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Resumo Filosofia da Ciência

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Renato Herrig | 11 comentários
Arquivado no curso de Agronomia na UEM
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Em Filosofia da Ciência. Introdução ao jogo e a suas regras, Rubem Alves faz um
alerta para a necessidade de se desmistificar o cientista, considerado superior, por
si, pela classe e pela grande maioria das pessoas comuns, dado ao seu trabalho em
busca da verdade, do conhecimento e do desenvolvimento da ciência.A obra é
dividida em onze capítulos, os quais, gradativamente, vão conduzindo o leitor ao
mundo da ciência, em um raciocínio bem estruturado, lógico e didático. Ao longo dos
temas tratados, são inseridos exemplos, questionamentos e jogos, em uma contínua
interação com o leitor. Também sobressaem as críticas, comparações entre
pensadores e cientistas e as conclusões a que conduz o raciocínio
desenvolvido.Nos dois primeiros capítulos (O Senso Comum e a Ciência - I e II), a
curiosidade do leitor sobre o tema é provocada de início, ao se deparar com
perguntas e exemplos que o levam a compreender as diferenças básicas entre
senso comum e ciência. Aqui, o senso comum não recebe uma definição específica,
mas apenas uma inferência a partir da definição de ciência. Em sendo esta uma
"especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos", o senso comum
seriam "as receitas para o dia-a-dia, bem como os ideais e esperanças que
constituem a capa do livro de receitas", ou, na qualificação dos cientistas, "pessoas
que não passaram por um treinamento científico". O autor sugere, ainda, e de forma
enfática, o risco de que a especialização, aí entendida a ciência, se transforme em
uma "perigosa fraqueza", de vez que ela, se mal aplicada, pode contribuir para uma
atrofia do pensamento dos não-cientistas, além de limitar a visão do todo pelo
aprofundamento do particular. Em outras palavras, deve-se estar ciente de que tanto
a ciência quanto o senso comum requerem criatividade para o invento de soluções
que buscam a adaptação do ser humano às revoluções da humanidade.No terceiro
capítulo (Em Busca da Ordem) está presente o ponto de convergência entre ciência
e senso comum, representado pela busca da ordem, exigência do homem, cientista
ou não, desde sempre. Em se tratando da ciência, o estabelecimento da ordem se
dá por meio de métodos, cuja sistematização pretende isolar o cientista da influência
de subjetividades que possam corromper o "conhecimento objetivo da realidade". O
autor, neste capítulo, fortalece a idéia de que a ciência parte da necessidade de
solução para um determinado problema, sendo a teoria ou hipótese de trabalho o
produto final. A solução, no âmbito do método científico, usa um modelo
mentalmente idealizado, hipotético e provisório, que, depois de construído, deve ser
pesquisado e experimentado. Assim, entendendo-se a teoria como algo
continuamente passível de teste, os fatos objeto do trabalho científico são restritos
àqueles decisivos para a confirmação ou negação das teorias postas.No quarto
capítulo (Modelos e Receitas), que trata do estabelecimento da ordem, o autor faz
um questionamento no mínimo intrigante, ao afirmar que "o homem foi capaz de
manipular as estrelas, os planetas e os satélites". A manipulação, nesse sentido,
ocorre no plano da imaginação, quando o cientista analisa uma questão a partir de
um modelo. Nessa linha de raciocínio, o modelo representa um artefato construído
de conceitos e que nos permite simular o que deve ocorrer sob certas condições.
Utilizando várias situações ilustrativas, o autor conclui que as mudanças de modelo
são necessárias para a compreensão do problema e, novamente, ressalta que o
progresso da ciência depende da ocorrência de anomalias, as quais forçam o
trabalho científico na busca de solução.O capítulo quinto (Decifrando Mensagens
Cifradas) propõe formas para se decodificar mensagens cifradas, existentes em
coisas aparentemente insignificantes e cujo sentido são um desafio à razão, à
inteligência e à persistência do homem. Segundo o autor, a decifração requer uso de
chaves que, uma vez identificadas, permitem conhecer o que se pretende. Aqui, o
conceito do termo teleológico é introduzido para explicar a importância da finalidade
da descoberta do sentido das coisas, pelo uso da pergunta "para quê?". Entretanto,
no mesmo diapasão, Rubem Alves nos leva a uma reflexão mais profunda,
envolvendo o propósito da própria criação máxima de Deus - o universo. Uma das
mais fortes ilustrações utilizadas por ele é a afirmação de Galileu (Il Saggiatore): "O
livro da natureza está escrito em caracteres matemáticos", considerada, à época,
"subversiva, sacrílega, digna da Inquisição". Essa referência a Galileu foi o mote
usado por Rubem Alves para explicar que, na decifração da natureza, a ciência usa
hipóteses - ou perguntas - que requerem, para sua confirmação ou refutação, a
observação e o experimento.O capítulo seis (Pescadores e Anzóis) talvez seja o
mais elucidativo para o principiante da leitura ou do trabalho científico. Resgatando a
frase usada por Karl Popper como epígrafe de seu livro A lógica da investigação
científica, "Teorias são redes; somente aqueles que as lançam pescarão alguma
coisa", Rubem Alves, faz uma analogia, embora ressalvando a sua incompletude,
entre o pescador e o cientista, as redes e as teorias, os peixes e os objetos de
estudo, os anzóis e os métodos de pesquisa e investigação. Leva-nos, assim, a
entender que o que não é significativo para o cientista não deve ser considerado no
decorrer do seu trabalho, ou seja, há que se ter um foco bem definido, uma questão
bem formulada, uma hipótese passível de teste, para que o resultado (a pesca)
corresponda ao que o cientista (o pescador) buscou como solução para o problema
(o peixe). Mais uma vez, o alerta: o pescador, com freqüência, se arvora em dizer
que conhece o mistério da lagoa por haver pescado um peixinho; não se sabe,
entretanto, se ele utilizou a rede certa ou se haveriam diferentes tipos de peixe cujo
melhor instrumento de pesca seria o anzol.No capítulo sete (A Aposta), Rubem
Alves retrata parte da história da ciência, citando a mudança do paradigma da Era
Medieval, em que imperava o representante da ordem eclesiástica, para o qual a
explicação dos fatos estava no passado. Com os fundamentos apresentados pelos
filósofos naturais estabelece-se a preocupação de aprender a partir da natureza.
