obtêm oxigênio e nutrientes por difusão.
A cartilagem é responsável por ligar os ossos entre si e não ter atrito e nem
desgaste ósseo.

Funções do Sistema Esquelético

• Sustentação do organismo (apoio para o corpo);


• Proteção de estruturas vitais (coração, pulmões e cérebro);
• Base mecânica para o movimento;
• Armazenamento de sais (cálcio, por exemplo);
• Hematopoiética (suprimento contínuo de células sanguíneas novas).

IMPORTANTE!
A medula óssea produz as células do sangue (hemácias e leucócitos).

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Número de Ossos do Corpo Humano

É clássico admitir o número de 206 ossos.

Membro Superior = 32 x 2
Cabeça = 22
Cintura Escapular = 2
Crânio = 08 Braço = 1
Face = 14 Antebraço = 2
Mão = 27
Tórax = 37

Pescoço = 8 24 costelas
12 vértebras
1 esterno
Membro Inferior = 31 x 2
Abdômen = 7
Cintura Pélvica = 1
Coxa = 1 5 vértebras lombares
Joelho = 1 1 sacro
Perna = 2 1 cóccix
Pé = 26
Ossículos do Ouvido
Médio = 3 x 2
 

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Divisão do Esqueleto

Esqueleto Axial: divisão composta pelos ossos da cabeça, do pescoço e do


tronco.
Esqueleto Apendicular: composta pelos membros superiores e inferiores.

A união do esqueleto axial com o apendicular se dá por meio das cinturas


escapular e pélvica.

 
 
Classificação dos Ossos
 
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: longo, curto,
plano, alongado, pneumático, irregular, sesamoide e sutural.

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1. Ossos Longos: tem o comprimento maior que a largura e são constituí-


dos por um corpo e duas extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que
lhes garante maior resistência. Os ossos longos têm suas diáfises formadas por
tecido ósseo compacto e apresentam grande quantidade de tecido ósseo espon-
joso em suas epífises. Exemplo: fêmur.

 
IMPORTANTE!
Epífise são as extremidades do osso, e a diáfise é o meio do osso.

2. Ossos Curtos: são parecidos com um cubo, e seus comprimentos são prati-
camente iguais às suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, exceto
na superfície, onde há uma fina camada de tecido ósseo compacto.  Exemplo:
ossos do carpo (mão). 

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3. Ossos Laminares (Planos): são finos e compostos por duas lâminas


paralelas de tecido ósseo compacto, com camada de osso esponjoso entre elas.
Os ossos planos garantem considerável proteção e geram grandes áreas para
inserção de músculos. Exemplos: frontal e parietal (cabeça).

 
Além desses três grupos básicos bem definidos, há outros intermediários,
que podem ser distribuídos em 5 grupos:

4. Ossos Alongados: são ossos longos, porém achatados e não apresentam


canal central. Exemplo: costelas.

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5. Ossos Pneumáticos: são ossos ocos, com cavidades cheias de ar e


revestidas por mucosa (seios), apresentando pequeno peso em relação ao seu
volume. Exemplo: esfenoide (face).

6. Ossos Irregulares: apresentam formas complexas e não podem ser agru-


pados em nenhuma das categorias prévias. Eles têm quantidades variáveis de
osso esponjoso e de osso compacto. Exemplo: vértebras (coluna).

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7. Ossos Sesamoides: estão presentes no interior de alguns tendões em


que há considerável fricção, tensão e estresse físico. Exemplo: patelas (joelho).

8. Ossos Suturais: são pequenos ossos localizados dentro de articulações,


chamadas de suturas, entre alguns ossos do crânio. Seu número varia muito de
pessoa para pessoa.

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Estrutura dos Ossos Longos


 
A disposição do tecido ósseo compacto e esponjoso em um osso longo é res-
ponsável por sua resistência. Os ossos longos contêm locais de crescimento e
remodelação e estruturas associadas às articulações.

As partes de um osso longo são as seguintes: 


Diáfise: é a haste longa do osso, constituída principalmente por tecido ósseo
compacto, proporcionando considerável resistência ao osso longo.
Epífise: extremidades alargadas de um osso longo. A epífise de um osso o
articula, ou o une a um segundo osso, por meio de uma articulação. Cada epífise
consiste em uma fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso
e depois por uma cartilagem.
Metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.

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Configuração Externa dos Ossos

Pode-se observar duas configurações ósseas. A primeira é a saliência, que


é uma estrutura para fora, e a segunda é a depressão, ou seja, uma entrada no
osso.
Para esclarecer isso, vamos observar as figuras a seguir:

SALIÊNCIAS ÓSSEAS
Articulares Não articulares
• Cabeça; • Processos;
• Côndilo; • Tubérculos;
• Faceta. • Trocânter;
• Espinha;
• Eminência;
• Lâminas;
• Cristas.

Processos Transverso e Espinhoso


Cabeça do fêmur
(vértebras)
 

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DEPRESSÕES ÓSSEAS
• Articulares • Não articulares
• Cavidades; • Fossas;
• Acetábulo; • Sulcos;
• Fóvea. • Forames;
• Meatos;
• Seios;
• Fissuras;
• Canais.

Cavidade Glenoide (ombro) Processos Transverso e Espinhoso (vértebras)

Configuração Interna dos Ossos

A parte interna do osso pode ser do tipo compacto ou reticular (esponjoso).


Todos os ossos têm uma fina lâmina superficial de osso compacto em torno de
uma massa central de osso esponjoso, exceto onde o último é substituído por
uma cavidade medular.
O osso compacto do corpo, ou diáfise, que envolve a cavidade medular é a
substância cortical. A arquitetura do osso esponjoso e compacto varia de acordo
com a função. O osso compacto fornece força para sustentar o peso.

Periósteo e Endósteo

Nesta parte, vamos analisar o osso na sua estrutura externa (periósteo) e


interna (endósteo).

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O periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo denso, muito fibroso, que


reveste a superfície externa da diáfise, fixando-se firmemente em toda a superfí-
cie externa do osso, exceto na cartilagem articular. Protege o osso e serve como
ponto de fixação para os músculos e contém os vasos sanguíneos que nutrem o
osso subjacente.
O endósteo está localizado no interior da cavidade medular do osso, reves-
tido por tecido conjuntivo.

Tecido Ósseo Compacto Tecido Ósseo Esponjoso


• Contém poucos espaços em seus compo- • Constitui a maior parte do tecido ósseo
nentes rígidos; dos ossos curtos, chatos e irregulares.
• Dá proteção e suporte e resiste às forças • A maior parte é encontrada nas epífises.
produzidas pelo peso e movimento;
• Encontrado geralmente nas diáfises.

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EXERCÍCIOS

15. (MARINHA/2015) Segundo Hamill e Knutzen (2012), o sistema esquelético


é composto por:
a. Ossos, cartilagens, ligamentos e músculos.
b. Ossos, cartilagens, ligamentos e nervos.
c. Ossos, cartilagens, ligamentos e articulações do corpo,
d. Músculos, cartilagens, ligamentos e articulações do corpo.
e. Ossos, cartilagens, nervos e articulações do corpo

 COMEN T ÁRI
Gabarito: c.
O sistema esquelético é composto por ossos, cartilagens, ligamentos e articu-
lações.
As alternativas “a” e “d” estão erradas, pois o músculo não compõe o sistema
esquelético. As alternativas “b” e “e” também estão erradas, pois os nervos
também não compõem o sistema esquelético.

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1.8 SISTEMA RESPIRATÓRIO

Agora vamos estudar o sistema respiratório, que é responsável pelo meca-


nismo de respiração (troca gasosa).
A função do sistema respiratório é facultar ao organismo uma troca de gases
com o ar atmosférico, assegurando permanente concentração de oxigênio (O2)
no sangue, necessária às reações metabólicas, e em contrapartida, servindo
como via de eliminação de gases residuais, que resultam dessas reações e que
são representadas pelo gás carbônico (CO2).
Este sistema é constituído pelo trato respiratório superior e inferior. O trato
respiratório superior é formado por órgãos localizados fora da caixa torácica:
nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da traqueia. O
trato respiratório inferior consiste em órgãos localizados na cavidade torácica:
parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões. As cama-
das das pleuras e os músculos que formam a cavidade torácica também fazem
parte do trato respiratório inferior. 
O intercâmbio dos gases faz-se ao nível dos pulmões, mas para atingi-los,
o ar deve percorrer diversas porções de um tubo irregular, que recebe o nome
conjunto de vias aeríferas.

As vias aeríferas podem ser divididas em:

• Nariz;
• Faringe;
• Laringe;
• Traqueia;
• Brônquios; e
• Pulmões.

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NARIZ 

O nariz é uma protuberância situada no centro da face, sendo sua parte exte-
rior denominada nariz externo e a escavação que se apresenta interiormente
conhecida por cavidade nasal. 
O nariz externo tem a forma de uma pirâmide triangular de base inferior, e a
face posterior se ajusta verticalmente no 1/3 médio da face. 
As faces laterais do nariz apresentam uma saliência semilunar que recebe o
nome de asa do nariz. 
O ar entra no trato respiratório através de duas aberturas chamadas narinas.
Em seguida, flui pelas cavidades nasais direita e esquerda, que estão revestidas
por mucosa respiratória.
O septo nasal separa essas duas cavidades. Os pelos do interior das narinas
filtram grandes partículas de poeira que podem ser inaladas. Além disso, a cavi-
dade nasal contém células receptoras para o olfato.

A cavidade nasal é a escavação que encontramos no interior do nariz, ela é


subdividida em dois compartimentos, um direito e outro esquerdo. Cada com-
partimento dispõe de um orifício anterior, que é a narina, e um posterior, deno-
minado coana.

2
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As coanas fazem a comunicação da cavidade nasal com a faringe. É na cavi-


dade nasal que o ar se torna condicionado, ou seja, é filtrado, umedecido e
aquecido.

Na parede lateral da cavidade nasal, encontramos as conchas nasais (corne-


tos) que são divididas em superior, média e inferior.

PAREDE LATERAL DO NARIZ

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

O esqueleto ósseo do nariz é formado pelo osso frontal, pelos ossos nasais
e maxilares. 

3
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A cavidade nasal contém várias aberturas de drenagem, pelas quais o muco


dos seios paranasais é drenado. Os seios paranasais compreendem os seios
maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal.

Seios Paranasais ou Seios da Face – Vistas Lateral e Anterior

FARINGE

A faringe é um tubo que começa nas coanas e estende-se para baixo no pes-
coço. Ela se situa logo atrás das cavidades nasais e à frente das vértebras cer-
vicais. Sua parede é composta por músculos esqueléticos e revestida de túnica
mucosa.

IMPORTANTE!
A faringe funciona como uma passagem de ar e alimento.

A faringe é dividida em três regiões anatômicas: nasofaringe, orofaringe e


laringofaringe.
A porção superior da faringe, denominada parte nasal ou nasofaringe, tem as
seguintes comunicações: duas com as coanas e dois óstios faríngeos das tubas
auditivas com a orofaringe.
A tuba auditiva se comunica com a faringe através do ósteo faríngeo da tuba
auditiva, que por sua vez conecta a parte nasal da faringe com a cavidade média
timpânica do ouvido.

4
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A parte intermediária da faringe, a orofaringe, situa-se atrás da cavidade oral


e estende-se do palato mole até o nível do hioide. A parte da orofaringe tem
comunicação com a boca e serve de passagem tanto para o ar como para o ali-
mento. 
A laringofaringe estende-se para baixo a partir do osso hioide, conecta-se
com o esôfago (canal do alimento), e anteriormente com a laringe (passagem de
ar). Igual à parte oral da faringe, a laringofaringe é uma via respiratória e também
uma via digestiva.

RESUMO

Faringe:
Nasofaringe - função respiratória;
Orofaringe - função respiratória e digestiva;
Laringofaringe - função respiratória e digestória.

EXERCÍCIO

16. (AOCP/2015) O tubo muscular associado tanto ao Sistema Respiratório


quanto ao Sistema Digestivo é conhecido como:
a. Laringe.
b. Epiglote.
c. Cordas Vocais.
d. Faringe.
e. Palato Mole.

5
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 C O MEN T ÁRI
Gabarito: d.
Como aprendemos, as duas porções finais da faringe compõem o sistema res-
piratório e também o digestivo.

FARINGE – VISTA LATERAL

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

LARINGE 

A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traqueia.

A laringe tem três funções: 


1. Atua como passagem para o ar durante a respiração;
2. Produz som, ou seja, a voz (por esta razão, é chamada de caixa de voz);
3. Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respira-
tórias (como a traqueia). 

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A laringe desempenha função na produção de som, que resulta na fonação.


Na sua superfície interna, encontramos uma fenda anteroposterior denominada
vestíbulo da laringe, que possui duas pregas:
1. prega vestibular (cordas vocais falsas); e
2. prega vocal (cordas vocais verdadeiras).

A laringe é uma estrutura triangular constituída principalmente de cartilagens,


músculos e ligamentos. 
A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagens.
Três são ímpares (cartilagem tireóidea, cricoide e epiglótica) e três são pares
(cartilagem aritenoide, cuneiforme e corniculada). 
A cartilagem tireóidea consiste de cartilagem hialina e forma a parede ante-
rior e lateral da laringe. É maior nos homens devido à influência dos hormônios
durante a fase da puberdade. As margens posteriores das lâminas apresentam
prolongamentos em formas de estiletes grossos e curtos, denominados cornos
superiores e inferiores.

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LARINGE – VISTA ANTERIOR DAS CARTILAGENS

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

A cartilagem cricoide localiza-se logo abaixo da cartilagem tireoide e ante-


cede à traqueia.
A epiglote se fixa no osso hioide e na cartilagem tireoide. A epiglote é uma
espécie de "porta" para o pulmão, em que apenas o ar ou substâncias gasosas
entram e saem dele. Por sua vez, substâncias líquidas e sólidas não entram no
pulmão, pois a epiglote fecha-se e estas se dirigem ao esôfago.

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EXERCÍCIO

17. (FCC/2012) A epiglote é uma estrutura anatômica cuja característica é: 


a. formar, no homem, uma saliência conhecida como “pomo de Adão”.
b. constituir a estrutura cartilaginosa tireóidea.
c. compor com as pregas vocais a fenda palatina.
d. formar o espaço mastoideo, que permite a vibração das cordas vocais no
momento da fala.
e. e) abaixar-se sobre a laringe no momento da deglutição e levantar-se no
momento da respiração ou fala.

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: e.
A epiglote controla a passagem do alimento para o esôfago e do ar para a
laringe. Durante a deglutição, a epiglote se curva e a laringe se eleva. Isso
fecha a entrada para a laringe e permite a passagem do alimento só para o
esôfago.

TRAQUEIA

A traqueia é um tubo de 10 a 12,5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro.


Constitui um tubo que faz continuação na laringe, penetra no tórax e termina se
bifurcando nos 2 brônquios principais.
O arcabouço da traqueia é constituído aproximadamente por 20 anéis cartila-
ginosos incompletos para trás, que são denominadas cartilagens traqueais. 
Internamente, a traqueia é forrada por mucosa, onde abundam glândulas, e
o epitélio é ciliado, facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos. 
Inferiormente, a traqueia se bifurca, dando origem aos 2 brônquios principais:
direito e esquerdo. 
A parte inferior da junção dos brônquios principais é ocupada por uma saliên-
cia anteroposterior que recebe o nome de carina da traqueia, e serve para acen-
tuar a separação dos 2 brônquios.

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TRAQUEIA – VISTA ANTERIOR

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

BRÔNQUIOS

Os brônquios principais fazem a ligação da traqueia com os pulmões, são


considerados um direito e outro esquerdo. A traqueia e os brônquios extrapulmo-
nares são constituídos de anéis incompletos de cartilagem hialina, tecido fibroso,
fibras musculares, mucosa e glândulas.
O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que o
esquerdo. Como a traqueia, os brônquios principais contêm anéis de cartilagem
incompletos. 
Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada hilo. Ao
atingirem os pulmões correspondentes, os brônquios principais subdividem-se
nos brônquios lobares.
• Os brônquios lobares subdividem-se em brônquios segmentares, e cada
um destes distribuem-se a um segmento pulmonar. 

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• Os brônquios dividem-se respectivamente em tubos cada vez menores,


denominados bronquíolos. As paredes dos bronquíolos contêm músculo
liso e não possuem cartilagem.
• Os bronquíolos continuam a se ramificar e dão origem a minúsculos túbu-
los denominados ductos alveolares.
• Esses ductos terminam em estruturas microscópicas, chamadas alvéolos. 
• Os alvéolos, por fim, são minúsculos sacos de ar que constituem o final
das vias respiratórias. Um capilar pulmonar envolve cada alvéolo. A função
dos alvéolos é trocar oxigênio e dióxido de carbono através da membrana
capilar alvéolo-pulmonar.

Vamos entender o percurso do ar até chegar nos alvéolos?

Ao chegar aos alvéolos, ocorre a hematose, ou seja, a troca gasosa. Todo alvé-
olo possui um capilar sanguíneo conectado, que é a estrutura que permite a troca
gasosa com o sangue. Acompanhe a explicação observando a figura a seguir:

HEMATOSE – TROCA DE GASES

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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PULMONAR DIREITO PULMONAR ESQUERDO


Brônquio Brônquio Brônquio
Brônquio Segmentar Divisão
Lobar Lobar Segmentar
Apical Divisão Superior Ápico-posterior
Superior Posterior Anterior
Superior Divisão Inferior
Anterior Superior
(Língula)
Inferior
Lateral
Médio
Medial Superior
Basal ântero-medial
Superior Inferior
Basal lateral
Basal medial
Basal posterior
Inferior Basal anterior
Basal lateral * Tabelas esquematizando os brônquios lobares e seg-
Basal posterior mentares de cada pulmão. As imagens podem ser visua-
lizadas a seguir.

O Pulmão direito possui três lóbulos, e o esquerdo apenas dois.


Base do Pulmão: a base do pulmão apresenta uma forma côncava,
apoiando-se sobre a face superior do diafragma. A concavidade da base do
pulmão direito é mais profunda que a do esquerdo (devido à presença do
fígado).

Peso: os pulmões pesam, em média, 700 gramas.

Divisão: os pulmões apresentam características morfológicas diferentes.

O pulmão direito é constituído por três lobos divididos por duas fissuras: uma
fissura oblíqua, que separa o lobo inferior dos lobos médio e superior, e uma fis-
sura horizontal, que separa o lobo superior do lobo médio. 
O pulmão esquerdo é dividido em um lobo superior e um lobo inferior por uma
fissura oblíqua. Anterior e inferiormente, o lobo superior do pulmão esquerdo
apresenta uma estrutura que apresenta resquícios do desenvolvimento embrio-
nário do lobo médio, a língula do pulmão. 
Cada lobo pulmonar é subdividido em segmentos pulmonares, que consti-
tuem unidades pulmonares completas, consideradas autônomas sob o ponto de
vista anatômico. 

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Pulmão Direito 

* Lobo Superior: apical, anterior e posterior;


* Lobo Médio: medial e lateral;
* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial
e basal lateral. 

Pulmão Esquerdo 

* Lobo Superior: apicoposterior, anterior, lingular superior e lingular inferior;


* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial
e basal lateral.

PULMÕES – LOBOS E FISSURAS

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Pleuras

Uma pleura reveste o pulmão (pleura visceral) e a outra pleura, a caixa torá-
cica. Entre as duas pleuras há um espaço pleural para impedir o atrito durante o
movimento da respiração.

EXERCÍCIOS

18. (UFPB/2012) A pleura visceral reveste: 


a. Laringe.
b. Pulmão.
c. Cavidade torácica.
d. Traqueia.
e. Faringe.

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: b.
Como observado acima, temos a pleura parietal, que reveste a cavidade torá-
cica, e a pleura visceral, que reveste o pulmão.

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Hilo do Pulmão

A região do hilo localiza-se na face mediastinal de cada pulmão, sendo for-


mado pelas estruturas que chegam e saem dele, onde temos: os brônquios
principais, artérias pulmonares, veias pulmonares, artérias e veias bronquiais e
vasos linfáticos. 

Veja a figura a seguir:

HILO PULMONAR DIREITO

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO

Para entendermos a fisiologia respiratória, vamos começar estudando a ven-


tilação pulmonar. Esta consiste na entrada de ar nos pulmões (inspiração) e na
saída de ar (expiração).
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contra-
ção da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma
abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com
consequente redução da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar
a entrar nos pulmões.

A expiração, que promove a saída de


ar dos pulmões, dá-se pelo relaxa-
mento da musculatura do diafragma
e dos músculos intercostais. O dia-
fragma eleva-se e as costelas se abai-
xam, o que diminui o volume da caixa
torácica, com consequente aumento
da pressão interna, forçando o ar a
sair dos pulmões.

RESUMO

Inspiração: contração dos músculos diafragma e intercostais externos.


Expiração: relaxa o diafragma e os músculos intercostais internos e contrai os músculos abdominais.

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Transporte de gases respiratórios

O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína pre-


sente nas hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se com 4 molécu-
las de gás oxigênio, formando a oxi-hemoglobina.

Nos alvéolos pulmonares, o gás oxigênio do ar difunde-se para os capila-


res sanguíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina,
enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para o ar. Esse processo é cha-
mado de hematose.

Nos tecidos, ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da hemo-


globina e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as células. A maior parte do

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gás carbônico (cerca de 70%), liberado pelas células no líquido tissular, penetra
nas hemácias e reage com a água, formando o ácido carbônico, que logo se dis-
socia e dá origem a íons H+ e bicarbonato (HCO3), difundindo-se para o plasma
sanguíneo, onde ajudam a manter o grau de acidez do sangue. Cerca de 23%
do  gás carbônico  liberado pelos tecidos associam-se à própria hemoglobina,
formando a carboemoglobina.  O restante dissolve-se no plasma.

IMPORTANTE!
Como estamos nos preparando para o concurso dos bombeiros, é hora de
associar o que geralmente ocorre com o processo da respiração durante um
incêndio.

O monóxido de carbono (CO), liberado pela “queima” incompleta de combus-


tíveis fósseis e pela fumaça dos cigarros entre outros, combina-se com a hemo-
globina de uma maneira mais estável do que o oxigênio, formando o carboxie-
moglobina.  Dessa forma, a hemoglobina fica impossibilitada de transportar o
oxigênio, podendo levar à morte por asfixia.
Um dos índices de qualidade do ar diz respeito à concentração de monóxido
de carbono (CO), pois esse gás pode causar vários danos à saúde. A tabela
abaixo mostra a relação entre a qualidade do ar e a concentração de CO.

Qualidade do ar Concentração de CO – ppm* (média de 8h)


Inadequada 15 a 30
Péssima 30 a 40
Crítica Acima de 40
* ppm (parte por milhão) = 1 micrograma de CO por grama de ar 10 –6 g

 
Para analisar os efeitos do CO sobre os seres humanos, dispõe-se dos
seguintes dados:

Concentração de CO (ppm) Sintomas em seres humanos


10 Nenhum
15 Diminuição da capacidade visual
60 Dores de cabeça
100 Tonturas, fraqueza muscular
270 Inconsciência
800 Morte

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EXERCÍCIO

19. Afogamento é a asfixia gerada por aspiração de líquido de qualquer natu-


reza que venha a inundar o aparelho respiratório. Haverá suspensão da
troca ideal de oxigênio e gás carbônico pelo organismo.  
O afogamento impede uma importante ação orgânica que ocorre nos pul-
mões denominada
a. hematose
b. hemólise.
c. histenose.
d. hidatidose.
e. hilienose.

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: a.
A troca gasosa do O2 e do CO2 ocorre nos alvéolos e é denominada hematose.
Quando há afogamento, a água ocupa esse espaço dos alvéolos e impede a
troca gasosa.
A hemólise é a quebra das hemácias.
Estenose é a redução da luz do vaso sanguíneo ou outro tubo (exemplo: este-
nose de traqueia).
Hidatidose é uma doença infectoparasitária.

Controle da respiração

A frequência respiratória em repouso é de 10 a 15 movimentos por minuto.


A respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado
no bulbo. Desse centro, partem os nervos responsáveis pela contração dos mús-
culos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são
transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da res-
piração.
O mais importante músculo da respiração, o diafragma, recebe os sinais res-
piratórios através de um nervo especial, o nervo frênico.
O impulsos iniciados pela estimulação psíquica ou sensorial do córtex cere-
bral podem afetar a respiração.
Em condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segun-
dos, um impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do

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diafragma, fazendo-nos inspirar. O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto


a frequência quanto a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui qui-
miorreceptores que são bastante sensíveis ao pH do plasma.
Essa capacidade permite que os tecidos recebam a quantidade de oxigênio
que necessitam, além de remover adequadamente o gás carbônico.
Quando o sangue se torna mais ácido devido ao aumento do gás carbônico,
o centro respiratório induz a aceleração dos movimentos respiratórios. Dessa
forma, tanto a frequência quanto a amplitude da respiração tornam-se aumenta-
das devido à excitação do CR.
Em situação contrária, com a depressão do CR, ocorre diminuição da frequência
e amplitude respiratórias.

IMPORTANTE!
A respiração é o principal mecanismo de controle do pH do sangue.

Se o pH está  abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é exci-


tado, aumentando a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. O
aumento da ventilação pulmonar determina eliminação de maior quantidade de
CO2, o que eleva o pH do plasma ao seu valor normal.
Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro respirató-
rio é deprimido, diminuindo a frequência e a amplitude dos movimentos respi-
ratórios. Com a diminuição na ventilação pulmonar, há retenção de CO2 e maior
produção de íons H+, o que determina queda no pH plasmático até seus valores
normais.

A Ansiedade e a Respiração

A ansiedade promove liberação de adrenalina que frequentemente leva


também à hiperventilação, eliminando grande quantidade de dióxido de carbono.
Se for muito intenso, o sangue ficará levemente básico, precipitando, assim, con-
trações dos músculos de todo o corpo.
Se a concentração de gás carbônico cair a valores muito baixos, outras con-
sequências extremamente danosas podem ocorrer, como o desenvolvimento de
um quadro de alcalose que pode levar a uma irritabilidade do sistema nervoso,
resultando, algumas vezes, em tetania (contrações musculares involuntárias por
todo o corpo) ou mesmo convulsões epilépticas.

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Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigênio nos alvé-


olos cai a valores muito baixos. Isso ocorre especialmente quando se sobe a
lugares muito altos, onde a pressão de oxigênio é muito baixa ou quando uma
pessoa contrai pneumonia ou alguma outra doença que reduza o oxigênio nos
alvéolos.
Sob tais condições, quimiorreceptores localizados nas artérias carótida (do
pescoço) e aorta são estimulados e enviam sinais pelos nervos vago e glossofa-
ríngeo, estimulando os centros respiratórios no sentido de aumentar a ventilação
pulmonar.

RESUMO

O controle da respiração ocorre pelo controle do Centro Respiratório (sistema nervoso controla nível
de CO2) e pelos quimiorreceptores (nas artérias aorta e carótidas controlam nível de O2).

Esses dois mecanismos exercem o controle da respiração aumentando ou diminuindo a frequência


e amplitude respiratória.

A Capacidade e os Volumes Respiratórios

O sistema respiratório humano comporta um volume total de aproximada-


mente 5 litros de ar – a capacidade pulmonar total. Desse volume, apenas meio
litro é renovado em cada respiração tranquila, de repouso. Esse volume reno-
vado é o volume corrente.
Se, no final de uma inspiração forçada, executarmos uma expiração forçada,
conseguiremos retirar dos pulmões uma quantidade de aproximadamente 4 litros
de ar, o que corresponde à capacidade vital, e é dentro de seus limites que a
respiração pode acontecer.

Mesmo no final de uma expiração forçada, resta nas vias aéreas cerca de 1 litro de ar, o volume
residual.

Esse volume residual é importante para que os alvéolos não fechem com-
pletamente as paredes, ou seja, mantém os alvéolos abertos, sendo mais fácil a
próxima inspiração.

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Vamos fazer uma analogia com o volume residual e o enchimento de um


balão?
É bem mais fácil encher um balão quando ele já iniciou a insuflação do que
quando ele está completamente fechado. Da mesma forma, o mecanismo fisio-
lógico do pulmão de manter o volume residual é para não dificultar as próximas
inspirações.

Nunca se consegue encher os pulmões com ar completamente renovado, já


que mesmo no final de uma expiração forçada o volume residual permanece no
sistema respiratório. A ventilação pulmonar, portanto, dilui esse ar residual no ar
renovado, colocado em seu interior.
O assunto de Anatomia e Fisiologia é muito extenso e com poucas questões
disponíveis. No entanto, esses assuntos são as bases para entendermos as
doenças e os primeiros socorros, que são o foco do nosso edital.
Por isso, reforcem a teoria fazendo esquemas e resumos dos principais tópi-
cos, com o objetivo de fortalecer as bases para melhor compreensão dos próxi-
mos tópicos.

1.9 ANATOMIA CARDIOVASCULAR

Iremos iniciar nosso estudo com foco em aprender todo o sistema cardiovas-
cular, composição, localização dos órgãos, suas câmaras, camadas do coração,
sistema circulatório das coronárias (artérias que nutrem o nosso músculo cardí-
aco) e o sistema elétrico do coração.
O Sistema Cardiovascular é formado pelo coração, sangue e vasos capi-
lares. Ele é responsável por levar o oxigênio e os nutrientes para o corpo.

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EXERCÍCIO

20. (AOCP/2015) Os principais componentes do Sistema Cardiovascular são:


a. Coração, fígado e rins.
b. Coração, pulmões e artérias.
c. Coração, pulmões e veias.
d. Coração e vasos sanguíneos.
e. Coração, pâncreas e pulmões.

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: d.
O sistema cardiovascular é composto por coração e vasos sanguíneos.
A alternativa “a” está errada. O fígado faz parte do sistema metabólico, e os
rins do sistema de filtração sanguínea (sistema renal).
A alternativa “b” está errada. Os pulmões compõem o sistema respiratório e
cardíaco.
A alternativa “e” está errada. O pâncreas faz parte de dois sistemas, do sis-
tema endócrino, produzindo hormônios, como o glucagon e a insulina, e do
sistema digestivo, produzindo o suco pancreático.

Definição e Localização do Coração

A princípio, analisaremos a definição e a localização do coração, bem como


seus limites anatômicos, composição (camadas: pericárdio, miocárdio e endo-
cárdio), câmaras (átrios direito e esquerdo e ventrículos direito e esquerdo),
válvulas (mitral e tricúspide, pulmonar e aórtica) e principais vasos sanguíneos
(artérias aorta e pulmonar, veia cava e veias pulmonares).

Primeiramente, analisemos a figura a seguir:

Esta figura nos mostra os átrios, ventrículos, válvula mitral (lado esquerdo),
válvula tricúspide (lado direito), veia cava e artéria aorta.

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RESUMO

Lado Direito Lado Esquerdo

Átrio Átrio
Ventrículo Ventrículo
Veia cava superior Artéria Aorta
Artéria pulmonar Veias Pulmonares
Válvula tricúspide Válvula mitral
Valva pulmonar Valva aórtica

Perceba que pintei de AZUL o lado direito porque ele vai conduzir sangue
venoso (pobre em oxigênio) e o lado esquerdo de VERMELHO porque nele
circula sangue arterial (rico em oxigênio).

IMPORTANTE!
As artérias normalmente carreiam sangue rico em oxigênio, e as veias, sangue
pobre em oxigênio. Porém, há uma exceção: a artéria pulmonar irá conduzir
sangue venoso, e as veias pulmonares, sangue rico em oxigênio.

EXERCÍCIOS

21. (CESPE/TJDFT/2015) Todas as artérias conduzem sangue rico em oxigênio e


nutrientes, que são substâncias essenciais às células do organismo humano.

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: errado.
Está claro que esta questão está errada, pois trata-se de uma exceção. As
artérias pulmonares levam sangue pobre em oxigênio ao pulmão para serem
oxigenados.

O mesmo aspecto foi abordado pela nossa banca: a IDECAN, vamos conferir?

22. (IDECAN/2014) Hematose pulmonar é a troca gasosa que ocorre entre o


sangue e o ar existente nos pulmões. Esse processo tem por finalidade a
manutenção do equilíbrio ácido básico no organismo. Com relação ao trans-
porte dos gases no sistema sanguíneo, assinale a alternativa correta.

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a. Veia pulmonar: carreia sangue rico em CO2.


b. Artéria pulmonar: carreia sangue rico em O2.
c. Artéria pulmonar: carreia sangue rico em CO2.
d. Artéria aorta: responsável por conduzir sangue oxigenado ao átrio D.
e. Arteríola: possui o maior calibre e recebe o sangue com grande pressão
diretamente do ventrículo esquerdo.

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: c.
Observe a banca IDECAN cobrando a mesma exceção que foi abordada pela
banca CESPE. A artéria pulmonar, apesar de ser uma artéria, conduz sangue
pobre em O2 (oxigênio).
A alternativa “a” está errada. As veias pulmonares são outra exceção. Apesar
de serem veias, carreiam sangue rico em oxigênio.
A alternativa “b” está errada. Ocorre o contrário, como explicado na alternativa
“c”.
A alternativa “d” está errada. A artéria aorta sai do ventrículo esquerdo para
nutrir o corpo de sangue rico de O2.
A alternativa “e” está errada. As arteríolas são vasos arteriais que funcionam a
baixa pressão. As arteríolas são ramificações das artérias. Através das arterí-
olas, o sangue é libertado para os capilares. Regulam principalmente a resis-
tência ao fluxo sanguíneo, e, portanto, a pressão sanguínea periférica.

As câmaras de recepção do sangue mais complacentes são chamadas


de  átrios. Por outro lado, as câmaras de ejeção, mais musculosas, são cha-
madas de ventrículos. Entre os átrios e os ventrículos existem valvas. Essas
valvas permitem a passagem do sangue apenas no sentido do átrio para o
ventrículo. São chamadas de valvas atrioventriculares.
No lado direito, temos a valva tricúspide, e no lado esquerdo, a valva mitral.
Entre os ventrículos e as artérias ficam as valvas semilunares. Essas valvas
permitem apenas a saída do sangue dos ventrículos em direção das artérias.
Entre o ventrículo esquerdo e a aorta fica a  valva aórtica. Entre o ventrículo
direito e o tronco da artéria pulmonar fica a valva pulmonar.

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Para que você consiga entender a Anatomia, vamos analisar a imagem a


seguir:

CORAÇÃO

O coração é o “motor” do sistema circulatório. Sua função é bombear o


sangue, de modo que chegue a todo corpo. Com isso, o sangue que contém oxi-
gênio pode alimentar as células do corpo. Uma circulação completa inclui duas
passagens pelo coração: uma em direção ao corpo (lado esquerdo) e a outra em
direção ao pulmão (lado direito).
Ele tem o formato de cone e é relativamente pequeno, aproximadamente do
tamanho do punho fechado.

Localização do Coração

O coração fica apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade


torácica, no mediastino, que é uma massa de tecido que se estende do esterno
à coluna vertebral; e entre os revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3
de massa cardíaca ficam à esquerda da linha média do corpo.

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EXERCÍCIOS

23. (FUNRIO/2015/ADAPTADA) Na cavidade torácica, encontramos o coração


com seu ápice voltado para cima, e sua base ancorada no músculo dia-
fragma que limita esta região com a cavidade abdominal;

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: errado.

Observe a figura a seguir e perceba o erro da questão. O ápice fica para baixo:

IMPORTANTE!
Palavra-chave para localização: mediastino.

24. (CESPE/2013) A respeito da localização e do funcionamento das estrutu-


ras internas do corpo humano, julgue os itens seguintes. 
A cavidade ocupada pelo coração e o esôfago, pelos grandes vasos, nervos
e vasos linfáticos é denominada mediastino.

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: certo.
Conforme vimos anteriormente, o mediastino é o local onde o coração está
situado, junto com outras estruturas descritas na questão.A extremidade pon-
tuda do coração é o ápice, dirigida para frente, para baixo e para a esquerda.
A porção mais larga do coração, oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás,
para cima e para a direita.

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Vamos analisar o ápice nesta figura a seguir:

Para entender anatomia cardíaca, é importante situar o limite do coração com


os órgãos vizinhos, vamos lá?

Limites do coração:

A superfície anterior fica logo abaixo do esterno e das costelas;


A superfície inferior é a parte do coração que, em sua maior parte, repousa sobre o diafragma,
correspondendo à região entre o ápice e a borda direita;
A borda direita está voltada para o pulmão direito e se estende da superfície inferior à base;
A borda esquerda, também chamada borda pulmonar, fica voltada para o pulmão esquerdo, esten-
dendo-se da base ao ápice;
O limite superior encontra-se os grandes vasos do coração e;
Posteriormente à traqueia, ao esôfago e à artéria aorta descendente.

Perceba que, em negrito, temos a parte do coração (anterior, borda esquerda,


direita) e estruturas vizinhas estão na sequência (limites).

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RESUMO

Parte do coração Limite


Anterior Abaixo do esterno
Inferior Diafragma
Borda direita Pulmão direito
Borda esquerda Pulmão esquerdo
Superior Grandes Vasos
Posterior Traqueia, esôfago e aorta

Camadas do Coração

O coração humano divide-se em três camadas:


• Epicárdio (externa);
• Miocárdio (meio); e
• Endocárdio (interna).

Além das camadas cardíacas, vale ressaltar a presença do saco fibroso que
reveste o coração: o pericárdio.
O pericárdio é a membrana que reveste e protege o coração. Ele restringe
o coração à sua posição no mediastino, embora permita suficiente liberdade de
movimentação para contrações vigorosas e rápidas. O pericárdio consiste em
duas partes principais: pericárdio fibroso e pericárdio seroso.

