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Nitrogênio, Fósforo e Enxofre no Sistema Plantio Direto


Júlio Bertoni

O sistema plantio direto (SPD) é um sistema de cultivo relativamente


recente no Brasil, surgindo no início dos anos 70 na região Sul do país. Seu
princípio básico consiste na manutenção de resíduos vegetais em superfície e
ausência de revolvimento do solo. Como conseqüência, ocorrem inúmeras
modificações em sua fertilidade, pois o material orgânico adicionado propicia uma
maior retenção de nutrientes, como o potássio, cálcio e magnésio, e pode atuar como
reservatório de nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S), que fazem parte de sua
constituição química, sendo capaz de suprir parte das necessidades da cultura
durante seu ciclo. Essas modificações vêm sendo estudadas pelas instituições de
pesquisa/fundações, no sentido de se tentar estabelecer critérios específicos de
recomendação de adubação e calagem para esse sistema de cultivo, que até então, na maioria das vezes, estão sendo
extrapolados dos critérios adotados para o sistema convencional de cultivo (SCC).
A decomposição de resíduos vegetais mantidos na superfície do solo é influenciada, dentre vários fatores, pelas
quantidades relativas de carbono (C) do material, sendo o fluxo de liberação de N, P e S no sistema solo-planta dependente
das relações C/N, C/P e C/S dos resíduos. A mineralização (conversão dos nutrientes a formas disponíveis às plantas) ocorre
quando essas relações são menores que 20, 200 e 200, respectivamente. Na ocorrência de deficiência relativa de N, P ou S,
ocorre o processo de imobilização, com os microorganismos consumindo esses nutrientes indisponibilizando-os
temporariamente. A imobilização é evidente, principalmente, na presença de restos vegetais ricos em carbono (aveia,
centeio, milho e trigo), resultando em relações C/N, C/P e C/S elevadas. Apesar da imobilização afetar a disponibilidade
temporária de nutrientes para as plantas, essas espécies ricas em carbono são indispensáveis no SPD, pela elevada
capacidade de formar biomassa, melhorando a qualidade física do solo, as condições para armazenamento e infiltração de
água e redução nas variações térmicas e nos processos erosivos.
Levando-se em consideração as altas produtividades hoje obtidas no Brasil, os teores de N da maioria dos solos são
insuficientes para atender a demanda de crescimento de plantas, principalmente milho e cereais de inverno. O cultivo de
leguminosas (baixa relação C/N) precedendo-os, muitas vezes contribui na redução da necessidade de aplicação de N. Mas a
sua aplicação, em geral, é uma prática necessária no cultivo de espécies não fixadoras de N. A sucessão gramínea/gramínea
(trigo/milho, por exemplo) exige maiores doses desse nutriente, pois o balanço mineralização/imobilização não é favorável
ao milho. Nesse caso, o emprego de 30-50 kg/ha de N na semeadura do milho tem sido suficiente para contornar a maior
imobilização do N pela biomassa microbiana nesse período, complementando o restante da necessidade da cultura em
cobertura.

Estratégias de Manejo

Algumas estratégias de manejo podem ser adotadas de forma a


minimizar as deficiências de nitrogênio no sistema de plantio direto. Uma
melhoria na adubação nitrogenada da cultura de inverno eleva os níveis
de armazenagem de N na fonte utilizada como cobertura vegetal. Ao
mesmo tempo, a antecipação da aplicação do nutriente nas fases de pré-
semeadura, ou mesmo no plantio, reduz os efeitos da imobilização do
nitrogênio no sistema. Contudo, esta prática confere melhores resultados
em anos de precipitação normal e sem excesso de percolação de água
(Figura 1-safra 96/97). Já em anos de elevada precipitação (Figura 1-safra
97/98), a lixiviação do N poderá ocorrer e a aplicação da maior parte do
fertilizante nitrogenado (aproximadamente 70%) mais próxima dos períodos de maior demanda (4 a 6 folhas) será a melhor
época de adubação, sendo de modo geral, a prática de manejo mais segura a ser adotada.
A aplicação superficial de fertilizantes e corretivos, bem como o próprio sistema de plantio direto, favorecem o
acúmulo superficial de nutrientes, gerando um gradiente de fertilidade que é mais acentuado no caso do P, devido à sua
baixa mobilidade no solo. A melhor estruturação dos solos em SPD, fazendo com que a exposição dos constituintes

