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O que é o Direito Constitucional

Para um bom resumo de Direito Constitucional, é preciso, antes de tudo,


saber o que é Direito Constitucional.

O Direito Constitucional é o ramo do Direito que expõe, interpreta e


sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado. Tem por
objeto o estudo do Poder, sua organização, estruturação, limitação.

Conforme nos ensina o professor Miguel Reale (2002):

O Direito Constitucional tem por objeto o sistema de regras referente à


organização do Estado, no tocante à distribuição das esferas de
competência do poder político, assim como no concernente aos direitos
fundamentais dos indivíduos para com o Estado, ou como membros da
comunidade política.

Miguel Reale

No conceito do professor José Afonso da Silva (2002), Direito


Constitucional é o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e
sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado. Seu
conteúdo científico abrange as seguintes disciplinas:

 Direito constitucional positivo ou particular: é o que tem por


objeto o estudo dos princípios e normas de uma Constituição
concreta, de um Estado determinado, compreende a
sistematização e crítica das normas jurídico-constitucionais desse
Estado, configuradas na Constituição vigente, nos seus legados
históricos e sua conexão com a realidade sociocultural.
 Direito constitucional comparado: é o estudo das normas
jurídico-constitucionais positivas (não necessariamente vigentes)
de vários Estados, preocupando-se em destacar as
singularidades e os contrates entre eles ou grupo deles.
 Direito constitucional geral: delineia uma série de princípios,
conceitos e instituições que se encontram em vários direitos
positivos, ou um grupo deles, para classificá-los e sistematizá-los
numa visão unitária; é uma ciência que visa generalizar os
princípios teóricos do direito constitucional particular e, ao mesmo
tempo, constatar pontos de contato e independência do direito
constitucional positivo dos vários Estados que adotam formas
semelhantes de governo.

No Direito atual, os poderes do Estado são estatuídos em função dos


imperativos da sociedade civil, isto é, em razão dos indivíduos e dos
grupos naturais que compõem a comunidade. Por outras palavras,
o social prevalece sobre o estatal. Esta é a orientação seguida na
Constituição de 1988, que está vigente no Brasil.

De outro lado, se prevalecem a atenção dispensada aos órgãos


estatais, segundo a forma de Estado adotada (Federação, ou Estado
unitário) ou a forma de governo vigente (Presidencialismo, ou
Parlamentarismo, por exemplo) os direitos individuais são tratados com
grande amplitude. Não se determinam apenas os direitos de cidadania,
mas também os direitos sociais, desde os que protegem a vida até os
relativos à comunicação (Miguel Reale, 2002).

Essa é a disciplina que estuda de maneira aprofundada e sistematizada


as normas jurídicas, tendo como seu objeto de estudo a Constituição
Federal. A Constituição é a norma de maior importância dentro do
ordenamento jurídico brasileiro, todas as leis lhe devem obediência, por
isso encontra-se sempre no topo da hierarquia das leis e demais
atos normativos.
O que é uma Constituição

Constituição é a organização jurídica fundamental do Estado. Segundo


o professor José Afonso da Silva (2002):

É um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula


a forma de Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e
exercício de poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua
ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias.
Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que organiza os
elementos constitutivos do Estado.

José Afonso da Silva

Outro conceito é dado por Fábio Tavares Sobreira (2014):

As normas constitucionais são dotadas da característica da supra


legalidade, uma vez que possuem grau máximo de eficácia ou de
positividade, fator que as diferencia das demais normas que compõem
o ordenamento jurídico. As normas infraconstitucionais devem guardar
uma relação de compatibilidade vertical com as normas constitucionais,
ou seja, os atos inferiores à Constituição devem estar em conformidade
com ela, sobre pena de serem inconstitucionais.

Fábio Tavares Sobreira

A Constituição da República Federativa do Brasil é a Lei fundamental e


suprema do país, foi promulgada em 5 de outubro de 1988, isto é, a
Assembléia Constituinte, formada por deputados e senadores eleitos
pela população brasileira, escreveu e aprovou uma nova Constituição,
que também pode ser chamada de Carta constitucional.

Em sentido político, a Constituição de 1988 pode ser considerada o


auge de todo o processo de redemocratização brasileiro. Ela é a sétima
versão na história da República. A promulgação da Constituição de
1988 marcou o início da consolidação da democracia, após anos da
ditadura militar.

