Sunteți pe pagina 1din 10

SERMÃO N.

º 02

DESISTA DE MENTIR PARA VOCÊ MESMO, PARA OS OUTROS E PARA DEUS.


DESISTA DE FALAR, DE SER E DE VIVER UMA GRANDE MENTIRA.

Texto Bíblico: João 8. 44; Efésios 4. 25; Colossenses 3. 9 – 11; Apocalipse 21.27; 22.15

INTRODUÇÃO

O tema da nossa reflexão nesta noite é a mentira! Interessante que embora tenha efeitos
devastadores sobre nós no presente e para o nosso futuro, não é um assunto levado a sério pela
maioria de nós. Mesmo a Bíblia dizendo que o ‘Pai da Mentira é o Diabo”, e de que “Os mentirosos
não entrarão não céu”, ainda assim parece que temos a tendência de não levarmos a sério essa
advertência e ensinamento.
Outro dia perguntei a um irmão sobre ter ouvido algum dia um sermão sobre mentira, e a
resposta do irmão foi surpreendente, ele disse: Pastor, eu nunca ouvi um sermão sobre mentira, mas
já ouvi muitas mentiras pregadas em um sermão. O que é mais lamentável ainda!
• Será que é necessário dizer a verdade em qualquer situação?
• A retenção da verdade é, necessariamente, uma mentira?
Há duas espécies fundamentais de mentira: "jactância, que consiste em exagerar a verdade; e
a ironia, que consiste em diminuí-la. Nestes dois casos não se trata de simples mentira, mas de vícios
mais graves".
Conforme os dicionários, mentira é engano, impostura, fraude, falsidade, erro, ilusão, juízo
falso, fábula, ficção etc. Mentir é contar ao próximo aquilo que se sabe ser falso, como sendo
verdadeiro. É interessante lembrar que há, no calendário popular, o "Dia da Mentira": 01 de abril.
O pior é que a mentira faz parte do cotidiano de muitas pessoas, de uma forma até costumeira
ou inconsciente, tornando-se um costume ou um hábito negativo, gerando sérios prejuízos.
A mentira está tão entranhada em nosso mundo - na política, nos negócios, no casamento, no
namoro, no imposto de renda, nos currículos, nos comerciais, na família, nas amizades, no trabalho,
na escola - que não deveríamos nos surpreender, que também penetre na comunidade cristã.
Alguns exemplos de como a mentira esteja fazendo parte da nossa vida:

 Você cumprimenta alguém com um grande sorriso e um abraço, mas na verdade não suporta
essa pessoa.
 Você diz “Nosso casamento está indo bem”, quando na verdade o relacionamento pode ser
descrito como frio.
 Você diz “Estou bem. Não me importei de ter perdido o emprego. Não estou preocupado”,
quando de fato está temendo o futuro.
 Você diz “Você fez um ótimo trabalho”, quando de fato pensa que a atuação da pessoa foi
medíocre.
 Você diz “Oh, não poderei ir. Estou muito ocupado”, quando na verdade prefere não
participar do evento.
A mentira e o fingimento estão tão arraigados que raramente os percebemos. Cada cultura e
cada família têm sua própria forma de torcer meias verdades, omitir fatos e evitar momentos
constrangedores. Mentimos com as nossas palavras. Mentimos com o nosso sorriso. Mentimos
com o nosso corpo. Mentimos com o nosso silêncio. Não nos importamos com isso porque é assim
que todos agem.
I - BREVE ANALISE DO TEXTO DE COLOSSENSES

