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2008/2009
Brasília
2008
© 2008 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
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ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja
para venda ou qualquer fim comercial.
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desta obra é do autor.
Catalogação na Fonte
Biblioteca Nacional de Agricultura – BINAGRI
ISSN 1982-4033
AGRIS E14
CDU 63:338.2
Sumário
Introdução 5
Apoio à Comercialização,
Abastecimento e Estocagem 25
Medidas Setoriais 53
Medidas Estruturais 63
1
Introdução
1 Introdução
9
2
Crédito Para
Agricultura Empresarial:
R$ 65 Bilhões
2 Crédito Para Agricultura
Empresarial: R$ 65 Bilhões
Uma das diretrizes da política agrícola meio do limite adicional de 15% no cus-
para a safra 2008/2009 é aumentar o vo- teio, possibilitando o financiamento de
lume de recursos do crédito rural, o limite sistemas orgânicos de produção agro-
de adiantamento por produtor, além de pecuária por meio do novo programa de
promover algumas mudanças nas normas investimento (Produsa);
do crédito. A oferta para a agricultura em-
presarial, nesta safra, é de R$ 65 bilhões, Elevação de 20% nos limites de custeio
12% a mais do que o previsto para a safra do sistema de parceria (integração);
anterior, além dos R$ 13 bilhões para a
agricultura familiar. Exclusão do custeio do feijão para fins
do cálculo dos limites de financiamento
O maior incremento foi no volume de re- com recursos controlados;
cursos ofertados a juros controlados. Do
total ofertado, R$ 45,4 bilhões terão en- Elevação de 30% nos limites em ope-
cargos financeiros de 6,75%, montante rações de pré-custeio;
20% maior do que o disponível no ciclo
2007/2008. 2.1. Custeio e Comercialização
As normas do crédito rural para a safra
2008/2009 tiveram os seguintes ajustes: Do total de crédito disponível, R$ 55 bilhões
são destinados ao custeio e à comercializa-
Incentivo à agricultura orgânica, por ção da safra 2008/2009 (Tabela 1).
Custeio e
49,10 55,0 12,0
comercialização
Juros controlados 37,85 45,4 19,9
Juros livres 11,25 9,6 -14,7
Tabela 1 13
2.2. Crédito de Investimento 2.2.1. Produção Sustentável do Agronegócio
(Produsa)
Entre as principais medidas para o crédi-
to de investimento na safra 2008/2009, O Produsa foi criado para estimular a re-
estão o aumento no volume de recursos cuperação de áreas degradadas, reinse-
e no limite de crédito para programas de rindo-as no processo produtivo, além de
investimento e a criação de um programa estimular a adoção de sistemas susten-
de investimento, com recursos previstos táveis, em consonância com a legislação
de R$ 1 bilhão, para estimular a produ- ambiental. Ele incorporou os programas
ção agropecuária sustentável. Dos R$ 10 Propasto, Prossolo, Sisvarzea, Prolapec
bilhões do orçamento destinados para in- e os itens do Moderagro relacionados à
vestimento, R$ 6,5 bilhões estão disponí- conservação ou recuperação de solos e
veis nos programas do Banco Nacional de de pastagens. O Produsa se estrutura nas
Desenvolvimento Econômico e Social (BN- seguintes diretrizes:
DES) e R$ 3,5 bilhões têm como fonte os
Fundos Constitucionais. Implantação de sistemas produtivos sus-
tentáveis, priorizando a recuperação de
O Ministério do Desenvolvimento Agrário áreas e pastagens degradadas;
(MDA) também criou uma nova linha de fi-
nanciamento, destinada à aquisição de tra- Implantação de medidas que visam o
tores para a agricultura familiar, com taxa de melhor uso do solo, a geração de energia
juros de 2% ao ano. Os programas de investi- limpa e renovável e o aproveitamento de
mentos tiveram algumas alterações, que en- resíduos vegetais;
tram em vigor a partir da safra 2008/2009,
como a elevação de 25% no limite por be- Incentivo para o produtor rural se ajustar
neficiário, no Moderagro, e de 33% no limite à legislação ambiental vigente.
por beneficiário, no Propflora.
