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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB

Centro de Educação – CE
Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões – PPGCR
Disciplina: Religiões Ayahuasqueiras do Brasil
Docente: Profa. Dra. Rosa Virgínia A. de A. Melo

ARTIGO Commented [1]: Palavra desnecessária

O PAPEL DAS RELIGIÕES DA AYAHUASCA NA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Mestrando: Gustavo Henrique Passos Moura

João Pessoa

2015
O papel das religiões da ayahuasca na preservação ambiental:

Uma das questões mais abrangentes e cruciais para o mundo atual é a da interação do ser
humano com o meio ambiente. Por sua relevância e urgência, essa questão tem gerado uma Commented [2]: Correção do pronome demonstrativo.
Refere-se a algo que já foi dito, algo “passado”
repercussão profunda em diversas esferas, tornando-se tema de inúmeras pesquisas
Commented [3]: Ordem direta mais adequada; artigo,
acadêmicas, influenciando políticas públicas e, sobretudo, incentivando uma reflexão sobre substantivo e depois adjetivo

nossos estilos de vida. Nesse contexto, faz-se necessária uma releitura de nossos antigos
paradigmas, incluindo certas perspectivas religiosas. Quais seriam as raízes históricas da
presente crise ambiental e que tipo de mudanças poderia favorecer um maior equilíbrio no
planeta? Este artigo pretende analisar a possível contribuição que as religiões brasileiras da Commented [4]:

ayahuasca, com suas origens caboclas e suas peculiares visões de mundo, podem oferecer
dentro deste cenário.

Palavras-chave: Ayahuasca, Ecologia, Religião.

1. As raízes históricas da crise ecológica atual

Em 1967, o professor de história medieval Lynn White, Jr. publicou na revista Science
um breve, o artigo mais influente intitulado The Historical Roots of Our Ecologic Crisis. Esse Commented [5]: Ordem direta mais adequada; substantivo
e depois o adjetivo
artigo, que muitos perceberam como uma dura crítica à teologia cristã, gerou debates
acirrados que repercutem até os dias de hoje e tornou-se um verdadeiro divisor de águas no
pensamento religioso sobre a questão ambiental.

Segundo White (1967), a capacidade do homem de causar danos ao meio ambiente foi
potencializada pelo recente “casamento entre ciência e tecnologia” que ele qualifica como
sendo “o maior evento na história humana desde a invenção da agricultura” (ibid. p. 1203).
Em sua análise, uma vez que tais avanços científicos e tecnológicos tiveram suas origens na
Europa medieval, precisamos avaliar qual era a visão de mundo predominante naquele
contexto que permitiu certos desdobramentos culminando na crise ecológica atual.

Partindo da ideia de que a visão de mundo em uma sociedade é profundamente


influenciada por suas perspectivas religiosas, White aponta para alguns aspectos do
pensamento cristão que teriam justificado uma atitude arrogante do homem em relação ao
meio ambiente. Ele analisa especificamente a passagem bíblica do Gênesis na qual Deus, após
criar o mundo, cria o homem à sua imagem e lhe confere um domínio sobre todas as demais
criaturas. O teor dessa passagem teria não apenas apartado o homem da natureza, mas
também sancionado a exploração dessa para servir exclusivamente aos propósitos do ser Commented [6]: Da natureza; algo que já foi dito,
“passado”
humano (ibid. p. 1205).

Contudo, a crítica de White não é ostensiva ao pensamento cristão como um todo. Ele
argumenta que certas versões do cristianismo no ocidente – notadamente, o catolicismo e o
protestantismo – teriam historicamente permitido um abuso contra a natureza com base em
suas respectivas doutrinas. Ao mesmo tempo, White ressalta uma diferença marcante na
postura das tradições cristãs ortodoxas do oriente em relação ao meio ambiente e destaca,
sobretudo, a atuação exemplar de São Francisco de Assis, que ele propõe que seja eleito o Commented [7]: Pronome que deve ser explicitado

santo patrono da ecologia (WHITE, 1967).