Paulo, dirigindo-se aos cristãos de Colossos, que estavam ameaçados por ensinos errôneos
difundidos pelos falsos mestres (Cl 2.16-23), apresenta verdades de suma importância, em forma de
mandamentos, dentre as quais encontra-se esta: "Não mintais uns aos outros" (3 v. 9). Esta
recomendação está inserida no contexto do "novo homem que se refaz para o pleno conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou" (3 v. 10).
O apóstolo realça, neste trecho bíblico, uma série de imperativos relativos à conduta cristã,
convocando cada um a demonstrar, na prática, que o cristão está morto para o pecado e vivo para
Deus. O desejo e as orientações paulinas dizem respeito àqueles que haviam se convertido do
paganismo e que, agora, deveriam revelar uma nova vida, colocando em prática aquela profissão de
fé no ato da conversão (Cl 2.13). É nesse sentido que ele fala sobre "fazer morrer a natureza terrena",
"se despojar" e "se despir do velho homem com os seus feitos", pois agora a vida não é mais como
"noutro tempo" (v. 8,9). Na língua original, a idéia paulina refere-se ao ato de despir e ao ato de vestir.
Isso porque os cristãos são convocados a demonstrar que não pertencem mais ao "reino das trevas",
mas sim, que foram "transportados para o reino do Filho" (Cl 1.13). Trata-se do grande desafio de
renunciar a vida antiga, ou seja, abrir mão dos velhos hábitos e viver o agora, de modo novo. Nesse
contexto, ele menciona, de modo inicial, o mandamento: "Não mintais".
Esse mandamento, que ocorre também em Efésios 4.25, é o assunto central deste estudo, o
qual tem como objetivo mostrar que o cristão, que é nova criatura, precisa ter uma postura diferente,
eliminando qualquer tipo de mentira em sua vida, revelando-se uma pessoa comprometida com a
verdade.

II. TIPOS DE MENTIRA


Olhando para a própria Bíblia, verificamos a menção de alguns tipos de mentira, os quais são
obstáculos que precisam ser transpostos: Falsas acusações contra o próximo (Pv 6.16-19; Mt 5.11);
Mentirinhas", ou meia verdade (At 5.3,4); Enfeitar ou exagerar a verdade (Pv 30.6); Gabar-se de
atitudes que, na realidade, não foram executadas (Pv 25.14); Desculpar o pecado praticado (Pv
17.15); Brincadeiras enganadoras e que prejudicam o próximo (Pv 26.18,19); Deixar de cumprir as
promessas feitas a Deus e ao próximo (Ec 5.4-6; Tg 5.12); Inversão da verdade divina (Rm 1.25).
É preciso ser vigilante nesta área, pois uma mentira sempre leva a outras mentiras, isso para
que se encubra a primeira. Porém, seja qual for o tipo de mentira, ela deve ser enquadrada neste
mandamento: "Não mintais". Nessa reflexão, queremos tratar especificamente das mentiras que
contamos para nós mesmos, para os outros e para Deus.

A MENTIRA "BOA" DO CRISTÃO

Assim como a maioria das pessoas, eu costumava mentir antes de entregar a minha vida a
Cristo aos 19 anos. Mas o mais chocante é que não percebia quanto ainda continuava a mentir.
Mentia em primeiro lugar para mim mesma, em seguida para os outros e até mesmo para Deus.
Olhando para trás, percebo que as igrejas que eu frequentava promoviam uma série de
ordenanças implícitas sobre o que era e o que não era permitido falar. Essas ordens me
encorajavam a fingir que as coisas estavam bem quando não estavam e a torcer a verdade para
manter a paz como um “bom cristão” deve fazer.
Quando sentia emoções como raiva, tristeza ou decepção, eu tentava ignorá-las. Afinal, a
vida cristã não deveria ser alegre e abundante? Pedia a Deus que tirasse esses sentimentos; ele
não tirava. Por isso, eu seguia mentindo.
Durante os primeiros anos do meu casamento, mentia sobre quanto era infeliz com o ritmo
da nossa vida. Mentia sobre quanto ficava irada por me sentir como uma mãe solteira. Mentia sobre
sentimentos de ressentimento para com pessoas difíceis da igreja. Mentia sobre como estava
profundamente triste por viver em Nova York e distante da natureza, da praia, das montanhas, das
trilhas para caminhadas e dos espaços abertos.
Com frequência mentia ao dizer um “sim” gentil e amoroso para as pessoas quando, por
dentro, estava irada e dizendo “não”. Eu mentia por medo, por não querer decepcionar ninguém.
Dava carona quando preferiria ir direto para casa. Aceitava convites para eventos sociais
quando queria ficar sozinha. Dizia a Pete que não me importava por ele precisar trabalhar até tarde,
quando na verdade me importava.
Durante anos, senti-me culpada por estar aborrecida ou irada.
— Geri, está tudo bem? — perguntou uma amiga certo dia, quando deixei escapar alguns
comentários sarcásticos sobre a minha vida.
Disfarcei rapidamente.
— Não há nada de errado. Tudo está bem.
Contudo, meu tom de voz, palavras mordazes e linguagem corporal me traíam.