Programas de investimento
Programado Programado Limite de
Prazo Máximo
Programa 07/08 08/09 Crédito
(anos)
(R$) milhões (R$) milhões (R$ mil)
MODERINFRA 500 500 1.000 (1) 8
MODERAGRO 1.400 850 250 (1) 8
PROPFLORA 100 150 200 12
PROLAPEC 200
1.000 300 ou 400 5 a 12
PRODUSA (Novo Programa) (2)
PRODECOOP 1.050 1.000 35.000 12
MODERFROTA 3.000 2.500 4a8
(3)
Tabela 2
14 Fonte e elaboração: SPA/Mapa
(1) Limites de crédito para empreendimentos individuais. Para empreendimentos coletivos no Moderagro, o limite é de até R$ 750 mil, por modalidade, e de até R$ 3 milhões,
no Moderinfra.
(2) O Produsa incorporou os itens financiáveis do extinto Prolapec.
(3) Produtores com renda bruta anual de até R$ 250 mil, ou seja, enquadrados no Proger Rural, terão até 100% do valor do financiamento. Os demais, até 90%.
Os objetivos do Produsa são: 2) Implantação e ampliação de sistemas
de integração de agricultura e pecuária,
a) Disseminar o conceito de agronegócio ou de agricultura, pecuária e silvicultura
sustentável e responsável, agregando ca- (sistema ILPS), compreendendo:
racterísticas de eficiência, boas práticas
agrícolas (BPA), responsabilidade social e Adequação do solo para plantio, envol-
preservação do meio ambiente; vendo preparo do solo, aquisição, trans-
porte, aplicação e incorporação de corre-
b) Estimular ações de sustentabilidade tivos agrícolas (calcário, gesso agrícola,
ambiental no agronegócio; adubos para correção e outros), marcação
e construção de terraços, realocação de
c) Estimular a recuperação de áreas de estradas e plantio de cultivos de cobertu-
pastagens degradadas para o aumento ra do solo;
da produção e produtividade agropecuária
em bases sustentáveis; Aquisição de sementes e mudas para
formação de pastagens;
d) Apoiar ações de legislação ambiental
para regularização das propriedades ru- Plantação de pastagens e florestas;
rais referentes à reserva legal, áreas de
preservação permanente, tratamento de Construção e modernização de benfeito-
dejetos e resíduos, entre outros; rias e instalações destinadas à produção
no sistema de integração;
e) Ampliar a atividade agropecuária em
áreas degradadas ou que estejam em pro- Aquisição de máquinas e equipamentos
cesso de recuperação, diminuindo a pres- para agricultura e/ou pecuária, associa-
são por desmatamento em novas áreas; dos ao projeto de integração, não financi-
áveis pelo Programa de Modernização da
f) Assegurar condições de uso racional e Frota de Tratores Agrícolas e Implementos
sustentável das áreas agrícolas e de pas- Associados e Colheitadeiras (Moderfrota);
tagens, reduzindo problemas de preserva-
ção ambiental; Aquisição de reprodutores bovinos, ovi-
nos e caprinos, recria e terminação;
g) Intensificar a implementação de siste-
mas produtivos sustentáveis, como o sis- Aquisição de sêmen de bovinos, ovinos
tema orgânico de produção agropecuária. e caprinos;
O Produsa disporá de R$ 1 bilhão, originá- Assistência técnica.
