Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
INSPIRAÇÃO PSICANALÍTICA
Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Colecção “Psicanálise”
Edições Universitárias Lusófonas
INDICE
PREFÁCIO 09
BIBLIOGRAFIAS 175
José Martinho
PREFÁCIO
José Martinho
Lisboa 29/11/2010
9
O QUE DIZ O SINTOMA AO PSICANALISTA
José Martinho
1. Emprego geralmente neste livro o termo “Psicanálise” (com maiúscula) para designar
a invenção de Freud, mesmo se existem quase tantas psicanálises como maneiras de
praticar e conceber a “coisa”. O termo “Psicoterapia” refere-se basicamente ao conjunto
das terapias de inspiração psicanalítica, nomeadamente as “Dinâmicas e de Suporte”.
13
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
2. FREUD, Sigmund. (1989). “Os caminhos para a formação de sintoma”. Textos Essenciais
da Psicanálise III. Lisboa: Publicações Europa América, p.127
3. FREUD, Sigmund. (1951). Inhibition, symptôme e angoisse. Paris: PUF, p 1.
4. O termo “clínica” designa uma inclinação objectiva (o acto de se debruçar sobre
a cabeceira do leito doente para observar os sinais da doença) e subjectiva (um
interesse próprio e algo mórbido pelo sofrimento alheio).
14
José Martinho
15
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
16
José Martinho
17
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
18
José Martinho
9. Cf. SOBRAL CID, José Matos. (1984). Obras, vol. II. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian.
19
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
10. A “afasia” fornece um bom exemplo das dificuldades com que se depararam os médicos.
Enquanto não foi descoberta a lesão cerebral que estava na origem das perturbações
afásicas da linguagem (sons ou fonemas; léxico ou palavras, gramática, sintaxe; ritmo/
fluência e escrita/leitura), estas foram facilmente atribuídas a defeitos individuais e vícios
morais.
20
José Martinho
21
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
22
José Martinho
23
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
24
José Martinho
O real de que se ocupa a Ciência ou que ela explica não tem o mínimo
sentido. Mas é precisamente o sentido que Freud encontra no real
que a Ciência exclui, nomeadamente no sintoma do sujeito.
Apesar das leituras que fazia e das viagens que o levaram até Paris
(Charcot) e Nancy (Liebault, Bernheim), Freud é obrigado a constatar
que não existia Livro, nem Mestre em Medicina que soubesse
explicar cientificamente a causa da histeria, ou que ensinasse uma
técnica para curar a doença, pelo menos para reduzir os seus efeitos
mais prejudiciais.
25
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Foi pela única via da fala dos analisandos que Freud descobriu os
“mecanismos” que governam a criação do sentido dos fenómenos
psíquicos, nomeadamente ao nível do processo primário ou
inconsciente.
26
José Martinho
15. Imaginamos que existem “forças” por detrás de tudo o que se move na natureza.
Falamos de “matéria” e “energia”, mas o conceito físico de “energia” é o de uma
constante numérica num cálculo matemático (E=mc2). Filho do seu tempo, Freud
evoca também uma “energia” libidinal, mas o psicanalista, no seu consultório, não lida
com nenhuma força ou energia natural. Ele limita-se a escutar o que lhe dizem, e a
falar de vez em quando. O que Freud faz é chamar “quantidade de energia” à unidade
de medida que utiliza no seu cálculo da interpretação, de decifração do que move
(desejo inconsciente, reivindicação pulsional) o sujeito que fala, particularmente na
análise.
27
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
28
José Martinho
“uma criança é batida” (cf. FREUD, S. (1991). “Uma criança é batida”. Esquecimento e
Fantasma. Lisboa: Assírio & Alvim). É a frase que fornece o guião que conduz, com mais
ou menos disfarces, à encenação mental do desejo recalcado. Apesar de inconsciente,
a Phantasie é também a matriz do voto consciente. Lacan mostrou, ainda, que
os diferentes elementos cénicos da Phantasie freudiana se articulam de forma
significante, para um sujeito dividido, atravessado pelo objecto estruturalmente
perdido que causa o desejo inconsciente.
29
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
19. Lacan pôs em relevo que não existe simetria, nem complementaridade sexual.
Como é realmente impossível fazer Um com o Outro (sexo), cada sujeito ama o seu
sintoma como si mesmo. Qualquer negociação com o alheio terá de ser, pois, inter-
sintomática.
30
José Martinho
31
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
32
José Martinho
33
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
34
José Martinho
Neste quadro geral, a Psicanálise tem vindo a ser cada vez menos
atacada pela atenção que presta à realidade sexual do inconsciente,
e cada vez mais por não ser uma ciência e possuir pouca ou
nenhuma eficácia terapêutica. E, no entanto, não se pode dizer que
estas críticas sejam ajustadas, na medida em que o psicanalista não
se propõe conhecer objectivamente o sujeito que lhe fala, nem visa
26. CAROZ, Gilles. (2010). Does Mental Health exist? Website EFP:
http://www.europsychoanalysis.eu/site/page/en/6/en/does_mental_health_
exist_#article-box-52.
35
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
36
José Martinho
27. Cf. MARTINHO, José. (2005). «Stress e Depressão». Afreudite Vol. 1, No 1 (2005)
Novos Desafios da Psicanálise: on-line: http://afreudite.ulusofona.pt/
37
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
28. MILLER, Jacques.-Alain. (2009). “Effet retour sur la psychose ordinaire”. Quarto –
Retour sur la psychose ordinaire, (94/95). Bruxelles: École de la Cause freudienne.
