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SÃO PAULO-SP
1
Fernandes, João Paulo
Umbilico e neo-umbilicoplastias em dermoliéctomias
abdominais: técnicas cirúrgicas, refinamentos e proposta de
nomenclaturas / João Paulo Fernandes. -- Araras SP, 2017.
22 f. : il
2
JOÃO PAULO FERNANDES
_____________________________________________________________
Coordenador do Curso de Pós Graduação em Cirurgia Plástica UNAR
BANCA EXAMINADORA
__________________________________ __________________________________
Prof(a).: Prof(a).:
__________________________________ __________________________________
Prof(a).: Prof(a).:
3
4
AGRADECIMENTOS
5
RESUMO
6
ABSTRACT
7
SUMÁRIO
1 Lista de ilustrações………………………………………………… 9
2 Lista de símbolos…………………………………………………… 10
3 Introdução……………………………………………………………. 11
4 Histórico……………………………………………………………… 12
5 Objetivos…………………………………………………………….. 13
5.1 Objetivo Geral………………………………………………………. 13
5.2 Objetivos Específicos………………………………………………. 14
6 Proposta de Nomenclatura…………………………………………
7 Técnicas cirúrgicas…………………………………………………. 14
7.1 Ubilicoplastia em clássica em ⃝………..………………….… 14
7.2 Umbilicoplastia em …………………………………………….. 15
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
9
LISTA DE SÍMBOLOS
também elíptico¹².
elíptica vertical¹².
invertido¹³.
invertido¹².
piramidal¹⁴.
circular¹⁶.
10
3 INTRODUÇÃO
O umbigo pode ser considerado a única cicatriz agradável do nosso corpo. Seu
nome deriva do latim umbilicus o qual é o diminutivo de umbo. Essa palavra por sua vez é
derivada do indo-europeu ombh, de onde também deriva o termo grego omphalós do qual
provém todos os demais termos médicos relativos a umbigo como onfalite, onfalocele, etc.
Umbo por sua vez seria uma protuberância sob uma superfície, contudo hoje o termo
umbigo faz menção a uma depressão⁴.
Durante a vida embrionária dos mamíferos a comunicação entre o feto e a
placenta dá-se pelos cordões umbilicais. Uma veia umbilical que transporta sangue
arterial da placenta para o feto e duas artérias umbilicais que levam sangue venoso do
feto para a placenta. Em circunstancias normais, após o nascimento a veia e as artérias
umbilicais obliteram-se e são reabsorvidas dando origem externamente a uma
reminiscência retrátil de aproximadamente 1,5 a 2 cm de diâmetro, à qual denominamos
umbigo. Tem forma arredondada e é circundado por pele. Essa borda circular de pele que
o envolve é denominada rodete cutâneo. Ao centro o mamilo ou mamelão é vestígio
proveniente do cordão absorvido propriamente dito (Figura 1). O ligamento redondo é o
resquício da porção interna dessa circulação materno fetal. Surge com o advento da vida
extra-uterina e rearranjo funcional da circulação pulmonar. Esse ligamento sai da região
posterior do umbigo, percorre a linha mediana conjuntamente ao ligamento falciforme e se
fixa no fígado, abaixo daquele. Extende-se até a veia porta.
Rodete cutâneo
Sulco
Mamilo ou mamelão
Figura 1
11
médico. Se roubado por um rato, o infante vivará ladrão. Enterrar umbigo de uma menina
aos pés de uma roseira fará dela bonita.
Na dimensão dos sonhos e do inconsciente coletivo o umbigo também está
repleto de significados. Num contexto geral o significado assenta-se na individualidade.
Cada pessoa, claro, atribui sua própria interpretação aos signos. Contudo uma idéia pode
ampliar-se e se incorporar socialmente, sendo transmitido por gerações através da cultura
(inconsciente coletivo). “Ele só olha para o próprio umbigo” citamos aqui exemplo de uma
expressão popular para fazer referência a uma pessoa egoísta. Outro poderíamos
mencionar Freud quando faz alusão ao “umbigo dos sonhos” em seus trabalhos. Refere-
se ao cerne da questão, região fronteiriça, ponto obscuro⁶. Essa linguagem já foi
absorvida e é amplamente estudada no campo da psicanálise.