rio do Sistema BNDES, que será aplicado
obedecendo os limites indicados na Tabe- 3) Correção de solos e uso de várzeas
la 2, que são cumulativos desde que se- já incorporadas ao processo produtivo e
jam atendidas as condições do programa. projetos de adequação das propriedades
rurais à legislação ambiental vigente, que
Itens financiáveis abrange:
Investimentos fixos ou semifixos relaciona- Aquisição, transporte, aplicação e incor-
dos com: poração de corretivos (calcário, gesso agrí-
cola, adubos para correção e outros);
1) Implantação de sistemas orgânicos de
produção agropecuária, inclusive serviços e Gastos com adubação verde;
insumos inerentes ao período de conversão 15
e à fase de certificação, como inscrição, ins- Implantação de práticas conservacio-
peção e manutenção, entre outros itens; nistas do solo;
Investimentos definidos como neces- capacidade de armazenamento nacional
sários à sistematização de várzeas já in- do segmento cerealista, uma vez que, em
corporadas ao processo produtivo, que curto e médio prazos, serão minimizadas
constam em projeto técnico específico, as pressões de logística nos períodos de
e adequação ambiental de propriedades escoamento da safra.
rurais, notadamente a recomposição das
áreas de Reserva Legal e de Preservação 2.2.3. Safra 2008/2009
Permanente, inclusive sistemas produti-
vos implementados sob o regime de ma- Principais alterações
nejo florestal sustentável nas Áreas de Re-
serva Legal; Os aspectos operacionais dos programas
de investimento do BNDES são ajusta-
4) Custeio associado ao investimento, li- dos anualmente, visando a modernização
mitado a 30% do valor financiado. constante de seus mecanismos, de acordo
com as novas realidades da agropecuária
Condições para financiamento nacional.
Propflora
2.2.2. Programa de Incentivo à Armazena-
gem para Empresas Cerealistas Nacionais • Aumento de 33% no limite por benefi-
ciário, passando de R$ 150 mil para R$
Criado para apoiar o desenvolvimento e a 200 mil;
modernização do setor de armazenagem
nacional, o programa é destinado às empre- • Possibilidade de financiamento de vivei-
sas comerciais cerealistas, desde que tra- ros de mudas florestais;
16 balhem diretamente com o produtor rural e
suas cooperativas. A linha de crédito dispo- • Possibilidade de implantação e manu-
nível é de R$ 300 milhões. O objetivo é be- tenção de florestas de dendezeiro, para a
neficiar o produtor rural pela ampliação da produção de biocombustível.
Prolapec (incorporado ao Produsa) específico e condições de financiamento
distintas, conforme descrito a seguir:
• O programa foi absorvido pelo Programa
de Estímulo à Produção Agropecuária Sus- Programa de Modernização da Frota de
tentável (Produsa), o novo programa de in- Tratores Agrícolas e Implementos Asso-
vestimento com recursos do BNDES; ciados e Colheitadeiras (Moderfrota)
(1) Atividades: avicultura não-integrada, pecuária leiteira, piscicultura, olericultura, sericicultura e suinocultura não-integrada
(2) Atividades: avicultura e suinocultura integrada ou em parceria com a agroindústria
5) Plantadeiras acima de nove linhas e se- Finalidade do crédito: Apoiar o desenvol-
meadoras acima de 15 linhas, com idade vimento da agropecuária irrigada susten-
máxima de cinco anos, revisados e com tável, econômica e ambientalmente, além
certificado de garantia emitido por con- de ampliar a capacidade de armazena-
cessionárias autorizadas. mento nas propriedades rurais.
Prazo de pagamento: Até oito anos, inclu- Limites de crédito: Até R$ 200 mil por
ídos até 3 três anos de carência. beneficiário. O limite não depende de ou-
tros créditos concedidos ao amparo de re-
Programa de Plantio Comercial e Recu- cursos controlados do crédito rural.
peração de Florestas (Propflora)
Encargos financeiros: Taxa de juros efeti-
O Propflora tem como objetivo contri- va de 6,75% ao ano.
buir para a redução do déficit existente
no plantio de árvores utilizadas como Prazo de pagamento: Até 12 anos, com
matérias-primas pelas indústrias, prin- carência até a data do primeiro corte,
cipalmente a indústria moveleira; incre- acrescida de seis meses e limitada a oito
mentar a diversificação das atividades anos. A carência pode ser estendida ao
produtivas no meio rural; gerar emprego pagamento de juros, quando necessário.
