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Istefani Luciene
Dayse da Silva) UFOB – Respostas por: Fernando Granzotto.
3 – Por que o processo de formação tumoral pode levar anos e quais evidências temos
deste processo?
R- Pode levar anos pois várias etapas são necessárias para o surgimento de um câncer (tumor benigno
se transformar em maligno), porém alguns tumores pulam etapas e o câncer surge mais rápido. A
medida que a célula é exposta à um agente carcinogênico, passa por uma alteração celular e vai
perdendo a diferenciação, começa com uma hiperplasia e depois displasia, até uma anaplasia (câncer).
No começo ainda parece o tecido original:
-Hiperplasia típica;
-Hiperplasia atípica (inibição de contato: células se empilham, não respeitam delimitações).
-Displasia leve à moderada (perca da uniformidade celular e orientação arquitetônica);
Depois adquire características malignas:
-Carcinoma in situ (em local fixo, s/ ultrapassar a membrana basal do tecido – displasia severa);
-Carcinoma invasivo (invade os tecidos – anaplasia: atipia acentuada, perda completa das
características da célula; diagnóstico de neoplasia maligna);
-Carcinoma metastático (o que faz metástase).
4 – Quais as duas principais teorias para explicar o surgimento neoplásico? Explique-as.
R-
1. Teoria das células tronco:
As células-tronco têm a capacidade de autorrenovação e podem proliferar indefinidamente. O fenótipo das
células tronco é influenciado por fatores microambientais que controlam a substituição de células senescentes a
partir de células-tronco indiferenciadas.
Células tronco cancerígenas têm sido definidas como “células de um tumor que possuem capacidade de
autorrenovação e de formar linhagens heterogêneas de células cancerígenas que compõem o tumor”. A hipótese
Talvez ambas
situações
das células tronco cancerígenas propõe que é a célula tronco o alvo da carcinogênese e não as células somáticas
ocorram . adultas.
Durante muito tempo acreditou-se que a célula original de um tumor poderia ser qualquer célula madura de
um tecido que havia sofrido uma “desdiferenciação” devido às alterações fenotípicas e bioquímicas acumuladas
por subsequentes mutações. Entretanto, pelo que se sabe dificilmente uma célula somática madura vive tempo
o sufici-ente para acumular mutações determinantes para a carcinogênese. Essa ainda é uma questão que é
discutida e provavelmente
provavel-mente esse ponto da tumorigênese deve ser determinado individualmente para cada tipo
tumoral.
2. Teoria monoclonal:
Essa teoria diz que uma única célula sofre uma transformação maligna e forma um clone tumoral que
prolifera e dá origem a diferentes subclones.
A aquisição sequencial de mutações durante a evolução clonal não apenas promove uma pressão de seleção
positiva, mas também gera um grau de instabilidade no genoma que leva a mutações celulares individuais dentro
de um mesmo clone. Assim é possível compreender a variabilidade fenotípica e funcional das células em um
mesmo foco tumoral.
5 – O câncer não deve ser considerado uma doença da atualidade”. Explique a afirmação.
R- O câncer
câncer éé uma
resultado
doençadevelha,
muitas
já desordens quehaviam
em 2500 a.c. compartilham
relatos deuma profunda
câncer, desregulação
em 460 no ciclo
a.c. percebeu-se que ocelular
câncer
quesepromovem
espalha peloumcorpo, e em 200
crescimento d.c percebeu-se
descontrolado. que câncer
Algumas de mama
neoplasias é comum
malignas, em omulheres.
como linfoma de Hodgkin,
sãoDesde 1761
curáveis, já se sabe
enquanto que existe
outras, como relação entre o tabagismo
o adenocarcinoma e o desenvolvimento
pancreático, apresentam umadealtacâncer de pulmão.
mortalidade. A única
1775: crianças
esperança eramdo
de controle responsáveis
câncer está por
em limpar as mais
aprender chaminés
sobredevido ao seu
sua causa pequeno tamanho,
e patogenia, e grandesessas tinham
avanços contato
foram
com
feitos noasentendimento
cinzas, isso causava
de suas uma
basescarcinogênese
moleculares. química e várias dessas desenvolveram câncer de escroto.
HTLV e HCV: também estão relacionados com a integração e interagem com as proteínas
reguladoras do ciclo celular. Podem originar o Linfoma de Burkitt (infecta linfocitos B).
12 – Como os tumores podem se manifestar macroscopicamente? R- Podem se manifestar em tumores císticos e sólidos.
1. Císticos:
R- As formações cavitárias com
células tumorais material
não param líquido
deousegelatinoso,
dividir,predominante
por exemplo, em neoplasias glandulares,
se células normaisex.: adenoma de tireóide,
cultivadas em umaadenoma sebáceo.