38
José Martinho
39
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Muitas águas tiveram, pois, de passar sob a ponte até que a invenção
freudiana conseguisse produzir realmente um analista, capaz de
fazer valer a ética do seu saber-fazer com o seu sintoma.
40
José Martinho
30. Os sintomas típicos traduzem a doença tal como é extraída de uma série de casos.
Eles não concernem, pois, a singularidade do doente, mas a classe patológica e a “cura
tipo”.
31. Em 1915 temos: Neuroses Actuais: Neurastenia, Neurose de Angústia, Neuroses
Traumáticas.
Neuroses de Transferência: Histeria de Conversão, Histeria de Angústia ou Fobia,
Neurose Obsessiva
Psicoses: Paranóia, Demência Precoce, Parafrenia ou Esquizofrenia
Perversões: Sadismo, Masoquismo, Exibicionismo, Voyeurismo, Homossexualidades,
etc.
Em 1924: acrescenta-se a Neurose de Guerra no capítulo das Neuroses Actuais.
E, no capítulo da Psicose, a Mania e a Melancolia.
Actualmente fala-se de Fenómenos Psicossomáticos (Epistemosoma), Estados-limites
ou Borderline, Perturbações da Personalidade (incluindo as Psicopatias), Toxicomanias,
Alcoolismo, Anorexia e Bulimia, etc. Já referi também a Psicose Ordinária.
32. Este Manual “ateórico” recorre a critérios de inclusão, prevalência e incidência (faixa
etária, género; etc.). O seu modelo sindromático não utiliza o termo “neurose”, apenas o
de “psicose”. Tem uma abordagem multiaxial (avaliação em 5 eixos diferentes, cada eixo
remetendo para um tipo de informação: Eixo I: Perturbação clínica. Outras situações
que podem ser foco de atenção medica, como a perturbação depressiva com abuso
de álcool. Eixo II: Perturbação de Personalidade. Deficiência Mental. Perturbação
dependente da personalidade. Eixo III: Estado físico geral (qualquer doença física que
a pessoa tenha). Diabetes; alergias; etc. Eixo IV: Problemas psicossociais e ambientais.
Pessoas em eminência de perder o emprego; divórcio; etc. Eixo V: avaliação geral do
funcionamento).
33. Para além do estabelecimento de um consenso entre os Manuais de Diagnóstico,
a Psiquiatria e a Psicanálise, Kernberg propôs um continuum entre Psicanálise,
Psicoterapias de Inspiração Analítica ou Dinâmicas e Psicoterapias de Suporte ou
41
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
42
José Martinho
35. Les Principes directeurs de l’acte psychanalytique foram apresentados por Éric Laurent
em 16 de Julho 2006, na Assembleia Geral da AMP (V Congresso, Roma): http://www.
causefreudienne.net/index.php/ecole/textes-fondateurs/principes-directeurs-de-l-
acte-psychanalytique http://usuarios.lycos.es/acfportugal/Discurso%20de%20E.%20
Laurent,%20Presidente%20da%20AMP
43
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
44
José Martinho
45
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
46
José Martinho
47
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
48
José Martinho
POSTULADO
A palavra: a função da fala no campo da linguagem
REGRA
A associação livre (verbal): a dádiva da palavra
CONDIÇÕES
abstinência: só em palavras
tempo: é a pontuação da palavra que decide da significação
dinheiro: o preço da palavra
OBJECTO
O que se analisa a partir do Princípio e da Regra da palavra:
material: resistências:
inconsciente: pulsão: repetição: transferência:
formações vicissitudes automatismo amor
MÉTODO
interpretação acto analítico
(re) construção do fantasma fundamental
FINS
49
FREUD AO PÉ DA LETRA:
PRINCÍPIO, MEIO E FINS DA PSICANÁLISE
José Martinho
53
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
⤤ narcísico (Eu)
Amor
⤥ anaclítico ( outro ou objecto)
integrar o que é alheio até à anexação do Outro (“fusão” sentida no êxtase místico,
na paixão erótica, no orgasmo), situa-se habitualmente o amor pelo analista na
modalidade anaclítica do amor.
54
José Martinho
55
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
56
José Martinho
57
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
58
José Martinho
59
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
42. Freud fala da lógica da sopa e dos argumentos dos bolinhos (Supenlogik mit
Knödelargründen), transcrevendo erradamente a frase de Heine, que diz Suppenlogik
mit Knödelgründen (cf. HEINE: Die Wanderrraten).
43. Na análise, o ódio como sentimento emblemático da “transferência negativa”
deriva do amor, pois é o avesso do amor transferêncial, ou o amor com sinal menos.
60
José Martinho
61
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
62
José Martinho
entre si e esse real. O problema é que o real do outro de quem ele se ocupa só o toca
indirectamente; por esta razão, o psicoterapeuta deve saber que é com o seu próprio
real que tem primeiramente de se haver. O analista nunca se encontra, pois, numa
posição de Amo ou de Mestre; ele não pode, nem sabe, ou sabe apenas, por ter sido
analisado, que todos os falantes se encontram do lado da impotência relativamente
ao insuportável real de que são responsáveis, quer se chame a este “inconsciente”,
“pulsão”, ou “sintoma”.