e renda de forma descentralizada e ala- No caso de projetos de manejo florestal e
vancar o desenvolvimento tecnológico e de recomposição e manutenção de áreas
comercial do setor. de preservação e reserva florestal legal, a
carência é de um ano, a partir da data de
Finalidade do crédito: Implantação e ma- contratação. Prazo de pagamento até qua-
nutenção de florestas destinadas ao uso tro anos, com até 18 meses de carência,
industrial; recomposição e manutenção nos créditos para implantação de viveiros
de áreas de preservação e reserva flores- de mudas florestais.
tal legal; implantação e manutenção de
espécies florestais para produção de ma- Programa de Desenvolvimento Coopera-
deira destinada à queima no processo de tivo para Agregação de Valor à Produ-
secagem de produtos agrícolas; implan- ção Agropecuária (Prodecoop)
tação de projetos silvipastoris (pecuária
consorciada com floresta) e agroflorestais Finalidade do crédito: Aumentar a com-
(agricultura consorciada com floresta); im- petitividade do complexo agroindustrial
plantação e manutenção de florestas de das cooperativas brasileiras por meio da
dendezeiro, destinadas à produção de bio- modernização dos sistemas produtivos e
combustível. de comercialização.
Proposta
Produto 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
para 2009
Tabela 4
Preço Mí-
Início de
Produto Unidades da Federação/Regiões Amparadas Unidade nimo (R$/
Vigência
unidade)
Amen-
Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste 25 kg Jan/2009 18,07
doim
Borracha
Todo o território nacional kg Jan/2009 1,53
natural
Castanha-
do-Brasil hl Jan/2009 52,49
com casca
Norte
Castanha-
do-Brasil
kg Jan/2010 2,49
beneficiada
(amêndoa)
Feijão
Norte e Nordeste 60 kg Jan/2009 53,00
macáçar
Norte e MT 0,41
Milho
Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA/Sul kg Jan/2009 0,50
pipoca
Tabela 5
29
(1) BA/Sul, Sul do MA, Sul do PI e TO: vigência em jan/2009
Preços Mínimos para Sementes - Safras de Verão
e de Produtos Regionais 2008/2009 e das Regiões Norte e Nordeste 2009
Grão/Caroço Sementes (1)
Produtos Unidades da Federação /Regiões Amparadas Início de Vigência
R$/Kg R$/Kg
Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA/Sul Jan/2009
Algodão 0,1580 0,6892
Norte e Nordeste (exceto BA/Sul) Jun/2009
Amendoim Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste 0,7228 2,4064 Jan/2009
Arroz longo fino 0,5160 0,9762
Todo o território nacional Jan/2009
Arroz longo 0,3267 0,6180
Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA/Sul Nov/2008
Feijão 1,3333 2,5451
Norte e Nordeste (exceto BA/Sul) Jan/2009
Feijão macáçar Norte e Nordeste 0,8833 1,4806 Jan/2009
Juta/Malva Norte e MA - 4,7377 Jan/2009
Sul, Sudeste e Centro-Oeste (exceto MT) 0,2750 1,6337
Jan/2009
Milho híbrido MT e RO 0,2200 1,3070
Norte (exceto RO) e Nordeste (2) 0,3167 1,8813 Jun/2009
Sul, Sudeste e Centro-Oeste (exceto MT) 0,2750 0,9080
Jan/2009
Milho variedade MT e RO 0,2200 0,7264
Norte (exceto RO) e Nordeste (2) 0,3167 1,0455 Jun/2009
Soja Todo o território nacional 0,3800 0,8742 Jan2009
Sul, Sudeste e Centro-Oeste (exceto MT) 0,2200 1,3070
Jan/2009
Sorgo híbrido MT e RO 0,1760 1,0456
Norte (exceto RO) e Nordeste (2) 0,2850 1,6931 Jun/2009
Sul, Sudeste e Centro-Oeste (exceto MT) 0,2200 1,3070
Jan/2009
Sorgo variedade MT e RO 0,1760 1,0456
Norte (exceto RO) e Nordeste (2) 0,2850 1,6931 Jun/2009
Tabela 6
(1) Genética, básica e certificada, S1 e S2, de acordo com o artigo 35 do Decreto 5.153, de 23 de julho de 2004, que regulamenta a Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003