• O pericárdio fibroso é superficial e é um tecido conjuntivo irregular, denso,


resistente e inelástico. Assemelha-se a um saco, que repousa sobre o dia-
fragma e se prende a ele. 
• O pericárdio seroso é mais profundo e é uma membrana mais fina e mais
delicada que forma uma dupla camada, circundando o coração. A camada
parietal, mais externa, do pericárdio seroso está fundida ao pericárdio
fibroso. A camada visceral, mais interna, do pericárdio seroso, também
chamado epicárdico, adere fortemente à superfície do coração.

IMPORTANTE!
Quando há um tamponamento cardíaco, essa região do pericárdio, que
fisiologicamente permite liberdade para a movimentação do coração, deixa de
permitir essa movimentação e pode ocasionar um choque do tipo obstrutivo.

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Epicárdio, Miocárdio e Endocárdio

1. Epicárdio: é a camada externa do coração, uma delgada lâmina de tecido


seroso.
O Epicárdio é contínuo, a partir da base do coração, com o revestimento
interno do pericárdio, denominado camada visceral do pericárdio seroso. 
2. Miocárdio: é a camada média e a mais espessa do coração.
É composto de músculo estriado cardíaco. É esse tipo de músculo que per-
mite que o coração se contraia e, portanto, impulsione sangue, ou o force para o
interior dos vasos sanguíneos. 

O miocárdio é o músculo cardíaco propriamente dito. A maioria dos problemas cardíacos aco-
mete essa camada, como as miocardiopatias de diversas etiologias (doença de chagas, insuficiên-
cia cardíaca, infarto agudo do miocárdio e outras).

3. Endocárdio: é a camada mais interna do coração.


É uma fina camada de tecido composto por epitélio pavimentoso simples
sobre uma camada de tecido conjuntivo. A superfície lisa e brilhante permite que
o sangue corra facilmente sobre ela. O endocárdio também reveste as valvas
e é contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que entram e saem
do coração.

Câmaras Cardíacas

Como mencionado anteriormente, o coração possui quatro câmaras: dois


átrios e dois ventrículos.
Os átrios (as câmaras superiores) recebem sangue, e os ventrículos (câma-
ras inferiores) bombeiam o sangue para fora do coração.

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O átrio direito é separado do esquerdo por uma fina divisória chamada septo


interatrial; o ventrículo direito é separado do esquerdo pelo septo interventri-
cular.

Átrio Direito: o átrio direito forma a borda direita do coração e recebe sangue
rico em dióxido de carbono (venoso) de três veias: veia cava superior, veia
cava inferior e seio coronário. 
A veia cava superior recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo, já
a inferior recebe sangue das partes mais inferiores do corpo (abdômen e mem-
bros inferiores) e o seio coronário recebe o sangue que nutre o miocárdio e leva
o sangue ao átrio direito. 
Átrio Esquerdo: o átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com pare-
des posteriores e anteriores lisas, que recebe o sangue já oxigenado, por meio
de quatro veias pulmonares. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo
esquerdo, através da valva bicúspide (mitral).

25. (FUNCAB/2014) Para o desempenho consciente de suas atividades, é ne-


cessário que o profissional de saúde tenha conhecimento do funcionamento
dos diversos sistemas. Em relação ao funcionamento do coração, assinale a
opção correspondente ao funcionamento do átrio esquerdo:
a. Recebe o sangue venoso proveniente dos sistemas.
b. Recebe o sangue oxigenado proveniente da circulação pulmonar por meio
das veias pulmonares
c. Bombeia o sangue para a circulação sistêmica
d. Bombeia o sangue para os pulmões.

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 C O MEN T ÁRI
Gabarito: b.
A alternativa “a” está errada. O átrio esquerdo recebe sangue arterial (oxige-
nado) das veias pulmonares, conforme está descrito na alternativa “b”.
A alternativa “c” está errada. Quem bombeia o sangue para a circulação sistê-
mica é o coração, por meio da artéria aorta.
A alternativa “d” está errada. Quem bombeia o sangue é o coração e o sangue
vai para os pulmões pela artéria pulmonar que sai do ventrículo direito.

• Ventrículo direito: o ventrículo direito forma a maior parte da superfície


anterior do coração.

No óstio atrioventricular direito, há um aparelho denominado valva tricús-


pide, que serve para impedir que o sangue retorne do ventrículo para o átrio
direito. Essa valva é constituída por três lâminas membranáceas, esbranquiça-
das e irregularmente triangulares.

• Ventrículo esquerdo: o ventrículo esquerdo forma o ápice do coração.


No óstio atrioventricular esquerdo, encontramos a valva atrioventricular
esquerda, constituída apenas por duas lâminas denominadas cúspides
(anterior e posterior). Essas valvas são denominadas bicúspides.

Tanto o ventrículo direito quanto o esquerdo possuem cordas tendíneas que


fixam as cúspides da valva bicúspide e tricúspide aos músculos cardíacos. 

Cordoalhas tendinosas ou cordas tendíneas são estruturas fibrosas que fixam as válvulas.

Circulação Coronariana

Inicialmente vamos tratar o que cai em prova nesse aspecto, ou seja, o


momento do ciclo cardíaco que o coração recebe o suprimento sanguíneo e o
nome das principais artérias que irrigam o coração.

IMPORTANTE!
O coração recebe o sangue no momento da diástole cardíaca.

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Principais Artérias que Nutrem o Coração

As artérias coronárias que irrigam o músculo cardíaco são originadas na arté-


ria aorta e são separadas em direita e esquerda.
O tronco coronário esquerdo compreende a artéria descendente anterior,
artéria circunflexa, ramos diagonais e ramos marginais. O componente arterial
coronário direito consiste na artéria coronária direita e na artéria descendente
posterior.
A irrigação do coração é assegurada pelas artérias coronárias e pelo seio
coronário. As artérias coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Elas
têm esses nomes porque ambas percorrem o sulco coronário e são originadas
da artéria aorta. 
Para ilustrar, visualizem a figura a seguir, que mostra a circulação cardíaca:

Inervação Cardíaca

A inervação do músculo cardíaco ocorre de duas formas: uma extrínseca,


que provém de nervos situados fora do coração, e outra intrínseca, que constitui
um sistema encontrado apenas no coração e que está localizado no seu interior. 
A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo, isto é, sim-
pático e parassimpático. Do sistema nervoso simpático, o coração recebe os

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nervos cardíacos simpáticos. As fibras parassimpáticas que vão inervar o cora-


ção seguem pelo nervo vago (X par craniano), do qual derivam nervos cardíacos
parassimpáticos.

IMPORTANTE!
Fisiologicamente, o simpático acelera o coração, aumentando a frequência
cardíaca, e o parassimpático retarda os batimentos cardíacos. 

A inervação intrínseca, ou sistema de condução do coração, é a razão dos


batimentos contínuos do coração. É uma atividade elétrica, intrínseca e rítmica,
que se origina em uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas, cha-
madas células autorrítmicas (marca passo cardíaco), por serem autoexcitáveis.

RESUMO

Para o coração bater, não é necessário estímulo do sistema nervoso. Esse sistema apenas
influencia, aumentando ou diminuindo esses batimentos. O Simpático aumenta a frequência
de batimento e o parassimpático diminui. O coração tem células autoexcitáveis que fazem atividade
elétrica, ou seja, essas células, próprias do coração, desencadeiam o estímulo para o batimento
cardíaco.
Dessa forma, podemos entender o porquê do coração de um paciente com morte cerebral ainda con-
tinuar batendo. Esse órgão pode, inclusive, ser aproveitado para um possível transplante cardíaco.

Agora que você já entendeu, vamos continuar percorrendo o sistema de


autoexcitação cardíaca.
A excitação cardíaca começa no nodo sinoatrial, situado na parede atrial
direita. Propagando-se ao longo das fibras musculares atriais, o potencial de
ação atinge o nodo atrioventricular (AV), situado no septo interatrial, anterior a
abertura do seio coronário.
Do nodo AV, o potencial de ação chega ao feixe atrioventricular (feixe de
His), que é a única conexão elétrica entre os átrios e os ventrículos. Finalmente,
as miofibras condutoras (fibras de Purkinge), conduzem rapidamente o poten-
cial de ação, primeiro para o ápice do ventrículo e, após, para o restante do mio-
cárdio ventricular. 

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RESUMO

EXERCÍCIOS

26. (COSEAC/2014) O sistema de condução cardíaca gera e transmite impulsos


elétricos que estimulam a contração do miocárdio. Sob circunstâncias nor-
mais, o sistema de condução estimula primeiramente a contração dos (as):
a. Átrios.
b. Células nodais.
c. Células de Purkinje.
d. Ventrículos.
e. Vasos cardíacos.

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: a.
Conforme visto, a inervação do coração começa no nodo sinoatrial, que está
localizado no átrio direito, onde sai o impulso elétrico (estímulo).

27. (NC-UFPR/2013) Com relação à anatomia e fisiologia cardíaca, numere a


coluna da direita de acordo com sua correspondência com a coluna da es-
querda. 
1) Valva tricúspide. 
2) Valva mitral. 
3) Parte do sistema de condução do impulso elétrico cardíaco. 
4) Artéria pulmonar. 
5) Veia pulmonar. 

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(  ) Sangue arterial. 


(  ) Sangue venoso. 
 (  ) Localizada entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. 
 (  ) Localizada entre o átrio direito e o ventrículo direito. 
 (  ) Feixe de His e fibras de Purkinje. 

Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direi-


ta, de cima para baixo.
a. 5 – 4 – 2 – 1 – 3.
b. 5 – 4 – 3 – 1 – 2.
c. 5 – 4 – 1 – 2 – 3.
d. 4 – 5 – 2 – 1 – 3
e. 4 – 5 – 1 – 2 – 3.

 C O MEN T ÁRI
Gabarito: a.
A veia pulmonar é uma exceção que as bancas adoram. É a única veia do
corpo que conduz sangue arterial. Do mesmo modo, a artéria pulmonar é a
única artéria que conduz sangue venoso.
Quem está localizado entre o átrio e o ventrículo é a válvula. Do lado direito,
temos a válvula tricúspide, e no lado esquerdo, a válvula mitral ou bicúspide.
O feixe de His e fibras de Purkinje fazem parte do sistema de condução elé-
trico, juntamente com outras estruturas como o nodo Sinoatrial. 
Percebe-se, então, como a anatomia do coração é complexa e interessante.
Ele tem vários aspectos para serem explorados pelas bancas.

Fisiologia Cardiovascular

Vamos seguir agora para fisiologia cardíaca. Neste tópico, falaremos acerca do
tipos de circulação, o ciclo cardíaco, e, neste, incluem-se a sístole e a diástole.

Tipos de Circulação

A princípio, vamos analisar os tipos de circulação. Há dois tipos: pulmonar e


sistêmica.

• Circulação Pulmonar: nesse tipo de circulação, o sangue rico em gás car-


bônico sai do coração pela artéria pulmonar, é oxigenado no pulmão e volta
ao coração pelas veias pulmonares.

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As veias pulmonares são as únicas que carreiam sangue oxigenado, e a arté-


ria pulmonar é a única que leva sangue pobre em oxigênio. Lembre-se de que as
bancas costumam cobrar essas exceções.

Pequena Circulação

• Circulação Sistêmica: o sangue sai do coração para o corpo, onde irriga


os tecidos. Nestes, há trocas gasosas e o sangue rico em gás carbônico
volta para o coração.

Pequena e Grande Circulação

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CICLO CARDÍACO 

O sentido de circulação do sangue é:

Um ciclo cardíaco único inclui todos os eventos associados a um batimento


cardíaco.
No ciclo cardíaco, os dois átrios se contraem, enquanto os dois ventrícu-
los relaxam e vice-versa.

O termo sístole designa a fase de contração, e a fase de relaxamento é designada como diástole.

Quando o coração bate, os átrios contraem-se primeiramente (sístole atrial),


forçando o sangue para os ventrículos. Uma vez preenchidos, os dois ventrícu-
los contraem-se (sístole ventricular) e forçam o sangue para fora do coração. 

Para que o coração seja eficiente na sua ação de bombeamento, é necessário mais do que a con-
tração rítmica de suas fibras musculares. A direção do fluxo sanguíneo deve ser orientada e con-
trolada, o que é obtido por quatro valvas já citadas anteriormente: duas localizadas entre o átrio e
o ventrículo - atrioventriculares (valva tricúspide e bicúspide); e as outras duas localizadas entre os
ventrículos e as grandes artérias que transportam sangue para fora do coração - semilunares (valva
pulmonar e aórtica).

1
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IMPORTANTE!
Sístole é a contração do músculo cardíaco. Na sístole atrial que impulsiona
sangue para os ventrículos, as valvas atrioventriculares estão abertas à
passagem de sangue, e a pulmonar e a aórtica estão fechadas. Na sístole
ventricular, as valvas atrioventriculares estão fechadas, e as semilunares
abertas à passagem de sangue. 
Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco. Ocorre quando os ventrículos
se enchem de sangue. Nesse momento, as valvas atrioventriculares estão
abertas, e as semilunares estão fechadas. 

28. (CESPE/CBMDF/2011/) Para chegar ao coração, o sangue que circula nas


pernas é submetido a uma pressão suficiente para ir contra a gravidade, o
que é conseguido pela contração muscular, que pressiona as veias no inte-
rior dos músculos, e pelas válvulas venosas, que permitem a passagem do
sangue em direção única nas veias.

 C O M E N T ÁRI
Gabarito: certo.
Percebemos que, para a circulação continuar, é necessário considerar o retorno
venoso, que é a quantidade de sangue que chega ao coração por minuto, ou
seja, o sangue que sai do corpo e volta ao coração. Alguns aspectos apresen-
tados pela banca nos ajudam a compreender mecanismos que contribuem
para esse retorno venoso.

RESUMO

1) A contração muscular é o primeiro aspecto. Ela é fundamental para impulsionar o sangue da peri-
feria (corpo) de volta ao coração.
2) As válvulas presentes nas veias são essenciais para permitir o fluxo de sangue unidirecional de
volta ao coração.

O aparelho cardiovascular é um sistema fechado, pelo qual o sangue circula


de maneira praticamente constante graças à ação impulsionadora do coração.
De qualquer forma, o coração atua a um ritmo básico de 60 a 80 impulsos por
minuto. Em cada batimento, o ventrículo esquerdo envia para a artéria aorta
uma determinada quantidade de sangue que, através de múltiplas ramificações
arteriais, chega até todos os tecidos do organismo.

2
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A sístole é o período em que as câmaras cardíacas se contraem ejetando o


sangue. Já a diástole é a fase de dilatação das câmaras ao receber o sangue.
Para aprofundar nossos conhecimentos, vamos detalhar o que ocorre com o
sangue na sístole, e, para isso, precisamos dividir a sístole em 4 fases:

Fases da Sístole:

1. Fase de contração isovolumétrica: o ventrículo está cheio de sangue e


começa a contrair-se. A pressão ventricular é superior à do átrio, e as válvulas
auriculoventriculares fecham-se. No entanto, a pressão ventricular é inferior à
aórtica (no caso do ventrículo esquerdo) e à pulmonar (ventrículo direito), con-
traindo-se, assim, sem alteração de volume no seu interior. Esta fase é caracte-
rizada por um aumento brusco de pressão;

2. Fase de expulsão rápida: a pressão no interior do ventrículo esquerdo é


maior que a da aórtica (classicamente valores acima dos 80 mmHg), abrindo-se
a válvula aórtica de modo que o sangue saia do ventrículo a grande velocidade
e pressão;

3. Fase de expulsão lenta: a aorta é uma artéria muito elástica e tem uma
grande capacidade de distensão. Essa propriedade permite que o fluxo sanguí-
neo pelo organismo seja continuo. À medida que o sangue entra na aorta, esta
se distende para acomodar o volume, aumentando, assim, a pressão em seu
interior. Deste modo, a diferença de pressões entre ventrículo e aorta é cada vez
menor, saindo o sangue do ventrículo a cada vez com menor velocidade;

4. Proto-Diástole: é uma fase virtual que separa a sístole da diástole. Em


dado momento, a pressão aórtica se iguala à ventricular, não havendo deste
modo qualquer ejeção de sangue, embora ainda haja pouco fluxo devido à inér-
cia. Em seguida, o ventrículo começa a se distender, dando origem à diástole.

3
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RESUMO

Fases da Diástole

1. Fase de relaxamento isovolumétrico: quando a pressão ventricular


é inferior à pressão aórtica (no caso do ventrículo esquerdo), mas superior à
pressão auricular, estando assim ambas válvulas fechadas, não há variação no
volume de sangue dentro do ventrículo.

2. Fase de enchimento rápido: quando a pressão ventricular se reduz abaixo


da pressão atrial, nesse momento as válvulas AV se abrem deixando passar
rapidamente um grande fluxo em direção ao ventrículo.

3. Fase de enchimento lento: é também conhecido como diástase. Com o


enchimento do ventrículo e o fim da fase ativa do relaxamento do músculo car-
díaco, ocorre uma desaceleração importante do fluxo. A valvas AV tendem a se
fechar passivamente.

4. Sístole atrial: ocorre a contração atrial. A sístole atrial pode representar


até 20% do volume diastólico final do ventrículo, sendo de grande importância
para a manutenção do débito cardíaco nos pacientes que possuam algum tipo
de restrição funcional do VE.

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EXERCÍCIO

29. (CONTEMAX/2014) O coração é composto por quatro compartimentos que


tem a finalidade de conduzir os sistemas de bombeamento direito e esquer-
do. Considerando o lado esquerdo do coração, composto pelo átrio esquerdo
e pelo ventrículo esquerdo, é correto afirmar que:
a. O sangue do lado esquerdo é oxigenado e vai para o restante do corpo
através da artéria aorta.
b. O sangue do lado esquerdo é arterial (sangue desoxigenado) aonde vai
para os pulmões, através da artéria pulmonar, para a oxigenação.
c. O sangue do lado esquerdo é venoso (sangue desoxigenado) vai para os
pulmões, através da artéria pulmonar, para a oxigenação.
d. O sangue do lado esquerdo é arterial (sangue oxigenado) vai para os pul-
mões, através da artéria pulmonar, para a oxigenação.
e. O sangue do lado esquerdo é oxigenado e vai para o restante do corpo
através da circulação pulmonar.

 C O M E N T ÁRI
Gabarito: a.
A alternativa “b” está errada, pois o sangue do lado esquerdo é arterial (sangue
desoxigenado). Ele vai para os pulmões através da artéria pulmonar, para a
oxigenação.
A alternativa “c” está errada, pois o sangue do lado esquerdo é venoso
(sangue desoxigenado). Ele vai para os pulmões através da artéria pulmo-
nar, para a oxigenação.
O lado esquerdo é arterial, oxigenado e vai para o corpo pela artéria aorta
para nutrir os tecidos.
A alternativa “d” está errada, pois o sangue do lado esquerdo é arterial (sangue
oxigenado). Ele vai para os pulmões através da artéria pulmonar, para a oxige-
nação. Conforme já explicado nas outras alternativas, ele vai para o corpo pela
artéria aorta.
Por fim, a alternativa “e” está errada, pois o sangue do lado esquerdo é oxi-
genado e vai para o restante do corpo através da circulação pulmonar. Essa
circulação que conduz sangue para o corpo é a sistêmica. A circulação pulmonar
é a do lado direito do coração e do pulmão.

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Pressão Arterial Sistólica e Diastólica

A pressão arterial é a força que o sangue bombeado pelo coração exerce


contra as paredes arteriais, força essa necessária para que o sangue avance
pelos vasos.

Vamos consolidar esse conhecimento com informações da Sociedade Brasi-


leira de Cardiologia:

O coração trabalha em dois tempos:


1. Contração para expulsar o sangue: a força é máxima e esse processo é
chamado de sístole.
2. Relaxamento do coração entre as contrações cardíacas: a força é mínima
e esse processo é chamado de diástole.

A pressão arterial é resultado do seguinte produto:

PA= Débito Cardíaco X Resistência Vascular Periférica

RESUMO

• O Débito Cardíaco é o volume de sangue sendo bombeado pelo coração em um minuto.


• A Resistência Vascular Periférica é a oposição dos vasos sanguíneos, que podem estar mais ou
menos contraídos ou dilatados.

A pressão arterial não é uniforme, pois, ao longo do ciclo cardíaco, sofre


certas oscilações. Para se referir aos seus valores, vamos classificar a pressão
arterial em dois parâmetros:

• Pressão arterial máxima ou sistólica: corresponde ao momento em que


o ventrículo esquerdo bombeia o seu conteúdo para a aorta (sístole). A
grande artéria acolhe subitamente uma considerável quantidade de sangue,
o que faz com que a pressão no seu interior atinja o valor máximo, que em
condições de repouso é de cerca de 120 a 140 mmHg.
• Pressão arterial mínima ou diastólica: corresponde ao momento em que
o ventrículo esquerdo está a encher-se de sangue (diástole). A elasticidade
das paredes da aorta faz com que a artéria impulsione o sangue para os
vasos periféricos e, assim, a pressão no seu interior atinge o valor mínimo
de aproximadamente 80 mm Hg.

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EXERCÍCIO

30. (CESPE/CBMDF/2011) A pressão arterial diastólica é a exercida pelo bati-


mento cardíaco no momento em que o ventrículo esquerdo ejeta o sangue
por meio da artéria aorta, e a pressão sistólica é a pressão existente nas
artérias no momento de relaxamento e enchimento do ventrículo esquerdo.

 C O M E N T ÁRI
A questão está errada. A banca inverteu os conceitos de diástole e sístole.

Vasos Sanguíneos

São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constitu-


ída por artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, origi-
nando arteríolas, vênulas e capilares.
• Artérias: vasos sanguíneos que saem do coração levando sangue para o
corpo.
• Veias: vasos sanguíneos que chegam ao coração trazendo sangue do
corpo.

31. (UEPB/2012) Qual das seguintes afirmações sobre os vasos sanguíneos é


verdadeira? 
a. O pulso é a expansão e a retração elástica de uma veia após a contração
e relaxamento do ventrículo direito. 
b. As paredes arteriais são geralmente mais espessas do que as paredes das
veias. 
c. As veias transportam sangue a partir do coração. 
d. O sangue flui mais rapidamente através das veias. 
e. A pressão sanguínea nas artérias é sempre menor do que nas veias. 

 C O M E N T ÁRI
Gabarito: b.
A alternativa “a” está errada. O pulso é a distensão da artéria e não da veia. O
pulso é o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artérias
calibrosas estão posicionadas próximas da pele e sobre uma estrutura óssea.

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Os pulsos mais palpáveis são:


• Carotídeo;
• Braquial
• Radial;
• Femoral; e
• Dorsal do pé ou tibial posterior.

A alternativa “c” está errada. As veias chegam ao coração nos átrios, as veias
pulmonares, no átrio esquerdo, e a veia cava, no átrio direito. Das artérias que
saem do coração, a pulmonar sai pelo ventrículo direito para o pulmão, e a
aorta sai do ventrículo esquerdo para nutrir o corpo.
As alternativas “d” e “e” estão erradas, pois, nas veias, o sistema de fluxo
sanguíneo é de baixa pressão, mas nas artérias, o sistema de pressão é alto.
Dessa forma, onde a pressão é mais alta, o fluxo é mais rápido.

Artérias → Fluxo mais rápido e alta pressão.


Veias → Fluxo mais lento e baixa pressão.

32. (AOCP/2015) Preencha as lacunas e assinale a alternativa correta. A pres-


são arterial (PA) é a resultante da força exercida pelo ________ nas paredes
das ________, do volume de sangue _________, da força de contração do
coração e da ________ na parede dos vasos.
a. coração / artérias / circulante / força.
b. sangue / artérias / circulante / resistência.
c. fluido / varicoses / resistência / força.
d. sangue / varicoses / circulante / repetição.
e. coração / veias / circulante / repetição.

 C O M E N T ÁRI
Gabarito: b.
O conceito de pressão arterial desta questão está ótimo:
A pressão arterial (PA) é a resultante da força exercida pelo sangue nas
paredes das artérias, do volume de sangue circulante, da força de contra-
ção do coração e da resistência na parede dos vasos.

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33. (FCC/2013) A força elástica exercida pelas paredes arteriais sobre seu con-
teúdo sanguíneo é a definição de:
a. A pressão arterial.
b. A pressão atrial direita.
c. O débito cardíaco.
d. A pressão hidrostática.

 C O M E N T ÁRI
Gabarito: a.
A força que o sangue exerce nas paredes das artérias constitui a pressão arterial.
Débito cardíaco ou Gasto cardíaco é o volume de sangue sendo bombeado
pelo coração em um minuto. É igual à frequência cardíaca multiplicada pelo
volume sistólico (volume que sai do coração a cada batimento). 

1.10 SISTEMA GENITURINÁRIO

O edital trouxe esses dois sistemas juntos e depois os subdividiu. Os órgãos


genitais (masculino e feminino) e urinário serão discutidos juntos porque desen-
volveram-se embriologicamente a partir dos mesmos precursores e, dessa forma,
possuem várias estruturas em comum.

1.10.1 Sistema Urinário

Anatomia do Sistema Urinário

O sistema urinário é constituído pelos órgãos uropoéticos, isto é, incumbidos


de elaborar a urina e armazená-la temporariamente até a oportunidade de ser
eliminada para o exterior.
Na urina, encontramos ácido úrico, ureia, sódio, potássio, bicarbonato etc.
Este aparelho pode ser dividido em órgãos secretores, que produzem a urina, e
em órgãos excretores, que são encarregados de processar a drenagem da urina
para fora do corpo.

RESUMO

Órgãos secretores: produzem urina (rim).


Órgãos excretores: transportam e armazenam urina (ureteres, bexiga e uretra).

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Os órgãos urinários compreendem os rins (2), que produzem a urina; os ure-


teres (2) ou ductos, que transportam a urina para a bexiga (1), onde fica retida
por algum tempo; e a uretra (1), através da qual é expelida do corpo. 
Além dos rins, as estruturas restantes do sistema urinário funcionam como
um encanamento, constituindo as vias do trato urinário. Essas estruturas – ure-
teres, bexiga e uretra – não modificam a urina ao longo do caminho, ao contrário,
elas armazenam e conduzem a urina do rim para o meio externo.

RIM

Os rins são órgãos pares, em forma de grão de feijão, localizados logo acima
da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome.
Os rins estão situados em cada lado da coluna vertebral. São descritos como
órgãos retroperiotoneais, por estarem posicionados por trás do peritônio da cavi-
dade abdominal. O esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito do que
o direito.
Na margem medial côncava de cada rim, encontra-se uma fenda vertical –
o hilo renal – onde a artéria renal entra e a veia e a pelve renal deixam o seio
renal. No hilo, a veia renal está anterior à artéria renal, que está anterior à pelve
renal. O hilo renal é a entrada para um espaço dentro do rim.
O seio renal, que é ocupado pela pelve renal, cálices, vasos sanguíneos e
linfáticos, nervos e uma variável quantidade de gordura.

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RIM – FACES, BORDAS, EXTREMIDADES E HILO RENAL

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Anatomia Interna dos Rins

Fazendo um corte frontal através do rim, são reveladas duas regiões distin-
tas: uma área avermelhada de textura lisa, chamada córtex renal, e uma área
marrom-avermelhada profunda, denominada medula renal.

RESUMO

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Juntos, o córtex e a medula renal constituem a parte funcional, ou parên-


quima do rim. No parênquima, estão as unidades funcionais dos rins, estruturas
microscópicas chamadas néfrons. A urina, formada pelos néfrons, drena para
os grandes ductos papilares, que se estendem ao longo das papilas renais das
pirâmides. 
Os ductos drenam para estruturas chamadas cálices renais menor e maior.
Do cálice renal, a urina drena para a grande cavidade chamada pelve renal e
depois para fora, pelo ureter, até a bexiga urinária.

ESQUEMATIZANDO:

Néfrons

O néfron é a unidade morfofuncional ou a unidade produtora de urina do rim.


A forma do néfron é peculiar, inconfundível, e essencialmente adequada para
sua função de produzir urina.

O néfron é formado por dois componentes principais: 


1. Corpúsculo Renal:
• Cápsula Glomerular (de Bowman);
• Glomérulo – rede de capilares sanguíneos enovelados dentro da cápsula
glomerular.

2. Túbulo Renal:
• Túbulo contorcido proximal;
• Alça do Néfron (de Henle);
• Túbulo contorcido distal;
• Túbulo coletor.

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NÉFRON

Funções dos Rins

Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário, com as outras partes


do sistema atuando, principalmente, como vias de passagem e áreas de arma-
zenamento. Com a filtração do sangue e a formação da urina, os rins contribuem
para a homeostasia dos líquidos do corpo de várias maneiras.

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As funções dos rins incluem: 


• Regulação da composição iônica do sangue;
• Manutenção da osmolaridade do sangue (retendo ou liberando sódio);
• Regulação do volume sanguíneo;
• Regulação da pressão arterial;
• Regulação do pH do sangue;
• Liberação de hormônios;
• Regulação do nível de glicose no sangue;
• Excreção de resíduos e substâncias estranhas. 

EXERCÍCIO

34. (FCC/TRE-AM) Com referência ao sistema renal e trato urinário:


a. São compostos pelos rins, ureteres, glândulas suprarenais, bexiga e ure-
tra.
b. Uma das funções do rim é secretar glicocorticoides e aldosterona.
c. A eritropoetina é secretada pela suprarrenal quando há baixa tensão de
oxigênio arterial.
d. Os néfrons são as estruturas responsáveis pela formação inicial da urina.
e. O ureter e a bexiga, no homem, são circundados pela próstata.

 C O M E N T ÁRI
Gabarito: d.
A alternativa “a” está errada. O sistema urinário é composto por rins, bexiga
urinária, ureteres, uretra e esfíncteres. Ou seja, não inclui as glândulas suprar-
renais.
A alternativa “b” está errada. A glândula suprarrenal, localizada acima do rim
produz esses dois hormônios: aldosterona e glicocorticoides. Esses hormô-
nios não estão relacionados com a formação da urina e ao trato urinário, que
é o foco do enunciado da questão.
A alternativa “c” está errada. Eritropoetina ou EPO é um hormônio que con-
trola a eritropoiese, ou a produção de células vermelhas do sangue. Ela é
produzida no rim e no fígado. A baixa da pressão parcial em oxigênio, a dimi-
nuição do número de glóbulos vermelhos (ou hemácias) causada por uma
hemorragia ou por uma destruição excessiva, o aumento da necessidade de
oxigênio pelos tecidos levam a uma secreção de eritropoietina. Ao contrário,
o excesso de oxigênio nos tecidos diminui a sua secreção. Apesar da eritro-
poietina ser produzida no rim, ela não tem relação com o sistema urinário, por-
tanto, não é a nossa resposta.

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A alternativa “d” é o nosso gabarito, pois os néfrons são as unidades funcio-


nais dos rins e formam a urina.
Por fim, a alternativa “e” está errada, pois, como podemos observar na figura
a seguir, a próstata está abaixo da bexiga e não a circundando.

URETER

É definido como um tubo muscular oco de pequeno diâmetro (0,5 cm), que
une o rim à bexiga. É capaz de contrair-se e realizar movimentos peristálticos,
que impele a urina para a bexiga.

BEXIGA

É um órgão muscular oco, elástico que, nos homens situa-se diretamente


anterior ao reto e, nas mulheres está à frente da vagina e abaixo do útero, fun-
ciona como reservatório da urina. O fluxo contínuo de urina que chega pelos ure-
teres é transformado em emissão periódica (micção), estando sob o controle do
músculo esfíncter da bexiga.

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A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter, que se contrai involun-


tariamente, prevenindo o esvaziamento. Inferiormente ao músculo esfíncter, envol-
vendo a parte superior da uretra, está localizado o esfíncter externo, que, contro-
lado voluntariamente, permite a resistência em relação à necessidade de urinar.
A capacidade média da bexiga urinária é de 700 – 800 ml. Ela é menor nas
mulheres porque o útero ocupa o espaço imediatamente acima da bexiga.

Veja na figura abaixo:

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Vamos analisar as figuras a seguir e perceber as diferenças entre as bexigas


feminina e masculina.

BEXIGA URINÁRIA MASCULINA

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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BEXIGA URINÁRIA FEMININA

 
URETRA

Constitui o último segmento da via urinária. É importante lembrar que a uretra


é diferente nos dois sexos, mas, em ambos, é um tubo mediano que conduz a
urina da bexiga urinária ao meio exterior. No homem, é uma via comum para a
micção e ejaculação, enquanto na mulher, serve apenas para excreção da urina.

Uretra Masculina

A uretra masculina estende-se do orifício uretral interno na bexiga urinária


até o orifício uretral externo na extremidade do pênis. Apresenta dupla curva-
tura no estado comum de relaxamento do pênis. É dividida em três porções: a
prostática, a membranácea e a esponjosa, cujas as estruturas e relações são
essencialmente diferentes. Na uretra masculina, existe uma abertura diminuta
em forma de fenda, um ducto ejaculatório.

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Uretra Feminina

É um canal membranoso estreito estendendo-se da bexiga ao orifício externa


no vestíbulo. É levemente curva, com a concavidade dirigida para frente.

IMPORTANTE!
A infecção urinária é mais comum em mulheres do que em homens, pois o
tamanho da uretra masculina é maior.

As uretras masculina e a feminina se diferem em seu trajeto. Na mulher, a


uretra é curta (3,8 cm) e faz parte exclusivamente do sistema urinário. Enquanto
no homem, a uretra faz parte dos sistemas urinário e reprodutor. Medindo cerca
de 20 cm, é muito mais longa que a uretra feminina. Quando a uretra masculina
deixa a bexiga, ela passa através da próstata e se estende ao longo do compri-
mento do pênis. Assim, a uretra masculina atua com duas finalidades: conduz a
urina e o esperma.

EXERCÍCIO

35. (FUNCAB/2014) A função do sistema renal e urinário é fundamental para a


vida. Os rins desempenham importantes funções, responsáveis pela home-
ostase. Assinale a seguir a opção em que consta uma função do rim.
a. Produção de mediadores de coagulação sanguínea
b. Regulação do sistema imunológico.
c. Armazenamento da urina.
d. Regulação da pressão arterial

 C O M E N T ÁRI
Gabarito: d.
A alternativa “a” está errada, pois os mediadores da coagulação sanguínea
são produzidos pelo fígado.
A alternativa “b” está errada, porque os órgãos responsáveis pela regulação
do sistema imunológico são a medula óssea e o timo.
A alternativa “c” está errada, porque o rim produz a urina ao passo que a
bexiga é o órgão que armazena a urina.

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Vamos analisar como o rim controla a pressão arterial. Se a pressão aumenta,


os rins aumentam a excreção de sal e água, o que reduz o volume sanguíneo
e faz a pressão retornar ao normal. Por outro lado, se a pressão cai, os rins
diminuem a excreção de sal e água e, consequentemente, o volume sanguíneo
aumenta e a pressão retorna ao normal.
Os rins ainda podem elevar a pressão arterial secretando a enzima renina,
a qual estimula a produção do hormônio angiotensina, que, por sua vez, desen-
cadeia a liberação do hormônio aldosterona. Em razão do importante papel dos
rins no controle da pressão arterial, muitas doenças e anomalias renais podem
causar o aumento da pressão arterial.

URINA

A urina consiste em aproximadamente 95% de água, os outros 5% são uma


mistura de ureia, ácido úrico, minerais diversos, hormônios e resíduos prove-
nientes da atividade celular. Um homem comum produz entre um e dois litros de
urina por dia, a depender da quantidade de líquidos ingeridos.
O aparelho urinário é de suma importância ao nosso organismo, pois mantém
os níveis adequados de líquidos, minerais e nutrientes na nossa corrente san-
guínea.
A urina é produzida nos néfrons (rins), encaminhada à bexiga através dos
ureteres, onde ficará armazenada e no ato miccional é eliminada pela uretra e
esfíncter uretral.

EXERCÍCIO

36. (CESGRANRIO/2011) Qual é o sistema que desempenha um papel impor-


tante tanto na manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico como na elimina-
ção do amoníaco?
a. Gástrico.
b. Cardíaco.
c. Respiratório.
d. Vascular.
e. Urinário.

 C O M E N T ÁRI
Gabarito: e.
O sistema urinário é o responsável pela manutenção do equilíbrio hidroeletro-
lítico e liberação da amônia por meio da urina.

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1.10.2 Sistema Genital

Identifica-se na espécie humana diferenças anatômicas sexuais entre homem


e mulher, que são relevantes para a procriação da espécie. 
A célula reprodutora masculina recebe o nome de espermatozoide, e a célula
feminina é conhecida como óvulo.

Sistema Genital Masculino

Os órgãos do sistema genital masculino são os testículos (gônadas mascu-


linas), um sistema de ductos (ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra), as
glândulas sexuais acessórias (próstata, glândula bulbouretral e vesículas semi-
nais) e diversas estruturas de suporte, incluindo o escroto e o pênis.
Os testículos (gônadas masculinas) produzem esperma e secretam hormô-
nios (testosterona). O sistema de ductos transporta e armazena esperma, auxi-
liando na maturação e o conduz para o exterior. O sêmen contém esperma e
as secreções das glândulas sexuais acessórias. É formado por um conjunto de
órgãos com função reprodutora.

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1. Testículos
São os órgãos produtores dos espermatozoides, sendo que a partir da puber-
dade produzem também hormônios, que são responsáveis pelo aparecimento
dos caracteres sexuais secundários.

2. Epidídimo
É uma estrutura em forma de “C”, situada contra a margem posterior do tes-
tículo, onde pode ser sentida pela palpação. Os espermatozoides ficam armaze-
nados nesse local até o momento da ejaculação.

