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CELEBRANDO PENTECOSTES
GRUPOS DE ORAÇÃO DA RCC-BR
ANALISE E PROPOSTAS
1 – Observando a realidade
O Grupo de Oração é a célula básica da RCC-Brasil. Sua presença nas
paróquias dá visibilidade ao Movimento Eclesial da Renovação Carismática Católica
e, pelas suas atividades, leva um grande número de pessoas a realizar sua
experiência pessoal com Jesus, através do “batismo no Espírito Santo”.
Motivo de grande satisfação para o Movimento é constatar a expansão e
fortalecimento de muitos Grupos. O exercício maduro de atividades ministeriais tem
gerado muitos líderes para a Igreja, levando a RCC a realizar sua pertença eclesial.
Constata-se, porém, em muitos Grupos de Oração, esfriamento e perda da
identidade carismática, caracterizados por: ausência do exercício dos carismas,
pouco uso da Palavra de Deus, arrefecimento na oração de louvor e falta de
abertura à efusão do Espírito, elementos esses considerados fundamentais para a
boa saúde dos Grupos de Oração.
Em muitos casos, nota-se, ainda, Grupos de Oração sem Núcleo de Serviço
ou com Núcleos mal estruturados (com excesso de pessoas, conflitivos,
desobedientes ou em falta de comunhão e unidade com os direcionamentos das
coordenações – diocesanas, estaduais e nacional - , com servos que não assumem
os compromissos do cargo e carentes de adequada formação).
2 - As possíveis causas
- Servos descomprometidos com a genuína vida no Espírito
- Falta de capacitação adequada das coordenações
- Pregações deficitárias
- Influência da presente cultura secular
- Pessoas acomodadas com a religiosidade veiculada pela mídia
- Coordenadores inadequados permanecendo por muito tempo no cargo
- Coordenações não devidamente preparadas, que assumem cargos mais em
função da necessidade de se cumprir o calendário previsto nos estatutos do que por
acertado discernimento
3 - O que fazer?
- Incentivar no Grupo de Oração o exercício da oração de louvor, a abertura à
experiência da efusão do Espírito Santo, o uso da Sagrada Escritura, o exercício dos
carismas;
- Dinamizar a prática de oração pessoal e da leitura orante da Palavra;
- Proporcionar encontros de cura interior para as coordenações e lideranças;
- Realizar alternadamente as atividades para reavivamento da espiritualidade
de Pentecostes propostas no livro Celebrando Pentecostes, como forma de garantir
a perenidade da dinâmica carismática nos Grupos de Oração;
- Além dos critérios naturais de discernimento, ao se escolher coordenadores
e servos para os Grupos, recorrer-se também à prática da oração de escuta ao
Espírito Santo, buscando eleger pessoas com o carisma adequado para as funções;
- Recorrer à formação específica para coordenadores e animadores de
Grupos, oferecida pela Comissão de Formação da RCC.
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
D. CONVERSÃO DE VIDA
Uma vez batizados no E.S, nos tornamos em Cristo, filhos e filhas de Deus. E
como tal, somos chamados a uma vida de santidade deixando definitivamente
“nosso modo de vida anterior”, para agir de acordo com Aquele que acreditamos.
Viver a conversão é viver como nossa Mãe Maria viveu: “Eis aqui a serva do Senhor.
Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Luc 1,38).
Isaias 43, 3
“Pois eu sou o Senhor, teu Deus, O santo de Israel, teu Salvador. Dou o Egito por
teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação”.
O Grupo de Oração, a partir da sua identidade deve trabalhar para que o homem,
a família, a sociedade e as estruturas possam reconhecer que o Único capaz de
vencer todas as trevas deste mundo é Jesus Cristo. Jesus é a promessa da
redenção cumprida. Ele é a arca da salvação oferecida por Deus aos homens
submersos no pecado. Seu nome quer dizer sua missão: Javé Salva. Mt1,21. “Tu o
chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados”.
G. PROPAGAR A ALEGRIA
Somos tão importantes para Deus, que nossa presença, ou o nosso regresso a
sua casa, é motivo de alegria e festa. O primeiro a se alegrar é o próprio Senhor:
(Sof 3,17) “O senhor teu Deus está no meio de ti... Ele anda em transportes de
alegria por causa de ti... Ele exulta de alegria a teu respeito, como num dia de festa”.