(2) BA/Sul, Sul do MA e Sul do PI e TO: início de vigência em jan/2009
(1) Os ágios e deságios sobre o produto básico, conforme classificação do produto vinculado ao EGF, serão definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, por meio da Secretaria de Produção e Agroenergia
Preços Mínimos - Safra de Inverno 2008
Produto Amparado por AGF e EGF (1)
Tabela 8
(1) Início de vigência para operações: julho/2008 para as Regiões Sul e Sudeste e junho/2008 para a Região Centro-Oeste e o Estado da BA
(2) Preço Mínimo Básico
Tabela 10
Fonte: CETIP, BM&F Período de referência: Junho/Maio Elaboração: SPA/Mapa
4
Minimização de
Riscos Climáticos no
Setor Agropecuário
4 Minimização de Riscos
Climáticos no Setor Agropecuário
Maçã e uva 50
Ameixa, café, caqui, figo, goiaba, kiwi, laranja, limão e demais 32.000
40
cítricos, nectarina, pêra e pêssego
Pecuário 30 32.000
Florestal 30 32.000
40 Aqüícola 30 32.000
TOTAL DE LIMITES 192.000
Tabela 11
Fonte: SPA/DEGER
Foram aplicados R$ 61 milhões em sub- maior em valor subvenção aplicado. Com
venção ao prêmio do seguro rural, propor- relação ao ano anterior, o número de pro-
cionando cobertura para 2,3 milhões de dutores beneficiados aumentou 67%. A
hectares e garantindo capitais da ordem área segurada foi 46% maior, o valor do
de R$ 2,7 bilhões. O resultado foi significa- prêmio total cresceu 80% e o número de
tivamente maior que o verificado nos anos apólices emitidas foi ampliado em 45%.
anteriores. Para 2008, foram previstos R$ 160 mi-
lhões, na Lei Orçamentária Anual, para o
O resultado de 2007, em relação ao de- Programa de Subvenção ao Prêmio do Se-
sempenho do programa em 2006, foi 96% guro Rural.
2006
2007
Tabela 12
Fonte: SPA/DEGER 41
4.1.1. Outros Benefícios A criação do Fundo de Catástrofe estimula
a expansão da oferta de produtos de segu-
O produtor que contratar seguro rural tem ro, particularmente nas regiões de clima
direito a um acréscimo de 15% em seu mais instáveis. O fundo deverá ser forma-
limite de financiamento, com recursos, a do por um consórcio privado que contará
juros controlados, para o custeio da pro- com a contribuição das seguradoras e com
dução agrícola. subvenção pública. A idéia é que a sub-
venção para a atividade operacional do
A parcela não subvencionada do prêmio consórcio seja eventual e oferecida tanto
do seguro rural pode ser financiada com pelo governo federal quanto pelos gover-
recursos controlados do crédito rural. O nos estaduais interessados em ampliar a
desembolso de recursos para esse fim é oferta do seguro rural.
dispensável, quando a contratação do se-
guro rural for feita pelo produtor. 4.2. Zoneamento Agrícola de
Risco Climático
Com o objetivo de reduzir, ainda mais, o
valor do prêmio do seguro rural para o pro- Entre os instrumentos de gestão de riscos
dutor, está em negociação com vários go- na agricultura, destaca-se o zoneamento
vernos estaduais a criação de programas agrícola de risco climático, divulgado pelo
estaduais de subvenção. O estado de São Mapa desde 1996. Exemplo de ciência
Paulo já oferece subvenção ao prêmio do aplicada à prática, o zoneamento agrícola
seguro rural para os seus produtores e o é uma ferramenta de política pública para
governo de Minas Gerais já aprovou um a orientação de agricultores, profissionais
programa de subvenção, com operacio- do setor agropecuário, agentes financeiros
nalização prevista para iniciar este ano. e seguradoras.
