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 Alquimia: ciência do cosmos, ciência da alma.

Titus Burckhardt, tradução de


Bruno Magalhães.

“A realização espiritual tem sido


frequentemente descrita na terminologia da tradição alquímica,
pela qual a natureza sombria que dirige o homem é reconduzida
ao ouro, seu estado original. Isso tem sido frequentemente
tratado como 'alquimia espiritual'. Nesse volume
maravilhosamente esclarecedor somos conduzidos a algumas
dessas metáforas que se têm mostrado úteis para estabelecer
determinadas atitudes na alma, entre elas: confiança e
resignação, responsabilidade e esperança. Por exemplo: há uma
clara pertinência simbólica na seguinte analogia: qualquer
substância, ou entidade, submetida à dissolução (isso pode dar-se
inclusive em um relacionamento) pode finalmente ser
recristalizada em uma nova forma. Em outras palavras, um novo
ser é resolidificado em uma forma mais alta e mais nobre.” - p. 4.

“Pelo contrário, as pessoas estão

mais inclinadas a adotar o ponto de vista de que, há até um

século, toda a humanidade estava sonhando um sonho estúpido,

cujo despertar veio apenas com a nossa época.” –p. 6

“Essencialmente, a alquimia indiana é idêntica à

ocidental; e a alquimia chinesa, embora arranjada em uma

atmosfera espiritual completamente diferente, pode lançar luzes

em ambas. Se a alquimia não fosse nada além de uma impostura,

a sua forma de expressão revelaria arbitrariedades e loucuras a

todo momento; mas, na verdade, ela parece possuir todos os

sinais de uma 'tradição' genuína, ou seja, uma orgânica e

consistente – embora não necessariamente sistemática – doutrina

e um claro corpo de regras estabelecidas e persistentemente

exposta por seus adeptos. Assim, a alquimia não é nem um


produto híbrido ou fruto do acaso da história humana. Pelo

contrário, representa uma profunda possibilidade para o espírito

e para a alma. Essa também é a posição da auto

denominada
'psicologia profunda', que pretende encontrar no

simbolismo alquímico uma confirmação de suas próprias teses a

respeito do 'inconsciente coletivo'.” P. 7.

“reconciliação entre a sua consciência individual,

superficial e cotidiana, e o poder do 'inconsciente coletivo', ainda

não formado (mas em busca de formação) .” – p. 8

“É verdade que a realidade espiritual na qual o

alquimista trabalha é uma espécie de iniciação, é algo de que o

iniciante está mais ou menos inconsciente, é algo que está

escondido no fundo da alma. Apesar disso, esse 'segredo

profundo' não deve ser confundido com o caos do assim

chamado
'inconsciente coletivo' – tanto quando esse conceito

algo elástico tenha algum significado preciso. A 'fonte de

juventude' dos alquimistas não surge em nenhum sábio a partir

de um substrato psíquico obscuro; ela flui através da mesma

fonte do espírito. Ela é escondida dos alquimistas no começo do

seu 'trabalho', não porque está abaixo mas sim porque está acima

do nível do processo de consciência mental. A hipótese dos psicólogos se evapora na

medida em que se compreende que os alquimistas genuínos

nunca estiveram enredados em nenhum sonho de satisfação de

desejos de fazer ouro, nem perseguiam seu objetivo como


sonâmbulos, ou por meio de 'projeções' passivas do conteúdo

inconsciente de suas almas! Pelo contrário, eles seguiam um

método deliberado, cuja expressão metalúrgica – a arte de

transmutação de metais comuns em prata ou ouro –

reconhecidamente

enganou

diversos

pesquisadores

não

iniciados,
embora em si mesmo seja ele lógico e, ademais,

realmente profundo.” – p. 8.