45. O analista que se encontra devidamente formado não impõe o seu “eu” na análise.
A imagem que tem de si deve ter sido suficientemente alterada, esvaziada até, para
que o seu Eu não resista a Isso que fala do lado da analisanda. Só deste modo é que o
analista será capaz de ocupar, sob transferência, o lugar do objecto de amor.
63
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
46. A análise não convida o indivíduo a regredir até à infância para fruir finalmente
do seu primeiro objecto de amor, ou recriar o seu ideal de autoridade. No presente
da neurose de transferência, o passado analisa-se em função do futuro; isto só é
viável porque o analista é algo mais que um objecto infantil, ou uma figura parental
conferindo calor e protecção. A análise deve ir sempre além da reconstrução do
passado. Deve abrir ao que ainda não existe mas pode ser realizado: é por exemplo o
que Freud sugere na 27ª Conferência da Introdução à Psicanálise, quando compara a
transferência à camada do meio (entre o núcleo do caule e a casca) do tronco de uma
árvore, local onde irão nascer os “novos tecidos” que aumentam a sua espessura.
47. O “irreal” não é o imaginário. O irreal tem uma relação - inconsciente e pulsional,
simbólica e imaginária, falsa e fantasiada - com o real. O objecto é irreal, mas o desejo
que ele causa é a realizar.
48. “É escusado sonhar que se bebe, escreve Freud na Interpretação dos sonhos, pois
quando a sede aperta é preciso acordar para beber”. Aproveito esta nota para lembrar
que se estuda desde 1954 os registos eléctricos do sono e do sonho. Actualmente
sabe-se que o sono não é uma actividade unitária, mas uma sequência de fases que
se repetem. O sono divide-se em 5 fases: o sono não-REM (4 fases) e o sono R.E.M.
(REM = Rapid Eyes Movement). Cada uma das fases do sono não-R.E.M. (ou sono
lento) está associada a um tipo específico de padrão de onda cerebral e a um certo
número de outros sinais fisiológicos e comportamentais. Estádio 1: Sono leve. Estádio
64
José Martinho
2: Sono intermediário. Estádio 3: Sono profundo. Estádio 4: Sono mais profundo. Sono
R.E.M: é nesta fase que ocorrem os sonhos mais nítidos. Durante os períodos R.E.M. a
respiração e o ritmo cardíaco ficam ligeiramente mais rápidos e mais irregulares. Na
fase 1 do sono não-REM vamos nos desligando lentamente do mundo envolvente
(dura aproximadamente 7 minutos – 5% do tempo total do sono). Há diminuição das
ondas a (ondas rápidas de pequena amplitude que temos quando nos encontramos
na fase de vigília). O registo electrónico da fase 2 permite distinguir claramente a fase
1 da fase 2: o aparecimento dos fusos de sono e complexos k. Nas fases 3 e 4 – Fase
Delta ou Sono Profundo – as ondas alfa são substituídas por ondas delta; estas fases
correspondem a 12 a 14% do sono total e é o sono com mais qualidade, designado
também de “sono reparador”. O Sono REM ou “Paradoxal” inicia-se 90 minutos após
o início do sono. O primeiro episódio é de cerca de 5 minutos e o último de cerca de
meia hora (aumenta de duração ao longo da noite). O tipo de resposta que a pessoa
apresenta em termos de ondas cerebrais é mais activa, ocorre o aceleramento do
batimento cardíaco, uma respiração mais intensa e acelerada, movimento ocular e é
aqui que surgem os sonhos. Durante uma noite de sono existem 4 a 6 ciclos de sono
(7 a 8 horas). Contudo, se formos privados de determinadas fases (3 e 4 e sono R.E.M.)
numa noite, no sono seguinte tentamos compensá-los, com um tempo de duração
maior para o tipo de sono em privação. O ritmo dormir/acordar, pode ser visto como
um sistema de crédito/débito, sendo atribuídos 2 pontos por cada hora de sono e 1
ponto por cada hora que o indivíduo está acordado. Assim, quanto menos pontos se
tiver, mais preparado se está para dormir: geralmente a pessoa dorme quando tem
pouco ou nenhum crédito de sono e dormirá cerca de 8 horas (16 pontos de crédito).
Isto será seguido por um período de vigília de cerca de 16 horas (16 pontos), pelo
que ao fim de 24 horas retomará do início, estando preparada para mais um período
de sono. Através disto, podemos verificar que o sistema de crédito é afectado por
padrões irregulares de trabalho, incluindo extensos períodos de tempo em vigília com
sono reduzido ou interrompido. Esta acumulação de sono em falta é denominada de
débito de sono cumulativo. Além do tempo de vigília ser importante na determinação
da preparação para o sono, este possui também um ritmo circadiano, o que significa
que em determinadas horas do dia, mesmo um indivíduo em privação pode ter
dificuldade em dormir, devido ao facto do factor crítico para a duração do sono ser a
altura do dia em que este decorre e não a quantidade de tempo que se está acordado.
Assim, o ritmo dormir/acordar afecta a preparação para o sono e a altura do dia em que
se dorme, associada à temperatura corporal, têm uma influência crucial na duração do
sono. Desta forma, o sono geralmente ocorre quando a temperatura corporal está a
descer e o acordar quando está a subir. Apesar da temperatura corporal considerada
normal ser de 37º C, na realidade ela varia entre 36,9ºC (no início da noite) e os 36,2ºC
(de madrugada). Isto explica a razão porque dormir em horas “anormais” pode ser
mais perturbado e menos regenerador. É no sono não paradoxal ou ortodoxo, de
características fisiológicas bastante diferentes, que surgem as actividades mentais
mais próximas do pensamento acordado, bem como os sonhos mais passageiros e
difíceis de recordar.