Outros estados também já estão desen-
volvendo projetos nesse sentido. O zoneamento é um pacote técnico-cien-
tífico que tem o objetivo de fornecer infor-
4.1.2. Fundo de Catástrofe mações que orientem o produtor a decidir
sobre qual cultura plantar, em que perío-
Entre as ações do Governo para a con- do e em que localidade, para minimizar os
solidação do seguro rural, destaca-se a riscos de perdas ocasionadas por even-
proposta de criação do Fundo de Catástro- tos climáticos adversos, nas fases mais
fe. O Projeto de Lei Complementar enca- sensíveis das lavouras. O zoneamento é,
minhado para o Congresso Nacional, em portanto, um instrumento de política pú-
maio, prevê que o novo fundo substitua o blica indutor do investimento privado, na
Fundo de Estabilidade do Seguro Rural e medida em que permite maior eficiência
funcione como um instrumento de resse- da exploração das atividades econômicas
guro suplementar, no caso de ocorrência do meio rural.
de catástrofes climáticas.
Os estudos de zoneamentos são elabo-
O Fundo de Catástrofe é fundamental para rados a partir da análise das séries cli-
a consolidação do seguro rural privado no máticas históricas (com o mínimo de 15
País, já que existe elevada probabilida- anos de dados diários) e do cruzamento
de de ocorrer sinistros em uma mesma desses dados com informações sobre o
região (um evento climático pode atingir ciclo das culturas e os tipos de solos. Es-
de forma generalizada as lavouras segu- ses dados são incorporados a modelos
radas). Ele também beneficia o mercado matemáticos e estatísticos, dos quais
42 segurador que necessita de cobertura de são extraídos índices que refletem, ao
resseguro suplementar para honrar os longo dos anos, a existência ou não de
compromissos assumidos junto aos pro- deficiência ou restrição de água no de-
dutores rurais. senvolvimento da cultura.
O período de plantio recomendado pelos
estudos proporciona uma probabilidade de
pelo menos 80% de sucesso na condução
das lavouras. A cada dez anos plantados,
o agricultor tem a garantia de produzir o
esperado em pelo menos oito anos.
Algodão Herbáceo PR, SP, MG, DF, GO, MS, MT, TO, BA, MA, PI, CE, PB, PE, RN, AL e SE. 17
Arroz de Sequeiro PR, BA, PI, TO, SP, MG, ES, DF, GO, MS, MT, PB, MA, RO e AC. 15
Arroz Irrigado SC, RS e SP. 3
Amendoim RS, SC, PR, SP, MG, ES, RJ, MS, MT, GO, DF, BA e TO. 13
Canola PR, SC e RS. 3
Cevada não Irrigada RS, SC e PR. 3
Cevada Irrigada DF, GO, SP e MG. 4
Feijão 1ª Safra RS, SC, PR, BA, TO, SP, MG, ES, RJ, DF, GO, MS, MT, SE e AC. 15
Feijão 2ª Safra SP, DF, GO, MT, RS, PR, MG, RJ, ES, MS, TO e RO. 12
Feijão 3ª Safra PR, RJ. 2
Feijão Caupi AL, BA, MA, PI, CE, PB, PE, RN e SE. 9
Girassol RS, SC, PR, SP, MG, GO, DF, MS, MT, BA, PI, MA, TO e RN. 14
AL, BA, CE, MA, PB, PE, PI, RN, SE, ES, MG, RJ, SP, PR, RS, SC, DF, GO,
Mandioca 23
MS, MT, RO TO e AC.
RS, SC, PR, SP, MS, MG, ES, DF, GO, MT, BA, MA, PI, AL, CE, PE, PB, RN,
Milho 23
SE, TO, RJ, RO e AC.