Como vimos, apesar de não possuir função orgânica o umbigo possui relevância
cultural e consequentemente estética, especialmente no contexto das abdominoplastias.
Sua amputação é relatada inclusive como causa de distúrbios emocionais¹.
Com dissemos a beleza é um conceito cultural. “Não sei dizer o que beleza é,
mas sei reconhece-la quando a encontro” (Ivo Pitanguy). Com uma gama de variações e
gostos individuais, consideram-se esteticamente desejável um umbigo pequeno, oval e
não protuberante. Umbigos distorcidos, protuberantes, horizontais tem sido descritos
como menos atraentes tanto por pacientes como por cirurgiões³.
Hoje em dia a realidade da umbilicoplastia nas dermolipéctomias já é muito
consagrada. Salvo em contraindicações, não se pensa uma abdominoplastia sem uma
umbilico ou neo-umbilicoplastia. Assim cada vez mais se dá importância ao resultado final
do umbigo nessas cirurgias.
Adentramos aqui num aspecto interessante. Há autores que ainda defendem a
amputação com reconstrução total do umbigo². Outros propõem variantes ás incisões já
consagradas. O estudo das dermolipéctomias da-se nessa polifonia de vozes. Para além
de reconhecer as umbilicoplastias como parte necessária das abdominoplastias, hoje em
dia faz-se mister também estudar possibilidades técnicas e suas indicações. Trabalhar os
aspectos didáticos e registros das técnicas cirúrgicas. São ações que gerarão maior
possibilidade de execuções técnicas e de refinamentos. Logrando corroborar maior êxito
cirúrgico e satisfação estética tanto do médico cirurgião como para o paciente.
4 HISTÓRICO
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Em 1957 Vermon descreve sua técnica de dermolipéctomia transversal com
transposição umbilical.
Em 1960 Callia W descreve uma dermolipéctomia com incisão semelhante a um
guidão de bicicleta. Prossegue a neo-onphaloplastia através da excisão de material
subcutâneo com sutura da pele diretamente na aponeurose. A porção medial da incisão
estará acima do púbis e a prolongação lateral seguirá medialmente paralela a arcada
crural.
Em 1973 Grazer descreve uma técnica de dermolipéctomia semelhante a descrita
por Pitanguy em 1967, porém se utiliza de um retrato projetado pela luminescência de
uma fibra óptica para posicionar o umbigo.
Em 1975 Sinder inicia a descrição de sua técnica orientando primeiramente uma
incisão proximal para liberação do umbigo. Após relata a marcação e deslocamento da
porção superior do retalho antes da excisão do mesmo.
Em 1979 Stukey descreve técnica de excisão central abdominal. Consiste em
pequenas incisões em volta do umbigo formando um retalho quadrangular. Com posterior
tração e retirada do excesso de pele com nova sutura periumbilical.
Em 1980 Guerreiro-Santos descreve abdominoplastia secundária com umbilico ou
neo umbilicoplastia através de incisão na linha media em um plano transversal a 1 cm
acima na espinha ilíaca.
Em 1982 Delerm descreve em detalhes o tratamento da cicatriz umbilical em
conjunto à descrição da dermolipéctomia transversal.
Em 1983 Avelar descreve com refinamentos tanto a dermolipéctomia transversal
como do tratamento da cicatriz umbilical.
Em 1986 Dardour menciona a distância entre o umbigo e o púbis. Assim como
sugere diferentes técnicas de abdominoplastia transversal de acordo com as
características e classificação de cada paciente.
Também em 1986 Wilkinson and Swartz descrevem a abdominoplastia limitada.
Consiste em pequena incisão com lipoaspiração. Quando faz a transposição umbilical
realiza-a por sutura da cicatriz de retirada do umbigo e a deixa entre o púbis e o umbigo
transplantado.
Em 1992 Illous realiza abdominoplastia com neo-umbilicoplastia associada a
lipoaspiração.