A APRESENTAÇÃO DA NOSSA FILHA FAITH

Cresci em uma família em que nascimentos, feriados, aniversários e formaturas eram


considerados eventos sagrados. Tenho 6 irmãos, 23 sobrinhos e, no momento, 6 sobrinhos- -netos.
Reunir a família nessas ocasiões faz parte da nossa tradição. Somos um clã irlandês-americano,
extremamente leal e dedicado. Portanto, quando Faith, nossa terceira filha, nasceu, naturalmente
planejamos uma celebração familiar na apresentação do bebê.
— Pete, em três semanas, chegarão cerca de 20 pessoas da minha família — disse-lhe,
esperando que ele tirasse algum tem po da igreja para ajudar com a preparação.
— Claro, isso é muito bom — replicou ele enquanto saía.
Eu sabia o que isso significava. A igreja estava a todo vapor, e ele, sobrecarregado; eu
estava por minha conta.
À medida que o dia se aproximava, eu ficava cada vez mais tensa e irritada. Cuidar de três
crianças pequenas, com 6 e 4 anos e agora mais uma com 3 meses, era desgastante e difícil.
Além disso, todos os preparativos necessários para a chegada da minha família, da família de Pete
e dos amigos eram minha responsabilidade.
— Odeio quanto a igreja consome o tempo de Pete — resmungava para mim mesma. Naquela
época, eu me sentia culpada e egoísta. Ele não estava se doando a todas essas pessoas por obe-
diência a Cristo? Mesmo assim, eu queria tempo com ele; queria que as crianças passassem
tempo com ele — queria uma folga! Como competir de forma generosa com Deus, mesmo se for
mal dirigida?
Três dias antes do grande evento, Pete perguntou se eu poderia arranjar uma babá para
nossas três filhas, a fim de que pudéssemos ter uma noite romântica.
— Você só pode estar brincando! — respondi sarcasticamente. — Por que não limpa a casa,
lava a roupa, envia as instruções para todos os que vêm de fora, descobre onde as pessoas
estacionarão os carros e cozinha para 40 pessoas? Oh, sim, e, enquanto estiver fazendo tudo isso,
encontre também uma babá.
Ele ficou em silêncio.
Não houve noite romântica.
Três dias depois, em um belo domingo de abril, a minha família fez a árdua viagem pelos
labirintos de túneis, pontes e trânsito para nos visitar no Queens. Ela foi à igreja naquele domingo e,
depois, seguiu para o nosso pequeno apartamento no segundo andar para a celebração que
começou cerca de 13 horas.
Pete deveria chegar em casa por volta das 14 horas. É claro que ele não pensara em outra
pessoa para pregar no lugar dele para que pudesse estar em casa no início da festa da nossa filha,
e eu não pedi isso a ele.
“Por que eu precisaria pedir o que era óbvio?’, pensei. Mas aceitei que ele chegaria uma hora
mais tarde quando a festa já estivesse em andamento.
14 horas — Nada de Pete.
15 horas — Nada de Pete!
16 horas — Nada de Pete! — Onde ele está? Não posso acreditar nisso!
Estávamos celebrando o nascimento da nossa filha, e eu estava entretendo a minha família,
a família dele e os nossos amigos sozinha. Sentia-me humilhada.
Os parentes começaram a se despedir por volta das 17hl5. Quando os meus pais estavam
saindo, Pete entrou pela porta como se nada tivesse acontecido.
— Vocês já estão indo! — exclamou com um olhar de surpresa. — A noite é uma criança! —
Fiquei resolvendo uns problemas sérios na igreja.
Sentia-me envergonhada na frente da minha família. O que ele estava pensando?
— Quem se importa se eram problemas sérios na igreja? É a filha dele! — gritei interiormente,
embora não tenha dito nada.
Quando a nossa família e os nossos amigos partiram, Pete tentou limpar a casa
freneticamente como um ato de penitência.
Não falei com ele pelo resto da noite, e muito pouco nos dias que se seguiram. A minha
linguagem corporal e expressão eram claras: “Fique longe. Você saberá quando eu quiser falar
com você novamente”.
Presumi que Pete soubesse como isso era difícil para mim, quanto esse evento era
importante e que nunca mais teríamos esse dia de volta.
Nunca mais.
Por três dias não falamos a respeito. Quando finalmente disse a Pete como estava
decepcionada, não revelei a profundidade da minha raiva. Como ele reagiria?
Quase no final da nossa conversa, ele reconheceu que o seu atraso fora uma forma indireta
de me punir por ter me recusado a sair com ele para uma noite romântica três dias antes do
evento. Ele confessou que essa era a sua forma de retaliação por minha atitude sarcástica.
Pete desculpou-se. Eu aceitei, como uma boa cristã deveria aceitar, e seguimos em frente.
Eu, porém, menti.
Foram necessários mais cinco anos para que eu lhe dissesse a verdade sobre quanto estava
ferida por sua atitude e que essa ferida permanecia aberta.

