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RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA

FORMAÇÃO PARA DIRIGENTES DE GRUPO


DE ORAÇÃO E NÚCLEO DE SERVIÇO

CELEBRANDO PENTECOSTES
GRUPOS DE ORAÇÃO DA RCC-BR
ANALISE E PROPOSTAS

1 – Observando a realidade
O Grupo de Oração é a célula básica da RCC-Brasil. Sua presença nas
paróquias dá visibilidade ao Movimento Eclesial da Renovação Carismática Católica
e, pelas suas atividades, leva um grande número de pessoas a realizar sua
experiência pessoal com Jesus, através do “batismo no Espírito Santo”.
Motivo de grande satisfação para o Movimento é constatar a expansão e
fortalecimento de muitos Grupos. O exercício maduro de atividades ministeriais tem
gerado muitos líderes para a Igreja, levando a RCC a realizar sua pertença eclesial.
Constata-se, porém, em muitos Grupos de Oração, esfriamento e perda da
identidade carismática, caracterizados por: ausência do exercício dos carismas,
pouco uso da Palavra de Deus, arrefecimento na oração de louvor e falta de
abertura à efusão do Espírito, elementos esses considerados fundamentais para a
boa saúde dos Grupos de Oração.
Em muitos casos, nota-se, ainda, Grupos de Oração sem Núcleo de Serviço
ou com Núcleos mal estruturados (com excesso de pessoas, conflitivos,
desobedientes ou em falta de comunhão e unidade com os direcionamentos das
coordenações – diocesanas, estaduais e nacional - , com servos que não assumem
os compromissos do cargo e carentes de adequada formação).

2 - As possíveis causas
- Servos descomprometidos com a genuína vida no Espírito
- Falta de capacitação adequada das coordenações
- Pregações deficitárias
- Influência da presente cultura secular
- Pessoas acomodadas com a religiosidade veiculada pela mídia
- Coordenadores inadequados permanecendo por muito tempo no cargo
- Coordenações não devidamente preparadas, que assumem cargos mais em
função da necessidade de se cumprir o calendário previsto nos estatutos do que por
acertado discernimento

3 - O que fazer?
- Incentivar no Grupo de Oração o exercício da oração de louvor, a abertura à
experiência da efusão do Espírito Santo, o uso da Sagrada Escritura, o exercício dos
carismas;
- Dinamizar a prática de oração pessoal e da leitura orante da Palavra;
- Proporcionar encontros de cura interior para as coordenações e lideranças;
- Realizar alternadamente as atividades para reavivamento da espiritualidade
de Pentecostes propostas no livro Celebrando Pentecostes, como forma de garantir
a perenidade da dinâmica carismática nos Grupos de Oração;
- Além dos critérios naturais de discernimento, ao se escolher coordenadores
e servos para os Grupos, recorrer-se também à prática da oração de escuta ao
Espírito Santo, buscando eleger pessoas com o carisma adequado para as funções;
- Recorrer à formação específica para coordenadores e animadores de
Grupos, oferecida pela Comissão de Formação da RCC.

4 - Ações do Conselho Nacional


- Viabilizar um conteúdo de formação específico para coordenadores
diocesanos e para coordenadores e animadores de Grupos de Oração (liderança,
pastoreio, condução de louvor, dinâmicas...);
- Viabilizar, através do Projeto Celebrando Pentecostes, um seminário de vida
baseado no Batismo no Espírito Santo, com vistas ao Pentecostes pessoal dos
participantes;
- Oferecer aos participantes de Grupos de Oração a possibilidade de
participar de “Experiência de Oração”, na linha de formação e espiritualidade do
Projeto Celebrando Pentecostes;
- Dentro da programação do Projeto Celebrando Pentecostes, organizar
oficinas sobre reuniões de oração, exercício dos carismas, escuta profética, e
encontros de capacitação para servos;
- Conscientizar constantemente todas as coordenações e lideranças da RCC-
Brasil sobre a imprescindível necessidade de todos serem participantes assíduos e
regulares de um Grupo de Oração da RCC.
ENSINO I – GRUPO DE ORAÇÃO, TESOURO DE DEUS
“Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a
ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá
também está teu coração”. Mateus 6, 20-21.

1. INTRODUÇÃO

O grupo de oração é a célula fundamental da Renovação Carismática


Católica. É a renovação em movimento a cada dia, a cada semana, acontecendo
nas diversas paróquias e comunidades do nosso país e do mundo. É um grupo de
pessoas que por um desígnio de Deus, ao entrarem pela primeira vez em um G.O.
tiveram suas vidas tocadas pela bondade infinita do Senhor e foram chamadas a
viver uma vida nova. Vida nova que só é possível se vivida no Espírito Santo, como
diz São Paulo a Tito, no capítulo 3, 5-7 “E, não por causa das obras de justiça que
tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, ELE nos
salvou mediante o batismo da regeneração e renovação, pelo E.S, que nos foi
concedido em profusão, por meio de Cristo, nosso Salvador, para que a justificação
obtida por sua graça nos torne em esperança herdeiros da vida eterna”.
Portanto o G.O é uma porta aberta para uma descoberta ou redescoberta de
que somos herdeiros de uma graça especial que em Jesus, pelo poder de seu E.S,
transforma não só a nossa realidade, mas de tudo o que está à nossa volta.

2. DESENVOLVIMENTO

O Grupo de Oração é um meio que nos possibilita descobrir o desejo de


Deus, que nos dá a condição de chegarmos aos tesouros do céu, que só podem ser
alcançados se optarmos por mergulhar no coração de Deus que vai nos revelando a
cada semana, a cada grupo de oração, todo o Seu plano para cada um de nós, e
que vai ajustando a batida do nosso coração ao Seu próprio coração para assim
sermos um, como ele e Jesus o são e a nossa alegria então ser completa e
verdadeira. E é o Espírito que nos une num só corpo, o Corpo de Cristo. É o espírito
quem ao nos dar testemunho de Jesus, que é a Revelação Definitiva do Pai, nos
converte em testemunhas do Cristo ressuscitado até os confins da terra. Por esta
razão dizemos que o criador e a alma do Grupo de Oração é sempre o “Espírito de
Deus”. O que nos leva a concluir que o desejo de reunir-se em grupos de oração
não brotou do coração dos homens, mas sim do próprio Senhor. Foi Ele quem tomou
a iniciativa de congregar a sua igreja nessas pequenas comunidades. Só Ele pode
reunir o seu povo em oração, como sempre o fez ao longo da história da salvação, e
o faz agora.

2.1 OBJETIVOS (MISSÃO) DO GRUPO DE ORAÇÃO


A. BATISMO NO E.S – UM PENTECOSTES HOJE

A R.C.C surgiu do desejo e da esperança de que o Senhor realizasse em nossos


dias, em vista da renovação profunda de sua Igreja, o que sucedeu no primeiro
Pentecostes.
A Igreja necessita, em palavras do papa João XXIII, de “algo como um novo
Pentecostes”. Em palavras do Papa Paulo VI: de seu “Pentecostes perene”. O Papa
João Paulo II também expressou a necessidade de “um novo Pentecostes” para o
mundo nos umbrais do século XXI. O nosso atual Papa, Bento XVI, disse em 15 de
maio de 2005, ao tomar posse da cátedra de Bispo de Roma, em São João de
Latrão que sem o Espírito Santo, a Igreja ficaria reduzida a uma organização
meramente humana, sob o peso de suas próprias estruturas. Disse também que
Cristo, que constituiu sua igreja sobre o fundamento dos apóstolos unidos ao redor
de Pedro, enriqueceu-a com o dom de seu Espírito, pra que através dos séculos,
console-a (CF. João 14,16) e a guie para a verdade completa (CF. João 16,13).
Então se o surgimento da R.C.C está baseado neste desejo e esperança da
Igreja, podemos dizer que o Grupo de Oração só acontece efetivamente se os seus
participantes experimentam da graça da efusão ou batismo no E.S. É missão do
grupo de oração fazer com que as pessoas recebam o batismo no Espírito Santo e
tenham suas vidas renovadas, resgatadas e guardem para sempre, no coração, a
esperança da vida eterna, a alegria da salvação.

B. LEVAR OS PARTICIPANTES DO G.O A CONHECER O DESEJO DE DEUS.

O catecismo da igreja Católica no número 27 diz que o desejo de Deus está


inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e
Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o Homem há de
encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar. E no número 50: “Por
uma decisão totalmente livre, Deus se revela e se doa ao homem. E o faz revelando
seu mistério, seu projeto benevolente, que concebeu desde toda a eternidade em
Cristo em prol de todos os homens. Revela plenamente seu projeto enviando seu
Filho bem-amado, nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo”.
Quando conhecemos este desejo do nosso Criador, tudo muda. É a descoberta
de que não estamos sós. De que há alguém que caminha em minha direção, e para
quem eu sou precioso (a).

C. ANUNCIAR O AMOR INFINITO E INCONDICIONAL DE DEUS

Isaias 43, 4 – “Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo,


permito reinos por ti”.
O Grupo de Oração leva os seus participantes a conhecerem o rosto de Deus.
Rosto que deseja constantemente a nossa realização e a nossa felicidade. Fazemos
a grande descoberta de que Deus é fiel e que reafirma o seu Amor mesmo
constatando que fomos infiéis a ele. Ele nos ama com amor eterno com nossas
qualidades ou defeitos. Descobrimos também que sua misericórdia é maior do que o
nosso pecado, mas que ele deseja que sejamos melhor do que somos.

D. CONVERSÃO DE VIDA

Uma vez batizados no E.S, nos tornamos em Cristo, filhos e filhas de Deus. E
como tal, somos chamados a uma vida de santidade deixando definitivamente
“nosso modo de vida anterior”, para agir de acordo com Aquele que acreditamos.
Viver a conversão é viver como nossa Mãe Maria viveu: “Eis aqui a serva do Senhor.
Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Luc 1,38).

E. RESGATAR ALMAS PARA DEUS

Isaias 43, 3
“Pois eu sou o Senhor, teu Deus, O santo de Israel, teu Salvador. Dou o Egito por
teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação”.
O Grupo de Oração, a partir da sua identidade deve trabalhar para que o homem,
a família, a sociedade e as estruturas possam reconhecer que o Único capaz de
vencer todas as trevas deste mundo é Jesus Cristo. Jesus é a promessa da
redenção cumprida. Ele é a arca da salvação oferecida por Deus aos homens
submersos no pecado. Seu nome quer dizer sua missão: Javé Salva. Mt1,21. “Tu o
chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados”.