Em 1994 Wilkinson descreve detalhes no tratamento do umbigo ao decorrer sobre
sua abdominoplastia com cicatriz reduzida associada a lipoaspiração.
Em 1998 Ribeiro L. descreve a miniabdominoplastia e suas indicações. Relata
retalho fusiforme infraumbilical mínimo, secção profunda e reposicionamento umbilical,
assim como plicagem dos retos abdominais até o apêndice xifóide.
Em 1999 Avelar descreve lipoaspiração superficial e profunda com excisão de
retalho supra-púbico e infra-mamário bilateral. Técnica essa que preserva o umbigo.
Em 2002 Avelar descreve a abdominoplastia completa. Pela sua experiência com
114 pacientes uma abdominoplastia completa seria aquela em que há retirada do retalho
dermolipídico sem ressecção lamelar, com transposição umbilical e plicatura músculo
aponeurótica.
Nesse relato histórico demos ênfase aos cirurgiões que frisaram a importância do
umbigo na realização de suas abdominoplastias. Buscamos demonstrar que a evolução
das abdominoplastias se fez com incremento cada vez maior do cuidado estético com o
umbigo.
5 OBJETIVOS
6 PROPOSTA DE NOMENCLATURA
7 TÉCNICAS CIRÚRGICAS
7.2 UMBILICOPLASTIA EM
7.3 UMBILICOPLASTIA EM
15
autor dessa técnica tenha buscado retratar anatomicamente o rodete cutâneo com a
sobra de pele.
7.4 UMBILICOPLASTIA EM Y▽
7.5 UMBILICOPLASTIA EM V▽
7.6 UMBILICOPLASTIA EM ∩△
7.7 UMBILICOPLASTIA EM ⃝
Também chamada de umbilicoplastia com recorte retangular. A cicatriz umbilical
desprendida é recortada em forma circular. O orifício de fixação ao retalho abdominal é
feito em forma retangular com maior lado horizontalmente orientado¹⁶. Aqui um fragmento
de pele é retirado do retalho abdominal e desprezado, conforme ilustramos no retângulo
pintado de preto. Já a ilha de pele umbilical é desprendida de forma circular.
Figura 2
Figura 3
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Também chamada de neo-umbilicoplastia com incisão em X¹’⁵’¹⁹. Após descolado
o retalho abdominal com retirada do excesso de tecido gorduroso e marcação da posição
do novo umbigo procede-se incisão em X na posição onde o umbigo será confeccionado.
Desbasta-se parte da gordura imediatamente abaixo da marcação ao everte-se o retalho
abdominal. Com isso há retração da pele ficando quatro pontas a, b, c e d no orifício do
neo umbigo conforme a figura 4.
Figura 4
Transfixa-se com fio monofilamentar absorvível 2,0 a porção lateral dos ápices A e
B, fixando-os à aponeurose abaixo. Em seguida os ápices C e D são unidos por mesmo
filamento e também fixados a aponeurose. O retalho abdominal retorna à posição
definitiva e a sutura final supra púbica conclui a cirurgia.
8 REFINAMENTOS
Por mais que tentemos escrever sobre técnicas cirúrgicas, criar símbolos,
desenhos, deparamo-nos sempre com os desafios da tridimensionalidade. O ensino-
aprendizado das técnicas cirúrgicas passa impreterivelmente por ver um cirurgião mais
treinado operar. Aprende-se com os erros e acertos de outras pessoas também. Em
cirurgia a prática é de fundamental importância.
Com isso destacamos os ensinamentos do Prof Dr. Edouard Tannous que faz em
suas aulas práticas, ressalvas a cerca de um desfecho mais elegante em uma
umbilicoplastia. De longe a técnica mais utilizada rotineiramente em nosso serviço é a
clássica, ou seja desprendimento umbilical e abertura no retalho circulares ou como
preferimos ⃝. Ao qual temos um cilindro de pele do umbigo nativo sobre o qual se
sobrepõe o halo circular criado pela incisão no retalho abdominal. Vide figura 5.
O que Dr. Tannous propõem em suas aulas e merece ser registrado é um
refinamento dessa técnica reduzindo-se ao máximo a altura do cilindro umbilical nativo.