Em última análise, White defende a tese de que a crise ecológica atual jamais poderia
ser remediada pelo mero emprego de recursos científicos e tecnológicos uma vez que esses
tiveram sua origem no mesmo paradigma que sujeita a natureza ao domínio irrestrito do
homem. Além do mais, embora algumas pessoas digam que estamos vivendo numa “era pós- Commented [8]: Sugestão: “ademais”; essa palavra é mais
indicada pois é mais formal para um texto escrito
cristã”, o fato é que ainda não surgiu um novo conjunto de valores que pudesse suplantar
aqueles herdados do cristianismo. Assim, para resolver essa situação, seria necessário
encontrar uma nova religião ou fazer uma releitura do axioma cristão segundo o qual apenas o
ser humano teria um valor intrínseco, enquanto que a natureza seria apenas o pano de fundo
da redenção humana cujo valor se restringe a servir as necessidades do homem (WHITE, Commented [9]: Crase “controversa”. Regência do verbo
servir: tdi. Servir algo a alguém. “As necessidades do
1967). homem” parece ser objeto direto; sendo assim, seria sem
crase; se fosse servir às pessoas, teríamos o objeto indireto
feminino e então haveria crase.

2. Respostas das tradições religiosas perante a crise ambiental

Como mencionado acima, o artigo de White repercutiu amplamente tanto entre


aqueles preocupados com a questão ambiental quanto dentro das várias instituições religiosas.
Além de inúmeros livros e artigos escritos em resposta às suas ideias, um evento importante
foi organizado em 1986 pela World Wildlife Fund (WWF) na cidade de Assis reunindo líderes
de cinco tradições religiosas, a saber: budismo, cristianismo, hinduísmo, islamismo e
judaísmo. Juntamente com autoridades em preservação ambiental, esses líderes discutiram
estratégias para recuperar o mundo natural e cada tradição redigiu um texto afirmando seu
comprometimento com a causa (PALMER e FINLAY, 2003, p. 67).

O grande sucesso desse encontro, que atraiu uma cobertura de mídia sem precedentes
nos eventos da WWF, resultou no estabelecimento da Alliance of Religions and Conservation
(ARC) em 1995, já agrupando outras quatro tradições religiosas: a fé Baha’i, o daoísmo, o Commented [10]: Ordem direta mais indicada para não ter
que encher a frase de vírgulas
jainismo e o sikhismo. Contando com o shintoísmo e o zoroastrianismo que se juntaram ao
grupo em 2000, a ARC reúne hoje um total de onze tradições. (ibid. p. 68)

Certamente, muitos outros eventos envolvendo ecologia e religião continuaram


ocorrendo desde então e não cabe neste artigo tentar mencioná-los. O ponto que queremos
ressaltar é que houve um aumento significativo na conscientização e na mobilização das
instituições religiosas quanto à questão ambiental nas últimas décadas.

Uma evidência expressiva disso é a recente encíclica redigida pelo Papa Francisco Commented [11]: Pode manter a ordem inversa como
está: adjetivo e substantivo; há uma continuidade de termos
intitulada Laudato si’1 e datada 24 de maio de 2015. Pautado em ideais franciscanos, nela o depois que justificam essa troca de ordem

Papa faz uma abrangente exposição de diversas temáticas não apenas ambientais, mas Commented [12]: Palavra desnecessária; pode retirar, pois
a ideia já está implícita claramente
envolvendo o que foi chamado de ecologia integral2. De forma admirável, encontra-se ali Commented [13]: Pode manter a ordem inversa como
está: adjetivo e substantivo; há uma continuidade de termos
reiterado o valor intrínseco de todas as formas de vida (art. 33, 69), é feita uma forte crítica ao depois que justificam essa troca de ordem
antropocentrismo (art. 115-122) e busca-se deixar claro que devemos entender
adequadamente o sentido em que a Bíblia fala de “domínio” humano sobre a natureza,
implicando de fato em uma “administração responsável” da criação de Deus (art. 116)
(FRANCIS, 2015).

