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Política Fiscal
Para dar conta de suas tarefas, o governo precisa arrecadar receitas e realizar gastos, o que se refere à política
fiscal. A política fiscal consiste na administração dos gastos e receitas do governo, em R$.
Obs.: As contas nacionais não consideram a movimentação da dívida mobiliária (dívida do governo em emissões
de títulos públicos, dentro do país). Mas esta, na prática, também é fonte de ganhos e gastos. Ganhos, quando o
governo vende títulos ao setor privado; gastos, quando deve resgatar estes títulos, pagando também o seu
rendimento. Muitas vezes o governo financia o pagamento, emitindo novos títulos para pagar uma leva anterior:
é a rolagem da dívida pública.
Política Monetária
Trata da oferta de moeda (R$) e da taxa de juros da economia de um país.
► Funções da Moeda
• Intermediária de troca (permite trocar sapato por banana)
• Unidade de Conta (sabe quanto vale o sapato e quanto vale a banana, em uma unidade monetária única)
• Reserva de valor (só funciona na ausência de inflação, com inflação fica prejudicada. Ex.: se você
comprar um imóvel hoje e guardar o dinheiro, daqui há um ano, não compra mais o mesmo imóvel). Obs.:
Moeda não oferece rendimento
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► Oferta de Moeda (M1)
• Quantidade de moeda disponível para a sociedade em um determinado momento.
• O Banco Central é o órgão do governo encarregado de controlar a OF de moeda.
2. Percentual de depósito compulsório – é uma parte dos depósitos à vista que o banco comercial recebe
diariamente, e que ele é obrigado a depositar no Banco Central, onde o $ ficará guardado. Veja a seguir:
Volume Total de depósitos à vista
em Bancos Comerciais:
A riqueza (lucro) do banco comercial vem da intermediação financeira. Quanto mais recursos ele tiver livres
para aplicar/emprestar, mais ele realiza operações, elevando a OF M1 na economia.
Logo, se o Banco Central elevar o Depósito Compulsório, reduz a OF M1. Já se o Banco Central diminuir o
Depósito Compulsório, aumenta a OF M1.
3. Linhas de Redesconto : Repasse de verba do Bacen aos Bancos Comerciais (usando aquele $ que é
guardado sob a forma de depósito compulsório). Isto só ocorre com 2 objetivos:
- Empréstimo de Liquidez (repasse de $ temporário, só até o banco comercial se reorganizar parta
honrar um volume maior de saques dos correntistas)
- Linhas especiais de crédito (ex.: crédito a exportadores. Dinheiro com um custo mais baixo para o
exportador. Vem do Bacen para os Bancos Comerciais.)
4. Operações de Mercado Aberto: Compra e Venda de títulos da dívida pública. Ao vender os títulos da
dívida pública à sociedade, o governo recolhe moeda; logo, uma operação de venda de títulos leva a uma
redução na oferta de moeda.
Já na hora em que o governo compra/resgata os títulos da dívida pública da sociedade, devolve o valor e
o rendimento em moeda. Logo, uma operação de compra de títulos pelo governo leva a um aumento na
oferta de moeda.
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► O Banco Central quer controlar a OF de moeda para determinar a Taxa de Juros SELIC
A oferta de moeda permite que o Banco Central determine a taxa de juros, que resulta da Relação entre Oferta e
Demanda de moeda (R$). Supondo constante a demanda por moeda, a oferta de moeda passa a ser a forma de
influenciar a Taxa de Juros.
De que taxa estamos falando? Da taxa SELIC (Setor de Liquidação de Custódia), que é a taxa básica da
economia brasileira. Ela é resultante da Oferta e Demanda de moeda (R$).
Quem decide qual será o melhor nível desta taxa é o COPOM → Conselho formado pelos integrantes do Banco
Central . Nesta decisão são considerados as metas de inflação para o ano e o nível de atividade da economia,
entre outros.
A taxa de juros1 acabará por influenciar o volume de consumo, por parte das famílias, e de investimento, por
parte das empresas. O elo entre o mercado monetário e o lado real da economia (nível de produto, de emprego e
de renda) é feito através da taxa de juros.
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Os juros constituem um preço pelo uso do dinheiro, ou um prêmio por aplicá-lo. Ao contrário dos juros, as multas e a correção
monetária têm objetivos e naturezas distintas. A multa só existe em face de um descumprimento obrigacional; é uma penalidade. Já a
correção monetária, é uma forma de deixar o poder da moeda intacto, atualizando-o na exata proporção da inflação, isto é, do aumento de
preços.