F. TER UMA VIDA DE LOUVOR

O louvor é como que o clima e a atmosfera na qual se desenvolve a reunião de


oração, desde o principio até o fim, pois o Espírito Santo é um Espírito de louvor. O
louvor é uma oração poderosa, libertadora que gera alegria, paz e esperança. O
louvor é uma arma para combatermos o inimigo de Deus, porque quando louvamos
a Deus com os nossos lábios, em espírito e verdade, quando o louvamos nas
tribulações e também nas alegrias, estamos proclamando que Jesus é o Senhor de
nossas vidas, não permitindo que nada ou ninguém ocupe o seu lugar. Desta forma
fechamos todas as possibilidades para qualquer investida do mal em nossas vidas e
em nosso Grupo de Oração. A prática do louvor no G.O gera milagres e prodígios
na vida de todos.

G. PROPAGAR A ALEGRIA

Somos tão importantes para Deus, que nossa presença, ou o nosso regresso a
sua casa, é motivo de alegria e festa. O primeiro a se alegrar é o próprio Senhor:
(Sof 3,17) “O senhor teu Deus está no meio de ti... Ele anda em transportes de
alegria por causa de ti... Ele exulta de alegria a teu respeito, como num dia de festa”.
Se o Senhor está contente com a nossa presença, também nós manifestamos
alegria por estarmos com ele. Não é uma alegria passageira. É a alegria da
descoberta do amor de Deus por nós que se transforma num amor apaixonado por
Ele e pelos irmãos.

H. PROPAGAR A PAZ

O Grupo de Oração nos ensina que a paz é um sinal tangível da presença de


Cristo, que não só nos dá paz, como Ele mesmo é nossa paz (Ef 2, 14).
Paz que é a certeza de que se Ele está conosco, ninguém pode estar contra nós.
Certeza de que nada nos separará do seu amor.

I. PROPAGAR A UNIDADE

Unidade para além de mágoas, medos... E cálculos.


Quando experimentamos pelo B.E.S que verdadeiramente fomos e somos
amados gratuitamente , inevitavelmente nos tornamos generosos para com Deus e
para com o próximo.
São Francisco de Assis move até hoje muitos corações com o brado: “O amor
não é amado”. Não amamos a Cristo, nos dividimos, quando supervalorizamos os
bens matérias, os valores transitórios, ou quando julgamos os irmãos.
Os primeiros discípulos punham tudo em comum, porque sabiam que a eles
Cristo não se dera pela metade, mas todo, por inteiro!

J. MOTIVAR A NECESSIDADE DA ORAÇÃO PESSOAL E COMUNITÁRIA

O Santo Padre o Papa Paulo VI disse que a oração espontânea e livre de cada
um “ajuda, sustenta e alimenta a oração dos demais”.
Deus nos escuta sempre. Quando lhe falamos no intimo do coração, no grupo de
oração ou na comunidade.
É pela vida de oração dos participantes do grupo de oração que o mesmo se
torna cada vez mais carismático, pois quem se coloca diante de Deus para se
comunicar com Ele, ouví-lo e por em prática a Sua vontade, é um canal aberto para
que o Espírito Santo se manifeste, conduzindo sua realidade pessoal e comunitária.
Viver a vida em oração é ser luz diante de todas as situações, em todos os
momentos e em todos os lugares.

K. MOTIVAR A FREQÜÊNCIA AOS SACRAMENTOS

Estamos em um constante processo de conversão. Não estamos prontos. Os


sacramentos nos dão força, nos renovam, fortalecem a nossa fé, para vivermos as
adversidades da nossa vida cotidiana. Principalmente os sacramentos da
Reconciliação e da Eucaristia.
Os sacramentos da Igreja, diz o catecismo da Igreja católica continuam hoje as
obras que Cristo cumprira durante sua vida terrestre. Através da vida sacramental, o
poder divino e salvador do filho de Deus salva o homem todo: alma e corpo.
L. MOTIVAR O COMPROMISSO DE VIDA COM DEUS E COM OS IRMÃOS

O amor ao irmão é uma maneira concreta de mostrarmos o quanto amamos o


nosso Amado: amando aquele a quem tanto Ele ama e por quem deu a sua própria
vida. Como não dar a vida por aqueles por quem o Amado a deu? É vontade do
Senhor que transbordemos este amor sobre aqueles que Ele ama e na R.C.C isto se
faz realidade através do Pentecostes contínuo que acontece nos grupos de oração.
Deus nos chama a nos comprometermos com Ele e com os irmãos, Para não
fazermos como aquele homem da parábola dos talentos que perdeu até o pouco que
tinha, por não usar os seus bens conforme a vontade de Deus. Ele nos chama a
partilhar generosamente o nosso tempo, nossas descobertas, nossos talentos e toda
a nossa vida sem medo, pois ele é por nós.

3 CONCLUSÃO

Deus nos apresentou os vários tesouros, que Ele pelo seu E.S, nos deu a graça
de conhecer e de até mesmo tocar. Tesouros que estão ao nosso dispor se
verdadeiramente abrirmos o nosso coração para Ele, que primeiro abriu o Seu para
nós, colocando-se numa cruz, de onde o sangue derramado garantiu definitivamente
a nossa Salvação, e uma vida plena no seu E.S. Peçamos ao E.S que nos dê força
para permanecermos firmes na Graça desta Salvação e que possamos distribuir e
espalhar esses tesouros a todos aqueles que ainda não os descobriram, através de
todos os Grupos de Oração do mundo inteiro.

Katia Roldi Zavaris


Conselho Nacional RCC/BR
katia@rccbrasil.org.br

BIBLIOGRAFIA

 BÍBLIA SAGRADA. São Paulo: Ave Maria,


 PEDRINI, ALÍRIO JOSÉ, SCJ. Saiba participar de grupos carismáticos. São Paulo: Loyola,
6ªEd.
 FLORES PRADO, JOSÉ H. As reuniões de oração. São Paulo: Loyola, 1987.
 ALDAY CARRILLO, SALVADOR. Renovação Carismática, Um Pentecostes hoje. São Paulo:
Paulus, 1996.
 RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA DO BRASIL, ET ALL. Batismo no espírito santo.
Aparecida – SP: Editora Santuário, 1994.
 CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA.São Paulo: Vozes, Paulinas, Loyola, Ave Maria, 1993.
 L’OSSERVATORE ROMANO, Revista Renovação ano 6, nº33, jul/ago 2005, p.04.
 VARGAS SPIER, MARIA BEATRIZ, Revista Renovação, “Reavivando a Chama” ano 8, nº44,
maio/junho 2007, p.01,02.
 BESSA, ANA CARLA, Revista Shalom. ano 16, nº101, junho/2001, p.06,07.
ENSINO II - O CARISMA DA COORDENAÇÃO
Rogério Soares

I INTRODUÇÃO

Jo 15, 16 “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí
para que vades e produzais frutos, e o vosso fruto permaneça.”
O objetivo deste ensino é orientar aqueles que assumem uma coordenação sobre a
importância de compreender a cooperação entre graça e natureza no ministério de
coordenação, e tratar de algumas funções práticas pertinentes ao coordenador.

II DESENVOLVIMENTO

2.1 MINISTÉRIO DE COORDENAÇÃO

Coordenação vem da palavra latina “co-ordinatione” que significa: dispor


sobre certa ordem ou método”, organizar o conjunto, pôr em ordem o desconjunto.
É uma “co-operação”, uma ação de “co-responsabilidade entre os iguais”. A
coordenação promove a união de esforços, de objetivos comuns e de atividades
comunitárias, evitando o paralelismo, o isolamento na ação evangelizadora.
A coordenação tem por finalidade criar relações, facilitar a participação,
comprometer na co-responsabilidade, realizar a interação e tornar eficaz o
conjunto da caminhada do movimento. Não se trata de um ministério de privilégios,
mas de serviço prático, objetivo.
A função de coordenar, a princípio é uma capacidade humana, um talento que
pode ser buscado, desenvolvido, aperfeiçoado. O líder será capaz de coordenar de
modo louvável determinado grupo de pessoas, conseguindo alcançar os reais
objetivos pretendidos.
Existem técnicas e métodos avançados que ensinam de forma eficaz como
uma pessoa pode transformar-se em um grande coordenador ou líder. Mas quando
se trata de uma ação evangelizadora, é preciso recordar-se que “as técnicas da
evangelização são boas, obviamente; mas, ainda as mais aperfeiçoadas não
poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do
evangelizador nada faz sem ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem
ele, permanece impotente em relação ao espírito dos homens. E, ainda, os mais
bem elaborados esquemas com base sociológica e psicológica, sem ele, em breve
se demonstram desprovidos de valor.” E.N. 75.
O próprio princípio de Deus na escolha daqueles que iriam dirigir ao seu povo,
não obedece a critérios humanos.
 1 Cor 1,26-31
Isto não descarta, obviamente, a colaboração do homem, isto é, o seu
empenho em desenvolver ou aprimorar suas potencialidades humanas. Porém,
diante da realidade espiritual que é um Ministério de Coordenação, não se pode
contar apenas com a capacitação humana.
Coordenador (conceito eclesial): pessoa cheia do Espírito Santo e conduzida
por Ele, eleita por Deus, mediante confirmação da Comunidade, para conduzir uma
parcela do povo de Deus, empregando métodos de coordenação segundo o carisma
do amor.1
A missão do coordenador é antes de tudo “divina, por isso para realizá-lo
deve estar unido a Jesus (Jo 15,1-8) e conduzido pelo Espírito Santo” 2.

2.2 O CARISMA DE COORDENAÇÃO

 O Senhor disse a Moisés: “Tens todo o meu favor” e “minha face irá
contigo, e serei o teu guia” (Cf. Ex 33,12;14)

Podemos entender o carisma como sendo o “favor” ou “auxílio” dado por


Deus para o vocacionado.
Sem o carisma, ficamos impossibilitado de corresponder à esta vocação. Ele
é o “auxílio a nossa fraqueza” (Rm 8,26) sem o qual nossas ações tornar-se-iam
vazias e infrutíferas.
O carisma é o alicerce para o exercício do ministério. A graça em ação =
chárisma, que pressupõe a natureza, conforme Sto. Agostinho. Trata-se de uma
complementaridade entre divino e humano, em vista da missão.

“O carisma de coordenação se manifesta nas ações


administrativas realizadas pelos coordenadores. No âmbito do
nosso movimento, ações administrativas são, especialmente,
planejamento, organização, direção e pastoreio”. ( Administrai
no Espírito, Cap 1, pg 05 – Formação de Coordenadores)

2.3 FUNÇÕES DO COORDENADOR3

a) EVANGELIZAR
Mc 16,15 – “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.”
Conceito de evangelizar = vem de Evangelho: Boa Notícia = Evangelizar é
anunciar uma Boa Notícia. (Is 9,1-6 Lc 24,1-43)
Podemos definir três espécies de evangelização: 4
1. Sacerdotal = Palavra celebrada
2. Régia = Palavra vivida – testemunho (instauração do Reino de Deus no
mundo).
3. Profética = Palavra proclamada
Lembramos que todo batizado tem as unções sacerdotal, régia e profética.

