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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO EDUCAÇÃO E C IÊNC IAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE PS ICOLOGIA

DISC IPLINA: Psicologia e Instituição de Saúde Mental

PROFESSORA: Liliana da Escócia

ALUNO: Natalia Helena Abreu de Oliveira

A psiquiatria clássica via a doença mental como seu objeto de


estudo e o hospital psiquiátrico (manicômio) como o local para seu
tratamento. Durante décadas os “loucos” foram separados do convívio
social e enclausurados em uma realidade a parte, que visava , acima de
tudo e pelos meios que fossem necessários, a cura. Os pacientes eram
reduzidos ao seu diagnóstico, virando meros objetos da pratica
medicalizadora. Como a visão do que seria loucura é subjetiva, não
demorou muito para que um grande nú mero de pessoas fossem
enclausuradas em hospitais psiquiátricos sem previsão ou perspectiva de
alta. Os internos sofriam não só com a “doença” propriamente dita, mas
também com efeitos do “tratamento” que eram submetidos nos
manicômios. A imagem de dezenas de pessoa s espalhadas em pátios, sem
um mínimo de acolhimento, perspectiva e completamente privadas de
liberdade e sonhos foi o primeiro passo para questionar essa abordagem.

A partir da década de 70 , têm-se inicio a reforma psiquiátrica


brasileira, que em muitos aspectos se inspirou na reforma italiana de
Franco Brasaglia, de perspectiva Antipsiquiatrica, que tinha como
fundamento levar o cuidado com o “doente” para além do hospital, pois o
objetivo não era simplesmente melhorar a forma de tratamento, incluindo
abordagens mais modernas e menos violentas , mas mudá-las por
completo, desconstruindo teorias e conceitos da psiquiatria tradicional.

Primeiramente é importante esclarecer que a reforma não pretende


formular um novo espaço físico para a loucura, mas um espaço social.
Tirar o protagonismo da doença e do hospital e colocá -lo no louco e em
sua vida. Transformar o doente em um sujeito humano, pensante, com
desejos, sonhos e uma historia de vida que não pode ser ignorada. Para
isso é preciso transportar para alem dos muros, substituir o tratamento
manicomial por uma rede de atendimento interativa, serviços de atenção,
escuta, construir uma rede de apoio e acolhimento, principalmente para
aqueles que não possuem família ou foram abandonados pela mesma.
No âmbito social, é importante a desmistificação da “loucura”,
desconstruir os es tigmas e medos da população (principalmente da
família do sujeito) e modificar certos processos sociais vigentes.
Atualmente isso é trabalhado com políticas contra exclusão e práticas
inclusivas, por exemplo, sair nas ruas com usuários da rede em situações
comuns, como fazer compras na feira. Este movimento é especialmente
importante para demonstrar a população próxima dos centros de
atendimento que aquelas pessoas não representam riscos, que são apenas
seres humanos que precisam de acolhimento .

A Reforma questiona os conceitos de doença X saúde mental,


normal X patológico, da perspectiva de cura e noção de periculosidade e
a eficiência “terapêutica” do manicômio e as relações en tre os doentes, a
sociedade e os técnicos de saúde. Se antes prevalecia a reclusão e a
medicalização (tanto no sentido do uso preferencial de medicamentos
como forma de tratamento quanto no da ação medica que não podia ser
contestada por outros profissiona is da saúde) agora nasce um sistema de
saúde mental que questiona o que de fato é a loucura e se seria realmente
um comportamento desviante, patológico. Pautado no acolhimento do
sujeito (que merece respeito, que é capaz de tomar decisões, que é
protagonista e não objeto) e na interdisciplinaridade da atenção, com os
princípios de cida dania, inclusão e solidariedade. A abordagem
psicossocial se baseia em profissionais preparados para ouvir o sujeito e
seu sofrimento além da doença, articulando as informações em um
mosaico complexo e amplo, estabelecendo comunicação direta entre
profissionais de varias áreas, sendo o medico agora apenas mais um,
como todos os outros, que pode acrescentar um conhecimento e ajudar a
elaborar uma solução, tudo isso sempre com o objetivo maior de
construir e ampliar a autonomia do usuário.

Um dos melhores exemplos trazido pelos convidados foi de uma


mulher que desistiu na ultima hora de fazer um tratamento dentário (que
sem duvidas traria apenas benefícios) e sua dec isão foi respeitada, acima
de tudo. Aqui é claro o respeito à individualidade e de como o louco é
visto como cidadão, com seus direitos, deveres e responsabilidades.

O SUS, em teoria, trabalha com esse modelo de atendimento em


todo o Brasil, apesar de enco ntrar uma série de empecilhos em sua
efetiva aplicação. As incongruências começam ainda durante a
graduação, quando o estudante é ensinado os conhecimentos pertinentes
apenas a sua área e o conceito de saúde ainda está intrinsecamente ligado
ao biológico. A falta de discussão sobre o funcionamento diário do
sistema de saúde e muitas vezes o despreparo dos estudantes e
profissionais em dialogar com outras áreas impede que o atendimento e
atenção sejam tão eficientes quanto deveriam.
Além das dificuldades in ternas, a judicialização e a falta de outras
estruturas básicas acabam por dificultar o processo terapêutico. Foi
exaustivamente comentado por todos os convidados sobre como a justiça
carece de informações sobre qual é o real objetivo e funcionalidade dos
CAPs e qual a qual publico se destina. Foi comentado que é comum uma
tentativa de internação de muitos usuários de drogas ou pessoas que não
possuem moradia em um claro movimento de tentar apenas tirar o
“problema” das ruas e das vistas, pouco importando a vontade da pessoa
ou se aquele é realmente o melhor espaço para ela.

Apesar das dificuldades e problemas comentados prevaleceu a


impressão que os CAPs de Sergipe são bem estruturados e conseguem
lidar com boa parte da demanda, apresentando bons resultado s. Pela fala
da maioria dos convidados , apesar de ainda existirem preconceitos e
estigmas por parte de alguns profissionais ou da comunidade adjunta aos
centros, também há um movimento de desconstrução e aceitação, mesmo
que lento.

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