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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

COMPANHIA DOS CURSOS


MBA EM GESTÃO DE OBRAS E PROJETOS

A SUSTENTABILIDADE NA EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

ALINE SUERDA MEDEIROS DE ARAUJO

RECIFE - PE
2015
ALINE SUERDA MEDEIROS DE ARAUJO

A SUSTENTABILIDADE NA EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Projeto de artigo, entregue à disciplina


Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do
curso de MBA em Gestão de Obras e
Projetos, da UNICSUL - Universidade
Cruzeiro do Sul, como requisito para
obtenção do título de Especialização Lato
Senso em Gestão de Obras e Projetos, sob a
orientação do professor.

Professor: Carlos Russo

RECIFE - PE
2015
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3

2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 7

2.1. Geral ............................................................................................................................... 7

2.2. Específicos ...................................................................................................................... 7

3 METODOLOGIA............................................................................................................... 8

4. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................ Error! Bookmark not defined.

4.1 Construção Civil .............................................................................................................. 9

4.2 A Sustentabilidade na Construção Civil .......................................................................... 9

5. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 11
3

1. INTRODUÇÃO

O ser humano é, por instinto de sobrevivência, predador. Ele precisa


conquistar subsídios que assegurem o sem bem-estar, sua segurança pessoal e de seus entes
queridos, a sua alimentação, bem como recursos de reserva para que não seja necessário
um desgaste grande de energia para a obtenção dos mesmos. Com isso, surgiram as
primeiras comunidades e assim, o desenvolvimento das sociedades modernas. No entanto,
para a obtenção e manutenção desse privilégios, os recursos naturais vêm sendo
desgastados num ritmo alucinante, principalmente para manter as grandes nações
desenvolvidas, que já esgotaram muitas de suas riquezas naturais, dos países em
desenvolvimento, que lutam de forma desenfreada para alcançar uma qualidade de vida
melhor e/ou dos países subdesenvolvidos, que, apesar de não saberem como explorar suas
reservas, sofrem com a exploração predatória de conquistadores que os mantém sob um
jugo de pobreza e miséria, em troca de salários miseráveis para mão-de-obra barata e
baixos valores pagos para o obtenção de matérias-primas.
Atualmente, muito vem se debatendo acerca da escassez dos recursos
naturais do planeta. A constante poluição de rios e matas, a emissão de gases tóxicos na
atmosfera vem provocando inúmeros efeitos que têm assustado a população. São chuvas
ácidas, queimadas constantes para desmatamentos indiscriminados, poluição de rios, etc.
Também se tem observado que, com as crises econômicas comuns em quase todos os
países do mundo, o aumento de preços de materiais obtidos desses recursos naturais e mão-
de-obra qualificada, bem como suas manutenções, tem sido motivo de preocupação para
grande parte das pessoas.
Apesar de, hoje em dia, existirem inúmeras informações acerca do uso
desmedido dos recursos naturais, ainda é comum a utilização de forma depredadora
quando o assunto é a construção civil, principalmente no que tange à utilização de
materiais que provoquem o menor impacto ambiental possível, bem como a possibilidade
do uso sustentável desses recursos, sendo necessária uma maior apropriação dessas
técnicas da sustentabilidade nesse processo de construção, ampliando os conhecimentos
desse novo modelo de desenvolvimento.
4

Na busca da utilização de um modelo de desenvolvimento que possibilite


utilizar, de forma racional e adequada, todos os materiais utilizados na construção, bem
como, levando-se em consideração à iluminação natural e uso de lâmpadas econômicas, a
climatização, o espaço construído, bem como mobiliário e eletrodomésticos utilizados para
a diminuição do impacto ambiental, torna-se indispensável, para a sociedade, investir no
processo do desenvolvimento sustentável.
A sociedade moderna é bastante industrializada e traz características
modernistas às suas construções. São arranha-céus construídos nos centros das cidades,
residenciais construídos em áreas mais distantes, mas que o asfalto possibilita um fácil
acesso, são edificações dos mais variados tipos que, geralmente distanciam o homem das
primitivas casas do campo, com seus singelos adornos, janelas e portas postas para o leste,
em direção do nascer do sol, charretes ou carroças puxadas por seus animais de carga, que
foram substituídos por automóveis potentes, que permitem uma locomoção mais rápida e
um consumo maior de energia na sua produção, bem como o excesso de gases poluentes
expelidos de seus canos de escape.
No processo da construção desses imóveis imponentes é utilizada uma
grande quantidade de recurso naturais bem como de energia e, posteriormente, ainda
enfrenta-se a questão futura acerca dos resíduos, que precisam ser minimizados, bem como
o custo total da construção, mostrando-se completamente viável o processo de
sustentabilidade na construção civil, como forma de diminuição do impacto ambiental,
redução de custos de materiais de construção e defesa da permanência da habitação
humana em sintonia com o meio em que vive.
A escolha do tema se deve à crescente destruição dos recursos naturais do
planeta e a busca de soluções para minimizar os impactos ambientais provocados pela
construção civil, utilizando-se da sustentabilidade, delimitando-se à busca de soluções para
resolver a problemática dos resíduos, bem como uma economia nesse processo de
construção. Inúmeros estudos são realizados para encontrar possíveis soluções que venham
minimizar os danos ambientais nas fases de projeto (construção, utilização, reutilização e
reciclagem da edificação, visando à distribuição equitativa da matéria-prima),
possibilitando uma construção de qualidade, com custo e tempo de construção reduzidos,
propiciando uma geração de edificações em consonância com a atual conjectura mundial
5

