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TRABALHO E REESTRUTURAÇÃO
PRODUTIVA DO CAPITAL: notas sobre as
formas de intensificação da exploração da
força de trabalho
Maceió
2007
Japson Gonçalves Santos Silva
TRABALHO E REESTRUTURAÇÃO
PRODUTIVA DO CAPITAL: notas sobre as
formas de intensificação da exploração da
força de trabalho
Maceió
2
2007
Japson Gonçalves Santos Silva
TRABALHO E REESTRUTURAÇÃO
PRODUTIVA DO CAPITAL: notas sobre as
formas de intensificação da exploração da
força de trabalho
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
Maria Augusta Tavares – Universidade Federal de Alagoas
__________________________________________________________
Reivan Marinho de Souza Carneiro – Universidade Federal de Alagoas
3
Dedico este estudo:
4
e a todos que contribuíram direta ou
indiretamente para a concretização deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS
pesquisa;
5
“O homem é um ser que vive de ilusões e de esperanças, às quais nunca puderam
dar morte os grandes cataclismas da história. Uma das mais bonitas idéias é de um
Direito do Trabalho que, de uma vez para sempre, na luta entre o Capital e o
Trabalho, ponha o primeiro, e a Economia em si, a serviço do segundo.”
(Mário de La Cueva)
6
RESUMO
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................09
8
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................55
INTRODUÇÃO
9
reestruturação produtiva do capital, tendo em vista tão-somente alcançar o objetivo
acima referenciado.
1
É bom ressaltar que a discussão sobre o mercado de trabalho do Serviço Social não corresponde ao objetivo da
nossa pesquisa, fazemos referência nesta introdução apenas para demonstrar a importância do estudo sobre a
reestruturação capitalista, tendo em vista que esse movimento interfere nas mais diversas instâncias da profissão
de Serviço Social.
10
mostrar como se dá a dinâmica capitalista na sua busca incessante pela
acumulação.
11
CAPÍTULO I
Karl Marx.
12
Objetiva-se, neste primeiro capítulo, fundamentar sob a perspectiva
marxista, as categorias essenciais para a compreensão da reestruturação capitalista
e suas repercussões sobre o trabalho.
15
Dessa forma, na ordem do capital, o trabalho é degradado, uma vez que o
produto que o trabalhador retira do processo de trabalho aparece a ele como uma
coisa estranha. Esta constatação, portanto, permite a Marx afirmar que a efetivação
do trabalho aparece como desefetivação3 do trabalhador (idem, p.80).
3
Esta afirmação diz respeito ao fato de que, no trabalho desenvolvido pelo trabalhador na sociedade capitalista, a
satisfação pelo trabalho é perdida, pois o trabalhador não se realiza no ato do trabalho, uma vez que, o que
produz não chega as suas mãos, ficando na posse de um outro homem que lhe compra sua força de trabalho para
determinados fins. Portanto, a efetivação do trabalho na sociedade capitalista só favorece aos donos da força de
trabalho, cabe ao trabalhador apenas a tarefa de cumprir ordens a fim de conseguir o necessário para sua
subsistência.
16
livre e ativo em suas funções animais, comer, beber, e procriar (...) e em suas
funções humanas só [se sente] como animal” (idem, p.83).
17
Se ele se relaciona, portanto, com o produto do seu trabalho, com o
seu trabalho objetivado, enquanto objeto estranho, hostil, poderoso,
independente dele, então se relaciona com ele de forma tal que um
outro homem estranho a ele, inimigo, poderoso, independente dele, é
o senhor deste objeto (MARX, 2004, p.87).
18
enquanto mercadoria garante a produção de outras mercadorias que possuem ao
mesmo tempo valor de uso e valor de troca.
19
Se 10 libras de algodão absorviam 6 horas de trabalho e
transformavam-se em 10 libras de fio, então 20 libras de algodão
absorverão 12 horas de trabalho e se transformarão em 20 libras de
fio. Consideremos o produto do processo prolongado de trabalho.