65
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
66
José Martinho
50. Esta falta exige alguma forma de morte do analista. Como escreve Freud na
Dinâmica da transferência, “quando tudo está dito e feito, é ainda impossível destruir
alguém in absentia ou effigie”. A nova palavra que dá vida ao desejo implica, pois, a
presença e depois a morte da coisa, isto é, do analista.
67
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Mas o que faz com que o amor esteja sempre para aquém ou além do
narcisismo e anaclitismo, é que ele é, desde o início, amor da língua.
⤤ narcísico (Eu) ↓
Amor da língua: busca da verdade/resistência (do real) →dissolução
da transferência
⤥ anaclítico (outro) ↑
68
José Martinho
69
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
70
José Martinho
71
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
72
José Martinho
73
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Sentido
⇐
analisando analista
fala está em silêncio
associa livremente escuta flutuante
material fragmentado interpreta
rememora (o passado) reconstrói
elabora (mentalmente) constrói
transferência contratransferência
repete (o mesmo) uma nova significação
⇒
sem-sentido
74
José Martinho
Será que aquilo que o analisando espera do analista é que este lhe
reenvie, em retorno, a sua própria mensagem, acrescida do sentido
que lhe faltava?
75
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Mostrando uma vez mais que não está interessado em ter razão a
qualquer preço, Freud - depois de afirmar o que vai desmentir mais à
frente, a saber, que nada se perde definitivamente para o psiquismo
- confessa que ainda desconhece a estrutura do objecto psíquico, ou
que apenas sabe que esta é bastante mais complexa do que a do
objecto arqueológico.
76
José Martinho
II
57. Este propósito poderia fazer reflectir os psicoterapeutas que se preocupam muito
com a decoração dos seus consultórios e mais geralmente com a neutralidade do
setting.
77
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
O pai já lá estava, mas a significação dele mudou. Foi preciso que uma
nova criança tivesse nascido para que Hans se confrontasse com a lei
do pai e sentisse a insatisfação que lhe está associada. O seu querido
pai tornou-se nesse momento um rival, o grande culpado da perda
de exclusividade do amor materno. É esta inesperada significação
que acabou por transformar o pai de Hans num objecto fóbico, o
cavalo que podia morder.
78
José Martinho
79
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
thine own self be true, “sê fiel a ti próprio”. Perante o mistério da conduta de Hamlet,
Polónio diz: Though this be madness, yet there is method in it, apesar de ser loucura, há
método nela. (Acto 2 Cena II). Freud também cita este propósito mais à frente no texto.
61. Exemplos de “confirmações indirectas” dados por Freud:
- Interpretação ou construção confirmada por negação (cf. o artigo de Freud
sobre a Denegação, Verneinung). Quando alguém diz “não penso nisso”, por
exemplo na minha mãe, está a dizer que é nisso que pensa. O que importa
não é o sim ou o não relativo à mãe, mas o facto que tenha dito a palavra
"mãe".
- Confirmação por uma palavra fora do contexto: o “também” de um colega
de Freud que associou dois diagnósticos aparentemente sem ligação: o
seu problema de saúde provocado pelo facto da mulher não querer ter
relações com ele e a morte de um paciente inglês.
- Confirmação através de um erro de pronúncia: um paciente dizia Gauner
(gatuno, velhaco) em vez de Jauner (um nome conhecido em Viena); a
injúria foi confirmada por um erro semelhante: pronuncia (com i) jewagt (é
demais) em vez de gewagt (ousado).
- Por um lapso: falando do preço da consulta, que afirmava não ser elevado,
o paciente confirma o que lhe sugeriu Freud dizendo “dez xelins” em vez
de “dez dólares”.
- Por uma repetição de ditos ou de comportamentos que fogem à
rememoração da verdade que dói.
- Pelo agravamento masoquista do sintoma e a reacção terapêutica negativa.
80
José Martinho
III
81
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
E = UWK
63. Fórmula extraída de Marginalia (1994), onde J-A Miller comenta este artigo de
Freud (http://www.causefreudienne.net/agenda/lettre-en-ligne/les-textes-publies-
par-la-lel/em-marginalia-em-de-constructions-dans-l-analyse-par-jacques-alain-
miller.html?symfony=694ff31550cee555680ac0b3a51f721d).
82
José Martinho
O que não pôde vir então à fala da criança deveria ser, por hipótese, o
primordialmente recalcado É o que não se terá articulado na ordem
simbólica, nem figurado no imaginário, que as alucinações psicóticas
indirectamente confirmam. Como as vozes alucinadas, o que não foi
admitido no aparelho psíquico reaparece no real.
83
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Esta exigência de lógica que Freud faz no final do seu artigo é crucial
para o leitor poder abordar o verdadeiro real da psicanálise. Ela é
também a última resposta que Freud dá à objecção do conhecido
sábio, possivelmente um especialista da lógica da descoberta
64. Não foram os livros de Ciência e de Medicina, mas o livro em que o Presidente
Schréber falou do seu delírio que permitiu a Freud elaborar a sua concepção da
psicose, mais especificamente da paranóia. Como Shakespeare, Freud afirma que não
há apenas método no delírio, mas também tentativa de cura. Todo o delírio tem um
“núcleo de verdade” (Wahrheitskern), dito de outro modo, a verdade é nuclearmente
delirante. O delírio pode perfeitamente conduzir à construção de um mundo; é o caso
da religião como delírio fundado em algo (Deus) de que ninguém pode garantir a
verdade, nem dar realmente provas da existência.