que converge para a defesa do Planeta, que sofre pelas constantes explorações incorretas de
suas riquezas naturais.
Buscando-se lançar uma luz e despertar o interesse dos construtores para
vislumbrar um futuro próspero no processo da sustentabilidade na construção civil, várias
pesquisas são divulgadas regularmente, porém, observa-se que, apesar deste grande
número de trabalhos expostos, no Brasil, ainda é pouco comum a utilização desse processo.
Pouco se vê nas viagens ou andanças, tantos nos grandes centros, como nas cidades mais
litorâneas ou interioranas.
Porém, o despertar da consciência ambiental na população moderna, impõe
uma tomada de medidas que viabilizem os meios necessários para divulgação e
esclarecimento, bem como habilitação de pessoas capacitadas e estudos direcionados por
profissionais qualificados que permitam substituir um material de qualidade, pesado e de
alto custo, por um material mais leve, que tenha a mesma qualidade no produto final e que
gere uma despesa menor, tornando-se atrativo aos compradores e construtores.
Destarte, a importância que deve ser destinada a novos meios de
sustentabilidade na construção civil, também se encontra a economia futura que os
cidadãos terão, pois com o zelo pelo processo, as paredes grossas e quentes serão
substituídas por materiais mais leves e mais frios, bem como o uso de telhados frios, com
plantas que absorvam o calor solar, o que promoverá uma redução nas taxas de consumo
de energia, ainda a possibilidade de utilização de placas capazes de captar luz solar e
transformá-la em eletricidade, para os eletrodomésticos da residência, adoção de
dispositivos que controlem o desperdício de água, como torneiras adequadas, descargas
sanitárias específicas, encanação de banheiros que permitam reutilizar a água para lavar
calçadas, carros, etc.
Tudo isso são possibilidades viáveis que precisam ser observadas e
colocadas em prática de forma imediata e eficaz na construção civil. O país despertou para
o desgaste dos recursos hídricos de suas nascentes e reservatórios, o mundo vive uma crise
atual de recursos e reservas naturais, assim sendo, necessita-se de uma adequação humana
nesse processo que pode possibilitar um equilíbrio ambiental.
Por isso, estre trabalho se justifica pela necessidade atual identificar
subsídios que abordem, cada vez mais, a temática da sustentabilidade na construção,
oferecendo meios estimulantes e que e direcionem profissionais qualificados no processo
6

de redução de custos dos materiais utilizados na construção, bem como os meios


necessários para a redução dos resíduos da construção ou o seu reuso em novos projetos.
7

2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Apresentar um conceito de sustentabilidade na construção civil para


viabilizar um processo de utilização equilibrada dos recursos naturais minimizando os
impactos ambientais.

2.2. Específicos

– Abordar meios alternativos de sustentabilidade na construção civil que


despertem o interesse dos construtores e dos consumidores;
– Averiguar se a qualidade dos materiais sustentáveis utilizados na
construção, asseguram uma construção de excelência;
– Discorrer acerca dos conceitos de sustentabilidade na construção civil e
das práticas de sustentabilidade que são utilizadas nos empreendimentos de construção
civil atual;
– Confirmar se as edificações construídas com recursos sustentáveis geram
economia futura, para o consumidor; e
– Analisar as diferenças entre valores gastos e tempo utilizado na construção
civil tradicional e utilizando-se recursos sustentáveis.
8

3 METODOLOGIA

O presente projeto propõe a elaboração de um trabalho que aponte maneiras


para trazer à luz mais subsídios acerca da sustentabilidade civil, embasando-se numa
revisão bibliográfica que permite realizar uma análise crítica acerca da sustentabilidade na
construção civil, utilizando-se uma abordagem sistêmica que utilizará os métodos dedutivo
e dialético.
Para a abordagem acerca dos meios alternativos, buscar-se-á apresentar
resultados de trabalhos recentes que comprovem a boa qualidade e a diminuição dos custos
para a construção civil, refletindo numa maior economia para o construtor e o consumidor.
Executar-se-á uma pesquisa em busca dos materiais utilizados nesse
processo, para assegurar sua qualidade.
Também será realizada uma busca dos conceitos mais atuais apresentados
sobre a sustentabilidade na construção civil.
Buscar-se-á comprovar se as construções sustentáveis geram uma economia
para o consumidor a longo prazo através de publicações de artigos recentes.
Também, almeja-se verificar, através das pesquisas, a diferença entre os
valores gastos com materiais tradicionais e o tempo utilizado para a construção são
maiores ou menores do que na utilização de recursos sustentáveis.
Após todas as pesquisas, em livros, monografias, teses e artigos disponíveis
em bibliotecas e Internet, serão selecionados os trabalhos mais recentes, excluindo-se os de
datas antigas, dando prosseguimento a construção do trabalho até atingir sua conclusão.
9

4.1 Construção Civil

De acordo com Brasil (2000), esta é uma área que abrange todas as
atividades de produção de obras, desde o planejamento e projeto, execução e manutenção e
restauração de obras em diferentes segmentos, tais como edifícios, estradas, portos,
aeroportos, canais de navegação, túneis, instalações prediais, obras de saneamento, de
fundações e de terra em geral, estando excluídas as atividades relacionadas às operações,
tais como a operação e o gerenciamento de sistemas de transportes, a operação de estações
de tratamento de água, de barragens, etc.
A Construção Civil é uma área que possui interfaces vinculadas à diversas
outras áreas profissionais. Além da nítida interface com a área de Gestão, claramente
presente nas atividades de gerenciamento da execução e da manutenção de obras, devem
ser ressaltadas as relações com as áreas de Transportes, Geomática, Mineração, Química,
Meio Ambiente, Agropecuária, Artes, Design, Saúde, Informática e Comércio, sendo
necessário e, indispensável, que não se pode esquecer a Educação Básica, que provém as
competências primordiais, tais como ler e interpretar, redigir textos, calcular, assim como
as bases científicas necessárias à construção das competências técnicas. (BRASIL, 2000).