1
SILVA, Dercides Pires da, Administrai no Espírito – EPA Volume 1, 2. Ed. p.11.
2
Ibid., p. 5.
3
Baseado na Apostila Administrai no Espírito EPA
4
Baseado na Apostila Evangelizai no Espírito – EPA – Módulo 3 – Dercides Pires da Silva
Evangelizar é a principal função do coordenador. Tudo na coordenação,
planejamentos, propostas, projetos, eventos, devem estar orientados para a
evangelização.

b) ADMINISTRAR
Latim ad (direção, obediência) e minister (subordinação) = aquele que realiza
uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta serviço a
outrem.
Administrar significa ainda o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar
o uso de recursos a fim de alcançar objetivos
Elementos da administração:
 Planejamento
 Organização
 Direção
 Execução
 Controlar
 Avaliação

C)PASTOREAR
Jo 10,11 – “Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas
ovelhas.”
 Busca os irmãos transviados
 Reanima os desanimados
 Conduz o rebanho
 Ouvi, ama, orienta, ora
 Supervisiona os planejamentos e tarefas.

d) LIDERAR
João 11,16 “A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos:
‘Vamos também nós, para morrermos com ele’.”
 Precede os irmãos na caminhada, primeiro na santidade, no amor, no perdão,
no serviço
 Dá sempre o primeiro passo
 Não têm subordinados. Ele não dá ordens, mas todos fazem o que ele
deseja.
 Transmite segurança, confiança.
 Transmite senso de justiça
 Sabe que não deve fazer tudo sozinho.

e) FORMAR
Lc 11,1-11 “Instruções aos discípulos”
 Com exemplo, testemunho de vida
 Valoriza e promove meios para o crescimento espiritual e humano dos
membros do grupo.
 Encaminha os servos do grupo para os encontros específicos de formação de
cada ministério.
 Forma novos líderes.

NEEMIAS (1 – 3)
Neemias foi um líder da época do pós-exílio que soube planejar, organizar,
motivar e exercer liderança sobre quem vivia em Jerusalém e nas redondezas da
cidade. Ele serve como um modelo de coordenador que assumi a liderança com
responsabilidade e praticidade. A partir das situações vividas soube:
 Equilibrar o planejamento prático com a confiança em Deus
 Conviver com as críticas não merecidas
 Resolver conflitos de personalidade e dificuldades no relacionamento
humano
 Enfrentar sérias pressões financeiras
 Lidar com líderes antigos e algumas vezes machucados. 5

2.4 MINISTÉRIO DE COORDENAÇÃO E O DOM DA UNIDADE

“Grupo de Oração é uma comunidade carismática presente


numa diocese, paróquia, capela, colégio, universidade, presídio,
empresa, fazenda, condomínio, residência, etc, que cultiva a
oração, a partilha e todos os outros aspectos da vivência do
Evangelho, a partir da experiência do batismo no Espírito Santo
(...) e se insere no conjunto da pastoral diocesana ou paroquial,
em espírito de comunhão, participação, obediência e serviço” 6.

A Renovação Carismática é uma “corrente de graça que permite às pessoas e


grupos expressarem à si mesmas, a partir dela, em diferentes modos e formas de
organização”, ela também se organiza e é reconhecida pela Sé Apostólica como um
Movimento Eclesial. Sabemos, no entanto, que a Igreja se concretiza na Igreja
Particular, a Igreja Diocesana, o que permite à RCC como Movimento Eclesial se
organizar e viver a sua “diocesaneidade” através de uma inserção na “pastoral de
conjunto diocesana”. Mas isto não significa que, por ser diocesano, o Movimento
passe a ser manipulado e orientado para outros objetivos que não os que
caracterizam seu carisma.
Esta comunhão com a Igreja local se dá através de uma coordenação
diocesana que, além de representar e responder diante do bispo pelo Movimento,
também encaminha as propostas da pastoral de conjunto diocesana pertinentes ao
Movimento.
Se por um lado a coordenação diocesana da RCC reflete esta
“diocesaneidade” através deste espírito de comunhão, participação, obediência e
serviço à Igreja local, os Grupos de Oração, por outro lado, como “célula
fundamental” da RCC, necessitam de uma profunda comunhão com a estrutura
diocesana do Movimento.
5
Tatá, Tácito José Andrade Coutinho, Seminário Formação de Líderes, Ed. Com Deus, S. J. Campos.
2004. p. 59-60.
6
Apostila EPA – Identidade da Renovação Carismática - Módulo 1
Com freqüência ouvimos dizer da existência alguns grupos “rebeldes”,
“independentes”, “piratas”, que não se dispõem em viver a Unidade Diocesana e
assumem posturas arbitrárias, fomentando assim a divisão, as disputas,
fragmentando o Corpo de Cristo. Há casos graves de lideranças que, não acolhendo
as direções diocesanas, rompem relacionamentos e privam os membros de seus
grupos de participarem dos momentos diocesanos como Cenáculos, Congressos,
Formações, Seminários.
Por outro lado, sabemos que uma coordenação diocesana deve ser sempre
um sinal de unidade, mantendo-se aberta aos Grupos de Oração, favorecendo o
crescimento espiritual dos diversos grupos, ampliando os espaços de comunhão e
partilha, permitindo e fomentando um diálogo fraterno na caridade.

2.5 ESPAÇOS DE UNIDADE

Os momentos de orações, reuniões e assembléias diocesanas, onde


participam os coordenadores de G. O. como representantes legítimos de uma
parcela do povo de Deus, junto às coordenações diocesanas, não podem ser vistos
como compromissos burocráticos estruturais, mas como instrumentos de unidade.
 Estes momentos são privilegiados de manifestações carismáticas, de
escuta, de partilha, de encaminhamento das moções e palavras proféticas
dada ao Movimento.
 São espaços de comunhão e renovação espiritual para os que participam.
Estes espaços diocesanos são próprios para manter a unidade com as
moções estaduais e nacionais da RCC, trazidas pelo coordenador
diocesano que, naturalmente, é membro do Conselho Estadual.
O Grupo de Oração que possui um coordenador comprometido com a unidade
diocesana beberá sempre de uma fonte segura e jamais virá a ter sede. Este G.O.
será um solo fértil e tudo que semear poderá colher em abundância. Ao contrário, o
coordenador que se afasta desta unidade, privará os membros de seu grupo desta
unidade do corpo e, mais que isso, amputar-se-á, e não tardará a estancar este
canal da graça de Deus.
Dentre as várias competências do coordenador, podemos dizer que a
promoção da unidade é a mais imediata. A unidade:
 É o primeiro atributo da Igreja – Una, Santa, Católica, Apostólica.
 Dá credibilidade à evangelização (“para que o mundo reconheça” Jo
17,23)
 Amplia o potencial evangelizador (Corpo evangelizador)
 Conquista novos participantes (“Cada vez mais aumentava a multidão dos
homens e mulheres que acreditavam no Senhor” At 5,14)
 Permite ter com quem celebrar as conquistas na evangelização.

Por estes motivos, faz-se necessário um discernimento maior na escolha de um


coordenador.
 O núcleo de serviço que elege legitimamente uma liderança deverá
observar também o critério de empenho pela comunhão, na pessoa
indicada.
 Os participantes do GO podem e devem “cobrar” esta fidelidade
diocesana ao seu coordenador, colaborando no que for preciso para que o
grupo não fique à margem do crescimento diocesano. “Prefiro ir mancando
pelo caminho a correr fora dele” (Sta. Teresa).

2.6 UNIDADE QUE GERA FRUTOS

“O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira.” João
15,4b

Santo Agostinho diz que “é uma injustiça exigir obediência aos súditos quando
não se obedece aos superiores”. Em todas as instâncias de coordenação na RCC
deveríamos trazer isto sempre no coração.
A obediência é uma graça geradora de frutos. É a forma de “ligação” dos
ramos a videira. Falamos desta obediência geradora de unidade. Não se trata de
subserviência, que escraviza e sufoca, mas de uma atitude de obediência às formas
e estruturas inspiradas pelo Espírito e reconhecidas pela Igreja.
O desejo e empenho por uma Unidade perfeita através deste relacionamento
fraterno têm produzido abundantes frutos em muitas dioceses. Rezemos para que
nossos corações sejam renovados pelo Espírito Santo e que, através de um
testemunho de comunhão eclesial, possamos cumprir com nosso chamado ao
ministério de coordenação.

III CONCLUSÃO

“Bem sabemos: a unidade que buscamos é antes de tudo


dom de Deus. Somos conscientes, contudo, de que a
urgência da hora de sua plena realização depende também
de nós, de nossa oração, de nossa conversão a Cristo.”
Homilia de João Paulo II na solenidade dos Santos
Apóstolos Pedro e Paulo 30 de junho de 2004

O coordenador revestido com o dom da unidade torna-se canal da graça de


Deus para manter ou semear a:
1. unidade na estrutura funcional de seu grupo (planejamento)
2. unidade na missão (direcionamentos, visão profética, moções)
3. unidade no pastoreio
4. unidade nas celebrações (quem celebra sozinho é porque não possui
comunidade)
5. unidade nas dificuldades (“nem havia entre eles nenhum necessitado” At
4, 34 a)
O carisma de coordenação será sempre necessário para “dar frutos que
permaneçam” Cf. Jo 15,16. Sem ele estaríamos fadados ao cansaço e ao desânimo,
caindo em ativismo, tentando responder aos anseios e necessidades da
comunidade, mas sem sucesso.
Além de ser base do ministério de coordenação, o carisma de coordenar vem
revestido do dom unidade, que posto em prática, abre caminho para uma
evangelização segundo o coração de Jesus, ampliando o potencial do corpo
evangelizador, a Igreja.

ENSINO III - AUTORIDADE ESPIRITUAL


HELENA LOPEZ RIOS MACHADO

Há pelo menos cinco condições para que a autoridade espiritual exista e


funcione. Também chamadas de: colunas da autoridade espiritual que são: retidão,
relacionamento, unção, fé, obediência.
Jesus no Evangelho de São Mateus 28, 18 diz: “Toda autoridade me foi dada
no céu e na terra”. Ele reconhece que tudo vem do Pai.
A Igreja, enquanto Povo de Deus, reconhece apenas uma autoridade: Cristo
Jesus (isto no diz o Documento Puebla 257). Ele é o pastor que guia; todavia os
laços que a prendem a Ele são muito mais profundos do que um simples trabalho de
direção.
Cristo é a autoridade da Igreja no sentido mais profundo da palavra,
porque é o seu autor. Porque é a fonte de sua vida, unidade e sua cabeça.
Se quisermos realizar as obras do Senhor, a missão que Ele nos confiou é
preciso saber, como Ele, empunhar o cetro da justiça que é o emblema da
autoridade.
Hb 1, 8 – “O cetro do teu reino é centro de justiça ”.