GRAU DE VERDADE, GRAU DE LIBERDADE

Parte do belo plano de Deus, desde o início, foi que o ser humano vivesse na verdade. Essa
ideia permanece central no seu projeto para a nossa liberdade e alegria. Jesus disse: “Se vocês
permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a
verdade, e a verdade os libertará” (João 8.31,32). Essa verdade inclui tanto a verdade bíblica
sobre Deus como a verdade em geral.
Como seguidores de Jesus Cristo, a medida que vivemos na verdade é a medida em que
somos livres. Quando mentimos em alguma área da nossa vida, é como se nos acorrentássemos,
restringindo a liberdade que Cristo conquistou para nós.
Quando um pastor ensina a Bíblia para a igreja e em seguida vai para casa e secretamente
assiste pornografia na Internet, ele não está livre, mas sim acorrentado.
A líder do comitê de mordomia exorta as pessoas repetidamente a contribuírem com
generosidade, aparentando estar abrindo o caminho neste esforço, mas ela mesma não contribui
com um centavo. Ela teme ser descoberta. Ela não está livre, mas acorrentada.
Larry e Tracy apresentam-se ao pequeno grupo que lideram como um casal cristão estável.
Entretanto, Tracy com frequência explode de raiva com Larry. Larry teme falar com Tracy ou
discordar dela, para que as coisas não piorem entre eles. Eles não querem admitir esse problema
para si mesmos nem para outra pessoa. Tanto Larry como Tracy não são livres, mas estão em
correntes.
Há uma grande batalha espiritual envolvendo essa questão da nossa vida. Por isso, Paulo
cita o cinto da verdade como o primeiro elemento da armadura de Deus que devemos vestir para
nos defendermos contra os poderes do mal (Efésios 6.12-14).
Aos 37 anos eu já seguia Cristo com dedicação por quase vinte anos, mas somente então
descobri o que significava viver na verdade e desfrutar da liberdade no meu interior (Salmos 51.6).
Quando desisti de mentir, decidi que não podia mais fingir nem participar da vida de fachada que
entendia ser a igreja e a comunidade cristã. Eu não podia mais continuar chamando mentira de
verdade e verdade de mentira. O preço da mentira se tornara alto demais. Finalmente, chegara ao
limite em que não tinha mais nada a perder ao ser dolorosamente honesta comigo, com os outros e
com Deus.
Uma vez que Deus é a verdade absoluta, sempre que falhava em viver na verdade, eu
inconscientemente o excluía da minha vida. Quando mentimos, não estamos mais no domínio de
Deus, mas no de Satanás. Jesus se refere ao Maligno como o “pai da mentira” (João 8.44). E,
quando cruzamos essa linha, ficamos vulneráveis a inúmeros ataques e enganos. Enquanto fui
desonesta comigo mesma e com Pete em relação a meus verdadeiros sentimentos sobre ele ter
perdido a festa de apresentação de Faith, a ferida permaneceu aberta. Isso resultou em tumulto
interior e prolongado ressentimento para com Pete.