Nas 20 libras de fio estão objetivadas agora 5 jornadas de trabalho: 4
na massa consumida de algodão e fusos, 1 absorvida pelo algodão
durante o processo de fiação. Mas a expressão em ouro de 5
jornadas de trabalho é 30 xelins ou 1 libra esterlina e 10 xelins. Esse
é, portanto, o preço das 20 libras de fio. Uma libra de fio custa,
depois como antes, 1 xelim e 6 pence. Mas a soma dos valores das
mercadorias lançadas no processo importou em 27 xelins. O valor do
fio é de 30 xelins. O valor do produto ultrapassou de 1/9 o valor
adiantado para sua produção. Dessa maneira, transformaram-se 27
xelins em 30. Deram uma mais-valia de 3 xelins. Finalmente a
artimanha deu certo. Dinheiro se transformou em capital (MARX,
1985, p.160).
20
O trabalho, enquanto força de trabalho, é a única mercadoria4 capaz de
gerar valor. Esta força de trabalho tem um valor que é medido pelo tempo de
trabalho necessário à sua reprodução. Todavia, a duração média da jornada de
trabalho excede o tempo necessário para que o trabalhador produza o equivalente
ao seu salário. Este excedente é sobre-trabalho, trabalho não pago pelo capitalista,
que Marx denomina de mais-valia.
4
Neste ponto de nossa análise, é interessante atentar para uma observação de Marx no sentido de esclarecer o
que representa a um produto o seu caráter de mercadoria, na medida em que não é apenas a utilidade de uma
coisa ou de um produto resultante do trabalho humano que define a mercadoria. “Quem com seu produto satisfaz
sua própria necessidade cria valor de uso mas não mercadoria. Para produzir mercadoria, ele não precisa
produzir apenas valor de uso, mas valor de uso para outros, valor de uso social. (...). Para tornar-se mercadoria, é
preciso que o produto seja transferido a quem vai servir como valor de uso por meio da troca” (Marx, 1985,
p.49). Este esclarecimento faz-se necessário, uma vez que, o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo
de trabalho socialmente necessário para produzi-la. Todos os fatores que entram no custo de produção de uma
mercadoria são, de certa forma, redutíveis ao trabalho.
21
Tem de revolucionar as condições técnicas e sociais do processo de
trabalho, portanto o próprio modo de produção, a fim de aumentar a
força produtiva do trabalho, mediante o aumento da força produtiva
do trabalho reduzir o valor da força de trabalho, e assim encurtar
parte da jornada de trabalho necessária para a reprodução deste
valor (MARX, 1985, p.251).
CAPÍTULO II
Gonzaguinha.
6
Neste primeiro tópico, o modelo que nos referimos diz respeito ao taylorismo/fordismo. Todavia,
primeiramente faremos uma análise do taylorismo enquanto método para gerir e controlar a força de trabalho.
Logo após, enfatizaremos o fordismo como modelo de produção que incorpora características do taylorismo, o
que o caracteriza como implementador do método taylorista. No decorrer do nosso trabalho destacaremos o
modelo de produção toyotista que atualmente tem intensificado a exploração sobre o trabalho, o que o faz um
verdadeiro aliado do capital no seu objetivo de acumulação.
24
De acordo com Druck, a expropriação do saber operário via “gerência
científica” objetiva o controle do processo de trabalho, uma vez que a fábrica é um
espaço histórico-político no qual o capital tem enfrentado lutas operárias. Essa
caracterização das fábricas obrigou o capital a rever as práticas gestoras do
trabalho, num momento histórico em que o controle sobre o trabalho tornava-se um
fator primordial na busca pela eficiência e produtividade devido à concorrência
capitalista (1999, p.42).
7
De acordo com a bibliografia estudada, o Welfare State surge como estratégia para o desenvolvimento do
capital com o objetivo de criar mecanismos de reprodução da força de trabalho.
