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Para que as propostas do presidente sejam aprovadas no Congresso com mais assiduidade
formam-se coalizões, contudo há diversos problemas para manutenção dessas relações
institucionais, problemas esses que tornaram-se mais visíveis nos governos de Lula e
Dilma. O autor explana sobre o governo Lula, no qual o mesmo, a princípio, optou por
uma coalizão com partidos menores por conta de sua identidade política ligada aos
movimentos socais, evitando uma aliança explicita com o PMDB, o que teria acarretado
em uma base de governo extremamente precária.
No governo de Dilma Rousseff, havia uma forte aliança do PT com o PMDB, o que
supostamente daria a presidenta estabilidade em relação à governabilidade, não obstante,
o apoio que recebera fora limitado, e o partido estava acomodado ao presidencialismo de
coalizão, o que gerou inúmeros casos de corrupção e a fragmentação partidária.
O argumento central utilizado pelo autor diz respeito à crítica ao pressuposto de que o
presidencialismo de coalizão produz a governabilidade no sistema vigente. Ao final do
capítulo, Avritzer conclui que essa prática política acaba por acarretar mais pontos
negativos do que positivos e, no caso dos governos petistas, apesar de todos os avanços
referentes a direitos sociais conquistados, prejudicara enormemente seu índice de
aprovação. Ao longo do texto, ele dá estruturação a esse argumento citando diversos
momentos em que Lula e Dilma prezaram mais pela governabilidade por meio de acordos
entre políticos não-alhinhados às suas pautas de governo do que pela ampliação da
participação social como uma forma alternativa de ampliar sua capacidade de governar
efetivamente. Ele entende que, apesar de FHC também ter colhido as consequências do
precidencialismo de coalisão, o mesmo foi significativamente menos afetado do que o PT
em razão da convergência da base de governo e da agenda do PSDB com o Congresso.
Assim, por não se inserir em uma situação semelhante (afinal, o PT tinha suas bases em
movimentos sociais), os custos da instituição dessa prática no sistema foram
extremamente altos para o Partido dos Trabalhadores.
Com relação aos problemas que afetaram os governos de Lula (e, posteriormente, os de
Dilma) e a legitimação do presidencialismo de coalização, o autor nos traz um quadro que
indica o número de Ministérios assumidos por Peemedebista em seus mandatos,
explicitando o aumento significativo de indicações que ocorrera entre o 1º e o 2º mandato
do presidente. Esse quadro é uma forma de ilustrar a institucionalização da prática em
questão ao longo do tempo.
7. Que categorias teóricas são abordadas no texto?
Numa análise do texto, percebe-se que o autor trabalha com algumas categorias
imprescindíveis para o desenvolver do texto, dentre elas o presidencialismo de
coalização, categoria essa que norteia o tema central; governabilidade, que é o que visa o
presidencialismo de coalização; legitimidade no qual é uma das categorias no cerne do
problema relacionado à coalizão, assim como a estabilidade política.
Não houve nenhuma palavra que comprometesse o entendimento do texto, uma vez que
a argumentação do autor é bastante coerente e concisa.
As questões foram muito bem desenvolvidas pelos autor, assim como exemplificadas. No
entanto, ficamos com dúvida com relação ao presidencialismo de coalização ser um
problema para a legitimação do Legislativo.
O autor é didático ao explicar as crises que assolaram o governo Dilma, além de relatar
com os contextos históricos que antecederam o impeachment da presidenta foram
essenciais para o ocorrido.
Infelizmente, nunca tínhamos tido contato com nenhum dos dois autores citados por
Avritzer anteriormente. Entretanto, apesar de termos achado as teses de ambos
interessantes, o que mais nos chamou atenção foi a tese de Avritzer em si (uma vez que
ele discorre sobre os custos que o precidencialismo de coalizão gerou, ao invés de
endossálo como uma prática necessária) e, futuramente, pretendemos pesquisar mais
sobre suas posições.