3. O surgimento das religiões da Ayahuasca no Brasil

Dentro desse contexto em que se busca um reequilíbrio nas relações do homem com a
natureza, surgem no Brasil novos movimentos religiosos de origem xamânica caracterizados
pelo uso ritual da bebida psicoativa ayahuasca3. De acordo com Sandra Goulart (2004), tais Commented [14]: Esse é um sinônimo que pode substituir
bem o pronome demonstrativo “esse”, “desse” muito usado.
movimentos podem ser classificados como fazendo parte de uma mesma tradição constituída
em três grandes linhas (Santo Daime, Barquinha e União do Vegetal) acrescidas de suas
várias dissidências e fragmentações internas.

1
O título da encíclica, Laudato si’, faz alusão à famosa Oração das Criaturas, atribuída a São
Francisco de Assis.
2
Além das questões ambientais, a Ecologia Integral se preocupa também com a dimensão
social do mundo.
3
Essa bebida é produzida pela decocção de duas plantas: o cipó Banisteriopsis caapi e as
folhas do arbusto Psychotria viridis.
Historicamente, a primeira religião ayahuasqueira estabelecida ficou conhecida como
o Santo Daime, fundado pelo ex-seringueiro Raimundo Irineu Serra em Rio Branco no ano
1930. Quinze anos mais tarde, um frequentador do culto do Mestre Irineu sentiu-se chamado
para inaugurar uma nova missão. Assim, em 1945, Daniel Pereira de Mattos criou, também
em Rio Branco, um novo movimento conhecido como a Barquinha. Por fim, em 1961, José
Gabriel da Costa fundou a União do Vegetal (UDV) enquanto vivia entre os seringais
próximos à fronteira com a Bolívia e a cidade de Porto Velho (GOULART, 2004).

Embora essas religiões da ayahuasca se organizem nas três grandes linhas acima
descritas, Goulart (2004, p. 11) defende sua opção de agrupá-las dentro de uma única tradição
com base no fato de que, como desdobramentos de outra tradição amazônica mais ampla, as
três surgiram num mesmo contexto sociocultural e compartilham de inúmeros aspectos Commented [15]: Não há necessidade de repetir “essas
três religiões”; fica redundante se repetir.
simbólicos, rituais e doutrinários. Em decorrência disso, é de se esperar que tais grupos
partilhem também visões de mundo bastante semelhantes que determinam suas atitudes Commented [16]: Procure não repetir muitas palavras no
texto como um todo. Quando elas estiverem muito próximas,
peculiares em relação ao mundo natural. no mesmo parágrafo, deve-se usar sinônimos para que o
texto não fique repetitivo e para que o autor não demonstre
pouco conhecimento de sinônimos.

4. O reencantamento do mundo nas religiões da ayahuasca

Em seu livro Sacred Vine of Spirits: Ayahuasca, Ralph Metzner (2006) explora um
universo mais amplo dos cultos ayahuasqueiros englobando também outros países fronteiriços
com Brasil na região amazônica. O livro contém três capítulos técnicos escritos por
especialistas seguidos por uma série de relatos de pessoas que vivenciaram o uso da
ayahuasca seja dentro das religiões brasileiras ou no contexto mais xamânico típico dos países
vizinhos. O que mais me chamou a atenção na obra, contudo, foram as colocações que o autor Commented [17]: É indicado usar o pronome pessoal na
primeira pessoa do plural, “nós”. Por mais que a maior parte
fez, tanto na introdução quanto na conclusão, sobre o reencantamento do mundo para os dos textos acadêmicos sejam escritos por um só autor, é
implícito que as ideias são compartilhadas por no mínimo
usuários da ayahuasca. duas pessoas, o autor e seu orientador. Melhor seria: “o que
mais nos chamou a atenção...”
Tendo notado profundas transformações nas visões de mundo daqueles que comungam
da bebida, e diante do crescente números de pessoas que participam desses cultos não apenas
no Brasil, mas também nas Américas, na Europa e até no Japão, o autor vislumbra uma
possível mudança de paradigma global através da cultura da ayahuasca. Observando os Commented [18]: Evite as expressões “a nível” ou “em
nível”. Elas são controversas e muito criticadas. Ficaria
indícios de uma reaproximação entre o homem e a natureza, ele escreve: “mudança de paradigma global” ou mudança global de
paradigma”.
Uma poderosa ressurgência de atitudes respeitosas e reverenciais em relação à Terra
viva e a todas as suas criaturas parece ser a consequência natural das investigações
com estas plantas instrutoras visionárias. Assim sendo, esta revitalização do
xamanismo enteogênico pode ser vista como parte de uma resposta mundial à
degradação dos ecossistemas e da biosfera – uma resposta que inclui movimentos tais
como a ecologia profunda, o ecofeminismo, o bioregionalismo, a ecopsicologia, a
fitoterapia, a medicina natural, a agricultura orgânica e outros. Em cada um desses
movimentos existe uma nova consciência, ou melhor, o reavivamento de uma antiga
consciência da interconexão orgânica e espiritual de toda vida neste planeta.
(METZNER, 2006, p. 4)