São avanços importantes da Constituição de 1988:

 SUS como sistema único de saúde no país;


 Voto facultativo para cidadãos entre 16 e 17 anos;
 Maior autonomia para os Municípios
 Garantia de demarcação de terras indígenas;
 Lei de Proteção ao Meio Ambiente;
 Garantia de aposentadoria para trabalhadores rurais sem
precisarem ter contribuído com o INSS;
 Fim da censura a emissoras de rádio e TV (peças de teatro,
jornais, revistas, entre outros);
 Redução do mandato presidencial de cinco para quatro anos.

A Classificação das Constituições

Há diversas formas doutrinárias de se classificar as Constituições,


sendo nesse momento apresentado quatro formas de se analisar suas
características (Marcus Vasconcellos, 2011):

 Quanto à origem: será outorgada quando imposta por um


ditador ou um grupo de pessoas, sem a participação do povo
(caso da Constituição brasileira de 1824); considera-
se democrática (promulgada) quando elaborada com
participação popular, na forma da democracia direta (plebiscito ou
referendo) ou de democracia representativa, em que o povo
escolhe os seus representantes – Assembleia Constituinte – e
estes elaboram a Constituição.
 Quanto à forma: será escrita (ou instrumental) quando
formalizada por um órgão específico para o desempenho dessa
tarefa, sendo codificada num documento escrito, único e solene;
considera-se não escrita as normas constitucionais não
elaboradas em momento determinado e específico, tampouco
estão codificada em documento único: são baseadas nos
costumes, na jurisprudência (decisões dos tribunais), nas
convenções.
 Quanto à estabilidade: será imutável quando não puder sofrer
modificações em seu texto; considera-se rígida quando exige um
processo especial para modificação de seu texto, mais difícil do
que o processo de elaboração das demais leis do ordenamento;
entende-se como flexível quando permite modificação em seu
texto pelo mesmo processo legislativo de alteração das demais
leis; e, por fim, semirrígida se exige um processo mais complexo
para a alteração de parte de seus dispositivos, mas permite a
mudança de certos dispositivos por procedimento simples.
 Quanto ao conteúdo: será material (ou substancial) quando
for o conjunto de normas constitucionais escritas ou costumeiras
(regras elaboradas pelas práticas reiteradas de conduta social),
inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura
do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos
fundamentais, não admitido como constitucional qualquer outra
matéria que não tenha conteúdo essencialmente constitucional;
e, formal (procedimental) sendo o conjunto de normas escritas,
hierarquicamente superior ao conjunto de leis comuns,
independentemente de qual seja o seu conteúdo, isto é, estando
na Constituição, é formalmente constitucional – é o documento
escrito e solene oriundo da manifestação do constituinte
originário.

A Constituição Federal Brasileira de 1988 é classificada


como: Promulgada, Escrita, Rígida e Formal.

A partir de agora vamos entrar mais detalhadamente na Constituição


Brasileira. Assim você poderá ter elementos mais específicos voltados
para os diversos concursos públicos, o nosso foco neste resumo de
Direito Constitucional.
A Constituição Brasileira

Os princípios fundamentais apresentam a estrutura básica do Estado


brasileiro – são suas vigas mestras. Estão previstos no Título I da
Constituição Federal de 1988 e compreendem: forma de governo, forma
de Estado, regime político, fundamentos, separação dos poderes,
objetivos fundamentais e princípios de relações internacionais.

O artigo 1º da Constituição Federal de 1988 assim está redigido: “A


República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a
cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político”. As colunas básicas
da Constituição Federal são: a Federação (forma de Estado) e a
República (forma de governo).

Vamos passar a analisar cada um deles, de forma bem simplificada,


aqui em nosso Resumo de Direito Constitucional…

Forma de Estado da Constituição Brasileira: Federação

A Federação Brasileira é a forma mais íntima, perpétua e indissolúvel,


que passa a constituir uma só pessoa de direito público. É formada pela
união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Dessa
formação surge a também a União.

Isso porque, em um Estado federado, há repartição territorial do poder,


gerando vários entes autônomos (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal).

De acordo com o professor José Afonso da Silva (2006):

O modo de exercício do poder político em função do território dá origem


ao conceito da forma de Estado

José Afonso da Silva


Ainda, nas palavras de Pontes de Miranda (1999):

É uma forma de organização fundada na independência recíproca das


províncias, que se transformaram em Estados-membros, elevando-se à
categoria de Estados próprios, unicamente ligados pelo vínculo da
mesma nacionalidade e da solidariedade dos grandes interesses da
representação e da defesa exterior. É uma união de Estados que, no
que se congregam, estatuem uma só pessoa de direito, ao qual se
subordinam, através da União, conservada a sua autonomia.

