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FLUVIAL
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Sumário
Introdução .......................................................................................................... 5
1 Conceitos básicos ............................................................................................. 5
1.1 Paralelos, meridianos e coordenadas geográficas............................................... 5
1.2 Cartas náuticas .................................................................................................... 7
1.3 Rumos e marcações ............................................................................................ 9
1.4 Plotagem da posição .......................................................................................... 16
1.5 Derrota na carta náutica ..................................................................................... 19
Bibliografia .................................................................................................................. 49
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Introdução
Um dos assuntos mais importante para os fluviários é a arte de navegar, que propicia
o conhecimento da sua posição no rio e de como chegar ao seu destino. Esta disciplina
transmite conhecimentos sobre navegação que são fundamentais para todos os que
escolheram o rio como ambiente da sua profissão.
1 Conceitos básicos
Paralelos
paralelos
Meridianos
A Terra foi dividida em círculos máximos passando pelos pólos; como ponto de
partida para contagem, foi escolhido o meridiano de Greenwich que passa na cidade de
Londres na Inglaterra. A partir desse meridiano são contados 180º para o leste e 180º
para oeste. Eles vão determinar as longitudes dos lugares.
meridianos
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NAV
Latitude
latitude
Exemplos:
ϕ = 20° 30.0’ N
ϕ = 30° 45.5’ S
Longitude
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longitude
Exemplos:
λ = 045° 25.3’ W
λ = 157° 54.6’ E
Tendo-se terra à vista ou não, o uso da carta é indispensável, pois é sobre ela que:
Escala
Escala natural
As cartas para trechos longos são chamadas de cartas gerais; é como se fossem
fotografias tiradas de longe, abrangendo um grande trecho de costa e de mar, tendo uma
escala pequena e, por isso, apresentam os detalhes em tamanho reduzidos.
Os planos são utilizados para áreas que exijam todos os detalhes do local: portos,
trechos de rios, etc.
São apresentados nas cartas náuticas auxílios à navegação, tais como: faróis,
faroletes e pontos notáveis do relevo da costa. Para orientação são impressas rosas dos
ventos com a orientação do Norte Verdadeiro e informações para se identificar o Norte
Magnético.
As cartas náuticas são orientadas pelo norte verdadeiro, Norte Padrão, sem
interferência da declinação magnética local.
Apresentam também uma rosa dos ventos com o Norte Magnético ou a declinação
magnética local representada e com os dados para as correções necessárias.
Rumo
Rumo Verdadeiro
rumo verdadeiro
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NAV
Declinação Magnética (dmg)
Uma agulha magnética indica o Norte-Sul magnéticos, porém existe uma diferença
angular entre o Norte Verdadeiro e o Norte Magnético. Essa diferença é chamada de
declinação magnética. De acordo com a região da Terra, ela pode ser leste ou oeste. Essa
diferença consta das cartas náuticas e pode ser atualizada.
declinação magnética
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desvio da agulha magnética
Exemplo: dag = 2° W
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NAV
Exemplos de cálculo:
Vag = 18 – 2
Vag = 16° W
Vag = 17 + 1
Vag = 18 W
Rumo Magnético
Rumo magnético
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Rumo da Agulha
Rumo da agulha
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NAV
Marcação verdadeira
É o ângulo entre o Norte Verdadeiro e o objeto a ser marcado: farol, ponta, ilha, etc.
É contada de 000º a 360º no sentido horário.
Marcação verdadeira
Marcação Magnética
Marcação magnética
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Marcação da Agulha
Marcação da agulha
Marcação Relativa
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Marcação relativa NAV
Marcação Polar
Marcação polar
Seja por exemplo: plotar a posição 41º 09.5’ N e 070º 44.0’ W. Com a régua paralela
traça-se um paralelo correspondente à latitude. Com o compasso, mede-se na escala de
longitude a abertura conveniente que leva-se para cima do paralelo traçado.
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Determinando as coordenadas de um ponto NAV
c) Dados dois pontos, determinar o rumo entre eles:
As distâncias são medidas em milhas náuticas; cada milha náutica tem 1.852 metros.
Nas cartas náuticas as distâncias são medidas na escala de latitudes.
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Medindo distâncias
1.5 Derrota na carta náutica
Após determinados estes pontos, traçam-se os rumos entre os trechos como já foi
explicado, considerando-se os efeitos de ventos e correntes da região na qual se pretende
navegar.