Se o Senhor está contente com a nossa presença, também nós manifestamos
alegria por estarmos com ele. Não é uma alegria passageira. É a alegria da
descoberta do amor de Deus por nós que se transforma num amor apaixonado por
Ele e pelos irmãos.
H. PROPAGAR A PAZ
I. PROPAGAR A UNIDADE
O Santo Padre o Papa Paulo VI disse que a oração espontânea e livre de cada
um “ajuda, sustenta e alimenta a oração dos demais”.
Deus nos escuta sempre. Quando lhe falamos no intimo do coração, no grupo de
oração ou na comunidade.
É pela vida de oração dos participantes do grupo de oração que o mesmo se
torna cada vez mais carismático, pois quem se coloca diante de Deus para se
comunicar com Ele, ouví-lo e por em prática a Sua vontade, é um canal aberto para
que o Espírito Santo se manifeste, conduzindo sua realidade pessoal e comunitária.
Viver a vida em oração é ser luz diante de todas as situações, em todos os
momentos e em todos os lugares.
3 CONCLUSÃO
Deus nos apresentou os vários tesouros, que Ele pelo seu E.S, nos deu a graça
de conhecer e de até mesmo tocar. Tesouros que estão ao nosso dispor se
verdadeiramente abrirmos o nosso coração para Ele, que primeiro abriu o Seu para
nós, colocando-se numa cruz, de onde o sangue derramado garantiu definitivamente
a nossa Salvação, e uma vida plena no seu E.S. Peçamos ao E.S que nos dê força
para permanecermos firmes na Graça desta Salvação e que possamos distribuir e
espalhar esses tesouros a todos aqueles que ainda não os descobriram, através de
todos os Grupos de Oração do mundo inteiro.
BIBLIOGRAFIA
I INTRODUÇÃO
Jo 15, 16 “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí
para que vades e produzais frutos, e o vosso fruto permaneça.”
O objetivo deste ensino é orientar aqueles que assumem uma coordenação sobre a
importância de compreender a cooperação entre graça e natureza no ministério de
coordenação, e tratar de algumas funções práticas pertinentes ao coordenador.
II DESENVOLVIMENTO
O Senhor disse a Moisés: “Tens todo o meu favor” e “minha face irá
contigo, e serei o teu guia” (Cf. Ex 33,12;14)
a) EVANGELIZAR
Mc 16,15 – “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.”
Conceito de evangelizar = vem de Evangelho: Boa Notícia = Evangelizar é
anunciar uma Boa Notícia. (Is 9,1-6 Lc 24,1-43)
Podemos definir três espécies de evangelização: 4
1. Sacerdotal = Palavra celebrada
2. Régia = Palavra vivida – testemunho (instauração do Reino de Deus no
mundo).
3. Profética = Palavra proclamada
Lembramos que todo batizado tem as unções sacerdotal, régia e profética.
1
SILVA, Dercides Pires da, Administrai no Espírito – EPA Volume 1, 2. Ed. p.11.
2
Ibid., p. 5.
3
Baseado na Apostila Administrai no Espírito EPA
4
Baseado na Apostila Evangelizai no Espírito – EPA – Módulo 3 – Dercides Pires da Silva
Evangelizar é a principal função do coordenador. Tudo na coordenação,
planejamentos, propostas, projetos, eventos, devem estar orientados para a
evangelização.
b) ADMINISTRAR
Latim ad (direção, obediência) e minister (subordinação) = aquele que realiza
uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta serviço a
outrem.
Administrar significa ainda o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar
o uso de recursos a fim de alcançar objetivos
Elementos da administração:
Planejamento
Organização
Direção
Execução
Controlar
Avaliação
C)PASTOREAR
Jo 10,11 – “Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas
ovelhas.”
Busca os irmãos transviados
Reanima os desanimados
Conduz o rebanho
Ouvi, ama, orienta, ora
Supervisiona os planejamentos e tarefas.
d) LIDERAR
João 11,16 “A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos:
‘Vamos também nós, para morrermos com ele’.”