MENTINDO PARA MIM MESMA

A pessoa para quem mais mentia era eu mesma. O meu desejo de parecer boa aos olhos
dos outros estava tão arraigado que eu mentia para mim mesma continuamente. “Geri, você não é
infeliz. Você pode fazer isso. Você pode ser alegre como Deus ordena.”
O problema é que eu ficara cada vez mais infeliz e exausta durante os primeiros anos da
nossa vida de casados. Éramos um casal jovem com quatro filhas pequenas e fundamos uma igreja
do nada na cidade de Nova York, sem pessoas, equipe nem dinheiro. A nossa fé era uma mistura
de amor por Deus, treinamento teológico bom e ruim, ingenuidade da juventude e ignorância dos
nossos problemas pessoais. Manter a minha alma viva em meio a tal ambiente exigiu muita mentira
e negação.
Contudo, mentir interiormente fez que fosse impossível amar as pessoas genuinamente. Os
meus conflitos interiores combinados à tristeza e à raiva reprimidas fizeram de mim uma pessoa
imprevisível e insegura. A ira ardia abaixo do meu amoroso comportamento cristão.
O dia em que admiti que não era uma pessoa muito amorosa foi o dia em que dei um grande
passo em direção a tornar-me uma pessoa amorosa. Um grande fardo de fingimento caiu dos meus
ombros, e pude finalmente admitir a minha verdadeira fraqueza e quebrantamento. Eu estava
humilhada. Aceitar as minhas falhas foi o que acabou me capacitando a ser uma pessoa mais
segura, afável e acessível.
Virginia Satir, uma renomada terapeuta familiar, observou que as mensagens ou regras que
internalizamos da nossa família e cultura geralmente facilitam o mentir para nós mesmos. Algumas
dessas regras são verbalizadas, mas a maioria não é. Ela escreveu: A maioria de nós vive uma vida
desumana porque vivemos regras desumanas sobre nós”. Ao ler alguns exemplos das “regras
desumanas de Satir, reflita se alguma delas não é uma regra subentendida que afetou a sua vida.

• Não revele os seus sentimentos.


• Não se exponha.
• Não revide.
• Seja sempre gentil.
• Não brigue.
• Seja sempre bom.
• Obedeça às autoridades em todos os momentos.
• Seja sempre pontual.
• Não se exiba; o orgulho precede a queda.
• Erros podem matar, portanto nunca cometa um.

Quando essas regras são levadas inconscientemente para a idade adulta sem nunca serem
questionadas, elas reprimem nossa liberdade e encorajam a mentira. Por exemplo, digo a mim
mesma que não estou zangada porque tenho uma regra que diz que devo ser sempre agradável.
Digo a mim mesma que não estou decepcionada porque tenho uma regra que diz “preciso ser boa,
e pessoas boas não são tristes nem decepcionadas”. Digo “sim” para as pessoas quando quero
dizer “não” porque tenho uma regra que diz “pessoas legais sempre dizem sim .
Quando crescemos com regras como essas na família, acabamos mentindo com facilidade
sobre os nossos desejos e as nossas necessidades. Restringimos de forma trágica aspectos
importantes da pessoa que Deus quer que sejamos. Inevitavelmente, limi tamos a liberdade de
escolha que Deus nos deu e minimizamos a verdade de quem somos realmente que também foi
dada por Deus.

MENTINDO PARA OS OUTROS

Um estudo publicado por Robert Feldman, um psicólogo da Universidade de Massachusetts,