Pontes de Miranda

A forma federativa possui quatro características básicas (Marcus


Vasconcellos, 2011):

 Descentralização política: em sua organização política, a


República Federativa é formada pela União (ente central) e pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios (entes descentralizados).
 Autonomia dos entes federativos: capacidade de
autogoverno (o povo do respectivo ente federado escolhe os
seus representantes); capacidade de autoadministração (há
uma repartição de competências administrativas); capacidade
de auto-organização (cada ente federado tem a liberdade,
dentro dos limites constitucionais, de estabelecer a própria
estrutura por meio de constituições estaduais e leis
orgânicas; capacidade legislativa (cada ente federado tem
poder para elaborar as próprias leis, dentro das regras de
“repartição de competências” estabelecidas na CF).
 Não se admite o direito de separação ou secessão. Um
estado-membro não pode desligar-se dos demais entes
federados.
 Existência de um órgão legislativo que represente os
estados-membros na União. No caso, o Senado Federal, que
representa os Estados e o Distrito Federal.

Regime Político da Constituição Brasileira: Democracia (República)

O parágrafo único da Constituição Federal deixa explícita a ideia de


democracia como regime político adotado no Brasil: “Todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição”.
Nesse sentido, o povo é a fonte primária de todo o poder. A democracia
repousa na ideia de que o poder pertence ao povo, consagrando a
soberania popular. A forma de governo tem como finalidade organizar
politicamente um Estado, portanto são características básicas (Fábio
Tavares Sobreira, 2014):

 Representatividade: o povo escolhe seus representantes;


 Eletividade: a escolha é feita através de voto, de eleições;
 Periodicidade: o representante exerce mandato temporário (4
anos);
 Responsabilidade: dever de probidade administrativa;
 Soberania Popular: o poder emana do povo e por ele é exercido.

São espécies de Democracia:

1. Direta, na qual o povo decide diretamente as matérias, sem a


existência de intermediários;
2. Representativa, em que o povo elege seus representantes, que,
em nome do povo, tomas as decisões;
3. Semidireta (ou participativa), que é uma combinação das
anteriores, pois há uma democracia representativa com
mecanismos de democracia direta, por meio de plebiscito,
referendo e iniciativa popular.

No Brasil, adota-se a democracia semidireta. Apenas a fim de


complementação, seguem algumas definições:

 Plebiscito: A população é consultada sobre o que se deve fazer


sobre certo assunto;
 Referendo: A população é questionada sobre matéria legislativa
já pronta;
 Iniciativa Popular: Ocorre quando a população apresenta à
Câmara dos Deputados projeto de lei.
Princípios Fundamentais – Artigo 1º da Constituição

Embora este seja apenas um resumo de Direito Constitucional, acho


imprescindível que o conteúdo tenha um olhar mais atento aos cinco
primeiros artigos da Constituição Federal. Eles são fundamentais para
entender Direito Constitucional no Brasil. Por isso, vamos lá!

São fundamentos da República Federativa do Brasil, previsto na


Constituição:

1. A soberania;
2. A cidadania;
3. A dignidade da pessoa humana;
4. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
5. O pluralismo político.

Explico cada um desses fundamentos.

A Soberania é o poder político que detém o Estado para, internamente,


impor a própria vontade e impedir a imposição de vontades externas. É
um poder supremo e independente. Suas características são: unicidade
(em um Estado não concorre mais de uma soberania); indivisível
(apenas as funções do Estado é que são divisíveis); e, indelegável (não
pode ser entregue a outro Estado).

A Cidadania consiste no direito do cidadão de participar da vida política


do Estado, bem como de usufruir dos direitos fundamentais do Estado.

A Dignidade da pessoa humana determina que todos,


independentemente de qualquer situação, têm de ser tratados de forma
digna. A ideia central parte do disposto no inciso III do artigo 5º da CF,
que determina que ninguém será submetido a tratamento desumano ou
degradante.

Os Valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa referem-se ao direito


do trabalhador de escolher livremente seu trabalho, sendo-lhe
garantida, ainda, uma remuneração digna, que assegure a ele e a sua
família uma vida com um mínimo de decência. Já os valores da livre-
iniciativa vinculam-se à ideia de que o empresário tem o dever de
oferecer condições dignas de trabalho para seus trabalhadores.