Precede os irmãos na caminhada, primeiro na santidade, no amor, no perdão,
no serviço
Dá sempre o primeiro passo
Não têm subordinados. Ele não dá ordens, mas todos fazem o que ele
deseja.
Transmite segurança, confiança.
Transmite senso de justiça
Sabe que não deve fazer tudo sozinho.
e) FORMAR
Lc 11,1-11 “Instruções aos discípulos”
Com exemplo, testemunho de vida
Valoriza e promove meios para o crescimento espiritual e humano dos
membros do grupo.
Encaminha os servos do grupo para os encontros específicos de formação de
cada ministério.
Forma novos líderes.
NEEMIAS (1 – 3)
Neemias foi um líder da época do pós-exílio que soube planejar, organizar,
motivar e exercer liderança sobre quem vivia em Jerusalém e nas redondezas da
cidade. Ele serve como um modelo de coordenador que assumi a liderança com
responsabilidade e praticidade. A partir das situações vividas soube:
Equilibrar o planejamento prático com a confiança em Deus
Conviver com as críticas não merecidas
Resolver conflitos de personalidade e dificuldades no relacionamento
humano
Enfrentar sérias pressões financeiras
Lidar com líderes antigos e algumas vezes machucados. 5
“O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira.” João
15,4b
Santo Agostinho diz que “é uma injustiça exigir obediência aos súditos quando
não se obedece aos superiores”. Em todas as instâncias de coordenação na RCC
deveríamos trazer isto sempre no coração.
A obediência é uma graça geradora de frutos. É a forma de “ligação” dos
ramos a videira. Falamos desta obediência geradora de unidade. Não se trata de
subserviência, que escraviza e sufoca, mas de uma atitude de obediência às formas
e estruturas inspiradas pelo Espírito e reconhecidas pela Igreja.
O desejo e empenho por uma Unidade perfeita através deste relacionamento
fraterno têm produzido abundantes frutos em muitas dioceses. Rezemos para que
nossos corações sejam renovados pelo Espírito Santo e que, através de um
testemunho de comunhão eclesial, possamos cumprir com nosso chamado ao
ministério de coordenação.
III CONCLUSÃO
“Por sua razão, o homem conhece a voz de Deus que o insta a “fazer o bem e
a evitar o mal”. Cada qual é obrigado a seguir esta lei que ressoa na consciência e
se cumpre no amor a Deus e ao próximo. O exercício do caminho moral atesta a
dignidade da pessoa”. (CATEC 1706)
A Retidão interna nos é dada por Deus, é um Dom, tem muito a ver com a fé
em Jesus Cristo; e a Retidão externa se expressa pelos frutos do Espírito Santo em
nossas vidas, tem a ver com as boas obras que produzimos como resultado da fé.
Jesus é o exemplo do Pai para nós, nós devemos ser o exemplo de Jesus
para os outros.
2Cor 3,18 – “Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num
espelho a glória do Senhor, e nós nos vemos transformados nesta mesma imagem,
sempre mais resplandecente, pela ação do Espírito do Senhor” - refletindo assim a
transformação do nosso interior e deixando a Sua glória brilhar.
Jesus promete este mesmo poder várias vezes, mas em At 1,8 antes de subir
ao céu Ele diz: “mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força, e sereis
minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do
mundo”.
O que é ser suas testemunhas senão exercer exatamente o que Ele pediu,
assim como, o apóstolo Paulo: 1Cor 2,4-5 – “A minha palavra e a minha pregação
longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria: eram, antes, uma
demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na
sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”.
A Fé, quarta coluna da autoridade espiritual, é a chave que abre o nosso ser
para que a glória de Deus se realize em nós.
A fé baseia-se no saber o que Deus quer fazer, mas a vida de fé começa
quando abrimos os olhos para a verdade.
Fé não é um esforço pessoal; é um dom – Hb 11,1 – “A fé é o fundamento da
esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê”.
É entrega, confiança – Sl 36,5 – “Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele; e
ele agirá”.
Fé não é sentimento, é aceitação da pessoa e missão de Jesus. Rm 10, 9-10
– “Portanto, se com sua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu
coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. É crendo de
coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se chega à
salvação”.