“Ouro e prata já eram metais sagrados antes

mesmo de serem transformados em medida de todas as

transações comerciais. Eles são o reflexo terrestre do Sol e da

Lua, e assim também de todas as realidades do espírito e da alma

que estão relacionadas os pares celestiais. Até mesmo na Idade

Média o valor relativo desses dois metais nobres era determinado

pela relação entre os tempos de rotação desses dois corpos

celestes. Também as moedas antigas usualmente apresentavam

figuras ou sinais relacionados ao Sol ou à sua rotação anual. Para

o homem dos tempos pré-racionalistas, a relação entre os metais

nobres e os dois luminares era óbvia, e todo um mundo de

noções mecanicistas e os preconceitos acabaram necessariamente

obscurecendo a realidade auto-evidente dessa relação e fazendo

com que ela acabasse parecendo um acidente estético.” –p. 9.


“O homem 'primitivo'

estava bem consciente de que a produção de minérios no 'ventre'

da terra e a sua violenta purificação pelo fogo era algo sinistro, e cheio de possibilidades
perigosas, mesmo que eles não tivessem

todas as provas de que a história da Era dos Metais tão

abundantemente nos proveu.” P. 10,11.

“Em particular a extração de metais nobres a

partir de minérios impuros, por meio de solventes e de agentes

purificadores como o mercúrio e antimônio, e em conjunção com

o fogo, era inevitavelmente realizada contra as resistências de

sombrias e caóticas forças da natureza, assim como a conquista

da 'prata interior' ou do 'ouro interior' – na sua pureza imutável e

luminosidade – demanda a conquista de todos os impulsos

obscuros e irracionais da alma.” –p. 11.

“Que existe um ouro interior, ou melhor, que

o ouro tem uma realidade interior, assim como uma realidade

exterior, é apenas lógico para o modo contemplativo de olhar as

coisas, que espontaneamente reconhece a mesma 'essência' no

ouro e no Sol. É aqui, e em nenhum outro lugar, que as raízes da

alquimia repousam. As origens da alquimia remontam à arte

sacerdotal dos antigos egípcios; a tradição alquímica que se

espalhou pela Europa e pelo Oriente Próximo, e que talvez até

mesmo influenciou a alquimia indiana, reconheceu como seu

fundador Hermes Trismegistos, o 'Hermes, o três vezes grande',

que é identificado com o antigo deus egípcio Thoth, o deus que


reina sobre toda a arte sacerdotal e científica, um pouco como

Ganesha no Hinduísmo. A expressão alchemia deriva do árabe

al-kimiya, que parece derivar do antigo egípcio kême – a

referência à 'terra negra', que era uma designação do Egito, e que

poderia ter sido também o símbolo da matéria-prima dos

alquimistas. Outra possibilidade é que a expressão deriva do

grego chyma ('fusão' ou 'fundição'). Em todo caso, os desenhos

alquímicos remanescentes mais antigos estão em papiros

egípcios.” – p. 13.

“A Tábua da Esmeralda declara-se uma revelação de

Hermes Trismegistos, e é considerada pelos alquimistas que

escreveram em árabe e em latim como nada menos que a 'tábua

da lei' da sua arte. Não há nenhum texto primitivo da Tábua da

Esmeralda. Ela chegou até nós apenas em tradições árabes e

latinas – pelo menos tanto quanto se pesquisou até agora – mas

seu conteúdo evidencia sua autenticidade.” –p. 14.

“De mais a mais, toda a arte egípcia dos metais e minerais,

no seu esforço para extrair o a essência, secreta e preciosa, de

uma 'substância' terrestre, mostra uma óbvia relação espiritual

com a alquimia. Dessa época em diante, podem-se observar

duas correntes na alquimia. Uma é predominante e naturalmente

artesanal; o simbolismo de um 'trabalho interior' aparece aqui

como um complemento a uma atividade profissional e é apenas

ocasional e incidentalmente mencionado; a outra faz uso de um

processo metalúrgico exclusivamente como analogia.” – p. 14.


“Isso fez com que alguns cunhassem a

distinção entre a alquimia artesanal – a qual se acredita seja mais

antiga – e a assim-chamada alquimia mística, que se supõe de

desenvolvimento superior.” –p. 15.