Nos trechos da derrota devemos ter informações sobre as distâncias entre os pontos,
velocidade que o navio vai navegar e o tempo de viagem que vai ser necessário. Com
esses dados e mais os dados de vento e corrente, podemos saber os momentos das
mudanças de rumo e o próximo rumo a seguir, o tempo de viagem em cada trecho e a
Hora Estimada de Chegada (ETA).
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NAV
2 Navegação fluvial
As hidrovias são verdadeiras estradas que cortam todo o nosso território. A utilização
dos rios nos seus trechos navegáveis e com o auxílio das adaptações realizadas pelo
homem, como é caso das eclusas, que possibilitam a navegação em trechos em que
antes não seria possível, possibilita o escoamento da produção do interior do nosso país
até os portos marítimos de grande capacidade de exportação, com um custo bem menor
do que os gerados por outros meios de transporte.
Para que essas estradas possam funcionar com segurança, é necessário que haja
um trabalho contínuo com relação ao balizamento e à sinalização náutica.
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Antena radar
2.2 Radar
A palavra RADAR tem origem nas letras iniciais da frase em inglês: “Radio Detection
And Ranging “.
Koden radar pc
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NAV
A apresentação do PPI (Plan Position Indicator) de um radar pode ser de dois tipos:
Em (A) temos que o nosso navio segue um rumo qualquer. Então ele altera o rumo
para boreste de 60º.
Em (B) temos que a imagem se desloca sobre a tela para bombordo, ficando toda
borrada e impedindo a tomada de marcações e distâncias acertadas até uns poucos minutos
após a alteração. O pequeno eco, que representa uma bóia, também fica borrado.
2.3 Ecobatímetro
Os ecobatímetros medem a
profundidade local, por meio da
emissão de pulsos e a recepção do seu
eco após tocar no fundo. A
profundidade medida é a partir do fundo
da embarcação; para encontrarmos a
profundidade do local, devemos somar
o calado da embarcação.
Ecobatímetro
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2.4 Auxílios à navegação
Atenção
Sinal de recomendação de
navegar junto à margem.
Sinal de recomendação
de mudar de margem.
Sinal de alinhamento
(instalado em pares).
Sinal de quilometragem
percorrida.
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Sinal de redução Sinal de fundeio
de velocidade. proibido.
• nos pilares que porventura dividam o canal navegável: a bombordo, luz indicativa
de canal preferencial a bombordo - Lp (2+1) V, e a boreste, luz indicativa de
canal preferencial a boreste - Lp (2+1) E .
FB Iso. B FB
FB FB FB FB FB
FB FB Lp V Lp (2+1) V Lp (2+1) E Lp E FB FB FB
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NAV
Em determinadas hidrovias brasileiras foi convencionado o uso de outros sinais
para disciplinar o tráfego de embarcações, vejamos algumas delas:
Sinais indicadores de
mudança de margem.
Sinais indicadores de
canal junto à margem.
Sinais indicadores de
canal a meio do rio.
Sinais indicadores de
bifurcação de canal.
Sinal indicador
de perigo isolado.
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2.4.3 Balizamento da Hidrovia do Marajó
Permitido Proibido
cruzamento cruzamento
Bacia de Direção a
espera seguir
Velocidade
limitada. Não Distância
ultrapassar a percorrida de
velocidade jusante para
indicada em KM/h montante
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NAV
2.4.4 Balizamento da Hidrovia do São Francisco
Distância percorrida
a partir da foz.
Devemos ter conhecimento das normas específicas para cada hidrovia, com relação
às características do comboio, eclusagem e sinalização adotada, para que a navegação
nas hidrovias seja mais segura.
Corumbá
200 a 600
12 6000 a 18000 ton
Assunção
600 a 1000
Resistência
24 18000 a 30000 ton
Nueva Palmira
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Buenos Aires
Comboio típico da hidrovia Paraguai-Paraná
2.5.3 Hidrovia do Tocantins
Características do Comboio-Tipo
Comprimento 200,00 m
Largura 32,00 m
Calado Máximo 4,50 m
Calado, garantido em 100% do tempo 3,00 m
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NAV
2.5.4 Hidrovia do Marajó
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2.6 Fundamentos da navegação por eclusas e canais artificiais
Definições
Muro guia de jusante – É o muro de cais que, a partir da porta da eclusa, avança
pelo canal de navegação.