É a certeza e segurança em Jesus.
“Se creres verá a glória de Deus” – Jo 11,40 - disse Jesus à Marta. Crendo
obteremos o alicerce para exercer a autoridade espiritual.
Jo 11,25 – “Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto viverá”.
Pela Sua obediência nos deu a vida eterna. Obediência como graça do
batismo – Flp 2,8-11 – “Deus me é testemunha da ternura que vos consagro a
todos, pelo entranhado amor de Jesus Cristo!”
Somos inseridos no poder do nome de Jesus Cristo.
Obediência a Deus na vida cristã – 1Pd 2,13-19 – “Por amor do Senhor, sede
submissos, pois a toda autoridade humana, quer ao rei como a soberano, quer aos
governadores como enviados por ele para castigo dos malfeitores e para favorecer
as pessoas honestas. Porque esta é a vontade de Deus que, praticando o bem,
façais emudecer a ignorância dos insensatos. Comportai-vos como homens livres, e
não à maneira dos que tomam a liberdade como véu para encobrir a malícia, mas
vivendo como servos de Deus. Sede educados para com todos, amai os irmãos,
temei a Deus, respeitai o rei. Servos, sede obedientes aos senhores com todo o
respeito, não só aos bons e moderados, mas também aos de caráter difícil. Com
efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por
motivo de consciência para com Deus”.
1Pd 5,5 – “Semelhantemente, vós outros que sois mais jovens, sede
submissos aos anciãos. Todos vós, em vosso mútuo tratamento, revesti-vos de
humildade; porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes”.
E a certeza que vem de Deus – Jer 1,17-19 – “Tu, porém, cinge-te com o teu
cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença
deles; senão, eu te aterrorizarei à vista deles; quanto a mim, desde hoje, faço de ti
uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda a nação,
diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e todo o povo da
nação. Eles te combaterão, mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo,
para livrar-te” – oráculo do Senhor.”
Exemplo de obediência:
Maria Santíssima em Lc 1,38 – “Então disse Maria:“Eis aqui a serva do
Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”.
E Jesus Cristo em Fl 2,8 – “E sendo exteriormente reconhecido como
homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até à morte, e morte de
cruz”.
REFLEXÃO:
- Como estou exercendo a autoridade espiritual?
- O que devo fazer para obtê-la plenamente?
AUTORIDADE ESPIRITUAL
- ESQUEMA-
1- Retidão
Cinco colunas da 2- Relacionamento
Autoridade espiritual 3- Unção
4- Fé
5- Obediência
At 19, 11.12.13
v.11 – tanto os discípulos
v.13 – como os exorcistas ambulantes estavam exercendo autoridade espiritual
v.15 – eles não obtiveram êxito
os discípulos, sim. Por que? Tinham o Espírito Santo
Exemplos de obediência:
- Maria - Lc 1,38
- Jesus – Flp 2,8
Reflexão:
A formação na RCC
A RCC como movimento eclesial também é chamada à formação. É necessário
transmitir o que temos aprendido na RCC.
Somos chamados a ensinar a sã doutrina da fé e a identidade da RCC, pois Os
coordenadores dos Grupos de Oração devem ser os primeiros a buscarem a formação
para que possam responder com qualidade à missão que foram chamados.
Tem sido grande o número de reclamações dos coordenadores de ministérios sobre
a posição adotada por muitos coordenadores, que além de não participarem das
formações, não transmitem para os demais a programação de formação da RCC.
João Paulo II falando à liderança da RCC em 07 de maio de 1981 disse: “ O papel
do chefe consiste, principalmente, em dar exemplo de oração na própria vida. Com
esperança fundada e solicitude cuidadosa, toca ao chefe assegurar que o multiforme
patrimônio da vida de oração na Igreja seja conhecido e aplicado por aqueles que
procuram renovação espiritual, meditação sobre a Palavra de Deus, uma vez que a
ignorância da escritura é ignorância de Cristo (...) Deveis estar interessados em
proporcionar comida sólida para a alimentação espiritual, partindo o pão da verdadeira
doutrina (...) sejais ainda mais profundamente formados no ensinamento da Igreja.”