Inicialmente o que significa autoridade espiritual:


- o poder de permanecermos firmes pelo nome de Cristo, executando Sua vontade
sobre os poderes e circunstâncias espirituais e materiais; quando Jesus, em Marcos
16,15-17 diz: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer
E for batizado, será salvo, mas quem não crer, será condenado. Estes milagres
acompanharão os que crerem...”.

A autoridade espiritual é diferente da autoridade eclesiástica, que exerce uma


orientação, como também da autoridade governamental cujos comandos são
distribuídos em setores e regiões.

Todos aqueles que acreditam podem exercer a autoridade espiritual. A


autoridade espiritual funciona sob a ação do Espírito Santo. Na palavra de Atos
19,11-13 – “Deus fazia milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo
que lenços e outros panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos
enfermos; e afastavam-se deles as doenças e retiravam-se os espíritos malignos”.
Tanto os discípulos (no v. 11), como os exorcistas ambulantes (v.13) estavam
exercendo a autoridade espiritual, mas verifica-se no v.15 – “Conheço Jesus e sei
quem é Paulo. Mas vós quem sois?”, que eles não obtinham êxito. Os discípulos
possuíam o Espírito Santo.

O passo mais importante é a Retidão, é o cetro do Reino de Cristo, sem ela


não haverá autoridade em nossas vidas.

“A dignidade da pessoa humana se fundamenta em sua criação à imagem e


semelhança de Deus; realiza-se em sua vocação à bem-aventurança divina. Cabe
ao ser humano a livre iniciativa de sua realização. Por seus atos deliberados, a
pessoa humana se conforma ou não ao bem prometido por Deus e atestado por sua
consciência moral. As pessoas humanas se edificam a si mesmas e crescem
interiormente: faz de toda sua vida sensível e espiritual matéria de crescimento.
Com a ajuda da graça, crescem na virtude, evitam o pecado e, se o tiverem
cometido, voltam, como o filho pródigo, para a misericórdia de nosso Pai dos Céus.
Chegam assim à perfeição da caridade”. (CATEC 1700)

“Dotada de alma “espiritual e imortal”, a pessoa humana é “a única criatura na


terra que Deus quis por si mesma”. Desde sua concepção, é destinada à bem-
aventurança eterna.” (CATEC 1703)

“Por sua razão, o homem conhece a voz de Deus que o insta a “fazer o bem e
a evitar o mal”. Cada qual é obrigado a seguir esta lei que ressoa na consciência e
se cumpre no amor a Deus e ao próximo. O exercício do caminho moral atesta a
dignidade da pessoa”. (CATEC 1706)

A Retidão é uma das cinco colunas. A falta da autoridade espiritual está a


zero quando não há uma retidão cumprida.

O Espírito Santo nos ensina que a verdadeira autoridade vem da retidão. A


retidão se subdivide em: retidão atribuída, cumprida, interna e externa.

A Retidão atribuída na palavra de Rm 4, 3- “Ora, que diz a Escritura? Abraão


creu em Deus, e isto lhe foi imputado em conta de justiça”. Abraão pela fé, creu e
cumpriu a vontade de Deus; em Ef 2,8-9 – “Porque é gratuitamente que fostes
salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus.
Não provém das obras, para que ninguém se glorie”. - é pela fé que somos salvos. A
Retidão cumprida advém de um esforço pessoal – 2Pd 1,5-7 – “Por estes motivos,
esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à
ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o
amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade”.

A Retidão interna nos é dada por Deus, é um Dom, tem muito a ver com a fé
em Jesus Cristo; e a Retidão externa se expressa pelos frutos do Espírito Santo em
nossas vidas, tem a ver com as boas obras que produzimos como resultado da fé.

O Relacionamento – João 15,1-4 – “Eu sou a videira, e meu Pai é o


agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que
der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos
tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode
dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não
podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim”.
Jesus nos fala de estarmos limpos, puros (v.3); puros através da Palavra.
Permanecei em mim (v.4), é a retidão, ações concretas; procede da permanência
(estar em). Precisamos estar ligados à videira (v.5) para dar frutos, mais frutos, mais
frutos é a progressão do cristão sadio.
Como permanecer em Jesus? João 15,9-11 – “Como o Pai me ama, assim
também eu vos amo. Perseverai no meu amor. Se guardardes os meus
mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os
mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. Disse-vos estas coisas para que
a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa”.
Seguindo fielmente a Palavra e persistindo no Seu amor; pois Ele nos diz em
Jo 15,12 – “Este é o meu mandamento: Amai-vos uns aos outros, como eu vos
amo”.

Sendo a Imagem de Jesus e seguindo Seu exemplo: Jo 5,19 – “Jesus tomou


a palavra e disse-lhes: “Em verdade, em verdade vos digo, o Filho de si mesmo não
pode fazer coisa alguma; ele só faz o que vê fazer o Pai; e tudo o que o Pai faz, fá-lo
também semelhantemente o Filho.”

Jesus é o exemplo do Pai para nós, nós devemos ser o exemplo de Jesus
para os outros.
2Cor 3,18 – “Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num
espelho a glória do Senhor, e nós nos vemos transformados nesta mesma imagem,
sempre mais resplandecente, pela ação do Espírito do Senhor” - refletindo assim a
transformação do nosso interior e deixando a Sua glória brilhar.

Unção – é a terceira coluna para a autoridade espiritual; é o alicerce


importante no exercício desta autoridade; é a equipagem para a realização da obra
de Deus.

No Antigo Testamento a unção era feita com o óleo derramado sobre as


cabeças: dos sacerdotes, reis e leprosos; eram ungidos.

A unção do leproso é a figura da obra do Espírito na Salvação, unção


sacerdotal a obra do Espírito que santifica e a unção real a obra do Espírito para o
poder e autoridade. A unção de todos os reis, Davi e outros.

No Novo Testamento, quando Jesus lê Lc 4,18 – “O Espírito do Senhor está


sobre mim porque me ungiu”, Ele se refere a uma unção vinda do Espírito Santo
como uma ação sobre ele; e o impele à missão.

Jesus promete este mesmo poder várias vezes, mas em At 1,8 antes de subir
ao céu Ele diz: “mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força, e sereis
minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do
mundo”.
O que é ser suas testemunhas senão exercer exatamente o que Ele pediu,
assim como, o apóstolo Paulo: 1Cor 2,4-5 – “A minha palavra e a minha pregação
longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria: eram, antes, uma
demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na
sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”.

O poder na palavra vem da autoridade que o Espírito Santo nos dá. Rm


15,18-19 – “Porque não ousaria mencionar ação alguma que Cristo não houvesse
realizado por meu ministério, para levar os pagãos a aceitar o Evangelho, pela
palavra e pela ação, pelo poder dos milagres e prodígios, pela virtude do Espírito.
De maneira que tenho divulgado o Evangelho de Cristo desde Jerusalém e suas
terras vizinhas até a Ilíria”.

A Fé, quarta coluna da autoridade espiritual, é a chave que abre o nosso ser
para que a glória de Deus se realize em nós.
A fé baseia-se no saber o que Deus quer fazer, mas a vida de fé começa
quando abrimos os olhos para a verdade.
Fé não é um esforço pessoal; é um dom – Hb 11,1 – “A fé é o fundamento da
esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê”.
É entrega, confiança – Sl 36,5 – “Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele; e
ele agirá”.
Fé não é sentimento, é aceitação da pessoa e missão de Jesus. Rm 10, 9-10
– “Portanto, se com sua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu
coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. É crendo de
coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se chega à
salvação”.
É a certeza e segurança em Jesus.

Se confessares com a tua boca:


Creio que Deus me criou com amor
Creio que Ele está presente no mundo e o transforma
Creio em Deus Pai de Amor
Creio em Jesus, Filho único de Deus
Creio em Sua morte na cruz
Creio no Espírito Santo, fonte da Nova Vida
Creio que a Mãe de Jesus é também nossa mãe
Creio que um dia participarei plenamente da ressurreição de Jesus

“Se creres verá a glória de Deus” – Jo 11,40 - disse Jesus à Marta. Crendo
obteremos o alicerce para exercer a autoridade espiritual.
Jo 11,25 – “Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto viverá”.

A obediência – “O dever da obediência impõe a todos prestar à autoridade


as honras a ela devidas e cercar de respeito e, conforme seu mérito, honras a ela
devidas e cercar de respeito e, conforme seu mérito, de gratidão e benevolência as
pessoas investidas de autoridade” - CATEC 1900.

Na 1Sm 15,22-24 – “Samuel replicou-lhe: “Acaso o Senhor se compraz tanto


nos holocaustos e sacrifícios como na obediência à sua voz? A obediência é melhor
que o sacrifício e a submissão valem mais que a gordura dos carneiros. A rebelião é
tão culpável quanto a superstição; a desobediência é como o pecado de idolatria.
Pois que rejeitaste a palavra do Senhor, também ele te rejeita e te despoja da
realeza!” - observamos o quanto é importante obedecer à vontade de Deus.
São Basílio no diz que a obediência não é como a do escravo que obedece
por medo do castigo; mas sim como filho de Deus que busca a recompensa por
amor.

Alguns aspectos da obediência; em primeiro lugar a Cristo cuja obediência se


tornou notória. Rm 5, 19 – “Assim como pela desobediência de um só homem foram
todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão
justos”.
Jesus a imagem da justiça – 1Cor 15,22 – “Assim como em Adão todos
morrem, assim em Cristo todos reviverão”.

Pela Sua obediência nos deu a vida eterna. Obediência como graça do
batismo – Flp 2,8-11 – “Deus me é testemunha da ternura que vos consagro a
todos, pelo entranhado amor de Jesus Cristo!”
Somos inseridos no poder do nome de Jesus Cristo.

Obediência a Deus na vida cristã – 1Pd 2,13-19 – “Por amor do Senhor, sede
submissos, pois a toda autoridade humana, quer ao rei como a soberano, quer aos
governadores como enviados por ele para castigo dos malfeitores e para favorecer
as pessoas honestas. Porque esta é a vontade de Deus que, praticando o bem,
façais emudecer a ignorância dos insensatos. Comportai-vos como homens livres, e
não à maneira dos que tomam a liberdade como véu para encobrir a malícia, mas
vivendo como servos de Deus. Sede educados para com todos, amai os irmãos,
temei a Deus, respeitai o rei. Servos, sede obedientes aos senhores com todo o
respeito, não só aos bons e moderados, mas também aos de caráter difícil. Com
efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por
motivo de consciência para com Deus”.