84
José Martinho
85
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
86
José Martinho
Podemos agora entender porque é que Freud dizia que, numa análise
correctamente conduzida, o analisado parte convencido da verdade
da construção, ou vencido pela série dos pensamentos inconscientes
e vicissitudes pulsionais a que o seu Eu resistia.
87
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
88
José Martinho
De que cartola é que Rank tirou este coelho, já que não existe
ninguém que se lembre do seu próprio nascimento? Certamente
que não foi da sua análise, pois Rank nunca foi analisado.71 Rank
refere-se à sua experiência, não só como filósofo e intelectual, mas
também como terapeuta. De facto, mesmo se não foi o único nessa
época a aceitar pacientes sem ter sido analisado, Rank passou a fazê-
lo a partir de 1920.
89
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Um dos comentários que Freud faz à proposta de Rank é que esta não
deixa de estar relacionada com o modo de vida americano. Podíamos
também dizer com a tentativa de adaptar o timing do analisando à
pressa em que começou a viver o homem contemporâneo.
72. O verdadeiro trauma do sujeito não é o do nascimento, como acreditava Rank, mas
o da língua que lhe é imposta e onde ele é primordialmente banhado.
73. A família Pankejeff (transliteração actual Pankeyev) era grande proprietária em St.
90
José Martinho
91
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
II
Freud afirma várias vezes ao longo do seu texto que não há cura
definitiva em psicanálise. Por esta razão, aconselha os analistas a
preocuparem-se menos com a “cura” e mais com os “obstáculos” que
encontram no seu caminho.
92
José Martinho
93
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
74. A análise de Ferenczi (1873 -1933) durou duas semanas em 1914, três semanas
depois da Guerra, de Junho a Julho de 1916, e mais outras duas, de Setembro a
Outubro do mesmo ano.
75. Ferenczi acabou por se casar com uma velha amante e analisanda, Gizella Palos.
Analisou e apaixonou-se também se por Elma, a filha de Gizella.
76. Em particular a “técnica activa”, o “relaxamento” e a “neocartarse”, com a
indulgência que permitia a alguns pacientes de o beijarem. Freud avisa-o logo:
“você não dissimulou que beija os seus pacientes (…) com certeza que poderá ir
mais longe, e incluir também na técnica “as carícias” (…), depois virão outras técnicas
mais audaciosas (…), o que terá como efeito um notável aumento do interesse pela
psicanálise (…). Olhando então a cena animada de que foi o instigador, Deus Pai
Ferenczi dirá para consigo mesmo: afinal de contas, talvez devesse ter parado na
minha técnica de afeição maternal, antes do beijo”.
94
José Martinho
95
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
III
96
José Martinho
97
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
98
José Martinho
secundário”, o preço que paga por esta revisão dos antigos mecanismos de defesa é
sempre o retorno do recalcado.
99
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Nesta medida, Freud diz ser preferível que o psicanalista pense como
Nestroy, a saber, que todo passo em frente apenas tem metade do
tamanho do que parece no início.
IV
Ainda que não possa trazer benefícios a quem não adere ao seu
artifício, a análise é a única prevenção possível: uma espécie de
vacina dada em doses pequenas, sessão a sessão.
Mesmo que o analista tivesse uma bola de cristal que lhe permitisse
adivinhar o futuro, não devia brincar ao aprendiz feiticeiro. O analista
sabe que ninguém pode viver o futuro por procuração, mas também
que não tem o direito de produzir conflitos artificiais, por exemplo
provocando o analisando para este ter uma atitude hostil e, assim,
100
José Martinho
101
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
83. Três concepções do Ego ligam-se e opõem-se na obra de Sigmund Freud. A primeira
concebe o Eu a partir da Neurologia e Teoria da Evolução, como um produto orgânico
que se diferencia através de reacções bem adaptadas aos estímulos. A segunda
concebe-o como uma entidade psicológica construída progressivamente na relação
com outrem, capaz de fazer face aos constrangimentos da realidade. A terceira limita-
se a escutar o que cada um diz na análise enquanto sujeito falante. Na primeira destas
concepções primam as metáforas biológicas: o Eu é uma parte inata e organizada do
tecido vivo, um órgão que se desenvolve para defender o organismo contra os perigos
externos; por vezes é a projecção de uma função orgânica na superfície corporal. Na
segunda concepção dominam as metáforas sociais; o Eu é a imagem de si que se
constitui a partir do outro que lhe serve de ideal, de modelo ou de rival; é também o
lugar da angústia, das identificações e das escolhas de objecto. Uma vez mais, só é a
terceira concepção – a do sujeito que diz “eu”, “nós”, etc. - nos coloca verdadeiramente
na via a talking cure.
84. Por definição, o esquizofrénico apresenta uma mente fendida; mas a dissociação
102
José Martinho
103
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
VI
Freud pensa que o Ego se forma à partida para cumprir uma função
biológica; ele possuiria, assim, características hereditárias, específicas
e individuais.88 Estas características seriam explicadas pela Teoria da
Evolução, a Antropologia (características das famílias, raças, nações),
mas também pela Teoria do Simbolismo, pois o Simbólico como
herança arcaica do ser humano está lá sempre antes do nascimento
de cada indivíduo da espécie. 89
Isso que goza também escreve ou fala que pode obedecer a uma “gramática”, ser
censurado, ou reimprimir-se.