* Júlio Bertoni é Assessor Agronômico da Cargill Fertilizantes na região Sul (PR/SC/RS) e Doutor em Solos e
Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Lavras. julio_bertoni@cargill.com
inorgânicos fixadores de P seja menor, também contribui para o aumento superficial (0-10 cm) desse nutriente. Em SPD já
estabelecido, as respostas ao P têm sido menor, mesmo em solos com teores baixos de P, devido, entre outros fatores, à
maior eficiência da adubação fosfatada nesses sistemas e também à liberação de ácidos orgânicos pelos resíduos vegetais, os
quais “competem” com o P pelos sítios de fixação, deixando-o mais disponível às plantas. Entretanto, essa melhoria relativa
no aproveitamento de fósforo pelas plantas sob SPD em relação ao SCC, não significa que a adubação hoje praticada nesses
sistemas deve ser diminuída, haja vista que muitos dos Latossolos Roxos sob SPD, originalmente ricos em P, hoje
encontram-se com níveis baixos ou muito baixos desse elemento. Portanto, o monitoramento do status do nutriente no solo,
via análise de solo, deve ser feito ano a ano para que se consiga uma calibração ideal da adubação fosfatada.
Um aspecto relevante quanto à fertilidade dos solos diz respeito ao aumento na porcentagem de solos deficientes
em enxofre (S), que vem ocorrendo, entre várias razões, pela não reposição adequada do S exportado pelos grãos. Mesmo
em solos com teores consideráveis de matéria orgânica (principal fonte de enxofre), como no SPD, para que o S seja
liberado (mineralização) é preciso que se tenha uma matéria orgânica com relação C/S adequada (conforme discutido
inicialmente), o que é difícil quando se tem no sistema restos de vegetais ricos em carbono (aveia, centeio, milho e trigo).
Essas culturas, muitas das vezes estão em sucessão ou rotação com a soja, que é uma grande exportadora de S. A
EMBRAPA recomenda, para a soja, pelo menos 30 kg/ha de S para solos com níveis altos nesse nutriente, e 45 e 60 kg/ha,
para solos com níveis médio e baixo, respectivamente. Mesmo com um 00.20.20 (um dos adubos mais utilizados para soja)
de boa qualidade, com garantia de 5% de S, fica difícil suprir todo o S que a soja necessita via única adubação de plantio,
sendo necessário 600 kg/ha daquela fórmula. A saída é a adoção de uma adubação de sistema, melhorando a adubação das
demais culturas da sucessão/rotação e, assim, obtendo-se respostas positivas na cultura principal (soja), devido ao efeito
residual.
Vários resultados experimentais, assim como campos comerciais em SPD, têm mostrado a importância em se
pensar no sistema como um todo na hora da adubação, quebrando-se certos paradigmas sobre adubação apenas da cultura de
maior retorno econômico. Portanto, a cada dia que passa, as “receitas de bolo” estão sendo deixadas de lado e a valorização
de um acompanhamento agronômico tem ocupado seu lugar em um país onde a vocação é agrícola.

96/97 97/98
7.756

7.230
6.804

6.867
5.786

5.174

4.322

3.647

0/30/90 30/30/60 60/30/30 90/30/0


kg/ha de N aplicado em pré-semeadura/plantio/cobertura

Figura 1. Rendimento de grãos de milho (kg/ha) em função de épocas de aplicação de N (120 kg/ha) no SPD. Na safra
97/98 houve excesso de precipitação pluvial em out./nov. de 1997 (Basso et al., 1998 – Reunião Sul Bras. de
Ciência do Solo, 2).

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