1Pd 5,5 – “Semelhantemente, vós outros que sois mais jovens, sede
submissos aos anciãos. Todos vós, em vosso mútuo tratamento, revesti-vos de
humildade; porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes”.

Obediência como dever – Rm 13,1-7


Obediência e autoridade se completam, não pode existir uma sem a outra;
exemplo do centurião em Lc 7,6-8 – “Jesus então foi com eles. E já não estava
longe da casa, quando o centurião lhe mandou dizer por amigos seus: “Senhor, não
te incomodes tanto assim, porque não sou digno de que entres em minha casa; por
isso nem me achei digno de chegar-me a ti; mas dize somente uma palavra, e o
meu servo será curado. Pois também eu, simples subalterno, tenho soldados às
minhas ordens; e digo a um: Vai ali! E ele vai; e a outro: Vem cá! E ele vem; e ao
meu servo: Faze isto! E ele o faz”.

E a certeza que vem de Deus – Jer 1,17-19 – “Tu, porém, cinge-te com o teu
cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença
deles; senão, eu te aterrorizarei à vista deles; quanto a mim, desde hoje, faço de ti
uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda a nação,
diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e todo o povo da
nação. Eles te combaterão, mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo,
para livrar-te” – oráculo do Senhor.”
Exemplo de obediência:
Maria Santíssima em Lc 1,38 – “Então disse Maria:“Eis aqui a serva do
Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”.
E Jesus Cristo em Fl 2,8 – “E sendo exteriormente reconhecido como
homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até à morte, e morte de
cruz”.

REFLEXÃO:
- Como estou exercendo a autoridade espiritual?
- O que devo fazer para obtê-la plenamente?

AUTORIDADE ESPIRITUAL
- ESQUEMA-

Mt 28,18 diz: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra”.

1- Retidão
Cinco colunas da 2- Relacionamento
Autoridade espiritual 3- Unção
4- Fé
5- Obediência

A Igreja, enquanto Povo de Deus, reconhece apenas a autoridade de Cristo – Pb


257

Cristo – é autoridade – é a fonte da vida, unidade, é a cabeça da Igreja.

Autoridade espiritual: diferente de Autoridade eclesiástica


Autoridade governamental

Autoridade espiritual vem da ação do Espírito Santo

At 19, 11.12.13
v.11 – tanto os discípulos
v.13 – como os exorcistas ambulantes estavam exercendo autoridade espiritual
v.15 – eles não obtiveram êxito
os discípulos, sim. Por que? Tinham o Espírito Santo

atribuída – Rm 4,3; Ef 2,8-9


Retidão cumprida – 2Pd 1,5-7- esforço pessoal
CATEC 1700-03-06 interna – dada por Deus; é Dom
externa – se expressa pelos frutos do Espírito Santo

Relacionamento: João 15,1-4


v.3 – estar puro
v.4 – permanecer: estar em
v. 5 – ligados à videira

Dar frutos + frutos + frutos => progressão do cristão sadio

Como permanecer? João 15,9-11


v.10 – seguindo fielmente os mandamentos
Seguindo Seu exemplo João 5,19
2Cor 3,18
Unção alicerce importante para a autoridade
Equipagem para realizar a obra

AT – a unção era feita com óleo:


- unção do leproso – obra do Espírito na salvação (cura)
- unção sacerdotal – obra do Espírito que santifica
- unção real – obra do Espírito que dá poder e autoridade

NT – a unção é feita por obra do Espírito Santo sobre nós


Lc 4,18 – Jesus leu – Me ungiu
Ele se refere à unção vinda do Espírito Santo que O impele à missão

At 1,8 – Jesus promete o mesmo poder


1Cor 2,4-5 – Paulo exerce exatamente este poder

Para exercer este poder, Paulo nos apresenta em Ef 4,11 os 5 ministérios


fundantes ou de equipagem:
Apóstolo – visão do que é a Igreja
Profeta – visão do que a Igreja precisa
Evangelista visão de pregar a Palavra cajado
Pastor visão de cuidar do rebanho 1Pd 5,2-3
vara
Mestre – visão do ensino

Fé – Hb 11,1 – não é esforço pessoal; é a certeza daquilo que não se vê.


“É um dom”

- baseia-se em – saber o que Deus quer fazer


- não é sentimento – é aceitação da missão – Rm 10,9-10
- é entrega, confiança – Sl 36,5

Jo 11,40 – Se creres verás ...


Jo 11,25 – aquele que crê

Obediência – CATEC 1900


1Sm 15,22-24 – a importância da obediência

a Cristo – Rm 5,19 ; 1Cor 15,22


Obediência como graça do batismo – Flp 2,8-11
a Deus na vida cristã – 1Pd 2,13-19 ; 1Pd 5,5
como dever – Rm 13,1-7

Obediência e autoridade Lc 7,6-8


se completam Jr 1,17-19

Exemplos de obediência:
- Maria - Lc 1,38
- Jesus – Flp 2,8

Reflexão:

- Como estou exercendo a autoridade espiritual?


- O que devo fazer para obtê-la plenamente?

ENSINO IV - A FORMAÇÃO DO COORDENADOR


“Olha por ti e pela instrução dos outros. E persevera nestas coisas. Se isto fizeres,
salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem.” I Tim 4,16
Introdução
A formação é uma grande necessidade em nossos tempos. Tempos marcados pela
pluralidade e diversidade de opções, caminhos, visões e onde os valores são relativos.
Tempo em que a mídia quer desvalorizar a Igreja Católica e seus ensinamentos.
A falta de compreensão dos objetivos da formação tem causado desvios que
aparecem no serviço e principalmente nos momentos de crise.
O documento de Aparecida no nº 226c diz: “Junto a uma forte experiência religiosa e
uma destacada convivência comunitária, nossos fiéis precisam aprofundar o
conhecimento da Palavra de Deus e os conteúdos da fé, visto que esta é a única
maneira de amadurecer sua experiência religiosa. Neste caminho, acentuadamente
vivencial e comunitário, a formação doutrinal não se experimenta como conhecimento
teórico e frio, mas como ferramenta fundamental e necessária no crescimento espiritual,
pessoal e comunitário.” (Grifo nosso)
Conforme o mesmo doc. no numero 276 nos ensina que qualquer que seja a função
que desenvolvemos na Igreja, para sermos fiéis à vocação a qual fomos chamados requer
uma clara e decidida opção pela formação.
A formação cristã é um processo que potencializa as qualidades do formando e o
capacita para o serviço, é um processo contínuo de crescimento buscando levar todos a
uma vida de santidade.

A formação na RCC
A RCC como movimento eclesial também é chamada à formação. É necessário
transmitir o que temos aprendido na RCC.
Somos chamados a ensinar a sã doutrina da fé e a identidade da RCC, pois Os
coordenadores dos Grupos de Oração devem ser os primeiros a buscarem a formação
para que possam responder com qualidade à missão que foram chamados.
Tem sido grande o número de reclamações dos coordenadores de ministérios sobre
a posição adotada por muitos coordenadores, que além de não participarem das
formações, não transmitem para os demais a programação de formação da RCC.
João Paulo II falando à liderança da RCC em 07 de maio de 1981 disse: “ O papel
do chefe consiste, principalmente, em dar exemplo de oração na própria vida. Com
esperança fundada e solicitude cuidadosa, toca ao chefe assegurar que o multiforme
patrimônio da vida de oração na Igreja seja conhecido e aplicado por aqueles que
procuram renovação espiritual, meditação sobre a Palavra de Deus, uma vez que a
ignorância da escritura é ignorância de Cristo (...) Deveis estar interessados em
proporcionar comida sólida para a alimentação espiritual, partindo o pão da verdadeira
doutrina (...) sejais ainda mais profundamente formados no ensinamento da Igreja.”
A Renovação Carismática foi chamada a existir pelo Espírito Santo para provocar e
fazer a graça de um Pentecostes pessoal e contínuo com todas as suas maravilhosas
conseqüências.
O Grupo de oração, por sua vez, deve ser o lugar apropriado, ideal, para que esta
graça renovadora da vida cristã aconteça, desabroche, cresça e se torne fecunda.
Cada grupo de oração deve ter um coordenador que, junto com o núcleo de serviço,
num trabalho conjunto, é responsável por ele. O coordenador deve ser um instrumento
consciente de sua função, ser dócil, uma pessoa de intimidade com Deus, ungido, sábio,
criativo, de intensa vida de oração e aberto à necessidade de constante formação.
A qualidade do Grupo de oração está ligada diretamente à atuação do coordenador.
O grupo tem a cara do coordenador. O grupo reflete como um espelho a sabedoria e a
criatividade do coordenador. Coordenadores de vida de oração apática, não conscientes
de suas funções e não bem formados não conseguem cumprir satisfatoriamente a missão
de fazer acontecer e amadurecer a vida cristã no Espírito.
O caminhar sem formação compreende:
- Caminho que vai por si mesmo
- Caminha sem disciplina, sem ascese,...tudo se justifica
- Não se prende a fórmulas, referências ou modelos
- Leva a uma superficialidade e a satisfação própria
- Há uma procura exagerada de experiências místicas
- Cria uma prática fundamentalista, intimista, egoísta, iluminista
- Prejudica o convívio comunitário, social, não sai de si mesmo
- Não consegue acolher o diferente, não sai de si mesmo
A caminhada espiritual com formação tem as seguintes características:
- Leva em consideração o carisma e a missão de cada um
- Acolhe o diferente, complemento
- Leva em consideração a missão e a identidade do movimento
- Considera o cristão e sua vocação em todos os aspectos
- Zela pela disciplina
- Aprofunda a própria vocação, purificando-a
- Leva ao entrar em si mesmo para responder aos desafios do mundo
- Leva a uma maior intimidade com Deus

Formação do Coordenador
A formação do coordenador tem por finalidade levá-lo a caminhar segundo o
Espírito de Deus, no seguimento de Jesus, e tomar consciência de sua missão na Igreja,
no Grupo de Oração e no mundo, vivendo carismaticamente na busca do crescimento à
estatura de Cristo.
A formação cristã apresentada a seguir resume-se basicamente em dois aspectos:
espiritual e doutrinário.

Formação Espiritual
A formação espiritual acontece através da oração, da fuga ao pecado, de
fazer a vontade de Deus e conduzidos pelo Espírito Santo.