3. Ducto deferente
É a continuação da cauda do epidídimo e conduz os espermatozoides até o
ducto ejaculatório.

4. Ducto ejaculatório
É formado pela junção do ducto deferente com o ducto da vesícula seminal.
As vias condutoras dos espermatozoides são porções de menor dimensão e de
calibre mais reduzido.

5. Uretra
A uretra masculina é um canal comum para a micção e ejaculação, com cerca
de 20 cm de comprimento.

6. Pênis
Órgão da cópula.

7. Glândulas anexas
São glândulas que produzem secreções que facilitam a progressão dos esper-
matozoides nas vias genitais: vesículas seminais, próstata e glândulas bulbou-
retrais.

RESUMO

Estrutura do Sistema Genital Masculino:


Testículos , epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório, vesícula seminal, próstata, glândula bul-
bouretral, pênis e escroto.

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EXERCÍCIO

37. (FGV) Associe as estruturas abaixo relacionadas com a função realizada por
cada uma:
 (  ) Local de produção de espermatozoides.
 (  ) Local de armazenamento de espermatozoides.
 (  ) Local de produção do líquido constituinte do esperma.
 (  ) Local de produção do hormônio sexual masculino.

1) Túbulos seminíferos.
2) Epidídimo.
3) Células intersticiais do testículo (Leydig).
4) Próstata.

 C O M E N T ÁRI
Gabarito: 1,2,4,3

Local de produção de espermatozóides→ túbulos seminíferos.


Local de armazenamento de espermatozóides → epidídimo.
Local de produção do líquido constituinte do esperma → próstata.
Local de produção do hormônio sexual masculino→ células intersticiais do testículo (Leydig).

Sistema Genital Feminino

Os órgãos genitais femininos são incumbidos da produção dos óvulos, e


depois da fecundação destes pelos espermatozoides, oferecem condições para
o desenvolvimento até o nascimento do novo ser.
Os órgãos genitais femininos consistem de um grupo de órgãos internos e
outro de órgãos externos. Os órgãos internos estão no interior da pelve e consis-
tem dos ovários, tubas uterinas, útero e vagina. Os órgãos externos são o monte
do púbis, os lábios maiores e menores do pudendo, o clitóris, o bulbo do vestí-
bulo e as glândulas vestibulares maiores.

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Essas estruturas formam a vulva ou pudendo feminino. As glândulas mamá-


rias também são consideradas parte do sistema genital feminino.

1. Ovários
Produzem os gametas femininos ou óvulos ao final da puberdade. Produzem
também hormônios, os quais controlam o desenvolvimento dos caracteres sexu-
ais secundários e atuam sobre o útero nos mecanismos de implantação do óvulo
fecundado, dando início ao desenvolvimento do embrião.

2. Tubas uterinas
Transportam os óvulos que romperam a superfície do ovário para a cavidade
do útero. Por elas passam, em direção oposta, os espermatozoides, e a fecun-
dação ocorre habitualmente dentro da tuba.

3. Útero
Estrutura muscular onde o feto se desenvolve.

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4. Monte púbico
É uma elevação mediana, constituída principalmente de tecido adiposo. Apre-
senta pelos espessos após a puberdade, com distribuição característica.

5. Lábios maiores
São duas pregas cutâneas, alongadas, que delimitam entre si uma fenda.

6. Lábios menores
São duas pequenas pregas cutâneas, localizadas medialmente aos lábios
maiores.

7. Clitóris
Pequeno órgão erógeno e erétil da mulher.

RESUMO

Estruturas do Sistema Genital Feminino: ovários, tubas uterinas, útero, vagina e órgãos externo.

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1.11 SISTEMA DIGESTÓRIO

O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O trato


digestório é um tubo oco que se estende da cavidade bucal até o ânus, sendo
também chamado de canal alimentar ou trato gastrintestinal.
As estruturas do trato digestório incluem: boca, faringe, esôfago, estômago,
intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. 
Os órgãos digestórios acessórios são os dentes, a língua, as glândulas sali-
vares, o fígado, vesícula biliar e o pâncreas. Os dentes auxiliam no rompimento
físico do alimento, e a língua auxilia na mastigação e na deglutição.
Os órgãos acessórios produzem ou armazenam secreções que passam para
o trato gastrintestinal e auxiliam na decomposição química do alimento.

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RESUMO

Órgãos acessórios:

Funções do SGI

1. Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de substâncias alimenta-


res, que asseguram a manutenção de seus processos vitais;
2. Transformação mecânica e química das macromoléculas alimentares inge-
ridas (proteínas, carboidratos etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequa-
das a serem absorvidas pelo intestino; 
3. Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal
para os capilares sanguíneos da mucosa do intestino;
4. Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos jun-
tamente com restos de células descamadas da parte do trato gastrointestinal e
substâncias secretadas na luz do intestino.

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Sequência das Funções Gastrointestinais

Mastigação: desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e quí-


mico.
Deglutição: condução dos alimentos através da faringe para o esôfago.
Ingestão: introdução do alimento no estômago.
Digestão: desdobramento do alimento em moléculas mais simples.
Absorção: processo realizado pelos intestinos.
Defecação: eliminação de substâncias não digeridas do trato gastrointesti-
nal.

O trato gastrointestinal apresenta diversos segmentos, que têm as seguintes


funções:

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Órgãos Anexos

• Glândulas parótidas;
• Glândulas submandibulares;
• Glândulas sublinguais;
• Fígado;
• Pâncreas.

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BOCA

A boca é uma cavidade oval, sendo a primeira porção do canal alimentar. É


constituída externamente por pele e internamente por mucosa, pelos palatos
duro (parede superior, óssea) e mole (parede posterior, muscular) e pela língua
(importante para o transporte de alimentos, sentido do gosto e fala). O palato
mole se estende posteriormente na cavidade bucal como a úvula, que está sus-
pensa na região superior e posterior da cavidade bucal.

Língua

É um órgão muscular móvel situado na cavidade bucal, revestida por mucosa


e que exerce importantes funções na mastigação, deglutição, gustação e articu-
lação da palavra.

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Faringe

Possui musculatura estriada esquelética, situada entre a cavidade oral e o


esôfago.

Esôfago

É um tubo muscular que liga a faringe ao estômago. Para atingir o abdome,


ele atravessa o músculo diafragma e, quase imediatamente, desemboca no estô-
mago. O esôfago conduz o alimento por movimentos peristálticos, conforme a
imagem a seguir.

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Estômago

É uma dilatação do canal alimentar situado entre o esôfago e o intestino del-


gado. Está situado logo abaixo do diafragma.

O estômago é constituído das seguintes partes:


• Cárdia: junção com o esôfago.
• Fundo: localiza-se na parte superior, projetando-se em direção ao dia-
fragma.
• Corpo: maior parte do órgão.
• Piloro: parte terminal, após esta segue-se o duodeno.

O estômago continua no intestino delgado, e este, no intestino grosso.

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Intestino Delgado

Subdivide-se em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno se inicia


no óstio pilórico e termina no nível de brusca angulação. No duodeno, desem-
bocam o ducto colédoco, que traz a bile, e o pancreático, que traz a secreção
pancreática.

O intestino delgado é responsável por absorver os nutrientes. Essa função é


potencializada devido às microvilosidades, que aumentam a superfície de absor-
ção de nutrientes, conforme a seguinte figura:

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Intestino Grosso

Constitui a parte final do canal alimentar, sendo mais calibroso e mais curto
que o intestino delgado. O intestino grosso é subdividido nos seguintes segui-
mentos:
• Cécum: é o segmento inicial que se continua no cólon ascendente. Na sua
base, implanta-se um prolongamento, o apêndice vermiforme, cuja infla-
mação produz a apendicite.
• Cólon ascendente: segue-se ao cécum e tem direção superior ou cranial.
Está fixado na parede posterior do abdome e se flecte para continuar o
cólon transverso.
• Cólon transverso: segue-se transversalmente ao cólon ascendente e flecte
para continuar no cólon descendente.
• Cólon descendente: segue-se ao cólon transverso, está fixado na parede
posterior do abdome.
• Cólon sigmoide: porção de continuação do cólon descendente. É continu-
ado pelo reto.
• Reto: porção de continuação do cólon sigmoide. Apresenta sua parte final
estreita, denominada canal anal, e comunica-se com o exterior através do
ânus.

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Anexos do sistema digestório

Fígado

É o órgão mais volumoso do sistema digestório e está localizado imediata-


mente abaixo do diafragma e à direita. Trata-se de uma glândula que desempe-
nha importante papel nas atividades vitais do organismo interferindo no metabo-
lismo dos carboidratos, gordura e proteínas, secretando a bile e participando de
mecanismos de defesa.

O fígado também é responsável pela:


• Desintoxicação do organismo; e
• Hemocaterese (hemácias e demais elementos figurados do sangue enve-
lhecidos são eliminados da circulação).

Pâncreas

Situado posteriormente ao estômago. Depois do fígado, é a glândula anexa


mais volumosa do sistema digestório. O pâncreas é uma glândula exócrina e
endócrina.

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A secreção endócrina denomina-se insulina, que é lançada no sangue, cuja


função é regular o metabolismo dos glicídios. A secreção exócrina é o suco pan-
creático, e este é lançado no tubo digestório.

RESUMO

• Glândula mista que possui aproximadamente 15 cm de comprimento.


• Ácino pancreáticos: secreção exócrina do suco pancreático.
• Ilhota de Langerhans: secreção endócrina da insulina e do glucagon.

Glândulas salivares

Situadas na boca, são responsáveis pela secreção da saliva, compreendendo


três pares de glândulas: parótidas, submandibulares e sublinguais.

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O PROCESSO DIGESTIVO

O processo digestivo constitui a fisiologia da digestão.

Boca

Na cavidade da boca, o alimento é ingerido e preparado para a digestão no


estômago e intestino delgado. O alimento é mastigado pelos dentes, e a saliva,
proveniente das glândulas salivares, facilita a formação de um bolo alimentar con-
trolável. A deglutição é iniciada voluntariamente na cavidade da boca. A fase volun-
tária do processo empurra o bolo da cavidade da boca para a faringe – a parte
expandida do trato digestório – onde ocorre a fase automática da deglutição. 

Faringe

A faringe é um tubo que se estende da boca até o esôfago. 


A faringe apresenta suas paredes muito espessas devido ao volume dos mús-
culos que a revestem externamente. Por dentro, o órgão é forrado pela mucosa
faríngea, um epitélio liso, que facilita a rápida passagem do alimento.
O movimento do alimento, da boca para o estômago, é realizado pelo ato
da deglutição. A deglutição é facilitada pela saliva e muco e envolve a boca, a
faringe e o esôfago. 

Possui três estágios:

1. Voluntário: no qual o bolo alimentar é passado para a parte oral da faringe.


2. Faríngeo: passagem involuntária do bolo alimentar pela faringe para o
esôfago.
3. Esofágico: passagem involuntária do bolo alimentar pelo esôfago para o
estômago. 
A faringe pode, ainda, ser dividida em três partes: nasal (nasofaringe), oral
(orofaringe) e laríngea (laringofaringe).
Parte Nasal: situa-se posteriormente ao nariz e acima do palato mole e se
diferencia das outras duas partes por sua cavidade permanecer sempre aberta.
Comunica-se anteriormente com as cavidades nasais, por meio das coanas. Na
parede posterior, encontra-se a tonsila faríngea (é a adenoide em crianças).
A faringe comunica-se com as vias nasal, respiratória e digestória. O ato da
deglutição normalmente direciona o alimento da garganta para o esôfago, um

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longo tubo que se esvazia no estômago. Durante a deglutição, o alimento nor-


malmente não pode entrar nas vias nasal e respiratória em razão do fechamento
temporário das aberturas dessas vias.
Assim, durante a deglutição, o palato mole move-se em direção a abertura
da parte nasal da faringe. A abertura da laringe é fechada quando a traqueia se
move para cima e permite que uma prega de tecido, chamada de epiglote, cubra
a entrada da via respiratória. 
O movimento da laringe puxa simultaneamente as cordas vocais, aumen-
tando a abertura entre a parte laríngea da faringe e o esôfago. O bolo alimentar
passa pela parte laríngea da faringe e entra no esôfago em 1 a 2 segundos.

Esôfago

A presença de alimento no interior do esôfago estimula a atividade peristál-


tica, e faz com que o alimento se mova para o estômago. 
As contrações são repetidas em ondas que empurram o alimento em direção
ao estômago. A passagem do alimento sólido, ou semissólido, da boca para o
estômago leva 4 a 8 segundos, e os alimentos muito moles e líquidos passam
em cerca de 1 segundo. 
Ocasionalmente, o refluxo do conteúdo do estômago para o interior do esô-
fago causa azia (ou pirose). A sensação de queimação é um resultado da alta
acidez do conteúdo estomacal. 
O refluxo gastresofágico ocorre quando o esfíncter esofágico inferior, loca-
lizado na parte superior do esôfago, não se fecha adequadamente após o ali-
mento ter entrado no estômago. Assim, o conteúdo pode refluir para a parte infe-
rior do esôfago.

O esôfago é formado por três porções:


1. Porção Cervical: porção que está em contato íntimo com a traqueia.
2. Porção Torácica: é a porção mais importante, que passa por trás do brôn-
quio esquerdo (mediastino superior, entre a traqueia e a coluna vertebral).
3. Porção Abdominal: repousa sobre o diafragma e pressiona o fígado, for-
mando nele a impressão esofágica.

Estômago

O estômago é o segmento mais dilatado do tubo digestório, e, em virtude de


os alimentos permanecerem nele por algum tempo, necessita ser um reservató-
rio entre o esôfago e o intestino delgado.

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O estômago é divido em 4 áreas (regiões) principais: cárdia, fundo, corpo e


piloro.

O fundo, apesar do nome, situa-se no alto, acima do ponto onde se faz a


junção do esôfago com o estômago. 
Para impedir que o bolo alimentar passe ao intestino delgado prematura-
mente, o estômago é dotado de uma poderosa válvula muscular, um esfíncter
chamado piloro (orifício de saída do estômago – óstio pilórico).
Pouco antes da válvula pilórica, encontramos uma porção denominada
antro-pilórica.

Funções Digestivas

1. Digestão do alimento;
2. Secreção do suco gástrico, que inclui enzimas digestórias e ácido clorí-
drico;
3. Secreção de hormônio gástrico e fator intrínseco;
4. Regulação do padrão no qual o alimento é parcialmente digerido e entre-
gue ao intestino delgado;
5. Absorção de pequenas quantidades de água e substâncias dissolvidas.

Intestino Delgado

A principal parte da digestão ocorre no intestino delgado, que se estende do


piloro até a junção ileocecal e se reúne com o intestino grosso.

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Os principais eventos da digestão e absorção ocorrem no intestino delgado,


portanto, sua estrutura é especialmente adaptada para essa função. Sua exten-
são fornece grande área de superfície para a digestão e absorção, sendo consi-
deravelmente aumentada pelas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
O intestino delgado, que consiste em duodeno, jejuno e íleo, estende-se do
piloro até a junção ileocecal, onde o íleo se une ao ceco, a primeira parte do
intestino grosso.

Intestino Grosso

O intestino grosso absorve a água. É dividido em 4 partes principais: ceco,


cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmoide), reto e ânus.
O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. Esse segmento do intes-
tino grosso termina ao perfurar o diafragma da pelve (músculos levantadores do
ânus), passando a se chamar de canal anal.
O canal anal, apesar de bastante curto, é importante por apresentar algu-
mas formações essenciais para o funcionamento intestinal, como os esfíncteres
anais.
O esfíncter anal interno é o mais profundo e resulta de um espessamento
de fibras musculares, sendo consequentemente involuntário. O esfíncter anal
externo é constituído por fibras musculares estriadas que se dispõem circular-
mente em torno do esfíncter anal interno, sendo este voluntário. Ambos os esfínc-
teres devem relaxar antes que a defecação possa ocorrer.

RESUMO

O esfíncter anal interno: involuntário.


O esfíncter anal externo: voluntário.

Funções do Intestino Grosso

• Absorção de água e de certos eletrólitos;


• Síntese de determinadas vitaminas pelas bactérias intestinais;
• Armazenagem temporária dos resíduos (fezes);
• Eliminação de resíduos do corpo (defecação); 
• Tubo muscular com parede mais espessa que o intestino delgado;
• Dividido em: apêndice, ceco, colo ascendente, colo transverso, colo des-
cendente, colo sigmoide, reto e ânus;
• Reabsorção de água e sais minerais;
• Síntese das vitaminas K e B2 por ação microbiana;
• Formação do bolo fecal.

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Peristaltismo

São ondas peristálticas intermitentes e bem espaçadas que movem o mate-


rial fecal do ceco para o interior do colo ascendente, transverso e descendente.
À medida que se move através do colo, a água é continuamente reabsorvida
das fezes, pelas paredes do intestino, para o interior dos capilares. As fezes
que ficam no intestino grosso por um período maior perdem o excesso de água,
desenvolvendo a chamada constipação. Ao contrário, movimentos rápidos do
intestino não permitem tempo suficiente para que ocorra a reabsorção de água,
causando a diarreia.

Órgãos Anexos

O aparelho digestório é considerado como um tubo e recebe o líquido secre-


tado por diversas glândulas, sendo a maioria situada em suas paredes, como as
da boca, esôfago, estômago e intestinos.
Algumas glândulas constituem formações bem individualizadas, localizadas
nas proximidades do tubo, com o qual se comunicam através de ductos, que
servem para o escoamento de seus produtos de elaboração.
As glândulas salivares são divididas em 2 grandes grupos: glândulas saliva-
res menores e glândulas salivares maiores. A saliva é um líquido viscoso, claro,
sem gosto e sem odor que é produzido por essas glândulas e pelas glândulas
mucosas da cavidade da boca.
Glândulas salivares menores: constituem pequenos corpúsculos ou nódulos
disseminados nas paredes da boca, como as glândulas labiais, palatinas linguais
e molares.
Glândulas salivares maiores: são representadas por 3 pares que são as paró-
tidas, submandibulares e sublinguais.
a) Glândula Parótida: é a maior das três e situa-se na parte lateral da face,
abaixo e após o pavilhão da orelha. É irrigada por ramos da artéria carótida
externa e inervada pelo nervo aurícula temporal, glossofaríngeo e facial.
b) Glândula Submandibular: é arredondada e situa-se no triângulo submandi-
bular. É irrigada por ramos da artéria facial e lingual. Os nervos secretores moto-
res derivam de fibras parassimpáticas craniais do facial; e as fibras simpáticas
provêm do gânglio cervical superior. 
c) Glândula Sublingual: é a menor das três e localiza-se abaixo da mucosa
do assoalho da boca. É irrigada pelas artérias sublinguais e submentonianas. Os
nervos derivam de maneira idêntica aos da glândula submandibular.

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EMERGÊNCIAS – PARTE IV

FÍGADO

O fígado é um órgão vital, sendo essencial o funcionamento de pelo menos


1/3 dele, além da bile que é indispensável na digestão das gorduras. Ele desem-
penha o importante papel de armazenar glicose, ferro, cobre e vitaminas. 
A função digestiva do fígado é produzir a bile, uma secreção verde amarelada,
para passá-la ao duodeno. A bile é produzida no fígado e armazenada na vesí-
cula biliar, que a libera quando gorduras entram no duodeno. A bile emulsiona a
gordura e a distribui para a parte distal do intestino para a digestão e absorção. 

As outras funções do fígado são


1. Metabolismo dos carboidratos;
2. Metabolismo dos lipídios;
3. Metabolismo das proteínas;
4. Processamento de fármacos e hormônios;
5. Excreção da bilirrubina;
6. Excreção de sais biliares;
7. Armazenagem;
8. Fagocitose;
9. Ativação da vitamina D. 

Vesícula Biliar 

A vesícula biliar situa-se na fossa da vesícula biliar no fígado.


O ducto cístico liga a vesícula biliar ao ducto hepático comum, formando o
ducto colédoco. Este, por sua vez, desce posteriormente à parte superior do
duodeno e situa-se na face posterior da cabeça do pâncreas. No lado esquerdo
da parte descendente do duodeno, o ducto colédoco entra em contato com o
ducto pancreático principal.

Pâncreas

O pâncreas produz, por meio de uma secreção exócrina, o suco pancreático,


que entra no duodeno através dos ductos pancreáticos, uma secreção endócrina
que produz glucagon e insulina que entram no sangue. O pâncreas produz dia-
riamente cerca de 1200 a 1500ml de suco pancreático. 

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O pâncreas é achatado no sentido anteroposterior, ele apresenta uma face


anterior e outra posterior, com uma borda superior e inferior, e sua localização é
posterior ao estômago. 
O pâncreas divide-se em cabeça (aloja-se na curva do duo-
deno), colo, corpo (dividido em três partes: anterior, posterior e inferior) e cauda.
O ducto pancreático principal começa na cauda do pâncreas e corre para
sua cabeça, onde se curva inferiormente e está intimamente relacionada com o
ducto colédoco.

O pâncreas tem as seguintes funções 


• Dissolver carboidrato (amilase pancreática);
• Dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastáse);
• Dissolver triglicerídeos nos adultos (lípase pancreática);
• Dissolver ácido nucléicos (ribonuclease e desoxirribonuclease).

EXERCÍCIOS

37. (CESPE/MPU/2013) Em relação aos sistemas que constituem o corpo huma-


no, julgue o item a seguir.

O sistema digestório, composto pelo trato gastrintestinal e por órgãos aces-


sórios, é responsável pela degradação e absorção de alimentos para uso das
células, é, também, pela eliminação de resíduos sólidos.

 COMEN T ÁRI
O item está certo. Esta questão resume as principais funções do sistema
digestório que são a degradação, a absorção dos alimentos e a eliminação de
resíduos sólidos (fezes).

38. (IADES/2014) Acerca das secreções digestivas hepáticas e pancreáticas, as-


sinale a alternativa incorreta.
a. A bile tem a função de dispersar as gorduras em pequenas gotículas; com
isso, aumenta o contato de gorduras com as enzimas digestivas.
b. A tripsina é secretada pelo fígado e tem a função de reduzir a acidez do
quimo vindo do estômago, preparando o órgão para a ação das enzimas
intestinais.
c. A lípase pancreática tem a função de digerir algumas gorduras já prepara-
das pela bile.
d. A amilase pancreática finaliza a digestão do amido, com início na amilase
salivar.
e. A nuclease é responsável por digerir os ácidos nucleicos.

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 COMEN T ÁRI
A alternativa incorreta é a letra “b”. A tripsina é secretada pelo pâncreas e não
pelo fígado. As demais alternativas estão corretas.

Vamos esquematizar a digestão química por meio de uma tabela?

Nesta tabela, verifica-se os órgãos produtores das enzimas, o alimento que é


digerido pela enzima e o produto decorrente da digestão.

EXERCÍCIOS

39. (FCC/TRE-AM/2010) O intestino delgado possui três partes, sendo o seg-


mento mais longo do trato gastrintestinal. Em condições fisiológicas normais
a. A atividade peristáltica é lenta e fraca, permitindo a reabsorção eficiente de
água e de eletrólitos.
b. A secreção da pepsina tem a finalidade de ajudar na digestão do amido,
principalmente no momento em que a mesma é secretada no duodeno.
c. As vilosidades intestinais têm a finalidade de aumentar a área de absorção
dos nutrientes.
d. Ocorre secreção de muco e ação das bactérias da flora local, auxiliando o
término da clivagem do material residual.
e. A bile não retorna ao estômago devido à cárdia, localizada entre o estôma-
go e o intestino delgado.

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 COMEN T ÁRI
A alternativa “a” está errada. A atividade peristáltica é forte e não fraca.
A alternativa “b” está errada. A pepsina digere proteína.
A alternativa “c” está correta. As vilosidades aumentam a área de absorção de
nutrientes.
A alternativa “d” está errada . Não é no intestino delgado que ocorre ação das
bactérias da flora local, e, sim, no intestino grosso.
A alternativa “e” está errada . A bile é lançada no intestino delgado por meio da
vesícula biliar e não retorna para o estômago devido à válvula piloro, e não à
cardia.
A cardia separa o estômago do esôfago, conforme a figura abaixo:

Vamos esquematizar os tipos de digestão: a digestão mecânica (movimentos


peristálticos) e a digestão química (sucos digestivos).
Os movimentos peristálticos você já conhece, porém, vamos detalhar os
sucos digestivos.
O primeiro deles é o suco gástrico. Vamos as suas características:
• Líquido incolor, produzido diariamente em torno de 2 litros;
• Constituição: enzimas digestórias e ácido clorídrico;
• Garante o meio extremamente ácido (pH = 2,0) para a ação da pepsina
(enzima que degrada a proteína ─ Transforma Proteína → Peptídeos);
• Ação antisséptica: a acidez destrói algumas bactérias.

A quantidade de suco gástrico produzida depende de aspectos psicológi-


cos, como a sensação de fome, cheiro ou visão do alimento, mecânicos como a
mastigação e fatores hormonais, pois a gastrina é um hormônio que estimula a
secreção do suco gástrico.

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O outro suco digestivo é a bile, que é produzida pelo fígado e armazenada e


liberada pela vesícula biliar.

A bile é liberada no duodeno através do canal colédoco, conforme a imagem


acima. Tem a função de emulsionar lipídios, facilitando a atuação das lipases
(enzimas que degradam os lipídios). A bile é composta pela bilirrubina, uma
substância que é produto da degradação das hemácias que são degradadas por
estarem envelhecidas. A bilirrubina é responsável por determinar a coloração
das fezes.
O terceiro suco digestivo é o suco pancreático. Ele é produzido pelo pân-
creas, é rico em enzimas, tem o pH em torno de 9,0 (básico) e é composto por
bicarbonato de sódio, que neutraliza no intestino a acidez do quimo gástrico.

IMPORTANTE!
Quando o alimento está no estômago, ele é chamado de “quimo”, e, nessa
etapa, o bolo alimentar está ácido. Quando está no intestino delgado, o bolo
alimentar é chamado de “quilo”, e, nessa fase, o bolo alimentar recebe o suco
pancreático básico (pH= 9,0), que torna o bolo neutro.

Ademais, ainda temos o suco entérico, também conhecido como suco intes-
tinal, em que o pH está em torno de 7,0. Sua produção é estimulada pelo hormô-
nio denominado secretina.

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RESUMO

1. Digestão Química: Quimificação


• Ocorre no estômago.
• pH = 2,5 (ácido).
Glândulas mucosas: produção de muco.
Glândulas G: produção do hormônio gastrina.
Glândulas parietais: produção de HCl e do fator intrínseco gástrico.
• Mecanismo de controle: hormônio gastrina.

2. Digestão Química: Quilificação


• Ocorre no duodeno.
• ph = 8,0 (básico ou alcalino).
• Bile: sais biliares.
• Suco pancreático: íon bicarbonato, amilase, lipase, nucleases, tripsinogênio (tripsina) e quimio-
tripsinogênio (quimiotripsina).
• Suco entérico: amilase, maltase, sacarase, lactase, lipase e proteases.
Mecanismo de controle:
• Colecistoquinina (CCQ).
• Secretina.
• Enterogastrona ou peptídeo inibidor gástrico.

EXERCÍCIOS

40. (CESPE/INCA/2010) Acerca da fisiologia humana, julgue o item subsequente.


Movimentos peristálticos são típicos não apenas do esôfago, mas também
do estômago e do intestino delgado.

 COMEN T ÁRI
O item está certo. Os movimentos peristálticos impulsionam o bolo alimentar
pelo esôfago e também pelos estômago e intestinos.

41. (IF-PB/2015) Digestão é o conjunto de reações químicas por meio das quais
substâncias complexas são transformadas em outras mais simples. Qual ór-
gão é um corredor formado por músculos lisos que empurram delicadamente
o bolo alimentar para o estômago?
a. Boca.
b. Estômago.
c. Intestino Delgado.
d. Laringe.
e. Esôfago.

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 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”. O esôfago é um corredor de músculo liso que
empurra o alimento para o estômago.
Observe a imagem abaixo para você não se esquecer:

1.12 SISTEMA NERVOSO

Vamos iniciar o estudo do sistema nervoso, que está de acordo com a sequência
do seu edital e conforme o manual de atendimentos pré-hospitalares do CBM-DF:
função, divisão, meninges, sistema nervoso central, sistema nervoso periférico, sis-
tema nervoso visceral e sistema nervoso somático.

Funções do Sistema Nervoso

O sistema nervoso é responsável pelo controle e pela coordenação das fun-


ções de todos os sistemas do organismo. Além disso, ao receber estímulos apli-
cados à superfície do corpo (frio, calor, dor etc.), é capaz de interpretá-los e
desencadear, eventualmente, respostas adequadas a esses estímulos.
Muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade (caminhar, por
exemplo, é um ato voluntário) e muitas outras ocorrem sem que delas tenhamos
consciência (a secreção da saliva, por exemplo, ocorre independente de nossa
vontade).

Outras funções:
• Obtenção de informações do meio externo e interno e transformação
dessas em estímulos;
• Controle e coordenação das funções de todos os sistemas do organismo.

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Observe, na imagem abaixo, que cada função do nosso corpo tem correlação
com uma parte do nosso cérebro:

Divisão do Sistema Nervoso

Reconhecemos no sistema nervoso duas divisões: a anatômica e a funcional.


Na anatômica, o sistema nervoso divide-se em sistema nervoso central (SNC)
e sistema nervoso periférico (SNP). Na funcional, em sistema nervoso visceral
(SNV) e sistema nervoso somático (SNS).

Divisão do Sistema Nervoso com Base em Critérios Anatômicos e Fun-


cionais

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EXERCÍCIO

42. (CESPE/2010) Com relação ao tecido nervoso, julgue o item a seguir.


O tecido nervoso interliga-se formando uma complexa rede denominada sis-
tema nervoso, que é dividida em sistema nervoso central e sistema nervoso
periférico.

 COMEN T ÁRI
O item está certo. Conforme visto no esquema anterior, o sistema nervoso é
dividido em central e periférico (divisão anatômica).

Sistema Nervoso Central

O sistema nervoso central é uma porção de recepção de estímulos, de


comando e desencadeador de respostas. A porção periférica é constituída pelas
vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até
aos órgãos, as ordens emanadas da porção central. Pode-se dizer que o SNC é
constituído por estruturas que se localizam no esqueleto axial (coluna vertebral
e crânio): a medula espinhal e o encéfalo.
O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais,
os gânglios e as terminações nervosas.
O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo com o meio externo, com-
preendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras (eferente)
músculo estriado esquelético.
O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com o meio interno, com-
preendendo fibras sensitivas (aferente) e motoras (eferente), músculo liso e gân-
glios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ou
involuntário.

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CÉREBRO

Constitui a parte mais importante do encéfalo e está localizado na caixa cra-


niana. Ele é o centro da consciência. As funções do cérebro normalmente incluem
a percepção de nós mesmos e do ambiente ao nosso redor; o controle de nossas
reações em relação ao meio ambiente; as respostas emocionais; o raciocínio;
o julgamento; e todas as nuances que formam a consciência, as sensações e
origem dos movimentos, compreendendo o telencéfalo e o diencéfalo.

Telencéfalo

O telencéfalo é a porção mais anterior e mais desenvolvida do cérebro; ocupa


a maior parte da cavidade craniana e é envolvido pelas meninges, sendo o seg-
mento mais desenvolvido do encéfalo humano. Nele, encontra-se o córtex cere-
bral, que é uma lâmina cinzenta, de espessura variável e que constitui a superfí-
cie do hemisfério cerebral.

Diencéfalo

É um dos principais centros receptores de impulsos elétricos oriundos das


vias periféricas e possui volumosos núcleos cinzentos.
O diencéfalo é uma estrutura ímpar que só é vista na porção mais inferior de
cérebro. O diencéfalo compreende as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epi-
tálamo e subtálamo, todas relacionadas com o terceiro ventrículo.

CEREBELO

Possui a função de determinar o equilíbrio do corpo e sua orientação no


espaço, bem como a regulação dos tônus musculares e a coordenação das ati-
vidades motoras do organismo.

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Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo


occipital por uma prega da dura-máter denominada tenda do cerebelo.  Do ponto
de vista fisiológico, o cerebelo se difere fundamentalmente do cérebro porque
funciona sempre em nível involuntário e inconsciente, sendo sua função exclusi-
vamente motora (equilíbrio e coordenação).

IMPORTANTE!
O cerebelo tem a função de equilíbrio e coordenação.

Tronco Encefálico

Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférios cerebrais e por
onde transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras, ou seja, conecta a
medula espinhal com as estruturas encefálicas localizadas superiormente.

Dispersas na substância branca do tronco encefálico, encontram-se massas


de substância cinzenta denominadas núcleos, que exercem efeitos intensos
sobre funções, como a pressão sanguínea e a respiração. 

RESUMO

O tronco encefálico é responsável pelo controle das funções, como a pressão sanguínea e a respi-
ração. 

O tronco encefálico divide-se em: bulbo, situado caudalmente, mesencéfalo,


e a ponte situada entre ambos.

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Mesencéfalo

Protuberância que constitui o ponto de junção do cérebro, do cerebelo e da


medula espinhal. Comunica-se com o cérebro através de fibras nervosas encar-
regadas de conduzir estímulos oculares, visuais, acústicos e outros. 
Do mesencéfalo, emerge o nervo óculo motor (terceiro par craniano), o nervo
troclear (quarto par craniano) e o nervo trigêmeo (quinto par craniano).

RESUMO

O mesencéfalo conduz estímulos conduzir estímulos oculares, visuais, acústicos.

Ponte

Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamen-


tos de fibras e células nervosas. A ponte possui três pares de nervos responsá-
veis pela inervação dos músculos que movimentam os olhos para os lados, dos
músculos mímicos da face, das glândulas salivares e lacrimais, e conduz sensa-
ções de paladar captadas na língua.
Da ponte, emerge o núcleo motor do nervo trigêmeo (quinto par craniano),
núcleos sensitivos do nervo trigêmeo (quinto par craniano), núcleo do nervo
abducente (sexto par craniano), núcleo do nervo facial (sétimo par craniano) e
núcleo do nervo vestíbulo coclear (oitavo par craniano).

Bulbo

Porção inferior do tronco encefálico no sentido craniocaudal, sendo que o


grande forame (forame magno) constitui o limite convencional com a medula
espinhal. Possui feixes de fibras motoras que comandam os movimentos dos
músculos voluntários. Essas fibras dirigem-se, paralelamente, até o forame
occipital, onde trocam de lado. No resto do percurso, caminham do lado oposto
àquele em que estavam originalmente. Esse cruzamento de fibras faz com que
as ordens emitidas a partir do hemisfério cerebral direito sejam transmitidas ao
lado esquerdo do corpo e vice-versa.

IMPORTANTE!
Acidentes que lesem o lado esquerdo da cabeça provocam, em geral, paralisia
do lado direito.

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Além disso, no bulbo, localizam-se dois centros vitais, encarregados de con-


trolar a respiração e o funcionamento vasomotor. Um projétil que atinja o bulbo
mata instantaneamente. A pressão sanguínea cai de forma tão acentuada que
não permite mais a irrigação dos diversos órgãos. Com a lesão do bulbo, são
cortados os impulsos que controlam o funcionamento dos vasos sanguíneos e
dos pulmões.

IMPORTANTE!
O bulbo controla a respiração e o controle da pressão sanguínea.

Veja a figura abaixo que situa cada parte do sistema nervoso:

MENINGES

O tecido do SNC é muito delicado. Por esse motivo, apresenta um elaborado


sistema de proteção que consiste em quatro estruturas: crânio, meninges, líquor
e barreira hematoencefálica.

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O sistema nervoso é envolto por membranas conjuntivas denominadas menin-


ges que são classificadas como três: dura-máter, aracnoide e pia-máter.

A dura-máter é a meninge mais superficial, espessa e resistente, formada


por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas, contendo nervos e vasos.
É formada por dois folhetos: um externo e um interno.
O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio e se comporta como
um periósteo desses ossos, mas sem capacidade osteogênica (nas fraturas cra-
nianas dificulta a formação de um calo ósseo). Em virtude da aderência da dura-
-máter aos ossos do crânio, não existe, no crânio, um espaço epidural como na
medula. No encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria menín-
gea média.
A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como
o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda ou qualquer sensi-
bilidade intracraniana se localiza na dura-máter, que é responsável pela maioria
das dores de cabeça.
A aracnoide é uma membrana muito delgada, justaposta à dura-máter,
da qual se separa por um espaço virtual, o  espaço subdural, contendo uma
pequena quantidade de líquido necessário à lubrificação das superfícies de con-
tato das membranas. A aracnoide se separa da pia-máter pelo espaço suba-
racnoideo que contém líquor, havendo grande comunicação entre os espaços
subaracnoideos do encéfalo e da medula.
A pia-máter é a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície
do encéfalo e da medula, cujos relevos e depressões acompanham até o fundo
dos sulcos cerebrais. Sua porção mais profunda recebe numerosos prolongamen-
tos dos astrócitos do tecido nervoso, constituindo assim a membrana pio-glial.

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A pia-máter dá resistência aos órgãos nervosos, pois o tecido nervoso é de


consistência muito mole. Nesse espaço, existem prolongamentos do espaço
subaracnoideo, contendo líquor, que forma um manguito protetor em torno dos
vasos, muito importante para amortecer o efeito da pulsação das artérias sobre
o tecido circunvizinho.
O espaço entre as meninges é um espaço extradural ou epidural normal-
mente não é um espaço real, mas apenas um espaço potencial entre os ossos
do crânio e a camada periosteal externa da dura-máter. Torna-se um espaço real
apenas patologicamente, por exemplo, no hematoma extradural.