88. Freud refere certos temas ainda não estudados, como o facto os indivíduos tenham
ritmos diferentes, e uma maior ou menor capacidade para se transformar.
89. Freud faz aqui uma breve alusão à relação que existe entre o Simbólico (em
particular o simbolismo linguístico) e os mecanismos de defesa que identificam e
alteram o Ego.
104
José Martinho
90. A própria língua não serve apenas para a representação de palavra. O que Freud
chama a “química silábica” do sonho, os jogos de palavras obsessivos, os equívocos
inconscientes da histeria ou os neologismos psicóticos mostram que existe também
um gozo da linguagem. É ainda este gozo de falar que faz com que as análises tenham
passado a durar tanto tempo. Daí, talvez, que a questão pragmática inicial de Freud
sobre o dever de encurtar o tempo da análise se possa redefinir como um-cortar
aquilo que o sentido (gozado) tende a fazer perdurar.
105
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
aceite pelos seus alunos da época, inclusive pela sua filha mais fiel,
Anna, Freud é levado a enfatizar a satisfação que sentiu ao recordar
o velho tempo – bem diferente daquele do mundo apressado da sua
época – em que Empédocles de Agrigento falou de um dualismo
fundamental, do encontro (τμχη) entre philia (ϕιλια) e neikos (νεικοζ),
a amizade e a discórdia. O que o velho sábio propôs nesses termos,
ainda que sob a forma de uma fantasia cósmica, é uma ideia directriz
muito semelhante à que Freud defende agora para a psicanálise.
VII
Freud começa por louvar Ferenczi por este ter afirmado que a
análise não é interminável, e insistido para que o analista termine
a sua análise antes de exercer a profissão (o que Ferenczi chama a
“segunda regra fundamental” na Elasticidade da técnica analítica).
Louva-o igualmente por ter enumerado os diversos problemas com
que o analista se depara no exercício do seu acto, em particular a
contratransferência.92
106
José Martinho
107
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Freud lembra sobretudo que, por diversas razões e até à data em que
escreve, todas as análises foram breves e incompletas. Mais valeria,
pois, que o analista praticante não se sentisse envergonhado de
voltar de vez em quando ao divã, por exemplo de cinco em cinco
anos.
VIII
95. Lacan criou mesmo um dispositivo (la passe) onde um tal exemplo e testemunho
têm lugar para quem assim o desejar.
96. O debate sobre a “análise do carácter” tornou-se bastante importante a partir de
108
José Martinho
dada altura. Reich foi um dos seus grandes promotores, tendo dedicado mesmo um
livro ao tema. Reich opunha-se especialmente a Numberg, que defendia que a análise
devia basear-se na transferência positiva e visar um reforço do Ego. Ao contrário, Reich
pensava que o reforço do Ego levava à inflexível couraça ou carapaça caracterial, mas
também que a transferência positiva acabava por tornar as análises intermináveis.
Por esta razão, defendia que o psicanalista devia romper o equilíbrio do carácter,
provocando reacções corporais (como o orgasmo), e provocando e interpretando a
transferência negativa.
97. Convém, no entanto precisar, que o analista não é o objecto, mas aparenta sê-lo
para, deste modo, causar o desejo do analisando.
109
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
110
José Martinho
111
PSICANÁLISE E PSICOTERAPIAS
José Martinho
Este terceiro capítulo pode ser lido como um comentário das frases
de Freud e de Mann que acabo de citar . Mais precisamente, ele fala da
Intersecção lógica entre a Psicanálise e a Psicoterapia, da Entrevista
Psicológica e Clínica, e de algumas psicoterapias individuais e de
grupo que se inspiram na Psicanálise.98
115
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Mas tudo isto não chega para que se possa estabelecer uma
116
José Martinho
P T
117
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
118
José Martinho
119
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
120
José Martinho
102. No Seminário XXIII, Le sinthome, Lacan diz que o sujeito falante apenas é
responsável do que sabe fazer (savoir-faire) com o seu sintoma. Esta responsabilidade,
que passa pela resposta sexual que o sujeito será capaz de dar, estende-se a todo
e qualquer artifício criado para lidar com o real que é impossível de dizer, pensar e
imaginar.
103. Só há cerca de quatro anos é que existem em Portugal Sociedades que dão uma
formação específica na área das Psicoterapias de Inspiração Psicanalítica, ao contrário
do que aconteceu com outro tipo de terapias, como as Breves, as Sistémicas e as
Cognitivo-Comportamentais.
121
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
122
José Martinho
também acontecer que haja supervisores dos supervisores, sem que se saiba então
muito bem ao certo onde este visionamento deve terminar. Para os psicanalistas de
“orientação lacaniana”, esta operação não faz parte da continuação da análise de um
analista que, em princípio, deve ter terminado a sua análise; ela pertence ao que Lacan
chamou a “transferência de trabalho”, a tarefa solidária entre membros da Escola a
propósito do psicanalisar e da construção do caso clínico.
123
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Técnica
Segundo Craig105:
1. Questionamento:
i. Não se podem fazer as mesmas perguntas e da mesma
105. CRAIG, R. J. (1989). Clinical and diagnostic interviewing. New York: Jason Aronson
Inc.