Oração
O Senhor Jesus rezou e nos mandou "rezar sempre, sem jamais esmorecer" (Lc
18,1). Os místicos e os pregadores cristãos sempre insistiram na importância da oração.
O coordenador precisa ter intimidade consigo mesmo e com Deus. Para
conhecer a vontade de Deus precisa-se ter intimidade com Jesus. Faz-se
necessário estreitar os laços de amizade com Ele, investir no conhecimento mútuo e
aperfeiçoar o amor recíproco. Passar à condição de amigo, pois Ele mesmo nos diz: "
já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas chamei-
vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo que quanto ouvi de meu Pai" (Jo 15,15).
Nos momentos de intimidade, de oração falaremos com Jesus da nossa
gratidão, exporemos ao Senhor as nossas próprias misérias e necessidades,
pediremos perdão e suplicaremos auxílio. Devemos deixar a nossa alma ir ao
encontro com Deus sem reservas, totalmente despojados do orgulho, na certeza de
"se busca a alma a Deus, muito mais a busca o seu amado" (São João da Cruz).
Da oração também faz parte a dimensão do louvor e do agradecimento.
Nesse momento devemos bendizer a Deus, exaltando-O pelas maravilhas que tem
feito em nós e no nosso meio. E tempo de contemplar a glória de Deus.
A oração de louvor é ainda uma oração libertadora, que descerra as portas do céu e
arrebenta os grilhões que nos afligem. "O louvor é despertado pela contemplação da
bondade, da verdade, da beleza, da perfeição de Deus" Sigamos o conselho de
Santo Agostinho: "Louva e bendiz ao Senhor todos e em cada um de teus dias para
que quando venha esse dia sem fim possas passar de um louvor a outro sem
esforço".
Na oração muitas vezes travamos uma luta, um combate espiritual (cf. Rm 15,30)
que deve ser vencido na perseverança e no amor.
Usar os carismas durante a oração: oração em línguas, profecia, discernimento,
palavra de ciência etc...

Pecado
Devemos ter consciência da nossa natureza pecadora, pois "se dizemos que
não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se
reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está), fiel e justo para nos perdoar os
pecados e para nos purificar de toda iniqüidade." (1 Jo 1,8-9)
O pior inimigo do coordenador é o pecado. Uma situação de pecado permanente é
capaz de desprestigiar seu ministério. "Tudo me é permitido, mas nem tudo me
convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa
alguma" (1 Cor 6,12). O pecado nos impede de correr. Quando temos um
pecado permanente, ficamos como que caminhando com muito peso, como se
tivéssemos uma pedra no sapato.
E necessário evitar o pecado com todas as forças. Estar atento para não cair
nas ciladas do inimigo e se deixar aprisionar. "Todos os atletas se impelem a si
muitas privações; e o fazem para alcançarem uma coroa corruptível. Nós o
fazemos por uma coroa incorruptível. Assim, eu corro, mas não sem rumo certo. Dou
golpes, mas não no ar. Ao contrário, castigo o meu corpo e o mantenho em servidão,
de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros." (1 Cor
9,25)
Lembrai das palavras de São Pedro "sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o
demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-
lhe fortes na fé." (1 Pe 5,8-9a)

Viver na vontade de Deus


O que Jesus deseja, o que O satisfaz é unicamente cumprir a vontade do Pai que
é o seu alimento assim como nos relata São João: "... entretanto, os discípulos
lhe pediam: Mestre come. Mas ele lhes disse: Tenho um alimento para comer, que
vós não conheceis. Os discípulos perguntavam uns aos outros: Alguém lhe teria
trazido de comer? Disse-lhes Jesus: Meu alimento é fazer a vontade daquele que me
enviou e cumprir a sua obra". (Jo 4, 32-34)

Conduzidos pelo Espírito


Quando o coordenador se deixa guiar pelo Espírito, orienta-se
perfeitamente para Deus. O Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza (cf. Rom
8,26), nos dá força e coragem para sermos testemunhas fiéis (cf. At 1,8), nos liberta e
nos dá a vida nova (cf. Rom 8,14-16), nos ensina (cf. Jo 14,26).
Formação doutrinária
Para que o ensino do ministro de formação seja sólido, consistente e eficaz, a fé do
formador deve estar firmada em três pontos:
A) A Revelação Divina Escrita - A Sagrada Escritura
Nós somos os destinatários da Palavra de Deus: "Toda a escritura é inspirada
por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na
justiça. Por ela o homem se torna perfeito, capacitado para toda boa obra." (2 Tm
3,16-17).
Devemos devorar, saborear e meditar a palavra para que possamos levá-la
fielmente adiante com o coração cheio de fé, esperança e caridade, pois a "vossa
palavra constitui minha alegria e as delícias do meu coração, porque trago o vosso nome,
ó Senhor dos exércitos!" (Jr. 15,16b).
B) A Revelação Divina transmitida oralmente - A Sagrada Tradição
Tradição vem do latim tradere que significa entregar e traditio que
significa transmissão. "Por isto os Apóstolos, transmitindo aquilo que eles
próprios receberam (cf. 1 Cor 11, 23; 15 3), exortam os fiéis a manter as
tradições que aprenderam seja oralmente, seja por carta (cf. 2 Ts 2, 15) e a
combater pela uma vez transmitida aos santos (cf. Jd. 3). Quanto à Tradição
recebida dc Apóstolos ela compreende todas aquelas coisas que contribuem para
santamente conduzir a vida e fazer crescer a fé do Povo de Deus, e assim a
Igreja, em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o
que ela é, tudo o que crê"
"A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura estão, portanto, estreitamente
conexas e interpenetradas. Ambas promanam da mesma fonte divina, formam de certo
modo um só todo e tendem para o mesmo fim. Com efeito, a Sagrada Escritura é a
fala de Deus enquanto é redigida sob a moção do Espírito Santo; a Sagrada
Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a
palavra de Deu confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos para
que, sob a luz do Espírito de verdade, eles em sua pregação fielmente a conservem,
exponham e difundam. Resulta, assim, que não é através da Escritura apenas que
a Igreja consegue sua certeza a respeito de tudo que foi revelado. Por isso,
ambas Escritura e Tradição - devem ser recebidas e veneradas com igual
sentimento dc piedade e reverência" (DV 8)
c) O ensinamento da Igreja - O sagrado Magistério
A principal missão confiada aos seguidores de Jesus foi ide e ensinai (cf. Mc
15,16) Mas, esse ensinamento muitas vezes está sujeito a interpretações subjetivas que
descaracterizam a verdade, de modo que esse ensinamento foi confiado
especialmente aos sucessores dos apóstolos, o papa e os bispos. O Magistério foi
instituído pelo próprio Senhor para conduzir a sua Igreja, guardar o depósito da fé e
vigiar contra as falsas doutrinas e contra as divisões.
Hoje temos acesso a inúmeros documentos escritos pelo Magistério tais como os
Documentos pré-conciliares, conciliares, pós-conciliares, o Catecismo Igreja
Católica, os Documentos da Igreja da América Latina e os Documentos da CNBB que
são fontes inesgotáveis de sabedoria e ensinamento.
O momento de formação deve ser um momento privilegiado de
aprofundamento na fé e conversão do coração. E um tempo no qual Deus interpela o
coordenador, suscita o discernimento, confirma o chamado e renova o ardor
missionário. É um tempo de vigilância, jejum, oração, estudo e planejamento.
Hoje a RCC tem uma riqueza que são as apostilas de formações e que dão
sustentabilidade aos nossos ministérios, coordenações e a todos àqueles que quiserem
aprofundar no conhecimento da RCC.
Módulo Básico
Identidade da RCC
Carismas
Grupos de Oração
Oração, Caminho de Santidade.
Santidade
Liderança em Serviço na RCC
Igreja
Doutrina Social da Igreja
Módulo de Formação Humana
Relacionamento com Deus
Relacionamento com o outro
Relacionamento comigo mesmo
Módulo Reavivando a Chama
O Reavivamento do Louvor
O Reavivamento do Grupo de Oração
Módulo Formação de formadores
Encontro I
Encontro II
Encontro III

Além das apostilas acima citadas existem as apostilas de formação de cada ministério.

Conclusão
No tempo de preparação o coordenador avança pela estrada da perfeição
cristã crescendo em sabedoria e conhecimento, com a ajuda da graça de
Deus prosseguindo decididamente rumo ao estado de homem perfeito, à medida
da estatura completa de Cristo (cf. Ef 4, 13).
Jamais esquecer que o formador é o Espírito Santo pois é Ele quem forma o Cristo
em nós. Ele molda nosso coração, purifica as intenções, fortalece nossa vontade e
recorda o que aprendemos.

Bibliografia
BÍBLIA SAGRADA. São Paulo: Ave Maria, 1995
CELAM. Documento de Aparecida. São Paulo: Co-edição: Paulus/Paulinas/CNBB, 2007.
JUANES, BENIGNO, SJ. Servos e equipe responsável nos grupos de oração. São Paulo: Loyola,
2001.
PEDRINI, ALÍRIO JOSÉ, SCJ. Grupos de oração. Como fazer a graça acontecer. São Paulo: Loyola,
1992.
RCC. Apostilas do Modulo formação de formadores nºs 1e 3.
RCC. Cartilha de formação do Ministério de formação.

ENSINO V: A IMPORTÂNCIA DA PALAVRA NO GRUPO


DE ORAÇÃO

“ ...porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,5).
Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de
quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue? “Logo,
a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo.”
(Rm 10, 13-14.17)

INTRODUÇÃO
Deus suscitou na Igreja a corrente de graça que hoje chamamos de
Renovação Carismática Católica. Foi também por inspiração divina que aqueles que
foram tocados por essa corrente de graça passaram a se reunir semanalmente nos
grupos de oração em torno de alguns pilares ou sustentáculos da vivência
carismática, como o louvor, a vida de oração, o uso dos carismas e a intimidade com
a Palavra de Deus.
Desde o início, o povo da renovação teve sua fé formada e sustentada pela
Palavra de Deus e tem conseguido dar testemunho autêntico de vida nova ao
traduzir para a vida cotidiana os ensinamentos que recebe através da leitura,
meditação e escuta da Palavra.