“Será sem dúvida questionado como foi

possível à alquimia, juntamente com o seu fundamento

mitológico, ser incorporada nas religiões monoteístas: judaísmo,

cristianismo e islã. A explicação para isso é que as perspectivas

cosmológicas próprias da alquimia, relativas tanto à esfera

externa dos metais (e minerais em geral) quanto ao terreno

interior da alma, estavam organicamente ligadas com a

metalurgia antiga, e assim esse fundo cosmológico foi recebido,

juntamente com as técnicas artesanais, simplesmente como uma

ciência da natureza (physis) no sentido mais amplo do termo,

assim como o cristianismo e o islã se apropriaram das tradições

pitagóricas na música e na arquitetura, e assimilaram a

correspondente perspectiva espiritual.” –p.15

“Do ponto de vista cristão, a alquimia era

como que um espelho natural para as verdades relevadas: a pedra

filosofal, que transformava metais em ouro, é um símbolo de

Cristo, e a sua produção a partir do 'fogo que não se queima' do

enxofre, e a 'água inabalável' do mercúrio simbolizam o

nascimento de Cristo-Emmanuel.” – p.15.

“Através dessa assimilação pela fé cristão, a


alquimia foi espiritualmente fecundada, enquanto o cristianismo

encontrou nela um caminho que, através da contemplação da

natureza, conduzia a uma verdadeira 'gnosis'.” – p. 15.

“O séc. XVII d. C. é algumas vezes

considerado como marca do florescimento completo do

hermetismo europeu. Na realidade, entretanto, a sua decadência

já havia começado no séc. XV d. C. e prosseguia sem demora

com o desenvolvimento humanístico e já fundamentalmente

racionalista do pensamento ocidental, pelo qual qualquer

perspectiva universal, espiritual e intuitiva, foi privado de seu fundamento básico.” – p.


16, 17.

“A medicina que derivou da alquimia durou

mais que a própria alquimia. Paracelsus chamou a isso de

'spagyric medicine'. O termo vem das palavras gregas

correspondentes a 'divisão' e 'união' – correspondendo aos termos

alquímicos solve et coagula.” – p. 17.

“Nesse

ponto

parece

oportuno

dizer

categoricamente que não pode haver alquimia 'independente' e

hostil à Igreja, porque o primeiro pré-requisito de toda arte

espiritual genuína é reconhecer tudo o que a condição humana,


na sua supremacia e na sua precariedade, necessita em vista de

sua salvação. Que haja também uma alquimia pré-cristã de

nenhum modo prova o contrário; a alquimia sempre foi, em

qualquer época, uma parte orgânica de uma tradição completa,

integral, que em certo sentido congregava todos os aspectos da

existência

humana. Na

medida,

entretanto,

em

que

Cristianismo revelou verdades que estavam escondidas da

antiguidade pré-cristã, isso deve ser levado em conta pelos

alquimistas cautelosos. É, assim, um grande erro acreditar que a

alquimia ou o hermetismo, por si sós, poderiam possivelmente

ser uma religião auto-suficiente, ou mesmo um paganismo

secreto. Qualquer atitude dessa espécie deve necessariamente ser

vista como racionalismo e humanismo que paralisa desde o

princípio qualquer esforço em direção ao magistério interior.” – p. 17.

“Na realidade, a alquimia, que não é ela

mesma uma religião, requer a confirmação de uma revelação –

com os seus meios de graça –, que é endereçada a todos os

homens. Essa confirmação consiste no reconhecimento da via e

do trabalho alquímicos pelos próprios alquimistas como um meio

específico de acesso ao significado completo da mensagem


eterna e salvífica da relevação.” – p. 18.

“Não devemos nos alongar na história da

alquimia, que, em todo caso, não é conhecida em detalhes, sem

dúvida em grande parte em razão de que a transmissão de uma

arte esotérica geralmente ocorre oralmente.” – p.19.

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