RESUMO

Meninges Nome do espaço


Entre Coluna/Crânio e Dura-máter Epidural/Extradural
Entre Dura-máter e Aracnoide Subdural
Entre Aracnoide e Pia-máter Subaracnoide

EXERCÍCIOS

43. (CESPE/2013) Com relação ao tecido nervoso, julgue o item que se segue.
A substância branca e a substância cinzenta presentes no tecido nervoso
são camadas da meninge e envolvem todo o sistema nervoso central.

 COMEN T ÁRI
O item está errado. As meninges são membranas conjuntivas que circundam o
cérebro. A dura-máter é a mais externa e está aderida ao osso do crânio; a arac-
noide está abaixo da dura-máter, formando o espaço subdural; e a pia-máter é a
mais interna e está aderida à medula e ao cérebro, dando resistência ao tecido
nervoso e formando o espaço subaracnoideo.
Por outro lado, a substância branca e cinza compõe o parênquima cerebral. O
parênquima cerebral é constituído por substância cinzenta, onde estão loca-
lizados os corpos celulares dos neurônios, e por substância branca, onde se
encontram os seus prolongamentos axonais, que estabelecem a ligação entre
diferentes áreas encefálicas e medulares. A coloração branca deve-se à pre-
sença de lipídios nas bainhas de mielina. A substância branca insinua-se pelos
núcleos cinzentos centrais, separando-os do córtex, apresentando a forma de
um leque de fibras, as quais vão dispersar-se a partir dos espaços em torno
dos núcleos cinzentos centrais.

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44. (CESPE/2013) A respeito da localização e do funcionamento das estruturas


internas do corpo humano, julgue o item seguinte. 
A função essencial das meninges, que são as membranas conjuntivas do
sistema nervoso central, é proteger os centros nervosos.

 COMEN T ÁRI
O item está certo. As meninges realmente são estruturas conjuntivas que pro-
tegem o SNC. Existem três meninges: dura-máter, aracnoide e pia-máter. A
pia-máter reveste internamente o cérebro dando sustentação a esse órgão.

O líquor é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnoideo e


as cavidades ventriculares. A sua função primordial é a proteção mecânica do
sistema nervoso central.

Formação, Absorção e Circulação do Líquor

O líquor é produzido nos plexos coroides dos ventrículos e também por uma
pequena porção produzida nas paredes ventriculares. Existem plexos coroides
nos ventrículos, como já vimos anteriormente, e os ventrículos laterais contri-
buem com maior contingente liquórico, que passa ao terceiro ventrículo através
dos forames interventriculares e, em seguida, para o quarto ventrículo através
do aqueduto cerebral.
Através das aberturas medianas e laterais do quarto ventrículo, o líquor passa
para o espaço subaracnoideo, sendo reabsorvido principalmente pelas granu-
lações aracnoideas que se projetam para o interior da dura-máter. No espaço
subaracnoideo da medula, o líquor desce em direção caudal, mas apenas uma
parte volta, pois reabsorção liquórica ocorre nas pequenas granulações aracnoi-
deas existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes
dos nervos espinhais.

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CIRCULAÇÃO DO LÍQUOR

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

A circulação do líquor é extremamente lenta. O líquor é produzido em uma


extremidade e a sua absorção ocorre na outra, mantendo a sua movimentação
constante. Outro fator que contribui para a movimentação do líquor é a pulsação
das artérias intracranianas a cada sístole, ela atua aumentando a pressão liquó-
rica, contribuindo para empurrar o líquor e manter a movimentação.

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Esquema ─ Circulação do Líquor

Medula Espinhal

É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canal vertebral. A


medula espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e
retransmissão de impulsos motores. Todos os centros importantes do encéfalo
são conectados através de longos feixes nervosos, diretamente aos órgãos ou
músculos que controlam. Esses feixes se unem formando a medula espinhal,
transmitindo mensagens entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico. Essas
mensagens são passadas ao longo do nervo sob a forma de impulsos elétricos.
Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da primeira
ou segunda vértebra lombar. Na porção final da medula, localizam-se nervos
espinhais que formam uma espécie de "cabeleira" nervosa, comparada à cauda
equina.
Medula significa “miolo” e indica o que está dentro. Assim, temos a medula
espinhal dentro dos ossos, mais precisamente dentro do canal vertebral.

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Observe a seguinte imagem:

A medula espinhal é uma massa cilindroide de tecido nervoso situada dentro


do canal vertebral sem, entretanto, ocupá-lo completamente. A medula apre-
senta forma aproximada de um cilindro, achatada no sentido anteroposterior.
Seu calibre não é uniforme, pois ela apresenta duas dilatações denominadas de
intumescência cervical e intumescência lombar.

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Essas intumescências medulares correspondem às áreas em que fazem


conexão com as grossas raízes nervosas que formam o plexo braquial e lombos
sacral, destinados à inervação dos membros superiores e inferiores respectiva-
mente.

A formação dessa intumescência deve-se a maior quantidade de neurônios e,


portanto, de fibras nervosas que entram ou saem dessas áreas.
A intumescência cervical estende-se dos segmentos C4 até T1 da medula
espinhal. A intumescência lombar (lombos sacrais) estende-se dos segmentos
de T11 até L1 da medula espinhal.

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CONEXÕES COM OS NERVOS ESPINHAIS


 
Os pequenos filamentos nervosos, denominados de filamentos radiculares,
unem-se para formar, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos
espinhais. As duas raízes se unem para formação dos nervos espinhais, ocor-
rendo a união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal que existe
na raiz dorsal.
Os filamentos radiculares se unem para formar as raízes dos nervos espi-
nhais, e estes, por sua vez, unem-se para formar os nervos espinhais.

RAÍZES NERVOSAS

Há 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos


medulares assim distribuídos: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1
coccígeo. Encontramos 8 pares de nervos cervicais e apenas 7 vértebras cervi-
cais porque o primeiro par de nervos espinhais sai entre o occipital e C1. 

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RELAÇÃO DAS RAÍZES NERVOSAS COM AS VÉRTEBRAS

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

EXERCÍCIO

45. (CESPE/2010) A respeito da anatomia e das funções do sistema nervoso,


julgue o item  a seguir. Nesse sentido, considere que as siglas subsequen-
tes, sempre que utilizadas, devem ser interpretadas de acordo com a sig-
nificação associada a cada uma delas, da seguinte forma: SNC = sistema
nervoso central; SNP = sistema  nervoso periférico.

Anatomicamente, costuma-se dividir o sistema nervoso em SNC e SNP. O


SNC é constituído pelas estruturas contidas no crânio, o encéfalo. O encéfalo
divide-se em cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O tronco encefálico decom-
põe-se em mesencéfalo, ponte e bulbo. O SNP, por sua vez, é constituído pela
coluna vertebral, a medula espinhal e os nervos espinhais e cranianos.

 COMEN T ÁRI
O item está errado. A medula faz parte do SNC e não do sistema nervoso
periférico.

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Divisão do Sistema Nervoso Periférico

A divisão anatômica do sistema nervoso periférico pode ser acompanhada


pela seguinte chave:

NERVOS

São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido
conjuntivo, tendo como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los
do SNC ao periférico. Distinguem-se dois grupos: os nervos cranianos e os espi-
nhais.

Nervos Cranianos

São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles
(10) origina-se no tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são
também denominados por números em sequência craniocaudal.
A relação abaixo apresenta o nome e o número correspondente a cada um
dos pares cranianos:
• Olfatório: é puramente sensitivo e ligado à olfação, como o nome já indica,
iniciando-se em terminações nervosas situadas na mucosa nasal.
• Óptico: também sensitivo, origina-se na retina e está relacionado com a
percepção visual.
• Oculomotor, Troclear e Abducente: enervam músculos que movimentam
o olho, sendo que o terceiro par é também responsável pela inervação de
músculos chamados intrínsecos do olho, como o músculo esfíncter da íris
(que fecha a pupila) e o músculo ciliar (que controla a forma da lente).
• Trigêmeo: é predominantemente sensitivo, sendo responsável pela sen-
sibilidade somática de quase toda a cabeça. Um pequeno contingente de
fibras é motor, inervando a musculatura mastigadora, isto é, músculos que
movimentam a mandíbula.

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• Facial, Glossofaríngeo e Vago: são altamente complexos no que se refere


aos componentes funcionais, estando relacionados às vísceras e à sensibi-
lidade gustativa, além de inervar glândulas, musculatura lisa e esquelética.
–– O nervo vago é um dos nervos cranianos mais importantes, pois inerva
todas as vísceras torácicas e a maioria das abdominais.
• Vestíbulo-Coclear: é puramente sensitivo, constituído por duas porções,
a coclear e a vestibular. A porção coclear está relacionada com os fenôme-
nos da audição, e a porção vestibular, com o equilíbrio.
• Acessório: inerva músculos esqueléticos, porém, parte de suas fibras
unem-se ao vago e com ele é distribuída.
• Hipoglosso: inerva os músculos que movimentam a língua, sendo, por
isso, considerado como o nervo motor da língua.

Nervos Espinhais

Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula e aban-


donam a coluna vertebral através de forames intervertebrais. A coluna pode ser
dividida em: porções cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea;. Da mesma
maneira, reconhecemos nervos espinhais que são cervicais, torácicos, lomba-
res, sacrais e coccígeos.

Gânglios Nervosos

Acúmulos de corpos celulares de neurônios dentro do SNC são denominados


núcleos. Quando esses acúmulos ocorrem fora do SNC, eles são chamados de
gânglios e apresentam-se, geralmente, como uma dilatação.

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Terminações Nervosas

Estão na extremidade de fibras sensitivas e motoras. As fibras sensitivas são


estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na superfí-
cie ou no interior do corpo. As motoras são responsáveis pela reação arco reflexa
do organismo ao receberem tais estímulos.

46. (CESPE/2010) Com relação ao tecido nervoso, julgue o item a seguir.


O sistema nervoso periférico é composto de nervos, gânglios e terminações
nervosas.

 COMEN T ÁRI
O item está certo. Observando o esquema anterior, fica fácil entender os com-
ponentes do SNP: nervos, gânglios e terminações nervosas.

Revisão do SNP

O  sistema nervoso periférico (SNP) é a parte do sistema nervoso que


se encontra fora do sistema nervoso central (SNC). É constituído por fibras
(nervos), gânglios nervosos e órgãos terminais.

Os nervos se dividem em três tipos:

1. Nervos Sensitivos: são os nervos que têm o papel de transmitir os impul-


sos nervosos do órgão receptor até ao SNC;
2. Nervos Motores: conduzem o impulso codificado no encéfalo (SNC) até
ao órgão efetor;
3. Nervos Mistos: têm o mesmo papel que os nervos sensitivos e motores
ao mesmo tempo.

Sistema Nervoso Visceral

O SN Visceral relaciona-se com a inervação das estruturas viscerais e é muito


importante para a integração da atividade das vísceras no sentido da manuten-
ção da constância do meio interno. Distinguem-se, no SNV, uma parte aferente
e outra eferente.
O componente aferente conduz os impulsos nervosos originados em recep-
tores das vísceras (visceroceptores) a áreas específicas no SNC.

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O componente eferente traz impulsos de certos centros nervosos até as


estruturas viscerais terminando, pois, em glândulas, músculo liso ou músculo
cardíaco. Por definição, denomina-se Sistema Nervoso Autônomo apenas o
componente eferente do SNV.
O SNA divide-se em simpático e parassimpático. Desse modo temos a
seguinte divisão:

SISTEMA NERVOSO VISCERAL

Aferente (fibras sensitivas): interoceptores;


Eferente (fibras motoras): glândulas, músculo liso ou cardíaco = SN Autô-
nomo.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Simpático e parassimpático.

ESQUEMATIZANDO:

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RESUMO

Vamos resumir o que foi mencionado até aqui, e, na sequência, vamos entender a divisão do sis-
tema nervoso autônomo: o simpático e o parassimpático.
O sistema nervoso central está localizado dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal
vertebral); o sistema nervoso periférico é aquele que se localiza fora desse esqueleto.
O encéfalo é a parte do sistema nervoso central situado dentro do crânio neural; e a medula está
localizada dentro do canal vertebral. O encéfalo e a medula constituem o neuro-eixo. No encéfalo,
há cérebro, cerebelo e tronco encefálico.
Pode-se dividir o sistema nervoso em sistema nervoso da vida de relação, ou somático e sistema
nervoso da vida vegetativa, ou visceral. O sistema nervoso da vida de relação é aquele que se rela-
ciona com o organismo e com o meio ambiente. Apresenta um componente aferente e outro efe-
rente.
O componente aferente conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféri-
cos, informando-os sobre o que passa no meio ambiente. O componente eferente leva aos músculos
estriados esqueléticos ao comando dos centros nervosos resultando em movimentos voluntários.
O sistema nervoso visceral é aquele que se relaciona com a inervação e com o controle das vís-
ceras. O componente aferente conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras
a áreas especificas do sistema nervoso. O componente eferente leva os impulsos originados em
centros nervosos até as vísceras. Esse componente eferente é também denominado de sistema
nervoso autônomo e pode ser dividido em sistema nervoso simpático e parassimpático.
O sistema nervoso somático é composto por neurônios sensoriais e motores que estão subme-
tidos ao controle consciente para gerar ações motoras voluntárias, resultantes da contração de
um músculo esquelético. Sua principal função é inervar a musculatura esquelética, responsável
pelas ações voluntárias, como a movimentação de um braço ou uma perna. 

Simpático e Parassimpático

Como mencionado, o SN autônomo se divide em duas porções, SN simpático


e SN parassimpático, que se distinguem quanto a critérios anatômicos, farmaco-
lógicos e fisiológicos. 
Considerando as diferenças anatômicas, podemos destacar a posição dos
neurônios. No SN Simpático, os neurônios pré-ganglionares localizam-se na
medula torácica e lombar. Suas fibras são curtas. Já os neurônios pós-ganglio-
nares estão longe das vísceras e próximos da coluna vertebral. Suas fibras são
longas. No SN parassimpático, os neurônios pré-ganglionares localizam-se no
tronco encefálico e na medula sacral (S2 a S4), denominado crânio sacral. Suas
fibras são longas. Já os neurônios pós-ganglionares estão próximos ou dentro
das vísceras e suas fibras são curtas. 

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Quanto às diferenças farmacológicas, ou seja, quanto à ação da droga, exis-


tem drogas, como a adrenalina e a noradrenalina, que imitam a ação do SN
simpático. Essas são denominadas simpaticomiméticas e têm a função de esti-
mular. Por outro lado, há drogas, como a acetilcolina, que imitam a ação do SN
parassimpático. Elas são denominadas parassimpaticomiméticas e têm a função
de inibir. Sabemos que a ação da fibra nervosa sobre o efetor (músculo ou glân-
dula) dá-se por liberação de um mediador químico. Os mais importantes são:
a acetilcolina e a noradrenalina. Então, as fibras que liberam a acetilcolina são
colinérgicas, e as fibras que liberam noradrenalina são adrenérgicas. 
Quanto às diferenças fisiológicas, o sistema simpático é antagonista ao paras-
simpático em um determinado órgão, ou seja, atua ao contrário. No entanto, é
importante ressaltar que os dois trabalham em harmonia para a coordenação da
atividade visceral adequando o funcionamento de órgãos às diversas situações
no qual é submetido. 
O parassimpático apresenta ação sempre localizada em um órgão ou região
do organismo. Já o simpático possui uma localização mais difusa, atingindo
vários órgãos. Veja este quadro comparativo:

Diferenças entre o Parassimpático e o Simpático


1) Corpo do neurônio pré-ganglionar crânio-sacral tóraco-lombrar
2) Axônio pré-ganglionar longo curto
3) Transmissor pré-pósganglionar ACh ACh
4) Receptor pós-ganglionar Colinérgico nicotínico Colinérgico nicotínico
5) Corpo do neurônio pós-ganglionar gânglio autonômico gânglio autonômico
5) Anônio do neurônio pós-ganglionar curto longo
6) Transmissor pósganglionar-efetor ACh NE principalmente
7) Receptor da junção neuro-efetor r. colinérgico muscarínico r. adrenérgico alfa e beta
8) Efetor m. cardiaco, lisos, glândulas m. cardiaco, lisos, glândulas
9) Ação seletiva glândulas lacrimais vasculatura
10) Ação cooperativa ereção ejaculação
11) Ação antagônica tônus parasimpático tônus simpático

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47. (CESPE/2014) Com relação ao sistema nervoso autônomo (SNA) e suas im-
plicações homeostáticas no organismo humano, julgue o item seguinte.
O SNA subdivide-se em dois subsistemas, o simpático e o parassimpático,
que interagem na manutenção da homeostasia.

 COMEN T ÁRI
O item está certo. Observe que a questão apenas trouxe a organização do sis-
tema nervoso autônomo, que se divide em simpático e parassimpático. Além
disso, relatou a importância dessa interação para o equilíbrio (homeostasia)
do corpo.

NEURÔNIOS

Primeiramente, vamos fazer uma questão sobre os neurônios, que é a uni-


dade funcional do sistema nervoso. Em seguida, vamos entender como eles se
comunicam entre si e com as demais partes do corpo (sinapse).

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48. (CESPE/2013) Com relação ao tipo de estrutura e à função de alguns tecidos


humanos, julgue o item subsecutivo.
Os neurônios são as unidades celulares básicas de formação dos sistemas
nervosos central e periférico.

 COMEN T ÁRI
O item está certo. Os neurônios são as células básicas para a composição do
sistema nervoso central e periférico, porém, não são as únicas células do SN,
existem também as células de sustentação, como as células da glia, que dão
suporte ao funcionamento do sistema nervoso (astrócitos e  oligodendrócitos,
além das células de Schwann, que formam a bainha de mielina).

Veja a imagem a seguir para conhecer as partes do neurônio:

49. (CESPE/2012) O tecido nervoso é constituído por neurônios, responsáveis


pelo início da transmissão de impulsos nervosos de uma parte do corpo a
outra, e por leucócitos, que fixam os neurônios.

 COMEN T ÁRI
O item está errado. Não são os leucócitos que fixam os neurônios, mas, sim,
as células da glia. Entre estas estão os astrócitos, que dão suporte e susten-
tação aos neurônios. Os leucócitos, na verdade, são células de defesa do
corpo humano.

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Neuroglia

As células da neuroglia compõem o sistema nervoso e apresentam as seguin-


tes funções:
1. Sustentação do tecido;
2. Produção de mielina;
3. Remoção de excretas;
4. Fornecimento de substancias nutritivas aos neurônios;
5. Fagocitose de restos celulares;
6. Isolamento dos neurônios.

São neuroglias as células: macroglia (astóscitos, oligodendrócitose células


de Schwann), a micróglias e as células ependimárias.
• Astróscitos → dão suporte mecânico e fornecem alimento.
• Oligodendrócitos → formam bainhas protetoras sobre os neurônios que
ficam no encéfalo e na medula.
• Micróglias → são um tipo especializado de macrófago cuja função é fago-
citar detritos e restos celulares presentes no tecido nervoso.
• Ependimócitos ou células ependimárias → são responsáveis pelo reves-
timento simples dos ventrículos. Essa cavidade está compreendida entre
o cerebelo (teto) e a ponte, o bulbo e parte do mesencéfalo (assoalho). Nos
ventrículos cerebrais, um tipo de célula ependimária modificada recobre
tufos de tecido conjuntivo, rico em capilares sanguíneos, que se projetam
da pia-máter, constituindo os plexos coroides, responsáveis pela formação
do líquido cefalorraquidiano.

EXERCÍCIO

50. (FGV/2010) Em relação do Tecido Nervoso, são células da glia encontradas


no Sistema Nervoso Central:
a. Astrócitos, oligodendrócitos e células ependimárias.
b. Astrócitos, oligodendrócitos e células de Purkinje.
c. Oligodendrócitos, células de Purkinje e micróglia.
d. Microglia, células ependimárias e células de Purkinje.
e. Microglia, células de Mott e células de Schwann.

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 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”. As células que compõem a glia, ou neuro-
glia, são: astrócitos, oligodendrócitos e células ependimárias, conforme está
na alternativa “a”. Entretanto, a alternativa não está completa, visto que ainda
está faltando as células de Schwann e a micróglia.
As outras alternativas estão erradas, pois as células de Purkinje estão presen-
tes no sistema elétrico do coração, conforme foi estudado no sistema cardio-
vascular, e as células de Mott são variações anormais de células plasmáticas
(sistema imunológico), que não está no seu edital.

Sinapses

Os neurônios se comunicam por meio de sinapses.


A sinapse é região de conexão (sem contato) entre dois neurônios: axônio
com dendrito.

A transmissão do impulso se dá pela liberação de substâncias químicas nessa


sinapse. Essas substâncias são:
• Acetilcolina;
• Noradrenalina; e
• Dopamina.

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Tipos de Sinapses

Os neurônios se comunicam entre si, mas também interagem com outras


partes do corpo, como os músculos e as glândulas, dando origem a tipos de
sinapses diferentes:
• Interneuronais: neurônio – neurônio;
• Neuromusculares: neurônio – músculo;
• Neuroglandulares: neurônio – célula glandular.

Observe a Placa Motora a seguir:


Neurônio motor (1) + fibra muscular (3)

EXERCÍCIOS

51. (CESPE/2012) Composto pelo encéfalo, pela medula espinhal e por nervos
e órgãos do sentido, o sistema nervoso produz e transmite impulsos nervo-
sos, detecta e interpreta as mudanças no ambiente e responde a elas, pro-
duzindo contrações musculares e (ou) secreções glandulares.

 COMEN T ÁRI
Esta questão está correta, pois apresentou a composição do sistema ner-
voso: encéfalo, pela medula espinhal e por nervos e órgãos do sentido. Além
disso, contempla também uma das funções do sistema nervoso, que é pro-
duzir e transmitir impulsos nervosos, e detectar e interpretar as mudanças no
ambiente, respondendo a elas, produzindo contrações musculares e/ou secre-
ções glandulares.

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52. (CESPE/2015) Com relação a anatomia e fisiologia humanas, julgue o


item seguinte.
O sistema nervoso autônomo ou involuntário controla a musculatura estriada
esquelética, os músculos cardíacos e os nervos cranianos.

 COMEN T ÁRI
A questão está errada. O sistema nervoso autônomo controla o sistema invo-
luntário, que é visceral ou cardíaco. Os músculos estriados esqueléticos são
voluntários e controlados pelo sistema nervoso periférico somático.

53. (CESPE/2013) O tecido nervoso é constituído por neurônios, responsáveis


pelo início da transmissão de impulsos nervosos de uma parte do corpo a
outra, e por leucócitos, que fixam os neurônios.

 COMEN T ÁRI
O item está errado. Os leucócitos não fixam os neurônios, pois eles são célu-
las do sistema de defesa. As células que fixam e dão sustentação aos neurô-
nios são as células da glia.

Chegamos ao final da parte de Anatomia e Fisiologia. Essas matérias são a


base para entendermos os próximos assuntos.

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EMERGÊNCIAS PARTE – V

Após serem estudados todos os tópicos de Anatomia e Fisiologia humana,


iniciaremos os estudos acerca das intercorrências clínicas pré-hospitalares, bem
como seus respectivos atendimentos.
Inicialmente, vamos detalhar as hemorragias e o choque. Veja como esse
tema está no seu edital:
2.1 Hemorragia: classificação clínica, classificação anatômica, técnicas utili-
zadas no controle das hemorragias.
2.2 Estado de choque: conceito, causas, tipos de choque, sinais e sintomas
gerais do choque.
Esses dois temas serão abordados juntos, pois uma hemorragia (perda de
sangue) intensa pode ser uma das causas de choque.

2.1 HEMORRAGIA

Hemorragia é o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos ou das


cavidades do coração, podendo provocar estado de choque hipovolêmico (dimi-
nuição de volume sanguíneo) e óbito. A hemorragia pode ser externa, quando o
sangue sai para fora do corpo, ou interna, quando o sangue sai de dentro dos
vasos sanguíneos, mas fica preso no corpo.

Classificação Clínica

a) Hemorragia externa: ocorre devido a ferimentos abertos, onde o sangue


é eliminado para o exterior do organismo.

IMPORTANTE!
Quando o corpo perde sangue, ou seja, está com uma hemorragia, ele exerce
um efeito compensatório redistribuindo o fluxo sanguíneo para os órgãos mais
importantes, como o coração e o cérebro. Dessa forma, as regiões periféricas
(rins, pele e outros órgãos) sofrem com a falta de sangue e, consequentemente,
de oxigênio e nutrientes.

Entendendo esse raciocínio, podemos então conhecer os sinais e sintomas


da hemorragia, que são secundários a essa falta de volume sanguíneo.

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Sinais e sintomas de hemorragia externa:


• Agitação;
• Palidez;
• Sudorese;
• Pele fria;
• Pulso acelerado e fraco (acima de 100 bpm);
• Hipotensão;
• Sede;
• Fraqueza;
• Alteração do nível de consciência; e
• Estado de choque.

O pulso ou frequência cardíaca fica aumentada, tentando compensar o volume


de sangue reduzido, ou seja, o coração bate mais vezes para tentar atender a
demanda do corpo por nutrientes e oxigênio pela falta de sangue.

b) Hemorragia interna: ocorre quando há lesão de um órgão interno e o


sangue se acumula em uma cavidade do organismo, como: peritônio (cavidade
abdominal), pleura (reveste o pulmão), pericárdio (reveste o coração), meninges
(revestem o cérebro) ou se difunde nos interstícios dos tecidos. Geralmente não
é visível, e os sinais e sintomas de hemorragia interna podem ser os mesmos
encontrados na hemorragia externa, e, ainda:
• Contusões;
• Dor abdominal;
• Rigidez ou flacidez dos músculos abdominais;
• Eliminação de sangue através dos órgãos que se comunicam com o exte-
rior, como: nariz e/ou pavilhão auditivo, vias urinárias, vômito ou tosse com
presença de sangue.

EXERCÍCIOS

1. (VUNESP/2010) Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois


pode provocar choque e levar a vítima à morte. Trata-se da hemorragia:
a. Arterial externa.
b. Interna.
c. Venal externa.
d. Externa.
e. Capilar externa.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”.

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Vamos revisar essas informações utilizando o Manual de primeiros socorros


da ANVISA:
• Hemorragia: é a perda de sangue através de ferimentos, pelas cavidades
naturais como nariz, boca etc. Ela pode ser também interna, resultante de
um traumatismo.
• As hemorragias podem ser classificadas inicialmente em arteriais e veno-
sas, e, para fins de primeiros socorros, em internas e externas.
–– Hemorragia Arterial: é a hemorragia em que o sangue sai em jato pul-
sátil e se apresenta com coloração vermelho vivo.
–– Hemorragia Venosa: é a hemorragia em que o sangue é mais escuro e
sai contínua e lentamente, escorrendo pela ferida.
–– Hemorragia Externa: é a hemorragia em que o sangue é eliminado para
o exterior do organismo, como acontece em qualquer ferimento externo,
ou quando se processa nos órgãos internos que se comunicam com o
exterior, como o tubo digestivo, ou os pulmões ou as vias urinárias.
–– Hemorragia Interna:  é a hemorragia em que o sangue extravasa em
uma cavidade pré-formada do organismo, como o peritoneu, pleura, peri-
cárdio, meninges, cavidade craniana e câmara do olho.

Vamos analisar essa classificação utilizando o Manual do CBM-DF:

Classificação Anatômica

a) Arterial: é a hemorragia que, quando o vaso atingido é uma artéria, faz jorrar
sangue pulsátil e de cor vermelho vivo. A perda de sangue é rápida e abundante.
b) Venosa: é a hemorragia em que, quando o vaso atingido é uma veia, o sangue
sai de forma contínua, na cor vermelho escuro, podendo ser abundante.
c) Capilar: é a hemorragia em que, quando o vaso atingido é um capilar, o sangue
escoa lentamente, normalmente numa cor menos viva que o sangue arterial.

Classificação anatômica das hemorragias

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Sangramento arterial

2. (IADES/2014) Hemorragia é o termo que determina a perda maciça de san-


gue, podendo ser externa ou interna. Quanto à hemorragia externa do tipo
arterial, é correto afirmar que ela pode ser identificada por sangue vermelho:
a. Escuro com fluxo constante.
b. Vivo com fluxo constante.
c. Escuro que sai em jato.
d. Menos vivo com fluxo lento.
e. Vivo que sai em jato e acompanha os batimentos cardíacos.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”. O controle da hemorragia é incluído na cir-
culação (etapa C do ABCDE do trauma) porque, se uma hemorragia não for
controlada de imediato, o potencial de morte do doente aumenta consideravel-
mente. Há três tipos de hemorragia externa:
• Hemorragia capilar: causada por escoriações que lesionam minúsculos capi-
lares imediatamente abaixo da superfície da pele. Geralmente, terá diminuído
ou mesmo cessado antes da chegada da equipe pré-hospitalar.
• Hemorragia venosa:  provém de camadas mais profundas do tecido e, em
geral, é controlado mediante uma pressão direta moderada no local.
• Hemorragia arterial: é o tipo de hemorragia mais grave e também a mais difí-
cil de ser controlada. Caracteriza-se por um sangue vermelho vivo que jorra da
ferida, e em jatos de acordo com os batimentos cardíacos.

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Técnicas utilizadas no controle de hemorragias:

1) Pressão direta sobre o ferimento;


2) Elevação de membro;
3) Compressão dos pontos arteriais.

IMPORTANTE!
Em casos de amputação traumática, esmagamento de membro e hemorragia
em vaso arterial de grande calibre, deve-se empregar a combinação das
técnicas de controle de hemorragia.

• Pressão direta sobre o ferimento

Coloque a mão com luva diretamente sobre o ferimento e aplique pressão,


apertando o ponto de hemorragia. A pressão da mão poderá ser substituída por
um curativo (atadura e gaze), que manterá a pressão na área do ferimento.
A interrupção precoce da pressão direta ou retirada do curativo removerá o
coágulo semiforçado, reiniciando a hemorragia.

• Elevação de membro

Eleve o membro de modo que o ferimento fique acima do nível do coração.


Essa técnica pode ser usada em conjunto com a pressão direta nas hemorragias
de membro superior ou inferior.
Os efeitos da gravidade vão ajudar a diminuir a pressão do sangue, auxi-
liando no controle da hemorragia. Essa técnica não deve ser empregada quando
houver suspeita de fratura, entorse ou luxação.

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Elevar o membro acima do nível do tórax Elevação da Extremidade

• Compressão dos pontos arteriais

Comprima a artéria que passa rente a uma superfície do corpo próximo a


uma estrutura óssea. O fluxo de sangue será diminuído, facilitando a contenção
da hemorragia (hemostasia).
Essa técnica deverá ser utilizada após a pressão direta ou quando a pressão
direta com elevação do membro tenha falhado. No membro superior, o ponto de
compressão é a artéria braquial (próxima ao bíceps), e no membro inferior, é a
artéria femural (próxima à virilha).

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EXERCÍCIO

3. (CILISPA/2014) O primeiro cuidado a ser dado em caso de hemorragia exter-


na por acidente é prioritariamente:
a. Instalar soro e retirar vítima do local.
b. Cobrir o sangramento, apertando com firmeza o vaso afetado.
c. Manter o volume sanguíneo através da transfusão.
d. Aplicar medicação hemostática e monitorar o paciente.

 COMEN T ÁRI :
A alternativa correta é a letra “b”. Conforme visto, o local ferido deve ser coberto
com firmeza para que reduza o sangramento e as consequências das perdas
sanguíneas.
A alternativa “a” está errada, pois, antes de remover a vítima, deve-se estancar
o sangramento.
A alternativa “c” está errada, pois, no enunciado, pergunta-se o primeiro cui-
dado, e este deve ser estancar o sangramento para evitar mais perdas sanguí-
neas. A transfusão poderá ser feita em um segundo momento.
A alternativa “d” está errada. Não se aplica medicação hemostática. Impede-se
as perdas sanguíneas usando estas três técnicas:
• Compressão dos pontos arteriais;
• Pressão direta sobre o ferimento;
• Elevação de membro.
Em um segundo momento, será necessário repor as perdas sanguíneas por
meio de hidratação venosa com soro fisiológico e transfusão sanguínea.

Tratamento pré-hospitalar:

• Exponha o local do ferimento;


• Efetue hemostasia;
• Afrouxe as roupas;
• Previna a perda de calor corporal;
• Não dê nada para o paciente comer ou beber;
• Ministre oxigênio suplementar, se necessário;
• Estabilize e transporte o paciente.

IMPORTANTE!
A primeira técnica a ser empregada em hemorragias visíveis é a pressão direta
sobre o ferimento.

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RESUMO

Com referência à perda sanguínea por quantidade, o choque hemorrágico pode ser dividido em 4
classes, apresentando sinais e sintomas diferentes em cada uma dessas fases.

Vamos conferir essas classes com o quadro abaixo:

2.2 CHOQUE CIRCULATÓRIO

Esse assunto é extremamente importante para sua prova. Na prova anterior


do CBM-DF, foram cobrados 4 tópicos apenas desse assunto.

Conceito

Choque significa um estado de extrema gravidade que coloca em risco a vida


do paciente. Medidas urgentes precisam ser tomadas para evitar a falência cir-
culatória. Em todos os tipos de choques ocorre a queda da pressão arterial e,
consequentemente, um distúrbio na circulação de sangue, afetando os órgãos e
tecidos do corpo.

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Choque, de acordo com o Manual do CBM-DF

É uma reação do organismo a uma condição na qual o sistema circulatório


não fornece circulação suficiente para cada parte vital do corpo.
Uma das funções do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e
nutrientes. Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e essa condi-
ção não for revertida, ocorre o que denominamos estado de choque.

As principais causas de choque são:

1) Diminuição dos fluídos do corpo;


2) Falha no bombeamento do coração; ou
3) Problemas nos vasos sanguíneos.

O choque é a intensa redução da perfusão com isquemia tecidual sistêmica,


causando um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, levando a
hipóxia (falta de oxigênio). Se não revertida, ocorre a insuficiência circulatória
generalizada.
Vamos pensar da seguinte forma: se sangue não está conseguindo circular
fisiologicamente para levar oxigênio e nutrientes para o corpo, quais seriam as
causas do choque?

Causas do Choque

Estudamos a fisiologia cardíaca e percebemos que, para a circulação fun-


cionar, ela precisa de sangue fluindo, de contração do coração para ejetar o
sangue e da resistência vascular periférica.
Dessa forma, alterações em qualquer dessas bases do tripé, responsáveis
pela perfusão dos órgãos, podem desencadear o choque.

IMPORTANTE!
Causas do choque: alteração das bases do tripé responsáveis pela perfusão
de órgãos e sistemas:
• Contração miocárdica (débito cardíaco);
• Tônus vascular (RVP);
• Conteúdo vascular (volemia, sangue).

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Para entender os sinais e sintomas do choque, é necessário conhecer a fisio-


patologia dessa doença, ou seja, como o corpo responde quando há alteração
nesse tripé.
O corpo humano responde à hemorragia aguda ativando quatro sistemas
fisiológicos principais:
• Sistema hematológico;
• Sistema cardiovascular;
• Rins; e
• Sistema Neuroendócrino.

1) Sistema hematológico: ativa a cascata de coagulação, contraindo os


vasos da hemorragia e ativando as plaquetas. Essa resposta do organismo tem
a intenção de cessar a perda sanguínea.
2) Sistema cardiovascular: devido à diminuição do volume sanguíneo e à
consequente diminuição do oxigênio, esse sistema estimula o sistema nervoso
central (SNC), liberando as catecolaminas que provocam o aumento da frequên-
cia cardíaca (FC) e vasoconstricção periférica.
Essa resposta do organismo em aumentar a FC objetiva dá continuidade à
irrigação sanguínea do corpo. Além de aumentar a FC, o organismo responde
fazendo vasoconstricção periférica, ou seja, diminui a luz do vaso nos membros
inferiores, superiores e em alguns órgãos não nobres. Como resultado disso
tem-se a pele fria e pálida (sem sangue na periferia).
Há uma exceção no tipo de choque distributivo, pois não ocorre esse tipo de
mecanismo de vasoconstricção. O que ocorre é uma vasodilatação exagerada.
3) Rins: estimula o Sistema Renina Angiotensina Aldosterona (SRAA) para
manter a PA. Com a redução da pressão arterial por sangramentos, o organismo
ativa o SRAA. Esse mecanismo renal tenta aumentar a pressão arterial e melho-
rar a perfusão tecidual.
4) Sistema Neuroendócrino: aumenta o hormônio ADH, que promoverá um
aumento de reabsorção de água e sal. Tentando aumentar o volume de sangue
dentro do vaso, o sistema endócrino libera o hormônio ADH.
Verifica-se que o corpo humano é muito inteligente. Quando percebe algo
errado, como sangramentos, perda de líquidos em grande quantidade, como nas
queimaduras, ele tenta responder de muitas maneiras de modo a compensar
essas alterações.

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As Causas do Choque, de acordo com Manual do CBM-DF

• Coração (insuficiência cardíaca): o coração não consegue bombear


quantidade suficiente de sangue para o organismo ou para de funcionar.
• Vasos sanguíneos: quando os vasos sanguíneos, por algum motivo, dila-
tam, impedindo que o sistema permaneça corretamente preenchido.
• Volume de sangue circulante: o sistema circulatório deve obrigatoria-
mente ser um sistema fechado. Quando os vasos são lesados, há uma
diminuição nesse volume, podendo levar ao estado de choque.

Tipos de Choque

São 4 os tipos de choque:


1) Hipovolêmico;
2) Distributivo (Anafilático, Séptico e Neurogênico);
3) Cardiogênico;
4) Obstrutivo.

Choque Hipovolêmico

É provocado pela perda de grandes volumes de líquidos do corpo. Exem-


plos: hemorragias, desidratação por diarreia, vômitos intensos ou calor exces-
sivo, perda de plasma causada por queimaduras. Nesta última situação, há uma
queda importante da pressão arterial, causando uma falha no sistema circula-
tório incapaz de manter a pessoa viva.