4.2 A Sustentabilidade na Construção Civil

Conforme Corrêa (2009), o conceito de sustentabilidade é variável conforme


o autor e a sua área de atuação, especificamente, afirma-se que pode ser conceituada
concomitante a área que é familiar ao profissional: o ecologista, o biólogo, o engenheiro e
até o leigo, porém este, consciente de sua responsabilidade e inserção no meio em que
vive.
Observa-se que, o conceito de Desenvolvimento Sustentável foi apresentado
pela primeira vez na década de 80 pelo Relatório Brundtland, aos temas relacionados aos
sistemas que envolvem a Construção Civil, buscando o conceito de sustentabilidade e
associando ao tema principal da pesquisa, que é a sustentabilidade na construção civil
(CORRÊA, 2009).
10

Para Corrêa (2009), foi na década de 60, a ONG Clube de Roma, apresentou
diversas questões ambientalistas, e outros estudiosos de várias partes do planeta também
fizeram comentários sobre questões acerca da sustentabilidade. Em seu primeiro relatório o
Clube de Roma (Limits to Growth de 1972) impactou a comunidade científica ao
apresentar cenários bastante catastróficos sobre o futuro do planeta se o padrão
desenvolvimentista permanecesse-se nos mesmos moldes vigentes da época, o que
despertou o desejo e a necessidade de se alterar o padrão desenvolvimentista.
De acordo com Pinheiro (2003) a importância da questão da
sustentabilidade ganhou destaque, em termos internacionais, sobretudo nos anos 90. Uma
das definições mais comuns é a da antiga Primeira-ministra da Noruega Gro Harlem
Brundtland: que buscava “assegurar os recursos suficientes para as gerações futuras terem
uma qualidade de vida similar à nossa”1. O termo foi firmemente reconhecido na Cimeira
Mundial do Rio em 1992, onde foi incluído nos documentos como um alvo a ser atingido
pelo Mundo.
Em Novembro de 1994, foi realizada a Primeira Conferência Mundial sobre
Construção Sustentável (First World Conference for Sustainable Construction) em Tampa,
Florida, onde o futuro da construção, no contexto da sustentabilidade, e referia-se à
aplicação da sustentabilidade às atividades construtivas, definindo-se a criação e
responsabilidade de gestão do ambiente construído, baseado nos princípios ecológicos e no
uso eficiente de recursos (PINHEIRO, 2003).
Durante a primeira conferência foram sugeridos os seguintes princípios para
a sustentabilidade na construção civil(KIBERT, 1994):
a. Minimizar o consumo de recursos;
b. Maximizar a reutilização dos recursos;
c. Utilizar recursos renováveis e recicláveis;
d. Proteger o ambiente natural;
e. Criar um ambiente saudável e não tóxico;
f. Fomentar a qualidade ao criar o ambiente construído.
Um fator, bastante questionado na construção civil, é a problemática de o
que fazer os resíduos.

1. “Leaving sufficient resources for future generations to have quality of life similar to ours”
11

5. REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Educação. Educação Profissional. Área Profissional: Construção


Civil. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Brasília - DF. 2000.

CORRÊA, Lásaro Roberto. Sustentabilidade na construção civil. Monografia. Escola de


Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 2009. 70p.

PINHEIRO, Manuel D. Construção sustentável – mito ou realidade. VII Congresso


Nacional de Engenharia do Ambiente. Lisboa, 6 e 7 de Novembro de 2003

KIBERT, CHARLES J., 1994. Establishing Principles and a Model for Sustainable
Construction. in Kibert, C.J., ed. Proceedings of the First International Conference on
Sustainable Construction. Tampa, FL, November 6-9. CIB Publications TG 16,
Roterdão.
A SUSTENTABILIDADE NA EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
SUSTAINTABILITY IN EVOLUTION OF CONSTRUCTION
Aline Suerda Medeiros de Araujo2 e Carlos Russo3

Resumo

A construção civil é uma área responsável por grande parte do PIB brasileiro. Atualmente,
os desgastes provocados por este processo fez com que todas as pessoas começassem a se
preocupar com o desgaste das reservas naturais e, principalmente, qual a qualidade de vida
que será transmitida para as futuras gerações. Com isso, tendo em vista preservar as
riquezas naturais do planeta e não erradicar ou estagnar a construção civil, faz-se
necessário o uso da sustentabilidade no processo de construção. Este artigo apresenta um
conceito básico e claro acerca da sustentabilidade, bem como a necessidade de manutenção
e recuperação dos recursos naturais, o uso da água na construção civil, a energia, o uso de
coberturas verdes, os resíduos, a questão das mudanças climáticas, o negócio sustentável, a
questão dos custos no processo da sustentabilidade e a questão da qualidade e desempenho
dos produtos utilizados para uma melhor qualidade de vida e uma economia por parte do
construtor e com um pouco mais de investimento, a economia futura do consumidor, bem
como o seu conforto e uma melhor qualidade de vida.

Palavras-chave: Construção Civil. Sustentabilidade. Recursos Naturais. Economia.

Abstract

The construction is an area responsible for much of the Brazilian GDP. Currently, the wear
caused by this process made all people started to worry about the wear of natural resources
and, especially, what is the quality of life that will be transmitted to future generations.
Thus, in order to preserve the natural resources of the planet and not eradicate or stagnate
construction, it is necessary the use of sustainability in the construction process. This
article presents a basic and clear concept about the sustainability and the need for
maintenance and recovery of natural resources, water use in construction, energy, the use
of green roofs, waste, the issue of climate change, sustainable business, the issue of costs
in the sustainability process and the issue of quality and performance of products used in a
better quality of life and economy by the manufacturer and with a little more investment,
future consumer economy as well as your comfort and a better quality of life.