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Inflação de Demanda: Quando a OF não consegue acompanhar a demanda (excesso de demanda leva a ↑
preços), em vários setores produtivos da economia.
Obs.: A demanda pelas mercadorias cresce rápido, mas a oferta destes bens anda devagar, gerando descompasso
e conseqüentemente a inflação.
Inflação de Custos: quando o aumento dos custos é repassado ao preço da mercadoria vendida ao consumidor.
Por exemplo, o aumento do combustível (que onera o transporte da mercadoria), poderá ser repassado ao preço
desta.
Obs.: A resistência das margens de lucro ajuda a causar inflação de custo.
P = custo unitário + (margem x custo unitário)
Se os custos aumentam, e o produtor de um bem não reduz sua margem de lucro para absorver este aumento, ele
repassa o custo maior para o preço de seu produto.
►TAXA DE CÂMBIO = É o preço do dólar no país; mede quantas unidades da moeda nacional são
necessárias para comprar U$ 1.
a) Taxa de Câmbio VALORIZADA = para comprar U$ 1 é preciso MENOS de R$ 1,00 (R$ vale mais
que a outra moeda). Esta é uma taxa BAIXA.
b) Taxa Cambial DESVALORIZADA = quando é preciso MAIS de R$ 1,00 para comprar U$ 1. Esta é
uma taxa ALTA.
→ VALORIZAÇÃO Cambial = quando passo a precisar de MENOS reais (R$) para comprar o mesmo dólar
(U$). Ex.: R$ 2,50 → R$ 2,10 (valorizou o R$)
→ DESVALORIZAÇÃO Cambial = quando passo a precisar de MAIS moeda nacional (R$) para comprar o
mesmo (U$). Ex.: R$ 2,17 → R$ 2,40 (desvalorizou o R$)
→ O que é a Demanda por U$? É a saída de U$ em circulação no país. Algumas fontes de demanda por U$:
- Importações - importador compra dólar, para pagar suas compras
- Pagamento da divida externa
- Envio de remessa de lucro de Multinacionais atuando aqui, para o país de origem
- Saída de capitais financeiros
No Regime Flutuante Puro, a taxa de câmbio depende da proporção entre entrada e saída de U$, diariamente no
país.
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IMPORTANTE: No Regime de câmbio Flutuante, o comum na prática é o governo atuar agindo como se
fosse um dos agentes no mercado. “Flutuação Suja” ( é o regime atual no Brasil)
O
Ex.: R$ 3,00 a OF está muito pequena em relação a DEM : U$ F U$
DE
U M
Governo vende U$ para ↑OF U$ →↓ Tx câmbio $ U$
- Vantagens do Câmbio Flutuante: o Governo não é obrigado a gastar as Reservas Internacionais para
controlar a taxa de câmbio (mas pode fazê-lo eventualmente). A balança comercial tende ao superávit, como
será visto adiante.
- Desvantagens: toda vez que a taxa de câmbio sobe, encarece o custo de importar. Isto pode impactar sobre a
inflação aqui, caso um produto aqui produzido use componentes importados.
O Importador GASTA em dólar; para isto, usa R$ para comprar U$ e pagar a encomenda.
Ex.: Importação de mercadorias, no valor de U$ 100
- Se a Tx. de Câmbio = 2,90, seu Gasto em R$ = 2,90 x 100 = R$ 290,00
- Se a Tx. Câmbio = R$ 4,00, seu Gasto em R$ = 4,00 x 100 = R$ 400,00
→ O importador fica estimulado quando a Tx cambial está valorizada (tx menor), porque o gasto em R$ vai ser
menor.
Conclusão: A taxa de câmbio valorizada (baixa) desestimula as EXP, apesar de estimular IMP, o que pode vir a
causar uma balança comercial deficitária.
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Política Comercial: São medidas para influenciar as EXP e as IMP, sem que seja necessário mexer na taxa de
câmbio.
Afetam as exportações :
- Crédito mais barato
- Isenção de impostos
→ Todo país sempre deseja aumentar as EXP.
Afetam as importações:
- Estabelecimento de cotas (limites de quantidade) para a importação de um produto
- Definir obstáculos burocráticos
- Dar subsídio ao produto nacional, para que fique mais barato que o importado
- Colocar tarifas sobre os produtos importados
1. OMC
Desde 1994, a Organização Mundial do Comércio regulamenta o comércio internacional, com a meta de
promover a abertura dos mercados e combater concorrência desleal.