A Renovação Carismática foi chamada a existir pelo Espírito Santo para provocar e
fazer a graça de um Pentecostes pessoal e contínuo com todas as suas maravilhosas
conseqüências.
O Grupo de oração, por sua vez, deve ser o lugar apropriado, ideal, para que esta
graça renovadora da vida cristã aconteça, desabroche, cresça e se torne fecunda.
Cada grupo de oração deve ter um coordenador que, junto com o núcleo de serviço,
num trabalho conjunto, é responsável por ele. O coordenador deve ser um instrumento
consciente de sua função, ser dócil, uma pessoa de intimidade com Deus, ungido, sábio,
criativo, de intensa vida de oração e aberto à necessidade de constante formação.
A qualidade do Grupo de oração está ligada diretamente à atuação do coordenador.
O grupo tem a cara do coordenador. O grupo reflete como um espelho a sabedoria e a
criatividade do coordenador. Coordenadores de vida de oração apática, não conscientes
de suas funções e não bem formados não conseguem cumprir satisfatoriamente a missão
de fazer acontecer e amadurecer a vida cristã no Espírito.
O caminhar sem formação compreende:
- Caminho que vai por si mesmo
- Caminha sem disciplina, sem ascese,...tudo se justifica
- Não se prende a fórmulas, referências ou modelos
- Leva a uma superficialidade e a satisfação própria
- Há uma procura exagerada de experiências místicas
- Cria uma prática fundamentalista, intimista, egoísta, iluminista
- Prejudica o convívio comunitário, social, não sai de si mesmo
- Não consegue acolher o diferente, não sai de si mesmo
A caminhada espiritual com formação tem as seguintes características:
- Leva em consideração o carisma e a missão de cada um
- Acolhe o diferente, complemento
- Leva em consideração a missão e a identidade do movimento
- Considera o cristão e sua vocação em todos os aspectos
- Zela pela disciplina
- Aprofunda a própria vocação, purificando-a
- Leva ao entrar em si mesmo para responder aos desafios do mundo
- Leva a uma maior intimidade com Deus
Formação do Coordenador
A formação do coordenador tem por finalidade levá-lo a caminhar segundo o
Espírito de Deus, no seguimento de Jesus, e tomar consciência de sua missão na Igreja,
no Grupo de Oração e no mundo, vivendo carismaticamente na busca do crescimento à
estatura de Cristo.
A formação cristã apresentada a seguir resume-se basicamente em dois aspectos:
espiritual e doutrinário.
Formação Espiritual
A formação espiritual acontece através da oração, da fuga ao pecado, de
fazer a vontade de Deus e conduzidos pelo Espírito Santo.
Oração
O Senhor Jesus rezou e nos mandou "rezar sempre, sem jamais esmorecer" (Lc
18,1). Os místicos e os pregadores cristãos sempre insistiram na importância da oração.
O coordenador precisa ter intimidade consigo mesmo e com Deus. Para
conhecer a vontade de Deus precisa-se ter intimidade com Jesus. Faz-se
necessário estreitar os laços de amizade com Ele, investir no conhecimento mútuo e
aperfeiçoar o amor recíproco. Passar à condição de amigo, pois Ele mesmo nos diz: "
já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas chamei-
vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo que quanto ouvi de meu Pai" (Jo 15,15).
Nos momentos de intimidade, de oração falaremos com Jesus da nossa
gratidão, exporemos ao Senhor as nossas próprias misérias e necessidades,
pediremos perdão e suplicaremos auxílio. Devemos deixar a nossa alma ir ao
encontro com Deus sem reservas, totalmente despojados do orgulho, na certeza de
"se busca a alma a Deus, muito mais a busca o seu amado" (São João da Cruz).
Da oração também faz parte a dimensão do louvor e do agradecimento.
Nesse momento devemos bendizer a Deus, exaltando-O pelas maravilhas que tem
feito em nós e no nosso meio. E tempo de contemplar a glória de Deus.
A oração de louvor é ainda uma oração libertadora, que descerra as portas do céu e
arrebenta os grilhões que nos afligem. "O louvor é despertado pela contemplação da
bondade, da verdade, da beleza, da perfeição de Deus" Sigamos o conselho de
Santo Agostinho: "Louva e bendiz ao Senhor todos e em cada um de teus dias para
que quando venha esse dia sem fim possas passar de um louvor a outro sem
esforço".