Milho 2ª Safra PR, SP, MG, RJ, DF, GO, MT e MS. 8
Soja RS, SC, PR, BA, MA, PI, SP, MG, DF, GO, MT, MS, TO e RO. 14
Sorgo Granífero RS, SP, MG, DF, GO, MT, MS, PE, CE, PB, AL, BA, MA, PI, RN, SE e TO. 17
Trigo Sequeiro RS, SC, SP, MG, DF, GO, PR, MS e MT. 9
Trigo Irrigado SP, MG, DF, GO, MT e MS. 6
CULTURA SEMI-PERENE UNIDADES DA FEDERAÇÃO
RS, SC, PR, SP, MG, GO, DF, MS, MT, TO, BA, CE, MA, PI, RN, AL, PB, PE,
Mamona 20
SE e RO.
CULTURAS PERENES UNIDADES DA FEDERAÇÃO
Ameixa RS, SC e PR 3
Banana SC, SP, RJ, BA, MG, CE, MA, AL, PB, PE, PI, RN e SE. 13
Café MG, GO, PR, SP, DF, BA, ES, MT, MS e RO. 10
Caju CE, MA, PI, RN, AL, SE, BA, PB e PE. 9
Côco AL, BA, CE, GO, PB, PE, RN, SE, TO. 9
Dendê BA, MA, PI e AC. 4
Maçã RS, SC e PR. 3
Nectarina RS, SC e PR. 3
Pêra RS, SC e PR. 3
Pêssego RS, SC e PR. 3
Uva RS, SC, SP, BA e PE. 5
Tabela 13
Em consonância com o Plano Nacional de tecnologia utilizada e o produto ampara-
Agroenergia, o Departamento de Gestão do, além de seguir os indicativos do zone-
de Risco Rural tem divulgado/realizado, amento agrícola de risco climático, divul-
desde 2006, estudos de zoneamento agrí- gados pelo Mapa.
cola de risco climático para diversas cultu-
ras, com potencial para produção de bio- O Proagro dá cobertura às perdas decor-
energia. Dessa forma, além das culturas rentes dos seguintes eventos climáticos
tradicionais que já contavam com esses adversos nas operações de custeio agrí-
indicativos, como a soja e o algodão, os cola:
estudos foram ampliados, para a cultura
da mamona, para estados do Centro-Sul, - Fenômenos naturais fortuitos e suas
e amendoim, girassol e dendê, para esta- conseqüências diretas e indiretas rela-
dos de diversas regiões do País. cionadas aos seguintes eventos: chuva
excessiva, geada, granizo, seca, variação
Conforme indicado na Tabela 13, no perí- excessiva de temperatura, ventos fortes e
odo safra 2008/2009 serão relacionadas ventos frios;
25 culturas e os 23 estados brasileiros
contemplados com 295 estudos de zonea- - Doença fúngica ou praga sem método di-
mento. A expectativa, para 2008, é de que fundido de combate, controle ou profilaxia,
estados e culturas, como canola e coco, não técnica e economicamente exeqüível.
contemplados pelo zoneamento, também
disponham desse instrumento com indica- O produtor pode contratar direta e livre-
tivos para a safra 2008/2009. A projeção mente a prestação de serviços de assis-
do Mapa para 2012 é publicar, anualmente, tência técnica ao imóvel, admitindo-se a
600 estudos de zoneamento. inclusão no orçamento para fins de enqua-
dramento no Proagro, quando a assistên-
cia for financiada.
4.3. Programa de Garantia da
Atividade Agropecuária (Proagro) 4.4. Comissão Especial de
Recursos (CER)
O Programa de Garantia da Atividade Agro-
pecuária (Proagro), instituído em 1973, ga- A CER é um órgão colegiado que tem a
rante ao produtor rural a quitação do sal- competência de julgar, em única instância
do devedor relativo ao crédito de custeio administrativa, os recursos relativos às
agrícola, bem como o valor dos recursos apurações de prejuízos e respectivas inde-
próprios aplicados, cobrindo as perdas de nizações, interpostos por mutuários, con-
receita parcial ou total decorrentes de fe- tra decisões dos agentes financeiros, em
nômenos climáticos naturais, pragas e do- operações do Proagro e do Proagro Mais.