Choque hipovolêmico é causado pela redução acentuada do volume circulante no organismo devido
à perda de sangue (também chamado de choque hemorrágico), de plasma (queimaduras, contu-
sões e lesões traumáticas) ou de líquido (desidratação provocada por vômito ou diarreia).
Palavra-Chave: perda de volume de líquido ou plasma.

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Choque Cardiogênico

Ocorre uma redução do débito cardíaco (volume de sangue ejetado por


minuto) por falha do coração. Situações que podem causar o choque cardiogê-
nico: infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas e choques elétricos.

O choque cardiogênico é causado pela falha do coração no bombeamento sanguíneo. A inadequada


função cardíaca pode ser consequência do enfraquecimento do músculo cardíaco, das válvulas e do
sistema de condução elétrica.
Palavra-Chave: problema cardíaco.

Choque Distributivo (Séptico, Neurogênico e Anafilático)

a) Choque Séptico

Choque séptico é uma condição grave sendo consequência da septicemia,


ou seja, uma infecção generalizada.
É causado quando microrganismos lançam toxinas que provocam uma dilata-
ção dos vasos sanguíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente para pre-
encher o sistema circulatório dilatado. O choque séptico ocorre geralmente em
ambiente hospitalar e, portanto, é pouco observado pelos socorristas.
No choque séptico, as toxinas liberadas pelas bactérias provocam uma infla-
mação descontrolada no organismo, paralisando órgãos, como o fígado, os rins
e os pulmões. O coração se torna fraco para bombear o sangue ao resto do
corpo, e, caso não sejam tomadas medidas urgentes para reverter o quadro, o
paciente entra em falência múltipla de órgãos, indo à óbito. 

Palavra-Chave: infecção.

b) Choque Vascular ou Neurogênico

Quando o sistema nervoso é interrompido, como acontece em lesões ou trau-


mas espinhais (medula), o controle do sistema circulatório é perdido. Os vasos
aumentam em diâmetro (vasodilatação), o que faz com que a pressão do sis-
tema circulatório caia, resultando em choque vascular.

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O choque neurogênico é causado quando o sistema nervoso não consegue


controlar o calibre dos vasos sanguíneos, que ocorre como consequência de
lesão na medula espinhal. O volume de sangue disponível é insuficiente para
preencher todo o espaço dos vasos dilatados.

Palavra-Chave: lesão medular.

c) Choque Anafilático

O choque anafilático é a consequência mais grave de uma reação alér-


gica. Pode ser desencadeado por medicamentos, picadas de insetos, alimentos
ou qualquer substância que cause alergia no indivíduo. Nesta situação, a histamina
liberada pelo corpo, com o objetivo de combater a alergia, provoca uma reação em
cadeia que estimula de forma exagerada o sistema imunológico, causando vasodi-
latação e, consequentemente, colapso no sistema cardiorrespiratório. 
O choque anafilático é causado quando uma pessoa entra em contato com
uma substância na qual é alérgica, pelas seguintes formas: ingestão, inalação,
absorção ou injeção.
Esse choque é o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça
a vida. Apresentando alguns sinais e sintomas característicos, como: prurido e
ardor na pele, edema generalizado e dificuldade para respirar.

IMPORTANTE!
Os choques anafilático, séptico e neurogênico estão englobados no grupo
maior chamado de choque distributivo.

Choque Obstrutivo

O choque obstrutivo pode ser definido como uma redução do débito cardíaco
secundário a um inadequado enchimento ventricular. As principais causas de
choque obstrutivo são o tamponamento pericárdico, a embolia pulmonar maciça
e o pneumotórax.

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Sinais e Sintomas Gerais do Estado de Choque:

• Inquietação ou ansiedade;
• Respiração rápida e superficial;
• Pulso rápido e fraco;
• Pele fria;
• Sudorese;
• Palidez ou cianose;
• Pupilas dilatadas;
• Sede;
• Náuseas e vômitos;
• Frio;
• Fraqueza;
• Tontura;
• Hipotensão;
• Alteração do nível de consciência; e
• Enchimento capilar acima de 2 segundos.

EXERCÍCIO

4. (IDECAN/2014) O choque é definido como uma anormalidade circulatória,


cuja perfusão orgânica e oxigenação tecidual estão inadequadas. Deve-se
reconhecer precocemente sua presença e identificar sua provável causa.
São causas que podem levar ao choque hipovolêmico, EXCETO: 
a. Sangramentos volumosos (exteriorizados ou não).
b. Perda de líquido excessiva (diarreia, vômito, poliúria e febre).
c. Sequestro líquido – tecidos inflamados (peritonite, colite e pleuris).
d. Drenagem de grandes volumes de transudato (ascite e hidrotórax).
e. Tamponamento cardíaco relacionado ao ferimento penetrante no tórax.

 COMEN T ÁRI :
A alternativa incorreta é a letra “e”. Em um tamponamento cardíaco, há
acúmulo de líquido no pericárdio (o saco no qual o coração está envolvido).
O sangue aumenta significativamente a pressão no coração e impede que
os ventrículos do coração se encham adequadamente e isto resulta num
bombeamento ineficiente – choque. Porém, nesse caso, o problema está
com o coração, sendo classificado, então, como choque cardiogênico.
Os demais itens mostram perdas de volume que podem em grande quanti-
dade ocasionar o choque hipovolêmico.

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Tratamento Pré-Hospitalar do Estado de Choque

O atendimento está organizado pelas seguintes etapas:

1) Avalie nível de consciência;


2) Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal);
3) Abra as VA estabilizando a coluna cervical;
4) Avalie a respiração e a circulação;
5) Efetue a hemostasia;
6) Afrouxe as roupas;
7) Previna a perda de calor corporal;
8) Não dê nada de comer ou beber;
9) Eleve os membros inferiores, após posicionar o paciente sobre uma maca
rígida, exceto se houver suspeita de traumatismo do crânio-encefálico (TCE);
10) Imobilize as fraturas;
11) Ministre oxigênio suplementar; e
12) Transporte o paciente imediatamente para o hospital.

IMPORTANTE!
Na entrevista, pergunte ao paciente se ele é alérgico a alguma substância
e se teve contato com ela. No mais, trate igualmente como outro choque já
visto anteriormente. Nesse caso, a vítima precisa receber medicamentos para
combater a reação alérgica.

QUESTÕES COMENTADAS

5. (CESPE/CBM-DF/2011) Conforme a sua fisiopatologia, o choque é classi-


ficado em hipovolêmico, cardiogênico, obstrutivo ou distributivo. O choque
distributivo designa os casos de choque séptico, anafilático, neurogênico e
de choque por insuficiência suprarrenal.

 COMEN T ÁRI :
Esta questão está certa. O CESPE está simplesmente citando os tipos de
choque.

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6. (CESPE/CBM-DF/2011) Uma pessoa em estado de choque apresenta-se,


em geral, apática e indiferente, com pulso acelerado e de difícil localização.
Entre os quadros de choque, somente o hipovolêmico e o cardiogênico são
considerados situações clínicas de urgência que mereçam intervenção ime-
diata de primeiros socorros.

 COMEN T ÁRI
O item está errado. Além do conhecimento teórico, é importante atentar para
termos restritivos (somente, apenas, exclusivamente) nas questões que
tornam a questão errada. Neste caso, o CESPE utilizou o termo somente o
choque hipovolêmico e o cardiogênico são considerados situações graves.
Porém, sabemos que todos os tipos de choque são condições clínicas graves.

7. (CESPE/CBM-DF/2011) Pacientes sob choque após trauma torácico têm


melhor chance de sobrevivência caso apresentem tamponamento cardíaco.

 COMEN T ÁRI
A questão está errada. Como visto na teoria, o tamponamento cardíaco é uma
condição que agrava o choque. Esse tamponamento ocorre quando entre o
coração e o saco pericárdico há presença de sangue impedindo o livre bom-
beamento cardíaco.

8. (IBFC/EBSERH/2015) A seguir são descritas algumas classificações para o


estado de choque de um acidentado. Assinale a alternativa que NÃO está
correta. 
a. ANAFILÁTICO – Por reação alérgica a uma determinada substância, em in-
divíduos previamente sensibilizados, ocasionando edemas e vasodilatação.
b. NEUROGÊNICO – As toxinas de infecção graves causam dilatação dos
vasos, acúmulo de sangue nos vasos capilares pequenos e invasão dos
vasos sanguíneos por bactérias. 
c. PSICOGÊNICO – Algo psicológico afeta a vítima; o sangue drena da cabe-
ça e se acumula no abdome, causando desmaios.
d. CARDIOGÊNICO – Ocasionado por disfunção do coração como bomba,
dificultando sua capacidade de ejeção.
e. HEMORRÁGICO – É caracterizado pela própria perda de sangue.

 COMEN T ÁRI
A alternativa “b” está incorreta, pois a definição descrita na proposição refere-se
ao choque séptico (toxinas e infecção). Vale lembrar que o choque neurogênico
ocorre quando há vasodilatação periférica secundária, a lesão medular.

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9. (FGV/2014) O choque característico de uma lesão raquimedular em que o


paciente apresenta hipotensão, bradicardia, bom nível de consciência e pele
rosada no local da lesão, é denominado
a. Choque cardiogênico.
b. Choque neurogênico.
c. Choque hipovolêmico.
d. Choque periférico.
e. Choque anafilático.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”. Lembre-se de que a palavra-chave para
choque neurogênico é “lesão medular”.
A alternativa “a” está incorreta, pois o choque cardiogênico tem origem em
falha do miocárdio.
A alternativa “c” está errada, pois o choque hipovolêmico tem relação com perda
de volume sanguíneo ou plasma, como hemorragias e desidratação grave.
A alternativa “d” está incorreta, pois o choque periférico não é tipo de choque.
A alternativa “e” está errado, pois o choque anafilático está relacionado com
reações alérgicas.

10. (AOCP/2015) Os sinais clássicos do choque cardiogênico são:


a. Hipertensão arterial, sonolência, aumento do débito urinário, hipóxia cerebral.
b. Hipotensão arterial, pulso rápido, pele quente, agitação, confusão mental.
c. Pulso rápido e fraco, diminuição do débito  urinário, hipertensão arterial,
pele quente.
d. Arritmias cardíacas, trombose, hipotensão arterial, pulso forte, obstrução
de vasos sanguíneos.
e. Hipotensão arterial, pulso rápido e fraco, hipóxia cerebral evidenciada por
confusão e agitação, diminuição do débito urinário, pele fria e úmida.

 COMEN T ÁRI
A alternativa “a”está errada, pois o aumento da pressão arterial e do débito uri-
nário não constituem sinal de choque. Pelo contrário, existem uma hipotensão
e uma redução do débito urinário.
A alternativa “b” está errada porque, no choque cardiogênico, a pele fica fria e
pegajosa. É apenas no choque distributivo (séptico, anafilático, neurogênico)
que haverá a presença da pele quente.

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A alternativa “c” está excluída, pois não há hipertensão e nem pele quente.
A alternativa “d” está errada, pois o pulso será fraco e não há trombose e nem
obstrução de vasos sanguíneos. O problema do choque cardiogênico está no
miocárdio, pois o coração fica sem forças para bombear o sangue.
Portanto, a alternativa correta é a letra “e”.

11. (AOCP/2015) O choque ou colapso cardiovascular é a via comum final de


uma série de eventos clínicos potencialmente letais, incluindo hemorragia,
traumatismo ou queimaduras extensas, infarto miocárdico, embolia pulmonar
maciça, ou sepse microbiana. O choque pode ser agrupado em três catego-
rias gerais, as quais são:
a. Choque cardiogênico, choque sistêmico e choque cardiovascular
b. Choque cardiogênico, choque hipovolêmico e choque séptico.
c. Choque hipovolêmico, choque traumático e choque cardíaco.
d. Choque pulmonar, choque cardíaco e choque séptico.
e. Choque maciço, choque pulmonar e choque cardiogênico.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”.
Nessa questão, as palavras-chaves recomendadas para associar o tipo de
choque são decisivas.

Hemorragia, traumatismo ou queimaduras extensas → perda de


volume → choque hipovolêmico.
Infarto miocárdico → choque cardiogênico.
Sepse microbiana → choque séptico.

IMPORTANTE!
Palavras usadas pela banca que não existem: choque maciço, choque pulmonar,
choque traumático, choque sistêmico.

12. (CESPE/2012) Um paciente admitido em unidade de pronto-socorro com


trauma abdominal fechado e com taquicardia, pulso filiforme, extremidades
frias, diminuição da turgidez cutânea, olhos encovados, diminuição do nível
de consciência, taquipneia e hipotensão apresenta quadro de choque:
a. Séptico.

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b. Cardiogênico.
c. Hipovolêmico.
d. Neurogênico.
e. Anafilático.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “c”. O choque hipovolêmico é resultado de perdas
sanguíneas ou de plasma (hemorragias ou desidratação). O paciente apre-
senta histórico de trauma fechado, que pode sugerir uma hemorragia interna.
Essa hipótese pode ser confirmada com os sinais clássicos de desidratação:
pulso filiforme, taquicardia, extremidades frias, diminuição do turgor da pele,
hipotensão, entre outros.
Descartaríamos as opções dos choques distributivos (séptico, neurogênico e
anafilático) por apresentar pele quente. E descartaríamos também o choque
cardiogênico, pois o trauma foi abdominal e não torácico.

13. (IFC/2012) Hipotensão arterial; queda rápida e acentuada do trabalho cardí-


aco; oligúria; estase jugular; edema de membros inferiores; dor anginosa e
arritmias e alteração no nível de consciência, são sinais e os sintomas apre-
sentados por um paciente em estado de choque:
a. Hipovolêmico.
b. Neurogênico.
c. Séptico.
d. Anafilático.
e. Cardiogênico.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”. Nessa questão, o paciente apresenta sinais
e sintomas de insuficiência cardíaca (estase de jugular, dor anginosa, queda
do trabalho cardíaco). Como o problema cardíaco está claro, logo o tipo de
choque será cardiogênico.

14. (CESPE/2011) Acerca dos procedimentos relacionados a primeiros socorros,


julgue o item subsequente.
Hemorragias graves não tratadas acarretam estado de choque hipovolêmico
e morte por colapso circulatório. Hemorragias lentas e crônicas, por sua vez,
causam anemias.

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 COMEN T ÁRI
O item está certo. Hemorragias rápidas levam ao choque por falta de volume
sanguíneo circulante. Por outro lado, hemorragias lentas e crônicas causam
apenas anemia, pois o corpo vai se readaptando com a redução lenta do
volume circulante. O paciente com anemia sentirá sintomas de tontura, fra-
queza, palidez, mas não terá alterações hemodinâmicas.

15. (CESPE/2011) Mesmo com os possíveis efeitos adversos de torniquetes e


com a dificuldade de sua correta aplicação, seu uso para controlar hemorra-
gias das extremidades ainda é considerado de primeira escolha.

 COMEN T ÁRI
O item está errado. O uso de torniquetes é contraindicado devido ao risco de
necrose tecidual na extremidade. O indicado, conforme visto, é a compressão
direta no local do ferimento ou na artéria que irriga o membro, ou simples-
mente elevando-se o membro afetado.

IMPORTANTE!
Há uma exceção para indicação dos torniquetes: os torniquetes são usados
essencialmente nos casos de amputação ou esmagamento de membros e só
podem ser colocados no braço ou na coxa.

Como Aplicar o Torniquete

Os torniquetes devem ser utilizados como último recurso e somente para


controlar os sangramentos provocados por ferimentos graves nas extremidades,
quando todos os outros métodos de controle falharem.
Lembre-se também que não se deve aplicar torniquetes sobre áreas de arti-
culação (cotovelos e joelhos). A localização mais segura e efetiva para a coloca-
ção do torniquete é cerca de 5 cm acima do local da lesão.
Se o torniquete for usado, deverá ser aplicado de forma correta, com os
seguintes passos:
1) Uma bandagem larga deve ser dobrada até que fique com aproximada-
mente 10 cm de largura. Amarre essa atadura duas vezes ao redor da
extremidade lesada;

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2) Dê um nó firme na atadura. Coloque um bastão de madeira ou outro mate-


rial similar sobre o nó e amarre novamente com um segundo nó firme;
3) Utilize o bastão de madeira como uma manivela para rodar e apertar a
atadura;
4) Aperte o torniquete até o sangramento cessar. Uma vez controlada a he-
morragia, não rode mais o bastão e mantenha-o firme no lugar.

16. (IBFC/2015) A definição de hemorragia é: “perda de sangue através de feri-


mentos, pelas cavidades naturais como nariz, boca etc. Ela pode ser também
interna, resultante de um traumatismo”. As hemorragias podem ser classifi-
cadas inicialmente em arteriais e venosas, e, para fins de primeiros socorros,
em internas e externas. Analise as definições a seguir e assinale a alternativa
correta:
a. Hemorragias Arteriais: são aquelas hemorragias em que o sangue sai em
jato pulsátil e se apresenta com coloração vermelho escuro.
b. Hemorragias Venosas: são aquelas hemorragias em que o sangue é mais
escuro e sai continuamente e lentamente, escorrendo pela ferida.
c. Hemorragia Externa: é aquela na qual o sangue é eliminado para o interior
do organismo, como acontece em qualquer ferimento externo, ou quando
se processa nos órgãos internos que se comunicam com o exterior, como
o tubo digestivo, ou os pulmões ou as vias urinárias.
d. Hemorragia Interna: é aquela na qual o sangue extravasa em uma cavidade
pré-formada como a pleura, pericárdio, meninges, do organismo para fora.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”.
A alternativa “a” está errada, pois o sangramento arterial é pulsátil, porém ver-
melho vivo.
A alternativa “b” está correta porque o sangramento venoso é lento, escorre
pela ferida e tem cor escura.
Nas alternativas "c" e "d", a banca inverteu os conceitos.
Na alternativa "c", conceituou-se equivocadamente a hemorragia externa, pois
o sangue é eliminado para o exterior do corpo e não interior.

IMPORTANTE!
a) Hemorragia externa: ocorre devido a ferimentos abertos, onde o sangue é
eliminado para o exterior do organismo.

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Sinais e sintomas de hemorragia externa:

• Agitação;
• Palidez;
• Sudorese;
• Pele fria;
• Pulso acelerado e fraco (acima de 100 bpm);
• Hipotensão;
• Sede;
• Fraqueza;
• Alteração do nível de consciência; e
• Estado de choque.

b) Hemorragia interna: ocorre quando há lesão de um órgão interno, e o


sangue se acumula em uma cavidade do organismo, como: peritônio, pleura,
pericárdio, meninges, ou se difunde nos interstícios dos tecidos. Geralmente
não é visível. Sinais e sintomas de hemorragia interna podem ser os mesmos
encontrados na hemorragia externa, e, ainda:

• Contusões;
• Dor abdominal;
• Rigidez ou flacidez dos músculos abdominais;
• Eliminação de sangue através dos órgãos que se comunicam com o exterior,
como: nariz e/ou pavilhão auditivo, vias urinárias, vômito ou tosse com presença
de sangue.

17. (CESPE/2013) Julgue o item a seguir quanto à assistência de enfermagem


em emergência.
Indivíduos com hemorragias apresentam sinais e sintomas como pele pálida,
úmida e viscosa, hipotermia, pulso lento, sede, respiração lenta e profunda, ton-
turas e desmaios, além de pressão arterial alta.

 COMEN T ÁRI
O item está errado. Os sintomas de uma hemorragia são: pele pálida, úmida e
viscosa, hipotermia, pulso lento, sede, respiração lenta e profunda, tonturas e
desmaios. Porém, a pressão apresenta-se baixa e não alta, como determina
a questão.

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18. (FCC) Uma pessoa sofre um acidente e apresenta quadro clínico compatível
com choque hipovolêmico. Nesta situação, recomenda-se
I – manter via aérea pérvia.
II – manter ventilação adequada.
III – controlar hemorragias.
IV – instalar acesso venoso de grosso calibre.

As condutas no choque hemorrágico estão corretamente descritas em


a. III, apenas.
b. III e IV, apenas.
c. II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II, III e IV.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”.
Todas as alternativas devem ser condutas diante do paciente com hemorra-
gias. Lembre-se que o controle da hemorragia pode ser feito elevando-se o
membro afetado, com compressão direta no local do sangramento ou da arté-
ria que irriga o membro.

IMPORTANTE!
Emergência é mais grave que urgência e necessita de atendimento imediato.
Temos, como exemplos, a parada cardiorrespiratória e as hemorragias
volumosas, pois há risco imediato de perder a vida.
Urgência necessita de atendimento rápido, porém não imediato, pois há risco
imediato de perda de função de órgão.

19. (CETRO/2013). Correlacione os tipos de choque e suas definições e, em se-


guida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

Tipos de Choque:

1. Cardiogênico.
2. Séptico.
3. Hipovolêmico.

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Definições:
(  )
 Diminuição do volume intravascular devido a distúrbio hidroeletrolítico
ou hemorragias graves.
 (  ) Presença de agente patógeno capaz de produzir uma grave resposta
infecciosa sistêmica.
 (  ) Alteração cardiovascular na qual o principal evento é a falência total
ou parcial das funções cardíacas.

a. 3/ 2/ 1
b. 1/ 2/ 3
c. 2/ 3/ 1
d. 1/ 3/ 2

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”.
3- Hipovolêmico: palavra-chave: perda de sangue ou plasma.
2- Séptico: palavra-chave: infecção.
1- Cardiogênico: palavra-chave: alteração cardiovascular.

Palavras-chaves para definição dos tipos de choque

20. (IADES/2013) Assinale a alternativa que apresenta sinal (is) de agravamento


que indica(m) estado de choque circulatório decorrente de hemorragia inter-
na ou externa.
a. Sede intensa e confusão mental.
b. Sudorese facial e palidez cutânea.

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c. Pulso rápido e filiforme.


d. Polaciúria, sudorese intensa e bradipneia.
e. Bradipneia, bradicardia e taquisfigmia.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”. A questão cobra os sinais de agravamento
do choque.
Vamos, então, revisar as fases do choque com a tabela abaixo:

Observe na tabela que a confusão mental já é sinal de agravamento, assim


como a sede intensa.

A alternativa “b” está errada. A sudorese é profusa e não apenas facial.


A alternativa “c” também está errada. O pulso fraco e rápido é um sinal de
choque na fase inicial e não apenas no agravamento.
A alternativa “d” está incorreta. No agravamento do choque, podemos encon-
trar uma oligúria (pouca urina) ou anúria (ausência de urina), mas não polaciú-
ria, que é o aumento da frequência urinária. Além disso, não há uma bradpneia
(redução da frequência respiratória), mas, sim, uma taquipneia (aumento da
frequência respiratória).
Por fim, a alternativa “e” está errada. Conforme já visto, não há nem bradp-
neia e nem bradicardia. Como agravamento do choque, há a taquicardia e a
taquipneia.

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21. (MARINHA/2015) O choque que tem como característica clínica a estimula-


ção parassimpática e a hipotensão com bradicardia, é denominado:
a. Neurogênico.
b. Hipovolêmico.
c. Cardiogênico.
d. Séptico.
e. Anafilático.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”. Bradicardia e hipotensão, com estimula-
ção parassimpática, são características do choque neurogênico. Isso ocorre
quando há uma lesão medular.
A alternativa “b” pode ser descartada, pois não há presença de sangramento
nem perdas de volume, além disso, no choque hipovolêmico, o paciente apre-
senta taquicardia.
A alternativa “c” está errada. Para ter choque cardiogênico, é necessário haver
defeito cardíaco e isso não está relatado na questão.
A alternativa “d” também está errada, pois o choque séptico é secundário a
infecção, e o paciente apresenta vasodilatação generalizada. Não há estimu-
lação parassimpática.
Por fim, a alternativa “e” está errada. O choque anafilático é decorrente de res-
posta alérgica, e não há estímulo parassimpático.

22. (NUCEPE/2015) O choque é uma emergência. Para o atendimento correto


é necessário uma ação rápida e imediata, pois é uma condição que acarreta
risco de vida em razão das diversas causas subjacentes. Assinale a alterna-
tiva que corresponde ao choque anafilático:
a. Ocorre na incapacidade de o coração bombear um volume de sangue su-
ficiente para atender às necessidades metabólicas dos tecidos.
b. É uma reação de hipersensibilidade sistêmica que ocorre quando um indi-
víduo é exposto a uma substância à qual é extremamente alérgico.
c. É o choque que ocorre devido à redução do volume intravascular por causa
da perda de sangue, de plasma ou de água perdida em diarreia e vômito.
d. Ocorre por vasodilatação e grandes perdas hídricas para o espaço inters-
ticial que podem somar-se à depressão miocárdica.

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e. É o choque que decorre da redução do tônus vasomotor normal por distúr-


bio da função nervosa. Este choque pode ser causado, por exemplo, por
transecção da medula espinhal.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”. Observe que as palavras-chaves já estuda-
das ajudam na resolução da questão.
Choque anafilático: reação alérgica. Portanto, a letra “b” é a nossa resposta, já
que o choque anafilático acarreta uma hipersensibilidade sistêmica (no corpo
todo e não apenas localizado) após exposição a uma substância na qual o
indivíduo tem alergia.
A alternativa “a” está errada, pois, ao falar de defeito cardíaco, lembramos de
choque cardiogênico.
A alternativa “c” está errada, pois perda de volume, sangue ou líquido estão
relacionados ao choque hipovolêmico.
A alternativa “d” também está errada, pois foram misturadas as informações.
Na perda hídrica para o espaço intersticial, ocorreria um choque hipovolêmico
e, consequentemente, uma vasoconstricção compensatória.
Por fim, a alternativa “e” está incorreta. Essa alternativa é uma definição exce-
lente de choque neurogênico.

Dando sequência ao edital, o próximo assunto será: Traumas em Extremida-


des.

3.0 TRAUMAS EM EXTREMIDADES

Trauma em extremidades são as intercorrências clínicas dos membros supe-


riores e inferiores, como a fratura, a entorse e a luxação. Além de detalhar essas
intercorrências, vamos aprender o atendimento pré-hospitalar desses problemas.

RESUMO

O trauma em extremidades envolve fratura, luxação e entorse.

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3.1 Fratura

Fratura é a solução de continuidade total ou parcial de uma estrutura óssea,


produzida por trauma direto ou indireto. Pode apresentar lesões associadas
a outros tecidos, como músculos, pele, fáscia (tecido que reveste o músculo),
nervos e outras estruturas.

EXERCÍCIO

24. (CILISPA/2014) A perda continua óssea produzida de forma brusca e vio-


lenta como resultado de um trauma, denomina-se:
a. Concussão.
b. Entorse.
c. Luxação.
d. Fratura.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. Para diferenciar a fratura dos demais itens,
a palavra-chave é: perda da continuidade óssea. A fratura é diferente da
entorse, que não envolve lesão óssea, sendo um rompimento de ligamentos,
e da luxação, que é o deslocamento de articulações.
Na alternativa “a”, a banca trouxe a concussão, que é um tipo de lesão cere-
bral reversível, apresentando perda de memória rápida.

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Classificação das Fraturas quanto ao Ferimento

A fratura pode ser fechada ou aberta.


• Fechada (simples): a pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas.
• Aberta (exposta): o osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma
ferida associada que se estende desde o osso fraturado até a pele.

EXERCÍCIO

23. (NUCEPE/2012)  Quanto ao sistema musculoesquelético, mais especifica-


mente ao tipo de fratura, assinale a alternativa correta.
a. Fechada: somente a pele é rompida.
b. Exposta: fissura da pele, conduzindo diretamente à fratura.
c. Incompleta: envolve toda seção transversal do osso em geral luxada.
d. Patológica: ocorre ao longo de uma área de osso sadio.
e. Fratura-luxação: tipo complicado pelo fato de o osso estar fora da articulação.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”. Uma fratura é uma interrupção na continui-
dade de um osso, sendo definida de acordo com seu tipo e extensão. As fratu-
ras ocorrem quando o osso é submetido a um estresse maior do que ele pode
absorver.
As fraturas são causadas por pancadas diretas, forças de esmagamento,
movimentos súbitos de torção e contrações musculares extremas. Quando o
osso se quebra, as estruturas adjacentes também são afetadas, ocasionando
edema dos tecidos moles, hemorragia nos músculos e articulações, luxação
de articulações, ruptura de tendões, secção de nervos e lesão de vasos san-
guíneos.

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Os órgãos corporais podem ser lesados pela força que causou a fratura ou
pelos fragmentos de fratura.
As fraturas podem ser classificadas da seguinte forma:
• Fratura fechada: é aquela que não causa ruptura na pele (fratura simples).
• Fratura aberta ou exposta: é aquela em que a ferida na pele ou na mem-
brana mucosa em torno dela se estende até o osso fraturado.
• Fratura incompleta: envolve uma ruptura apenas em parte do perímetro do
osso (ex.: fratura em galho verde).
• Fratura patológica: fratura que ocorre em uma área de osso doente (ex.:
osteoporose, cisto ósseo, metástase óssea, tumor), podendo ocorrer sem
traumatismo ou queda.
• Fratura-luxação: a fratura envolve uma ruptura óssea e encontra-se luxada
(removida de sua posição normal).

Vejamos os itens:
Na alternativa “a”, trata-se de uma fratura fechada: é aquela que não causa
ruptura na pele (fratura simples).
Na alternativa “b”, trata-se de uma fratura exposta: não tem apenas uma fis-
sura da pele, mas uma lesão/ferida que conduz diretamente à fratura.
Na alternativa “c”, temos uma fratura incompleta: envolve uma rup-
tura apenas em parte do perímetro do osso (ex.: fratura em galho verde), e
não apresenta luxação.
Na alternativa “d”, trata-se de uma fratura patológica, pois ocorre ao longo de
uma área de osso doente.
Por fim, na alternativa “e”, temos a fratura-luxação, que é uma fratura compli-
cada pelo fato de o osso estar fora da articulação (luxação/remoção de sua
posição normal).

Sinais e Sintomas de Fraturas


Quando ocorre uma fratura, o paciente apresenta dor, edema, hematoma
local, deformidade e perde a função do membro.
• Dor: geralmente o local da fratura fica bastante sensível, e a vítima sente
mal-estar intenso.
• Edema: inchaço provocado pelo aumento de líquido entre os tecidos.
• Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num
local que não possui articulação.
• Impotência funcional: a lesão impede ou dificulta os movimentos, devido
à dor e à alteração musculoesquelética. A vítima geralmente protege o local
fraturado.

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• Crepitação: sensação audível e palpável causada pelo atrito entre os frag-


mentos ósseos. Não deve ser reproduzida intencionalmente, por provocar
dor e agravar a lesão.
• Fragmentos expostos: os fragmentos ósseos podem se projetar através
da pele ou serem vistos ao fundo do ferimento.

24. (FCC/2011) Colaborador chega ao ambulatório do Tribunal, amparado por


colegas, com dor e hematoma em membro inferior direito após ter batido
fortemente com o mesmo em um móvel do recinto. O membro afetado se
apresenta com pele íntegra, crepitação e deformidade, edemaciado e frio.
Nesta situação, deve-se suspeitar de:
a. Entorse.
b. Luxação.
c. Hemorragia externa.
d. Rabdomiólise.
e. Fratura fechada.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”. A banca trouxe no enunciado os sinais e sin-
tomas da fratura:
1) Crepitação: que represa o atrito entre os fragmentos ósseos; e
2) A deformidade representa o deslocamento de um fragmento ósseo e esse
deslocamento ocasionou lesão de partes moles levando ao edema.

Para diferenciar se a fratura é fechada, basta observar se não houve lesão da


pele.
A hemorragia externa é a perda de sangue por lesão grave para o exterior do
corpo.
A rabdomiólise é a quebra (lise) rápida de  músculo esquelético  (rabdomio)
devido à lesão no tecido muscular. A lesão muscular pode ser causada por
fatores físicos, químicos ou biológicos. A destruição do músculo leva à liber-
tação de produtos das células musculares na corrente sanguínea; alguns dos
quais, como a mioglobina (uma proteína), são lesivos para os rins, podendo
causar  insuficiência renal aguda. Seus primeiros sinais e sintomas podem
incluir mialgias, fraqueza muscular e o escurecimento da urina. 
A entorse é o rompimento ligamentar e a luxação a articulação sai do lugar.

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Vamos analisar uma questão sobre o atendimento ao paciente com fratura


para esquematizar a assistência pré-hospitalar.

25. (IF-PB/2014) Uma fratura é uma ruptura completa e incompleta na continui-


dade da estrutura óssea e é definida de acordo com o seu tipo e extensão.
No atendimento de emergência: 
I – É importante imobilizar a parte do corpo antes de mover o paciente. 
II – A colocação de talas é essencial. 
III – Uma fratura aberta não pode ser coberta com curativo. 
IV – As roupas são removidas delicadamente: primeiro do lado não lesionado
do corpo e, em seguida, do lado acometido pela lesão. 

Estão corretas as sentenças:


a. I e II, apenas.
b. I, II e III, apenas.
c. I, II e IV, apenas.
d. I, III e IV, apenas.
e. I, II, III e IV.

 COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “c”.
A 3ª assertiva está errada, pois a fratura exposta deve ser coberta com um
curativo limpo.
As outras assertivas estão corretas, porém quero aproveitar para comentar o
atendimento imediato do paciente com fratura:
A imobilização do membro fraturado é fundamental para evitar deslocamento
do fragmento ósseo fraturado e agravar a lesão na parte muscular e nervosa
peri lesão (ao redor da lesão).
A imobilização deve ser feita com uma tala rígida, que pode ser envolvida por
uma atadura para fixação ou bandagens elásticas. Caso haja necessidade de
retirar as roupas do paciente para melhor avaliação, deve-se retirar o lado não
acometido antes, para quando retirar a roupa no lado fraturado a roupa passe
sem dificuldade.

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TIPOS DE FRATURAS

Fratura simples: existe apenas um traço de fratura, separando o osso em 2


pedaços apenas.

Fratura cominutiva: são vários traços de fratura, separando o osso em vários


pedaços.

Fratura exposta: em alguns casos, uma das pontas fraturadas pode perfurar
a pele expondo o osso ao ambiente. Daí o nome "fratura exposta".

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Fratura em fissura: são aquelas em que as bordas ósseas ainda estão muito
próximas, como se fosse uma rachadura ou fenda.

Fratura em galho verde: é uma fratura incompleta que atravessa apenas


uma parte do osso. São fraturas geralmente com pequeno desvio e que não
exigem redução; quando exigem, é feita com o alinhamento do eixo dos ossos.
Sua ocorrência mais comum é em crianças e nos antebraços (punho).
Fratura completa: é a fratura na qual o osso sofre descontinuidade total.
Fratura impactada: é quando as partes quebradas do osso permanecem
comprimidas entre si, interpenetrando-se.
Fratura espiral: é quando o traço de fratura encontra-se ao redor e através
do osso. Essas fraturas são decorrentes de lesões que ocorrem com uma torção.
Fratura oblíqua: é quando o traço de fratura lesa o osso diagonalmente.
Fratura transversa: é quando o traço de fratura atravessa o osso numa linha
mais ou menos reta.
Vamos analisar a figura abaixo para comparar alguns tipos de fraturas:

fonte: Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz, 2003. Ministério da Saúde 170 p.1.
Primeiros Socorros.2. Atendimento emergencial.

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EXERCÍCIO

28. (MARINHA/2015) As lesões musculoesqueléticas na criança apresentam im-


portância devido aos aspectos próprios dessa população. A imaturidade e a
flexibilidade do esqueleto da criança podem gerar um determinado tipo de
fratura, definida como fratura
a. Corretiva.
b. Patológica.
c. Por avulsão.
d. Em galho verde.
e. Por impactação.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. Fratura em galho verde é comum em crian-
ças, pois os ossos são mais flexíveis e apenas ficam mais tortos, ou fraturam
apenas uma parte, sem romper totalmente o osso.

Observe a imagem abaixo:

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Vamos aos demais itens:

Fratura corretiva não existe.


Fratura patológica ocorre quando o osso está fraco e pequenos traumas
podem desencadear a fratura. Ex.: pacientes com osteoporose ou osteogênese
imperfeita (doença em que os ossos são muito frágeis, também chamadas de
ossos de vidro).
Fratura por avulsão é a mesma que fratura por arranchamento da imagem
acima. Ocorre fratura por avulsão quando um ligamento ou tendão inserido no
osso se rompe e arranca junto um pedaço desse osso.
Fratura por impactação é a fratura na qual os fragmentos fazem saliência,
uns para dentro da fratura e outros para fora. Observe a imagem abaixo:

29. (AOCP/2015) Entre os distúrbios mais comuns que afetam os ossos estão
as fraturas traumáticas e não traumáticas. Com relação à classificação das
fraturas, podemos afirmar que:
a. Fraturas completas são aquelas onde todos os ossos de um segmento do
corpo estão fraturados.
b. Considera-se fratura fechada quando o tecido ósseo não apresenta lesões.
c. Fratura cominutiva acontece quando o osso é fraturado em várias partes.
d. Fratura deslocada é aquela em que as extremidades do osso fraturado não
estão desalinhadas.
e. As fraturas incompletas acometem apenas os membros inferiores.

4
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 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “c”. A fratura cominutiva ocorre quando o osso é
quebrado em várias partes.

Vamos comentar os demais itens:


Fratura completa ocorre quando o osso é totalmente fraturado, não tendo
relação com fraturas em todos os ossos do seguimento do corpo. Observe a
imagem abaixo:

Fratura fechada é quando ocorre a fratura no osso, mas não há lesão na


pele, ou seja, a extremidade fraturada não rompeu a pele.
Fratura descolada ou desviada ocorre quando os fragmentos perdem a sua
posição correta e são deslocados relativamente um ao outro.
As fraturas incompletas acometem qualquer osso, sem romper toda a sua
extensão, independente do membro afetado.
Observe a imagem abaixo:

3.2 LUXAÇÃO

É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo


com que as superfícies articulares percam o contato entre si.