Na oração muitas vezes travamos uma luta, um combate espiritual (cf. Rm 15,30)
que deve ser vencido na perseverança e no amor.
Usar os carismas durante a oração: oração em línguas, profecia, discernimento,
palavra de ciência etc...
Pecado
Devemos ter consciência da nossa natureza pecadora, pois "se dizemos que
não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se
reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está), fiel e justo para nos perdoar os
pecados e para nos purificar de toda iniqüidade." (1 Jo 1,8-9)
O pior inimigo do coordenador é o pecado. Uma situação de pecado permanente é
capaz de desprestigiar seu ministério. "Tudo me é permitido, mas nem tudo me
convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa
alguma" (1 Cor 6,12). O pecado nos impede de correr. Quando temos um
pecado permanente, ficamos como que caminhando com muito peso, como se
tivéssemos uma pedra no sapato.
E necessário evitar o pecado com todas as forças. Estar atento para não cair
nas ciladas do inimigo e se deixar aprisionar. "Todos os atletas se impelem a si
muitas privações; e o fazem para alcançarem uma coroa corruptível. Nós o
fazemos por uma coroa incorruptível. Assim, eu corro, mas não sem rumo certo. Dou
golpes, mas não no ar. Ao contrário, castigo o meu corpo e o mantenho em servidão,
de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros." (1 Cor
9,25)
Lembrai das palavras de São Pedro "sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o
demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-
lhe fortes na fé." (1 Pe 5,8-9a)
Além das apostilas acima citadas existem as apostilas de formação de cada ministério.
Conclusão
No tempo de preparação o coordenador avança pela estrada da perfeição
cristã crescendo em sabedoria e conhecimento, com a ajuda da graça de
Deus prosseguindo decididamente rumo ao estado de homem perfeito, à medida
da estatura completa de Cristo (cf. Ef 4, 13).
Jamais esquecer que o formador é o Espírito Santo pois é Ele quem forma o Cristo
em nós. Ele molda nosso coração, purifica as intenções, fortalece nossa vontade e
recorda o que aprendemos.
Bibliografia
BÍBLIA SAGRADA. São Paulo: Ave Maria, 1995
CELAM. Documento de Aparecida. São Paulo: Co-edição: Paulus/Paulinas/CNBB, 2007.
JUANES, BENIGNO, SJ. Servos e equipe responsável nos grupos de oração. São Paulo: Loyola,
2001.
PEDRINI, ALÍRIO JOSÉ, SCJ. Grupos de oração. Como fazer a graça acontecer. São Paulo: Loyola,
1992.
RCC. Apostilas do Modulo formação de formadores nºs 1e 3.
RCC. Cartilha de formação do Ministério de formação.
“ ...porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,5).
Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de
quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue? “Logo,
a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo.”
(Rm 10, 13-14.17)
INTRODUÇÃO
Deus suscitou na Igreja a corrente de graça que hoje chamamos de
Renovação Carismática Católica. Foi também por inspiração divina que aqueles que
foram tocados por essa corrente de graça passaram a se reunir semanalmente nos
grupos de oração em torno de alguns pilares ou sustentáculos da vivência
carismática, como o louvor, a vida de oração, o uso dos carismas e a intimidade com
a Palavra de Deus.
Desde o início, o povo da renovação teve sua fé formada e sustentada pela
Palavra de Deus e tem conseguido dar testemunho autêntico de vida nova ao
traduzir para a vida cotidiana os ensinamentos que recebe através da leitura,
meditação e escuta da Palavra.
CONCLUSÃO
A Palavra de Deus, pela ação do Espírito Santo, tira o véu que cobre o nosso
entendimento e faz com que nos convertamos ao Senhor. (cf II Cor 3)
Vidas são transformadas, a fé aumenta, o Reino de Deus, que é paz, alegria e gozo
no Espírito Santo (cf Rm 14,17) se instaura no coração e na vida das pessoas
quando a palavra é anunciada, acolhida e praticada.