2. Sólidos: formação de massas compactas, pode ser do tipo:
placa de Petri
-Nodular: Acometeestão cheias
geralmente de sólidos,
órgãos vizinhoscomopor
fígado,todos
pulmãoos lados,
e rins. Pode elas nãobenigno
ser tumor vão ou mais se dividir.
maligno. Forma umaAs células
massa expansiva -
cancerosas,
esférica. . Ex.: no entanto,
carcinoma renal,continuam se dividindo e se empilhando umas sobre as outras em camadas
adenoma hepático.
-Vegetante: Maligno ou benigno. Cresce em superfícies - pele ou mucosa. Forma massa exofitica - poliposa, papilomatosa ou couve-flor, podendo
irregulares. O ambiente
ulcerar. Ex.: papiloma cutâneoem uma
- HPV; placaintestinal.
polipose de Petri é diferente do ambiente no organismo humano, mas os
cientistas pensam
-Infiltrativo: Maligno;que a aperda
infiltra região dede inibição
surgimento sem formarem
de contato
do tumor células
nódulos cancerosas
ou vegetações, cultivadas
tornando o órgão maisem placasPode
espessado. deestenosar
órgãos ocos ou anulares. Ex.: carcinoma gástrico, carcinoma mamário.
Petri refleteO tumor
-Ulcerado: a perda
sofrede um mecanismo
ulceração precoce. Lesão que
infiltranormalmente
tecidos adjacentesmantém
e úlcera no o equilíbrio
centro, formandodoumatecido no bordas
cratera com corpo. .
endurecidas,
elevadas e irregulares. Ex.: carcinoma epidermóide.
13 – Quais são os fatores que regulam o ciclo celular? Descreva-os.
R- Inibidores do ciclo celular (genes supressores de tumor – genes de reparo do DNA e genes
ativadores da apoptose, como: p53 e pRB) e reguladores positivos (proto-oncogenes, como: RAS e
MYC).
Além desses há as ciclinas, CDKs (quinases dependentes de ciclinas), inibidores de CDKs (CKIs),
APC/C (complexo promotor da anáfase/ciclossomo), MPF, e SCF (ligases de ubequitina).
As ciclinas regulam a atividade das CDKs, ativando-as e enviando-as para alvos específicos. Há 4
classes de ciclinas: G1, G1/S (promove replicação DNA na fase S), S, M (promove rompimento da
membrana celular na fase M).
As CDKs fosforilam moléculas específicas quando ativadas por ciclinas (complexo CDK-ciclina).
As CKIs inibem CDKs inativando o complexo CDK-ciclina.
A APC/C é ativada pelo MPF (CDK-ciclinaM) e destrói ciclinasM a partir da anáfase para que célula
saia da mitose a fim de permitir que as células filhas entrem em G1. Causa destruição das proteínas
(coesinas) que seguram as cromátides irmãs juntas para que ocorra separação desses em polos opostos
da célula, permitindo que haja a citocinese.
14 – Quais são os pontos de checagem do ciclo celular? O que é verificado em cada um?
R- São:
1. Checkpoint M (metáfase para anáfase): verifica se os cromossomos estão alinhados
corretamente na placa metafásica.(fuso mitótico).
2. Checkpoint G1 (G1 p/ S): verifica se o tamanho celular está adequado, se há nutrientes suficientes,
se fatores de crescimento estão presentes, e se DNA está íntegro.
3. Checkpoint G2 (G2 p/ M): verifica se DNA foi duplicado corretamente, e se as condições
ambientais são favoráveis.
1. Interrompe o ciclo celular na ocorrência de erros no DNA pela ativação de WAF1, que por sua vez
ativa a p21, uma CKIs (inibidores de CDK – cinase dependente de ciclina).
2. Ativa enzimas de reparo de DNA.
3. Ativa apoptose caso reparo do DNA seja malsucedido.
*Se um alelo parar de produzir p53, isso tem efeito negativo, significa que o outro alelo não vai
produzir também (o produz tudo ou não produz nada).
* O papilomavírus humano pode levar ao câncer cervical. Este vírus codifica uma proteína chamada
E6, que se liga a p53 e marca-a para sofrer degradação (destruição).
b) pRB: é um gene supressor de tumor que atua na fase S. Produz uma fosfoproteína nuclear (ausente no
retinoblastoma) que quando ativa (desfosforilada)
hipo funciona inibindo as proteínas reguladoras de genes da
família E2F, que são necessárias para transcrever genes codificadores de proteínas que ativam a fase S. A
ligação entre pRB e E2F é desfeita em G1 pela fosforilação promovida pelos complexos D-Cdk4, D-Cdk6 e
E-Cdk2, permitindo que E2F se ligue a p300 para que ocorra progressão da fase S no ciclo celular. A pRB
forma complexos com antígenos do adenovírus-SV40 (sequestra pRB e p53 permitindo que a célula se
multiplique indefinidamente) e E7 do HPV.