descobriu que a mentira está muito relacionada à autoestima. O estudo concluiu que, quan to mais
as pessoas sentem que sua autoestima está ameaçada, mais elas mentem. No estudo, as pessoas
envolviam-se cada vez mais em conduzir a percepção dos outros sobre elas, e acaba vam falando
mais e dizendo coisas que não eram muito precisas. Feldman concluiu: “Não estamos tentando
apenas impressionar as outras pessoas, mas, sim, preservar uma visão de nós mesmos que esteja
de acordo com o que os outros gostariam que fôssemos”.
Por esse motivo, geralmente é mais fácil mentir para os outros — passar por cima da
verdade — do que arriscar-se a dizer o que é verdadeiro. Parece mais fácil não dizer nada, depois
de ter sido ferido pela insensibilidade de um colega de trabalho, do que confrontá-lo. Parece mais
fácil dizer “sim” a um jantar de reunião com o chefe do que admitir que temos um compromisso
familiar. Parece mais fácil distorcer alguns fatos para um cliente do que possivelmente perder um
contrato. Parece mais fácil dar a impressão de que sou forte e estou crescendo em Cristo do que
reconhecer a minha estagnação espiritual.
Por quê? Porque poucos de nós se sentem confortáveis parecendo ruins aos olhos dos
outros ou de si mesmos. Nós omitimos a verdade não apenas para agradar a pessoa à nossa
frente, mas também para garantir uma imagem positiva de nós mesmos, quer seja verdadeira quer
não. Reflita sobre a seguinte situação, pois ela salienta as nuances e complexidades que envolvem
mentir para os outros.
Christina volta para casa depois de ter ido ao cabeleireiro e encontra o marido sentado à
mesa da cozinha lendo o jornal com uma xícara de café. Ela dá um tapinha no ombro dele.
— Mike, você gostou do meu corte de cabelo?
Ele levanta a cabeça de trás do jornal. A sua sobrancelha ergue-se levemente. Ele examina o
novo visual cacheado da esposa com indiferença.

Não, não muito — responde, voltando a ler o jornal.


O quê? ela grita. As vezes, você consegue ser tão insensível!
Christina está ferida e zangada ao retirar-se para o banheiro a fim de olhar mais de perto o
aparente desastre do seu penteado.
Em tal situação, o que você recomendaria a Mike? Por que ele não poderia simplesmente
afirmar “Está ótimo, amor!”? Não seria mais amoroso contar uma mentirinha em vez de ferir a
esposa?
O que não mentir significa para Mike? Ele poderia afirmar a verdade com um pouco mais de
gentileza?
Imagine Mike dizendo a Christina: Eu amo quem você é, amor. O que você pensa e sente
sobre o seu cabelo é mais importante do que o que eu penso. Mas, tendo dito isso, prefiro outros
modelos de cabelo”.
Ou então tente visualizar Mike respondendo honesta e atenciosamente: “Este tipo de cabelo
não é o meu favorito, mas para mim você sempre está bonita”.
Muitos fatores diferentes precisam ser levados em consideração para Mike dar uma resposta
respeitosa, madura e honesta. Por exemplo, quanta afeição existe no relacionamento deles? Qual é
a história deles? Qual é o seu nível pessoal de consciência e maturidade?
Supreendentemente, a pessoa que de forma inconsciente mente nessa história é Christina,
quando questiona Mike, perguntando “Você gostou do meu cabelo?”. Ela não está fazendo uma
pergunta honesta. O que está realmente tentando comunicar é. Estou com medo e ansiosa de que
possa não estar muito bonita. Quero e preciso que você me diga que estou bem”. A pergunta de
Christina é uma mentira em si mesma.
Como Christina não se sentia confortável com o seu cabelo, cia queria que Mike a apoiasse.
Uma vez que a aparência é importante para ela, como o é para a maioria de nós, até mesmo um
penteado pode fazer que deixe de descansar no amor de Cristo. Para muitos de nós, assim como
para Christina, a mentira está apegada à necessidade de que os outros nos apoiem para nos sen-
tirmos bem conosco.
A mentira pode proporcionar um alívio temporário. Contudo, ela tem um preço. O que parece
ser uma mentira inofensiva no momento, com o passar do tempo fica mais difícil e complicada. O
caminho fácil acaba sendo o mais difícil. Os nossos relacionamentos se distanciam e empobrecem
em qualidade. A confiança das pessoas em nós diminui. O nosso estresse aumenta. Ficamos mais
ansiosos por ter de lembrar qual versão da realidade contamos para as pessoas. E, acima de tudo,
nossa capacidade de amar a Deus e aos outros, a própria essência da nossa existência, deteriora-
se.

CONFLITO? ALGO PODE ESTAR CERTO!