Seria a descrição acima por demais romântica? Até que ponto os ideais ecológicos que
hoje esposamos estavam mesmo presentes nessas sociedades nativas?

De fato, somos alertados por estudiosos de antropologia ambiental sobre o risco de


aceitarmos ingenuamente o “mito da sabedoria ecológica primitiva” nas sociedades não-
industriais (MILTON, 1996, p. 109). Existe uma evidência ampla sugerindo que nenhuma
cultura jamais foi capaz de viver em completa harmonia com seu entorno natural e que,
muitas vezes, seu baixo impacto ambiental era circunstancial e não devido a deliberados
empenhos para preservar o meio ambiente. Nem por isso devemos negar a possibilidade de
existirem culturas ecologicamente benignas, pois isso seria uma generalização tão enganosa
quanto a do “mito da sabedoria ecológica primitiva”. Portanto, devemos examinar
criteriosamente as perspectivas ambientais de uma sociedade em particular a fim de
identificar aqueles aspectos culturais que de fato possam contribuir para o diálogo ambiental
contemporâneo (ibid. p. 114).

5. Consciência ecológica nas religiões ayahuasqueiras do Brasil

Se por um lado, como afirma Metzner (2006, p.4), os cultos xamânicos da ayahuasca
parecem estar impregnados de “atitudes respeitosas e reverenciais em relação à Terra”, as
quais são peculiares a uma visão animista do mundo, até que ponto pode-se dizer o mesmo
das religiões ayahuasqueiras do Brasil? Afinal, diferentemente dos mestiços nas florestas, os
integrantes dessas religiões brasileiras são tipicamente habitantes das cidades.

A esse respeito, a antropóloga Rosa Melo (2010, p. 71) fala em sua tese de doutorado
sobre o “misticismo ecológico” patente na linha da União do Vegetal. Ela afirma que, mesmo
pesquisando no Distrito Federal, com um público predominantemente composto pela classe
média e situado naquele meio urbano, pode perceber entre eles uma clara valorização da
natureza e do meio rural, enraizada na “cultura cabocla” dos mestres da origem.
Além disso, na mesma tese, ela também menciona um projeto de desenvolvimento
sustentável da UDV chamado Associação Novo Encanto. Por meio de tal projeto, a UDV Commented [19]: Sinônimos.

promove, dentre outras coisas, expedições à floresta onde os associados podem

“vivenciar a origem”, “sentir a força da natureza”, “beber água de vegetal” e dormir


em redes armadas sob teto de palha. Conhecer e preservar o meio ambiente é também
beneficiar-se do “tesouro” profetizado por José Gabriel e que vem atendendo a cada
um e a humanidade. (MELO, 2010, p. 75)

Analogamente, Sandra Goulart faz a seguinte afirmação, agora envolvendo duas das Commented [20]: Parece-me uma palavra desnecessária;
poderia retirá-la. Quando o uso de um termo no texto é
três religiões ayahuasqueiras do Brasil: desnecessário, inserí-lo pode “sujar” o texto.

