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Linguagem Forense (7/1/2008)

Dicas do Lauzid
No recesso forense, por sete dias, viajamos de Natal a1 Fernando de Noronha em
um catamarã construído para a prática de mergulhos (scuba diving), atualmente, nosso
esporte predileto.
Tirantes2 as procelosas3 ondas do Oceano Atlântico, onde permanecemos
mergulhando por sete dias maravilhosos, tudo o mais4, a nosso ver5, foi magnífico.
Aproveitamos nosso live aboard scuba diving para coletar algumas informações
úteis a todos nós. Na verdade, esse trabalho começou antes mesmo de embarcarmos, pois
logo que fizemos o primeiro contato com a operadora de mergulhos em Natal-RN, a jovem
que nos atendeu perguntou-nos se estávamos em férias. Respondemos que sim para não ter
de explicar que estávamos mesmo em recesso forense. Ela nos disse que “férias fazem
muito bem a todos” e que estávamos tratando com a operadora certa.
Quanto ao valor da operação, a moça informou-nos que o “preço não era caro”,
considerando tudo o que a operadora propiciava, além disso, nós poderíamos pagar em três
parcelas ou, “se caso” preferíssemos, em “parcela única”. Neste caso, o preço “cairia em 5%”.
Solicitamos-lhe nossa reserva e um tempo para pensar, tendo ela, gentilmente, dito
que ficaria “no aguardo” de nossa resposta por até dois dias. Antes do prazo encerrar,
pagamos o pacote, pois a aventura prometia ser excepcional, o que de fato foi.
O sujeito férias, sem estar precedido do artigo no plural (as), rege verbo no singular,
por se tratar de nome plural sem determinante (sem artigo). Logo, em vez de dizermos
“férias fazem bem a todos”, devemos dizer férias faz bem a todos ou as férias fazem bem a
todos (nome plural com determinante “as”), da mesma forma que dizemos Estados Unidos é
um país desenvolvido (= certo) ou os Estados Unidos são um país desenvolvido (= certo).
Caro ou barato é o produto que se compra ou o serviço que se contrata, nunca o
preço. Este é baixo ou alto. Conforme o bolso do freguês, a viagem será cara ou barata e o
preço correlato, alto ou baixo.
A construção “se caso” é uma erronia. Observe que “se” e “caso” possuem o
sentido de condição, por isso, basta empregar um ou outro. Na situação examinada,
poderíamos usar tanto se preferíssemos ( = certo) quanto caso preferíssemos (= certo),
mas nunca “se caso” preferíssemos (= errado).
As palavras possuem significado(s). Quando as empregamos fora dele(s), fugimos à
lógica. Parcela é parte de um todo. Só existe parcela se houver parcelamento. Logo,
quando se paga à vista, paga-se de uma só vez, e não “em parcela única”.
Nada cai “em” 5% nem “em” nenhum outro percentual. Os verbos cair (no sentido
de diminuir), aumentar e diminuir não admitem a preposição EM. Diga que o preço caiu
ou diminuiu 5% ou, se for o caso, aumentou 5%, sempre evitando a prep. EM, do
contrário você cairá em erro. Observe que neste caso, o v. cair não está no sentido de
diminuir, por isso a prep. EM foi adequadamente usada. Conforme o sentido, o v. cair
poderá reger as preposições: de, a, em, sobre, para. Todavia, se o sentido for o de
diminuir, não admitirá preposição.
O correto é ficar ao aguardo de, e não “no aguardo de”. Dica: quem fica ao
aguardo de fica à espera de (= certo), e não “na espera de” (= errado).
Até a próxima semana.

1
Observe que nesse caso o fenômeno da crase não se verifica, pois quem vai a Fernando de Noronha, volta
de Fernando de Noronha (a/de). Contudo, se v. for à ilha Fernando de Noronha, ocorrerá a crase, porque v.
voltará da ilha Fernando de Noronha (à/da). Observe que no segundo caso (a+a=à/de+a=da) há correlação de
preposição com artigo, o que não se verifica no primeiro (a/de). Ora, se DE + A = DA, então A (prep.) + A
(artigo definido) = À. Dica de uma aluna brilhante da Escola Superior da Magistratura: quem vai À e volta
DA, crase há; quem vai A e volta DE, crase para quê?
2
Tirante é adjetivo com o sentido de excetuado, excluído.
3
Proceloso é sinônimo de tormentoso, tempestuoso, agitado. Procela é tormenta, forte agitação do mar.
4
Tudo mais e tudo o mais são formas registradas no português culto, assim como tudo que e tudo o que
(ex.: tudo que você fez e tudo o que você fez).
5
A expressão correta é a nosso ver, assim como: a seu ver, a nosso ver, a vosso ver. A construção “ao meu
ver” é condenada.

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