124
José Martinho
2. Reflexão:
i. Dar a entender à pessoa que se está a compreender o que
ela diz e a pensar nisso.
ii. Repetir o que a pessoa diz e dar-lhe um feedback.
3. Confrontação:
i. Tem como objectivo esclarecer dúvidas que possam
surgir no entrevistador, principalmente quando aparecem
proposições contraditórias.
ii. Deve ter em atenção o tom de voz, o modo como se olha,
etc, para evitar toda a agressividade. Deve haver algum
cuidado para não confrontar directamente o paciente com
uma verdade que ele seja incapaz de aceitar.
4. Reformulação:
i. Procura-se devolver da maneira mais clara à pessoa o que
ela acaba de dizer.
ii. Facilita a compreensão do que a pessoa diz.
5. Silêncio:
i. O silêncio pode resultar de uma inibição (a pessoa não se
sente segura, etc.). Neste caso, é necessário dar-lhe mais
confiança, introduzindo por exemplo temas gerais.
125
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
6. Exploração:
Investigar áreas da vida da pessoa (pensamentos,
sentimentos, etc.). É semelhante ao questionamento, mas as
perguntas não são tão superficiais, servindo sobretudo para manter
a confiança ou restaurá-la.
7. Reestruturação:
A reestruturação cognitiva tem como objectivo reorganizar
o material e os conteúdos de modo que o entrevistado compreenda
melhor o assunto ou tema que apresenta. Por exemplo: se a pessoa
se queixa das relações pessoais no trabalho mas gosta do mesmo.
8. Interpretação:
Não deve ser utilizada em certos casos, porque pode
prejudicar a recolha de nova informação. Só deve ser feita por
entrevistadores experientes e com um bom conhecimento da pessoa.
Objectivo: clarificar a situação ou acrescentar algo à comunicação.
Por exemplo: uma pessoa passadas 2 ou 3 sessões não fala dela
126
José Martinho
9. Humor:
Pode ser utilizado como desdramatização. Há que ter cuidado
para não desvalorizar o que a pessoa está a dizer ou para esta julgar
que não há compreensão. Pode servir para criar um distanciamento
em relação ao que é dito, ou uma certa descontracção quando a
pessoa não consegue falar.
Funcionamento e regras
106. Cf. LEAL, I. (1999). Entrevista Clínica e Psicoterapia de Apoio. Lisboa. ISPA.
127
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
128
José Martinho
Estudo de Casos
129
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
130
José Martinho
agressivo, distante).
131
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Papel do psicólogo
132
José Martinho
Registo da informação
133
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Factores condicionantes
134
José Martinho
135
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
que nos seja dado esse poder, porque as pessoas têm de tomar a
sua própria decisão. Apenas se pode avaliar e ajudar as opções.
Por exemplo: não dar opiniões sobre um possível divórcio porque
isso vai provocar uma mudança que a pessoa não decidiu; ela está
apenas a pedir uma opinião.
136
José Martinho
137
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
d) Condições da sala.
- Boa luminosidade, ter cuidado para não entrar o sol pela janela de
encontro à cara do psicólogo ou do paciente.
- Aquecimento/ar condicionado.
Pequenos reparos
138
José Martinho
139
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
140
José Martinho
141
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
142
José Martinho
143
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
144
José Martinho
145
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
146
José Martinho
147
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
148
José Martinho
149
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
150
José Martinho
Pedro Lau Ribeiro faleceu em Junho de 2010. Nos últimos quatro anos
da sua vida, considerou que o “retorno a Freud” de Jacques Lacan
era a melhor maneira de não esquecer a grande fonte inspiradora
das Psicoterapias Breves. Em consequência desta escolha, tornou-
se, em 2008, membro da Antena do Campo Freudiano113 instituição
onde pôde desenvolver o que já tinha proposto no seu livro sobre o
Seminário I de Lacan, Os escritos técnicos de Freud.
3.4 GRUPANÁLISE
151
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
152
José Martinho
153
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
154
José Martinho
115. O leitor interessado pode encontrar neste website todo o tipo de informações
idóneas e especializadas sobre a história da SPG, as condições de admissão, os sócios,
a terapia, a formação, as publicações, para além de notícias diversas.
155
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
156
José Martinho
157
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
Maria Rita Mendes Leal diz-nos também que foi a teoria das relações
de objecto que conduziu ao conceito grupanalítico de “Grupo
Interno”. Ela comenta, a importância de “salientar que o grupo interno
de cada um é conotado na sua origem com o grupo familiar.
O importante impacto dos métodos de grupo em Portugal teve
158
José Martinho
159
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
160
José Martinho
161
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
162
José Martinho
163
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
164
José Martinho
165
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
166
José Martinho
167
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
168
José Martinho
169
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
170
José Martinho
171
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
172
José Martinho
- Indicações
173
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
- Contra-indicações
174
José Martinho
120. BION, W. R. (1970). Experiências com grupos. Rio de Janeiro: Imago Editora. (Obra
original em Inglês 1961). CORREIA SOEIRO, Alfredo. (1991). Psicodrama e Psicoterapia.
Lisboa: Escher; CORREIA SOEIRO, Alfredo. (1994). 0 Instinto de Plateia. Lisboa:
Afrontamento.
121. É possível encontrar no Website da SPPPG uma bibliografia relevante sobre o
Psicodrama: http://www.spppg.com/index.php?option=com_content&view=categor
y&layout=blog&id=4&Itemid=52
175
BIBLIOGRAFIAS
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
178
José Martinho
179
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
180
José Martinho
http://revistas.ulusofona.pt/index.php/afreudite
AMARAL DIAS, C., Sousa Monteiro, J. (1989), Eu já posso imaginar que faço.