Conforme encontramos na introdução da Bíblia “Ave Maria”: “A Bíblia diz-nos
respeito hoje como para além dos séculos. Entramos em contato com aquele
mesmo Senhor que tinha escolhido Abraão, que havia eleito o povo de Israel, livrado
os hebreus do Egito, e santificado os homens pela morte de Jesus Cristo. Como
Deus não tem mudado em seu modo de proceder, podemos concluir que somos
todos nós, tanto individualmente como na Igreja, escolhidos, libertados e
santificados pelo nome desse mesmo Jesus Cristo, que os dois testamentos
apontam: o Antigo, como sua esperança; o Novo, como seu modelo; ambos, como
seu centro.”
2. A ESCUTA PROFÉTICA
Quando vivemos a graça de ser Batizados no Espírito Santo, Ele nos concede
graças especiais que são seus dons carismáticos com o objetivo de atuar num
determinado momento, quer seja da oração pessoal, quer seja quando a Igreja se
encontra reunida para celebrar e louvar o Santo Nome de Deus.
Tanto a oração pessoal, quanto na comunitária (leia-se reuniões de oração),
estamos num diálogo com a Santíssima Trindade, falamos com o Senhor com
nossas palavras, através do louvor, da ação de graças, muitas vezes dentro do ciclo
(dinâmica) carismática, o Espírito vem orar conosco e por nós, através da oração em
línguas. Dentro desta dinâmica criamos um ambiente espiritual que nos torna
sensíveis para escutar Deus e experiências como Ele se revela: pelas
manifestações do Espírito Santo, Os carismas, que opera tudo em todos para o bem
comum.
É essencial que para que possamos saber o que o Senhor quer nos revelar
ou apresentar num momento de oração, faz-se necessário a escuta, ou seja, um
momento de silêncio e quietude, tanto interior quanto exterior, uma vez precisamos
deixar Deus “falar” sua vontade e dar suas orientações.
O Espírito penetra nas profundezas de Deus (1 Cor 2,10-11), pois Ele é Deus
e vem revelar a nós Sua perfeita vontade. Dentro do ciclo carismático, falamos com
nossos lábios e com o auxílio do Espírito Santo – Silenciamos para escutar o que
Seu Espírito que nos falar.
Os carismas – palavra de ciência – profecia – palavra de sabedoria –
visualizações, acontecem para edificação da assembléia e nunca em proveito
próprio, ou para vanglória pessoal. Os carismas são “ferramentas” úteis para o
crescimento do povo de Deus. O exercício dos carismas deve ser uma
conseqüência natural de um grupo de oração que pratica o louvor e cânticos de
júbilo inspirados e assim criam um ambiente espiritual onde Deus encontra “espaço”
para se revelar e manifestar sua graça.
Deus não se revela sem um propósito. Quando os carismas vão acontecendo
numa reunião de oração, por exemplo, por meio de uma palavra de profecia; ela tem
como objetivo de edificar, consolar e/ou exortar (1 Cor 14,3). Portanto é importante
que algum servo esteja anotando o que o Senhor está falando e que quem estiver
conduzindo (dirigindo) a reunião naquele dia, faça depois com que a assembléia
responda ao que o Senhor falou, através de orações de louvor, maior
comprometimento, arrependimento, etc.
Podem acontecer palavras de ciência e de sabedoria também como
expressões do Espírito que esteja querendo revelar curas e libertações que
estiverem acontecendo ou áreas que são necessárias ser entregues ao Senhor.
Algumas palavras na sagrada escritura também podem acompanhar esse
momento como forma de confirmação.
Numa reunião de oração verdadeiramente carismática quando damos espaço
par ação do Espírito Santo de Deus, o Pentecostes acontece e o BES faz com que
os carismas se manifestem com o propósito de edificação da Igreja. Quando
escutamos o que o Senhor está falando e colocamos em prática, encontramos
consolo, alento, força e refúgio nos momentos de dificuldade e tribulação que
passarmos. Também iremos recordar das palavras na sagrada escritura que nos
auxiliam e estaremos trilhando o caminho de santidade que tanto o Senhor nos pede
mas que também nos dá os meios para alcançá-lo!