De forma que não seriam as bordas da boca do cilindro a procurarem o retalho e sim a
pele do retalho abdominal que se invaginaria para ser suturada ao interior do cilindro.
Conforme ilustrado na figura 6.
18
Figura 5
Figura 6
Esse pequeno cuidado tem uma implicação estética importante. A cicatriz ficaria
no interior do umbigo e com isso seria menos visível. Um pequeno cuidado que pode
trazer maior satisfação estética.
9 CONCLUSÃO
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tempo ocorreram concomitante a uma preocupação estética cada vez maior com relação
ao resultado final do umbigo. Ao passo que se descreviam técnicas novas de
abdominoplastias mais se indicavam a reconstrução ou preservação do umbilical.
Talvez a pergunta que mais gostaríamos de ter respondido seria: qual a melhor
técnica de umbilicoplastia? Desde já lamentamos não termos encontrado essa resposta.
Há um autor dos trabalhos³ pesquisados que chega a dizer ser impossível uma
sistematização didática nesse sentido uma vez que até mesmo aventuras podem resultar
num desfecho satisfatório para o paciente. Uma vez que a condição inicial do abdome
operado poderia ser mais incomodo para o paciente que o resultado estético final do
umbigo. Novamente nossa humanidade significando nossas ações.
Um trabalho¹² porém faz uma análise estatística de três técnicas: , e
Y▽. Trata-se de um estudo observacional, transversal, comparativo baseado na pesquisa
de prontuários e resposta de questionário por pacientes submetidas à abdominoplastias
num determinado período de tempo. Como resultado concluiu-se que a técnica Y▽ foi a
que trouxe maior satisfação aos pacientes de uma forma geral. Corroboram os dados
encontrados em outro trabalho²⁰. Aquele também concluiu que o alargamento do umbigo
foi a maior causa de insatisfação referida pelos pacientes.
Encontramos relatos de outras técnicas³ de neo-umbilicoplastia que apesar de
distanciar-se do objetivo inicial desse trabalho também gostaríamos de citar. Por meio de
um rotor de dermoabrasão provocar-se-ia uma marca na pele que substituiria o umbigo
perdido.
Chegamos aqui talvez até com mais indagações do que quando iniciamos. Porém
com uma bagagem um pouco maior de conhecimentos adquiridos ao longo desse breve
percurso. Certos porém como cirurgiões da capacidade humana de superar desafios.
Sobrepujar o sofrimento mediante o trabalho e a cooperação aprendidos especialmente
na relação médico-paciente. Lidamos e lidaremos sempre com percepções e expectativas
diversas de nossos valores. Que devem ser em muito respeitadas. Preparo e coragem
serão necessários para se executar uma cirurgia. Pois, parafraseando Heráclito de Éfeso,
operar seria como atravessar um riacho. Nunca se fará a mesma cirurgia duas vezes.
Depois de atravessarmos o riacho nem nós nem o riacho seremos mais os mesmos.
REFERÊNCIAS
20
9 CHEVREL, J.P. Surgey of the abdominal wall. Springer. New York. 1987. pág. 233
a 241.
10 BAROUDI, R. Cirurgia do contorno corporal. Indexa. Rio de Janeiro. 2009. Pág
223
11 BAROUDI, R. Umbilicoplasty. Clin. Plast. Surgery. 1975. 2:431
12 DIAS FILHO, A.V. Onfaloplastia: estudo comparativo de técnicas. Rev. Bras. Vir.
Pást. 2014; 29(2):253-8
13 FREITAS, J. O. G. Neo-onfaloplastia na dermolipectomia abdominal: técnica do
duplo “V”. Rev. Bras. Cir. Plast. 2010; 25(3): 504-8
14 SHIFFMAN, M. A. Umbilical reconstruction in abdominoplasty. Springer. Berlin.
2005. Pág 146-149.
15 PAUSEN, F. Sobotta: atlas de anatomia humana: anatomia geral e sistema
muscular, volume 1. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2012. 23ª Ed. Pág 90 a
92.