Keywords: Construction. Sustainability. Natural Resources. Economy.

2. Aluna do MBA em Gestão de Obras e Projetos – Universidade Cruzeiro do Sul - Companhia dos Cursos.
3. Professor da Universidade Cruzeiro do Sul - Companhia dos Cursos.
Introdução

O ser humano é, por instinto de sobrevivência, predador. Ele precisa


conquistar subsídios que assegurem o sem bem-estar, sua segurança pessoal e de seus entes
queridos, a sua alimentação, bem como recursos de reserva para que não seja necessário
um desgaste grande de energia para a obtenção dos mesmos. Com o passar do tempo e com
a exploração predatória houve desgaste dos recursos naturais e das matérias-primas do
planeta, e a construção civil é responsável por grande parte desse desgaste, onde,
principalmente, a problemática dos resíduos resultantes deste processo, vem provocando
inúmeros problemas.
Atualmente, muito vem se debatendo acerca da escassez dos recursos
naturais do planeta. A constante poluição de rios e matas, a emissão de gases tóxicos na
atmosfera vem provocando inúmeros efeitos que têm assustado a população. São chuvas
ácidas, queimadas constantes para desmatamentos indiscriminados, poluição de rios, etc.
Também se tem observado que, com as crises econômicas comuns em quase todos os
países do mundo, o aumento de preços de materiais obtidos desses recursos naturais e mão-
de-obra qualificada, bem como suas manutenções, tem sido motivo de preocupação para
grande parte das pessoas.
No processo da construção edifícios é utilizada uma grande quantidade de
recurso naturais bem como de energia e, posteriormente, ainda enfrenta-se a questão dos
resíduos, que precisam ser minimizados, bem como o custo total da construção,
mostrando-se completamente viável o processo de sustentabilidade na construção civil,
como forma de diminuição do impacto ambiental, redução de custos de materiais de
construção e defesa da permanência da habitação humana em sintonia com o meio em que
vive.
A escolha do tema se deve à crescente destruição dos recursos naturais do
planeta e a busca de soluções para minimizar os impactos ambientais provocados pela
construção civil, utilizando-se da sustentabilidade, delimitando-se à busca de soluções para
resolver a problemática dos resíduos, bem como uma economia nesse processo de
construção e justifica-se pela necessidade atual identificar subsídios que abordem, cada vez
mais, a temática da sustentabilidade na construção, oferecendo meios estimulantes e que e
direcionem profissionais qualificados no processo de redução de custos dos materiais
utilizados na construção, bem como os meios necessários para a redução dos resíduos da
construção ou o seu reuso em novos projetos.
Tendo como objetivo geral, apresentar um conceito de sustentabilidade na
construção civil para viabilizar um processo de utilização equilibrada dos recursos naturais
minimizando os impactos ambientais e, de forma específica abordar meios alternativos de
sustentabilidade na construção civil que despertem o interesse dos construtores e dos
consumidores; discorrer se os materiais sustentáveis utilizados na construção, asseguram
uma construção de excelência; observar as práticas de sustentabilidade que são utilizadas
nos empreendimentos de construção civil atual; confirmar se as edificações construídas
com recursos sustentáveis geram economia futura, para o consumidor; e analisar as
diferenças entre valores gastos e tempo utilizado na construção civil tradicional e
utilizando-se recursos sustentáveis.

Construção Civil

De acordo com Brasil (2000), esta é uma área que abrange todas as
atividades de produção de obras, desde o planejamento e projeto, execução e manutenção e
restauração de obras em diferentes segmentos, tais como edifícios, estradas, portos,
aeroportos, canais de navegação, túneis, instalações prediais, obras de saneamento, de
fundações e de terra em geral, estando excluídas as atividades relacionadas às operações,
tais como a operação e o gerenciamento de sistemas de transportes, a operação de estações
de tratamento de água, de barragens, etc.
A Construção Civil é uma área que possui interfaces vinculadas à diversas
outras áreas profissionais. Além da nítida interface com a área de Gestão, claramente
presente nas atividades de gerenciamento da execução e da manutenção de obras, devem
ser ressaltadas as relações com as áreas de Transportes, Geomática, Mineração, Química,
Meio Ambiente, Agropecuária, Artes, Design, Saúde, Informática e Comércio, sendo
necessário e, indispensável, que não se pode esquecer a Educação Básica, que provém as
competências primordiais, tais como ler e interpretar, redigir textos, calcular, assim como
as bases científicas necessárias à construção das competências técnicas. (BRASIL, 2000).
A construção e o uso dos edifícios são um dos maiores consumidores dos
recursos naturais no ambiente, consumindo 16,6% do fornecimento mundial de água pura,
25% de sua colheita de madeira e 40% de seus combustíveis fósseis e materiais
manufaturados (WINES, 2000). Observa-se que esta indústria é responsável pelo processo
de contaminação atmosférica, emitindo, em grandes quantidades, o CO2, que é o principal
gás responsável pelo efeito estufa.