Deve contribuir para elevar o volume do comércio internacional. Sucedeu ao GATT (Acordo Geral sobre Tarifas
e Comércio), que ocorreu de 47 a 94.
4. Blocos Comerciais
São formados por países que desejam elevar o fluxo de comércio entre si, e fortalecer sua posição internacional.
Os mais conhecidos são o NAFTA (Eua, Canadá e México), Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai),
União Européia (que conta hoje com 27 países e vai além da proposta de bloco, formando um mercado comum).
A Alca está paralisada, até porque alguns países ainda estudam se vão aderir, como o Brasil.
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►BALANÇO DE PAGAMENTOS:
É o registro mensal das transações entre residentes e não-residentes do país. Contabiliza não só transações do
governo, mas principalmente das empresas e cidadãos. As contas são feitas em dólares.
2. Balanço de Serviços
- Viagens Internacionais
- Fretes
- Seguros (referente a mercadorias registradas na Balança Comercial)
- Rendas de Capitais (lucros, juros da dívida externa, dividendos)
- Serviços diversos (pagamento por Assistência Técnica, pagamento de Royalties)
- Serviços governamentais (embaixadas, consulados, representações)
3. Transferências Unilaterais
São movimentações de valor entre estrangeiros e brasileiros, sem contrapartida. É o caso das doações entre
países (como remessa de remédios para países necessitados). Também entram remessas de dinheiro que
trabalhadores brasileiros no exterior enviam às famílias.
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Títulos no exterior. O Risco-País é a diferença de valor que o Brasil paga para que se compre
o nosso título no mercado financeiro internacional, em relação ao papel americano. Ex.: se os
EUA oferecem 10 %, e o Brasil está oferecendo 10 % + 8,17 % = 817 pontos, o risco-país
fica em 817 pontos.
6. Erros e Omissões (Diferença entre cálculos do Banco Central e outras instituições, como Departamento
de Comércio Exterior, Receita Federal, etc.)
Este Saldo pode ser um Déficit – se o país gastou mais do que tinha em U$ - ou um Superávit – se o país
recebeu mais U$ do que gastou.Dependendo deste resultado, mexe-se na conta a seguir:
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Efeitos da Política Fiscal sobre a Demanda Agregada, Emprego e Produção
A política fiscal pode ser contracionista (=recessiva) ou expansionista. Diz-se contracionista quando reduz a
demanda agregada, e expansionista, quando expande a demanda agregada.
⇒ Uma política fiscal contracionista ocorre se o governo corta gastos com o setor privado, ou aumenta os
impostos. Isto porque: DA = C +I + G + X – M.
Se o governo diminui G, também diminui a DA. Já se o governo aumenta os tributos, isto afeta indiretamente a
DA, por meio de C e I. Afinal, pagando mais impostos, o consumidor poderá reduzir o consumo e as empresas
eventualmente reduzem o investimento. Os preços dos exportados podem se tornar menos competitivos, devido
aos impostos embutidos:
Impostos sobem e Gastos Gov. caem → ↓ inv. Produção → ↓ emprego, ↓ consumo, ↓ Produto
⇒ Uma política fiscal expansionista ocorre se o governo aumenta seus gastos com o setor privado, ou reduz os
impostos. Se o governo aumenta G, também aumenta a DA. Já se o governo reduz os tributos, isto aumenta
indiretamente a DA, por meio de C e I . A redução de impostos se reflete em maior capacidade de gasto, tanto
para consumo quanto para investimento:
Impostos caem e Gastos Gov. sobem → ↑ inv. Produção → ↑ emprego, ↑ consumo, ↑ Produto
Quando o governo tem como meta estabilizar os preços, costuma aplicar política fiscal contracionista. A lógica é
a seguinte: esta política reduz a demanda agregada, logo reduz o investimento produtivo e o emprego. O
consumo cai, o que dificulta aumentos de preços. Um empresário pode manter seus preços altos, mas não os
aumenta, se as vendas estão caindo.
Resultados do Governo
São formas de calcular o saldo entre Receitas e Gastos do Governo, em R$. Existem 3 formas:
Resultado Primário: Receitas menos gastos, sem incluir nesta conta pagamento de juros e correção monetária
pelo governo – ou seja, sem incluir a dívida pública. Normalmente, o governo brasileiro tem buscado superávit
primário.
Resultado Operacional: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública. Neste
conceito, o resultado mais comum é de déficit.
Resultado Nominal: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública, mais a correção
monetária ou cambial (alguns títulos da dívida pública têm rendimento correspondente à variação do câmbio).
Este é o conceito mais completo; normalmente é um déficit.