16 LÓPEZ-TALLAJ, L. Restauração umbilical na abdominoplastia: uma simples
técnica retangular. Rev. Soc. Boas. Vir Plást. São Paulo. Set/dez 2001. Vol. 16.
número 3. Pág. 39-46.
17 SILVA, F. N. Neo-onphaloplastia na abdominoplastia vertical. Rev. Bras. Cir. Plast.
2010 25(2):330-6
18 ABREU, J. A. Abdominoplastias: neo-onphaloplastia sem cicatriz e sem excisão
de gordura. Rev. Bras. Cir. Plast. 2010; 25(3): 499-503
19 AMUD, J. M. Neo-onfaloplastia sem cicatriz. Rev. Bras. Cir. Plást. 2008; 23(1):
37-40
20 ROSIQUE, J. M. Estudo comparativo entre técnicas de onfaloplastia. Rev. Bras.
Cir. Plast. 2009; 24(1):47-51
"#🍺🍺🍺❌&
Tudo bem! Possivelmente exageramos. Não é tão simples e você talvez não
tenha se lembrado do filme lançado em 2011, co-produzido e dirigido por Todd Phillips.
Chamado no Brasil Se Beber Não Case. Rendeu milhões de dólares em bilheteria no
mundo inteiro.
Nessa realidade buscamos contextualizar a prática do ensino médico, em
especial da cirurgia plástica. Às vezes o nome de um procedimento é demasiadamente
longo, porém pode exprimir muito pouco do que será realizado. Exemplifiquemos:
umbilicoplastia. Se analisarmos literalmente seria a “plástica do umbigo”. Tudo bem, mas
a qual técnica? Qual a incisão do retalho abdominal? Como será descolado o umbigo? O
umbigo seria re-construído ou apenas transplantado? Para melhor definir
acrescentaríamos: umbilicoplastia em duplo V². Pode ser que você até saiba que esse
nome remete a uma técnica em que se incise o retalho abdominal para colocação do
22
umbigo em V porém o descolamento do umbigo nativo não seria exatamente em V mas
sim em uma pirâmide invertida,▽. Dessa forma talvez um simples agrupamento de
símbolos como V▽, poderia dizer-nos mais que um número grande de fonemas que no
entanto refere-se a algo um tanto incompleto. Poderíamos notar que não só o linguajar
corriqueiro mas também uma técnica cirúrgica pode ser melhor registrada e assimilada se
feita através da linguagem simbólica de pictogramas/ideogramas. Talvez trouxéssemos
para o linguajar médico a simplicidade e a agilidade dos emoticons. Pode ser apenas o
inicio de um pensamento que somente o tempo avaliará.
Esse interacionismo simbólico⁵, para além da linguagem verbal, mas também no
âmbito das ações, é uma realidade da qual já estamos completamente mergulhados. Em
especial quando nos referimos ao ensino das cirurgias e das tradições médicas.
Apesar de muitas vozes e argumentos contra, defendemos ainda hoje o uso de
epônimos⁴ para nomear técnicas cirúrgicas. Sabemos da até impossibilidade de decorar
os aproximadamente 10.000 epônimos estimados no conhecimento médico. É até
paradoxal questionarmos algumas nomenclaturas cirúrgicas e recomendarmos epônimos
que nada, a princípio referenciam o procedimento estudado. Contudo é pautado nessa
humanidade, limitada e finita que os recomendamos. Entendemos a vida nos princípios
dos creative commons⁶, ou seja, que o conhecimento não provém puramente do nada,
senão do trabalho e inspirações de infinitos indivíduos ao longo de nossa jornada nesse
planeta. Lembrar dos epônimos nos torna ainda mais humanos, ao reconhecer nossa
finitude. Nossa necessidade de transcendermos nosso isolamento e partilharmos nossas
emoções. Como diria Isaac Newton “se vi longe é porque me apoiei em ombros de
gigantes”. Se chegamos até aqui na história da humanidade e na positividade que nos
ilumina e inspira continuaremos além, é porque mantivemos essa chama viva de trabalho
e união.
REFERENCIAS
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