A escritora Sandra Wilson disse: “A verdade nos liberta, mas primeiro ela nos torna
infelizes”. Em relacionamentos construídos sobre meias verdades ou inverdades, a verdade pode
até ser o inicio do fim. Quando começamos a ser verdadeiros, poderemos consolidar ou romper
alguns relacionamentos.
Quando comecei a ser verdadeira com Pete, experimentamos um novo estágio de conflito
no nosso relacionamento que não podia mais ser evitado. Estivéramos presos em nossas
diferenças, incapazes de encontrar uma saída. Falar a verdade mudou tudo’ isso. O conflito com
Pete, embora no início fosse difícil e doloroso, por fim levou ao casamento íntimo com que
sonhara.
A maioria de nós pensa que o conflito é um sinal de que algo está errado, mas o contrário
geralmente é verdadeiro. Ele pode indicar que tudo está indo bem. Conflito é normal, importante e
necessário quando relacionamentos próximos entram em um novo ciclo de crescimento e
maturidade.
Falar a verdade não assegura uma resposta cordial do ouvinte. Quando a verdade é falada
de forma irresponsável ou desrespeitosa, quase sempre gera prejuízo desnecessário. Lembre-se, o
Senhor veio cheio de graça e verdade (João 1.17). Falar a verdade em amor envolve escolher o
momento certo, usar as palavras respeitosamente, assumir a responsabilidade por seus próprios
pensamentos e sentimentos e falar usando “eu”. Não nascemos com essas habilidades; elas
precisam ser aprendidas e praticadas.