1. POR QUE A PALAVRA É IMPORTANTE?


1.1 A PALAVRA É O VERBO E O VERBO É JESUS
“ No princípio era o Verbo, e o verbo estava junto de Deus e o Verbo era
Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Nele havia vida, e a vida era a
luz dos homens. O Verbo era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina
todo homem. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória,
a glória que o Filho único recebe do seu pai, cheio de graça e de verdade.”
( Jo 1, 1-3.9.14)
Quando nos debruçamos sobre a Palavra é o próprio Senhor Jesus que se
levanta sobre a nossa vida, trazendo salvação, trazendo cura e libertação.
O Verbo é Jesus, o mesmo Jesus cheio de graça e de poder que acolhia as
pessoas e as curava, libertava e salvava quando andava pelas estradas e
aldeias da Judéia e da Galiléia há mais de dois mil anos atrás.Hoje Jesus nos
acolhe também através da Palavra e são muitos os testemunhos que temos
na Renovação Carismática de pessoas curadas e libertas pelo poder da
Palavra de Deus, pessoas que aderiram às verdades de fé e às leis
espirituais que a Palavra revela e por isso receberam a cura.
O Verbo é a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. A luz
da Palavra ilumina e dissipa as trevas do pecado, da morte, da tristeza, da
doença e da mentira. Nenhuma mentira se sustenta diante da verdade da
encarnação, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o Verbo de Deus. O dia da
crucificação de Jesus estava escuro e cheio de desespero, mas a manhã
brilhante da Ressurreição vai brilhar para sempre nos nossos corações,
porque esse foi o dia em que Jesus levantou dos mortos. E porque Ele vive,
nós vivemos também.
O salmista diz: “Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos, uma luz
em meu caminho. Dirigi meus passos segundo a vossa palavra, a fim de que
jamais o pecado reine sobre mim.” ( Sl 118,105.133)
É importante pregar a Palavra no grupo de oração a fim de que as pessoas
saibam por onde andar, para que abandonem o pecado e se convertam e se
salvem.
1.2 A PALAVRA É ALIMENTO
“Disse-lhe então o demônio: “Se és o Filho de Deus, ordena a esta pedra que
se torne pão. Jesus respondeu: “Está escrito: Não só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra de Deus.” (Lc 4, 3-4)
1.2.1 A Palavra é alimento para a fé.
A Palavra é alimento para a fé porque sustenta o espírito, a vontade e a força
interior da pessoa. Diante das dificuldades da vida e diante das inúmeras
escolhas que se apresentam diante de nós hoje, devemos estar alimentados,
nutridos com a palavra de Deus. Se conhecemos o que diz a palavra, se a
guardamos no nosso coração, então não seremos confundidos e os desafios
e problemas da nossa vida em particular e do mundo em geral não terão o
poder de nos desviar da fé e nem de nos derrubar, porque maior é a força da
palavra em nós. Quando temos em nós a Palavra de Deus, temos o próprio
Senhor dos Exércitos combatendo por nós para que mantenhamos a nossa
fé e cheguemos à salvação. O livro do profeta Jeremias diz no
capítulo15,versículo 16: “Quando encontrei tuas palavras alimentei-me, elas
se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração, o modo como
invocar teu nome sobre mim, Senhor dos exércitos.”
1.2.2 A palavra é alimento para a missão.
“Filho do Homem, falou-me, come o rolo que aqui está, e em seguida vai
falar à casa de Israel.” Abri a boca, e ele mo fez engolir. “Filho do Homem,
falou-me, nutre o teu corpo, enche o teu estômago com o rolo que te dou.”
Então comi, e era doce como o mel. Em seguida acrescentou: “Filho do
Homem, vai até a casa de Israel para lhe transmitir as minhas palavras.” (Ez
3, 1-4)
A Palavra deve ser como o alimento que ingerimos, mastigamos, digerimos,
isto é, ela deve se tornar parte de nosso ser, deve se misturar com os nossos
pensamentos, sentimentos, nossa visão de mundo a tal ponto que quando a
anunciarmos, todo o nosso ser faça parte do anúncio. Se for assim, o nosso
anúncio será coerente e o coração das pessoas vai se abrasar, como se
abrasou o coração dos discípulos de Emaús quando Jesus lhes falava pelo
caminho e lhes explicava as Escrituras. ( cf Lc 24,32)

1.3 A PALAVRA É A ESPADA DO ESPÍRITO.


“Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos
inflamados do maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do
espírito, isto é, a palavra de Deus.” (Ef 6, 16-17).
A Palavra é a espada que Deus coloca nas nossas mãos para que possamos,
não somente nos defender do mal, mas também atacá-lo. Quando Jesus foi
tentado pelo maligno, Ele usou a Palavra para se defender das tentações e
derrotar os argumentos de Satanás. Para podermos usar a espada do Espírito
contra o mal, precisamos tomar conhecimento do que diz a Palavra a respeito da
vitória de Jesus e do poder do seu sangue derramado na cruz por cada um de
nós.
Se as pessoas do nosso grupo de oração conhecerem a Palavra, elas poderão
usar a passagem certa para cada tipo de ataque do maligno, assim como fez
Jesus quando foi tentado no deserto. (cf Lc 4, 1-13)

1.4 A PALAVRA É MATÉRIA ESPIRITUAL PARA CRIAR NOVAS REALIDADES


“ Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus e que as
coisas visíveis se originaram do invisível.” ( Hb 11, 3)
Quando Deus criou o mundo a terra estava informe e vazia, as trevas cobriam o
abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. (cf Gn 1, 1) Para que tudo
criasse forma e passasse a existir, Deus disse “faça-se” e o que era invisível
passou a ser visível, o que não existia passou a ter vida. Assim acontece com
toda palavra de Deus, no Antigo ou no Novo Testamento, ela carrega uma força
de vida e de criação, tudo o que ela diz que fará, ela faz. O que precisamos
ensinar nos nossos grupos de oração é que para que a palavra de Deus se torne
realidade na vida pessoal de cada um, ela precisa ser acolhida e é preciso
acreditar que ela se cumprirá. Além disso, Deus já disse uma palavra para cada
situação de nossa vida, as Sagradas Escrituras contêm matéria espiritual ou um
palavra específica para que novas realidades possam aparecer em todas as
áreas do nosso viver. Por exemplo, Deus já disse pela boca do profeta Isaías
que Jesus tomou sobre si as nossas enfermidades, carregou com os nossos
sofrimentos e que fomos curados graças às suas chagas (cf Is 53, 4-5), portanto,
podemos nos apossar desta palavra, ou seja, podemos trazê-la para a nossa
vida. Para que isso aconteça, precisamos conhecer essa palavra, crer nela,
repeti-la, fazermos a nossa confissão de fé baseados nela. Esta é a nossa parte,
a parte de Deus é fazer com que se cumpra, de acordo com sua vontade
soberana. A pessoa que acolheu essa palavra vai receber a cura de que mais
precisa, seja ela física ou espiritual, ou emocional. O que não vai acontecer é a
palavra voltar para Deus sem que a pessoa receba a cura, pois é também pela
boca do profeta Isaías que temos a garantia de que a palavra de Deus jamais
volta para Ele sem ter cumprido com o seu propósito na nossa vida: “assim
acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu
efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão.”( Is 55,11)
É muito importante, portanto, que as pessoas conheçam a Bíblia, a fim de que
possam reivindicar a Palavra de Deus para diferentes situações de sua vida. Se
assim fizerem, novas realidades começarão a surgir.

2. COMO DEVE SER A PREGAÇÃO DA PALAVRA NO GRUPO DE ORAÇÃO?


2.1 A PREGAÇÃO DEVE SER QUERIGMÁTICA
Pregação querigmática é aquela que leva as pessoas a conhecerem o amor de
Deus, a salvação de Jesus e a força transformadora do Espírito Santo que toca e
muda o coração do homem. Pregação no grupo de oração deve ser anúncio da Boa
Nova,deve levar ao Batismo no Espírito Santo, à conversão de vida.
“ Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram
de Pedro e dos demais apóstolos: “Que devemos fazer, irmãos?” Pedro lhes
respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão de vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito santo.” Os
que receberam a sua palavra foram batizados.” (Atos 2, 37-38.41)

2.2 A PREGAÇÃO DEVE SER ACOMPANHADA DE SINAIS


“Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e
confirmava sua palavra com os milagres que a acompanhavam.” (Mc 16,20)
A pregação no grupo de oração deve ser sempre seguida de dinâmica de oração,
para dar às pessoas a oportunidade de deixarem Deus agir em suas vidas a partir
da palavra pregada. Nesse momento, normalmente aparecem palavras de ciência a
respeito das curas que Deus está fazendo. É aconselhável, também, se ter um
momento de ação de graças pela pregação e pelas mudanças que ocasionou em
nossas vidas. Muitas vezes, quando as pessoas estão dando sua resposta à
pregação através da ação de graças, Deus se manifesta com poder, através de mais
curas e de profecias que são verdadeiros direcionamentos para que a palavra
pregada possa ser vivida.

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus, pela ação do Espírito Santo, tira o véu que cobre o nosso
entendimento e faz com que nos convertamos ao Senhor. (cf II Cor 3)
Vidas são transformadas, a fé aumenta, o Reino de Deus, que é paz, alegria e gozo
no Espírito Santo (cf Rm 14,17) se instaura no coração e na vida das pessoas
quando a palavra é anunciada, acolhida e praticada.
Conforme encontramos na introdução da Bíblia “Ave Maria”: “A Bíblia diz-nos
respeito hoje como para além dos séculos. Entramos em contato com aquele
mesmo Senhor que tinha escolhido Abraão, que havia eleito o povo de Israel, livrado
os hebreus do Egito, e santificado os homens pela morte de Jesus Cristo. Como
Deus não tem mudado em seu modo de proceder, podemos concluir que somos
todos nós, tanto individualmente como na Igreja, escolhidos, libertados e
santificados pelo nome desse mesmo Jesus Cristo, que os dois testamentos
apontam: o Antigo, como sua esperança; o Novo, como seu modelo; ambos, como
seu centro.”