Sustentabilidade na Construção Civil

O conceito inicial sobre Desenvolvimento Sustentável se encontra na década


de 80, onde acreditava-se que esse processo era um caminho que buscava atender as
necessidades da geração atual sem comprometer as necessidades das gerações futuras
(Brundtland, 1987 citado por UNITED NATIONS CONFERENCE ON ENVIRONMENT
AND DEVELOPMENT, 1992).
Conforme Corrêa (2009), o conceito de sustentabilidade é variável conforme
o autor e a sua área de atuação, especificamente, afirma-se que pode ser conceituada
concomitante a área que é familiar ao profissional: o ecologista, o biólogo, o engenheiro e
até o leigo, porém este, consciente de sua responsabilidade e inserção no meio em que
vive.
Para Corrêa (2009), foi na década de 60, a ONG Clube de Roma, apresentou
diversas questões ambientalistas, e outros estudiosos de várias partes do planeta também
fizeram comentários sobre questões acerca da sustentabilidade. Em seu primeiro relatório o
Clube de Roma (Limits to Growth de 1972) impactou a comunidade científica ao
apresentar cenários bastante catastróficos sobre o futuro do planeta se o padrão
desenvolvimentista permanecesse-se nos mesmos moldes vigentes da época, o que
despertou o desejo e a necessidade de se alterar o padrão desenvolvimentista.
De acordo com Pinheiro (2003) a importância da questão da
sustentabilidade ganhou destaque, em termos internacionais, sobretudo nos anos 90. Uma
das definições mais comuns é a da antiga Primeira-ministra da Noruega Gro Harlem
Brundtland: que buscava “assegurar os recursos suficientes para as gerações futuras terem
uma qualidade de vida similar à nossa”4. O termo foi firmemente reconhecido na Cimeira
Mundial do Rio em 1992, onde foi incluído nos documentos como um alvo a ser atingido
pelo Mundo.
Em Novembro de 1994, foi realizada a Primeira Conferência Mundial sobre
Construção Sustentável (First World Conference for Sustainable Construction) em Tampa,
Florida, onde o futuro da construção, no contexto da sustentabilidade, e referia-se à
aplicação da sustentabilidade às atividades construtivas, definindo-se a criação e
responsabilidade de gestão do ambiente construído, baseado nos princípios ecológicos e no
uso eficiente de recursos (PINHEIRO, 2003).
De acordo com o PNUMA (Programa das Nações Unidas Para o Ambiente),
o setor imobiliário representa cerca de:
• 10% do PIB mundial;
• 40% dos materiais consumidos;
• 30% da geração de lixo sólido;
• 20% do consumo de água;
• 35% de toda a energia consumida pela sociedade; e
• 80% do consumo é devido ao uso e operação dos edifícios, com relevante
impacto nas mudanças climáticas do planeta.
Durante a primeira conferência foram sugeridos os seguintes princípios para
a sustentabilidade na construção civil (KIBERT, 1994):
a. Minimizar o consumo de recursos;
b. Maximizar a reutilização dos recursos;
c. Utilizar recursos renováveis e recicláveis;
d. Proteger o ambiente natural;
e. Criar um ambiente saudável e não tóxico;
f. Fomentar a qualidade ao criar o ambiente construído.
Um fator, bastante questionado na construção civil, é a problemática de o
que fazer os resíduos.
Para Figueiredo (FEBRABAN, 2010) os atributos essências à
sustentabilidade são:
• Salubridade – Produto

4. “Leaving sufficient resources for future generations to have quality of life similar to ours”
• Qualidade comprovada – Produto
• Responsabilidade social – Cadeia produtiva
• Responsabilidade ambiental – Cadeia produtiva
• Comunicação Responsável – Empresa.
Para a CBIC (2010), um bom programa de construção sustentável deve
propor:
• Estabelecer políticas que estimulem o reaproveitamento das águas pluviais
em edifícios residenciais, comerciais e públicos;
• Elaborar e implementar, até 2014, um manual de boas práticas que
apresente diretrizes para o uso racional da água. O manual deve ter como objetivos:
estimular a contratação de obras que contemplem soluções com menor nível de consumo;
propor uma legislação para a medição individual de consumo nas edificações novas e
construídas; fomentar soluções mais econômicas no uso de água potável e de fontes
alternativas de água; promover a interface entre o tema e as políticas públicas e programas,
como o Minha Casa Minha Vida e o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de
Água;
• Estimular e exigir um aprimoramento da gestão pública, até 2014,
integrando o manejo e a drenagem de águas pluviais e o aumento da permeabilidade dos
solos, sobretudo nos ambientes urbanos;
• Implementar programas regionais de capacitação, educação e
conscientização sobre o uso racional da água para todos os profissionais da cadeia
produtiva da construção (projetistas, arquitetos, engenheiros), demais atores do setor
(administradores prediais, empresas de facilities) e consumidores a partir de 2011;
• Desenvolver programas para a qualificação da gestão das concessionárias
de serviços de água e esgoto, reduzindo os atuais níveis de perda na distribuição.
Para Mota (2015) na construção sustentável é necessário que se utilize
materiais ecológicos, tais como o plástico reciclado, a madeira de reflorestamento, o
concreto reciclado, que pode ser aproveitado da demolição de outros edifícios, sendo
assim, ótimas opções que auxiliam a engenharia civil para aumentar a sustentabilidade de
uma construção.
As Riquezas Naturais