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Vamos observar o deslocamento da articulação do ombro na figura abaixo:

Sinais e sintomas

• Dor: aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;


• Edema;
• Deformidade;
• Impotência funcional.

EXERCÍCIO

30. (FCC/2010) Um trabalhador chega ao ambulatório do Tribunal apresentando


deslocamento anormal na articulação do ombro, decorrente de traumatismo.
Essa condição pode ser associada à:
a. Fratura.
b. Luxação.
c. Entorse.
d. Distensão.
e. Tenossinovite.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”. A palavra-chave para luxação está no enun-
ciado: deslocamento da articulação.
A fratura apresenta perda de continuidade óssea; a entorse ocorre no rompi-
mento de ligamentos; e a distensão é uma lesão muscular.
A tenossinovite, por sua vez, é a inflamação da bainha do tendão e da mem-
brana sinovial, encontrados nas articulações, causando dor, inchaço e dificul-

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dade de mover a articulação afetada. Costuma estar associada a microlesões


causadas pelo desgaste da articulação, ou seja, é um problema crônico e não
emergencial.
A distensão, ou estiramento muscular, caracteriza-se por um rompimento
parcial ou completo de fibras ou feixes musculares, resultante de um esforço
extremo realizado pelo músculo em questão. Junto com os feixes, são rompi-
dos também capilares sanguíneos, resultando numa infiltração de sangue no
local da lesão, formando posteriormente um coágulo. Em casos graves, onde
muitos feixes são rompidos, o músculo pode sofrer uma ruptura muscular.

RESUMO
Distensão é rompimento de fibras musculares.

EXERCÍCIO

31. (AOCP/2011) Em relação às Hemorragias, analise as assertivas e assinale a


alternativa que aponta a (s) correta(s).
I – Em relação ao tipo de vaso lesionado o sangramento arterial é considera-
do, em geral, de maior gravidade que o venoso.
II – O rompimento de vasos principais de pescoço, tórax, abdômen e coxa
pode provocar hemorragias severas, e a morte pode sobrevir em um breve
período de tempo.
III – No caso de fratura exposta a extremidade deve ser elevada, de forma que
a área lesionada fique acima do nível do coração, pois a força da gravida-
de ajuda a diminuir o fluxo de sangue.
IV – O torniquete é um método eficaz de controle de hemorragia devendo ser
utilizado em todos os casos de hemorragia grave.

a. Apenas I, II e IV.
b. Apenas I e III.
c. Apenas III e IV.
d. Apenas I e II.
e. Apenas II.

 C O M E N T ÁRI
Item I está correto. O sangramento arterial é mais grave que o venoso, pois o
sangue sairá com mais pressão e força, ou seja, em maiores proporções.

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Item II está correto. As áreas citadas na assertiva são áreas com artérias de
grosso calibre, e, como a alternativa enfatizou que o rompimento seria em
vasos principais, esse sangramento seria intenso e com risco de morte.
Item III está errado. A força da gravidade aumenta o fluxo sanguíneo. A lesão
deve ser posicionada contra a gravidade.
Item IV está errado. O torniquete não deve ser usado rotineiramente.
Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.

REVISÃO
O uso de torniquetes é contraindicado devido ao risco de necrose tecidual na extremidade. O indi-
cado, conforme visto, é a compressão direta no local do ferimento ou na artéria que irriga o membro,
ou simplesmente a elevação do membro afetado.

IMPORTANTE!
Há uma exceção para a indicação dos torniquetes: eles são usados
essencialmente nos casos de amputação ou de esmagamento de membros e
só podem ser colocados no braço ou na coxa.

EXERCÍCIO

32. (IDECAN/2014) Sobre politraumatismos, marque V para as afirmativas ver-


dadeiras e F para as falsas.
 (  ) Deve-se proteger os ferimentos com compressas contaminadas.
 (  ) São lesões múltiplas de diversas naturezas, determinadas por agen-
tes mecânicos, podendo comprometer diversos órgãos e sistemas.
 (  ) Deve-se imobilizar as fraturas, observando as extremidades quanto
a coloração, temperatura e pulso.
 (  ) Não é permitido avaliar trauma cranioencefálico e outras lesões.

A sequência está correta em


a. F, V, F, V.
b. V, V, V, F.
c. V, V, F, V.
d. F, V, V, F.
e. F, F, V, V.

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 C O M E N T ÁRI
Item I está errado. Os ferimentos devem ser protegidos com compressas
estéreis.
Item II está correto. O item conceituou o politraumatismo: são lesões múltiplas
de diversas naturezas, determinadas por agentes mecânicos, podendo com-
prometer diversos órgãos e sistemas.
Item III está certo. Quando é feita a imobilização do foco da fratura, deve ter o cui-
dado de não apertar muito para que mantenha o fluxo sanguíneo e o suprimento
de oxigênio e nutrientes para os tecidos após o foco da fratura. Caso haja com-
pressão excessiva, as extremidades (dedos, por exemplo) ficam pálidas ou cia-
nóticas, frias e com redução do pulso. Por isso, é necessário usar os indicadores
de coloração, temperatura e pulso para avaliação dessa extremidade imobilizada.
Item IV está errado. Devem ser avaliados o trauma cranioencefálico e também
as outras lesões.
Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.

3.3 Entorse

É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal


de amplitude.

Sinais e sintomas

São similares aos das luxações. Porém, nas entorses, os ligamentos geral-
mente sofrem ruptura ou estiramento, provocados pelo trauma na articulação.

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33. (CESGRANRIO/2012) O estiramento dos ligamentos adjacentes a uma arti-


culação denomina-se:
a. Fratura.
b. Contusão.
c. Luxação.
d. Distensão.
e. Entorse.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”.
A fratura ocorre quando há perda da continuidade óssea.
A contusão é uma lesão sem fratura dos tecidos moles do corpo. Ela é gerada
pelo impacto mecânico de um agente externo sobre uma parte do corpo.
A luxação, por sua vez, é o deslocamento de uma articulação.
Uma distensão, ou estiramento muscular, caracteriza-se por um rompimento
parcial ou completo de fibras ou feixes musculares, resultante de um esforço
extremo realizado pelo músculo. Junto com os feixes, são rompidos também
capilares sanguíneos, resultando numa infiltração de sangue no local da lesão,
formando posteriormente um coágulo. Em casos graves, onde muitos feixes
são rompidos, o músculo pode sofrer uma ruptura muscular.
Finalmente, a entorse é a lesão em ligamentos que conecta as articulações.

RESUMO

Vamos aproveitar essa questão para classificar os graus da entorse:

Entorse é a perda momentânea da congruência articular (cápsula articular e/


ou ligamentos) de uma articulação. Também pode ser definida como uma lesão
traumática de uma articulação, com alongamento, ou ruptura de um ou mais liga-
mentos, sem deslocamento das superfícies articulares.
A gravidade da lesão ligamentar é classificada de diversas maneiras; con-
tudo, são comumente em três graus:
• Entorse de grau I: ocorre estiramento ou uma pequena ruptura das fibras
ligamentares com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Pode apre-
sentar dor leve, pouco edema e rigidez articular mínima.
• Entorse de grau II: ocorre alguma ruptura e separação das fibras ligamen-
tares e instabilidade moderada da articulação. Pode-se esperar dor mode-
rada a forte, edema e rigidez muscular.

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• Entorse de grau III: ocorre rompimento total e separação das fibras liga-
mentares e grande instabilidade da articulação. Pode-se esperar dor forte,
edema, hematoma e rigidez muscular.

34. (MARINHA/2015) Um estiramento ou tração muscular e uma lesão em uma


unidade musculotendinosa causada por uso, distensão ou estresse excessi-
vo, enquanto a entorse é uma lesão nos ligamentos e fibras musculares de
uma articulação causada por uma torção. Levando-se em consideração os
três tipos de graduação de acordo com o grau da lesão, classifica-se como
estiramento e entorse de segundo grau a ruptura:
a. De mais fibras musculares, caracterizando-se por perda notável da força,
edema, espasmo e equimose, instabilidade articular, hipersensibilidade.
b. De algumas fibras musculares, com edema de menor gravidade, leve es-
pasmo, sem perda de função.
c. Completa, com dor intensa, edema aumentado e movimento articular anor-
mal com perda de função.
d. De mais fibras, sem perda de função evidente, dor à movimentação, sem
instabilidade articular.
e. Completa, com perda parcial da função, leve espasmo muscular e edema
aumentado.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”.

Relembrando os graus de entorse, temos:

Primeiro grau: reflete a ruptura de algumas fibras musculares e é acompa-


nhada de edema de pequeno porte, hipersensibilidade e leve espasmo mus-
cular, sem perda evidente de função.

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Segundo Grau: envolve a ruptura de mais fibras musculares e são acompanha-


dos por uma perda notável de força de sustentação de cargas, com edema mais
evidenciado, hipersensibilidade, espasmo muscular e equimoses presentes.

Terceiro grau: é o tipo mais grave e envolve a ruptura completa de pelo menos
uma unidade musculotendinosa, ocasionando a separação do músculo do
outro, ou de um músculo do tendão ou do tendão do osso. Manifesta-se por
dor intensa, espasmo muscular, equimose, edema e perda total da função da
unidade.

35. (AOCP/2015) Lesão da articulação causada por um movimento violento


sem fraturas, porém causa muita dor e edema, necessitando de imobiliza-
ção. Pode causar rompimento de vasos sanguíneos, tendões e ligamen-
tos. O enunciado refere-se à:
a. Convulsão.
b. Infecção.
c. Luxação.
d. Fratura.
e. Entorse.

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 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”. O enunciado descreve a lesão do tipo entorse,
que representa lesão de ligamentos e vasos sanguíneos, sem fratura óssea.
A alternativa “a” está errada. A convulsão é uma alteração na atividade elétrica
cerebral.
A alternativa “b” está errada. A infecção ocorre quando há presença de algum
agente etiológico, como bactérias, fungos ou outros microrganismos.
A alternativa “c” está errada. A luxação se apresenta quando há perda de con-
tato de superfícies articulares.
A alternativa “d” está errada, pois a fratura ocorre quando há rompimento de
ossos.

Atendimento ao paciente com lesão de extremidade

Quando o paciente apresenta entorse, luxação ou fratura, é necessário um


atendimento imediato para melhoria do quadro clínico por meio da imobilização.

Razões para a imobilização

• Alívio da dor;
• Prevenção de outras lesões de músculos, nervos e vasos sanguíneos;
• Manutenção da perfusão no membro lesionado.

Tratamento pré-hospitalar

No começo da avaliação de um paciente, deve-se priorizar o atendimento a


situações graves, ou seja, que tenha risco de morte, como a parada cardíaca,
respiratória e sangramentos volumosos. Porém, quando o paciente está estável
do ponto de vista clínico, a avaliação das extremidades deve ser feita em busca
de lesões.

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36. (IF-FARROUPILHA/2014) Os Princípios de Ouro do Atendimento Pré-hospi-


talar ao traumatizado são prioridades de tratamento aos doentes com lesões
múltiplas que os socorristas devem estabelecer. Analise as alternativas e
assinale a INCORRETA.
a. Providenciar suporte ventilatório e oferecer oxigênio para manter satura-
ção de oxigênio superior a 95%.
b. Garantir a segurança dos socorristas e do doente.
c. Avaliar a situação para determinar a necessidade de solicitar outros recursos.
d. Cuidar da via aérea mantendo a coluna cervical estabilizada.
e. Reconhecer as lesões de risco de morte na avaliação secundária.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa incorreta é a letra “e”. As lesões que promovem risco de morte
devem ser reconhecidas no exame/avaliação primária.
Todos os demais itens devem ser atendidos para o paciente em situação de
trauma. O foco é atender primeiramente as intercorrências que trazem risco
de morte.
Ao ser identificada a fratura, a entorse ou a luxação, deve-se imobilizar o
membro e encaminhar o paciente ao hospital para que seja feito exame de
imagem (raio-X) e tratamento.
Vamos esquematizar o atendimento pré-hospitalar no caso de lesões de extre-
midades, conforme o Manual do CBM-DF:

1. Informe o que planeja fazer.


2. Exponha o local, removendo roupas se necessário.
Lembre-se de primeiro retirar a roupa do lado sem comprometimento e depois
o outro lado com lesão.
3. Controle hemorragias e cubra feridas. Não empurre fragmentos ósseos,
nem tente removê-los. Use curativos estéreis.
4. Avalie o pulso distal, a sensibilidade e a perfusão.
5. Imobilize. Use tensão suave para colocação da tala na extremidade lesio-
nada.
6. Mantenha a tração e o alinhamento até que a tala esteja posicionada e fixa,
imobilizando uma articulação acima e uma abaixo da lesão. As talas devem
ser ajustadas de maneira a não interromper a circulação local.
Em alguns casos, a extremidade deverá ser imobilizada na posição encon-
trada.

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7. Revise a presença de pulso e sensibilidade. Assegure-se de que a imobili-


zação está adequada e não restringe a circulação.

Para fazer o diagnóstico diferencial, é necessário um exame de imagem, como


o raio-X. Dessa forma, sempre que ocorrer a presença de sinais e sintomas de
dor, edema, hiperemia e equimoses, deve-se imobilizar o membro e encami-
nhar o paciente para o ambiente hospitalar.

37. (FUNCAB/2012) O primeiro socorro à pessoa que apresenta uma fratura fe-
chada consiste em:
a. Tapar a ferida com gaze, impedindo a hemorragia.
b. Arrastar a vítima para ambiente mais iluminado
c. Aplicar um torniquete no local.
d. Aplicar gelo ou compressa fria no local.
e. Imobilizar a região suspeita de fratura.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”. Conforme visto acima, a primeira providência
no atendimento de lesão nas extremidades é a imobilização do membro. A
imobilização proporcionará alívio da dor e reduz o risco de agravar a lesão de
partes moles (músculo e nervos).
A alternativa nos mostra que é um atendimento a uma fratura fechada, ou
seja, não há ferida presente no local de fratura, portanto a alternativa “a” está
errada.
O torniquete é, em regra, contraindicado.
O gelo ou a compressa fria devem ser aplicados, com objetivo que fazer vaso-
constrição e reduzir a dor e o sangramento interno. Porém, a imobilização é de
maior prioridade, sendo, portanto, a alternativa “e” que deve ser considerada
o nosso gabarito

Tala de tração

Vamos entender o que é uma tala de tração e como ela deve ser instalada no
atendimento ao paciente com lesão de extremidade. Para tanto, utilizaremos as
instruções do Manual do CBM-DF.

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A tala de tração é um equipamento utilizado para imobilização exclusiva de


fratura fechada de fêmur. Esse procedimento deve ser realizado por, no mínimo,
2 socorristas: um socorrista será responsável por avaliar e estabilizar, manual-
mente, o seguimento lesionado; e o outro se responsabilizará pelo preparo e
instalação da tala de tração. Como se segue:

Após avaliar e identificar a fratura, um dos socorristas deverá posicionar a


tornozeleira da tala no paciente, realizando, logo após, a estabilização manual e
o alinhamento da extremidade lesionada.
O outro socorrista deverá preparar o equipamento, usando, como referência,
a extremidade não traumatizada, para estabelecer o comprimento da tração. Em
seguida, ele realiza a abertura das faixas de fixação da tala e libera a faixa de
tração.
Logo após, posiciona a tala abaixo do membro lesionado, apoiando a extre-
midade superior da tala próxima ao colo do fêmur do paciente. Fixa a primeira
faixa na raiz da coxa do paciente, estabilizando a parte superior do aparelho.
Nesse momento, a faixa de tração será posicionada na haste da tornozeleira. O
socorrista eleva o suporte da tala e a tração é, então, realizada, girando o botão
que aciona a catraca. Por último, as tiras de fixação restantes deverão ser ajus-
tadas e fixadas, duas acima e duas abaixo do joelho.
A tala de tração está instalada e pronta. Se for o caso, para realização do
rolamento do paciente sobre a prancha, o socorrista deverá utilizar as hastes da
tala como apoio durante a execução do rolamento, promovendo uma estabiliza-
ção da extremidade lesionada.
Um dos socorristas deverá fixar o suporte elevado da tala de tração, junto à
prancha, a fim de evitar movimentação da fratura durante o transporte.

EXERCÍCIO

38. (FCC/2014) O motorista está conduzindo o carro oficial, acompanhando o ma-


gistrado que repentinamente refere mal-estar, tem epilepsia e não tomou as
medicações. Assim que o carro estaciona, o magistrado desce do veículo e cai
no chão, convulsionando. Imediatamente, o motorista inicia os primeiros-so-
corros, identifica um sangramento abundante em supercílio esquerdo e perce-
be que o braço esquerdo tem um desalinhamento ósseo, sugestivo de fratura.

Ao identificar o desalinhamento ósseo, com suspeita de fratura, é indicado:


a. Utilizar talas moles e flexíveis para imobilizar o membro afetado, aliviando
a dor e evitando novas lesões.

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b. Remover joias e adornos que possam prejudicar a circulação, em razão do


inchaço local que dificulta a remoção, posteriormente.
c. Posicionar talas rígidas, imobilizando as duas articulações imediatamente
acima da área fraturada.
d. Verificar a capacidade motora, pedindo para movimentar, amplamente, o
membro fraturado.
e. Avaliar a coloração da extremidade afetada, sendo a palidez considerada
resposta positiva da boa circulação no membro.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa “b” está correta.
A alternativa “a” está errada, pois a tala deverá ser rígida para uma efetiva
imobilização, sempre imobilizando uma articulação anterior e uma articulação
posterior a fratura. Desse modo, se a vítima fraturou o rádio, um dos ossos que
compõem o antebraço, deve ser imobilizado desde a mão até o braço (úmero)
de modo que as articulações do punho e do cotovelo estejam devidamente
imobilizadas, mantendo a imobilidade do local fraturado.
A alternativa “b” está correta. Quando ocorre uma lesão de extremidade, o
local ficará edemaciado e recomenda-se a retirada do adorno para não agra-
var, dificultando a circulação.
A alternativa “c” está errada, pois deverá ser imobilizada uma articulação acima
da fratura e outra abaixo da fratura e não 2 acima, como afirma a alternativa.
A alternativa “d” está errada, pois deve-se evitar movimentar o membro fratu-
rado para não agravar a lesão.
A alternativa “e” está errada. Deverá ser avaliada a coloração da extremidade afe-
tada, porém a palidez representa que o membro não está profundido (recebendo
sangue adequadamente), o ideal é a extremidade estar quente e vermelha.

39. (FUMARC/2011) A aplicação de talas permite que o resgate reposicione e


transporte o paciente, ao mesmo tempo em que minimiza o movimento da
área traumatizada. Lesões em tecidos moles podem causar complicações e
prolongar o processo de recuperação. Essas complicações incluem:
I – Dor: a tala pode reduzir a dor, porque ajuda prevenir que ossos quebrados
ou desalinhados raspem entre si e lesem nervos e tecidos.
II – Hemorragia: ossos luxados e ou fraturados e fragmentos de ossos, podem
danificar vasos sanguíneos e causar hemorragias internas e externas se-
veras. As talas não imobilizam as extremidades ósseas fraturadas, mas
reduzem os danos aos vasos sanguíneos e tecidos e auxiliam no controle
de possíveis hemorragias.

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III – Restrição ao fluxo sanguíneo: ossos luxados ou fraturados e fragmentos


podem comprimir vasos sanguíneos, obstruindo o fluxo do sangue. As ta-
las podem abrandar a pressão contra os vasos.

Marque a alternativa CORRETA:


a. Somente a opção I está incorreta.
b. Somente a opção II está correta.
c. Somente as opções II e III estão corretas.
d. Somente as opções I e III estão corretas.

 C O M E N T ÁRI
De acordo com o PHTLS (Prehospital Trauma Life Support), no osso fraturado,
a imobilização leva tanto à redução da possibilidade de mais lesão quanto à
diminuição da dor. O movimento das extremidades pontiagudas do osso fra-
turado pode lesar vasos sanguíneos, causando hemorragia interna e externa.
Além disso, as fraturas podem lesar o tecido muscular e nervos. Um membro
lesado deve ser movimentado o mínimo possível.
O principal objetivo da imobilização é evitar o movimento daquela região do
corpo. Isso ajudará a diminuir a dor do paciente e evitará maior comprometi-
mento de partes moles (músculos e nervos) e mais hemorragia.
Para imobilizar efetivamente qualquer osso longo, todo o membro deverá ser
imobilizado. Para tanto, o local lesado deverá ser sustentado manualmente
enquanto a articulação e o osso acima (proximais) e a articulação e o osso
abaixo (distais) do local lesado são imobilizados. Há inúmeros tipos de talas
que podem ser utilizadas.

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Vamos analisar os itens?


O item I está correto. A tala pode reduzir a dor porque ajuda a prevenir que
ossos quebrados ou desalinhados raspem entre si e lesem nervos e tecidos.
No osso fraturado, a imobilização leva tanto à redução da possibilidade de
mais lesão quanto à diminuição da dor.
O item II está incorreto. As talas imobilizam as extremidades ósseas fratura-
das, reduzem os danos aos vasos sanguíneos e tecidos e auxiliam no con-
trole de possíveis hemorragias. Um membro lesado deve ser movimentado o
mínimo possível, e o principal objetivo da imobilização é evitar o movimento
daquela região do corpo, ajudando a diminuir a dor do paciente e evitando
maior comprometimento de partes moles e mais hemorragia.
O item III está correto. Os ossos luxados ou fraturados e fragmentos podem
comprimir vasos sanguíneos, obstruindo o fluxo do sangue. As talas podem
abrandar a pressão contra os vasos. Para imobilizar efetivamente qualquer
osso longo, todo o membro deverá ser imobilizado.
O gabarito é a alternativa “d”, pois os itens I e III estão corretos.

40. (NC-UFPR/2016) No atendimento a uma vítima de trauma, é correto afirmar:


a. Em fraturas, é comum ocorrer imobilidade funcional, que é resolvida com
aplicação de emplastos e compressas
b. Em caso de fratura, a vítima deve ser imediatamente removida para um
serviço hospitalar especializado antes de qualquer procedimento, para evi-
tar complicações.
c. Na fratura exposta, o membro afetado deverá ser recolocado no lugar ime-
diatamente, para evitar hemorragia.
d. Em caso de suspeita de fratura cervical, a imobilização da vítima e do pes-
coço é fundamental antes de se movimentar a vítima.
e. No caso de entorse, devem-se aplicar compressas quentes/mornas, para
diminuir o edema local.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. Em caso de fratura cervical (pescoço), deve-
-se priorizar a estabilização da coluna para evitar a lesão medular. Esse item
será aprofundado no trauma da coluna.
A alternativa “a” está errada. A imobilidade funcional, que é a dificuldade de
mobilizar o membro fraturado, não é resolvida com emplastos e nem compres-
sas, apenas com a melhora e a cicatrização do osso fraturado.

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A alternativa “b” está errada. Em caso de fratura, a vítima deve ter o membro
fraturado imobilizado antes de ser encaminhada para o hospital.
A alternativa “c” está errada. Na fratura exposta, não se deve tentar colocar
o membro no lugar, de modo a evitar lesões em nervos e vasos ao redor do
osso fraturado. Deverá ser imobilizado como está e encaminhar o paciente ao
hospital.
A alternativa “e” está errada. Na entorse, deve-se aplicar compressas frias
para evitar sangramentos. O objetivo é fazer uma vasoconstricção (reduzir o
diâmetro do vaso sanguíneo). A compressa morna faria o contrário, aumenta-
ria o sangramento por promover vasodilatação.

4.0 TRAUMATISMOS (LESÕES DE CRÂNIO, COLUNA E TÓRAX)

Os traumas podem ocorrer por acidentes automobilísticos, queda – principal-


mente em idosos –,violência urbana, desastres naturais, entre outros.
O trauma pode ser fechado ou aberto:

4.1 Fraturas de crânio abertas e fechadas

Trauma Fechado: nesse tipo de trauma, a energia envolvida não é capaz de


romper a elasticidade dos tecidos, não alterando a anatomia da região afetada.
Trauma Aberto: ao contrário do trauma fechado, a energia envolvida é capaz
de romper a elasticidade dos tecidos, promovendo, assim, uma alteração anatô-
mica da região afetada.

Quando suspeitar de traumatismo grave:


1. Morte de um dos ocupantes do veículo;
2. Ejeção de um dos ocupantes do veículo;
3. Queda de alturas a partir de 3 metros ou 2 vezes o tamanho da vítima;
4. Colisão com velocidade acima de 32 Km/h;
5. Danos extensos ao veículo;
6. Alteração do nível de consciência;
7. Dificuldade para falar;
8. Dificuldade para respirar;
9. Palidez, sudorese, pele fria;
10. Dor intensa no pescoço.

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O que mais chama a atenção em um paciente politraumatizado são as suas


lesões externas (sangramento, exposição de feridas traumáticas e deformida-
des). Porém, o alto índice de mortalidade não está relacionado às lesões apa-
rentes, mas, sim, às lesões ocultas.
As lesões ocultas podem ser: a evolução de um edema cerebral e/ou um san-
gramento intracerebral em uma vítima de traumatismo crânio encefálico; altera-
ções no sistema nervoso autônomo pelo trauma raquimedular; comprometimento
respiratório por lesões em via área inferior e a presença de um hemopneumo-
tórax em trauma de tórax; lesões de vísceras ocas ou maciças no traumatismo
abdominal; e comprometimento metabólico por lesões de esmagamento desen-
cadeando rabidomiólise ou síndrome compartimental.
Prioriza-se a primeira hora do acontecimento como “Momento de Ouro”,
sendo reconhecidas, nessa hora, as maiores chances de sobrevida da vítima de
trauma. Os pacientes que receberam tratamento definitivo e precoce dos trau-
mas tiveram um índice de sobrevivência muito maior do que aqueles em que
houve atraso no atendimento.
Quando a vítima passa da primeira hora depois do acidente, ela entra em
uma curva descendente de possibilidades terapêuticas, o que aumenta conside-
ravelmente sua morbimortalidade.

Lesões de crânio

Os traumatismos crânio-encefálicos estão incluídos entre as mais frequen-


tes e mais graves alterações neurológicas decorrentes de acidentes de trânsito,
quedas, agressões físicas etc.
Esses traumatismos contribuem significativamente para a morte de cerca
de 50% de todas as vítimas de trauma. Frequentemente, nos traumatismos da
coluna cervical, coexistem os traumas crânio-encefálicos e devem, portanto, ser
avaliados simultaneamente.

Fraturas de crânio

As fraturas de crânio podem resultar tanto de trauma fechado como de trauma


penetrante. Fraturas lineares correspondem cerca de 80% das fraturas de crânio,
embora estas possam ser diagnosticadas somente por meio de estudo radioló-
gico. O socorrista deverá estar atento aos sinais e sintomas indicativos de fratura
de crânio.

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Um forte impacto pode produzir uma fratura com afundamento do crânio, na


qual fragmentos ósseos comprimem ou penetram no tecido cerebral subjacente.
A gravidade da lesão depende do dano provocado no encéfalo.
São frequentes lesões encefálicas nos traumatismos sem fratura de crânio.
As fraturas poderão ser abertas ou fechadas:
Fraturas abertas: são aquelas que permitem a comunicação entre as menin-
ges ou o encéfalo e o meio exterior, com ruptura do couro cabeludo e exposição
do local da fratura.
Fraturas fechadas: são as que afetam o osso do crânio sem, entretanto,
expor o conteúdo da caixa craniana; não existe solução de continuidade da pele.

4.2 Lesões encefálicas , concussão e contusão

Esse item é bastante cobrado em prova. As bancas tentam confundir os


termos de concussão e contusão cerebral.

Concussão (menos grave)

Quando uma pessoa recebe um golpe na cabeça ou na face, pode haver uma
concussão encefálica, causando choque da massa encefálica com a caixa cra-
niana em virtude do impacto.
O paciente apresenta alterações na função neurológica, como perda da
consciência (mais comumente). Outros achados neurológicos incluem déficits
de memória, amnésia retrógrada (incapacidade de lembrar os eventos antes do
trauma), amnésia anterógrada (dificuldade de lembrar de detalhes depois de ter
recobrado a consciência).
Esse curto período de perda de memória frequentemente provoca ansiedade
e faz com que o doente faça perguntas repetitivas. Dores de cabeça, tonturas,
náuseas, visão turva, sonolência, lentidão nos movimentos e na resposta a estí-
mulos e vômitos acompanham a concussão.

Contusão (mais grave)

O cérebro pode sofrer uma contusão quando qualquer objeto bate com força
contra o crânio, causando sangramento a partir de vasos lesados. Quando existe
uma contusão cerebral, o paciente pode perder a consciência, apresentar parali-
sia de um dos lados do corpo, dilatação de uma pupila e alteração dos sinais
vitais. As contusões mais graves podem produzir inconsciência por período de
tempo prolongado e também causar paralisia em todos os membros.

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A recuperação é diretamente proporcional aos cuidados dispensados ao


paciente desde o momento das lesões. Os pacientes devem receber ventila-
ção adequada, reanimação cardiorrespiratória quando necessário, devendo ser
transportados ao hospital para cuidados neurocirúrgicos.

EXERCÍCIOS

41. (PREFEITURA DO RJ/2015) Perda momentânea da consciência com alte-


ração da memória após traumatismo crânio encefálica sem lesão de tecido
cerebral. Essa é a definição de:
a. Contusão cerebral.
b. Crise convulsiva.
c. Concussão cerebral.
d. Edema cerebral.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “c”. Ocorreu um TCE, porém não houve lesão no
tecido cerebral. Dessa forma, a resposta é concussão cerebral.
A alternativa “a” corresponde a uma lesão cerebral grave, não sendo a res-
posta da questão. A alternativa “b” também está errada porque não há relato
de crises convulsivas, e o edema cerebral é inespecífico, podendo aparecer
tanto na contusão ou quanto na concussão.

RESUMO
Concussão: caracteriza-se pela presença de sintomas neurológicos sem nenhuma lesão identifi-
cada, mas com danos microscópicos, dependendo da situação, reversíveis ou não. Podem ocorrer
perda da consciência, prejuízo da memória, cefaleia, náuseas e vômitos, distúrbios visuais e da
movimentação dos olhos.

Contusão: é uma lesão grave do cérebro que normalmente acontece após um traumatismo cra-
niano grave.

42. (CESPE/2014) Com relação às ações de primeiros socorros nos primeiros


momentos após o agravo da saúde de uma pessoa, julgue os itens a seguir.

Supondo que, durante a avaliação do estado geral feita nos primeiros socor-
ros, uma vítima de queda tenha apresentado sinais evidentes de anisocoria,
tendo-se verificado a ausência de fratura ou afundamento do crânio, a possi-
bilidade de lesão encefálica deverá ser descartada.

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 C O M E N T ÁRI
O item está errado. A questão traz o sinal de anisocoria, que é uma condi-
ção caracterizada pelo tamanho (diâmetro) desigual das pupilas. Essa desi-
gualdade pode ser causada por traumas sofridos em um dos hemisférios do
cérebro. Por isso, as lesões encefálicas não podem ser descartadas.

Tipos de lesões encefálicas

a) Diretas: resultam de um trauma direto, independente do mecanismo, cau-


sando lesões encefálica e vascular, representadas por danos graves às células
nervosas (neurônios).
b) Indiretas: ocorrem com a desaceleração súbita e violenta do encéfalo
lesado, após sua colisão com a caixa craniana, provocando edema cerebral,
hemorragias intracranianas levando a um consequente dano celular. A formação
de um hematoma acarreta compressão do tecido cerebral pela ocorrência de
hipertensão intracraniana.

4.3 Sinais e sintomas do traumatismo crânio-encefálico (TCE)

• Cefaleia e/ou dor no local da lesão.


• Náuseas e vômitos.
• Alterações da visão.
• Alteração do nível de consciência, podendo chegar a inconsciência.
• Ferimento ou hematoma no couro cabeludo.
• Deformidade do crânio (depressão ou abaulamento).
• Pupilas desiguais (anisocoria).
• Sangramento observado no nariz ou ouvidos.
• Líquido claro (líquor) que flui pelo nariz ou ouvidos.
• Alteração dos sinais vitais.
• Postura de decorticação ou descerebração.
• Olhos de Guaxinim e Sinal de Batlle, conforme foto a seguir:

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Olhos de Guaxinim

Sinal de Batlle

43. (CEFET-BA/2008) São sinais do Traumatismo Crânio-Encefálico, exceto:


a. Rinorragia.
b. Dispneia.
c. Otorragia.
d. Sinal de Batlle.
e. Olhos de guaxinim.

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 C O M E N T ÁRI
A alternativa incorreta é a letra “b”. Dispneia, também chamada de falta de ar,
é um sintoma no qual a pessoa tem desconforto para respirar, normalmente
com a sensação de respiração incompleta. É um sintoma comum a um grande
número de doenças, em especial na área da cardiologia e pneumologia.
Conforme já visto, os demais itens são sinais do TCE, vamos explicá-los:
Rinorragia é um sinal de TCE e representa a saída de sangue pelo nariz.
Otorragia é o sangramento pelo ouvido.
Sinal de Batlle é o sinal que leva à suspeição de ocorrência de fratura basi-
lar de crânio, representado por presença de equimose em região temporal ou
pré-auricular.

Olhos de guaxinim ou equimose periorbitária são sinais de TCE.

Fratura craniana e fratura de base do crânio:


Sinal de Battle: equimose da região mastoide (atrás da orelha).
Olhos de guaxinim: equimose periorbitária (ao redor dos olhos).

IMPORTANTE!
Para avaliar o nível de consciência no atendimento pré-hospitalar, é necessário
aprender a escala de Glasgow.

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A Escala de Glasgow é uma escala neurológica que permite medir/avaliar


o nível de consciência de uma pessoa que tenha sofrido um traumatismo crâ-
nio-encefálico. É usada durante as primeiras 24 horas posteriores ao trauma e
avalia três parâmetros:
1. A abertura ocular;
2. A resposta motora; e
3. A resposta verbal.

No atendimento do trauma, a escala de Glasgow deve ser reavaliada a cada


5 a 10 min.
Esse é um tópico que é bastante cobrado nas provas de concursos.

VARIÁVEIS ESCORE
Espontânea 4
A voz 3
Abertura ocular
A dor 2
Nenhuma 1
Orientada 5
Confusa 4
Resposta verbal Palavras inapropriadas 3
Palavras incompreensivas 2
Nenhuma 1
Obedece comandos 6
Localiza dor 5
Movimento de retirada 4
Resposta motora
Flexão anormal 3
Extensão anormal 2
Nenhuma 1

TOTAL MÁXIMO TOTAL MÍNIMO INTUBAÇÃO


15 3 8

A escala é usada para classificar o paciente em pontos.

Veja:

• Na abertura ocular, o paciente recebe 1 a 4 pontos;


• Na resposta verbal, de 1 a 5 pontos; e
• Na resposta motora, de 1 a 6 pontos.

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O resultado da pontuação pode classificar o paciente em lesão gravíssima,


grave ou moderada, conforme classificação abaixo:

• 3 - lesão gravíssima.
• menor que 8 - lesão grave.
• entre 9 e 12 - lesão moderada
• entre 13 e 15 - lesão leve
• 15 - sem lesão.

44. (FGV/2014) Para que um Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE) seja classifi-


cado como moderado, pelos parâmetros da Escala de Glasgow, ele deve ter
a seguinte pontuação:
a. De 3 a 8 pontos.
b. De 9 a 12 pontos.
c. De 13 a 15 pontos.
d. De 15 a 17 pontos.
e. De 17 a 20 pontos.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”. Conforme visto na classificação acima, no
TCE moderado, o paciente apresenta a pontuação entre 9 e 12.

45. (CONSULPLAN/2015) Escala de coma de Glasgow permite avalição do nível


de consciência de indivíduos que tenham sofrido traumatismo crânio encefá-
lico, definindo a intensidade do traumatismo em leve, moderada e grave. Um
traumatismo crânioencefálico é considerado moderado, quando o escore da
escala de coma de Glasgow é de:
a. 7-10.
b. 6-11.
c. 5-10.
d. 9-12.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. Vamos revisar as classificações:

• 3 - lesão gravíssima.
• menor que 8 - lesão grave.
• entre 9 e 12 - lesão moderada.
• entre 13 e 15 - lesão leve.
• 15 - sem lesão.

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46. (AOCP/2014) Segundo a Escala de Glasgow.


a. Escores de 09 a 12 indicam lesão neurológica moderada, apresentando a
abertura ocular à dor; resposta verbal com palavras inapropriadas e res-
posta motora com movimentos de retirada.
b. Escores de 09 a 12 indicam lesão neurológica mínima com abertura ocular
à voz, resposta verbal confusa e resposta motora que obedece a comandos.
c. Escores de 09 a 12 indicam lesão neurológica grave e necessidade de via
aérea definitiva; abertura ocular à dor; resposta verbal de palavras incom-
preensíveis e resposta motora de flexão anormal.
d. Escores de 09 a 12 indicam lesão neurológica irremediável com abertura
ocular à dor; resposta verbal nenhuma e resposta motora de extensão
anormal.
e. Escores de 09 a 12 indicam lesão neurológica grave com abertura ocular
à voz; resposta verbal confusa e resposta motora com movimento de reti-
rada.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”.
Esta questão exigiu do candidato domínio em saber aplicar a escala de Glasgow
e classificar os parâmetros. Vamos aproveitar essa questão para treinar?