*Esse gene é disfuncional em vários tipos de cânceres comuns, como: carcinoma de pulmão, mama e bexiga.
c) APC (Complexo promotor da anáfase/ciclossomo): é uma enzima que a partir da anáfase marca ciclinas
M com ubequitina para que sejam degradadas nos proteossomos, fazendo com que célula mãe saia da mitose
e células filhas entrem em G1. Além disso, realiza ubequitinação das securinas do complexo securina-
separase, então as coesinas que mantém as cromátides irmãs juntas são desligadas, promovendo a separação
dessas em polos opostos da célula, permitindo que ocorra a citocinese.
separase, então as coesinas que mantém as cromátides irmãs juntas são desligadas, promovendo a
separação dessas em polos opostos da célula, permitindo que ocorra a citocinese.
d) SCF (ligases de ubiquitina): ubiquitina certas CKIs no final de G1, ajudando a controlar a ativação de S-
Cdks e da replicação do DNA. A atividade da SCF depende das subunidades F-box, que auxilia na
identificação das proteínas-alvo especificamente fosforiladas.
e) RAS: é uma proteína G que atua como reguladora positivo do ciclo celular, responsável pela transdução
de sinal que ativa a proliferação celular. Ela alterna entre uma forma inativa (ligada a uma pequena molécula
de GDP) e uma forma ativa (ligada a uma molécula parecida, GTP), que sinaliza para que ocorra divisão e
proliferação celular na presença de fatores de crescimento. Mutações cancerígenas frequentemente mudam a
estrutura da RAS de modo que ela não mais possa mudar para a forma inativa, ou então o faz muito lentamente,
deixando a proteína presa em um estado "ligado", mesmo na ausência de fatores de crescimento.
Sinal extracelular (Fator de crescimento) -> RAS (GDP) + Pi -> RAS (GTP) ->
1. Via Raf-1 -> MEK -> ERK/MAPK + Pi -> MYC (bloqueia fosforilação Thr58 impedindo degradação do MYC).
2. Via PI3K -> AKT -> GSK-3 -> + Pi -> MYC (fosforila Ser62 e amplia a meia vida de MYC).
estrutura da Ras de modo que ela não mais possa mudar para a forma inativa, ou então o faz muito lentamente,
deixando
*A ativação a proteína
de RAS presa
culmina naem um estadode"ligado",
transcrição MYC que mesmo
leva anaprodução
ausência de fatores de crescimento.
E2F e fosforilação de pRB, resultando em
ativação de genes importantes para a entrada na fase S do ciclo celular.
f) Beta-catenina:
g) MYC: é um proto-oncogene, pertence aos genes de resposta imediata precoce, que são rapidamente
induzidos quando as células quiescentes recebem um sinal para se dividirem. Como ocorre com muitos fatores
de transcrição, acredita-se que o MYC esteja envolvido na carcinogênese através da ativação de genes que
estão envolvidos na proliferação. A gama de atividades modulada pelo MYC é muito ampla e inclui a
acetilação das histonas, a redução da adesão celular, o aumento da motilidade celular, o aumento da atividade
da telomerase, o aumento da síntese de proteínas, a diminuição da atividade de proteinase e outras alterações
no metabolismo celular que permitem uma alta taxa de divisão celular. O MYC representa um dos poucos
fatores de transcrição que podem agir em consonância para reprogramar as células somáticas em células
tronco multipotentes; o MYC também pode aumentar a autorrenovação, bloquear a diferenciação, ou ambos.
A desregulação da expressão do MYC resultante da translocação do gene ocorre no linfoma de Burkitt, um
tumor de células B. O MYC está amplificado em alguns casos de carcinomas de mama, do cólon, de pulmão
e de diversos outros carcinomas. Os genes relacionados N-MYC e L-MYC estão amplificados nos
neuroblastomas e nos carcinomas de pequenas células do pulmão, respectivamente.
16 – Explique como os telômeros podem ser responsáveis pelo fim do ciclo celular.
R- Com os telômeros muito curtos (após 50-70 divisões celulares) a telomerase não consegue mais
desempenhar seu papel estendendo-os. Desse modo, a divisão celular para e a célula entra no estado
de senescência (para de metabolizar).
1. Radicais livres e radiações podem provocar apoptose quando atuam na membrana citoplasmática
e ativam a esfingomielinase, que libera ceramida. Esta induz apoptose por:
(a) inativação de inibidores das caspases 8 e 9, ativando-as;
(b) ativação de p38 e JNK, que ativam fatores de transcrição de genes BCL pró-apoptóticos.
PET SCAN: utiliza-se glicose ligada a um elemento radioactivo (normalmente flúor radioactivo)
e injecta-se no paciente. As regiões que estão metabolizando essa glicose em excesso, tais como
tumores ou regiões do cérebro em intensa actividade aparecerão em vermelho na imagem criada
pelo computador.