8
Conforme a literatura analisada, os elementos que formam o Welfare State correspondem às políticas sociais
implementadas pela ação estatal. Essas políticas atuam como mecanismos distributivos de renda e riqueza
socialmente produzida, sob a forma de benefícios ou serviços. Esses elementos acabam sendo estratégias usadas
pelo Estado para responder as necessidades de reprodução do capital.
27
Ainda segundo Antunes, a noção de ‘compromisso’ pressupunha a implementação
de ganhos sociais e seguridade social para os trabalhadores. Com isso, observou-se
a integração do movimento operário, mais precisamente dos seus organismos
representativos, ao projeto do capital, o que permitiu a subordinação desses
organismos ao processo global de reprodução do capital (2005b, p.39).
28
virtualidades da inteligência. Foi com esse fim que desenvolveram a
tecnologia eletrônica e os computadores e que remodelaram os
sistemas de administração de empresa, implantando o toyotismo, a
qualidade total e outras técnicas de gestão (BERNARDO apud
ANTUNES, 2005b, p.44-5).
[...] quando a expansão material torna-se tão grande que gera uma
sobre-oferta de mercadorias, cria-se uma crise de superprodução (e
o decorrente ‘subconsumo’), que pode levar a uma crise de
superacumulação. A massa de capital acumulado é tão grande que
já não encontra um retorno significativo e rápido na
produção/comercialização dentro dos limites onde se movimentava, e
onde a concorrência intercapitalista aumentava vertiginosamente,
num contexto de demanda deficitária (MONTAÑO, 2001, p.59, grifo
do autor).
9
Sobre a contradição elementar entre a socialização da produção e a apropriação privada do produto, Cf.
Montaño (2001). Respaldado em Marx, este autor nos coloca que a contradição capitalista “desdobra-se na
tendência à substituição da força de trabalho pela maquinaria (alterando a composição orgânica do capital) e na
tendência à queda da taxa de lucro” (Idem, ibidem, p.53).
29
O processo que cria a capacidade capitalista de superproduzir é
determinado, dentre outras formas, pela introdução de novas tecnologias no âmbito
da produção10. Essa dinâmica num determinado momento eleva a lucratividade
capitalista e, em outro momento, com o crescimento produtivo, provoca uma queda
na taxa de lucro, pois, como bem destacou Montaño na citação acima, muito do que
é produzido não encontra demanda para o seu consumo, sendo obrigado o
capitalista a diminuir os preços das mercadorias para liberar os estoques.
10
Esta é a forma que dá característica ao processo de extração da mais-valia relativa.
30
Os momentos de crise do modo de produção capitalista se expressam na
capacidade que o capital tem em potencializar as forças produtivas e, ao mesmo
tempo, na sua impossibilidade de acabar com a desigualdade nas relações sociais e
de satisfazer as necessidades coletivas através da socialização do trabalho humano
(FRIGOTTO, 1995, p.65). O que lhe permite tal afirmação é o fato da crise do capital
ser de superacumulação, daí que, está na própria natureza das relações capitalistas
o surgimento das crises.
De acordo com Druck, o eixo central da crise dos anos 70 está na queda
de produtividade do trabalho (1999, p.68). Segundo esta autora, as condições
econômicas que intensificaram a crise foram: o novo sistema de regulação financeira
internacional sob as bases do mercado de eurodólares; a expansão do modelo de
industrialização fordista para países da Europa, Japão e países do Terceiro Mundo,
contribuindo para intensificar a competitividade mundial; a crise do petróleo em
1973, que aumentou o processo inflacionário; esses fatores contribuíram para uma
crise fiscal estrutural nos EUA, desestabilizando sua hegemonia econômica (idem,
p.70).
31
[...] mesmo que esta elevação de preços redundasse em elevação de
salários, em vários momentos não aconteceu na mesma proporção
(...) resultando em perda de poder aquisitivo, diminuindo a demanda
e, consequentemente, determinando situações recessivas (DRUCK,
1999, p.70).