A alternativa “a” está correta, pois a pontuação é a seguinte: ocular (2); verbal
(3); motor (4) = 9. Os escores de 09 a 12 indicam lesão neurológica moderada,
conforme relatado na alternativa.
A alternativa “b” está errada porque lesão mínima é quando a pontuação está
entre 13 a 15. Conforme o quadro do paciente na alternativa “b”, realmente
ele apresenta lesão mínima (Ocular (3); verbal (4); motor (6) = 13), porém a
alternativa classificou o Escores de 09 a 12 sendo lesão neurológica mínima e
sabemos que este índice é lesão moderada.
A alternativa “c” está errada. A classificação do paciente é a seguinte: ocular
(2); verbal (2); motor (3) = 7, classificado como grave.
A alternativa “d” está errada, pois o paciente apresenta lesão grave conforme
pontuação: ocular (2); verbal (1); motor (2) = 5 e não entre 9 e 12 como traz a
alternativa.
Na alternativa “e”, o paciente apresenta o seguinte escore: ocular (3); verbal
(4); motor (4) = 12, ou seja, a lesão é moderada e não grave, como mostra a
alternativa.

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47. (FGV/2014) Um paciente de 30 anos, vítima de acidente automobilístico, foi


internado na Unidade de Tratamento Intensivo. Ele apresenta abertura ocular
ao estímulo doloroso, resposta verbal com sons ininteligíveis e flexão ao es-
tímulo doloroso (decorticação). De acordo com os parâmetros da escala de
coma de Glasgow, o nível de consciência desse paciente é compatível com:
a. Estado vegetativo.
b. Normalidade.
c. Coma superficial.
d. Coma profundo.
e. Coma intermediário.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”.
• Abertura ocular ao estímulo doloroso 2.
• Resposta verbal com sons ininteligíveis 2.
• Flexão ao estímulo doloroso 3.
Quando falamos em flexão anormal ou extensão anormal, estamos nos refe-
rindo à decorticação e à descerebração.
Vamos diferenciar decorticação e descerebração:
• Flexão anormal a estímulos dolorosos (decorticação).
• Extensão a estímulos dolorosos (descerebração).
A soma do paciente é 7, apresentando um coma intermediário.

IMPORTANTE!
Classificação do coma de acordo com a escala de Glasgow:
• Escore 11 – Coma superficial;
• Escore 7 – Coma intermediário;
• Escore 4 – Coma profundo;
• Escore 3 – Coma profundo (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo).

48. (CESPE/2013) Considerando o conceito de nível de consciência como o grau


de alerta comportamental apresentado pelo indivíduo, nota-se uma grande
possibilidade de variação desse parâmetro em pacientes. No que se refere à
avaliação do nível de consciência em pacientes vítimas de trauma, assinale
a opção correta.
a. Segundo o indicador melhor resposta motora, os pacientes recebem pon-
tuações que variam de 1 a 5 na escala de coma de Glasgow.

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b. Em vítimas de trauma com déficit de consciência, deve-se considerar ini-


cialmente abuso de álcool ou outras drogas e, depois de descartadas es-
sas hipóteses, devem-se investigar hipoperfusão e hipóxia.
c. De acordo com o indicador abertura ocular, da escala de coma de Glas-
gow, o paciente recebe pontuação que varia de 1 a 5. Esse indicador está
diretamente ligado à aparência de vigília, que é um parâmetro de avaliação
do funcionamento do mecanismo de ativação do córtex cerebral.
d. Quando presente, a resposta verbal coerente indica o mais alto grau de
integração do sistema nervoso central, e o paciente pode ser categorizado
com pontuação de 1 a 3 na escala de coma de Glasgow.
e. Após a avaliação e correção dos fatores envolvidos na ventilação e oxige-
nação pulmonar e na circulação do sangue, a próxima etapa da avaliação
primária do paciente politraumatizado é a avaliação da função cerebral.

 C O M E N T ÁRI
Nesta questão, a banca quer saber se o aluno aprendeu a composição da
tabela de Glasgow. Devemos lembrar que a avaliação da resposta ocular varia
de 1 a 4; a verbal, de 1 a 5; e a motora, de 1 a 6.
A alternativa “a” está errada, pois a resposta motora varia de 1 a 6 e não de 1
a 5, conforme relatou a alternativa.
A alternativa “b” está errada porque o correto é o inverso: primeiro se avalia
hipoperfusão e hipóxia e depois a causa do problema.
A alternativa “c” está errada, pois a abertura ocular varia de 1 a 4.
A alternativa “d” está errada, pois a resposta verbal varia de 1 a 5.
A alternativa “e” está correta. Ela mostra a prioridade no atendimento ao
paciente numa emergência (paciente politraumatizado). O foco inicial é a ava-
liação e correção dos fatores envolvidos na ventilação e oxigenação pulmonar
e na circulação do sangue, e, na sequência, avaliação da função cerebral.

49. (CESPE/2013) Julgue o item seguinte, relativo ao atendimento inicial ao po-


litraumatizado e à avaliação de consciência no paciente em estado de coma.
De acordo com a escala de Glasgow, todos os pacientes cujo somatório de
pontos seja igual ou menor que oito são considerados em coma.

 C O M E N T ÁRI
O item está certo.

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GRAUS DE COMA
• Escore 11 - Coma superficial;
• Escore 7- Coma intermediário;
• Escore 4 - Coma profundo;
• Escore 3 – Coma profundo (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo).

EXERCÍCIOS

50. (IDECAN/2014) “Um paciente dá entrada no pronto-socorro com história de


crise convulsiva em casa, rebaixamento do nível de consciência, hipertenso
e taquicárdico. No exame físico, o enfermeiro aplica a escala de coma de
Glasgow, que mostra que o paciente apresentava abertura ocular à dor, ne-
nhuma resposta verbal e movimento de retirada ao estímulo doloroso.”

Quanto ao somatório, pode-se encontrar o seguinte valor:


a. 15 (normalidade).
a. 4 (estado de coma superficial).
a. 11 (estado de coma profundo).
a. 12 (estado de coma superficial).
a. 7 (estado de coma intermediário).

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”.
Vamos classificar esse paciente:
Abertura ocular à dor → 2
Nenhuma resposta verbal → 1
Movimento de retirada ao estímulo doloroso → 4
2 + 1+ 4 = 7, sendo classificado como coma intermediário.

Tratamento pré-hospitalar:

Veja as medidas a serem tomadas diante do paciente com trauma craniano:


1. Corrigir os problemas que ameaçam a vida. Manter a circulação, permeabi-
lidade das vias aéreas e a respiração. Administrar oxigênio (conforme protocolo
local);
2. Suspeitar de lesão cervical associada ao acidente e adote os procedimen-
tos apropriados;

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3. Controlar hemorragias;
4. Cobrir e proteger os ferimentos abertos;
5. Manter a vítima em repouso;
6. Estar atento para ocorrência de convulsão;
7. Monitorar o estado de consciência, a respiração e a circulação;
8. Prevenir ou tratar o choque;
9. Estar atento para ocorrência de vômito.

Obs.:
• Não remover objetos transfixados na cabeça;
• Não permitir a ingestão de líquidos ou alimentos;
• Não conter o sangramento ou saída de líquor pelo nariz ou ouvidos.

51. (CESPE/2012) Acerca do transporte de acidentados em caráter emergencial,


julgue o item a seguir.

No percurso entre o atendimento pré-hospitalar e hospitalar de paciente víti-


ma de traumatismo craniencefálico, apenas as funções respiratórias precisam
ser monitoradas, para se evitar uma eventual asfixia por meio de secreções.

 C O M E N T ÁRI
O item está errado. No atendimento pré-hospitalar e hospitalar do paciente
com TCE, o atendimento deve ser integral, avaliando a função respiratória,
circulatória, nível de consciência, hemorragias e outras alterações.

4.4 Traumatismos de Face: sinais e sintomas.

O principal perigo dos traumatismos de face são os fragmentos ósseos e as


hemorragias que poderão provocar obstruções nas vias aéreas.

Sinais e sintomas

• Coágulos de sangue nas vias aéreas;


• Deformidade facial;
• Equimose nos olhos;
• Perda do movimento ou impotência funcional da mandíbula;
• Dentes amolecidos ou quebrados (ou a quebra de próteses dentárias);
• Hematomas e edemas.

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Tratamento pré-hospitalar

O tratamento deve estar direcionado para a manutenção da permeabilidade


das vias aéreas e controle de hemorragias.
Cubra os traumas abertos com curativos estéreis, monitore os sinais vitais e
previna ou trate o choque.

4.5 Traumatismo de coluna: sinais e sintomas

São aqueles em que ocorre o comprometimento das vértebras e da medula


espinhal. O Traumatismo Raquimedular (TRM) pode variar desde uma concussão,
na qual ocorre plena recuperação, à laceração, contusão e compressão, isoladas
ou associadas a uma secção completa da medula, causando paralisia abaixo do
nível da lesão. Os danos na região cervical poderão comprometer a respiração.

Sinais e sintomas

• Dor local (pescoço, dorso, região lombar etc.);


• Perda da sensibilidade nos membros superiores e inferiores;
• Paralisia dos membros;
• Sensação de formigamento nas extremidades;
• Deformidade anatômica da coluna;
• Perda do controle urinário ou fecal;
• Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico;
• Ereção peniana contínua e dolorosa, na ausência de estímulos sexuais
(priapismo).

 Obs.: nos casos de lesões na cabeça, ombros, escápula ou região dorsal do


paciente, suspeite de TRM.

EXERÍCIOS

52. (MSCONCURSOS/2014) Em seu plantão no SAMU, você recebeu um cha-


mado para atender um acidente de trânsito, carro x carro, colisão traseira,
com duas vítimas. A vítima era uma mulher de 28 anos, condutora do veículo
atingido, que se encontrava consciente, porém desorientada, relatando cer-
vicalgia intensa. A vítima apresentava uma cervicalgia intensa, causada por
efeito chicote. Esse sintoma é característico de qual trauma?

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a. Cranioencefálico.
b. Torácico.
c. Abdominal.
d. Vertebromedular.
e. Músculo-esquelético.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. No momento do socorro, é necessário saber
se o indivíduo sofreu lesões imediatas da medula espinhal como resultado
de um trauma, ou se sofreu um trauma da coluna vertebral que não lesiona
inicialmente a medula. A lesão da medula surge depois, em consequência do
movimento da coluna, devido ao socorro prestado de forma incorreta.

O socorrista deve considerar que todo doente que apresentar trauma pelos
mecanismos descritos abaixo deve ser considerado um potencial portador de
uma lesão vertebromedular:
• Qualquer mecanismo contuso que produza impacto violento na cabeça, no
pescoço, no tronco ou na pelve;
• Qualquer incidente que produza aceleração ou desaceleração repentinas
(efeito chicote) ou impactos laterais que forcem o pescoço ou o tronco;
• Qualquer queda, especialmente em idosos;
• Ejeção ou queda de qualquer veículo motorizado ou acionado por outro
mecanismo de movimentação;
• Qualquer vítima de mergulho em águas rasas.

Complicações:

• Paralisia dos músculos respiratórios (intercostais interno e externo): a res-


piração sendo feita exclusivamente pelo diafragma.
• A lesão medular poderá causar dilatação dos vasos sanguíneos, levando
ao choque neurogênico.

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IMPORTANTE!
No capítulo sobre os choques, foi visto que o choque neurogênico é uma
alteração hemodinâmica após um trauma medular, ocasionando sintomas,
como a bradicardia e a hipotensão.

Tratamento pré-hospitalar

1. Estabilize manualmente a cabeça do paciente, sem tração significativa,


mantendo a permeabilidade das vias aéreas;
2. Avalie a respiração e a circulação, proceda as intervenções necessárias;
3. Examine o pescoço, mensure e aplique o colar cervical adequado;

FIQUE ATENTO PARA AS ATUALIZAÇÔES NESSE TEMA!

A colocação do colar cervical é contraindicada pela Associação Americana


de Cardiologia, por potencializar o risco de aumento da pressão intracraniana e
causar dificuldades respiratórias. Na questão da sua prova, você deve avaliar a
fonte/referência que a banca se refere. Se perguntar com referência ao manual
do CBM-DF, poderá considerar o uso do colar cervical.

4. Examine boca, nariz e mandíbula e administre oxigênio;


5. Proceda a avaliação dirigida (entrevista, sinais vitais e exame rápido);
6. Proceda a avaliação física detalhada;
7. Avalie a capacidade motora, resposta sensitiva e circulação (pulso e perfu-
são), nas quatro extremidades, se as condições do paciente permitirem;
8. Imobilize-o sobre a prancha rígida. A cabeça, o pescoço, o tronco e a pelve
devem ser imobilizados em posição alinhada, para impedir qualquer movimento
da coluna, que possa resultar em lesão da medula;
9. Realize a avaliação continuada.

IMPORTANTE!
Não movimente desnecessariamente uma vítima com trauma de coluna, a
menos que necessite de RCP, controle de sangramento que ameace a vida e/
ou remoção do local por risco iminente.

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4.6 Traumatismo no Tórax

É a lesão que atinge a região torácica. Por ser uma área onde estão localiza-
dos órgãos vitais, são lesões, geralmente, de natureza grave.
As maiores complicações são afundamento do tórax, com prejuízo das ati-
vidades cardíacas, hemorragias externas e internas, distúrbios respiratórios e
tórax instável.
Suas causas mais frequentes, estatisticamente, estão relacionadas a aciden-
tes automobilísticos, quedas e agressões por meio de armas de fogo ou armas
brancas. O traumatismo de tórax poderá ser aberto ou fechado.

Sinais e sintomas

Dependendo da extensão, presença de lesões associadas (fratura de esterno,


costelas e vértebras) e comprometimento pulmonar e/ou dos grandes vasos, o
paciente poderá apresentar:
• Dispneia;
• Taquipneia;
• Aumento da sensibilidade, dor local ou desconforto torácico, que se agra-
vam com os movimentos respiratórios;
• Respiração superficial (dificuldade de respirar, apresentando movimentos
respiratórios curtos);
• Eliminação de sangue por meio de tosse ou vômito;
• Postura característica (o paciente fica imóvel, inclinado sobre o lado da
lesão, com a mão ou o braço sobre a região lesada);
• Tontura;
• Sudorese; e
• Sinais de choque.

Uma lesão torácica grave pode produzir distúrbios fisiológicos que põem em
risco a vida. O socorrista deve relacionar a presença de choque com os achados
do exame físico para intervir apropriadamente e tratar o paciente.

4.7 Fratura de costelas

As fraturas de costelas, geralmente, são causadas por traumatismos torá-


cicos diretos ou por compressão e estão associadas à produção de lesões de
vasos, pulmões e hemorragias, podendo acarretar tórax instável. Fratura sim-
ples de costelas, por si só, raramente representa risco de morte no adulto. As
fraturas de costelas inferiores podem originar lesões de baço, rins ou fígado.

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Sinais e sintomas

• Dor local;
• Dificuldade respiratória;
• Dor durante os movimentos respiratórios;
• Crepitação.

Tratamento pré-hospitalar

Na fratura de uma ou duas costelas, posicione o braço do paciente sobre o


local da lesão. Imobilize a fratura, reduzindo, com isso, a dor.
Use bandagens triangulares, como tipoia e ataduras, para fixar o braço ao
tórax, a fim de limitar a movimentação daquele lado. A fixação de ambos os
braços ao tórax do paciente pode ser necessária se houver fratura bilateral.

 Obs.: quando fixar o braço do paciente ao tórax, fique atento para não restringir
os movimentos respiratórios, exercendo pressão excessiva no tórax.
Não use esparadrapo direto sobre a pele para imobilizar costelas fraturadas.

EXERCÍCIOS

53. (FCC/2009) As manobras de reanimação cardiopulmonar devem ser realiza-


das com cuidado, devido ao risco de ocorrência de:
a. Fratura de costela e laceração hepática.
b. Contusão cardíaca e lesão renal.
c. Lesão pulmonar e sangramento adrenal.
d. Rompimento da artéria renal e carótida.
e. Hemorragia interna por rompimento da veia jugular.

 C O M E N T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”. Uma das causas de trauma torácico é a rea-
lização de manobras de reanimação no local inadequado e de forma errada,
causando lesões e fraturas de costelas e, com isso, pode ocasionar lesão
hepática ou esplênica (baço).

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Tipos de Fraturas – CBMDF
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4.8 Tórax instável

Ocorre quando duas ou mais costelas adjacentes são fraturadas, pelo menos,
em dois pontos. Provoca a respiração paradoxal. O segmento comprometido se
movimenta, paradoxalmente, ao contrário do restante da caixa torácica durante
a inspiração e a expiração. Enquanto o tórax se expande, o segmento compro-
metido se retrai e, quando a caixa torácica se contrai, o segmento se eleva.

Tratamento pré-hospitalar

1. Estabilize o segmento instável que se move paradoxalmente durante as


respirações;
2. Use almofadas pequenas ou compressas dobradas presas com fita ade-
siva larga;
3. O tórax não deverá ser totalmente enfaixado;
4. Transporte o paciente deitado sobre a lesão ou na posição que mais lhe for
confortável;
5. Ministre oxigênio suplementar.

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4.9 FERIMENTOS PENETRANTES

São traumas abertos no tórax geralmente provocados por objetos que este-
jam ou não encravados, bem como lesões provocadas por armas brancas, de
fogo ou lesões ocorridas nos acidentes de trânsito etc. Nesse tipo de trauma, é
possível perceber o ar entrando e saindo pelo local ferido.

Tratamento pré-hospitalar

1. Tampone o local do ferimento usando a própria mão, protegida por luvas,


após a expiração;
2. Faça um curativo oclusivo com plástico ou papel aluminizado (curativo de
três pontas), que funcionará como uma válvula, permitindo a descompressão
espontânea de um pneumotórax hipertensivo em desenvolvimento;
3. Previna o estado de choque;
4. Conduza o paciente, com urgência, para um hospital e ministre oxigênio
suplementar.

54. (COSEAC/2014) Na classificação dos traumatismos toracoabdominais,


existem os traumas não penetrantes que são causados em sua maioria por:
a. Feridas por arma branca.
b. Quedas sobre objetos pontiagudos.
c. Ferida por projétil de arma de fogo.
d. Iatrogenia em massagem cardíaca.
e. Acidentes de veículos a motor.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”. Nos acidentes de veículo a motor, os trau-
mas podem ser penetrantes ou não. As demais alternativas são objetos que
causam lesões penetrantes.

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55. (CILISPA/2014) Sobre os Ferimentos por Arma de Fogo (FAF), é CORRETO


afirmar que:
a. Ao avaliar a vítima, a prioridade é procurar por ferimentos de entrada e de
saída do projétil.
b. A bala esmaga os tecidos no seu trajeto e uma cavidade é criada a partir
do seu rastro.
c. A partir da identificação dos orifícios de entrada e de saída, é possível
identificar todos os tipos e a quantidade de balas que penetraram no corpo
da vítima.
d. Sempre haverá orifício de saída da bala.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”.
O item “a” está incorreto. A prioridade é observar a situação clínica da vítima:
circulação, respiração e hemorragias. Em um segundo momento, devem ser
avaliadas as feridas e lesões.
A alternativa “b” está correta, pois o projetil entra com alta temperatura, quei-
mando todo o tecido por onde passa, formando uma cavidade, conforme afirma
a alternativa.
A alternativa “c” está errada. A partir da análise dos orifícios de entrada e
saída, não é possível identificar todos os tipos e nem a quantidade de balas
que penetraram no corpo da vítima.
A alternativa “d” está errada. Nem sempre o projetil sairá do corpo, ele pode
ficar alojado no interior da vítima.

56. (FCC/2014) No Estado do Amapá as causas externas representam a pri-


meira causa de mortalidade, especialmente por acidentes de trânsito, fe-
rimentos por armas brancas e de fogo, concentrando-se na faixa etária de
15 aos 49 anos. 
(Secretaria de Estado de Saúde do Amapá). 

Em relação às causas mencionadas, durante o atendimento, é importante


considerar que:
a. Nos acidentes de trânsito, suspeita-se de traumas fechados abdominais
quando se identifica no abdome a presença de distensão, hematomas,
escoriações e dor à palpação. 
b. Em caso de ferimento penetrante com objeto encravado, os cuidados du-
rante o atendimento pré-hospitalar devem estar direcionados em retirar o
objeto fixado e realizar curativo oclusivo no local. 

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c. Ferimentos por armas de fogo são considerados de baixa energia e a lesão


de entrada pode parecer pequena externamente e extensa internamente. 
d. Ferimentos por arma branca são considerados de média e de alta energia,
pois pode percorrer uma trajetória maior, lesionando mais tecidos. 

  COMEN T ÁRI
A alternativa “a” está correta. Hemorragias internas são frequentes em aciden-
tes de trânsito. Dessa forma, quando há distensão abdominal, hematoma, esco-
riação ou dor durante a palpação, deve-se suspeitar de intercorrência clínica.
A alternativa “b” está errada, pois os objetos encravados não podem ser remo-
vidos, pois, na retirada do objeto, podem agravar a hemorragia e causar novas
lesões. O objeto deve continuar fixado e o paciente deve ser encaminhado ao
centro cirúrgico, onde será removido com segurança e ele terá suporte avan-
çado de atendimento.
A alternativa “c” está errada. Lesões por arma de fogo são consideradas de
alta energia, pois são de alta velocidade e alta temperatura.
Por fim, a alternativa “d” está errada. As armas brancas fazem um trajeto menor.

57. (CESPE/2013) A respeito da assistência de enfermagem em situação de


trauma, julgue o próximo item.

Ferimentos por arma de fogo são considerados estéreis, em razão da pene-


tração do projétil com grande velocidade e calor.

Gabarito: Certo.

4.10 Objetos cravados ou encravados

Não remova corpos estranhos encravados (pedaços de vidro, facas, lascas


de madeiras, ferragens etc.). As tentativas de remoção poderão causar hemor-
ragia grave ou, ainda, lesar nervos e músculos próximos à lesão. Portanto, o
paciente deve ser encaminhado ao hospital com o objeto, para ser retirado cirur-
gicamente.

Tratamento pré-hospitalar

1. Controle a hemorragia por pressão direta;


2. Estabilize, manualmente, o objeto encravado;
3. Exponha o local do ferimento, e, se necessário, corte as vestes próximas
ao objeto a ser estabilizado;

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4. Utilize um curativo volumoso, auxiliando na estabilização, e fixe-o com fita


adesiva ou ataduras;
5. Evite a movimentação desnecessária do paciente, para que o objeto encra-
vado não se mova, agravando, assim, a lesão;
6. Previna o estado de choque;
7. Forneça apoio emocional.

Em algumas situações, será necessário o corte do objeto, para permitir um


atendimento e transporte adequados. Transporte o paciente administrando oxi-
gênio suplementar.
O socorrista deve estar atento para não restringir os movimentos respirató-
rios, exercendo pressão excessiva no tórax com as ataduras, ao fixar o objeto.

4.11 Pneumotórax hipertensivo

Entre o pulmão e a caixa torácica, existem a pleura parietal, que recobre a


parede torácica, e a visceral, que reveste o pulmão. Entre essas pleuras, há um
espaço que tem o objetivo de não gerar atrito com o movimento respiratório.
Nesse espaço, não pode haver ar. Entretanto, quando ocorrem traumas torá-
cicos, o ar invade esse espaço, causando problemas, como o pneumotórax
hipertensivo. O sangue, quando se encontra no espaço pleural, passa a ser
chamado de hemotórax. Essas alterações são graves e podem levar à insufici-
ência respiratória.
O pneumotórax hipertensivo ocorre quando há acúmulo de ar no espaço pleu-
ral e esse ar não sai da cavidade. Na medida em que o ar se acumula, a pres-
são intratorácica aumenta bruscamente, comprimindo o coração e o pulmão. A
hemorragia no interior da caixa torácica, hemotórax, também provoca compres-
são do pulmão, levando à insuficiência respiratória.

Sinais e sintomas

• Insuficiência respiratória;
• Pulso fraco;
• Desvio de traqueia contralateral;
• Hipotensão;
• Estase jugular;
• Cianose;
• Sinais de choque.

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Tratamento pré-hospitalar

1. Avalie a circulação e a respiração (simultaneamente) e proceda com as


intervenções necessárias;
2. Ministre oxigênio suplementar;
3. Monitore constantemente os sinais vitais;
4. Transporte o paciente.

EXERCÍCIOS

58. (IDECAN/2014) No Brasil, o trauma é a principal causa de morte do indivíduo


jovem. Mais de 120.000 brasileiros morrem por ano em consequência de
acidentes, e estima-se que 4 a 5 vítimas ficam com sequelas permanentes
para cada óbito. Frente a essa realidade, é fundamental que se desenvol-
vam serviços de atendimento pré-hospitalar eficazes. No exame primário,
procede-se à identificação e ao tratamento imediato das seguintes condições
ameaçadoras de vida, EXCETO:  
a. Imobilização cervical.
b. Controle da hemorragia.
c. Avaliação do estado neurológico.
d. Manutenção da via aérea e ventilação.
e. Colocação de cateter de PIC (pressão intracraniana).

  COMEN T ÁRI
A alternativa incorreta é a letra “e”.
No atendimento pré-hospitalar, não há como instalar o cateter de PIC para
avaliação da pressão intracraniana. Esse procedimento é necessário, porém,
só é feito no atendimento na UTI.
Os demais procedimentos são compatíveis com o atendimento pré-hospitalar:
imobilização cervical, controle da hemorragia, avaliação do estado neuroló-
gico e a manutenção da via aérea e ventilação.

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59. (CESGRANRIO/2010) Ao realizar um atendimento pré-hospitalar, como so-


corrista em um acidente, seja qual for, alguns cuidados devem ser obrigato-
riamente observados, EXCETO:
a. Ministrar o tratamento definitivo do choque.
b. Reconhecer lesões com risco de vida no exame primário.
c. Cuidar das vias aéreas mantendo a coluna cervical estabilizada.
d. Garantir a segurança dos socorristas e do paciente.
e. Controlar hemorragias.

  COMEN T ÁRI
A alternativa incorreta é a letra “a”. O tratamento definitivo no choque será efe-
tuado no hospital e não apenas no atendimento pré-hospitalar.
Os demais cuidados poderão ser efetuados no atendimento pré-hospitalar:
reconhecer lesões com risco de vida no exame primário, cuidar das vias aéreas
mantendo a coluna cervical estabilizada, garantir a segurança dos socorristas
e do paciente, e controlar hemorragias.

60. (PREFEITURA DO RJ/2015) No atendimento a vítima de trauma torácico


aberto, a primeira providência a ser tomada é:
a. Deitar a vítima para facilitar a respiração
b. Lavar o local com água corrente, evitando, assim, maior contaminação da
lesão
c. Ocluir a lesão com o objetivo de evitar a entrada de ar pelo ferimento
d. Elevar os membros inferiores da vítima para facilitar a circulação

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “c”. A questão nos traz o atendimento imediato
ao trauma torácico. Portanto, deve-se ter o cuidado de fazer o curativo no
local para evitar a entrada de ar no tórax, porém, devemos lembrar que não se
pode, simplesmente, ocluir a lesão de tórax por completo.
O procedimento indicado seria o curativo de três pontas, pois este permite a
saída do ar expirado pelo paciente. Se o curativo for fechado nas 4 pontas,
ocorrerá acúmulo de ar no espaço pleural, resultando num pneumotórax hiper-
tensivo. Por isso, deve-se fechar o curativo em apenas 3 pontas, para que um
lado fique livre para o ar sair.
A alternativa “a” está errada, pois deitar a vítima dificulta a sua respiração.

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A alternativa “b” está errada, porque lavar a lesão não é a primeira providência
a ser tomada.
Por fim, a alternativa “d” está errada. O paciente não está com problema cir-
culatório, mas respiratório. Elevar os membros não tem relação com o foco de
nosso atendimento.

61. (FCC/2009) Durante um conflito, um jovem é vítima de violência e agressão


interpessoal. Apresenta-se taquidispneico, com um ferimento aberto em re-
gião inframamilar esquerda. O tratamento imediato de lesão aberta no tórax,
caracterizada pela comunicação da cavidade pulmonar e meio externo, con-
siste na realização de curativo:
a. Com irrigação com soro fisiológico.
b. Compressivo.
c. De três pontas.
d. Com enfaixamento torácico.
e. Aberto.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “c”. Trata-se de um trauma torácico, apresen-
tando um pneumotórax aberto como consequência, que é a entrada de ar
nos pulmões. O curativo recomendado é o de três pontas, pois tem a função
de permitir a saída de ar da vítima e de impedir que o ar retorne quando ela
inspirar novamente. 

62. (COSEAC/2014) Na classificação dos traumatismos toracoabdominais, exis-


tem os traumas não penetrantes que são causados em sua maioria por:
a. Feridas por arma branca.
b. Quedas sobre objetos pontiagudos.
c. Ferida por projétil de arma de fogo.
d. Iatrogenia em massagem cardíaca.
e. Acidentes de veículos a motor.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”. Todas as alternativas são exemplos de trau-
mas toracoabdominais.
A questão ainda traz a diferença entre os traumas penetrantes e não penetran-
tes. As feridas por arma branca, acidentes com objetos pontiagudos e aciden-
tes por arma de fogo são todos penetrantes. Os acidentes de veículo a motor e
iatogenia na massagem cardíaca são traumas não penetrantes. Porém, as esta-
tísticas apontam que os acidentes de veículos a motor são os mais frequentes.

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63. (CILISPA/2014) Um paciente do sexo masculino, 30 anos de idade, sofreu


queda de motocicleta. Ao examinar a vítima, na cena do acidente, o socor-
rista identifica sinais de contusão em tórax, frequência ventilatória de 25ipm,
estase de jugular, pressão arterial de 100X80mmHg, bulhas cardíacas aba-
fadas, extremidades frias e cianosadas e alteração do nível de consciência.
Diante do quadro clínico é possível que a vítima apresente:
a. Tamponamento cardíaco
b. Tórax instável
c. Pneumotórax hipertensivo
d. Choque hipovolêmico

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”. O tamponamento cardíaco é secundário
a um trauma torácico e ocorre quando, entre a camada do miocárdio (parte
muscular do coração) e o pericárdio que é a camada externa que envolve o
coração, aparece uma lesão e sangramento. Esse sangramento nesse espaço
restringe o batimento cardíaco e pode gerar um choque do tipo cardiogênico.
• Considerações especiais de avaliação: geralmente ocorre após trauma
penetrante de tórax, mas pode ocorrer no trauma fechado.
Devido ao pericárdio ser uma estrutura não elástica, a hemorragia intrapericár-
dica restringe o enchimento diastólico de ambos os ventrículos. 
• Quadro clínico: o diagnóstico deve ser suspeitado em vítimas de trauma
penetrante com turgência jugular, abafamento de bulhas (sinal de difícil
avaliação no pré-hospitalar), hipotensão arterial e pulso paradoxal. O desa-
parecimento do pulso radial durante a inspiração sugere a presença do pulso
paradoxal.
Observe a imagem abaixo e verifique o acúmulo de sangue ao redor do cora-
ção, restringindo o movimento cardíaco:

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64. (CESPE/2012) Acerca do transporte de acidentados em caráter emergencial,


julgue o item a seguir. 

O transporte inadequado de um paciente com fratura na coluna vertebral


pode contribuir para que ocorra lesão medular e consequente paralisia irre-
versível.

  COMEN T ÁRI
O item está certo. O transporte adequado do paciente com lesão medular é
fundamental para minimizar os danos neurais na medula. Na prática, observa-
mos que as sequelas pioram devido ao mal-atendimento na hora do acidente
do que o próprio trauma, principalmente durante o transporte ao hospital.

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65. (CESPE/2013) Julgue o item seguinte, relativo ao atendimento inicial ao po-


litraumatizado e à avaliação de consciência no paciente em estado de coma.

A gravidade do caso e a necessidade de rapidez no atendimento não devem


impedir o estabelecimento de um vínculo adequado entre a vítima e o profis-
sional de saúde, a fim de que este transmita àquela segurança e tranquilidade.

  COMEN T ÁRI
O item está correto. Após um trauma, a vítima, além de apresentar grave situa-
ção física, apresenta também desespero emocional. O atendimento do socor-
rista deve ser integral, tendo o cuidado hemodinâmico, físico, respiratório,
além do controle de hemorragias. Contudo, é preciso lembrar de acolher esse
paciente, transmitindo segurança e tranquilidade no atendimento.

66. (CESPE/2013) Na avaliação do quadro neurológico, devem ser verificados o


tamanho das pupilas e a reação das pupilas à luz. Normalmente, as pupilas
possuem o mesmo tamanho, sendo denominadas anisocóricas.

  COMEN T ÁRI
O item está errado. Quando as pupilas estão do mesmo tamanho, são chama-
das de isocóricas. As pupilas anisocóricas ocorrem quando elas se apresen-
tam de tamanhos diferentes, sendo um sinal de lesão cerebral.

Veja o tamanho das pupilas e a avaliação do trauma:

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67. (CESPE/ADAPTADA) Considerando que o profissional atue nos cuidados de


primeiros socorros e emergências seguindo os preceitos da conduta ética,
julgue o item a seguir.

Ao examinar um acidentado, o profissional socorrista, em primeiro lugar, deve


verificar se há fratura ou qualquer tipo de lesão no corpo da vítima.

  COMEN T ÁRI
O item está errado. O atendimento de emergência deve focar, em primeiro
lugar, na avaliação da circulação e da respiração de forma simultânea. Em
seguida, deve-se garantir a abertura das vias aéreas e a ventilação. A avalia-
ção das lesões do corpo deverá ser feita em um segundo momento, não sendo
uma prioridade, conforme traz a questão.

68. (FCC/2015) No trauma de tórax, as condições de imediato risco de morte


que devem ser identificadas e tratadas na fase de avaliação inicial, são cau-
sadas, dentre outras, por:
a. Ruptura diafragmática.
b. Lesão esofágica.
c. Lesão buco-maxilar.
d. Contusão pulmonar não associada a tórax instável.
e. Pneumotórax hipertensivo.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “e”.
O pneumotórax hipertensivo se desenvolve quando o ar proveniente do(s)
pulmão(ões) ou do meio ambiente (pneumotórax traumático) passa para a
cavidade pleural, com a possibilidade de que este possa ser comprimido
devido a um mecanismo valvular.
Numa fase inicial, o colapso parcial do pulmão pode não ter sintomas. No
entanto, quando esse pulmão está bastante comprimido, ocorre quadro de
insuficiência da ventilação pulmonar, o que pode representar uma grave
ameaça para a vida.
No quadro de pneumotórax hipertensivo, o ar preso e comprimido na cavidade
pleural pode colapsar fortemente o pulmão. Quando unilateral, o pneumotórax
hipertensivo determina o desvio do mediastino para o lado oposto.

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Esse aumento da pressão intrapleural dificulta a ventilação pulmonar. Isso


ocorre devido à angulação da veia cava, pelo desvio mediastinal, que irá
diminuir o retorno venoso para o coração. Essa circulação venosa do sangue
dentro da cavidade torácica ocasionará um quadro de baixo débito cardíaco e
posterior colapso do indivíduo se não houver intervenção.
Nesses casos de pneumotórax hipertensivo, o tratamento deve ser imediato,
com descompressão torácica e colocação de dreno de tórax.

As demais alternativas não são graves, a ponto de trazer risco de vida.


Por fim, atente com a alternativa “c”: lesão buco-maxilar. Esse item seria logo
descartado porque é secundário a um trauma de face e não de tórax.

69. (CESPE/2010) O pneumotórax hipertensivo representa uma grave emergên-


cia médica, que necessita de diagnóstico e tomada de decisão rápidos. Acer-
ca dessa afecção, julgue o item  subsequente:

Do ponto de vista etiofisiopatogênico, o pneumotórax hipertensivo decorre da


ruptura da pleura (visceral, parietal ou mediastínica), que funciona com um
mecanismo do tipo válvula unidirecional, em que o ar penetra na cavidade
pleural mas não sai na expiração, levando a um incremento da pressão intra-
pleural ipsilateral à lesão.

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  COMEN T ÁRI
O item está correto. Esta questão é perfeita para resumir o pneumotórax hiper-
tensivo, comentado na questão anterior e esquematizada na imagem abaixo:

70. (CETRO/2014) É correto afirmar que pneumotórax é:


a. A presença ou o acúmulo de ar na cavidade pleural.
b. O acúmulo de sangue na cavidade pleural.
c. A presença ou o acúmulo de sangue na cavidade pericárdio.
d. O acúmulo de ar na cavidade pericárdio.
e. O acúmulo de sangue na cavidade peritoneal.

  COMEN T ÁRI
A alternativa “a” está correta. Pneumotórax é a presença de ar no espaço entre
as pleuras, que são as membranas que revestem o pulmão (visceral) e a cavi-
dade torácica (parietal).
A alternativa “b” está errada. O acúmulo de sangue na cavidade pleural chama-se
hemotórax.

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A alternativa “c” está errada. A presença ou o acúmulo de sangue na cavidade


pericárdio é denominada derrame pericárdico e pode levar a um tampona-
mento cardíaco se não for revertida.
A alternativa “d” está errada. O pneumopericárdio é definido como um acú-
mulo de ar ou gás no saco pericárdico. O pneumopericárdio hipertensivo é
uma complicação rara.
A alternativa “e” está errada. O acúmulo de líquido no peritônio (cavidade abdo-
minal) é denominado de ascite.

5.0 QUEIMADURAS

As queimaduras são tema de extrema relevância para o edital do CBM-DF.


Esse assunto com certeza será cobrado na sua prova e, para garantir esse ponto,
vamos anotar todos os detalhes e pegadinhas da banca IDECAN.
Para entender a queimadura, vale a pena rever seu resumo da aula de ana-
tomia da pele.