enças sem controle conhecido, que atin-
jam bens, rebanhos e plantações. A CER conta com turmas especiais de jul-
gamento em Brasília (DF), Curitiba (PR) e
Desde a safra 2004/2005, o enquadra- Porto Alegre (RS). Em 2007, a Comissão
mento de operações do Programa Na- julgou 5,5 mil processos. A Secretaria-Exe-
cional de Fortalecimento da Agricultura cutiva e o apoio administrativo da CER são
Familiar (Pronaf), do Ministério do Desen- exercidos pelo Departamento de Gestão
volvimento Agrário, no Proagro, passou a de Risco Rural, por intermédio da Coor-
se denominar Proagro Mais. Para aderir denação-Geral de Zoneamento Agropecu-
ao programa, o produtor deve pagar o adi- ário, além de representantes dos agricul-
cional do Proagro (taxa de prêmio), cujas tores, agentes financeiros e entidades de
alíquotas são diferentes, de acordo com a classe. 45
5
Reestruturação da
Dívida Rural
5 Reestruturação
da Dívida Rural
50
6
Medidas Setoriais
6 Medidas Setoriais
O Plano Agrícola e Pecuário desta safra b) Concessão de Lec de carne suína para
traz medidas específicas para alguns se- produtores e suinocultura explorada em re-
tores, programadas para amenizar proble- gime de parceria.
mas conjunturais e estruturais, reforçando
aos produtores as condições de aproveitar Além da manutenção dessas medidas, o
a potencialidade de seu negócio. PAP 2008/2009 inclui alterações específi-
cas para a suinocultura, que estimulam a
6.1. Pecuária atividade. São elas:
O programa de investimento Moderagro, O limite de custeio de suinocultura, que
que tem entre seus objetivos fomentar os não seja de parceria, foi ampliado de R$
setores da avicultura, caprinovinocultura, 150 mil para R$ 200 mil por beneficiário;
suinocultura e pecuária leiteira, teve seu o limite individual destinado ao custeio da
limite de financiamento ampliado de R$ suinocultura explorada sob regime de par-
200 mil para R$ 250 mil. ceria foi ampliado de R$ 30 mil para R$
36 mil;
O Proger Rural é destinado aos médios
produtores rurais que não detêm área de O programa de investimento Moderagro in-
terra superior a 15 módulos fiscais, sob cluiu, entre os itens financiáveis, o financia-
qualquer título, inclusive forma de arren- mento de equipamentos de geração de ener-
damento. No que se refere às condições gia alternativa, a partir de dejetos de suínos;
de acesso ao programa, elevou-se os ní-
veis de renda de referência do produtor de Para efeito de enquadramento no Proger
R$ 220 mil para R$ 250 mil, e os limites Rural, a renda bruta da atividade deve ser
de custeio e investimento foram amplia- rebatida em 50% para suinocultura não
dos de R$ 100 mil para R$ 150 mil por integrada e 90% para a suinocultura inte-
beneficiário, em cada safra. grada. A norma anterior não previa rebate
para a suinocultura não integrada o que
6.1.1. Suinocultura limitava a tomada de recursos pelos pro-
dutores independentes.
Na safra 2007/2008, o Governo adotou
medidas para compensar as perdas so- 6.1.2. Avicultura
fridas pelos produtores de suínos, tais
como: O limite de custeio da avicultura, que
não seja de parceria, foi ampliado de R$
150 mil para R$ 200 mil por beneficiário; 55
a) Cermissão de concessão de EGF e Lec de
milho para a suinocultura explorada em re- o limite individual destinado ao custeio da
gime de parceria. avicultura explorada sob regime de parce-
ria foi ampliado de R$ 30 mil para R$ 36
mil para perus e de R$ 20 mil para R$ 24
mil para as demais aves.
6.1.3. Caprinovinocultura