32
Para enfrentar este ciclo de crise, tornou-se determinante para o capital
reorganizar o papel das forças produtivas na recomposição das bases essências
para a reprodução do capital, e essa reorganização deveria acontecer tanto na
esfera produtiva como nas relações sociais. Como destacam Alencar e Almeida,
33
potências produtivas11, surge a preocupação pelo capitalista em retomar a
produtividade e exercer a plena dominação sobre o trabalho.
11
Aqui nos referimos aos Tigres Asiáticos que a partir da confirmação do desenvolvimento de um novo padrão
produtivo – o toyotismo – tem apresentado elevados índices de produtividade, ameaçando a hegemonia norte
americana, que até então era considerada potência econômica exclusiva.
34
70, um processo de reestruturação que, atualmente, tem sido visualizado
diferentemente por diferentes tendências teóricas.
Por outro lado, este autor concorda com aqueles estudiosos que
acreditam que essas mudanças não conformam novas formas de organização do
trabalho, apenas intensificam tendências já existentes e que, segundo eles, são
favoráveis apenas aos empregadores (ANTUNES, 2005b, p.48). Enquanto isso, para
Harvey, existe uma combinação de processos produtivos, uma combinação que
articula o fordismo a processos flexíveis de produção. De acordo com ele:
35
contrário do fordismo na qual a produção é em série e de massa; o trabalho é
desenvolvido em equipe, quando no fordismo predomina o trabalho parcelar; o
processo produtivo é flexível no qual um homem pode operar várias máquinas,
diferente do fordismo que estrutura a produção sob a relação homem/máquina; no
toyotismo o just in time possibilita o aproveitamento do tempo de produção; segundo
o sistema de kanban os estoques tem que ser mínimos; as empresas mantêm uma
estrutura horizontalizada, diferente da verticalidade fordista; e, por fim, desenvolvem-
se os Círculos de Controle de Qualidade (CCQs), de onde os empregadores retiram
o saber intelectual do operário a seu favor (ANTUNES, 2005b, p.54-5).
36
pólos produtivos, encadeados agora em lábeis redes supranacionais,
passíveis de rápida reconversão (NETTO, 1996, p.91).
12
O setor de serviços é visto por muitos como saída para a crise do trabalho. Todavia, é inegável que mesmo
neste setor o desenvolvimento tecnológico tem sido responsável pela diminuição da força de trabalho, ou seja,
aquele trabalho que antes era desenvolvido por homens, hoje tem sido desenvolvido por máquinas, exemplo
disso são os caixas eletrônicos das agências bancárias.
37
As transformações no âmbito da produção e do trabalho foram
acompanhadas pelas mudanças das funções estatais determinadas pelo
neoliberalismo. Este, fruto de uma contra-revolução teórica e política ao Estado
intervencionista, integra-se às estratégias da mundialização do capital13.
13
Termo usado por Chesnais, segundo este, “[...] quando se fala em mundialização do capital (ou quando se dá
um contexto mais rigoroso ao termo inglês de ‘globalização’), está-se designando bem mais do que apenas outra
etapa no processo de internacionalização, tal como o conhecemos a partir de 1950. Fala-se, na verdade, numa
nova configuração do capitalismo Mundial e nos mecanismos que comandam seu desempenho e sua regulação”
(1996, p.13).
14
Para Netto (1996), trata-se de construir um Estado mínimo para responder às demandas da classe trabalhadora
e máximo para atender aos interesses do capital.
15
Os organismos internacionais, FMI, Banco Mundial e BID, correspondem as principais instituições
representantes das nações desenvolvidas.
16
O Consenso de Washington consistiu num conjunto de medidas neoliberais retiradas de um encontro onde se
discutiu as reformas que estavam em evidência e que estratégias poderiam ser tomadas nas próximas décadas
para concretizar as experiências monetaristas mundiais nos países periféricos.
38
governos. Teixeira ressalta que, “a transnacionalização do sistema capitalista de
produção representou a morte do Estado, isto é, seu poder de fazer políticas
econômicas e sociais de forma autônoma e soberana” (idem, p.196).