RESUMO
A pele é uma barreira protetora contra agentes físicos, químicos ou bacteria-
nos e é responsável pela sensação térmica, dolorosa e o tato.
Ela é composta por 2 camadas, a epiderme e a derme. Segundo o manual do
CBM-DF e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, considera-se a hipoderme,
um tecido subcutâneo, como a terceira camada da pele.
Veja a figura a seguir:

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Agora que já revisamos as camadas da pele, vamos aprender as queima-


duras.

Conceito de Queimaduras

Queimadura é uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do orga-


nismo, causada por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade ou radia-
ção. Esses agentes são capazes de produzir calor excessivo que danifica os
tecidos corporais e acarreta a morte celular.
As queimaduras podem lesar a pele, os músculos, os vasos sanguíneos, os
nervos e os ossos.

Causas

A causa das queimaduras são: térmicas, químicas, elétricas e radiação.

a) Térmicas: por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio
(objetos congelados, gelo);
b) Químicas: estão inclusos vários cáusticos, tais como substâncias ácidas
e álcalis;
c) Elétricas: materiais energizados e descargas atmosféricas; e
d) Substâncias radioativas: materiais radioativos e raios ultravioletas
(incluindo a luz solar).

5.1 Classificação, sinais e sintomas

Neste tópico, é necessário diferenciar a extensão e a profundidade da quei-


madura. Quando falamos em graus (1º, 2º, 3° e 4º), estamos nos referindo à
profundidade da área queimada. Porém, quando falamos em porcentagem da
área queimada, referimo-nos à extensão da área queimada.

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De acordo com sua profundidade, as queimaduras classificam-se em:


a) Queimadura de 1º grau: atinge somente a epiderme (camada mais super-
ficial da pele). Caracteriza-se por dor local e vermelhidão da área atingida.

Fonte: PHTLS, 7ª Ed.

Palavra-chave: hiperemia.

b) Queimadura de 2º grau: atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se por


muita dor, vermelhidão e formação de bolhas.

Fonte: PHTLS, 7ª Ed.

Palavra-chave: formação de bolhas.

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c) Queimadura de 3º grau: atinge todas as camadas de revestimento do


corpo, incluindo o tecido gorduroso, os músculos, os vasos e os nervos, podendo
chegar até os ossos. É a mais grave quanto à profundidade da lesão.
Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição das terminações nervosas,
além de perda da sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada.

 Obs.: em uma queimadura de 3º grau, a vítima geralmente queixa-se de dor nas


bordas da lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1ºgrau.

Fonte: PHTLS, 7ª Ed.

Palavra-chave: tecido de necrose (escurecida).

IMPORTANTE!
O manual de atendimento pré-hospitalar do CBM-DF apresenta as profundidades
da queimadura até o 3° grau. Porém, na literatura ainda há a lesão de 4° grau.
Portanto, é importante aprender essa pois a banca IDECAN pode vir a abordá-la.

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d) Queimadura de 4º grau: atinge a epiderme, a derme, o tecido subcutâ-


neo, os ossos, ou até os órgãos internos.

Fonte: PHTLS, 7ª Ed.

Palavra-chave: lesão de ossos e órgãos internos.

EXERCÍCIOS

71. (IBFC/2015) Uma vítima sofreu queimadura térmica, com características:


eritema, dor local e formação de bolhas. Quanto à profundidade, a vítima
apresentou lesões da epiderme e parte da derme. Esse tipo de queimadura
é denominada:
a. Queimadura de quarto grau.
b. Queimadura de terceiro grau.
c. Queimadura de segundo grau.
d. Queimadura de primeiro grau.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “c”. As áreas atingidas foram a epiderme e a
derme apenas. A questão relata a presença de bolhas, sendo característica da
lesão de 2º grau.
As demais alternativas estão erradas, pois a queimadura não poderá ser clas-
sificada como 4º grau, pois não houve lesões de órgãos internos, e nem de
3º grau, porque não houve lesão da hipoderme e nem músculos. Por fim, não
é de 1º grau, pois houve a formação de bolhas, sendo classificada, portanto,
como de 2º grau.

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72. (CONSULPLAN/HOB/2015) são características da queimadura de terceiro


grau, exceto:
a. Criação de bolhas e muita dor. 
b. Acometimento de todas as camadas da pele.  
c. Necessidade de atendimento hospitalar. 
d. Presença de placa esbranquiçada ou enegrecida. 

  COMEN T ÁRI
A alternativa incorreta é a letra “a”. As lesões por queimadura de 3º grau apre-
sentam-se graves, necessitando de atendimento hospitalar, pois elas acome-
tem todas as camadas da pele e apresentam placas esbranquiçadas ou ene-
grecidas. A criação de bolhas é característica da lesão de 2° grau, por isso a
alternativa “a” é a incorreta.

Com relação aos sinais e sintomas para classificar as lesões, vamos resumi-los
no quadro abaixo:

Profundidade da queimadura Sinais e Sintomas


• Epiderme (superficial)
1º Grau • Hiperemia e pequeno edema
• Dor
• Epiderme e parte da derme (espessura parcial)
2º Grau • Muita dor
• Áreas desnudas, úmidas, flictena e bolhas
• Epiderme, derme e epiderme (espessura total)
3º Grau • Dor relacionada às terminações nervosas
• Ferimentos espessos, secos, esbranquiçados,
• Epiderme, derme, tecido subcutâneo, ossos, ou até os órgãos
internos
4º Grau
• Indolor
• Ferimentos espessos, secos, esbranquiçados (ou mais grave)

73. (COVEST-COPSET/UFPE/2015) Uma queimadura é considerada de 2º grau


quando atinge:
a. A epiderme e ocorre edema, eritema e dor
b. A derme e ocorre edema, eritema e dor.
c. O tecido subcutâneo, músculos e ossos, com necrose de tecidos.
d. A derme e provoca eritema intenso, edema, bolhas e dor intensa.
e. O tecido subcutâneo e provoca eritema intenso e edema.

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  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. A lesão de 2º grau abrange a epiderme e a
derme. Com relação aos sinais e sintomas, apresenta presença de bolhas,
hiperemia e dor.
Na alternativa “a”, trata-se de uma queimadura de 1º grau. A alternativa “b”
apresenta a localização do 2º grau, porém os sintomas são de 1º grau. O item
“c” é uma queimadura de 4º grau, apresentando necrose e lesão de músculos
e ossos. Por fim, a alternativa “e” não pode ser considerada de 2º grau pois já
atingiu o tecido subcutâneo, sendo classificada como de 3° grau.

74. (CESPE/TJ-AC/2012) As queimaduras são classificadas em primeiro, segun-


do e terceiro grau, e o fator determinante para a classificação da queimadura
em um desses graus é a extensão da área do corpo queimada.

  COMEN T ÁRI
O item está errado. Para classificar em graus, verifica-se a profundidade
da lesão e que partes anatômicas são abrangidas. As partes queimadas
servem para quantificar a extensão da superfície corporal queimada.

IMPORTANTE!
Esta é uma importante diferenciação para as questões com relação a
queimaduras:
Profundidade → graus
Extensão → percentual

75. (CESPE/TJ-AC/2012) Embora sejam mais extensas que as de primeiro e


segundo grau, as queimaduras de terceiro grau não formam bolhas.

  COMEN T ÁRI
A questão está errada. Ao redor da lesão de 3º grau, existem lesões de segundo
grau com formações de bolhas.

76. (CESPE/TRE-BA/2010) Um mecânico executa serviços de manutenção em


um veículo que acaba de retornar de viagem. Verificando o filtro do combus-
tível, sem usar equipamento de proteção, o mecânico teve seu olho direito

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atingido por respingo de gasolina. Ao sair de debaixo do veículo, o mecânico


tocou a sua mão esquerda na tubulação quente do escapamento ficando
avermelhada e surgiram pequenas bolhas. Ajudado por um colega, foi ao
consultório médico, sendo logo medicado. Com base nessa situação, julgue
o item a seguir.

A queimadura relatada caracteriza-se como de terceiro grau.

  COMEN T ÁRI
A assertiva está errada. Essa lesão é classificada como de 2º grau, pois os
sinais e sintomas são pele avermelhada e bolhas.

77. (FUNCAB/2013) São características da queimadura de primeiro grau, EX-


CETO:
a. Hiperemia.
b. Ardência.
c. Ressecamento da pele.
d. Sangramento.
e. Calor.

  COMEN T ÁRI
A alternativa incorreta é a letra “d”. Na queimadura de 1º grau, a pele apre-
senta hiperemia, ressecamento e calor local. O sangramento não é caracterís-
tico desse tipo de lesão.

78. (PREFEITURA DO RJ/2015) No que se refere às queimaduras químicas, é


correto afirmar:
a. As lesões de 3º e 4º graus são as mais dolorosas por serem mais graves
b. O atendimento inicial deverá ser lavar o local afetado abundantemente
com água corrente
c. Deve-se furar as bolhas e retirar o tecido necrosado do local da lesão para
evitar sequelas
d. A área corporal afetada não tem relevância na avaliação da gravidade des-
se tipo de lesão

  COMEN T ÁRI
A alternativa “a” está errada, pois as queimaduras de 3º e 4º graus podem ser
indolores devido à lesão das terminações nervosas.

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A alternativa “b” está correta, pois no atendimento inicial, deve-se incluir a


lavagem do local para retirar o produto que está queimando a pele.
A alternativa “c” está incorreta porque as bolhas não devem ser furadas. Deve-
-se aguardar a reabsorção da secreção. Quando há rompimento das bolhas,
pode-se desencadear um processo de infecção local.
A alternativa “d” está incorreta, pois a extensão da área corporal tem muita
relevância para definir a gravidade da lesão.

79. (NUCEPE/2015) Na emergência de um hospital, um adulto deu entrada ví-


tima de queimadura por água quente. No exame físico, apresenta eritema,
edema, flictemas e dor na região da perna. De acordo com o exame físico
qual a classificação da queimadura desse paciente:
a. 1º grau.
b. 2º grau.
c. 3º grau.
d. 4º grau.
e. Indefinida por causa do flictema.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”. A presença do flictena (bolha) é a palavra-
-chave para classificação da queimadura de 2º grau.

5.2 Classificação da Queimadura Pela Extensão

De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens com a uti-


lização da regra dos nove que permitem estimar a superfície corporal total quei-
mada (SCTQ).
Nesse caso, analisamos somente o percentual da área corpórea atingida pela
lesão, sem considerar sua profundidade (seus graus).
A regra dos nove divide o corpo do adulto em doze regiões: onze delas equi-
valem a 9% cada uma; e a última (região genital) equivale a 1%.

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As crianças recebem uma porcentagem específica, conforme segue:

Com relação ao percentual na criança, há divergência na literatura com rela-


ção a outros valores que não estão nesta figura. Porém, as questões de concurso
estão mais focadas na extensão da queimadura do adulto. A imagem acima foi
retirada da cartilha do Ministério da Saúde de queimaduras.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_tratamento_emergencia_queimaduras.pdf

EXERCÍCIOS

80. (IDECAN/CNEN/2014) “Paciente adulto sofreu queimaduras elétricas de


segundo e terceiro graus em membros superior e inferior total esquerdo e
genitália.” Segundo a regra dos nove, qual a porcentagem da extensão da
queimadura?
a. 9%.
b. 13,5%.
c. 18%.
d. 28%.
e. 30%.

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  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. Para a análise da questão, é necessário
conhecer a regra dos nove para fazer a soma das áreas atingidas.

Primeiramente, trata-se de um paciente adulto. Vamos nos atentar para as


áreas queimadas: membros superior e inferior total esquerdo e genitália.
MSE: 9%
MIE: 18%
Genitália: 1%
9+18+1= 28%

81. (FUNDAÇÂO SOUSANDRADE/2010) Um homem de 42 anos foi vítima de


um incêndio em que sofreu queimaduras no tórax posterior e em todo o mem-
bro (superior e inferior) esquerdo. De acordo com a regra dos nove, o percen-
tual da superfície corporal atingida desse paciente é de aproximadamente:
a. 45%.
b. 36%.
c. 54%.
d. 63%.
e. 72%.

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  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”. Fazendo os cálculos, temos:
Tórax posterior: 18%
Membro superior esquerdo: 9%
Membro inferior esquerdo:18%
Total= 18+ 9+18= 45%

5.3 Gravidade das queimaduras

A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes aspectos:

• Grau da queimadura (3 e 4º grau);


• Percentagem da SCTQ (>10% em criança e > 20% em adultos);
• Localização da queimadura (áreas nobres);
• Complicações que a acompanham;
• Idade da vítima; e
• Enfermidades anteriores da vítima.

IMPORTANTE!
Queimaduras graves:
• Extensão >20 % em adultos e >10% em crianças;
• Idade < 3 anos e >50 anos;
• Lesão inalatória ou tórax;
• Politrauma e doenças prévias associadas;
• Queimadura química;
• Trauma elétrico;
• Áreas nobres: olhos, orelhas, face, pescoço, articulações, órgãos genitais,
ossos, músculos e nervos;
• Violência/ maus tratos; e
• Queimadura elétrica ou química.

82. (FGV/TJ-AM/2013) De acordo com a orientação do Ministério da Saúde, para


situações de urgência e emergência que envolvem vítimas de queimaduras,
os critérios de transferência de pacientes para Unidades de Tratamento de
Queimados - UTQ, estão listados a seguir, à exceção de um. Assinale- o.

a. Queimaduras de 1° grau, maiores do que 20% da Superfície Corpórea


Queimada - SCQ em adultos.

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b. Queimaduras de 2° grau, maiores do que 10% da SCQ em crianças ou


maiores de 50 anos.
c. Lesões na face, nos olhos, no períneo, nas mãos, nos pés e em grandes
articulações.
d. Lesão inalatória ou lesão circunferencial de tórax ou de membros.

  COMEN T ÁRI
A alternativa “a” está errada porque a queimadura de 1º grau não é conside-
rada grave.

Vamos analisar os critérios de transferência de pacientes para unidades de


tratamento de queimaduras, segundo o Ministério da Saúde:
1. Queimaduras de 2° grau em áreas maiores do que 20% da SCQ em adultos;  
2. Queimaduras de 2° grau maiores do que 10% da SCQ em crianças ou maio-
res de 50 anos;
3. Queimaduras de 3° grau em qualquer extensão;
4. Lesões na face, nos olhos, no períneo, nas mãos, nos pés e em grandes
articulações;
5. Queimadura elétrica;  
6. Queimadura química; 
7. Lesão inalatória ou lesão circunferencial de tórax ou de membros;  
8. Doenças associadas, tentativa de autoextermínio (suicídio), politrauma,
maus-tratos ou situações sociais adversas. 

Regiões Adulto Criança/lactente (de acordo com o Manual do CBM-DF)

Região Adulto Criança/ Lactente


Cabeça e Pescoço 9% 18%
MMSS 9% cada 9% cada
Tronco Anterior 18% 18%
Tronco posterior 18% 18%
MMII 18% cada 14% cada
Genitais 1% ------
Total 100% 100%

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83. (FUNDEP/2015) As lesões por queimadura resultam da transferência de


energia de uma fonte de calor para o corpo. Sua gravidade é determinada
por extensão, profundidade e agente causador.
a. A escaldadura resulta normalmente em uma queimadura de espessura
muito profunda e ocasiona as queimaduras de terceiro grau.
b. Uma queimadura térmica que apresenta como sinais e sintomas eritema,
dor local e formação de bolhas atingiu a epiderme e a derme, e deve ser
classificada como queimadura de segundo grau.
c. As queimaduras químicas e elétricas são de pouca gravidade e geralmen-
te não são profundas. Atingem a epiderme e devem ser classificadas como
queimaduras de primeiro grau.
d. A queimadura de terceiro grau é de espessura total, é dolorosa e tem indi-
cação de cirurgia plástica com enxertia.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”. A queimadura térmica é causada pelo aumento
de temperatura, provocada por fontes de calor, como o fogo, líquidos ferventes,
vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao sol. Geralmente causa
eritema, dor e bolhas com acometimento de epiderme e derme. As bolhas são
a característica chave para considerar a lesão como de 2º grau.
A alternativa “a” está errada A escaldadura, que é uma queimadura feita com
líquido muito quente, normalmente apresenta-se como 1° ou 2° grau. É a prin-
cipal causa de queimadura em menores de 5 anos.
A alternativa “c” está errada. As queimaduras elétricas e químicas são de alta
gravidade. Vamos explicá-las:

• Queimaduras químicas: são provocadas por substância química em con-


tato com a pele ou até mesmo através das roupas.

A ingestão de soda cáustica continua sendo a maior fonte de queimaduras quí-


micas em crianças. As pequenas pilhas, as baterias de relógios e de aparelhos
eletrônicos representam perigo por possuir conteúdo corrosivo.

• Queimaduras por eletricidade: são provocadas por descargas elétricas.

Os acidentes por fios e aparelhos elétricos acometem mais as crianças meno-


res de 5 anos. Também são vítimas os adolescentes que, ao empinar ou retirar
pipas da rede elétrica, entram em contato com fios de alta tensão.

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1.4 Queimadura química

Atendimento pré-hospitalar:
• Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das roupas
antes de lavar o local;
• Lave o local queimado com água limpa corrente, por, no mínimo, 15 minu-
tos. Use EPIs apropriados;
• Cubra com curativo estéril toda a área de lesão;
• Previna o choque e transporte o paciente, monitorando-o;
• Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico;
• Se a lesão for nos olhos, lave-os bem, por, no mínimo, 15 minutos, com
água corrente e depois cubra com curativo úmido estéril. Volte a umedecer
o curativo a cada 5 minutos.

1.5 Queimaduras elétricas

Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada
respiratória ou cardiorrespiratória, danos no sistema nervoso central e lesões em
órgãos internos.

Atendimento pré-hospitalar:
• Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética local;
• Realize a avaliação inicial e, se necessário, inicie manobras de reanimação;
• Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de entrada
e um de saída da fonte de energia);
• Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas;
• Previna o choque e conduza o paciente com monitoramento constante ao
hospital.

Vamos entender a diferença das queimaduras maiores e menores pela clas-


sificação do Manual do CBM-DF de atendimento pré-hospitalar.

Queimaduras menores

São aquelas de 1º e 2º graus que afetam uma pequena área do corpo, sem
comprometimento de áreas críticas como: o sistema respiratório, a face, as mãos
e os pés, os genitais e as nádegas.

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Queimaduras maiores

São quaisquer queimaduras de 3º grau ou que envolvam grande área corpo-


ral ou áreas críticas.
Exemplos: queimaduras complicadas por lesões no sistema respiratório ou
por outras lesões do tipo fratura e queimaduras de 1º, 2º e/ou 3º graus na face,
mãos, pés, genitais ou nádegas.

2.7 Tratamento

a) Pré-hospitalar
Vamos resumir as ações imediatas para o atendimento pré-hospitalar do
paciente queimado:
• Interromper o processo de queimadura, remover roupas e joias;
• Cobrir as lesões com tecido limpo;
• O2 a 100%, se intoxicação por monóxido de carbono;
• Expor a área queimada;
• Avaliar via aérea;
• Controle de diurese em área corporal superior a 20% em adultos e 10% em
crianças;
• Limpar a ferida com água e clorexidina degermante a 2% ou água e sabão; e
• Cabeceira elevada.

b) Tratamento hospitalar
• Indicar o uso da vacina antitetânica;
• Sulfadiazina de prata a 1% como antimicrobiano tópico;
• Controle de diurese por sonda vesical de demora;
• Escarotomia ou fasciotomia para evitar retração cicatricial e síndrome de
compartimento.

Agora, vamos detalhar o tratamento por tipo de gravidade no atendimento


pré-hospitalar.

Queimaduras menores (por causas térmicas)

• Exponha o local da lesão e resfrie a área queimada com água fria ou use
água corrente por vários minutos para resfriar o local. É importante sub-
mergir a área queimada;
• Cubra o ferimento com um curativo úmido solto (estéril);
• Retire anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos etc.;
• Conduza a vítima e transmita calma.

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Queimaduras maiores (causas térmicas)

• Inicialmente, elimine o agente causador da lesão (se for fogo na roupa, use
a técnica do PARE, DEITE e ROLE, ou utilize uma manta para extinguir o
fogo por abafamento);
• Avalie a vítima e mantenha as VA permeáveis, observando a frequência e
qualidade da respiração;
• Não retire os tecidos aderidos à pele, deve-se apenas recortar as partes
soltas que se encontram sobre as áreas queimadas;
• Cubra toda a área queimada;
• Aplique curativo estéril;
• Não obstrua a boca ou o nariz;
• Não aplique nenhum creme ou pomada;
• Providencie cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-os
com curativo estéril úmido;
• Cuidado para não juntar dedos ou extremidades queimadas, separando-os
por meio de curativos estéreis;
• Previna o choque e transporte o paciente.

84. (FCC/TRT 3ª/2015) No atendimento a uma vítima de trauma com queimadura


de face e presença de fuligem em escarro, o procedimento prioritário inclui:
a. Realizar a limpeza da face com soro fisiológico gelado.
b. Providenciar o curativo local da face com hidrocoloide.
c. Avaliar a extensão da queimadura aplicando curativo oclusivo com poma-
da antibiótica.
d. Efetuar a abertura da via aérea mantendo a permeabilidade.
e. Instalar infusão de soroterapia como medida de prevenção da extensão da
queimadura

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. Queimadura em face é considerada grave,
principalmente pelo risco de queimadura das vias áreas. No caso descrito na
questão, o paciente apresenta fuligem no escaro, representando lesão nas
vias áreas. Nesse caso, o cuidado prioritário é efetuar a abertura das vias
aéreas mantendo a permeabilidade.

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85. (FCC/TRT 3° REGIÃO/2015/ADAPTADA) No atendimento de emergência a


um paciente vítima de queimadura, o socorrista deve saber que a:
a. Expectoração carbonácea e chamuscamento das vibrissas são alguns dos
sinais de queimadura das vias urinárias
b. Temperatura do ambiente deve ficar em torno de 20 °C para estabilizar a
hipertermia causada pela queimadura. 
c. Profilaxia antitetânica com a vacina dT é contraindicada pois a queimadura
causa imunossupressão. 
d. Queimadura de primeiro grau compreende lesões da epiderme, derme,
hipoderme, músculos e tendões.
e. Queimadura elétrica predispõe a arritmias sendo necessário o monitora-
mento dos parâmetros vitais.

  COMEN T ÁRI
A alternativa “a” está errada, pois a presença de expectoração carbonácea e
chamuscamento das vibrissas representa queimadura das vias aéreas.
A alternativa “b” está errada, pois a temperatura do ambiente pré-hospitalar
não pode ser modificada, sendo normalmente a temperatura ambiente.

Vamos aprofundar um pouco e entender os efeitos da temperatura


ambiente no paciente queimado:

“A temperatura ambiente tem importante efeito na taxa metabólica do paciente


queimado. Pacientes com área total de superfície queimada acima de 44%
demonstra temperatura ambiente termoneutra de 28 a 32º C e tem taxa meta-
bólica 1,5 vez maior que o paciente não queimado. Em temperatura ambiente,
por volta de 22 a 28º C, ocorre aumento do metabolismo, o que indica que
baixas temperaturas devem ser evitadas”.
A alternativa “c” está errada porque vacina antitetânica é indicada no caso de
queimaduras.
A alternativa “d” está errada, pois trata-se da descrição de uma queimadura de
3º grau, envolvendo todas as camadas da pele.
Por fim, a alternativa “e” está correta. Como visto na teoria, a queimadura elé-
trica predispõe a arritmias cardíacas.

86. (CESPE/TJ-AC/2012) O uso de água corrente limpa sobre a queimadura,


por, pelo menos, cinco minutos, serve como medida a ser adotada para todas
as queimaduras, pois a água resfria a pele e alivia a dor.

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  COMEN T ÁRI
Esta questão está correta, porém vale ressaltar que, nas queimaduras quími-
cas, antes de lavar o local, o produto deve ser retirado ao máximo.

No manual do CBM-DF, ele utiliza o tempo de 15 min para lavar o local com
água limpa e corrente. Mas a banca considerou correto os 5 minutos.
Vamos revisar: limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e
das roupas antes de lavar o local.

87. (CESPE/TJ-AC/2012) No socorro à vítima com a roupa em chamas, deve-se


abafar o fogo com um pano ou toalha e depois, se possível, tirar-lhe as roupas
queimadas, pois elas podem aderir ao corpo.

  COMEN T ÁRI
A questão está correta. Porém, é necessário reforçar a seguinte informação:
as roupas devem ser removidas antes de aderirem ao corpo, e, caso estejam
aderidas, não é para forçar e retirar, de modo evitar lesões. O paciente será
encaminhado ao hospital para remoção do tecido aderido.

88. (BIORIO/2015) A gravidade das queimaduras é considerada moderada quan-


do apresenta:
a. Espessura total de 2 a 10%.
b. Localização na genitália.
c. Idade> de 60 anos.
d. Traumatismos associados.
e. Doenças metabólicas.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “a”. Considerando os dados que consideram o
agravamento da queimadura, a única que não consta na lista é a alternativa
“a” (espessura total de 2 a 10%).
Vamos revisar?
1. Queimaduras de 2° grau em áreas maiores do que 20% da SCQ em adultos.  
2. Queimaduras de 2° grau maiores do que 10% da SCQ em crianças ou maio-
res de 50 anos. 
3. Queimaduras de 3° grau em qualquer extensão.

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4. Lesões na face, nos olhos, no períneo, nas mãos, nos pés e em grandes
articulações.
5. Queimadura elétrica.   
6. Queimadura química. 
7. Lesão inalatória ou lesão circunferencial de tórax ou de membros.   
8. Doenças associadas, tentativa de autoextermínio (suicídio), politrauma,
maus-tratos ou situações sociais adversas. 

RESUMO

As queimaduras de 1º grau (queimadura solar) são dolorosas e duram de 48


a 72 horas sem comprometimento hemodinâmico. Não justificam internamentos.
As queimaduras de 2º grau podem ser superficiais ou profundas conforme
atinjam apenas a epiderme e o terço superior da derme, evoluindo geralmente
de forma benigna, com formação de bolhas dolorosas e resolução em torno de
14 dias. Quando acomete a parte profunda da derme, embora haja preservação
dos folículos pilosos e glândulas sudoríparas, gera uma expectativa de reepiteli-
zação que é prolongada, tornando precário o resultado estético.
Na queimadura de 3º grau, a pele é geralmente destruída (epiderme e derme),
com danos profundos, levando à alteração hemodinâmica na dependência da
Área Total de Superfície Corporal Queimada (ATSQ), necessitando de trata-
mento com intervenção cirúrgica para aproximação das bordas das feridas ou
de enxertia cutânea.
Há casos em que a queimadura, além da derme e epiderme, acomete fáscia,
músculos, tendões, articulações, ossos e cavidades. Esta é gravíssima e pode
receber denominação de 4º grau.
Existem várias classificações para o cálculo da Área Total de Superfície Cor-
poral Queimada (ATSQ), entretanto, a Regra dos Nove de Wallace (soma aritmé-
tica das áreas queimadas) é a mais utilizada. Vejamos:

RESUMO

Regra dos Nove de Wallace


Cabeça e pescoço 9%
Extremidades Superiores 9%
Região anterior do tronco 18%
Região posterior do tronco 18%
Extremidades inferiores 18%
Períneo 1%

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Danos Respiratórios e Queimadura Inalatória

O dano pulmonar provocado pela queimadura resulta de trauma direto, do


processo inflamatório desencadeado pelo trauma, pelo aumento do líquido extra
vascular pulmonar e pela inalação do ar superaquecido.
A presença de inalação de fumaça contribui para aumento de mortalidade.
Uma breve exposição da epiglote ou laringe ao ar seco, com temperatura de
300ºC ou vapor com temperatura de 100ºC, provoca maciço edema e rápida
obstrução das vias aéreas.
Na criança, resulta em macroglossia, epiglotite, laringotraquite e bronquite.
Como consequência imediata, ocorre asfixia pela inalação de monóxido de car-
bono (CO) e Cianeto, diminuição das trocas gasosas pelo edema, diminuição da
complacência pulmonar e torácica e aumento da resistência vascular pulmonar.

89. (CISLIPA/2014) Uma vítima que sofreu queimaduras em tórax anterior, ab-
dômen anterior e perna direita anterior e posterior; qual o total da extensão
da área queimada:
a. 38%.
b. 36%.
c. 30%.
d. 28%.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “b”.
Tórax e abdômen = 18%
Perna direita= 18%
18 +18=36%

90. (IBFC/ 2015) As queimaduras são lesões traumáticas causadas por agen-
tes térmicos, elétricos, químicos ou radioativos. A queimadura pode ser
classificada por extensão ou grau, sendo a de primeiro grau considerada
leve, segundo grau pode ser superficial ou profunda e de terceiro grau é
a mais grave. Sobre as queimaduras, analise as sentenças abaixo e dê
valores verdadeira (V) ou falsa (F).

A seguir assinale, a alternativa que contém a sequência correta, de cima para


baixo:
(  ) A queimadura de primeiro grau apresenta uma pele rosada ou aver-
melhada, com edema discreto que diminui rapidamente. 

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(  ) A queimadura de primeiro grau apresenta uma pele rosada ou aver-


melhada e a dor pode durar até 48h. 
(  ) A queimadura de segundo grau apresenta uma pele rosada ou aver-
melhada com formação de vesículas e é uma lesão úmida e dolorida.

a. V,V,F.
b. F,F,V.
c. F,F,F.
d. V,V,V.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. Todas as alternativas estão corretas, a 1ª e a
2ª referem-se à queimadura de 1º grau, e a terceira alternativa trata da lesão
de 2º grau e usou o termo vesícula no lugar de bolha.

91. (CESPE/CBM-DF/2011) Acerca dos procedimentos relacionados a primei-


ros socorros, julgue os itens subsequentes. 

Queimaduras, lesões provocadas pela exposição a temperatura elevada ou


muito baixa, podem atingir graves proporções, com perigo para a vida ou
para a integridade da pessoa, dependendo de sua localização, extensão e
grau de profundidade com que acomete tecidos epitelial, muscular e ósseo.

  COMEN T ÁRI
O item está correto. O CESPE trouxe o conceito de queimadura, que é exposição
à temperatura elevada ou muito baixa. Além disso, mostrou que sua gravidade
depende da localização (áreas nobres são mais graves), da extensão (quanto
maior a superfície corporal queimada, mais grave a queimadura) e do grau de
profundidade (quanto mais profunda a queimadura, mais grave ela será).

92. (CESPE/CBM-DF/2011) Queimaduras são feridas produzidas por calor, lí-


quidos cáusticos ou gases irritantes, que implicam grande risco de infecção.

  COMEN T ÁRI
O item está certo. A banca trouxe o conceito de queimaduras como feridas
produzidas por calor, líquidos tóxicos (queimaduras químicas) ou gases. Além
disso, mostrou que a queimadura aumenta o risco de infecção, e isso ocorre
devido à quebra da barreira de proteção da pele.

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93. (CESPE/CBM-DF/2011) As queimaduras são avaliadas segundo sua exten-


são, localização e profundidade, e somente são consideradas como infecta-
das aquelas de grande extensão e de terceiro grau.

  COMEN T ÁRI
O item está errado. O diagnóstico de infecção não tem relação com a extensão
ou profundidade, mas com a presença de microrganismos que penetram pela
ferida da queimadura e se multiplicam, trazendo complicações, como febre
e secreção purulenta no local. A questão relacionou a extensão e a profundi-
dade com a infecção, sendo que queimaduras pequenas podem apresentar
infecção também. Isso depende do cuidado higiênico com o local e condições
de cicatrização de feridas e imunidade do paciente.

94. (CESPE/CBM-DF/2011) São queimaduras de segundo grau aquelas que


causem eritema ou vermelhidão e também bolhas. O cuidado imediato reco-
mendado para esse tipo de queimadura consiste em esfriar e lavar a parte
afetada com água da torneira, depois friccioná-la, para arrebentar as bolhas,
e, por fim, cobrir a ferida com gaze esterilizada.

  COMEN T ÁRI
O item está errado. A primeira parte da questão, em que define a queimadura
de 2º grau, está correta. Porém, em relação à segunda parte, a questão tor-
nou-se incorreta, pois o cuidado imediato não consiste em romper as bolhas,
porque este procedimento aumenta o risco de infecção.

95. (FUNCAB/2013) Ao atender criança de dois anos, vítima de queimadura, a


enfermeira aplica a regra dos nove para calcular a extensão da área. A região
da cabeça e pescoço de uma criança corresponde a:
a. 3%.
b. 9%.
c. 18%.
d. 40%.
e. 45%.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “c”.
Cabeça da criança= 18%

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Vamos revisar a tabela da extensão da queimadura em crianças e em adul-


tos, de acordo com o manual do CBM- DF:

Regiões Adulto Criança/lactente (Manual do CBM DF)

Região Adulto Criança/ Lactente


Cabeça e Pescoço 9% 18%
MMSS 9% cada 9% cada
Tronco Anterior 18% 18%
Tronco posterior 18% 18%
MMII 18% cada 14% cada
Genitais 1% ------
Total 100% 100%

96. (CESPE/2016) Os tipos de queimaduras incluem a queimadura de:


a. Terceiro grau, caracterizada pela presença de bolhas na pele.
b. Primeiro grau, caracterizada por eritema — pele avermelhada.
c. Quarto grau, caracterizada pela presença de necrose e de bolhas.
d. Quinto grau, caracterizada por carbonização.
e. Segundo grau, caracterizada pela perda de tecidos moles — pele e músculos.

  COMEN T ÁRI
A alternativa “b” está correta: queimadura de 1° grau: hiperemia ou eritema
Vamos analisar os demais itens:
A alternativa “a” está errada. As bolhas nos remetem à queimadura 2° grau.
A alternativa “c” está errada. A queimadura de 4º grau atinge tecidos e órgãos.
A alternativa “d” está errada, pois queimadura de 5º grau não existe.
Por fim, a alternativa “e” está errada, pois lesões em músculos e pele são
características da queimadura de 3° grau

97. (CEC/2014/ADAPTADA) Para dar início ao tratamento, deve-se levar em


consideração a localização e profundidade da lesão, a extensão da lesão, a
presença de edemas e o tipo de queimadura (térmica, elétrica ou química).
As queimaduras elétricas apresentam características especiais e grandes
complicações, pois a passagem da corrente sob a pele pode danificar outras
estruturas (músculos, nervos e vasos), podendo ser difícil prever a extensão
dos danos e o prognóstico.

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  COMEN T ÁRI
O item está correto. Este é um ótimo resumo da avaliação da queimadura e
detalhamento da queimadura elétrica.

98. (CESPE/2011) Acerca dos procedimentos relacionados a primeiros socorros,


julgue o item subsequente.

Queimaduras, lesões provocadas pela exposição a temperatura elevada ou


muito baixa, podem atingir graves proporções, com perigo para a vida ou
para a integridade da pessoa, dependendo de sua localização, extensão e
grau de profundidade com que acomete tecidos epitelial, muscular e ósseo.

  COMEN T ÁRI
O item está certo. Observe um detalhe importante nesta questão, pois as tem-
peraturas muito baixas também podem causar queimaduras.

99. (UFPB/2012) O paciente queimado vem apresentando uma diminuição de


sua morbidade e mortalidade, devido a iniciativas de prevenção e melhorias
na abordagem clínica de queimaduras graves. Considerando a conduta ade-
quada para esses casos, julgue o procedimento abaixo:

Identificação dos efeitos sistêmicos da queimadura.

  COMEN T ÁRI
A questão está correta. Devem ser avaliados não apenas os efeitos locais da
queimadura, mas também os aspectos sistêmicos decorrentes dessa intercor-
rência. Podemos citar como efeitos sistêmicos da queimadura: aumento do
risco de infecção generalizada (sepse) e desidratação por perda exagerada
de líquidos. Quando a queimadura é extensa, essa desidratação pode evoluir
para o choque hipovolêmico (por perda de líquidos).

100. (IDHTEC/2016) Caracterizam queimaduras de 3º grau, EXCETO:


a. Ocorre destruição da pele.
b. Cor variável.
c. Dor intensa.
d. Superfície seca.
e. Exposição de tecido gorduroso.

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  COMEN T ÁRI
A alternativa incorreta é a letra “c”. A queimadura de terceiro grau apresenta
lesão de nervos e, dessa forma, não apresenta quadro de dor.

RESUMO DA QUEIMADURA DE 3º GRAU:

Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo, incluindo o


tecido gorduroso, os músculos, os vasos e os nervos, podendo chegar até os
ossos. É a mais grave quanto à profundidade da lesão. Caracteriza-se por pouca
dor, devido à destruição das terminações nervosas e da sensibilidade, e à pele
seca, dura e escurecida ou esbranquiçada.

101. (FGV/2016) Ao socorrer uma vítima de queimadura térmica, a conduta ini-


cial deve ser:
a) Aplicar gelo no local.
b) Cobrir o local com um saco plástico.
c) Aplicar borra de café no local.
d) Lavar o local com água corrente.
e) Cobrir o local com pomada antibacteriana.

  COMEN T ÁRI
A alternativa correta é a letra “d”. Lavar o local com água corrente deve ser
a primeira medida diante de uma queimadura. Não se esqueça que, caso a
queimadura seja química, deverá ser retirado todo o produto antes de lavar a
área queimada.

Finalmente, conseguimos terminar o seu edital! Espero que você tenha gos-
tado do conteúdo que preparei com muito carinho. Desejo que você consiga
gabaritar esta matéria em sua prova. Bons estudos!
Não se esqueça: sonhar sem ação é apenas uma ilusão, então estude e faça
a sua parte para que o seu sonho de ser servidor do CBM-DF seja uma realidade.

Fernanda Barboza

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