O Pluralismo político garante a todas as pessoas liberdade para a


formação de opinião e para a conscientização acerca dos aspectos
políticos de nossa República.

Conclui-se que os fundamentos da República Federativa do Brasil são


normas de eficácia plena, ou seja, são aquelas que não necessitam de
nenhuma integração legislativa infraconstitucional, pois são dotadas de
todos os elementos necessários à sua imediata e integral aplicação.
Produzem todos os efeitos essenciais desde a entrada em vigor da
Constituição. Nesse sentido, o professor José Afonso da Silva (2002)
afirma:

São as que receberam do constituinte normatividade suficiente a sua


incidência imediata. Situam-se predominantemente entre os elementos
orgânicos da Constituição. Não necessitam de providência normativa
ulterior para sua aplicação. Criam situações subjetivas de vantagem ou
de vínculo, desde logo exigíveis.

José Afonso da Silva


Separação dos Poderes: Artigo 2º da Constituição

Conforme dito anteriormente, o poder é uno e indivisível. No entanto


dividem-se em suas funções. Para Marcus Vasconcellos (2011)
constitui um sistema de freios e contrapesos (“checks and balances”),
com a existência de um equilíbrio entre essas funções como uma
garantia do povo contra arbítrios, desmandos e abusos.

A fim de evitar a concentração do poder nas mãos de uma única pessoa


ou órgão, foi necessário dividir as funções estatais (legislativa,
executiva e judiciária). Os Poderes são independentes, mas devem
harmonizar-se entre si.

No entanto, para Fábio Tavares Sobreira (2014) cada um dos poderes


exerce sua função típica e, excepcionalmente, as funções dos outros
Poderes. Trata-se da “interpenetração dos Poderes”, ou seja: tanto o
Legislativo quanto o Judiciário exercem atipicamente funções
administrativas (executivas) quando, por exemplo, preenchem os
cargos de suas secretárias, concedem férias a seus funcionários, etc
(arts. 51, IV e 96, I, alínea “f”, ambos da CF).

A separação dos Poderes, portanto, não impede que, além de sua


função típica (preponderante), cada um dos Poderes exerça
tipicamente funções aparentemente atribuídas com exclusividade a
outro. A regra é indelegabilidade de funções de um Poder para o outro.
Quando admite a delegação, a Constituição Federal o faz de forma
expressa, a exemplo do artigo 68 (leis delegadas).

De acordo com o artigo 2º da CF: “são Poderes da União,


independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário”. Vejamos cada um dos Poderes:

 Poder Legislativo: legislar (elaborar normas gerais e


impessoais) e controlar a atividade político-administrativa. Por
exemplo, o Congresso Nacional julga anualmente as contas
prestadas pelo Presidente da República). O principal papel do
Poder Administrativo é elaborar leis, bem como realizar o controle
político do Poder Executivo. No âmbito Federal, o Poder
Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, composto da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Por possuir duas
Casas, o Legislativo é bicameral. Nos Estados, Municípios e
Distrito Federal, o Poder Legislativo é unicamente composto por
uma Casa, respectivamente a Assembleia Legislativa, a Câmara
Municipal e a Câmara Distrital. Para entender o funcionamento do
Poder Legislativo, os artigos 44 a 75 da CF explicitam os
procedimentos adotados e seguidos por este.
 Poder Executivo: executar as leis (administrar). Cumpre a esse
Poder o exercício das chefias de Estado, de Governo e da
Administração Pública Federal. A chefia de Estado tem por
objetivo a função de representação do Estado Federal (República
Federativa do Brasil) na comunidade internacional e da unidade
do Estado, em nível interno. A chefia de Governo refere-se ao
comando da máquina estatal e à fixação das metas e princípios
políticos que irão ser imprimidos ao Poder Público. No âmbito
estadual e do Distrito Federal, será exercido pelo Governador e
no âmbito municipal, pelos Prefeitos. O Poder Executivo tem
como atribuição principal a realização da função administrativa,
ou seja, aprimorar, em nível infralegal, os comandos normativos.
 Poder Judiciário: julgar e aplicar a lei diante da situação
concreta. É composto do conjunto de órgãos do Poder Público
que têm a função típica de aplicar a lei para solucionar litígios. Ao
Poder Judiciário incumbe tipicamente a função jurisdicional, que
consiste na solução de conflitos de interesses, através do devido
processo legal. São princípios da jurisdição: inércia,
indeclinabilidade, indelegabilidade, inafastabilidade, do juiz
natural, do devido processo legal, entre outras. São órgãos do
Poder Judiciário: o Supremo Tribunal Federal, Conselho Nacional
de Justiça, Superior Tribunal de Justiça, Tribunais Regionais
Federais e Juízes Federais, Tribunais e Juízes do Trabalho,
Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares, bem
como Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios. Para entender o funcionamento do Poder Executivo,
os artigos 92 a 110 da CF explicitam os procedimentos adotados
e seguidos por este.

