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Presunção de Constitucionalidade
Esse princípio indica que todos os atos (lei e atos normativos) nascem
presumidamente constitucionais. Nascem presumidamente válidos. Presunção essa que
é relativa, pode ceder com a declaração de inconstitucionalidade. Portanto, parte-se do
pressuposto que, quando um poder do Estado atua, o faz em conformidade com a
Constituição e não em contrário. O referido princípio é tão importante que o
Constituinte conferiu ao AGU, no §3º, do art. 103, a função de Defensor Legis, cabe,
portanto, ao AGU defender a presunção de constitucionalidade de lei e atos normativos.
Obs.: O STF tem mitigado as hipóteses em que o AGU não estaria obrigado a defender o
ato atacado:
1) Quando a defesa do ato conflitar com interesses da União.
Por força do art. 131 da CF, cabe a também a defesa dos interesses da União.
Nessas hipóteses de conflito, poderá o AGU deixar de defender o ato.
3) Inconstitucionalidade Flagrante/Desvairada
Inconstitucionalidade flagrante foi concebido pelo Min. Sepúlveda
Pertence para explicar atos flagrantemente inconstitucionais, dispensando qualquer
exame mais aprofundado para que se vislumbre sua inconstitucionalidade, de clareza
de cegar.
Consequentemente, não haveria defesa possível do ato. Logo, seria um
exercício inútil a defesa do AGU
Crítica à 3ª hipótese:
O Min. Marco Aurelio fez criticando essa hipótese pelas seguintes razões:
1. A Constituição é expressa, clara, em determinar que o AGU “defenderá” (e não
“poderá”) o ato;
2. A função do AGU é garantir contraditório;
O AGU, aqui, vai atuar de forma a garantir, em processo objetivo, o
mínimo de contraditório necessário, pois se existe alguém atacando o ato, é necessário
que o AGU defenda o ato. Ao se permitir que o AGU se manifeste pela
inconstitucionalidade, se estaria se equiparando suas funções com a do PGR – de custus
legis – esse sim, pode se manifestar tanto pela constitucionalidade como pela
inconstitucionalidade do ato. (no caso de inconstitucionalidade flagrante, o AGU estaria
se manifestando pela inconstitucionalidade)
3. Caso admitida a hipótese, pois a manifestação do AGU na inconstitucionalidade
flagrante dependeria de uma condição (fato futuro e incerto), qual seja, a
declaração de inconstitucionalidade do ato pelo STF.
Caso o STF declare o ato constitucional, não poderia o AGU ter deixado
de ter defendido o ato, consequentemente, estaria sujeito a crime de responsabilidade
(art. 52, II e 85).
Princípio da Proporcionalidade
◦ Introdução
No Brasil é comum tratar proporcionalidade como razoabilidade ou como
um terceiro aspecto da proporcionalidade, mais especificamente proporcionalidade em
sentido estrito.
Contudo doutrina mais moderna traça distinções entre
proporcionalidade e razoabilidade, nesse sentido Virgilio Afonso da Silva e Humberto
Ávila.
Para essa linha, a proporcionalidade é a aplicada no exame de
congruência entre meio e fim; já a razoabilidade é utilizada quando da análise de
adequação entre norma e fato, nesse sentido a razoabilidade atua como eventual
corretivo para situações em que eventual aplicação da norma à fatos que correspondam
a sua hipótese de incidência se mostrem injustas.
É possível, contanto, visualizar na proporcionalidade critérios mais
objetivos de exame. Já a razoabilidade demandará juízo subjetivo de caráter
essencialmente axiológico determinando o que seja justo ou não, definindo critério de
justiça.
E.g.: Meio e fim – legítima defesa – “usando moderadamente os meios” –
proporcionalidade – excludente de ilicitude
Excludente de culpabilidade – inexigibilidade de conduta diversa - razoabilidade
Conceito Proporcionalidade
A proporcionalidade é critério de congruência entre meio e fim. O exame
da proporcionalidade se dará de forma sequencial em 3 etapas, por outras palavras, a
proporcionalidade será subdividida em 3 subprincípios:
1. Idoneidade ou Adequação;
2. Necessidade;
3. Proporcionalidade stricto sensu.
Proporcionalidade
Tripartite Quinquipartite
1) Legitimidade do fim
2) Legitimidade do Meio
1) Idoneidade
3) = Idoneidade
2) Necessidade 4) = Necessidade
3) Proporcionalidade stricto sensu 5) = Proporcionalidade stricto sensu