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Pesquisa e Edição
Kissyan Castro
Copyright © 2019 by Kissyan Castro
Edições ABCL
Castro, Kissyan.
CDD 921
CDU 929:82
NÓTULA DO EDITOR
Kissyan Castro
o n
n Isaac Martins
(1854-1898)
n
SUMÁRIO
OS PRIMEIROS ANOS/7
FORMAÇÃO E MAGISTRATURA/13
A “SOCIEDADE LIBERTADORA 28 DE JULHO”/19
ISAAC MARTINS E A OBRA EDUCACIONAL/21
A TRAJETÓRIA POLÍTICA/25
A ADESÃO À REPÚBLICA E A
FUNDAÇÃO DO JORNAL “O NORTE”/28
A VIAGEM AO RIO DE JANEIRO/32
ISAAC MARTINS E BELFORT VIEIRA/37
OS ÚLTIMOS ANOS/39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA/41
CRÉDITOS DAS IMAGENS/41
SOBRE O AUTOR/42
Editorial
OS PRIMEIROS ANOS
***
O Juiz de Direito de
Pastos Bons, Dr. Dias Carneiro,
processou o pai de Isaac Martins
que, não obstante ter provando a
improcedência das acusações, foi
obrigado a pagar exorbitante multa.
Muitos atribuem o caso a
consequências de sua deserção do
Partido Conservador.
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FORMAÇÃO E MAGISTRATURA
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mente os dois obstáculos que encontrariam para a
educação e instrução de seus filhos, e que tanto mal
faziam ao país, à sociedade e à humanidade – o amor
desordenado ao dinheiro e o receio de separarem-se
dos filhos.
Isaac tinha em vista associar a sua ação à de mais
alguns amigos da localidade e oferecer ao público um
perfeito estabelecimento de educação primária, e em
que se ensinasse também alguns preparatórios como
francês, geografia, história, geometria, aritmética, etc.
Até maio de 1883, o Colégio ainda não dispunha
de espaço físico próprio, com as acomodações neces-
sárias, tendo de funcionar provisoriamente nas
dependências da casa de Isaac Martins. Somente no dia
6 de janeiro de 1884, foi solenemente inaugurada a
sede própria do “Colégio Popular”.
O Colégio funcionava regularmente de acordo
com o regímen e programas adiantados dos colégios
dos centros populosos. O ensino letivo se dividia em
primário e secundário. O curso primário limitava-se às
primeiras letras, porém confiado a um professor de
reconhecida competência. O curso secundário abran-
gia todas as matérias ou preparatórios que constituíam
o objeto de matrícula para quaisquer Academias ou
Faculdades do Império. O francês e o Inglês eram
ensinados na prática. Compunha o corpo docente da
entidade, entre outros, os professores João Praxedes
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de Montalvão, Francisco de Melo Albuquerque e Ma-
noel Tavares, que, a convite de Isaac Martins, viera de
Pernambuco para lecionar no colégio, tendo desem-
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barcado em São Luís a 18 de dezembro de 1883 .
O edifício em que funcionava o estabelecimento
oferecia as melhores proporções sanitárias e o clima da
localidade era incontestavelmente ameno. Quanto aos
preços das mensalidades, não podiam ser levados à
maior comodidade. As vantagens do Colégio Popular
estavam implicitamente discutidas em suas condições,
cuja confirmação apelava o Diretor para aqueles que já
lhe fizeram a honra de visitar o seu colégio.
O Diretor, visando melhorar o seu programa,
criou ainda escolas de artes, música e desenho. Os
exercícios de natação e ginástica eram observados
todos os dias, com a precisa regularidade.
O Colégio Popular era a sede da sociedade “Au-
xiliadora”. Em um de seus salões funcionavam as
conferências públicas da mesma. O ensino era comple-
tamente gratuito para todos os meninos pobres e
mesmo para todos os moradores da vila, enquanto se
limitassem ao estudo da língua e gramática portu-
guesa. Pelos alunos internos recebia-se uma módica
contribuição que não excedia a vinte e cinco mil réis
(25$000) e podiam usufruir de cômodos confortáveis,
comida, ensino, roupa lavada e gomada.
12 Pacotilha, 18.dez.1883.
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A TRAJETÓRIA POLÍTICA
24 Dr. José Izidoro Martins Júnior, poeta e magistrado, foi o fundador, em 1886, do
Centro Republicano de Pernambuco, o qual por muitos anos presidiu. Em 1889, ano
da Proclamação da República, o Centro contava com 150 sócios, em sua maioria
eleitores.
25 ABRANCHES, Dunshee. A Esfinge do Grajaú. São Luís: ALUMAR, 2ª ed., pp.
189-190.
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qual lhe foi concedido no dia 12 de outubro daquele
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ano . Embarca em São Luís, rumo à capital do Império,
no dia 9 de novembro de 1889, em companhia do Dr.
José Bernardo de Sousa Brito.
Por ocasião do golpe de Estado de Deodoro, que
proclamou a República, a 15 de novembro de 1889,
estava Isaac Martins em Recife, avistando-se com o Dr.