Este é outro ponto fundamental, que precisa de aprofundamento. A


separação entre os poderes é um ponto chave no Direito Constitucional
Brasileiro. Se for possível, não perca a oportunidade de se aprofundar
para além do que trazemos neste resumo.
Objetivos fundamentais: Artigo 3º da Constituição

Os objetivos fundamentais são os pontos a serem almejados pela


República Federativa do Brasil. Devem constituir uma preocupação
constante, até serem alcançados. São eles:

1. Construir uma sociedade livre, justa e solidária;


2. Garantir o desenvolvimento nacional;
3. Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
4. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Princípios de Relações Internacionais: Artigo 4º da
Constituição

A República Federativa do Brasil não é um Estado isolado do mundo.


Mantém com outros Estados e organizações internacionais relações de
ordem econômica, social, cultural, política. Tais relações são norteadas
pelos seguintes princípios:

1. Independência nacional;
2. Prevalência dos direitos humanos;
3. Autodeterminação dos povos;
4. Não-intervenção;
5. Igualdade entre os Estados;
6. Defesa da paz;
7. Solução pacífica dos conflitos;
8. Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
9. Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
10. Concessão de asilo político.

O parágrafo único do artigo 4º da CF: “A República Federativa do Brasil


buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações”.

Esses são outros pontos que passamos superficialmente aqui em nosso


resumo de Direito Constitucional. Como nos outros casos já citados,
aprofundar é muito importante!
Direitos e Garantias Fundamentais: Artigo 5º da
Constituição

Se você não está muito atento a essa altura do texto, mantenha o foco,
pois agora entramos num dos pontos mais importantes deste resumo:
os Direitos e Garantias Fundamentais. Isso cai muito em concursos!
Muito mesmo!

Os direitos fundamentais também são chamados de direitos humanos.


São os direitos de todos os homens e mulheres. Sua finalidade é
proteger o ser humano, por isso são essenciais à vida em sociedade.

No entendimento de Fábio Tavares Sobreira (2014), os direitos


fundamentais correspondem aos dispositivos de conteúdo declaratório
que têm por fim o reconhecimento da existência do direito nele
exprimido. As garantias fundamentais, por outro lado, são os
mecanismos de efetivação dos direitos individuais (caráter
instrumental), possuindo conteúdo assecuratório. As garantias
abrangem os remédios constitucionais (Habeas Corpus, Habeas Data,
Mandado de Segurança, Mandado de Injunção e Ação Popular), mas
não se exaurem neles.

A Constituição Federal de 1988 é a mais abrangente de todas, mas


mesmo assim não foi exaustiva ao mencionar, em seu artigo 5º, um rol
de 78 incisos referentes aos direitos fundamentais. Por isso, fala-se em
direitos explícitos, expressamente previstos, e em direitos implícitos,
que daqueles decorrem. Hoje, devido aos vastos dispositivos
constitucionais, fica difícil identificar algum direito implícito.

As características dos Direitos e Garantias Fundamentais são (Marcus


Vasconcellos 2011):

 Universalidade: destinam-se a todos, independentemente da


condição econômica ou social;
 Historicidade: resultam de uma evolução cultural da
humanidade;
 Limitabilidade: os direitos e garantias fundamentais não são
absolutos, pois encontram limites em outros direitos;
 Irrenunciabilidade: não se admite a renúncia a direitos
fundamentais;
 Inalienabilidade: os direitos fundamentais não podem ser
negociados.

Em todo o rol previsto no artigo 5º da CF, estão inseridos princípio da


igualdade, princípio da legalidade, proibição à tortura, liberdade de
pensamento, proibição da censura, inviolabilidade da intimidade, da
vida privada, da honra e da imagem, sigilo das comunicações, liberdade
de profissão, direito ao acesso à informação, liberdade de locomoção,
liberdade de associação, direito de propriedade, direito do consumidor,
extradição, assistência jurídica, entre outros.

Nacionalidade em Direito Constitucional

Vamos a mais um tópico importante deste resumo de Direito


Constitucional: a Nacionalidade.