Esse aprendizado dá início aos métodos indutivo e dedutivo, de que a ciência se
utiliza. Para Rubem Alves, a dedução é ineficiente para a ampliação do
conhecimento, aplicando-se somente em questões de lógica, de raciocínio
matemático; por outro lado, a indução, para progredir, requer informações sobre
fatos, sendo o resultado da sua aplicação uma probabilidade. Neste ponto, Rubem
Alves deixa de falar apenas de fatos e razão, para afirmar que o método
probabilístico tem um elemento de crença, por força dos costumes, da repetição.No
capítulo oito (A Construção dos Fatos), deparamo-nos com uma análise bastante
clara sobre o pensamento filosófico do positivismo, para o qual tudo se limita aos
fatos. Em contraposição a esse movimento, Rubem Alves, concordando com Kant,
sugere que ao se limitar a fatos os cientistas evitam os conflitos, de vez que as
decisões podem ser tomadas por métodos precisos e objetivos. Porém, esse método
não propicia o alcance da explicação pretendida. A simplicidade da correlação entre
causa e efeito, de seu lado, também não oferece conhecimento, porquanto se trata
de hábitos, automatismos e costumes, que levam o homem a aceitar as coisas como
fatos. Entretanto, o que o cientista procura é a integração dos fatos em um esquema
teórico-explicativo, o que, em si, requer uma interpretação, uma iluminação que lhes
dê vida.No capítulo nono (A Imaginação), o autor se reporta a vários pensadores,
cientistas e filósofos, para ilustrar e definir a questão do método e a sua relação
intrínseca com a ciência. O método poderia ser o caminho que conduz à realização
dos enunciados universais - as teorias, a partir das amostras, dos dados e dos fatos,
na forma proposta pela indução. Poderia também ser uma simples organização de
dados, embora estes requeiram a imaginação do homem para lhes atribuir
significado. Em outras palavras, os dados apenas fazem sentido quando são
organizados na mente. Com um exemplo simples, o autor nos faz observar
diferentes coisas a partir de uma mesma fonte, levando-nos à conclusão natural de
que tudo nada mais é do que uma questão de perspectiva, da forma como vemos ou
analisamos os dados. A perspectiva seria determinada pela imaginação e esta, por
sua vez, seria o elo que une o homem ao objeto de estudo. Nessa análise, Rubem
Alves se permite contestar os pensadores que renegam a emoção que envolve o
cientista quando investiga alguma coisa. Ele não crê que a ciência seja neutra, a
partir do entendimento de que o trabalho do cientista exige uma grande dose de
amor e paixão, presente nos "vôos da imaginação criadora".No décimo capítulo (As
Credenciais da Ciência), Rubem Alves parte da sugestão de que a ciência é uma
entre muitas outras atividades com que se ocupam as pessoas comuns, não
existindo, assim, razão para orgulho. Entretanto, ao procurar a verdade, que pode e
é testada, o cientista se distingue dos demais profissionais, pois nestes o discurso é
função apenas do prazer. Nessa linha, o autor compartilha a sugestão de Karl
Popper, segundo a qual apenas a falsicabilidade da ciência, ou seja, a capacidade
de ser testada pela experiência, podendo daí ser demonstrada sua falsidade,
poderia ser aceita como credencial. Isso porque o falso é conclusivo, enquanto o
verdadeiro não o é. Neste ponto, Rubem Alves questiona a razão de os cientistas
não divulgarem seus fracassos, já que elas não seriam de cunho metodológico. Mais
uma vez em foco a questão da neutralidade da ciência.O décimo-primeiro e último
Capítulo (Verdade e Bondade) traz exemplos e citações de outros autores, que, a
princípio, colocam em cheque a afirmação de Popper sobre a falsicabilidade da
ciência. Para Kuhn, em especial, poder-se-ia simplesmente deixar correr a história e
observar o comportamento dos cientistas, para se compreender os mecanismos que
permitem a tomada de decisão. As teorias estariam ligadas à biografia do cientista e
ao destino de sua comunidade. Com isso, Rubem Alves conclui que o conhecimento
não é suficiente para legitimar a ciência e que esta poderia redirecionar seu foco
para a bondade, em vez da verdade. Poderia, simplesmente, voltar-se para a busca
do alívio da miséria humana.Pela estrutura de raciocínio desenvolvida, pode-se dizer
que os estudantes iniciados na matéria, professores, pesquisadores e curiosos são
os que poderão extrair mais proveito dessa obra, ao se aperceberem da capacidade
de Rubem Alves de lidar, com simplicidade didática, de questões comuns e ao
mesmo tempo de grande cunho filosófico. O leitor, todavia, pode se julgar
insatisfeito, por remanescerem dúvidas sobre o trabalho da ciência, ou, no extremo
oposto, motivado a realizar novas leituras, com vistas à elucidação ou mesmo
contraposição ao pensamento do autor.

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