Com efeito, o surgimento de núcleos e igrejas dos grupos da UDV e do Santo Daime
em grandes metrópoles da região sudeste do Brasil, a partir dos anos setenta e oitenta,
parece estar ligado a um processo de desencanto da vida urbana e, por outro lado, de
reencantamento do universo da floresta; processo este no qual a conversão religiosa
muitas vezes alia-se a anseios ecológicos, levando a um deslocamento definitivo para
a selva amazônica (GOULART, 1996 p. 17).

Embora não tenha conseguido localizar referências específicas quanto à inclinação


ecológica dentro da linha da Barquinha, pude entender, pela tese de Goulart, que se trata da Commented [21]: Pudemos. Sendo o caso, passe tudo para
primeira pessoa do plural
menor dentre as três linhas e que sua localização geográfica ficou basicamente restrita ao
Acre. Por sua menor proeminência, muitas vezes ela é confundida com a linha do Santo Commented [22]: Explicitar; refere-se a linha da
Braquinha.
Daime pelos habitantes de Rio Branco, que usualmente se referem às suas sedes simplesmente
como “as igrejinhas do Daime” (GOULART, 1996 p. 141).

De todo modo, a semelhança das representações simbólicas e as origens comuns nas


três linhas levam a supor uma homogeneidade em suas visões de mundo e em suas atitudes Commented [23]: Colocar o artigo; às vezes é preciso
explicitar o artigo. Isso é importante sobretudo se as palavras
em relação à natureza. Afinal, os líderes carismáticos nas três instituições, bem como muitos forem de gêneros diferentes (mas não é esse o caso).

dos seus adeptos iniciais, eram oriundos do meio rural. Tudo indica, portanto, que as três
linhas herdaram o mesmo legado da floresta e tendem a valorizar a mesma “cultura cabocla”
que lhes deu origem.

É importante levarmos em conta que os sistemas de valores e as visões de mundo das


religiões ayahuasqueiras não são formados a partir de uma única matriz. Eles surgem de uma
cultura originalmente indígena que se tornou vegetalista4 mestiça ou cabocla e que se mesclou

4
Os vegetalistas são curadores xamânicos provenientes das selvas peruanas, assim chamados
por curar através do seu conhecimento sobre as plantas e os espíritos associados a elas. A ayahuasca
é uma das plantas mais usadas por esses agentes curadores (GOULART, 1996, p. 12).
a elementos de religiões afro-brasileiras associados a conceitos da doutrina espírita kardecista.
Somado a isso, recebeu também influências de correntes esotéricas como o Círculo Esotérico
da Comunhão do Pensamento e de grupos protestantes. Para completar, teve todos esses
elementos envoltos sob um manto de catolicismo popular (GOULART, 1996, p. 12).

Finalmente, os integrantes desses grupos não são, geralmente, pessoas nativas de uma
cultura não-industrial. Na maioria das vezes, são pessoas advindas do meio urbano que
tiveram seus valores e suas visões de mundo transformados pela experiência com a ayahuasca Commented [24]: Para as palavras de gêneros diferentes
deve-se usar os artigos correspondentes.
dentro de um contexto ritual. No panorama atual, essas pessoas podem ser oriundas de vários
países onde as religiões da ayahuasca estão se estabelecendo.

6. Conclusão

Pelo que foi exposto, podemos entender a profunda influência das doutrinas religiosas
em moldar valores e visões de mundo em uma sociedade. Vimos como muitos pensadores,
encabeçados por Lynn White, atribuem uma responsabilidade pesada ao cristianismo pela
crise ecológica atual. Também pudemos avaliar como o cristianismo e tantas outras tradições Commented [25]: Aqui você utilizou o pronome na
primeira pessoa do plural, o mais indicado. Em algumas
religiosas têm respondido a essas acusações – geralmente de forma bem construtiva – com partes do texto, está na primeira pessoa do singular, o que
não deve ocorrer; é preciso manter o mesmo pronome.
seus teólogos se empenhando em rever certas interpretações temerárias de suas próprias
doutrinas. Tudo isso resultou no estabelecimento de um importante diálogo e na
implementação de diversas políticas ambientalistas no seio das principais instituições
religiosas do planeta, algo que era praticamente inexistente há algumas décadas atrás.