De acordo com Kawakami (FEBRABAN, 2010), o planeta Terra perdeu, em pouco


mais de um quarto de século, o equivalente a um terço de suas riquezas biológicas e
recursos naturais, e estima-se que, em 2030, seria necessário duas Terras para prover o
sustento da população mundial, que será superior a 9 bilhões de habitantes, com uma
estimativa de migração de, aproximadamente, mais de um milhão de pessoas, por semana,
para as cidades.
Ainda, para Kawakami (FEBRABAN, 2010), o setor da construção civil é um dos
grandes consumidores de recursos naturais, no Brasil, destaca-se a problemática atribuída
aos resíduos, que é o maior vilão nesse processo de construção; a energia elétrica; a
emissão de gases e efeito estufa; e o uso da água.
Para Kawakami, nos projetos sustentáveis, é possível reduzir a energia
utilizada (em 30%), a emissão de CO2 (em 35%), o uso de água (de 30 a 50%) e a geração
de resíduos (de 50 a 60%) (FEBRABAN, 2010).
Um princípio fundamental da construção sustentável é a utilização de
materiais ecológicos e/ou reciclados. Dentre os quais podem ser citados: o plástico
reciclado, madeira de reflorestamento, concreto reciclado (aproveitado a partir da
demolição de outros edifícios), sendo utilizados para aumentar a sustentabilidade de uma
construção (MOTA, 2015).
De acordo com a CBCS (2009), os metais e a madeira são mais resistentes aos
esforços de tração do que materiais cerâmicos em geral. Essa eficiência, combinada com a
vida útil esperada, fornece consumo de material e existem materiais que utilizam menor
quantidade de massa para a realização de uma mesma função, o que traz uma
desmaterialização da construção, sendo muito importante para a redução do consumo de
materiais e componentes.

A Água e o Consumo na Construção Civil Sustentável

De acordo com Lemos (2003) faz-se necessário observar atentamente a


questão do consumo e uso da água quando se fala em edificações sustentáveis,
principalmente porque a água encontra-se distribuída de forma desigual no mundo.
Acredita-se que apenas 2,5% da água do planeta seja própria para o consumo; sendo sua
maior parte em forma de gelo polar ou em camadas profundas e inacessíveis. Por isso, é
preciso lembrar que quantidade de água potável acessível em lagos, rios ou represas,
representa algo em torno de 0,01% do total da água no planeta (UNEP, 2002). A população
mundial aumenta vertiginosamente e o consumo de água, também.
Conforme Lemos (2003) adverte que para o atendimento da demanda futura
para fins urbanos serão necessários investimentos na ordem de 11 a 14 bilhões de dólares
por ano, durante os próximos trinta anos. E a ONU estima que no ano de 2025 dois terços
da população mundial (ou 5,5 bilhões de pessoas) viverão em locais que sofrem com
algum tipo de problema relacionado à água.
De acordo com a CBIC (2010), para a utilização racional da água, é
necessário estimular a contratação de projetos de obras que contemplem as melhores
soluções para o menor nível de consumo de água, bem como a elaboração de manual de
boas práticas, uma montagem de programa de capacitação do setor, uma qualificação das
concessionárias de água e esgoto e o incentivo ao manejo e à drenagem de águas pluviais
nas cidades.
O uso racional da água pela cadeia produtiva da construção deve envolver
não só a promoção da educação entre seus diversos atores como também o fomento à
gestão integrada (do manejo e da drenagem), ao gerenciamento equilibrado entre a oferta e
a demanda e à inovação tecnológica. A sustentabilidade desse insumo depende da redução
da demanda em pelo menos três níveis de abrangência: macro, com a exploração racional
dos recursos hídricos; médio, com a gestão otimizada dos sistemas públicos; e micro, com
a otimização do consumo de água nos edifícios. Fundamentalmente, nas edificações, a
gestão deve contemplar: o suprimento de água potável; a gestão de águas pluviais e o
esgotamento sanitário (CBIC, 2010).

A Energia

Para a CBIC (2010), é necessário o uso da etiquetagem como forma de


avaliar a eficiência energética na fase de projeto e de entrega das edificações; estímulo para
edificações privadas que atendam ao nível A ou B; obrigatoriedade para novas edificações
públicas de atender ao nível A ou B; estímulo ao retrofit visando melhora da eficiência (A
ou B); e incentivo a geração de energia distribuída.
A eficiência energética das edificações é um dos indicadores de desempenho
e um dos requisitos mais avaliados em construções sustentáveis. Sabe-se que, no Brasil, o
consumo de energia elétrica nas edificações corresponde atualmente a cerca de 44% do
consumo faturado no país, sendo que 22% são utilizados apenas em instalações
residenciais, 14% em comerciais e 8% em edificações públicas. Como o Brasil é um país
em desenvolvimento, a tendência é de aumento deste consumo.
Incentivo à geração distribuída de energia (e não apenas a geração
centralizada), por meio de fontes renováveis e da criação de redes mais inteligentes, que
permitam o compartilhamento da energia local excedente nas edificações.
• Formulação de legislação específica, tendo como base a etiquetagem, que
estimule a eficiência energética nas edificações e que inclua benefícios fiscais em
equipamentos, materiais e bens de consumo utilizados no projeto e pelos ocupantes;
• Incentivar a etiquetagem para novas edificações privadas e
obrigatoriedade para as públicas visando atender os níveis A ou B a partir de 2014, nas
grandes metrópoles e, a partir de 2016, em todo o território nacional;
• Fomento à formulação de legislação específica para estimular o retrofit em
edificações existentes (públicos e privados) e incentivo à obrigatoriedade da etiquetagem
para os mesmos, a partir de 2018;
• Capacitação dos diversos atores e consultores que atuam na cadeia
produtiva (especialmente projetistas, administradores prediais e empresas de facilities) para
a produção e operação de edificações de atuação em edificações inteligentes e de alta
eficiência (CBIC, 2010).