39
é a expressão ideológica deste processo” (2006, p.19). Em sendo assim, esses
fenômenos representam uma nova fase do capitalismo e não apenas a evolução
natural das forças produtivas capitalistas. E seus desdobramentos se refletem
profundamente nos direitos do trabalho.
17
É importante ressaltar que o controle sobre a força de trabalho sempre existiu no sistema capitalista, todavia,
quando é introduzido no sistema produtivo o modelo de produção toyotista intensifica-se o controle sobre o
trabalho.
40
pensasse sua conduta como mecanismo imprescindível para alcançar êxito no
processo produtivo18. Carneiro postula que,
18
Os mecanismos de controle se efetivavam pela intensificação dos ritmos e tempos de trabalho através de um
cronômetro. Este deveria garantir a produtividade, diminuir custos e separar o trabalhador do controle do
processo de trabalho.
41
[...] a microeletrônica permite disseminar as instalações, os meios de
produção e os próprios trabalhadores na precisa medida em que
permite, ao mesmo tempo, manter hierarquizada centralmente a
recolha das informações e a emissão de ordens (BERNARDO, 2004,
p.111).
42
Atualmente, tornou-se comum grandes empresas se subdividirem em
múltiplas unidades. Recorre-se frequentemente a esse recurso sob a justificativa de
que ter fornecedores e subcontratantes integrados às grandes companhias
representa o “sucesso do neoliberalismo na reconstituição do mercado livre-
concorrencial. Todavia, o sistema toyotista, alma e coração da economia neoliberal,
supõe na realidade a centralização dos processos produtivos” (BERNARDO, 2004,
p.119).
44
mediante estratégias que tendem a fazer do trabalho informal a
forma de ser da sociedade assalariada (TAVARES, 2004, p.123).
19
Forma pela qual se obtém a mais-valia absoluta.
46
[...] os trabalhadores sujeitos a uma situação estrita de mais-valia
absoluta, embora vivam numa miséria abjeta, são muito pouco
explorados em termos de valor, os únicos termos que interessam ao
capitalista; enquanto são muitíssimo explorados os trabalhadores
submetidos à mais-valia relativa, que sustentam com a sua atividade
um aumento rápido da produtividade, apesar de disporem de uma
vasta gama de bens de consumo (2004, p.125).
47
trabalhadores por conta própria que não têm horário de trabalho definido ficam
submetidos à insegurança de rendimentos.
48
Neste novo momento em que se insere o trabalho assalariado, a
exploração do trabalho pelo capital tem ultrapassado as barreiras das fábricas. Hoje,
como exemplifica Tavares,
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS
50
movimentos cíclicos de crise e, principalmente, como tem se configurado a classe
trabalhadora neste contexto.
51
suportam vários tipos de respostas, desde que elas não interfiram na dinâmica
capitalista de acumular riquezas.
52
horária exagerada. O modelo toyotista, por uma vez, pretendeu romper com a
imagem negativa do trabalho como deterioração do trabalhador derivada do
taylorismo/fordismo, instituindo programas nos quais o trabalhador se torna
polivalente, integrado ao processo produtivo, sendo livre para dele participar e
interferir. Todavia, procuramos demonstrar que, o que de verdade acontece é a
precarização, destruição e intensificação do trabalho, através de condições de
trabalho precárias.
53
Observamos uma intensificação da exploração graças à introdução de
antigas formas de produção, através da flexibilização. Trabalhos precários, parciais
ou temporários, permitem que a extração da mais-valia relativa, comumente retirada
em períodos de intenso desenvolvimento tecnológico, conviva com a extração da
mais-valia absoluta, geralmente extraída quando não se tem um grande
desenvolvimento das forças produtivas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
54
________________. ANTUNES, Ricardo. O Caracol e sua Concha: ensaios sobre a
nova morfologia do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2005a.
55
HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. Uma Pesquisa sobre as Origens da
Mudança Cultural. 7ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 1998.
_________. O Capital. Livro I, Vol. II. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
TAVARES, Maria Augusta. Os fios (in) visíveis da produção capitalista. São Paulo:
Cortez, 2004.