Com relação às religiões brasileiras da ayahuasca, elas ainda são bastante recentes em
termos históricos e pequenas em número de seguidores. Contudo, algumas delas estão se
expandindo rapidamente não apenas no Brasil e América do Sul, mas também em outros
continentes. O interesse que tantas pessoas têm demonstrado nessas religiões parece estar
associado a um desencanto com o meio urbano e um reencantamento do mundo natural. As
religiões da ayahuasca parecem capazes de oferecer a esse público um modelo de
religiosidade que naturalmente preza o respeito e a preservação do ecossistema.

Dentro dessa perspectiva, podemos vislumbrar um papel relevante que as religiões da


ayahuasca podem vir a desempenhar na medida em que forem capazes de propagar uma visão
de mundo e um conjunto de valores segundo os quais o ser humano possa respeitar mais e se
reaproximar da natureza. Se tais valores e essa visão de mundo se manifestam Commented [26]: Palavras de gêneros diferentes deve-se
colocar o artigo ou o pronome correspondente.
espontaneamente para os adeptos através de suas experiências com a ayahuasca, resta ainda o
desafio a estas instituições de codificar e apresentar suas perspectivas ecológicas nos diversos
fóruns religiosos e ambientalistas.

Considerando a proveniência urbana da maior parte do público que compõe essas


religiões, penso ser interessante proporcionar a essas pessoas o máximo de vivência no Commented [27]: pensamos

ambiente da floresta e também criar possibilidades para seu engajamento efetivo em causas
ambientais. Acredito que, assim, o característico “misticismo ecológico” observado nos Commented [28]: Entre vírgulas; nesse caso, sem elas a
frase fica confusa.
praticantes poderia ser bem canalizado, tornando-se mais do que uma ideia romântica de
pessoas urbanas para produzir efetivas mudanças de paradigmas a nível individual e coletivo.

7. Referências Bibliográficas:

FRANCIS, (Holy Father the Pope). Laudato Si’: on care for our common home (Encyclical
Letter). Rome: 2015. Disponível em: https://laudatosi.com/watch. Acessado em: 07 dez. 2015.

GOULART, Sandra Lucia. Contrastes e Continuidades em uma Tradição Amazônica: as


religiões da ayahuasca. 2004. 315 p. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Departamento Commented [29]: Se você coloca o título em itálico, o
título completo deve ficar em itálico.
de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas.

MELO, Rosa Virgínia A. de A. “Beber na fonte”: Adesão e transformação na União do


Vegetal. 2010. 273 p. Tese (Doutorado em Antropologia) – Departamento de Antropologia,
Universidade de Brasília, Brasília

METZNER, Ralph (Ed.). Sacred Vine of Spirits: ayahuasca. Rochester: Park Street, 2006.

MILTON, Kay. Environmentalism and Cultural Theory: Exploring the role of anthropology
in environmental discourse. London: Routledge, 1996.

PALMER, Martin e FINLAY, Victoria. Faith in Conservation: new approaches for religions
and the environment. Washington: The World Bank, 2003.
WHITE, Lynn. The Historical Roots of Our Ecologic Crisis. Science, New Series, Vol. 155,
No. 3767 (Mar. 10, 1967), p. 1203-1207. Disponível em: Commented [30]: Essa paginação normalmente se usa só
um “p”. Isso já mudou muito e é discutível.
http://www.jstor.org/stable/1720120. Acesso em: 07 dez. 2015.

(Informações do ultimo livro para ajudar você a conferir):

Author: Lynn White

Source: Science, New Series, Vol. 155, No. 3767 (Mar. 10, 1967), pp. 1203-1207.

Published by: American Association for the Advancement of Science Commented [31]: Essa referência é mais difícil de
encontrar (um consenso) nas normas abnt. Ignore-a por
enquanto e deixe como você colocou na bibliografia.
Stable URL: http://www.jstor.org/stable/1720120

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