Cobertura Verde

Um recurso que pode ser bastante explorado é a cobertura verde de casas e


prédios. Esse tipo de cobertura é utilizado desde tempos antigos, e ficou bastante comum,
na Alemanha do século XIX, nas casas rurais, que diminuíam os custos e protegiam as
casas contra incêndios e, atualmente, a cobertura verde é barata e pode reduzir os custos da
obra, uma excelente isolante acústica protegendo a casa da poluição sonora da vizinhança,
além ajudar na filtragem da água da chuva, que assim pode ser reutilizada com mais
segurança e, ainda, a poeira do ar nas vizinhanças da cobertura verde acaba sendo retida
pelas plantas o que torna o ar mais puro (MOTA, 2015).
Os Resíduos

Atualmente, busca-se a diminuição do consumo de recursos naturais, no


processo da construção sustentável. Com isso, procura-se promover parcerias público-
privadas para implementação das áreas de manejo de resíduos e a participação da cadeia
produtiva na elaboração de leis estaduais e municipais no âmbito da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (CBIC, 2010).
Atualmente, dispomos de um arcabouço legislativo e de marcos regulatórios
por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, da Resolução 307 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da Política Nacional de Saneamento Básico que
coloca o setor no tema com alguma maturidade.
Estima-se que a construção gere entre 20% e 25% do total de resíduos da
indústria brasileira. Mesmo assim, o setor está inserido em uma atividade econômica
significativamente impactante: mais de 250 milhões de toneladas anuais de recursos
agregados são extraídos para construção no Brasil e pelo menos 100 milhões de toneladas
de resíduos, gerados todo ano (CBIC, 2010).
Para a CBCS (2009) são bons exemplos de materiais que podem ser
utilizados na construção sustentável: o alumínio, o aço e o cimento, utilizando-se resíduos
têm significativas vantagens ambientais, pois esses materiais, além de preservar recursos
naturais não renováveis, reduzem as quantidades de resíduos destinados a aterros e
apresentam menor impacto ambiental no seu processo produtivo, e são considerados com
uma vida útil e desempenho adequados.

Mudanças Climáticas

Constantemente, ouve-se falar sobre os efeitos causados pelo lançamento de


gases na atmosfera. No processo de construção sustentável, busca-se uma adaptação do
ambiente construído e redução de gases de efeito estufa na cadeia produtiva, bem como o
estímulo a legislação específica, inclusive nos códigos de obras e apoiar ações de redução
de emissões e adaptação aos impactos climáticos nos processos de licenciamento
ambiental.
Elaboração de ferramentas para produção de inventários de gases de efeito estufa na cadeia
produtiva da construção, além de conscientizar formadores de opinião e gestores públicos
sobre soluções de mitigação focadas na realidade das condições climáticas brasileira
(CBIC, 2010).
A CBIC (2010), ainda informa que reduzir emissões na cadeia produtiva da
construção não resultará numa paralisia ou obstrução da atividade, mas permitirá que ela se
torne mais eficiente do ponto de vista ambiental, econômico e social, tomando iniciativas
com vistas à adaptação e à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Negócio Sustentável

Em termos de negócios, também são percebidos benefícios econômicos na


construção verde. Outro estudo do WGBC e da editora McGraw Hill, realizado nos
mercados americano e europeu, mostrou que de 8% a 9% dos respondentes indicam
redução no custo operacional; 7,5%, crescimento no valor de revenda; 6,6%, crescimento
na taxa de retorno; 3,5%, crescimento na taxa de ocupação e 3%, crescimento do valor de
aluguel.
Uma das maiores operadoras de investimentos imobiliários de alto padrão
internacional, a Tishman Speyer, tem dados numéricos que comprovam que a construção
sustentável pode ser lucrativa onde é realizado um investimento de R$ 120 a mais por mês,
com uma perspectiva de que em 20 anos tem-se uma redução no condomínio de R$
180/mês, de forma que o comprador sai ganhando R$ 60/mês.
Takaoka (CBCS, 2009), informa que a economia na manutenção de uma
casa sustentável é de aproximadamente R$ 51,00 (Cinquenta e um Reais), mensais, de
acordo com uma pesquisa realizada pela Caixa Econômica Federal, essa economia seria o
equivalente entre 7% e 10% da renda familiar de muitos brasileiros.
A recomendação de Takaoka (CBCS, 2009), para os bancos é ter uma visão
sistêmica da instituição financeira e do mercado imobiliário. As possibilidades de soluções
integradas passam por criação de grupo multidisciplinar para planejamento estratégico,
interdepartamental, inter-setorial e inovador. Pesquisas de mercado também podem dar
suporte aos investimentos, assim como uma metodologia desenvolvida para identificar
riscos de bolhas imobiliárias.
Destaca-se que as cinco dimensões da sustentabilidade são: a sociedade, o
meio ambiente, a infraestrutura, o tempo e a capacidade de pagar (FEBRABAN, 2010).
Conforme Tavares e Bezi (2012), os critérios de avalição de certificações de
sustentabilidade na construção civil, que estão presentes num ciclo de vida de uma
edificação são:
• Qualidade da implantação.
• Gestão do uso da água.
• Gestão do uso de energia.
• Gestão de materiais e (redução de) resíduos.
• Prevenção de poluição.
• Gestão ambiental (do processo).
• Gestão da qualidade do ambiente interno.
• Qualidade dos serviços.
• Desempenho econômico.