Martins Júnior, seu íntimo e inseparável amigo, desde
os bancos acadêmicos. No dia seguinte, logo pela
manhã, embarca no paquete nacional “Pernambuco”
com destino ao Rio de Janeiro. Rememorando esse
trajeto, Abranches diz que “Isaac regressava triun-
fante de sua excursão a terra, acompanhado por aquele
colega e numerosos republicanos. E, reunidos todos no
convés, trocavam saudações entusiásticas e erguiam
seguidos vivas à República. E, daí por diante, tornava-
se o modesto chefe democrático dos sertões mara-
nhenses, o centro das zumbaias daqueles que, dias
antes, o fustigavam com alusões ferinas e baixos
gracejos”.
No entanto, logo ao saltar no Rio, em 22 de no-
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vembro , “batera em diversas portas dos membros do
Governo e dificilmente conseguira abrir duas ou três
que, para não mentir, quase não lhe deram a devida
atenção”, reitera Abranches. Nem mesmo Quintino
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OS ÚLTIMOS ANOS
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Luís, atendendo a um pedido formulado pela “Revista
Maranhense”, na pessoa do poeta grajauense Sousa
Bispo, seu extremoso admirador e biógrafo.
Em 2 de abril de 1902, foi fundado, em Barra do
Corda, sob a direção de João B. Moreira Ferraz e
Melquíades Moreira Ferraz, o externato “Isaac Mar-
tins”, no qual eram lecionadas as matérias indispen-
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sáveis à instrução primária .
Isaac Martins é hoje nome de uma das principais
ruas do centro de Barra do Corda; é também patrono da
cadeira nº 12 da Academia Barra-Cordense de Letras,
fundada pelo jornalista Nonato Cruz.
32 Pacotilha, 26.abr.1902.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
33 Não constam deste rol a relação dos periódicos já citados nas referências
marginais.
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KISSYAN CASTRO nasceu em Barra do Corda, Ma-
ranhão, no dia 23 de dezembro de 1979. Desde cedo, levado
por necessidades de ordem econômica, deixa sua província
natal e se lança pelo mundo, incursionando no Pará, Brasília
e Tocantins. Aí, aos vinte anos de idade, começa a produzir
seus primeiros poemas. Junta-se a três jovens poetas e cria o
grupo “Fênix”, resultando na publicação conjunta do livro
“Sete Amores Em Um Só” (Palmas, 2002). No entanto, é com o
livro “Vau do Jaboque”(Rio de Janeiro: CBJE, 2005) que se dá a
sua estreia como poeta. Dois anos depois está em São Paulo,
onde entra para a Faculdade de Farmácia e Bioquímica da
Universidade Paulista, filia-se a agremiações e ganha
prêmios literários.
Após longo período de existência andarilha, volta à
terra natal robustecido no aprendizado da vida e da poesia,
para lançar-se a novos empreendimentos literários, de que é
fruto “Bodas de Pedra” (Lisboa: Chiado, 2013), livro elogiado
pela crítica, cujos “poemas, de sabor ameno, denunciam um
artista que trabalha com a lupa engastada na órbita, não
presumindo a menor aspereza na pedra preciosa em que os
esculpe”, afirmou o jornalista Nonato Silva. Prefaciando
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Bodas de Pedra, o poeta Nauro Machado confessa: “Foi, para
mim, uma grande e grata surpresa a leitura desses poemas
de Kissyan Castro, nome a já fazer parte dos melhores e mais
autênticos poetas da nova geração maranhense”.
Pesquisador, reuniu a obra dispersa em verso de
Maranhão Sobrinho, sob o título “Maranhão Sobrinho –
Poesia Esparsa” (São Luís: 360°, 2015), obra que, segundo
Jomar Moraes, “representa uma das mais significativas
homenagens prestadas ao grande poeta de Papéis velhos...
roídos pela traça do Símbolo”, mormente “a empenhada e
perspicaz pesquisa que resultou na reunião de dados com os
quais o organizador reconstruiu, documentadamente, uma
quase história completa da aventurosa e tumultuária vita
brevis do bardo”. Publicou ainda “Rio Conjugal” (Imperatriz:
Ética Editora, 2016) e “O Estreito de Éden” (São Paulo:
Penalux, 2017)
Tem colaborado com crônicas, poemas e haikais em
vários sites e revistas eletrônicas, entre as quais Recanto das
Letras, Caqui, Germina, Mallarmargens e Portal de Poesia
Ibero-Americana, de Antonio Miranda. Participou ainda das
antologias “Caleidoscópio” (São Paulo: Andross, 2006),
“Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos” (Rio de
Janeiro: CBJE, 2011), “Os 50 Melhores Sonetos do Ano”
(Academia Jacarehyense de Letras, 2012) e “Antologia de
Poesia Brasileira Contemporânea – Além da Terra Além do
Céu” (São Paulo: Chiado, 2017). Atualmente Kissyan colabora
no site www.barradocorda.com, é funcionário público e
membro efetivo da Academia Barra-Cordense de Letras.
E-mail: kissyancastro35@gmail.com
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