A PRÁTICA DE FALAR A VERDADE

Uma coisa é parar de mentir; outra, bem diferente, é começar a falar a verdade. Falar a
verdade com habilidade é uma das formas mais significativas de reconhecer e respeitar a imagem
de Deus em nós e nos outros. Aprender a falar a verdade e crucial para a maturidade espiritual. Na
New Life Fellowship ensinamos as pessoas a praticarem falar a verdade com respeito, honestidade,
clareza e no momento certo.
Respeitosamente. Pense antes de falar para poder descrever cuidadosamente o que quer
dizer. Seja educado, sem insultar e levando em consideração os sentimentos da outra pessoa.
Desrespeitosamente: “Essa ideia é horrível...
Respeitosamente: “É uma ideia interessante , ou Estou confuso com...”
Honestamente. Diga o que realmente pensa; não rrqnta nem disfarce a verdade.
Desonestamente: “Não posso sair para almoçar. Tenho outro compromisso.”
Honestamente: “Prefiro não sair para almoçar hoje porque quero ficar um pouco sozinho.
Claramente. Não fique andando em círculo, nem dê indiretas para evitar a verdade. Não faça
uma afirmação quando, na verdade, está fazendo uma pergunta. Inclua detalhes.
Sem clareza: “Há um bom filme em cartaz no cinema, mas está chovendo.”
Com clareza: “Você gostaria de ir ao cinema comigo hoje à noite, embora esteja chovendo?
Sem clareza: “Gostaria que às vezes você fizesse o jantar.”
Com clareza: “Gostaria que nas terças e quintas-feiras Você fizesse o jantar e se
responsabilizasse por todos os ingredientes necessários.”
No momento certo. Escolha um momento adequado tanto para quem fala como para o
ouvinte, quando não estiverem cansados, distraídos nem tensos.
No momento errado: A sua filha volta para casa depois de um dia difícil na escola,
decepcionada com a nota num teste de matemática e com um conflito com uma amiga. Você
começa a falar sobre a bagunça do quarto dela.
No momento certo: Você percebe que a sua filha está cansada depois de um dia difícil na
escola. Você sabiamente decide esperar por um momento melhor quando ela estiver mais
relaxada para conversar com ela sobre o quarto bagunçado.
Agir assim exige reflexão e energia. Lembre-se de que você provavelmente tem um histórico
de não falar com respeito, clareza, nem no momento certo. Poucos de nós puderam ver essas
atitudes na nossa família ou cultura. Conceda-se tempo e graça para praticar essa nova habilidade.
MENTINDO PARA DEUS
Muitas pessoas de fato mentem para Deus, contando a ele apenas o que pensam que ele
queira ouvir ou o que elas deveriam sentir. Eu era uma dessas pessoas. Veja que ideia mais
absurda, como se Deus não nos conhecesse melhor do que nós mesmos. Quando passei a ser
honesta comigo, finalmente passei a ser totalmente honesta com ele.
Durante anos vivi em conflito interior. Eu era uma cristã dedicada, mas mesmo assim lutava
com pensamentos e sentimentos que considerava inaceitáveis. A tristeza e a raiva, por exemplo,
traziam-me culpa e vergonha. Eram falhas que precisavam ser reprimidas e negadas. Eu
repetidamente pedia a Deus: “Devolve- -me a alegria da tua salvação” (Salmos 51.12). Infelizmente,
eu não entendia como Deus poderia estar falando comigo por meio da dor do meu mundo interior.
Em comparação, modelos bíblicos de espiritualidade genuína aceitam o seu mundo interior e
não mentem sobre ele. Os profetas Elias e Jonas disseram honestamente a Deus que preferiam
morrer (IReis 19.1-5; Jonas 4.8). Jó fez orações violentas amaldiçoando o dia do seu nascimento
depois de ter perdido dez filhos e a saúde. João Batista, em profunda batalha interior, expressou
com honestidade a Jesus que estava confuso sobre ele ser de fato o Messias. Deus não nos pede
nem para distorcer nem para encobrir a verdade em nosso relacionamento com ele. Devemos
encarar todas as nossas decepções e lutas (grandes e pequenas) na presença de Deus, bem como
todas as emoções confusas que as acompanham.
Eu pensava erroneamente que, se não dissesse certas coisas em voz alta, então elas não
seriam realidade, nem mesmo para Deus. Ele não saberia quanto me sentia irada, deprimida,
envergonhada ou sem esperança, como se ele já não conhecesse todos os meus pensamentos e
sentimentos. Quanto mais autêntica comigo mesma eu era, mais crescia no conhecimento de
Deus. A Escritura e a graça se tornaram vivas de novas maneiras.
Por meio de um compromisso corajoso com a verdade, nós avançamos de mãos dadas com
Deus, experimentando a promessa de que a verdade nos liberta.
ACABANDO COM 0 FINGIMENTO PARA DESFRUTAR DE UMA AMOSTRA DO CÉU
Não se engane: dizer “eu desisto” para a mentira e comprometer- -se em falar a verdade
inicialmente parecerá morte, uma vez que a mentira está tão arraigada em nós. Contudo, é uma
boa morte que por fim levará à vida e à ressurreição.
Uma vez que você acabe com a superficialidade e a “amabilidade” que tanto caracterizam a
cultura cristã hoje, experimentará libertação, liberdade e uma genuína vida do corpo que é, na ver-
dade, uma amostra do céu. Seus relacionamentos serão mais autênticos. Sem nada para
esconder, seu nível de estresse e ansiedade diminuem. Sua autoestima se fortalece porque sua
integridade está intacta. A paz com Deus, com você mesmo e com os outros permeia sua vida.
Quando você desiste de mentir, desperta a sua espiritualidade. Remove camadas de
falsidade e desperta o “verdadeiro eu” que Deus pôs em você. Pela graça de Deus, você estará
entre as pessoas mais livres da terra.
E não haverá como voltar atrás. Cinco anos depois da apresentação da nossa filha Faith,
Pete e eu finalmente conversamos sobre minha dor e decepção. Como havíamos começado a
praticar técnicas para falar a verdade no nosso relacionamento, pudemos ser respeitosos,
honestos, claros e falar na hora certa. Chorei ao pôr para fora a minha dor. Ele ouviu. Nós dois
sabíamos que não poderíamos repetir aquele evento único. Dissemos tudo o que precisávamos
dizer e nos abraçamos.
Pete pediu perdão. Finalmente, curáramos um episódio doloroso da nossa história.
Quando desistimos de mentir para nós, para os outros e para Deus, inicia-se um grande
despertamento. Partes de nós que estavam enterradas, tanto boas como pecaminosas, começam a
emergir. Então, surge uma nova questão: Para que coisas devo morrer e para quais não devo
morrer no meu interior? Discernir entre o que é bom e o que é pecado é um assunto amplo e nos
leva ao capítulo seguinte: Desista de morrer para as coisas erradas.

S-ar putea să vă placă și