A Urbanização Brasileira

Estima-se que, atualmente, 85% da população do país se concentra em áreas


urbanas, sendo que 23% dos habitantes estão nas cinco grandes regiões metropolitanas.
Em 2010, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
construção foi responsável por um crescimento de 11,6% em seu PIB setorial, o melhor
resultado dos últimos 24 anos, e pela geração de mais de 329 mil vagas formais no
mercado de trabalho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged). Por cadeia da construção entende-se todo o processo que começa na extração de
matérias-primas, passa pela fabricação de materiais, pela comercialização, por
projeto/planejamento e financiamento e chega à ponta, na atividade da construção.
Os Custos da Construção Civil

De acordo com o IBGE (2015), o custo nacional da construção, por metro


quadrado, que em dezembro de 2014 fechou em R$ 913,32, em janeiro foi para R$ 915,22,
sendo R$ 498,35 relativos aos materiais e R$ 416,87 à mão de obra.
Observou-se a questão dos custos em todas as regiões do Brasil, e verificou-
se que: os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 928,95, na região Norte; R$
852,37, na região Nordeste; R$ 956,23, na região Sudeste; R$ 929,21, na região Sul; e R$
928,00, na região Centro-Oeste.
Para Ceotto (2008), o valor de um investimento na construção sustentável
pode variar de 1 a 8% do custo de construção. Esse investimento, promoverá, no futuro,
economia para o cliente, onde, estima-se que, na construção de um edifício residencial,
com um investimento de 5 a 8%, o cliente terão:
•Economia de até 50% no consumo de água;
•Economia em até 40% nas conta de luz;
•Economia de até 35% no condomínio.
Se o preço o convencional é de R$ 3.000/m2 o edifício verde poderá custar
R$ 3.428/m2. Estimando-se que haverá uma valorização de 14%.
Para Tavares e Bezi (2012), num estudo realizado em Curitiba, no Estado do
Paraná, os custos na construção de edifícios, variam de acordo com os padrões
especificados. Os valores relatados referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção
(CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma
Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são
correspondentes ao mês de Dezembro/2012. "Estes custos unitários foram calculados
conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos
memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituíram nova
série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de
CUB/2006"
Padrão Baixo, valor por metro quadrado entre R$ 737,81 e R$ 1.075,05.
Padrão Normal, valor por metro quadrado entre R$ 1.041,83 e R$ 1.319,81.
Padrão Alto, valor por metro quadrado entre 1.291,60 e R$ 1.596,52.
O critério utilizado para a classificação de cada obra foi o preço de venda
por metro quadrado (m2). Das empresas entrevistadas, 18% são empresas de padrão
popular baixo com valor de venda do metro quadrado construído até R$ 3.000,00; 27% são
empresas de padrão médio ou normal com valor de venda do metro quadrado construído
entre R$ 3.000,00 e R$ 6.500.00; e 55% são de alto padrão com valor de venda do metro
quadrado construído superior a 6.500,00.

Qualidade e Desempenho do Produto

Para a CBCS (2009), produtos de baixa qualidade apresentam taxas de


defeitos precoces elevada, exigindo substituição, o que implica impactos ambientais e
econômicos. É frequente na cadeia de fornecedores da construção a existência da não
conformidade intencional, defendida como o desrespeito sistemático às normas técnicas
como forma de redução o custo de produção frente aqueles que respeitam a norma técnica.
Esta atividade ilegal de fabricantes, revendedores de materiais e construtores desestabiliza,
por efeito dominó grande parte do mercado, afetando o cidadão, as empresas responsáveis
e o meio ambiente.
O combate a não conformidade intencional às normas técnicas na fabricação
de materiais e componentes para construção civil é um dos eixos do Programa Brasileiro
de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQH), coordenado pelo Ministério das
Cidades. Hoje, existem materiais cuja cadeia produtiva organizou Programas Setoriais da
Qualidade (PSQs), que ultrapassam o índice de 90% de conformidade, promovendo um
cenário de crescente isonomia competitiva no setor da construção civil. Os fornecedores
conformes e não conformes estão listados nos respectivos PSQs que estão disponíveis no
portal PBQP-H.

Benefícios da Sustentabilidade

Para Tavares e Bezi (2012), são inúmeros os benefícios que a construção


sustentável proporcional, tais como:
• Benefícios sociais: a sustentabilidade desenvolve a economia local através
da geração de emprego e renda, gera benefícios através dos impostos pagos e promove a
integração de ocupantes (do empreendimento) com sua vizinhança e uma adequação
arquitetônica com seu entorno.
• Benefícios ambientais: observa-se que empreendimentos sustentáveis
podem ser concebidos e planejados para que suprimam menores áreas de vegetação,
aperfeiçoem o uso de materiais, gerem menos emissões de resíduos durante sua fase de
construção; demandem menos energia e água durante sua fase de operação; sejam
duráveis, flexíveis e passíveis de requalificação e possam ser amplamente reaproveitados e
reciclados no fim de seu ciclo de vida.
• Benefícios econômicos: aumento da eficiência no uso de recursos
financeiros na construção, a oferta de um retorno financeiro justo aos empreendedores e
acionistas, indução de aumento da produtividade de trabalhadores por encontrarem- se em
um ambiente saudável e confortável.

Considerações Finais

Após término das pesquisas, constatou-se que todos os objetivos propostos


foram atingidos e que, principalmente, a explanação de um conceito simples e claro acerca
da Sustentabilidade na Construção Civil foi adotado, bem como os benefícios que esse
processo proporciona ao meio-ambiente e a todos os envolvidos, tanto as construtoras
como os consumidores que podem desfrutar de um ambiente mais adequado, que atenda
suas necessidades e que gere uma economia no futuro, sem desgaste dos recursos naturais.
Também se constatou a importância da preservação da água, do uso da
energia, do controle dos gases emanados na atmosfera, principalmente o CO2, um dos
principais responsáveis pelo efeito estufa, o destino dado aos resíduos da construção, no
seu processo de reaproveitamento ou reciclagem, provando que a sustentabilidade é um
negócio bastante rentável e lucrativo, pois existe uma valorização de, pelo menos, 14% do
valor investido no imóvel, para uma futura venda ou revenda, bem como todos os
benefícios da sustentabilidade.
Referências

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Civil - Sistemas de avaliação e certificação da sustentabilidade de edificações. UNEP -
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