Para Marcus Vasconcellos (2011), nacionalidade é o vínculo jurídico-


político que liga uma pessoa a um Estado – é a qualidade de nacional.
Constitui um direito fundamental, e cada Estado é soberano para definir
suas regras. Basicamente são duas as formas de aquisição da
nacionalidade: a originária e a secundária.

 Primária: decorre do nascimento em determinado Estado. Essa


forma obedece os critérios de territorialidade (decorre do local do
nascimento) e a ascendência (decorre dos laços de
consanguinidade). A CF dispõe em seu artigo 12, inciso I, que são
brasileiros natos aqueles nascidos na República Federativa do
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país.
 Secundária: tem natureza bilateral, porque decorre de uma
convergência de vontades, ou seja, quando um estrangeiro pede
e o Estado concede ou não. A CF dispõe em seu artigo 12, inciso
II, que são brasileiros naturalizados (a) os que, na forma da lei,
adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral; e, (b) os estrangeiros de qualquer
nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal,
desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

A nacionalidade é o pressuposto da cidadania. No entanto, apenas a


presença da nacionalidade não torna o indivíduo cidadão. Para tanto é
necessário o alistamento eleitoral.

Direitos Políticos em Direito Constitucional

Os direitos políticos resumem-se no conjunto de direitos que regulam a


forma de intervenção popular no governo, ou seja, possibilitam o
exercício da soberania popular. Surgem diante de um Estado
Democrático. No Brasil, a soberania popular está embasado no artigo
1º, inciso I, onde aparece como um dos fundamentos do Estado
Democrático de Direito, e no artigo 2º, parágrafo único, ambos da CF.

A democracia pode ser direta, quando o povo exerce, em nome próprio,


o poder; indireta ou representativa, quando o poder é outorgado a
representantes eleitos; e semidireta ou participativa, quando o Estado
adota as duas formas.

De acordo com o artigo 14 da CF, o Brasil adotou a democracia


semidireta ou participativa. Ou seja, a soberania popular será exercida
pelo sufrágio universal, pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa
popular. São instrumentos por meio dos quais se garante ao povo,
direta ou indiretamente, o exercício do poder, o direito de participar na
vontade do Estado (Fábio Tavares Sobreira 2014).
O Estado é a pessoa jurídica que tem como elementos básicos
soberania, povo, território e governo. Representa a ideia de uma
sociedade politicamente organizada em um limite territorial, com vistas
ao bem-estar de todos.

Organização do Estado em Direito Constitucional

A organização de um Estado guarda relação com a “forma de Estado”,


que consiste na existência, ou não, de uma divisão territorial do poder
ou, em outras palavras, de como é a organização política e a
administrativa de um Estado.

Conforme Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2008), o Estado é


composto por três elementos, a saber: o território, o povo e a soberania.
O Estado é uma associação humana (povo), radicada em base especial
(território), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) não
sujeita a qualquer outra (soberana).

Para Marcus Vasconcellos (2011), o sistema federativo brasileiro


apresenta as seguintes características:

 Indissolubilidade do pacto federativo: não se admite o direito


de secessão, ou seja, uma unidade federada não pode ser
desligada das demais formando um Estado independente.
 Representação senatorial: o Senado é o órgão de
representação do Estado na formação da vontade geral da União.
 Existência de guardião constitucional: o Supremo Tribunal
Federal (STF) tem a missão de impor o respeito à Constituição
Federal.
 Não Intervenção: A regra geral é que um ente federal não pode
intervir em outro. As hipóteses de intervenção estão previstas nos
artigos 34 e 36 da CF.
 Capacidade de auto-organização dos entes federados: por
meio de constituição estadual e lei orgânica municipal ou distrital.
 Rigidez constitucional.
 Repartição constitucional de rendas e competências.
Finalizando o Resumo de Direito Constitucional

Chegando ao fim do nosso Resumo de Direito Constitucional, gostaria


que você lembrasse de algumas coisas.

A Constituição Federal é a Carta Magna, ou seja, a norma superior que


deve ser observada e respeitada por todos, estando no topo de todas
as outras normas existentes no Brasil. Tudo que não está em
consonância aos seus termos, será considerado inconstitucional. Por
isso é tão importante estudá-la.

Como vimos, essa norma suprema trata sobre os direitos e garantias


fundamentais, sobre a organização do Estado, sobre princípios que
devem ser observados por todos, caracterizando-se como um norte
para todas as relações pessoais, jurídicas e negociais do país.

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