Canal intermediário – É aquele que faz a ligação entre duas câmaras (superior e
inferior) de uma mesma eclusa.
Condicionantes de passagem
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Eclusa de Três Irmãos NAV
b) só poderão trafegar pelas eclusas e pelos canais das hidrovias, embarcações ou
comboios em conformidade com a legislação vigente e que não ultrapassem as dimensões
máximas permissíveis, divulgadas pela administração, tendo em vista as restrições físicas
impostas pelas obras de engenharia. As Administrações devem divulgar para cada eclusa,
as seguintes dimensões, em unidade métrica, para as embarcações :
• comprimento máximo;
• boca máxima;
• calado máximo; e
• altura máxima do mastro, acima da linha d´água.
Eclusa de Jupiá
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Eclusagem proibida
• embarcações que tenham cargas salientes de tal modo que possam danificar a
eclusa;
Área de segurança
Eclusa de
Tucuruí
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NAV
b) os canais de acesso às eclusas e a área nas proximidades das usinas hidrelétricas,
cujos limites serão fixados e divulgados pela Administração.
• uma luz verde: a embarcação está autorizada a acostar no muro guia ou adentrar
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b) quando a embarcação já estiver dentro da câmara da eclusa serão acionados,
pelo Operador da Eclusa, os seguintes sinais sonoros :
A embarcação que pretenda passar pela eclusa, deve proceder da seguinte maneira:
Poluição
b) a aplicação das sanções previstas aos infratores por poluição não isenta os
responsáveis das demais obrigações que lhes forem imputadas pelos órgãos do meio
ambiente federal ou estadual nem das despesas decorrentes da remoção do material
lançado ou da recuperação dos danos causados à eclusa.
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Tráfego em canais artificiais
Observações de segurança
d) deverão ser obedecidas as Regras para Evitar Abalroamento no Mar, assim como
as demais instruções da Diretoria de Portos e Costas (DPC).
Eclusa de Tucuruí
1 - Eclusa 1 6 - Vertedouro
2 - Eclusa 2 7 - C an al d e F u g a
Comporta de
Comporta de
montante aberta
jusante fechada
admissão
Comporta de
montante fechada Comporta de
jusante fechada
descarga
Comporta de
Comporta de jusante fechada
montante fechada
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Válvula de enchimento fechada Válvula de dreno aberta
NAV
2.7 Navegação de travessia
Normas gerais
a) as embarcações deverão ser dotadas com calços, peias e cunhas, com formatos
e dimensões especificadas pelo responsável técnico da empresa concessionária da
travessia de modo a impedir que os veículos se desloquem durante a viagem;
Barca de travessia
42 Rio-Niterói
Transporte de carga perigosa
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NAV
Travessia
Deveres do concessionário
Capacidade de Transporte
44 Barca de travessia
Rio-Niterói
2.8 Navegação por reboque e empurra
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NAV
A embarcação ou objeto rebocado deve exibir, à noite, as luzes de bordo e alcançado.
Quando uma embarcação ou objeto rebocado não puder exibir as luzes prescritas, deve-
se procurar iluminar a embarcação ou objeto rebocado.
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1- Boat Thruster
2- Barcaças
3- Empurrador
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O sistema de propulsão azimutal é aquele em que o
propulsor tem atuação de um hélice convencional, mas
compossibilidade de um giro completo em torno de um eixo vertical,
o que faz com que os problemas de manobra e governo fiquem
muito mais simplificados. A utilização de hélices azimutais
apresenta vantagem em outra questão relacionada à
manobrabilidade, a parada brusca, por não despender tempo com
a reversão de motores,como ocorre com os sistemas
convencionais, já que basta girar 180º os eixos verticais dos
hélices.
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NAV
O Sistema de Bóias de Amarração é especialmente projetado para atender as
condições de fundeios de barcaças vazias e carregadas. As bóias são projetadas,
construídas e posicionadas em locais pré determinados, autorizadas pela Capitania dos
Portos e Serviço de Sinalização Náutica da Marinha, principalmente junto aos terminais
de carga e descarga e nos locais de fracionamento e fundeios de comboios.
Bóias de amarração
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Bibliografia
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Navegar é fácil. Rio de Janeiro: Marítima, 1999.
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Navegando com a eletrônica. 1 ed. Rio de Janeiro:
Catau, 1995.
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