ENSINO VI – LOUVOR E A ESCUTA PROFÉTICA

Palavra de Motivação: “Louvarei o Senhor em todo o tempo; seu louvor estará


continuamente na minha boca” (Sl 33,1)
O louvor exprime uma relação fundamental do homem com Deus. O louvor
reconhece que Deus é Deus! “Canta-o pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória, mais do
que pelo Ele faz, por aquilo que Ele É. Participa da bem-aventurança dos corações
puros que o amam na fé antes de o verem na Glória. Por ela, o Espírito se associa
ao nosso espírito para atestar que somos filhos Deus, dando testemunho do Filho
único em quem somos adotados e por quem somos adotados e por quem
glorificamos o Pai. O louvor integra as outras formas de oração e as leva Àquele que
é sua fonte e o termo final”7
Louva-se a Deus porque Ele é: Onipotente, Onisciente e Onipresente! Ele
criou os céus e a terra, e tudo o que neles há! Ele é grandioso! Ele é glorioso! Ele é
Santo! Ele é justo! Ele é amoroso!
Nos revela a sagrada escritura que o homem foi criado para o “louvor da
glória de Deus” (cf. Ef 1,14b). Davi expressou isso bem em diversos, salmos, com
simplicidade e espontaneidade de coração, principalmente quando se encontrava
sendo atacado por inimigos ou em crise existencial e em tentação.
Louvar é reunir todos os feitos que conhecemos de Deus e expressá-los em
palavras e cânticos, numa atitude de exaltação e glorificação ao Seu Nome, que é
digno de ser louvado.
A oração de louvor gera no coração, na mente e na vida do orante, um
ambiente propício para que ocorram curas, milagres e prodígios, pois o louvor cura e
liberta. Quando criamos um ambiente de louvor, nos livramos do abatimento e da
murmuração, pois mudamos o foco, paramos de dizer para Deus o tamanho dos
nosso problemas e dizemos para os nossos problemas o tamanho de nosso Deus!
Exaltar-te-ei, ó Deus meu, e Rei; bendirei o teu nome para todo sempre.
Todos os dias te bendirei, e louvarei o teu nome para todo sempre. Grande é o
Senhor e mui digno de ser louvado; a Sua grandeza é insondável” (Sl 144, 1-3)
O louvor também nos livra da soberba, pois engrandecemos aquele que é
digno de louvor e glória, Deus Pai nosso criador, Jesus Cristo nosso Salvador e
Senhor e o Espírito Santo nosso santificador e educador de nossas almas. Pelo
louvor nos colocamos como criaturas diante do Criador.
“O louvor sempre exerceu um primado em nossas reuniões de oração quer
sejam por nossas músicas, quer sejam pelas orações dos participantes de nossas
reuniões. A experiência da Renovação Carismática Católica é uma experiência do
resgate do louvor, centralizada na pessoa do Jesus muito mais que nas
necessidades do orante.
Por isso o louvor ocupa lugar privilegiado. Nele, o Senhor atua derramando
graças. O louvor é como que o preparo para que o Senhor comunique a sua palavra
de forma atual, por meio das profecias. “O centro da reunião de oração é Cristo, a
alma é o Espírito Santo, e sua finalidade é adorar, louvar e glorificar o Pai de Senhor
Jesus Cristo, que é também nosso Pai”8
Quando nos empenhamos e exercitar o louvor diariamente na oração pessoal
e também em comunidade (leia-se grupo de oração), atraímos para junto de nós a
presença dos anjos e santos de Deus que estão prostrados em sua presença o
adorando, bendizendo e louvando incessantemente. Desta forma, afugentamos os
7
Catecismo, 2639.
8
Grupos de oração, Apostila do Módulo Básico da Paulo Apóstolo, Cap. II, item 3.1.
demônios e suas artimanhas, criamos um ambiente propício a ação do Espírito
Santo e seus dons. Estamos indo a Deus por causa Dele mesmo, sem buscarmos
sua face por necessidades ou interesses pessoais, mas por reconhecê-lo pelo que
Ele é.
O louvor é o sacrifício espiritual fruto dos lábios daqueles que o celebram (cf.
Hb 13,15). Sacrifício porque compreende em disposições pessoais de aniquilamento
e humildade, pois ainda que se esteja atravessando crises, dores, doenças,
sofrimentos,etc. Haverá nos lábios do orante, palavras de louvor e agradecimento
pelo que Ele é: “Ainda que a figueira não floresça, nem há fruto na vide; o produto
da oliveira mente, e os campos não produzem mantimento; as ovelhas foram
arrebatadas do aprisco e nos currais não há gado, todavia eu me alegro no Senhor,
exulto no Deus da minha salvação. Javé, meu Senhor, é minha força, ele torna os
meus pés ágeis como os da corça, e me faz andar sobre os cimos” (Hab 3,17-19).
Quando se louva, cria-se um ambiente de no lar, no trabalho e principalmente
no grupo de oração, pois se está louvando em comunidade e concórdia.

O LOUVOR NOS LEVA PARA A ADORAÇÃO

O Louvor é a porta de entrada da adoração. Quando se exercita os lábios


pelo louvor, o coração, a mente, ou seja, todo o ser, se coloque na presença de
Deus e buscas estar diante do Santo dos Santos, Diante do Cordeiro, passa-se a ter
um coração adorador. O Espírito Santo ora por nós e conosco e é Ele enquanto
terceira pessoa da Santíssima Trindade quem nos conduz a presença de Deus!
“no momento em que os tocadores de trombeta e os cantores se uniam para
celebrar num mesma sinfonia o louvor do Senhor, no momento em que faziam
ressoas o som das trombetas, dos címbalos e dos instrumentos de música com este
hino: “Louvor ao Senhor porque Ele é bom, porque sua misericórdia é eterna”, nesse
momento o templo, o templo do Senhor, encheu-se de uma nuvem tão espessa que
os sacerdotes não puderam permanecer ali para exercer sua função. A glória do
Senhor enchia a casa de Deus.” (2 Cron 5,13-14)
Vê-se através desta passagem que a música leva as pessoas ao louvor e
muitas vezes a adoração, quando feita em comunidade Tira-se o olhos de nosso
centro, ou seja, do homem e volta-se para a presença do Santos dos Santos, do
Senhor. Passa-se a louvar com tanta intensidade, que somos transportados para
Diante do Cordeiro!(cf. Ap 5,8-14)
Para que isso aconteça com naturalidade numa reunião de oração
carismática, deve-se falar, pregar e apresentar ao participantes dos grupos de
oração que tudo o que se vive nele, começa na vida pessoal, criando-se uma “rotina”
de louvor na oração pessoal. Assim o louvor e adoração fluirão naturalmente no
grupo, pois os participantes já terão criado o hábito de expressar o engrandecimento
e enaltecimento à Santíssima Trindade.

O LOUVOR DESARMA O INIMIGO


Vemos no antigo testamento muitas batalhas serem vencidas pelo exército de
Israel; quando estes seguiam a estratégia do Senhor que pedia que eles colocassem
a frente da tropa os músicos que deveriam cantar e louvar o Senhor dos Exércitos!
Assim fizeram Josué para conquistar Jericó (Jos 6, 1ss) e Josefá (2 Cron 20,19)
,dentre outros.
Hoje nossa atitude deve ser semelhante, porém sabemos que não estamos
lutando contra homens de carne e sangue, mas contra as forças espirituais
espalhadas pelos ares. Portanto para vencer as batalhas diárias, nossa maior e
melhor arma é o louvor. Louvamos o vencedor da guerra, que guerreira por nós e
conosco, enviando-nos Seu Espírito Santo em auxílio a nossas franquezas e
inseguranças.
O louvor é a arma que liberta de várias cadeias e prisões espirituais,

O LOUVOR É FONTE DE ALEGRIA E LIBERTAÇÃO

“Eu vos louvarei, Senhor, de todo o Senhor o coração, todas as vossas


maravilhas narrarei. Em vós eu estremeço de alegria, Cantarei vosso nome, ó
Altíssimo! Porque meus inimigos recuaram, fraquejaram, pereceram ante
vossa face.”(Sl 9, 2-4)

Fomos adquiridos para o louvor da Glória de Deus (Ef 1, 14c). Quando


reconhecemos isso, o louvor, a ação de graças e a adoração, todo nosso ser
buscará exaltar e exultar de alegria no Deus de nossa Salvação.
Por isso o louvor está muito vezes associado a cânticos de júbilo e ação de
graças. Um coração cheio do Espírito Santo, se “explode” de alegria e cânticos
espirituais. Quando se tem dificuldades de exercitar o louvor, pode-se começar pelos
salmos que são verdadeiros hinos redigidos até mesmo em meio as dificuldades que
o salmista Davi e outros servos do povo de Israel passaram!
Muitas vezes, principalmente o louvor está associado principalmente quando
é feito em grupo, está acompanhado de danças, do levantar as mãos, podendo
acontecer grandes libertações quando voltamos a ser crianças através da
simplicidade espiritual pelo louvor que brota dos lábios dos pequeninos!

2. A ESCUTA PROFÉTICA

Quando vivemos a graça de ser Batizados no Espírito Santo, Ele nos concede
graças especiais que são seus dons carismáticos com o objetivo de atuar num
determinado momento, quer seja da oração pessoal, quer seja quando a Igreja se
encontra reunida para celebrar e louvar o Santo Nome de Deus.
Tanto a oração pessoal, quanto na comunitária (leia-se reuniões de oração),
estamos num diálogo com a Santíssima Trindade, falamos com o Senhor com
nossas palavras, através do louvor, da ação de graças, muitas vezes dentro do ciclo
(dinâmica) carismática, o Espírito vem orar conosco e por nós, através da oração em
línguas. Dentro desta dinâmica criamos um ambiente espiritual que nos torna
sensíveis para escutar Deus e experiências como Ele se revela: pelas
manifestações do Espírito Santo, Os carismas, que opera tudo em todos para o bem
comum.
É essencial que para que possamos saber o que o Senhor quer nos revelar
ou apresentar num momento de oração, faz-se necessário a escuta, ou seja, um
momento de silêncio e quietude, tanto interior quanto exterior, uma vez precisamos
deixar Deus “falar” sua vontade e dar suas orientações.
O Espírito penetra nas profundezas de Deus (1 Cor 2,10-11), pois Ele é Deus
e vem revelar a nós Sua perfeita vontade. Dentro do ciclo carismático, falamos com
nossos lábios e com o auxílio do Espírito Santo – Silenciamos para escutar o que
Seu Espírito que nos falar.
Os carismas – palavra de ciência – profecia – palavra de sabedoria –
visualizações, acontecem para edificação da assembléia e nunca em proveito
próprio, ou para vanglória pessoal. Os carismas são “ferramentas” úteis para o
crescimento do povo de Deus. O exercício dos carismas deve ser uma
conseqüência natural de um grupo de oração que pratica o louvor e cânticos de
júbilo inspirados e assim criam um ambiente espiritual onde Deus encontra “espaço”
para se revelar e manifestar sua graça.
Deus não se revela sem um propósito. Quando os carismas vão acontecendo
numa reunião de oração, por exemplo, por meio de uma palavra de profecia; ela tem
como objetivo de edificar, consolar e/ou exortar (1 Cor 14,3). Portanto é importante
que algum servo esteja anotando o que o Senhor está falando e que quem estiver
conduzindo (dirigindo) a reunião naquele dia, faça depois com que a assembléia
responda ao que o Senhor falou, através de orações de louvor, maior
comprometimento, arrependimento, etc.
Podem acontecer palavras de ciência e de sabedoria também como
expressões do Espírito que esteja querendo revelar curas e libertações que
estiverem acontecendo ou áreas que são necessárias ser entregues ao Senhor.
Algumas palavras na sagrada escritura também podem acompanhar esse
momento como forma de confirmação.
Numa reunião de oração verdadeiramente carismática quando damos espaço
par ação do Espírito Santo de Deus, o Pentecostes acontece e o BES faz com que
os carismas se manifestem com o propósito de edificação da Igreja. Quando
escutamos o que o Senhor está falando e colocamos em prática, encontramos
consolo, alento, força e refúgio nos momentos de dificuldade e tribulação que
passarmos. Também iremos recordar das palavras na sagrada escritura que nos
auxiliam e estaremos trilhando o caminho de santidade que tanto o Senhor nos pede
mas que também nos dá os meios para alcançá-lo!

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