Lisboa: Assírio & Alvim.
BION, W.R. (1970). Atenção e Interpretação. Rio de Janeiro: Imago Editora Lda.
181
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
CRAIG, R.J. (1989), Clinical al diagnostic interviewing. New York: Jason Aronson
Inc.
FREUD, S. (1985). «L’analyse avec fin et l’analyse sans fin». Résultats, idées,
problèmes, v. II: Paris, PUF.
182
José Martinho
POPER, W. E., JOYCE, A.S., McCALLUM, M., AZIM, H.F., ORGRODNICZUK (2002).
Interpretative and supportive psychotherapies. Matching therapy and patient
personality. Washington, DC: American Psychological Association
183
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
THOMA, H., & KACHELE, H. (1989). Teoria y práctica del psicoanálisis (vol. I e II).
Barcelona: Editorial Herder.
WINICOTT, D.W. (1975), O brincar & a realidade. Rio de Janeiro: Imago Editora
Bibliografia freudiana
184
José Martinho
185
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
186
José Martinho
LIMA, Sílvio. (2002). Obras Completas, dirigidas por José P. Ferreira da Silva,
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2 vol.
MONIZ, Egas. (1902). A Vida Sexual (Fisiologia e Patologia). Lisboa: Ática, 1.ª
ed.
MONIZ, Egas. (1921). O Conflito Sexual. Lisboa: Portugal Médico, 3.ª série, n.º
9, pp. 395-401.
187
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
188
José Martinho
AAVV. Cem anos sobre o sonho: “A injecção dada a Irma” de Sigmund Freud.
Lisboa: Ed. Lusófonas, 1996.
ANTUNES, Lobo; DIAS, M.I. Silva. (1974). «Loucura e Criação Artística: Angelo
de Lima, Poeta de Orfeu». Lisboa: Sociedade Portuguesa de Neurologia e
Psiquiatria.
189
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
BALINT, Ednid; NORELL, J. (S/D). Seis Minutos para o Doente. Lisboa: Climepsi.
190
José Martinho
BLÉANDONU, Gérad (Org). (1999). Apoio Psicológico aos Pais. Lisboa: Climepsi.
191
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
192
José Martinho
193
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
194
José Martinho
DIAS, Carlos Amaral; Monteiro, João Sousa. (1989). Eu já Posso Imaginar que
Faço. Lisboa: Assírio & Alvim.
DIAS, Carlos Amaral. (1992), Aventuras de Ali-Babá nos Túmulos de Ur. Lisboa:
Fenda.
DIAS, Carlos Amaral. (1993). Só Deus em Mim se Opõe a Deus. Lisboa: Fenda.
DIAS, Carlos Amaral; Alves, Fernando. (1995). Avenida de Ceuta nº1. Lisboa:
Relógio de Água.
DIAS, Carlos Amaral. (1997). Tabela para uma Nebulosa. Lisboa: Fim de Século.
DIAS, Carlos Amaral. (2000). Freud Para Além de Freud. Lisboa: Fim de Século.
195
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
DINIS, João Seabra. (1993). Este meu Filho que eu não tive, A Adopção e os seus
Problemas. Porto: Afrontamento.
196
José Martinho
FRANCES, Allen; ROSS, Ruth. (S/D). Casos Clínicos: DSM-IV-TR – Guia para o
Diagnóstico Diferencial. Lisboa: Climepsi.
197
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
198
José Martinho
199
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
200
José Martinho
JUNG, Carl. (1975). Homem à Descoberta da sua Alma. Porto: Tavares Martins.
201
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
LUZES, Pedro. (2001). Sob o Manto Diáfano do Realismo. Lisboa: Fim de Século.
202
José Martinho
203
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
MARTINHO, José. (1988). «Em Nome de Nada» in Falo n.º 1, Bahia: Fator.
MARTINHO, José. (1999). «A Santa Phala» in A Phala. Lisboa: Assírio & Alvim.
MARTINHO, José. (1990). «Um Pai sempre Incerto» in A Phala. Lisboa: Assírio
& Alvim.
MARTINHO, José. (1995). «O Estado das Coisas». Vértice n.º 69. Lisboa.
204
José Martinho
MATOS, António Coimbra. (2003). Mais Amor Menos Doença. Lisboa: Climepsi.
205
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
206
José Martinho
PARKES, Collin; LAUNGANI, Pittu; YOUNG Bill. (S/D). Morte e Luto através das
Culturas. Lisboa: Climepsi.
207
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
208
José Martinho
SÁ, Eduardo. (1995). Más Maneiras de Sermos Bons Pais. Lisboa: Fim de Século.
209
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
SANTOS, João dos. (1988). Se Não Sabe Porque é que Pergunta, Conversas com
João Sousa Monteiro. Lisboa: Assírio & Alvim.
SANTOS, João dos. (1990). Eu Agora Quero-me ir Embora, Conversas com João
Sousa Monteiro. Lisboa: Assírio & Alvim.
210
José Martinho
SOUSA E BRITO, Maria João. (2001). Quem não arrisca não Petisca, uma
Interpretação Psicanalítica da Anorexia Nervosa. Coimbra: Almedina.
211
Inspiração Psicanalítica: Freud e as psicoterapias dinâmicas e de suporte
212
José Martinho
213